ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB
Bahia
aNo XXII Nº 236 mar/aBr/2015
Bahia ganhaFáBrica Modelo
SENAI e McKinsey inauguram primeiraunidade do equipamento da América Latina
ediTorial
Ganho rápido de produtividadeOs problemas da indústria nacional e os gargalos
que afetam seu desempenho são velhos conhecidos.
Alguns são de difícil solução, pois dependem dos
agentes públicos. É o caso dos gargalos logísticos,
nos quais se incluem a precariedade dos modais de
transporte e infraestrutura e a alta carga tributária.
Outros podem ser atacados a partir do aperfeiçoa-
mento dos processos produtivos, com a adoção de
técnicas mais modernas e a capacitação de gestores
e do pessoal de fábrica.
Foi por este caminho que o SENAI optou ao acei-
tar o convite da consultoria internacional McKinsey
& Company para implantar no Brasil a primeira Fá-
brica Modelo da América Latina. A unidade foi inau-
gurada no dia 24 de abril, passando a oferecer às
empresas brasileiras um método reconhecido mun-
dialmente na obtenção de ganhos de produtividade e
competitividade. Trata-se do lean manufacturing, ou
manufatura enxuta, modelo que surgiu no Japão do
pós-guerra, na fábrica da Toyota, se disseminou pelo
mundo, evoluiu e agora está disponível também para
as empresas nacionais.
A McKinsey & Company já implantou a Fábrica
Modelo em vários países, mas a escolha do SENAI Ci-
matec como parceiro desta iniciativa na América La-
tina diz muito sobre o reconhecimento da unidade do
SENAI Bahia no cenário nacional e internacional. A
unidade, que recebeu investimentos de R$ 4 milhões,
permite recriar o ambiente de produção de uma in-
dústria e aprimorar processos e modelos de gestão.
A meta é transformar o processo produtivo de até
75 indústrias por ano, sendo que a McKinsey ficará
responsável pelo atendimento às grandes indústrias,
enquanto o SENAI Cimatec terá como público-alvo
as micro, pequenas e médias empresas industriais
baianas.
Com a Fábrica Modelo, que permite ganhos de pro-
dutividade entre 20% e 80%, a expectativa é trans-
formar a indústria baiana, a partir da adoção de um
programa constante de melhorias e aperfeiçoamen-
to produtivo. Outro resultado é o efeito na cultura
organizacional, gerando importantes transforma-
A Fábrica Modelo permite ganhos de produtividade entre 20% e 80% com a adoção de um programa constante de melhorias e aperfeiçoamento produtivo
Leone Peter, diretor-
geral do SENAI Bahia
discursa na inauguração
da Fábrica Modelo
MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb
ções no ambiente produtivo.
Após um breve teste da meto-
dologia, realizado ao longo de um
mês, com duas empresas do inte-
rior do estado dos ramos de vestu-
ário e alimentos, a Fábrica Modelo
está atualmente em fase de mon-
tagem da primeira turma com oito
empresas. A aplicação da metodo-
logia se dará no período padrão
de seis meses. Para viabilizar a
iniciativa, o SENAI Bahia conta
com um importante parceiro, que
garante 80% do financiamento,
deixando para a empresa 20% dos
custos como contrapartida finan-
ceira. Com mais esta iniciativa, o
SENAI dá um importante passo vi-
sando o fortalecimento da indús-
tria baiana e nacional.
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e
tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS
e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBi-
daS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira
Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo, milho,
mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de minera-
ção de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS,
detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS
de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto.
antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected]
/ Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Produ-
toS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS
do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica
e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de tele-
comunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material
elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFa-
toS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS
de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato
da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da
conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria
do eStado da Bahia, [email protected]
Filiada à
Bahia
fiEBPRESIDENTE Antonio ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-
-PRESIDENTE carlos henrique Jorge gantois. VICE-
-PRESIDENTES Josair santos bastos; Mário Augusto
rocha pithon; edison Virginio nogueira correia;
Alexi pelagio gonçalves portela Junior. DIRETORES
TITULARES eduardo catharino gordilho; Alberto
cánovas ruiz; eduardo Meirelles Valente; renata
lomanto carneiro Müller; leovegildo oliveira de
sousa; Fernando luiz Fernandes; Juan Jose rosario
lorenzo; theofilo de Menezes neto; José carlos
telles soares; Angelo calmon de sa Junior; Jeffer-
son noya costa lima; Fernando Alberto Fraga; luiz
Fernando Kunrath; João schaun schnitmam. DIRE-
TORES SUPLENTES Mauricio toledo de Freitas; gui-
lherme Moura costa e costa; gladston José dantas
campêlo Waldomiro Vidal de Araújo Filho; cléber
guimarães bastos; Jorge catharino gordilho; Marce-
lo passos de Araújo; Antonio geraldo Moraes pires;
roberto Mário dantas de Farias
conSElhoSCONSELhO DA MICRO E PEqUENA EMPRESA INDUS-
TRIAL carlos henrique Jorge gantois; CONSELhO DE
ASSUNTOS FISCAIS E TRIBUTáRIOS Mário Augusto
rocha pithon; CONSELhO DE COMéRCIO ExTERIOR
Angelo calmon de sá Junior; CONSELhO DE ECONO-
MIA E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Antonio ser-
gio Alipio; CONSELhO DE INFRAESTRUTURA Marcos
galindo pereira lopes; CONSELhO DE INOVAçãO
E TECNOLOgIA José luis gonçalves de Almeida;
CONSELhO DE MEIO AMBIENTE Jorge emanuel reis
cajazeira; CONSELhO DE RELAçõES TRABALhISTAS
homero ruben rocha Arandas; CONSELhO DE
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL Marconi
Andraos oliveira; COMITê DE JOVENS LIDERANçAS
INDUSTRIAIS eduardo Faria daltro; COMITê DE PE-
TRóLEO E gáS humberto campos rangel; COMITê
DE PORTOS sérgio Fraga santos Faria
ciEBPRESIDENTE reginaldo rossi. 1º VICE-PRESIDENTE
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ro Filho; cleber guimarães bastos; luiz da costa
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Felix carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fer-
nando suzart Almeida; carlos Antônio Unterberger
cerentini; décio Alves barreto Junior; Jorge robledo
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campos; sudário Martins da costa; CONSELhO FIS-
CAL - EFETIVOS luiz Augusto gantois de carvalho;
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NOVAS CATEGORIAS
FIEB realiza a
primeira edição
da Expo Indústria,
em outubro, em
Feira de Santana
VITRINE PARA A INDÚSTRIA
SESI Bahia, que gerencia os projetos
Odontomóvel Ford e o Centro de
Educação Ambiental, vai assessorar a
Ford Brasil na gestão dos seus projetos
de Responsabilidade Social
PARCERIA DO SESI BAhIA COM A FORD AMPLIA FRONTEIRAS
Conheça mitos e verdades sobre o
projeto de terceirização, que está em
tramitação no Senado, após ter sido
aprovado na Câmara dos Deputados,
onde recebeu 200 emendas
FIEB DEFENDE PROjETO quE REGuLAMENTA A TERCEIRIzAçãO
SENAI e McKinsey
trazem para a
América Latina
metodologia da
modelagem
enxuta nos
processos
industriais
TECNOLOGIA DE PRODuçãO
suMário mar/abr 2015
22
Fábrica Modelo,
em foto de
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6 Bahia Indústria
POR patrícia moreira e cleber borges
aprovado na Câmara dos Deputados, no dia 22
de abril, após receber mais de 200 emendas,
o Projeto de Lei 4330/04, que regulamenta a
prática da terceirização nas empresas brasi-
leiras, chegou no dia 27 de abril ao Senado Federal
para mais uma etapa de tramitação.
O PL é considerado pela Federação das Indústrias
do Estado da Bahia (FIEB), que integra mobilização
nacional coordenada pela Confederação Nacional
da Indústria (CNI), instrumento fundamental para
a competitividade da economia e para a proteção ao
trabalhador terceirizado, assegurando-lhe acesso à
legislação trabalhista e a seus benefícios.
“Mais de metade da indústria brasileira sairá pre-
judicada caso o Senado não mantenha os avanços
presentes no projeto que regulamenta a terceiriza-
ção, resultando em perda de competitividade ou
mesmo fechamento de linhas de produção”, obser-
va o presidente da FIEB, Antonio Ricardo Alban. O
entendimento da Federação é que regulamentar é
PL da Terceirização chega ao SenadoFieb aposta no pl 4330 por entender que ele garante segurança jurídica para o ambiente de negócios e preserva direitos dos trabalhadores
estimular a atividade produtiva, preservando em-
pregos e reduzindo conflitos na Justiça do Trabalho,
contribuindo para melhorar o ambiente de negócios
brasileiro.
