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DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE JOANÓPOLIS/SP:
CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA CACHOEIRA DOS PRETOS
Diego de Toledo Lima da Silva (DA SILVA, D. T. L., 2013)
Técnico Ambiental da ONG Pró-Joá
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SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO ....................................................................................................... Página 2;
- OBJETIVO .............................................................................................................. Página 2;
- LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTAL .......................................... Página 2;
- GEOLOGIA ............................................................................................................ Página 5;
- GEOMORFOLOGIA (RELEVO) ........................................................................ Página 7;
- SOLOS ..................................................................................................................... Página 9;
- CLIMA ................................................................................................................... Página 11;
- ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ................................................................................. Página 16;
- BACIA HIDROGRÁFICA .................................................................................. Página 17;
- VEGETAÇÃO E BIODIVERSIDADE LOCAL ............................................... Página 19;
- ALTERAÇÃO ANTRÓPICA DA PAISAGEM ................................................ Página 23;
- UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC) DA ÁREA ........................................ Página 24;
- CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... Página 27;
- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ Página 28.
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1. INTRODUÇÃO
Esta etapa do diagnóstico socioambiental do município de Joanópolis/SP abrange a
investigação e caracterização ambiental do principal ponto turístico do município, a conhecida
Cachoeira dos Pretos, com 154 metros de queda d’água. Tal caracterização atende ao pedido
formulado pela Graduanda em Administração, Karina de Fátima Loureiro, que está
desenvolvendo um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no ponto turístico.
Para tanto, a caracterização está dividida em algumas partes, sendo:
- Localização geográfica e ambiental;
- Geologia;
- Geomorfologia (Relevo);
- Solos;
- Clima;
- Águas subterrâneas;
- Bacia hidrográfica;
- Vegetação e biodiversidade local;
- Unidades de Conservação (UC) da área.
1.1. OBJETIVO
Realizar a caracterização ambiental da Cachoeira dos Pretos e do seu entorno,
fornecendo subsídios técnicos e informações concretas da área.
2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTAL
O município de Joanópolis está localizado na região bragantina do estado de São
Paulo; no setor leste da Bacia do rio Piracicaba ou UGRHI-05 (PCJ –
Piracicaba/Capivari/Jundiaí). As coordenadas geográficas da área central do município são:
Latitude 22º 55’ 49” S e Longitude 46º 16’ 30” W.
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FIGURA 1 – Localização do município de Joanópolis/SP (Sem escala).
A Cachoeira dos Pretos está localizada a 18 km (quilômetros) da área urbana do
município de Joanópolis, com acesso favorecido por estrada totalmente asfaltada. As
coordenadas geográficas da Cachoeira dos Pretos são: Latitude 22º 58’ 03” S e Longitude 46º
10’ 16” W.
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FIGURA 2 – Localização da Cachoeira dos Pretos em relação à área urbana de
Joanópolis/SP.
FIGURA 3 – Imagem de satélite da Cachoeira dos Pretos e do seu entorno.
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3. GEOLOGIA
Do ponto de vista geológico, a área estudada representa uma pequena seção dentro da
Província Mantiqueira – Setor Central (HASUI & OLIVEIRA, 2001) ou Província Tectônica
Mantiqueira (HASUI et al., 1989), que se estende ao longo da costa atlântica do Brasil, desde
o paralelo 20º S, Vitória no Espírito Santo, até o paralelo 26º 30’ S, em Santa Catarina. Esses
limites são arbitrários, fixados por questões meramente de ordem expositiva e não de ordem
geológica (ALMEIDA & HASUI, 1984).
O setor central, no qual está localizado Joanópolis, compreende o Estado do Rio de
Janeiro em sua totalidade, as regiões sul do Espírito Santo, sudeste de Minas Gerais, porção
oriental do Estado de São Paulo e leste de Santa Cantarina. Limita-se ao norte com as
províncias de São Francisco e do Tocantins e estende-se ao sul; a leste com o Oceano
Atlântico e a oeste com a Bacia Sedimentar do Paraná (GAMEIRO, 2008).
Segundo BISTRICHI (2001), a Província Mantiqueira é constituída por rochas pré-
cambrianas e fanerozóicas. As pré-cambrianas representam mais de 90% de toda a área e,
apresentam grande complexidade, resultante do metamorfismo e da superposição de estruturas
geológicas.
Zonas de cisalhamento definem uma marcante estruturação regional orientada na
direção NE-SW, que atribuem formas alongadas as unidades metamórficas e parte dos corpos
granitóides concordantes (BISTRICHI, 2001). Segundo ALMEIDA & HASUI (1984), o
retrabalhamento não foi geral nem uniforme, existindo desde regiões muito transfiguradas até
aquelas praticamente intactas.
As rochas mais antigas apresentam registro não só de evolução polifásica, como
também policíclica, em seus aspectos metamórfico, deformativo, magmático e migmático,
tornando difícil até sua delimitação areal, já que suas características geométricas e
composicionais primitivas tenderam a ser obliteradas (ALMEIDA & HASUI, 1984).
A área territorial do município de Joanópolis está inserida nos Complexos Varginha-
Guaxupé e Suítes Granitóides diversas. Segundo BISTRICHI (2001), secundariamente,
ocorrem depósitos sedimentares paleogênicos (65 – 23 Ma) e depósitos aluviais recentes ao
longo das principais drenagens como dos rios Jaguari e Jacareí.
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Estes depósitos pré-atuais localizam-se em terraços, alçados de poucos metros sobre a
planície dos rios. São sedimentos inconsolidados, compostos por cascalhos, areias, siltes,
argilas, e, mais raramente, por depósitos orgânicos como as turfeiras (SILVA, 2010).
A formação geológica da Cachoeira dos Pretos é denominada “Complexo
Varginha-Guaxupé, unidade paragnáissica migmatítica superior”.