O coordenador do Conselho de Relações Traba-
lhistas (CRT) da FIEB e membro do CRT da CNI, Ho-
mero Arandas, acrescenta que, além de proteger os
trabalhadores e definir as responsabilidades do to-
mador e do prestador de serviços, evitando a preca-
rização das condições de trabalho, o Projeto de Lei
é fundamental para assegurar a competitividade da
indústria. “A terceirização é um fato no mundo atu-
Sessão de
votação do PL
4330/04, na
Câmara dos
Deputados
Bahia Indústria 7
Wilson diAs/AgênciA brAsil
al, realidade presente em todos
continentes, em todas as cadeias
produtivas e responsável por mi-
lhões de empregos formais”, res-
salta Arandas.
Diante da importância da ma-
téria, a FIEB aderiu à mobilização
nacional convocada pela Confe-
deração Nacional da Indústria
(CNI) e agora trabalha na sensibi-
lização dos senadores baianos em
favor do PL.
INSEGURANÇA JURÍDICASegundo a Retrospectiva PME 2003-2012, realiza-
da pelo IBGE, os serviços terceirizados empregam
22,7% dos trabalhadores formais do Brasil. A taxa
de formalização nos serviços terceirizados é a mais
elevada entre as atividades avaliadas pelo IBGE na
pesquisa, com 72,1% dos trabalhadores tendo cartei-
ra assinada.
No ambiente das indústrias, a Sondagem Especial:
Terceirização, realizada pela CNI, aponta que 70%
das empresas do segmento contratam serviços tercei-
rizados, mas 60% delas apontam a falta de segurança
jurídica como principal dificulda-
de ao recorrerem à terceirização.
A principal incerteza enfrenta-
da por empresas industriais que
terceirizam é de ordem jurídica,
decorrente de possíveis passi-
vos trabalhistas, assinalado por
59,9% das empresas ouvidas. Em
seguida, as dificuldades que mais
preocupam o setor industrial são
arcar com custos maiores que o es-
perado (43,2%) e obter do serviço
8 Bahia Indústria
contratado qualidade menor que a esperada (42,9%).
Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), são mais de 16 mil ações acumuladas naquela
Corte. A aprovação de uma lei específica para regu-
lamentar a terceirização serviria para dar segurança
para as empresas e trabalhadores, propiciando me-
lhores condições para geração de empregos e cresci-
mento da economia brasileira.
ESPECIALIZAÇÃOA divisão de etapas produtivas para prestadores
de serviços terceirizados é vista como instrumento
essencial para acesso a melhores técnicas, tecnolo-
gias e eficiência, com reflexo direto no custo do pro-
duto nacional e essencial para colocar a indústria na-
cional em condições de competir não apenas no mer-
cado interno, mas dentro de cadeias globais de valor.
Outro benefício em relação à terceirização é que
ela promove a integração de empresas no forneci-
mento de bens e serviços, não sendo uma simples
modalidade de contratação de trabalhadores para
burlar a legislação trabalhista ou reduzir custos da
folha de pagamento.
A Sondagem Especial: Terceirização mostra ainda
que 75,2% das indústrias que terceirizam observam,
de forma espontânea, se a contratada cumpre com os
encargos e obrigações trabalhistas (INSS, FGTS e ou-
tros). Não há, atualmente, obrigação legal para que as
contratantes garantam essa “dupla rede de proteção”
ao terceirizado, mas está prevista no PL 4.330/2004,
lembra Arandas. [bi]
Wilson diAs/AgênciA brAsil
Na Câmara
Federal, a
proposta
recebeu 200
emendas dos
deputados
TERCEIRIZAÇÃO – MITOS E VERDADESO PL 4330/04 tem sido objeto de avaliações incorretas passadas aos trabalhadores e à sociedade. Veja alguns desses mitos
O PL 4330/04 retira direitos dos Trabalhadores No texto que será apreciado pelo Senado Federal, não há um único artigo que retira direitos do trabalhador. Pelo contrário, nele estão assegurados aos trabalhadores não só o cumprimento de toda legislação trabalhista como também benefícios e vantagens conquistados pelos sindicatos dos empregados da empresa contratada. Bom lembrar que a legislação trabalhista é igual para todas as empresas. E a empresa contratante terá a obrigação de fiscalizar a contratada, quanto a pagamento de salários, horas extras, 13º salário, FGTS, férias etc, sob pena de ser responsabilizada.
Haverá “pejotização” (empregados transformados em firmas individuais)O Artigo 2º., inciso III, § 2º.III impede a terceirização de pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos 12 meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se aposentados. A terceirização aprovada na Câmara inibe a “pejotização”, pois, para ser contratada, a empresa precisa: a) ser especializada, b) ter qualificação técnica; c) ter objeto social único; d) capital social integralizado compatível com o serviço a ser prestado; e e) prestar garantia de 4% sobre o valor do contrato firmado. Além disso, na relação entre o empregado da contratada e a contratante não poderão existir requisitos que caracterizam vínculo empregatício (subordinação, onerosidade, pessoalidade e habitualidade). Caso aconteça, a terceirização será ilícita e o empregado terá o vínculo de emprego com a contratante reconhecido (V. Art 4º. §1º.).
Vai ocorrer aumento dos acidentes de trabalhoA legislação previdenciária, normas regulamentadoras e instruções normativas do MTE abrangem todas as empresas. Ao prestar serviços no site da empresa contratante, a contratada e seus trabalhadores terão que cumprir as orientações, normas e procedimentos de prevenção ali estabelecidos. Está assegurado, inclusive, atendimento médico/ambulatorial.
Haverá redução do empregoPelo contrário, nos países que adotam a terceirização de forma ampla, como Canadá, Alemanha e Estados Unidos, ocorreu maior geração e formalização de empregos. Não se pode esquecer que 50% da população economicamente ativa no Brasil vivem na informalidade, sem a proteção da legislação trabalhista e previdenciária. Além disso, 12,5 milhões de trabalhadores de empresas terceirizadas não têm a proteção agora definida no PL 4330/04.
circuito
Bahia Indústria 9
POR CLEBER BORGES
Indústria paga a energia mais caraO Brasil é o país que pratica as
tarifas de energia mais caras para
a indústria, conforme avaliação
da Agência Internacional de
Energia. Esse recorde produz
reflexos negativos para a
competitividade do setor
industrial no mercado
internacional, ressalta Ivo
Augusto de Abreu Pugnaloni,
presidente da Associação
Brasileira de Fomento às
Pequenas Centrais Hidroelétricas.
Isso é maléfico até para o próprio
governo. Segundo avalia, o país
gastou quase 50% do superávit
primário por ano, em 2013 e 2014,
comprando diesel, gás liquefeito e
óleo combustível para não sofrer
um apagão.
Produção e giro inflam custo industrialOs custos com produção e com
capital de giro inflaram em 5% os
gastos da indústria em 2014.
Somente o custo com capital de
giro cresceu 20,8%, enquanto as
despesas com produção (incluem
energia, pessoal e bens
intermediários) subiram 6,3%,
informa estudo da Confederação
Nacional da Indústria. Entre as
despesas de produção, as com
pessoal (alta de 7,9%), e as de
energia (aumento de 12,6%), foram
as mais expressivas. A elevação do
gasto com energia ocorreu,
sobretudo, pela expansão de 11,4%
no valor gasto com energia elétrica
e de 16,5% com óleo combustível
(termelétricas). Bens
intermediários, que também
integram os custos, aumentaram
5,6%. Já os dispêndios com
tributos caíram 0,8%.
Aumentar a competitividade com baixo impacto fiscal
O Conselho Consultivo do Setor Privado, da Câmara de Comércio Exterior,
apresentou propostas que podem alavancar a competitividade da indústria brasileira
e do país com baixo ou nenhum impacto fiscal. A intenção é facilitar caminhos para
novos mercados. Abaixo, três das propostas:
• Estabelecer uma estratégia de negociação comercial para o Brasil que ultrapasse a
questão de tarifas e trate de investimentos, serviços e compras governamentais.
• Ampliar a negociação de novos Acordos de Cooperação e Facilitação de
Investimentos com países da África, América Latina, dos Brics e de países
desenvolvidos. Esses acertos mitigam os riscos políticos nas operações de empresas
brasileiras no exterior.
• Negociar novos Acordos para Evitar a Dupla Tributação (ADTs) com países
prioritários para o investimento brasileiro: Estados Unidos, Alemanha, Colômbia,
Paraguai, Reino Unido, Uruguai, Austrália, Moçambique e Angola.
“AindA temos muito A Aprender sobre A melhor formA de fAzer políticA
monetáriA.” Ben Bernanke, presidente do Banco Central dos EUA, referindo-se à dificuldade comum a toda autoridade monetária em decidir sobre a quantidade de moeda em circulação e a taxa de juros para controle da inflação.
PIB pode cair 1,2% e a indústria 3,4%O quadro econômico em
desaceleração levou a
indústria brasileira a prever
queda no desempenho da
economia em 2015. O relatório
trimestral Informe
Conjuntural, da CNI, prevê
redução de 1,2% do PIB do
país e de 3,4% no PIB da
indústria. A retração setorial
será puxada pelas quedas de
4,4% na indústria de
transformação, 5,5% na
construção civil e 2,8% nos
Serviços Industriais de
Utilidade Pública, que
incluem a produção e
distribuição de energia
elétrica e a captação,
tratamento e distribuição de
água. A queda do PIB
industrial aliada ao recuo de
0,6% previsto no consumo
das famílias trará uma
retração de 0,4% no setor de
serviços, cuja última queda
ocorreu há mais de 20 anos. A
agropecuária será o único
segmento a registrar alta no
ano, de apenas 0,5%.gentil
10 Bahia Indústria
sindicatos
MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb
Praticando a Negociação Coletiva foi o tema da oficina promovida pela FIEB, como parte do
Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), em março, em Salvador. Os participantes
colocaram em prática técnicas de negociação coletiva, com análise de cenário, definição de
estratégias e discussão de pauta de reivindicação. “O conteúdo apresentado foi importante
para orientar tanto os dirigentes que já vivenciam o processo negocial, quanto para os que
não têm essa prática”, destacou o presidente do Sindisabões-BA, Juan Lorenzo. Outra ação
do PDA, a oficina Sistema de Inteligência de Negócios da Indústria – Módulo Sindical,
apresentou a ferramenta de Business Intelligence, desenvolvida pela CNI. O BI Sindical
subsidia o planejamento e a atuação do sindicato, envolvendo arrecadação, representação,
regularidade perante o Ministério do Trabalho e negociação coletiva. O PDA também tem
promovido capacitações voltadas para empresários. As ações ocorrem em parceria com CNI
e Sebrae e, no interior, têm apoio do CIEB.
Oficina Praticando a Negociação Coletiva reuniu presidentes de sindicatos, em março
III Encontro Mundial da ISO Florestal na BahiaMais de 50 representantes de
países ligados à criação da Norma
Florestal ISO 19.228 estiveram
presentes no III Encontro Mundial
da ISO Florestal, realizado entre
os dias 16 e 20 de março, em
Salvador, para discutir os padrões
internacionais e princípios
mundiais da certificação florestal.
Durante o encontro, foram
realizados debates sobre manejo
florestal, legalidade e procedência
da madeira comercializada,
inclusão de pequenos produtores
no contexto da norma,
mecanismos de controle e
gerenciamento de fornecedores.
O presidente do Sindicato das
Indústrias de Papel e Celulose da
Bahia (Sindpacel) e chairman
mundial da ISO 19.228, Jorge
Cajazeira, esclarece que o setor
privado tem um papel
fundamental na conservação das
florestas. “As empresas líderes já
enxergaram essa tendência e se
articularam 20 anos atrás,
quando criaram os primeiros
sistemas de certificação florestal
voluntários. Agora, essa
tendência chega para todas as
empresas e aquelas que ficarem
de fora certamente enfrentarão
dificuldades para comercializar
seus produtos”.
Sindipeças aposta naampliação da baseA nova diretoria do Sindipeças,
eleita em março, pretende ampliar
a base de associados na Bahia,
hoje formada por 40 empresas.
Roberto Rezende, da Flex-N-Gate,
vai presidir a entidade, ao lado do
diretor-geral Alexandre Gandra.
Oficina capacita líderes sindicais
Sindcosmetic discute projeto de certificaçãoA criação de um projeto de certificação para as
empresas de cosméticos foi debatida pelo
Sindcosmetic-BA e pelo Ibametro, em março. A
proposta visa fortalecer a credibilidade dos produtos
baianos no mercado, garantindo que os processos de
gestão e produção atendam a requisitos de
qualidade e sustentabilidade ambiental. “É preciso
criar mecanismos que possibilitem a certificação da
qualidade dos produtos, de modo a aumentar a
competitividade no mercado local”, defendeu Raul
Menezes, presidente do sindicato. Um grupo de
trabalho vai mapear os empecilhos que as empresas
enfrentam para atender as normas.
Sinprocim abre inscrições para certificação SqSEstão abertas as inscrições para o
processo de certificação do Selo
de Qualidade Sinprocim-BA
(SQS), concedido às empresas que
possuem padrões de excelência
em seu processo de fabricação e
gestão. “O selo valoriza as
empresas do setor e promove a
diferenciação entre aquelas que
praticam controle de qualidade e
conformidade nos seus processos
e produtos”, afirmou o presidente,
José Carlos Soares.
Bahia Indústria 11
O Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Cerâmica para
Construção e Olaria do Estado da Bahia (Sindicer), em parceira com o
Sistema FIEB e Sebrae, realizou, em fevereiro, em Alagoinhas, o
Encontro de Ceramistas da Região Central e Litoral Norte. O evento
reuniu cerca de 20 empresários para discutir os impactos da
fiscalização do trabalho e ambiental na competitividade da indústria
cerâmica. A programação contou com palestra de Geane Almeida, da
Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da FIEB, que
apresentou os impactos da fiscalização ambiental para a indústria de
cerâmica. Outro tema abordado, em palestra do SESI, foi a NR-12, que
trata da Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
eleições
Sincafé. O Sindicato das Indústrias de Café
do Estado da Bahia (Sincafé) está sob nova
presidência. O empresário e vice-presidente
da entidade, Antônio Roberto Rodrigues de Almeida, assumiu
a liderança do sindicato após
a saída, em dezembro, do
presidente Rutenberg Campos
Ferreira da Silva. O mandato da
atual diretoria segue até 2016.
SICC. Empossada em fevereiro, a diretoria do
Sindicato das Indústrias de Construção Civil
de Itabuna e Ilhéus (SICC) segue à frente da
entidade para mais um mandato, que vai até
2018. Segundo o presidente reeleito, Leovegildo Oliveira de Sousa, as expectativas para o novo
mandato são positivas. “Vamos
dar continuidade ao trabalho
que já vinha sendo realizado
e melhorar a estrutura física
do sindicato, além de atrair
iniciativas e programas da
Federação para a região, o que
já foi iniciado, com a construção
do complexo de serviços do Sistema FIEB,
localizado entre os municípios de Ilhéus e
Itabuna”, afirmou.
Sinpeq. Empossada no dia 10 de março,
a diretoria do Sindicato das Indústrias de
Produtos Químicos e Petroquímicas de
Camaçari, Candeias e Dias D’Ávila (Sinpeq)
foi reeleita para mais um mandato, que vai até
2018. Para o presidente, Roberto Fiamenghi, os desafios são grandes. “A indústria atravessa
um período de queda expressiva da produção.
Esperamos que a negociação
coletiva com o laboral avance de
forma consciente, diante das
dificuldades do atual momento.
Vamos continuar atuando com
a FIEB e a CNI no intuito de
buscar, junto ao governo federal, a
redução da carga tributária, que onera
a indústria, para minimizar os efeitos da crise”,
avaliou.
Missão técnica do Simagran visita feira em VitóriaUma missão composta por nove diretores do Sindicato da Indústria
de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia (Simagran-
BA) participou, em fevereiro, de uma visita técnica à Vitória Stone
Fair - Marmomacc Latin America 2015. Considerada uma das maiores
e mais representativas do setor da América Latina, a feira foi
realizada na capital do Espírito Santo, maior estado brasileiro
produtor de rochas ornamentais. Além do acesso às novas
tecnologias e tendências de mercado, a ação permitiu aos
empresários a realização de novos negócios e contato com
fornecedores. “A variação cambial tem aberto grandes possibilidades
de aumento das exportações de rochas e a participação neste evento
nos permite importantes contatos comerciais”, destacou o presidente
do Simagran, Marcos Regis Andrade. A 39ª edição do evento reuniu
420 expositores de 126 países.