Consiste principalmente de metassedimentos migmatíticos com anatexia decrescente
em direção ao topo. Trata-se de (cordierita)-granada-(sillimanita)-biotita gnaisse bandado com
leucossomas a biotita e granada, que gradam, para o topo, a mica xisto com leucossoma a
muscovita restrito. Reconhece-se ainda, sobrejacente à unidade metapelítico-aluminosa basal,
seqüência metapsamítica com metacarbonato e gnaisse calcissilicático subordinados. Ocorrem
intercalações de gnaisse básico-intermediário e metabásica. Nebulito gnáissico-granítico e
ortognaisses intrusivos, pré a sin-anatexia, ocorrem com frequência (CAMPOS NETO, 1991).
Os metassedimentos possuem uma foliação regional, de segunda geração,
superimposta a uma foliação, ou bandamento gnáissico pretérito. Nos neossomas a foliação
regional é primária e contemporânea ao metamorfismo principal na Nappe Socorro-Guaxupé
(CAMPOS NETO, 1991).
A anatexia desenvolveu-se sob condições de T = 800°C e P = 4,5 kb resultante de
fusão por desidratação de muscovita. É contemporânea ao metamorfismo principal na Nappe
Socorro-Guaxupé, estimado em 625 ± 5 Ma (CAMPOS NETO, 2000a). EBERT et al. (1996)
obtiveram em zircões de metassedimentos de alto-grau idades U-Pb de 1,9-2,1 Ga (intercepto
inferior), interpretadas por CAMPOS NETO & CABY (2000b) como idade média de zircões
herdados incorporados aos sedimentos. Análises realizadas por RAGATKY (1998) e JANASI
(1999) evidenciam uma heterogeneidade das fontes dos sedimentos.
Esta unidade geológica abrange uma grande área territorial, com diversos afloramentos
rochosos, cachoeiras (como a Cachoeira dos Pretos, com 154 metros de queda d’água), áreas
de nascentes e de recarga do aquífero subterrâneo.
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FIGURA 4 – Amostra de afloramento desta unidade geológica na Cachoeira dos Pretos
(Foto: Diego de Toledo Lima da Silva, 2010).
4. GEOMORFOLOGIA (RELEVO)
Segundo os estudos geomorfológicos de ALMEIDA (1974), o município de Joanópolis
situa-se no limite da Serra da Mantiqueira com a Zona Cristalina do Norte, na província
geomorfológica do Planalto Atlântico, na zona da Serra da Mantiqueira, Parte Ocidental.
A subzona ocidental da Mantiqueira Paulista é composta, segundo o mapa
geomorfológico do IPT (1981), de escarpas festonadas, escarpas com espigões digitados,
morros paralelos, morros com serras restritas, serras alongadas, montanhas com vales
profundos e relevos de transição. ALMEIDA (1974) ressalta que, nesta subzona, o frontão
serrano teria recuado devido à erosão causada pelos afluentes do rio Paraíba, entre eles os rios
Jaguari e Buquira, expandindo assim esta bacia hidrográfica.
A região denominada Planalto Atlântico é uma área de terras altas, constituídas
predominantemente por rochas cristalinas pré-cambrianas da Serra da Mantiqueira. É
constituído em áreas acidentadas por relevo forte ondulado. Também apresentam relevos
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convexos e suavizados, na forma de morrotes e colinas, instaladas sobre rochas pré-
cambrianas e cenozóicas.
Para GAMEIRO (2008), toda a região do Planalto Atlântico foi submetida, a partir do
Cretáceo, a epirogênese após a ruptura da Gondwana, que propiciou o modelamento do
relevo, juntamente com outros fatores.
AB’SÁBER (1973) define o domínio morfoclimático da região como “Mares de
morro”. Segundo o autor, o domínio dos mares de morro é o que apresenta maior
complexidade de padrões de paisagem porque neste domínio existem padrões locais e sub-
regionais condicionados principalmente às variáveis tectônicas (escarpas e linhas de falhas) e
litológicas (presença de rochas muito diferentes entre si), o que leva a uma variação na
resistência aos processos erosivos, de intemperismo e de pedogênese.
Ainda conforme AB’SÁBER (1973), nas redes hidrográficas da região dos mares de
morro, drenagens densas nos ramos menores de forma insequente e com alto grau de
dendritifcação e cabeceiras com adaptações subsequentes com rumos predominantes NW-SE.
SOARES (2008) aponta que, conforme o distanciamento das cabeceiras e em direção
ao reservatório, a paisagem vai mudando: as formas íngremes e dissecadas vão dando lugar às
planícies fluviais e a morros com topos mais arredondados.
Os estudos de ROSS & MOROZ (1997) ainda trazem que a região possui um nível de
fragilidade médio (ROSS, 1994), por ser uma área de formas de dissecação média a alta, com
vales entalhados e densidade de drenagem média a alta. Devido a essa morfologia, seria uma
área sujeita a forte atividade erosiva (ROSS & MOROZ, 1997).
Segundo o IPT, os processos erosivos predominantes nessa área seriam os “fenômenos
de escorregamentos superficiais e profundos e de rastejo, principalmente em corpos
coluvionares. São frequentes quedas de blocos relacionadas às estruturas da rocha (falhas,
diáclases, xistosidade ou qualquer outro tipo de descontinuidade) ou no caso de matacões,
devido ao descalçamento provocado pela remoção de material terroso que os envolvem. Nos
sopés das encostas são comuns as formas de acumulação (depósitos de talus e rampas de
colúvio). Os fenômenos de erosão hídrica são evidentes somente nas áreas desprovidas de
qualquer cobertura vegetal (IPT, 1981).
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5. SOLOS
Quanto aos solos, a região da Cachoeira dos Pretos apresenta um mosaico de tipos de
solo que variam conforme a topografia da área. O tipo de solo predominante na área é o
Argissolo Vermelho-Amarelo (PVA).
Compreendem solos no quais normalmente o teor de argila no horizonte B
(subsuperficial) é bem maior que no horizonte A (superficial), caracterizando o horizonte B
textural (Bt). Esse incremento de argila é percebido sem dificuldades quando se precede ao
exame de textura e, algumas vezes, pela diferenciação da cor e outras características
(SHINZATO et al., 2008).
Segundo VIEIRA (1975), são solos na sua maioria de fertilidade natural baixa/média,
de textura argilosa/média, bem drenados, ácidos, bem desenvolvidos, que apresentam
sequência de horizontes do tipo A, B, C, cuja espessura não excede a 200 cm, com
pronunciada diferenciação entre o A e o B.