Sindicer reúne empresários
VAlter pontes/cooperphoto/sisteMA Fieb
geane Almeida falou do impacto da fiscalização ambiental
12 Bahia Indústria
POR patrícia moreira
robótica, cidadania e inovaçãoequipe do sesi bahia vence na categoria solução inovadora do torneio nacional e se classificapara a etapa internacional
a equipe de robótica Di-
nasty, do SESI Piatã, con-
quistou o 1º lugar na cate-
goria Solução Inovadora
do Torneio Nacional de Robótica
First Lego League (FLL), realizado
em Brasília, entre os dias 13 e 15 de
março, e ficou em 10º lugar entre
as 13 classificadas para a etapa in-
ternacional do torneio, que foi dis-
putada por 60 equipes. Entre as 13
selecionadas, oito vão participar
dos torneios internacionais, como
o World Festival, que ocorrerá em
Saint Louis, nos Estados Unidos, o
Aberto da África do Sul e o Aberto
da Austrália. As demais equipes,
entre as quais a Dinasty, ficaram
na suplência e somente irão para
a etapa internacional se houver
desistência.
Esta foi a segunda participação
do SESI Bahia no Torneio de Robó-
tica Nacional e sua melhor clas-
sificação histórica. O SESI Bahia
participou da competição com
duas equipes, a Dinasty e a F5, do
SESI Candeias. A gerente do SESI
Piatã e diretora da Escola Djalma
Pessoa, da qual a Dinasty faz par-
te, Cristina Andrade, parabenizou
os estudantes pela conquista.
“É um recorte do papel desta
escola, e das escolas da Rede Se-
si na Bahia, pesquisar buscando
solucionar problemas reais. Os
Bahia Indústria 13
alunos, desde a educação infantil, são incentivados
e ajudamos na formação de seres pensantes, críticos,
com foco. Esse prêmio traz o reconhecimento de um
trabalho conjunto da Rede SESI e o mérito não é só
para a Djalma Pessoa”, disse Cristina Andrade.
CIDADANóPOLISO troféu de melhor Solução Inovadora foi con-
quistado graças ao “Cidadanópolis”, um jogo de
tabuleiro que apresenta uma proposta pedagógica
voltada para estudantes do ensino fundamental II
e que auxilia os professores de História e Ética nas
aulas referentes ao funcionamento do Sistema De-
mocrático Brasileiro e, mais especificamente, aos
cargos políticos. O jogo também serve para mostrar
aos estudantes seu papel de cidadão na sociedade,
além do papel das autoridades.
Para Walter Ribeiro da Purificação, integrante
Estudantes
comemoram
e apresentam
o jogo de
tabuleiro
Cidadanópolis
da Dynasty e aluno da 3ª série do Ensino Médio da
Escola Djalma Pessoa, a participação na etapa na-
cional do torneio FLL em Brasília veio coroar todo
um trabalho desenvolvido ao longo do ano de 2014.
“Estávamos orgulhosos com o resultado que obtive-
mos na etapa regional, no qual ficamos em 3º lugar
no ranking geral, e fomos para Brasília buscar a tão
sonhada colocação entre as melhores equipes do
Brasil. Ficamos na 10ª colocação no geral, 1º lugar
no Prêmio Solução Inovadora e 1º lugar no Norte
Nordeste. Esse resultado foi fruto do empenho da
equipe, das oportunidades que a Escola Djalma Pes-
soa nos dá e dos meses de estudo e dedicação, as-
sim como, do apoio dos profissionais envolvidos na
orientação das nossas atividades”.
Na temporada 2014/2015, o torneio teve como tema
World Class e os estudantes foram desafiados a de-
senvolver propostas para a aprendizagem no futuro
e fazer com que a busca pelo conhecimento seja mais
instigante e criativa. Cada equipe escolheu um tema e
apresentou uma solução inovadora para aperfeiçoar
o aprendizado. São ideias que podem sair do papel e
virar realidade dentro da própria escola.
A equipe Dynasty é formada por 12 estudantes do
1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio: Ana Luisa de Sou-
za Dias, Aryon Chislovsky M. da Fonseca, Barbara
Oliveira Ferreira, Camila Medeiro dos Santos, Camila
Medeiro dos Santos, João Victor Dacilio Pereira, Luana
Cordeiro Lopes, Marcos Jesus da Silva Serra, Raissa de
Jesus Pereira, Roberto Felipe Pereira, Yuri de Jesus Ma-
chado e Walter Ribeiro da Purificação. A equipe é in-
tegrada ainda por Janina Kieronski, coordenadora pe-
dagógica, e pelos professores Jackson Amorim Góes,
Marcos Almeida Sousa e Aline Nazaré. [bi]
José
pAUlo
lAce
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ciA c
ni
14 Bahia Indústria
O estudante de engenharia Marcelo Meirelles
constatou na prática a importância do está-
gio para sua formação profissional. Depois
de dois anos de estágio na Continental do
Brasil, ele foi contratado para o departamento de
Engenharia Industrial da empresa, que atua na me-
lhoria contínua do processo produtivo e projetos de
eficiência e produtividade.
Realizado, ele acredita que o período de apren-
dizado foi importante para que crescesse e amadu-
recesse profissional e pessoalmente. "É quando o
universitário começa a tomar direção daquilo que
realmente quer para sua carreira. É o momento de ab-
sorver tudo o que os profissionais mais experientes
têm para oferecer e de se lançar para o mercado de
trabalho", avalia.
A contratação não foi o único reconhecimento da
experiência de estágio do jovem. Em 2014, o projeto
que ele desenvolvia na empresa, para melhoria no
sistema de transporte de pneus, foi um dos vence-
dores do Prêmio Melhores Práticas de Estágio do IEL.
"O prêmio me deu muita motivação para continuar
trabalhando e desenvolvendo projetos. Me mostrou
que eu estava no caminho certo, além de ter me dado
mais visibilidade dentro da empresa e mais confiança
dos meus gestores", avalia.
A premiação está com inscrições abertas até 31
de maio para a sua 12ª edição. Com o objetivo de re-
Prêmio às melhores práticas na empresaA 12ª edição do prêmio de estágio está com inscrições abertas até 31 de maio e terá este ano novas categorias
POR marta erhardt
conhecer a atuação de todos os
agentes envolvidos no processo
de estágio, neste ano, o prêmio foi
reformulado, com a criação de no-
vas categorias. As mudanças foram
apresentadas no dia 4 de março, na
primeira reunião do ano do Fórum
de Estágio da Bahia, realizada na
sede da Federação das Indústrias
do Estado da Bahia (FIEB).
CATEGORIASEm 2015, além das empresas
com melhores práticas de atração,
desenvolvimento e retenção de
estagiários, também serão pre-
miados os estudantes que se des-
tacam e as instituições de ensino
que apoiam e incentivam a práti-
ca de estágio durante a formação
acadêmica dos alunos.
As representantes do IEL Nacio-
nal, Lúcia Macedo e Lígia Pereira,
participaram da reunião e anun-
ciaram as mudanças efetuadas
no prêmio. “O intuito é fazer com
que o prêmio seja reconhecido
nacionalmente, apoiando a disse-
minação de melhores práticas de
estágio em todo o país”, pontuou
Lígia Pereira.
Na categoria Empresa Destaque
será avaliada a gestão das práticas
do programa de estágio. Podem
participar empresas públicas e
privadas, além de entidades do
terceiro setor de todo o Estado, nas
classificações: micro/ pequeno,
médio ou grande porte.
Na categoria Estagiário Des-
taque, podem se inscrever estu-
dantes de educação profissional
de nível técnico ou superior. Já na
categoria Instituição de Ensino de
Destaque, podem participar insti-
tuições de ensino público ou pri-
vado, atuantes com educação pro-
fissional e/ou educação superior.
A premiação estadual será re-
alizada no dia 18 de agosto, no
auditório da FIEB. Para efetuar a
inscrição, os interessados devem
baixar o regulamento do prêmio
no site do IEL (www.fieb.org.br/
iel), preencher a documentação
referente à categoria escolhida e
Bahia Indústria 15
Representante
do IEL Nacional
anunciou as
mudanças no
prêmio
Angelo pontes/coperphoto/sisteMA Fieb
enviar via e-mail ou entregar na
unidade do IEL mais próxima. O
IEL garante a confidencialidade
das informações fornecidas. Mais
informações podem ser obtidas
por telefone nos números (71)3343-
1365 e (71)3343-1453 ou pelo e-mail
FóRUM A reunião de março do Fórum
de Estágio da Bahia também teve
como objetivo discutir formas de
atrair novas empresas e institui-
ções de ensino para o Fórum de
Estágio. “Com o Fórum queremos
discutir questões relevantes na
área de estágio que nos ajudem na
construção de um ambiente cola-
borativo”, defendeu o superinten-
dente do IEL, Evandro Mazo.
“Nosso objetivo é fortalecer o
Fórum em prol de um ambiente
de estágio melhor em todo o esta-
do”, complementou a gerente de
Estágio e Formação de Talentos do
IEL, Edneide Lima. Desde que foi
criado, em 1999, o Fórum de Está-
gio da Bahia promoveu diversas
iniciativas em parceria com o IEL.