Devido à baixa atividade e proporção de argilas, associados aos relevos com altas
declividades, os PVA são solos com maior susceptibilidade à erosão. Os mais suscetíveis aos
processos erosivos são aqueles de caráter abrupto e os que ocorrem em relevos movimentados
(SHINZATO et al., 2008).
No mosaico de solos apontado para a área, também ocorre o Latossolo Vermelho-
Amarelo, o Cambissolo Háplico e o Neossolo Litólico.
Já os Latossolos compreendem solos profundos e muito profundos (<3,0 m), com
horizonte B latossólico (Bw). São solos em avançado estágio de intemperização, muito
evoluídos, como resultado de enérgicas transformações no material constitutivo. O incremento
de argila do horizonte A para o B é inexpressivo, com relação textural (B/A) insuficiente para
caracterizar o horizonte B textural (SHINZATO et al., 2008).
Tendem a apresentar estrutura granular, ou quando em blocos, de fraco grau de
desenvolvimento e elevadas porosidade e permeabilidade interna, com drenagem excessiva ou
muito rápida, garantindo maior resistência aos processos erosivos em relação às outras classes
de solo (SHINZATO et al., 2008).
São bem drenados; ácidos; possuem cores vermelho-amareladas, de baixa fertilidade
natural, ocorrendo em praticamente todo o território nacional (SHINZATO et al., 2008).
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Segundo VIEIRA (1975), são solos de perfil profundo, fertilidade natural baixa e saturação de
bases baixas.
O Cambissolo é uma unidade constituída por solos com horizonte B incipiente, não
hidromórficos, apresentando certo grau de desenvolvimento, porém não suficiente para
decompor totalmente os minerais primários de fácil intemperização (VIEIRA, 1975).
Compreendem solos pouco desenvolvidos e que apresentam grande variação em sua
espessura, ocorrendo desde rasos (<50 cm) a profundos (<2,00 m). Apresentam horizonte A,
de qualquer tipo, sobreposto a horizonte B incipiente (Bi), de características variáveis. Muitas
vezes são cascalhentos, pedregosos e rochosos (SHINZATO et al., 2008).
Os Cambissolos estão relacionados a áreas mais movimentadas, preferencialmente
regiões serranas. Devido à variação de atributos, torna-se difícil definir um padrão de
comportamento para esses solos. Por apresentarem pequeno desenvolvimento e teores de silte
em geral mais altos que em outros solos, com relação silte/argila elevada, são mais suscetíveis
aos processos erosivos (SHINZATO et al., 2008).
Assim, a classe comporta desde solos fortemente até imperfeitamente drenados, de
rasos a profundos, de cor bruna ou bruno amarelada até vermelha escura, e de alta a baixa
saturação por bases e atividade química da fração coloidal (EMBRAPA, 2006).
O Neossolo é uma unidade constituída por solos onde o horizonte A repousa
diretamente sobre a rocha R, com perfil pouco evoluído, bastante raso, de textura e fertilidade
variáveis, dependendo da rocha matriz. São encontrados em áreas de relevo ondulado a
escarpado, sob vegetação arbustiva e de floresta (VIEIRA, 1975). Compreendem solos pouco
desenvolvidos, sem apresentar qualquer tipo de horizonte B (SHINZATO et al., 2008).
Estes solos são constituídos por material mineral, ou por material orgânico pouco
espesso, que não apresentam alterações expressivas em relação ao material originário devido à
baixa intensidade de atuação dos processos pedogenéticos, seja em razão de características
inerentes ao próprio material de origem, como maior resistência ao intemperismo ou
composição química, ou dos demais fatores de formação (clima, relevo ou tempo), que podem
impedir ou limitar a evolução dos solos (EMBRAPA, 2006).
Ocorrem de forma pontual e localizada na região. Segundo SHINZATO et al. (2008), a
maior limitação desses solos é a pequena profundidade efetiva, que limita o desenvolvimento
radicular das plantas e culturas, reduzindo a capacidade de “sustentação” delas, tanto mais
expressiva quanto mais próximo a rocha estiver da superfície.
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Essas características conferem a esses solos pouca capacidade de sustentabilidade da
vegetação. A condição de desmatamento ou de pouca cobertura vegetal, quando aliada às
precipitações concentradas, facilita a formação de erosões laminares e em sulcos nesses solos
(SHINZATO et al., 2008).
6. CLIMA
PEREIRA (2007) analisando os volumes de chuva na bacia do rio Cachoeira, define
que as informações mensais permitiram identificar a sazonalidade do regime de chuvas na
área de estudo. Observando os valores das máximas, médias e mínimas para cada mês nota-se
que os meses de maior ocorrência de chuvas são janeiro, dezembro e fevereiro.
Ainda segundo PEREIRA (2007), em suma:
“As áreas com os maiores valores de ocorrência de eventos de chuva
na bacia do Cachoeira localizam-se nas altitudes de 1.220 a 1.984
metros, demonstrando a influência do relevo no regime de chuvas
mensal das bacias”.
De acordo com NIMER (1989), o paralelismo das escarpas do Mar e da Mantiqueira,
opondo-se frontalmente à direção dos ventos das correntes de circulação atmosférica
perturbada, representada, sobretudo, pelas descontinuidades polares, exerce sensível
influência sobre as precipitações pluviométricas, que crescem na proporção direta da altitude.
Os níveis mais elevados da Mantiqueira recebem em média entre 2000 e 2500 mm de chuva
durante o ano.
Num detalhado estudo climatológico no município, DA SILVA (2012a) comprova a
forte influência topográfica no clima da região, com variações bastante relevantes,
modificando inclusive os tipos e subtipos climáticos de cada área. Na análise realizada, o
autor conclui que nas maiores altitudes ocorrem os maiores volumes de chuva anuais, bem
como na sazonalidade das chuvas. Também se observa uma relação semelhante no aspecto
temperatura do ar, compartilhado pelos dados pesquisados em Mapas Históricos e na
bibliografia especializada.