Dentre as quais estão a criação do
Manual de Boas Práticas de Está-
gio, 15 workshops, 11 edições do
Prêmio de Estágio e 19 feiras do
setor no interior do estado.
“Os resultados mostram um di-
ferencial do IEL Bahia, que atua
muito além da intermediação,
mostrando as diversas possibili-
dades do estágio”, avaliou a repre-
sentante do IEL Nacional, Lúcia
Macedo. [bi]
16 Bahia Indústria
os anos 1950, no cenário econômico hostil
do pós-Segunda Guerra Mundial, a fábri-
ca da Toyota, no Japão, colocou em práti-
ca uma nova tecnologia de produção, que
conseguiu reposicionar a empresa e aca-
bou tornando-se um modelo global, ado-
tado por empresas de todo o mundo. Es-
tamos falando da lean manufacturing ou
manufatura enxuta, prática que promove
importantes ganhos de produtividade e
competitividade, proporcionando às indústrias um aperfei-
çoamento constante do seu modelo de produção.
Os principais conceitos e técnicas operacionais dessa tec-
nologia são a base da Fábrica Modelo, a primeira implantada
na América Latina, inaugurada no dia 24 de abril, no SENAI
Cimatec. Resultado de uma parceria entre a McKinsey & Com-
pany e o Sistema FIEB, por meio do SENAI, a unidade recebeu
um investimento de R$ 4 milhões e está prospectando empre-
sas para formar a primeira turma de capacitação.
A meta da Fábrica Modelo é transformar o processo pro-
dutivo de até 75 indústrias por ano, proporcionando-lhes ga-
nhos de produtividade entre 20% e 80%. O SENAI Cimatec
vai concentrar o atendimento nas micro, pequenas e médias
empresas (MPME) da Bahia, enquanto a McKinsey ficará res-
ponsável pelo atendimento às grandes empresas nacionais e
multinacionais.
A divisão atende à filosofia da direção da Federação, que
elegeu as micro, pequenas e médias empresas industriais
como foco prioritário de suas ações. Para o presidente da
FIEB, Ricardo Alban a expectativa é que as MPME possam
POR rafael pereira e patrícia moreira
Tecnologia coM
McKinsey e senAi inauguram primeira Fábrica Modelo da América latina, que vai funcionar no cimatec
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padrão japonês
18 Bahia Indústria
dar um importante salto de pro-
dutividade. “A Fábrica Modelo é o
que se tem de mais avançado no
mundo em termos de tecnologia e
nós estamos satisfeitos de poder
proporcionar às micro e pequenas
empresas baianas a oportunidade
de acesso a um modelo tão avan-
çado e de efetividade comprova-
da”, explicou.
O sócio-diretor da McKinsey
Brasil, Vijay Gousula, destaca o
funcionamento do espaço, que
reproduz um ambiente de fábrica
dentro dos conceitos da manufa-
tura enxuta. “Estamos criando um
ambiente funcional, que reflete a
realidade da fábrica, mas em um
espaço menor, mais controlado e
mais capaz de transmitir os con-
ceitos fundamentais da metodolo-
gia lean, que garantirá a obtenção
de ganhos de produtividade re-
ais”, pontuou.
TESTEAntes de ser inaugurada, a Fá-
brica Modelo passou por um teste
com duas empresas: uma de pe-
queno porte, do segmento de pro-
dutos naturais; e a outra de médio
porte, do segmento de vestuário. A
coordenadora da Fábrica Modelo,
Lara Sorensen, explicou que a ex-
periência foi condensada em um
mês, em vez de seis meses, que é
a periodicidade normal do treina-
mento, envolvendo, em vez de oi-
to, as duas empresas citadas.
Lara explica que o objetivo
era testar a sistemática do treina-
mento pedagógico e do programa
de transformação. Ao final de um
mês, na empresa de produtos na-
turais a metodologia da Fábrica
Modelo permitiu aumentar a ca-
pacidade de produção sem alterar
o quadro de funcionários. Na em-
presa de médio porte a principal
ação adotada foi uma mudança
de leiaute que ajudou a reduzir o
desperdício, facilitou o transporte
de materiais e a rápida identifica-
ção de problemas. “Tivemos um
feedback positivo das empresas
onde foi realizada a experiência e
agora vamos partir para a adoção
do programa na sua integridade”.
As empresas podem contatar a Fá-
brica Modelo pelo email: fabrica-
[email protected] e pelo
telefone: (71) 3462-9515.
A Fábrica Modelo traz um con-
ceito inovador de treinamento,
capacitação e transformação pro-
dutiva para empresas industriais
de todos os portes que buscam me-
lhorar sua produtividade. A ativi-
dade prática abrange todas as di-
ferentes etapas da cadeia de valor
e proporciona às empresas meios
de evitar desperdícios e elevar
sua eficiência, o que reduz custos
e promove maior competitividade.
“O desafio de elevar a produti-
vidade começa nos detalhes, no
chão de fábrica, indo até a gestão
estratégica da operação”, explicou
o diretor do SENAI, Leone Peter
Andrade. Ele acrescentou ain-
da que os conceitos servem para
qualquer segmento industrial.
A unidade instalada no Cima-
tec seguirá conceitos já emprega-
dos com sucesso pela McKinsey
em parcerias semelhantes em paí-
ses como Alemanha e Estados Uni-
dos. O aprendizado experimental
combinado à aplicação real pro-
porcionado pela Fábrica Modelo
é o que assegura maior absorção
de conhecimento, com retenção de
conteúdo entre 80% e 100%, com-
parado a índices de 10% em méto-
dos baseados em leitura e de 32%
naqueles com base em jogos.
Participaram da solenidade de
inauguração o senador Walter Pi-
nheiro, o secretário estadual de Ci-
ência, Tecnologia e Inovação, Ma-
noel Mendonça, representando o
governador Rui Costa, a secretária
municipal de Desenvolvimento,
Trabalho e Emprego, Andréa Men-
donça, representando o prefeito
ACM Neto, o diretor superinten-
dente do SEBRAE, Adhvan Furta-
do, e o primeiro vice-presidente da
FIEB, Carlos Gantois.
Presidente
da FIEB e o
sócio-diretor
da McKinsey
observam
técnico
Fotos MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb
Bahia Indústria 19
Luís Alberto
Breda destaca
o impacto que
o equipamento
terá no
desenvolvimento
das empresas
O que significa oferecer à indústria
um equipamento como a Fábrica
Modelo? E que impacto terá para o
ambiente produtivo das empresas
industriais da Bahia?
A Bahia apresenta dois extremos
no seu perfil de indústria, que in-
clui grandes corporações, como
Petrobras, Braskem, Ford e, no
outro extremo, as micro, peque-
nas e médias empresas (MPME)
industriais, que representam, em
quantidade, mais de 90% do vo-
lume de empresas do estado. Para
as pequenas empresas, o desafio é
a competitividade, um problema
que não é só da Bahia, mas nacio-
nal, porque o concorrente está no
mundo todo. Além disso, o Brasil
enfrenta, há algum tempo, um
processo de desindustrialização e
com isso não consegue competir
em preço com as empresa globais.
Quando se faz desdobramento
para ver as causas do problema
encontramos diversas questões:
qualificação de mão de obra – que
é um dos pilares que podem pro-
mover a retomada da competitivi-
dade; logística, em razão das con-
dições de portos, estradas, modais
“Acredito numaabordagem detreinamento pelo fazer”
Gerente do Núcleo Estratégico do SENAI, Luís
Alberto Breda está convencido de que o saber
pelo fazer é premissa de aprendizagem. Por
isso ele acredita no sucesso da Fábrica Modelo,
projeto da McKinsey & Company, que trouxe para a
América Latina o primeiro centro de treinamento em
tecnologia de manufatura enxuta. Nesta entrevista,
ele aponta as razões que determinaram a escolha do
SENAI Cimatec e revela como vai funcionar o serviço.
20 Bahia Indústria
que não são eficientes em termos
de custos e velocidade; custo ele-
vado da matéria-prima e da mão
de obra. Vendo tudo isso, o que
dá pra melhorar é a produtivida-
de, que engloba os equipamentos
disponíveis no parque fabril, os
processos que utilizamos, a quali-
ficação da mão de obra e um ele-
mento que interliga isso tudo que
é a filosofia de produção. É aí que
entra a Fábrica Modelo.
Como ela pode ajudar na melhoria
da produtividade?
Ela entra para contribuir, definir
e melhorar os aspectos relativos à
competitividade. A gente oferece
um programa de transformação,
composto de um conjunto de capa-
citações e etapas de aplicação prá-
tica na empresa. Vamos oferecer
uma visão geral do que é manufa-
tura enxuta, que é o modelo Toyota
de produção, implantado após 2ª
Guerra. Trata-se de uma prática in-
tensiva, disseminada na indústria
de manufatura de todo o mundo.
E fazemos isso não de forma tradi-
cional, mas numa abordagem de
treinamento pelo fazer, que é onde
entra a Fábrica Modelo.
E como funciona?
O primeiro aspecto é o modelo
de treinamento diferenciado, que
permite exercitar o conceito na
prática. Com isso, a gente conse-
gue fazer o paralelo com o produto
que a indústria trabalha. Tem todo
um processo de levantamento do
processo produtivo e dos gargalos
de produção em vários momentos
de treinamento, que são intercala-
dos, ao longo de seis meses. Isso
inclui o treinamento com a trans-
formação no ambiente de fábrica.
O SENAI acompanha a empresa
em todas as etapas visando obter,
ao final, ganho de produtividade.
Primeiro, o programa é aplicado
numa célula piloto e depois é dis-
seminado para outras partes da
fábrica e a cada alteração se dá
saltos de transformação. A ideia é
preparar os funcionários para que
eles possam replicar o modelo vá-
rias vezes.
E são necessários muitos recursos
para promover esta transformação?
Não são necessários grandes inves-
timentos. Há ações simples que vão
desde adoção de conceitos, mudan-
ças de leiaute, com baixo custo de
implantação, com grande impacto
no ganho de competitividade. Mas
é bom ressaltar que este é um pro-
cesso contínuo. Toda vez que você
elimina um gargalo surge outro. Eu
diria que o principal resultado que
a fábrica modelo oferece é a melho-
ria da produtividade da empresa,
que impacta na competitividade,
mas sobretudo cria cultura de me-
lhoria contínua que transforma a
empresa inteira. Sua atuação fun-
“a Fábrica modelo poderia ter sido instalada em qualquer local do país que tenha demanda industrial. mas a bahia tem o Cimatec, um centro que tem protagonismo na área de inovação
ciona com base no conceito de três pilares. O primeiro
é o pilar sistema operacional, com todas as ferramen-
tas para serem aplicadas diretamente no processo. O
segundo pilar foca na infraestrutura de gestão, que vai
dar suporte às ferramentas operacionais. Por último,
temos o modelo mental e comportamental, que visa
influenciar toda a equipe para que sejam engajados.
Trata-se de equipamento único na América Latina e o
SENAI foi escolhido para sediar este projeto, qual o
significado disso para a instituição?
Um aspecto relevante é o protagonismo do SENAI
Cimatec no cenário nacional na área de Pesquisa de
Desenvolvimento em Inovação (PDI). Nós rodamos
aqui o Embrapii, os Institutos SENAI de Inovação,
tocamos projetos de inovação com a Embraer, Ford,
Totus e isso fez com que a McKinsey identificasse
no Cimatec o parceiro adequado. Em outros países,
a empresa busca a universidade, aqui buscaram o
Cimatec por ser um braço da indústria nas áreas de
educação, tecnologia ou inovação. A Fábrica Modelo
poderia ter sido instalada em qualquer local do país
que tenha demanda industrial. A Bahia, embora não
tenha volume de indústrias superior ao do Rio Gran-
de do Sul ou de São Paulo, tem o Cimatec, um centro
com contato com a indústria e com protagonismo nes-
ta área no país.
qual é o ganho para as pequenas empresas com esta
iniciativa?
A Fábrica Modelo é um processo estruturante, por-
que você mexe na mentalidade da empresa, o que
dá perenidade à busca de valor. Ao serem inseridas
na Fábrica Modelo as pequenas empresas vão entrar
num ciclo virtuoso de encadeamento de produtivi-
dade, pois o processo não se encerra nele mesmo e é
projetado para rodar em ciclos de melhoria. Quando
encerra um, tem que recomeçar.
Tem alguma alternativa para financiamento desta ini-
ciativa para as micro, pequenas e médias empresas?
Temos uma proposta estruturada para atender as
MPME em parceria com o Sebrae, que garante apoio
de 80% do investimento, sendo os outros 20% uma
contrapartida da empresa. O SENAI ficará então, pe-
lo acordo firmado com a McKinsey, responsável pelo
atendimento às MPME na Fábrica Modelo, enquanto
que o atendimento de base nacional para grandes
empresa ficará com a McKinsey. [bi]
Bahia Indústria 21
VAlter pontes/coiperphoto/sisteMA Fieb
O Brasil é o primeiro mercado do mundo em
consumo de desodorantes, fragrâncias e pro-
dutos de proteção para o sol e também ocupa
o segundo lugar no mercado global no consumo de
produtos infantis, de cabelo, masculinos, de banho e
depilatórios. O país também detém a terceira posição
em consumo de higiene oral e maquiagem e é o sexto
maior consumidor de produtos para a pele.
Os dados são de pesquisa realizada pela Associa-
ção Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfu-
maria e Cosméticos (Abihpec), em parceria com o Se-
brae Nacional, que foi apresentada aos empresários
industriais baianos em workshop organizado pelo
Sindicato das Indústrias de Cosméticos e Perfumaria
do Estado da Bahia (Sindcosmetic), no dia 10 de abril,
na sede da FIEB. Um dos dados da pesquisa que cha-
maram a atenção foi a perspectiva de um crescimento
de 11% do segmento de higiene pessoal, perfumaria
e cosméticos.
O workshop Hábitos e Atitudes dos Brasileiros para
as Categorias de Produtos para Cabelo e Pele, reuniu,
além de empresários, representantes do Sebrae e de
órgãos governamentais da Bahia. O levantamento
feito pela Abihpec em todo o país já foi apresenta-
do em seis estados. Da Bahia, a equipe seguiu para
Santa Catarina, encerrando o ciclo de apresentação
da pesquisa, que faz parte do Projeto de Desenvolvi-
mento Setorial (PDS) da entidade.
Para o presidente do Sindcosmetic, Raul Menezes,
a iniciativa foi uma oportunidade para as pequenas
e médias indústrias conhecerem melhor o mercado.
“No Brasil, temos mais de 2.600 indústrias de cos-
méticos e apenas 20 destas são de grande porte. As
pequenas empresas não têm como fazer investimen-
tos em pesquisa, que são elevados, e, por esta razão,
esta iniciativa da Abihpec e de seus parceiros é muito
importante”, destaca. Ele ressalta que as indústrias
precisam conhecer o mercado, saber o que produzir,
onde vender e quem é o consumidor. Menezes disse,
ainda, que os pequenos empresários industriais ex-
ploram nichos de mercado e neste caso, ter informa-
ção é imprescindível para chegar ao consumidor.
O analista da
Abihpec, Julio
Castroviejo,
apresentou a
pesquisa
decifrando o mercadosindcosmetic e Abihpec apresentam pesquisa sobre hábitos de consumo de cosméticos, segmento que pode crescer 11% em 2015
Eliene Conceição, gerente de Núcleos Regionais da
Abihpec, explicou que a pesquisa leva informações
às empresas para elaboração de seu planejamento
estratégico. “Queremos dar acesso às pequenas e
médias indústrias a informações de mercado, já que
elas não têm como arcar com os altos custos de uma
pesquisa deste gênero”, observa. Ela também infor-
ma que após encerramento do ciclo de reuniões regio-
nais, os dados do levantamento serão disponibiliza-
dos no site da Abihpec.
Os resultados da pesquisa foram apresentados
pelo analista do Departamento de Inteligência de
Mercado da Abihpec, Julio Castroviejo. Ele observou
que os dados permitem ainda às empresas avaliarem
o seu desempenho, confrontando o quanto cresce-
ram na comparação com o mercado nacional. “É im-
portante o empresário entender onde o consumidor
prefere comprar produtos e o que os leva a comprar
em determinados canais; o que influencia este con-
sumidor na hora da compra e o que eles buscam nos
produtos que consomem”, listou. [bi]
22 Bahia Indústria
Angelo pontes/coperphoto/sisteMA Fieb
evento tem o objetivo de promover a competitividade no setor industrial. primeira edição será realizada em Feira de santana
Edison Virgínio
Nogueira e
José Ronaldo
discutem
últimos
detalhes
do evento
Promover a competitividade econômica no setor
produtivo baiano e aumentar a visibilidade da
indústria em todo o estado. Este é o objetivo da
Expo Indústria Bahia, evento que terá sua primeira
edição realizada nos dias 23, 24 e 25 de outubro, em
Feira de Santana, com o objetivo de potencializar
vendas, processos de fidelização de clientes e aber-
tura de mercados.