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Em relação à circulação atmosférica regional, nota-se a forte influência da Frente Polar
no controle climático da região, trazendo o fluxo das três grandes correntes antagônicas, ou
seja, a tropical atlântica, a tropical continental e a polar atlântica (DA SILVA, 2012a).
Segundo o CBH-PCJ (2007), em toda a região das bacias hidrográficas dos Rios
Piracicaba, Capivari e Jundiaí (na qual Joanópolis está inclusa), predominam os ventos do sul.
DA SILVA (2011a) descreve que o fenômeno de geada é comum no município,
principalmente nas áreas mais altas da Serra da Mantiqueira e nas baixadas margeadas pelos
cursos d’água.
NIMER (1971) afirma que vastas extensões de Minas Gerais e São Paulo registram
ocorrências de geadas, após a passagem de frentes polares (...), sendo que as temperaturas
mais baixas são registradas nas áreas mais elevadas.
Outro atributo observado na área é a frequente presença de nevoeiros e de cobertura de
nuvens nas áreas altas, expondo as áreas mais altas a um menor tempo de insolação,
comparado com as áreas baixas do município. A topografia também influencia o volume de
chuvas tanto pela ascendência orográfica da Serra da Mantiqueira quanto pela turbulência do
ar provocada pelo relevo (DA SILVA, 2011b).
Em relação aos dados de chuva, no entorno da Cachoeira dos Pretos são encontrados
dois postos pluviométricos, listados a seguir:
- Prefixo D3-019, Posto Fazenda Bonfim, Altitude 1.150 m, Latitude 22º 58’ e
Longitude 46º 06’, Bacia do rio Cachoeira, Órgão DAEE;
- Código P4, Posto Fazenda Retiro, Altitude 1.180 m., Latitude 22.5627º e Longitude
46.0716º, Bacia do rio Cachoeira; Órgão SABESP.
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13
296,0
258,7262,2
121,194,8
60,3 51,2 62,2
108,2
156,1
177,4
280,6
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Vo
lum
e (m
m)
Mês
Volume de Chuva Mensal - Posto D3-019 - 1.150 m. -Joanópolis/SP - Período analisado: 1942 - 1993
FIGURA 5 – Volume de Chuva Mensal do Posto D3-019 – Altitude 1.150 m, município de
Joanópolis/SP.
QUADRO 1 – Informações Posto D3-019 – 1.150 m.
Precipitação Média Anual: 1.928,7 mm
Maior Volume de Chuva Mensal: 695,8 (Março/1991)
Maior Chuva Diária: 122,1 mm
(02 de Março de 1995)
Ano mais chuvoso: 1982 (2.715,6 mm)
Ano menos chuvoso: 1954 (1.224,1 mm)
Período de Retorno para chuva diária
de 100 mm: 6,5 anos
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14
330,1
266,5 260,4
127,2
90,5
61,3 56,1 50,6
115,0
168,2
216,9
276,5
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Vo
lum
e (m
m)
Mês
Volume de Chuva Mensal - Posto P4 SABESP - 1.180 m. - Joanópolis - Período analisado: 1970 - 2007
FIGURA 6 – Volume de Chuva Mensal do Posto P4 – SABESP – Altitude 1.180 m,
município de Joanópolis.
QUADRO 2 – Informações Posto P4 - SABESP – 1.180 m.
Precipitação Média Anual: 2.019,2 mm
Maior Volume de Chuva Mensal: 591,0 mm (Janeiro/1985)
Maior Chuva Diária: 126,0 mm
(22 de Fevereiro de 1988)
Ano mais chuvoso: 1983 (3.003,0 mm)
Ano menos chuvoso: 2001 (1.551,0 mm)
Período de Retorno para chuva diária
de 100 mm: 6,2 anos
Com relação aos dados de temperatura do ar, o posto meteorológico mais adequado
para a área é o Bairro do Pico, que está localizado numa das cabeceiras do rio Jacareí, nas
nascentes do córrego do Pico. O posto meteorológico apresenta características topoclimáticas
importantes, estando numa área de transição entre as baixas altitudes da área urbana e
altitudes mais elevadas da região de nascentes dos cursos d’água, caracterizado por um morro
granítico, de relevo mais acidentado.
Ressalta-se que este posto e o registro dos dados é fruto de um esforço diário do Sr.
Susumu Yamaguchi e de sua família, moradores do Bairro do Pico, próximo à área urbana do
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município de Joanópolis, apresentando quase 17 anos contínuos de acompanhamento e
registro do tempo no local, com dados de temperatura do ar e volume de chuva.
Segue abaixo a identificação do posto:
- Posto Bairro do Pico, Altitude 1.133 m, Latitude 22º 57’ e Longitude 46º 17’, córrego
do Pico - Bacia do rio Jacareí.
A temperatura média anual (parcial – aprox. 17 anos) do Bairro do Pico é 19,8ºC. Os
dados apontam que o posto está numa área de transição climática, no tipo climático Cwb –
Clima de algumas áreas serranas, com chuvas no verão e seca no inverno, com o verão mais
ameno e temperatura média do mês mais quente inferior a 22ºC.
21,622,0
21,5
20,2
17,5 17,4 17,3
18,6
19,4
20,4 20,6
21,5
17,0
18,0
19,0
20,0
21,0
22,0
23,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Tem
p. M
éd
ia (°C
)
Mês
Temperatura Média Mensal - Bairro do Pico - Joanópolis/SPPeríodo Analisado: 07/1996 a 12/2012
FIGURA 7 – Temperatura Média Mensal – Bairro do Pico – Joanópolis/SP, conforme dados
obtidos junto ao Sr. Susumu Yamaguchi.
QUADRO 3 – Informações Posto Bairro do Pico – Sr. Susumu Yamaguchi.
Temperatura Máxima Absoluta Diária: 34,0ºC (Setembro/1997)
Temperatura Mínima Absoluta Diária: 1,0ºC (Julho/2000)
Ano com maior temperatura média anual: 2002 (20,7ºC)
Ano com menor temperatura média anual: 2008 (19,3ºC)
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7. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
A região bragantina está localizada no um terço do território paulista situado a leste,
constituído por granitos e rochas metamórficas (migmatitos, gnaisses e xistos) que constituem
o Embasamento Pré-cambriano. São rochas marcadas por fortes deformações tectônicas que
ocorreram ao longo do vasto período geológico denominado Pré-cambriano, produzindo
dobras e falhas, com deslocamentos de blocos, refletidos no atual relevo montanhoso
(ROCHA, 2005).