“Este será o maior evento da indústria baiana, no
qual teremos a oportunidade de conhecer melhor ca-
da empresa e articular políticas de apoio ao desen-
volvimento industrial”, garantiu o vice-presidente da
FIEB, Edison Virgínio Nogueira. Líder do Programa
de Interiorização do Sistema FIEB, o vice-presidente
vem articulando ações para potencializar investi-
mentos e promover a competitividade industrial no
estado, e a Expo Indústria é uma destas iniciativas.
Com foco na melhoria produtiva multissetorial,
o evento será estruturado sobre temas transversais,
como sustentabilidade; tecnologia e inovação; nutri-
ção; saúde; segurança; economia criativa; e produto
de origem. Outra característica da Expo Indústria é o
seu caráter itinerante. A proposta é realizá-lo anual-
mente, sempre mudando de cidade, abrangendo to-
das as regiões do estado.
Para o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo,
município que irá sediar a primeira edição do evento,
trata-se de uma grande oportunidade. “É um momen-
to único para os empresários da Bahia e do Brasil.
Para nós é, além de tudo, um reconhecimento, pois
poderemos mostrar o potencial do parque industrial
de Feira, que já conta com uma boa área e um consi-
derável número de empresas grandes. Nossa estrutu-
ra é muito elogiada, por isso recebemos tantos inves-
tidores”, celebrou.
O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvi-
mento Econômico de Feira de Santana, Antônio Car-
los Borges Junior, torce para que o evento se multi-
plique e os negócios no município também. “Feira de
expo indústria fortalece cenário baiano
Santana tem um raio de atuação muito forte na área
industrial. A Expo Indústria vai servir para agregar
mais informação e prospectar novos investimentos.
Que esse modelo de evento se multiplique, servindo
de estímulo para os empresários, novos empreende-
dores, fornecedores e clientes”, aposta.
INTERIORIZAÇÃOA indústria baiana segue concentrada na Região
Metropolitana de Salvador (RMS), cuja participação
no PIB industrial do estado alcança 46%. Em con-
traste, outras regiões têm pouca representatividade.
O oeste do estado, por exemplo, que abrange 23 mu-
nicípios e ocupa 20% do território baiano, representa
pouco mais de 4% do mesmo indicador.
Este desenvolvimento assimétrico entre a RMS e
o interior é um dos principais desafios para o cres-
cimento econômico da Bahia. Neste contexto, o Sis-
tema FIEB vê na interiorização o caminho para o de-
senvolvimento do estado. A transformação industrial
agrega valor e multiplica os negócios gerados em sua
base territorial. Para uma cidade do interior, esse
efeito multiplicador é ainda maior em comparação
ao mesmo investimento em regiões já amplamente
industrializadas. [bi]
Bahia Indústria 23
betto Jr./coperphoto/sisteMA Fieb
O ministro da Secretaria da
Micro e Pequena Empresa,
Guilherme Afif Domingos,
participou de almoço-palestra
com cerca de cem empresários
baianos, dia 26 de março, na
FIEB, onde foi recepcionado pelo
presidente Ricardo Alban e repre-
sentantes do Conselho da Micro e
Pequena Empresa (Compem) da
FIEB, que na ocasião, realizava
seu encontro mensal.
Afif lembrou que há no Con-
gresso bons projetos para melho-
rar o ambiente competitivo das
micro, pequenas e médias empre-
sas (MPME), mas é necessário unir
esforços para que saiam do papel.
“Precisamos do apoio do empre-
sariado para garantir a votação
no Congresso do projeto que altera
a legislação do Simples, para re-
duzir a carga de impostos de em-
políticas para as MpMeMinistro Afif domingos apresentou propostas do governo para as pequenas empresas, durante encontro na Fieb
O ministro
apresentou
o programa
Bem Mais
Simples aos
empresários
presas que ultrapassam a barreira
prevista no programa”, afirmou.
Atualmente, o Simples bene-
ficia empreendimentos com fatu-
ramento anual de até R$ 3,6 mi-
lhões, mas quando uma empresa
ultrapassa esse valor passa a pa-
gar 54% a mais de impostos.
Guilherme Afif Domingos apre-
sentou também aos empresários
baianos detalhes do programa
Bem Mais Simples Brasil, que pro-
cura simplificar o dia a dia de em-
presas e cidadãos. Um dos avanços
é o que permite o fechamento de
empresas em apenas cinco dias,
quando até então eram gastos 102
dias de idas e vindas no cipoal
burocrático. Isso, graças, princi-
palmente, à dispensa de baixa do
CNPJ. Também estão dispensadas
certidões para as operações de ex-
tinção, redução de capital, cisão
total ou parcial, incorporação, fu-
são, transferência de controle de
cotas e desmembramento.
O programa possui cinco pon-
tos: eliminar exigências que se
tornaram obsoletas com a tecnolo-
gia; unificar o cadastro e identifi-
cação do cidadão; dar acesso aos
serviços públicos em um só lugar;
guardar informações do cidadão
para consultas; além de resgatar
a fé na palavra do cidadão, subs-
tituindo documentos por declara-
ções pessoais. Hoje, estima-se que
exista 1,2 milhão de empresas ina-
tivas no Brasil. “Temos que tirar as
empresas que não estão vivas das
estatísticas”, disse Afif.
Durante o encontro, o vice-co-
ordenador do Compem, Reginal-
do Rossi, e a conselheira Noêmia
Daltro fizeram questionamentos
acerca de medidas voltadas para o
incremento das MPME. O coorde-
nador do Compem, Carlos Gantois,
parabenizou a FIEB pela iniciativa
de promover o encontro e ressal-
tou a necessidade de se avançar
mais em relação à Lei Geral 123/06
e a Lei 147/14.
Gantois assinalou a necessida-
de da urgente aprovação de pro-
jetos de lei que tramitam no Con-
gresso Nacional, como a questão
da substituição tributária neste
segmento empresarial, a amplia-
ção dos limites de enquadramen-
to ao Simples Nacional, crian-
do-se um regime de transição
progressiva até R$ 7, 2 milhões,
chegando a R$ 14,4 milhões para
o setor industrial. [bi]
24 Bahia Indústria
conselhos
Alteração do processo administrativo estadual limita a defesa de pequenas empresasO Conselho de Assuntos Fiscais (Caft) da FIEB emitiu alerta sobre
a alteração do Processo Administrativo Fiscal da Bahia, a partir de
fevereiro/2015, conforme o Decreto n° 15.807/2014, a qual majorou
o limite para as Notificações Fiscais para R$ 39.720. O processo
administrativo a que se sujeita a Notificação Fiscal é precário,
pois prevê a possibilidade de uma única defesa, analisada pelo
superior hierárquico do auditor autuante e que, se indeferida,
acarreta na sua inscrição direta em Dívida Ativa.
Esse procedimento passa a ser aplicável a uma infinidade
de cobranças realizadas contra microempresas e empresas de
pequeno porte, limitando completamente o direito de defesa de
contribuintes que deveriam ser tratados de forma diferenciada
pelo Fisco Estadual.
Comex destaca importância do Serviço de Apoio ao Investidor
Comam debate a gestão das emissões atmosféricas
O Conselho de Meio Ambiente (Comam) da FIEB
reuniu acadêmicos e técnicos para discutir a
inclusão do gerenciamento das emissões na
estratégia de negócio das empresas industriais. A
prática está presente em 46% das grandes empresas
e em 43% das pequenas e médias. Os setores de
energia, industrial e de bens de consumo são os que
mais frequentemente consideram
aspectos da mudança do clima em
suas estratégias de negócio. O desafio
é o engajamento dos fornecedores
nestas iniciativas, considerando
que ainda falta a percepção de que
o tema integra o negócio e pode ser
aproveitado na cadeia de valor como
um diferencial competitivo.
O Comam explica que, diante
da crescente pressão por produtos
e processos menos intensivos em
carbono, a competitividade de
uma companhia será determinada
pela sua habilidade de medir,
gerir, reportar e reduzir suas
emissões de carbono, adaptando sua estratégia
de negócio aos riscos das mudanças climáticas.
E isso, independentemente do porte da empresa,
pois é possível incorporar a gestão de emissões
atmosféricas como uma estratégia de negócio.
Programa fortalece polo moveleiro do extremo-sul visando à exportação
O Conselho de Comércio Exterior (Comex) da FIEB
apoia o programa Mais Árvores Bahia, iniciativa
da Associação Baiana das Empresas de Base
Florestal (Abaf), em parceria com o Moveba, FIEB/
SENAI e outras entidades. O objetivo é fortalecer
a participação do setor moveleiro no mercado
internacional. De acordo com os dados divulgados
pelo Relatório de Acompanhamento do Comércio
Exterior da Bahia (divulgado em fevereiro pela
FIEB), o setor de celulose e papel participou com
17,1% das exportações do Estado, superando
setores tradicionalmente líderes, como é o caso das
indústrias químicas que ficaram com 15,9%.