Na região ocorre o Aquífero Cristalino, que é fraturado ou fissural. Segundo
FERNANDES et al. (2005), os aquíferos fraturados apresentam porosidade e permeabilidade
secundárias, desenvolvidas após a consolidação (cristalização) da rocha. Para IRITANI &
EZAKI (2008), quanto maior a quantidade de fraturas na rocha, interligadas e preenchidas
com água, maior será a potencialidade do aquífero em fornecer água.
O Aquífero Cristalino tem extensão regional, sendo que, os poços que exploram este
tipo de aquífero na região atingem 100 a 200 metros de profundidade. Na região bragantina, a
Unidade é a Pré-cambriana, com produtividade baixa e bastante variável, sendo que a vazão
média dos poços perfurados na região varia de 1 a 6 mil litros por hora. A capacidade
específica mediana varia de 0,01 a 0,14 mil litros por hora por metro. No geral, a água
apresenta boa qualidade para consumo humano e usos em geral.
A área de recarga do Aquífero Cristalino, Unidade Pré-cambriana, corresponde ao
afloramento da formação geológica. Quanto à variação da produtividade dos poços, esta tem
relação com alguns fatores como: Tipos de rocha, espessura de manto inconsolidado (solo),
fraturas e blocos geológicos. Para ALMEIDA & HASUI (1984), os falhamentos constituem as
feições mais espetaculares da região enfocada, tendo se desenvolvido por quase toda a parte.
O Aquífero Cristalino, Unidade Pré-cambriana, é um importante aquífero regional,
fonte de abastecimento de várias comunidades e/ou como manancial suplementar ao
abastecimento público de diversas cidades. Sendo assim, é importante que o uso e ocupação
do solo sejam ordenados, de forma a proteger as áreas de recarga deste aquífero, além de
evitar a poluição e contaminação de suas águas.
Observa-se que a Cachoeira dos Pretos é uma das áreas de recarga do Aquífero
Cristalino, Unidade Pré-cambriana, por constituir um afloramento da formação geológica
local.
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8. BACIA HIDROGRÁFICA
A Cachoeira dos Pretos está localizada nas cabeceiras de drenagem da bacia
hidrográfica do rio Cachoeira, afluente formador do rio Atibaia e principal tributário do
reservatório Cachoeira, do Sistema Cantareira de Abastecimento Público da Região
Metropolitana de São Paulo.
O reservatório Cachoeira está localizado no município de Piracaia/SP, recebe a
contribuição da vazão natural do rio Cachoeira e a vazão proveniente do reservatório
Jaguari/Jacareí. Está ligado ao reservatório Atibainha pelo túnel 6, com 4.700 metros, e por
um canal de aproximadamente 1.200 metros.
A jusante do reservatório há a liberação de água para o rio Cachoeira, que atravessa o
município de Piracaia (onde suas águas são utilizadas para abastecimento da população);
seguindo até a divisa de Atibaia com Bom Jesus dos Perdões, onde há a confluência dos rios
Cachoeira e Atibainha, formando o rio Atibaia. O rio Atibaia, por sua vez, na confluência com
o rio Jaguari (próximo ao município de Americana/SP), dá origem ao rio Piracicaba, sendo
este último afluente do rio Tietê, na região de Barra Bonita/SP.
Próximo à divisa com o município de Piracaia, perto do emboque do rio Cachoeira no
reservatório de mesmo nome, existe um Posto Hidrológico (medição de vazão) mantido pela
SABESP:
- Código F24, Posto Conrado, Altitude 867 m., Latitude 22.5937º e Longitude
46.1422º, Área de Drenagem 291,0 km² (quilômetros quadrados), rio Cachoeira, Órgão
SABESP.
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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Vazão
(m
³/s)
Mês
Vazão do Rio Cachoeira - Conrado - Joanópolis/SP - F24 - 867 m.Período Analisado: 01/1983 - 03/2008
Vazão Média Mensal
Vazão Média Anual
FIGURA 8 – Vazão Média Mensal – rio Cachoeira – Área de Drenagem 292 km² -
Joanópolis/SP.
QUADRO 4 – Informações Posto F24 – rio Cachoeira - SABESP – 867 m.
Vazão Média Anual: 6,09 m³/s
Maior Vazão Média Anual: 11,96 m³/s (ano de 1983)
Menor Vazão Média Anual: 3,94 m³/s (ano de 2001)
Maior Vazão Diária: 67,27 m³/s (25/05/2005)
Menor Vazão Diária: 1,70 m³/s (07/10/2003)
m³/s – metro cúbico por segundo (mil litros por segundo)
Entre a recuperação das chuvas (volumes acima da média) e a elevação da vazão
média mensal dos cursos d’água da região (acima da média anual), o tempo de resposta das
bacias hidrográficas da região é, em torno, de 2 meses (DA SILVA, 2012b).
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9. VEGETAÇÃO E BIODIVERSIDADE LOCAL
A Serra da Mantiqueira apresenta diversidade genética e específica considerável,
possivelmente por estar, em muitas porções, posicionada em áreas de transição entre
diferentes formações e também por apresentar regiões, conforme designado por VELOSO et
al. (1991), de refúgios vegetacionais (Campos de Altitude e Campos Rupestres), ambas com
elevado índice de endemismo (LIMA, 2008). A região bragantina do estado de São Paulo é
englobada pelo Bioma Mata Atlântica, de Domínio da Floresta Ombrófila Densa, Floresta
Estacional Semidecidual, além de paisagens de exceção, como a Mata de Araucária, os
campos cerrados e campos de altitude.
Sobre a vegetação que existia na área, um dos poucos documentos históricos sobre o
tema é encontrado em MARTINS & LAURITO (1943), que citam a viagem dos naturalistas
alemães Von Spix e Von Martius à capitania de São Paulo em 1817 e que chegaram ao Morro
do Lopo, região noroeste e às margens do local da atual Represa Jaguari/Jacareí. Do relato
podemos inferir que, adicionalmente a outros tipos de vegetação, a região do entorno da atual
represa, pertencia ao domínio da Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária). Tal
afirmação é apoiada pela ocorrência atual de vários fragmentos de floresta de araucárias nesta
e em outras áreas montanhosas da região bragantina, em altitudes superiores a 900 metros de
elevação (SAAD et al., 2008).
YAMAMOTO (2009) confirma que a vegetação da Serra do Lopo também poderia ser
classificada como Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana, também chamada Mata de
Araucária, devido à presença de Araucaria angustifolia.
Ainda segundo a autora, apesar de não haver populações representativas de Araucária
na Serra do Lopo, atualmente, alguns pouquíssimos indivíduos ainda são encontrados no meio
da vegetação, principalmente indivíduos jovens. Em conversas com moradores antigos do
local, ouvimos a descrição da existência de uma floresta bem desenvolvida de Araucárias,
exterminada pela extração maciça da madeira (YAMAMOTO, 2009).
De acordo com SAAD et al. (2008), nos fragmentos florestais da região são
encontradas as seguintes espécies: Araucaria augustifolia, Vochysia tucanorum (Pau-de-
tucano), Alchornea triplinervia (Pau-óleo, Tanheiro), Joannesia princeps (Andá-assu, Fruta-
de-cutia ou Cutieira), Cariniana estrellensis (Jequitibá), Galesia integrifolia (Pau-d’alho),
Cedrella fissilis (Cedro-brasileiro), canelas dos gêneros Ocotea, Nectandra, além de vários
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membros das famílias Myrtaceae (por exemplo Miconia), Melastomataceae, e fetos
arborescentes dos gênero Cyathea, Alsophila e Dicksonia (Xaxim). Nas áreas elevadas da
floresta destacam-se várias bromeliáceas dos gêneros Vriesia, Aechmea, Nidularium,
Alcantarea imperialis e o conhecido “bambuzinho de altitude”, Chusquea mimosa, da família
Poaceae, além de arbustos da família Ericaceae.
No interior das florestas da região, o solo é de fertilidade média a baixa, que se
mantém pela decomposição acelerada de matéria orgânica (devido a fatores climáticos como a
temperatura e umidade, além da intensa atividade microbiológica) proveniente dos restos
vegetais (serrapilheira) que caem no solo (processo de ciclagem de nutrientes).
Também são detectadas diversas espécies vegetais com frutificação (situação que cria
condições para alimentação e sobrevivência de espécies da fauna) como o Jaracatiá,
Abacateiro do Mato, Uvaia, Embaúba, Jaboticaba, Palmeiras, Araucária e Jatobá. O sub-
bosque é composto por árvores menores, como a Pariparoba e o Jaborandi, e abriga numerosas
epífitas, gravatás, bromélias, orquídeas, briófitas, pteridófitas (samambaias e avencas),
begônias e lírios de várias espécies.
O relevo montanhoso produz condições de altitude e de clima responsáveis por uma
grande biodiversidade e importante banco genético. Um exemplo é que nas áreas de floresta
densa há a ocorrência de felinos, como a Onça-suçuarana ou parda (Puma concolor); sendo
que a presença da espécie foi comprovada através de trabalhos de campo em fragmentos
florestais da sub-bacia hidrográfica do rio Jacareí, em Joanópolis/SP, com registro de pegadas
e rastros.
A fauna da Serra da Mantiqueira é muito rica em espécies endêmicas, muitas delas em
risco ou ameaçadas de extinção. Algumas espécies da fauna identificadas na área são:
- Mamíferos: Morcegos, bugio, esquilo, ouriço-caixeira, lobo-guará, entre outros;
- Aves: Pombas, gaviões, corujas, beija-flores, tucanos, canários, pica-paus, papagaios,
gralhas azuis, garças, entre outros;
- Répteis: Sapos, pererecas, guarus, girinos, lagartos, cobras (jiboias, jararacas, corais-
falsas e verdadeiras);
- Insetos: Alto índice de borboletas e grande diversidade de besouros, formigas,
aracnídeos, libélulas, grilos e outros.
Entre as formações ímpares na paisagem da Mantiqueira estão os campos de altitude.
FREITAS (2002) expõe que os campos de altitude são formados por espécies de ervas e
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arbustos de diversas famílias e também por arvoretas, as quais se encontram distribuídas em
estratos contínuos de gramíneas e ciperáceas. Esta vegetação apresenta características muito
peculiares, tais como flora rica, numerosos casos de endemismo, muitas espécies com
populações pequenas, conexões biogeográficas com habitats sub (alpinos) dos Andes e
condições climáticas adversas para uma área tropical.
Estão inseridos na complexidade do Bioma Mata Atlântica e ocorrem nas porções mais
elevadas da Serra do Mar, nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro,
e da Serra da Mantiqueira (SAFFORD, 1999). Estas paisagens ocorrem nas partes mais
elevadas dos três principais sistemas orográficos desta região: Cadeia do Espinhaço, Serra da
Mantiqueira e Serra do Mar, sendo reconhecidos como importantes centros de endemismo da
flora neotropical (VASCONCELOS, 2011).
DE OLIVEIRA (2012) relatando os campos de altitude da Montanha do Leitesol,
Bragança Paulista/SP, aponta como plantas endêmicas o Amarylis ou Açucena (gênero
Hippeastrum, família Amaryllidaceae), bromélias do gênero Tillandsia (nos paredões
rochosos existentes), além das Bromélias Antiacantha e Dyckia. YAMAMOTO (2009)
estudando a Serra do Lopo, entre os municípios de Joanópolis/SP, Vargem/SP e Extrema/MG,
destaca a ocorrência de vários afloramentos rochosos, que ocorrem entremeando a vegetação
circundante, e de campos de altitude, além da formação florestal.
YAMAMOTO (2009) também lista as espécies herbáceas, arbustivas, arbóreas
(menores que 3 metros – espécies típicas dos campos de altitude) e trepadeiras ocorrentes na
Serra do Lopo e imediações, com a identificação de 535 espécies distribuídas em 68 famílias.
Analisando a listagem, observa-se a predominância de espécies da família Asteraceae
– 91 espécies (17,0%), seguido de Poaceae – 47 espécies (8,8%), Orchidaceae – 40 espécies
(7,5%) e Solanaceae – 28 espécies (5,2%). Outras famílias com espécies frequentes são:
Rubiaceae (4,3%), Fabaceae (4,1%), Cyperaceae (3,6%) e Melastomataceae (3,2%).
Outra paisagem de ocorrência regional que tem chamado atenção dos pesquisadores
são os fragmentos de campos cerrados, entremeados à vegetação predominantemente florestal
da área.
SAAD et al. (2008) relatam que, embora o Projeto RADAMBRASIL (1983) não
evidencie vegetação de cerrado na região, a presença desse tipo de vegetação é sugerida pela
leitura de jornais bragantinos do final do século, como, por exemplo, a coleção do jornal
Cidade de Bragança, fundado em 1895. Segundo essas fontes, nomes de regiões como
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“Campo Novo” e “Campo de Penha”, possivelmente indicam a presença de pequenas ilhas de
cerrados, inseridas dentro do contexto florestal da região. Até os dias atuais, algumas
pequenas ilhas de cerrados, com o predomínio do barbatimão (Stryphnodendron sp.) com
poucas espécies típicas dessa formação, ainda podem ser encontrados na área de estudo tais
como as ilhas de cerrado do município de Bragança Paulista.
BARLETTA (2011a) e (2011b) também cita a ocorrência de cerrados no Bairro da
Penha - Bragança Paulista, bem como no município de Pedra Bela/SP. BUENO et al. (2007)
concluem que, a partir da existência de vários fragmentos modernos de cerrado, que este tipo
de vegetação já foi mais abundante no passado, no município de Bragança Paulista.
Descrevendo o antigo trajeto Bragança Paulista – Joanópolis, como se fosse realizado
em 1920, BARLETTA (2000) expõe:
“Seguindo a viagem, logo passamos pela igreja de São Sebastião da
Água Comprida e, já adiante, encontramos o Bairro da Serrinha,
onde lentamente nosso trole vai vencendo a escalada mais íngreme
do trajeto até chegarmos ao ponto mais elevado, de onde avistamos
um cenário de rara beleza, a maior reserva de cerrados da região
bragantina, os famosos Campos do Jacareí. Aí podemos encontrar
exemplares de vegetais como barbatimão, barba-de-bode, sassafrás e
muitos outros. Nessa verdadeira savana, muitas codornas alçam vôo
fazendo barulho ensurdecedor.”
Para BARLETTA (2000), essa região oferecia muitos contrastes: as planícies que
margeavam o rio eram férteis e, em suas ondulações, formavam uma pobre vegetação de
cerrado que recebia a denominação de Campos do Jacareí, constituído, basicamente, de barba-
de-bode, pequenos arbustos de barbatimão, sassafrás, lembrando muito as savanas africanas.
Já as montanhas possuíam encostas com matas nativas da Mantiqueira, as quais, até hoje,
continuam intactas fazendo contraponto com os azuis das águas da represa da SABESP.
Os campos cerrados estão presentes de forma esparsa na paisagem, relacionados com
as características de solo do local. CRESTANA et al. (2006) aponta que o processo de
regeneração vegetal do cerrado é muito mais rápido e diferente da sucessão que ocorre nas
matas, onde acontece a sequência sucessional: Pioneiras, secundárias e as clímax.
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Na recomposição natural das diferentes fisionomias do cerrado, o que determina o seu
ponto máximo da evolução é a fertilidade do solo: Há um clímax edáfico que limita o seu
estágio final, ou seja, o seu clímax vegetativo. As áreas de campo limpo e campo sujo, após
sofrerem alguma alteração antrópica poderão voltar a ter a sua fisionomia original, mas não
evoluir para o cerrado ou cerradão (CRESTANA et al., 2006).
Nos campos cerrados estudados no município de Joanópolis foram identificadas as
seguintes espécies vegetais: Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa, Família
Leguminosae, Subfamília Fabaceae); Ipê-amarelo-do-cerrado (Tabebuia sp., Família
Bignoniaceae); Assá-peixe (Vernonia polyanthes, Família Asteraceae); Língua-de-vaca
(Chaptalia nutans, Família Asteraceae); Lobeira (Solanum lycocarpum, Família
Solanaceae); Joá-bravo (Solanum aculeatissimum, Família Solanaceae); Barbatimão
(Stryphnodendron sp., Família Leguminosae, Subfamília Fabaceae); Capim-rabo-de-burro
(Andropogon sp., Família Poaceae); Capim-barba-de-bode (Aristida sp., Família Poaceae);
Jacarandá-bico-de-pato (Machaerium nyctitans, Família Leguminosae, Subfamília
Fabaceae); Carqueja (Baccharis trimera, Família Asteraceae); Lantana (Lantana sp., Família
Verbenaceae); Orelha-de-onça (Tibouchina glandiflora, Família Melastomataceae); Língua-
de-tucano (Eryngium sp., Família Apiaceae); entre outros.
No entanto, estas paisagens ímpares (ou de exceção) constituem formações que
tradicionalmente foram utilizadas pelas populações humanas, sem, contudo associar-se os
riscos inerentes. Os nichos ecológicos estabelecidos nestas áreas são únicos. Porém,
culturalmente não são vistos como detentores de biodiversidade e não se considera a
importância destes ambientes como fragmentos de ambientes naturais, muitas vezes, sendo
consideradas paisagens exóticas e invasoras, em meio ao ambiente predominantemente
florestal da região.
9.1. ALTERAÇÃO ANTRÓPICA DA PAISAGEM
A região bragantina do estado de São Paulo constitui uma área de alta importância
biológica e ambiental, estabelecida no corredor Cantareira-Mantiqueira, além de estar
localizada no Sistema Cantareira, o maior manancial de abastecimento público da Grande São
Paulo. Os processos de ocupação antrópica e fragmentação florestal ocasionaram impactos e
perda de biodiversidade, sendo necessárias ações para a reversão do quadro, bem como o
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estabelecimento de programas alternativos pela conservação e recuperação da biodiversidade
(DA SILVA, 2010).
Observa-se uma crescente ocupação do solo na região, em decorrência do
parcelamento de diversas propriedades, com a criação de chácaras para atividade de lazer.
Pela proximidade de grandes cidades como São Paulo e Campinas, tem sido foco de turismo.
Esse crescimento vem trazendo sérios impactos e afetando uma área de grande importância de
conservação ambiental, devido à existência de uma densa rede hídrica, com presença de
inúmeros córregos e nascentes de águas e importantes remanescentes florestais. É essencial
não só preservar como também estudar áreas nessas condições (YAMAMOTO, 2009).
A área sofreu mudanças significativas, por intervenção antrópica, desde a sua
ocupação (desmatamento para a lavoura cafeeira, ocorrida principalmente no século XIX) até
épocas mais recentes, devido à construção do reservatório Jaguari-Jacareí, o investimento no
turismo de fim-de-semana e intervenções viárias. Apesar de não se tratar de uma área
densamente povoada, a ocupação e o uso da terra que ocorrem na região vêm causando
mudanças significativas nos sistemas naturais do local, tais como a ampliação dos processos
erosivos (SOARES, 2008). Registra-se que o desmatamento intenso ocorreu no século XIX
para abrigar as plantações de café, posteriormente, devido à crise cafeeira de meados do
século XX, a atividade desenvolvida foi a pastagem, uma vez que as altas declividades não
permitiam a agricultura mecanizada (SAAD et al., 2008).
10. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC) DA ÁREA
O município de Joanópolis é totalmente englobado por duas Unidades de Conservação
de Uso Sustentável, a APA (Área de Proteção Ambiental) do Rio Piracicaba e Juqueri-Mirim
(Área II) e a APA do Sistema Cantareira, sendo que há sobreposição de uma área sobre a
outra; além da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo.
A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem estar das populações humanas, e tem como
objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. A APA é constituída por terras
públicas e privadas.
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Nestas áreas, respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e
restrições para a utilização de uma propriedade privada. As condições para a realização de
pesquisa científica e visitação pública são estabelecidas pelo órgão gestor da unidade (quando
este existe).
A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão
responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de
organizações da sociedade civil e da população residente.
As unidades de conservação, devendo cumprir importantes funções ecológicas,
científicas, econômicas, sociais e políticas, devem ter suas administrações e manejos
fundamentados em princípios de Planejamento atualizado e, portanto, dinâmicos.
O desenvolvimento do processo produtivo em áreas silvestres requer a aplicação de
fatores de produção, sendo que ele deve ser manipulado no sentindo de atingir os objetivos
das categorias de manejo, como proteger a vida silvestre, os recursos hídricos e a paisagem;
propiciar a pesquisa científica; promover a recreação e educação ambiental.
O Plano de Manejo é o documento onde são pré-determinadas as atividades para o
alcance dos objetivos. Através do Colegiado Gestor e do Plano de Manejo, com o auxílio do
Zoneamento Ambiental-Econômico, é que realmente a APA passa a ser regulamentada e a
funcionar, realmente, como uma Unidade de Conservação, cumprindo os objetivos
determinados em Lei.
As duas APA que abrangem o município de Joanópolis estão descritas abaixo:
APA DO SISTEMA CANTAREIRA
Criação: 1998
Legislação: Lei Estadual nº 10.111/98
Domínio: Público
Situação Fundiária: 100% Demarcada
Bioma: Mata Atlântica
Finalidade: Zoneamento Ambiental, Normalização, Uso e Ocupação
do solo, proteção e preservação dos recursos hídricos
Situação: Regulamentada, com colegiado gestor e sem Plano de
Manejo aprovado
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APA DO PIRACICABA – JUQUERI-MIRIM (ÁREA II)
Criação: 1991
Legislação: Decreto Estadual nº 26.882/87; Lei Estadual nº 7.438/91
Domínio: Público
Situação Fundiária: 100% Demarcada
Bioma: Mata Atlântica
Finalidade: Zoneamento Ambiental, Normalização, Uso e Ocupação
do solo, proteção e preservação dos recursos hídricos
Situação: Regulamentada, com colegiado gestor e sem Plano de
Manejo aprovado
A Reserva da Biosfera é um mecanismo criado pela UNESCO para abrigar um
conjunto de áreas do mundo de relevante valor ambiental para a humanidade. A sua criação é
um forte compromisso do governo local perante seus cidadãos e toda a comunidade
internacional que realizará todos os esforços possíveis e atos de gestão para preservar o
ecossistema e os recursos naturais, além de estimular o desenvolvimento sustentável.
Segundo os preceitos do Programa MaB (Man and Biosphere – O Homem e a
Biosfera) da UNESCO, o zoneamento das Reservas da Biofera preconiza 3 categorias para o
planejamento do uso e ocupação do solo, e exploração dos recursos ambientais:
- Zonas Núcleo;
- Zonas Tampão – zoneamento em que o município de Joanópolis está incluso;
- Zonas de Transição.
A data de criação da Reserva foi 09 de Junho de 1994.
No geral, as áreas protegidas (Reservas Particular do Patrimônio Natural (RPPNs) e
Áreas de Proteção Ambiental (APAs) que abrangem o território municipal ainda são pouco
estudadas e com poucas informações catalogadas.
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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Cachoeira dos Pretos é o principal ponto turístico do município de Joanópolis e uma
das principais áreas de interesse turístico da região bragantina do estado de São Paulo. O
turismo no local deve buscar a sustentabilidade como seu grande diferencial, conservando os
recursos naturais, além de gerar emprego e renda com atividades de valor agregado.
Este trabalho cumpriu com o objetivo proposto, que foi caracterizar ambientalmente a
Cachoeira dos Pretos e seu entorno, gerando importantes informações e subsídios técnicos.
Também é importante a realização de um estudo especializado da capacidade de
lotação do ponto turístico, de forma que a atividade turística não ocasione superlotação e a
possível degradação ambiental do local.
Citam-se como importantes ferramentas de ordenamento turístico da área: o
planejamento, o controle, a participação popular e a efetiva fiscalização do poder público.
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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1974.
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