Com o objetivo de suprir os potenciais investidores
na Bahia com orientações, estudos e informações
sobre o processo de implantação de projetos em
setores que trazem maior potencial e oportunidades
no estado, a Federação das Indústrias do Estado da
Bahia (FIEB), por meio do Centro Internacional de
Negócios da Bahia (CIN), oferece aos empresários
baianos o Serviço de Apoio ao Investidor.
Realizado em parceria com a Confederação
Nacional da Indústria (CNI), o serviço disponibiliza
aos empresários, inclusive estrangeiros, apoio nas
diversas fases de execução de projeto, desde estudo
preliminar até o after care.
A iniciativa contempla diversas ferramentas,
tais como: Guia Básico do Estado; banco de
oportunidades, por meio de estudos detalhados
dos setores priorizados; dados de custos do Estado
(energia elétrica, mão de obra, matéria prima,
etc.), procedimentos administrativos para a
implementação do negócio; facilitação de contato
com governos e entidades locais para definição
de apoio e benefícios para o negócio; contato com
profissionais locais para apoio ao investimento.
Bahia Indústria 25
a estrutura do centro univer-
sitário e de apoio tecnológi-
co do Sistema FIEB, o SENAI
Cimatec, chamou a atenção do
ministro Armando Monteiro, do
Desenvolvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior, que veio à Bahia
para visitar a unidade do Serviço
Nacional de Aprendizagem (SE-
NAI), reconhecida nacionalmente
pela excelência dos serviços pres-
tados à indústria.
“O Cimatec vai além das fron-
teiras da Bahia. É um centro
regional e nacional, referência
no Brasil na área de automação
industrial, otimização de proces-
sos, robótica, entre outras”, pon-
tuou o ministro. “Temos aqui um
dos 100 maiores computadores do
mundo. Isso dá a medida do que
é o Cimatec em termos de van-
guarda e estrutura tecnológica”,
acrescentou o ministro, após fa-
zer uma visita guiada a laborató-
rios do Cimatec.
Armando Monteiro conheceu
o Núcleo de Supercomputação e
o de Mecânica de Precisão – que
reúnem alguns dos projetos mais
importantes em desenvolvimento
no SENAI Bahia – acompanhado
de autoridades e empresários, co-
mo o governador do Estado, Rui
Costa, o presidente da FIEB, An-
tonio Ricardo Alban, os senadores
Walter Pinheiro e Lídice da Mata.
O presidente da FIEB, Ricardo
Alban, explicou que a excelência
Ministro da indústriavisita o senai cimatecArmando Monteiro destacou o potencial do centro de inovação, tecnologia e pesquisa que é referência no brasil na área de automação
Presidente
Ricardo Alban
e o Ministro
da Indústria
e Comércio
do trabalho desenvolvido no SE-
NAI resulta da união de esforços
entre a FIEB e seus parceiros. “Te-
mos o apoio da CNI e dos governos
estadual e federal. Estamos mon-
tando agora o Cimatec Industrial,
em Camaçari, com apoio do gover-
no do estado, com o qual daremos
suporte a todo o sistema produti-
vo da cadeia eólica, energia foto-
voltaica e outras competências”,
exemplificou.
Sobre o Cimatec Industrial, o
governador, Rui Costa, fez questão
de acrescentar que o centro chega
em boa hora. “Este espaço terá
foco no parque industrial baiano,
notadamente a indústria eólica,
fonte de importantes investimen-
tos no nosso estado. Temos hoje
contratados R$ 30 bilhões nos
projetos eólicos no estado. Por is-
so, já estamos produzindo vários
elementos desta cadeia produtiva
e entrando cada vez mais fundo
nessa fase de pesquisa”, explicou.
O ministro Armando Monteiro
já presidiu a Confederação Nacio-
nal da Indústria no período 2002-
2010 e é profundo conhecedor dos
problemas do setor industrial,
dentre os quais os entraves logís-
ticos e a carência de mão de obra
qualificada para a indústria. [bi]
coperphoto/sisteMA Fieb
26 Bahia Indústria
indicadores Números da Indústria
retração atinge a indústria baianacrise nacional e parada técnica em refinaria explicam a queda da produção industrial no estado
a taxa anualizada da produção física da in-
dústria de transformação da Bahia decres-
ceu 5,2%, em fevereiro de 2015, registrando
declínio em relação à registrada em janeiro
de 2015 (-3,4%). A Bahia se posiciona em 8º lugar no
ranking dos 14 estados pesquisados pelo IBGE no le-
vantamento da Produção Física Industrial Mensal,
no qual apenas dois apresentaram desempenho po-
sitivo: Mato Grosso (2,6%) e Goiás (1,1%).
Os outros doze estados registraram resultados ne-
gativos: Pernambuco (-0,3%), Pará (-0,4%), Espírito
Santo (-1,5%), Santa Catarina (-3,6%), Ceará (-4,2%),
Bahia (-5,2%), Minas Gerais (-5,9%), Rio de Janeiro
(-6,6%), Rio Grande do Sul (-6,7%), São Paulo (-6,9%),
Paraná (-8,3%) e Amazonas (-9%).
Na Bahia, de onze segmentos, cinco apresentaram
resultados positivos: Produtos Químicos (6%), Alimen-
tos (1,8%), Celulose e Papel (1,5%), Borracha e Plásti-
co (0,2%) e Couro e Calçados (0,1%). Apresentaram
retração os segmentos: Bebidas (-5%), Minerais não-
-Metálicos (-6,8%), Refino de Petróleo e Biocombustí-
veis (-7,9%), Metalurgia (-13,2%), Veículos Automotores
(-8,9%) e Equipamentos de Informática (-49,9%).
Na comparação com fevereiro de 2014, a produção
física da indústria de transformação baiana apre-
sentou queda de 24,3%, a maior entre os 14 estados.
Quatro dos 11 segmentos industriais da Bahia apre-
sentaram resultados positivos: Veículos Automotores
(10,6%, principal contribuição positiva sobre o total
da indústria, influenciada não só pela maior fabri-
cação de automóveis, mas pela base de comparação
deprimida, uma vez que esse setor recuou 37% em
fevereiro de 2014); Celulose e Papel (1,9%, aumento
na produção dos itens pastas químicas de madeira -
celulose); Couro e Calçados (2,8%) e Alimentos (5,5%,
aumento na produção de tortas, bagaços, farelos e
outros resíduos da extração do óleo de soja, óleo de
soja refinado e em estado bruto).
Apresentaram retração os segmentos: Refino de
Petróleo e Biocombustíveis (-59,9%, principal impac-
to negativo sobre o total, influenciado pela paralisa-
ção na produção da Refinaria Landulpho Alves, com
destaque para a redução na fabricação dos itens óleo
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2012 - 2015)
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
2012
20142013
2015
Bahia Indústria 27
diesel, óleos combustíveis, naftas para petroquími-
ca, gasolina automotiva e gás liquefeito de petróleo
- GLP); Equipamentos de Informática (-77,2%, de com-
putadores pessoais de mesa - PC Desktop, gravador
ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo - DVD, home
theather e semelhantes – e peças e acessórios para
máquinas de processamentos de dados); Metalur-
gia (-28,8%, pela menor produção de barras, perfis
e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, lingotes,
blocos ou placas de aço ao carbono, vergalhões de
aço ao carbono e fios de cobre refinado ou de ligas de
cobre): Bebidas (-16,8%, menor produção de cervejas
e chope): Minerais não Metálicos (-13,3%, com que-
da na produção de elementos pré-fabricados para a
construção civil de cimento ou concreto e massa de
concreto, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica e
cimentos “Portland”); Produtos Químicos (-3,7%,
com redução na produção de acrilonitrila, PEAD,
misturas de alquilbenzenos ou de alquilnaftalenos,
princípios ativos para herbicidas e amoníaco) e Bor-
racha e plástico (-1,9%).
O setor industrial inicia o ano de 2015 bastante
desaquecido, refletindo uma conjuntura doméstica
de retração e um mercado internacional ainda de-
bilitado, refletindo-se nos baixos preços das com-
modities. Do ponto de vista estadual, o desempenho
negativo de fevereiro ainda é reflexo da parada da
RLAM, que responde por quase um terço do VTI da
Indústria de Transformação. Por outro lado, cumpre
registrar o movimento de recuperação do segmento
de Automóveis (+66,7% no acumulado do ano), após
o bem sucedido lançamento de novo modelo de car-
bahia: pim-pf de fevereiro 2015
Indústria de Transformação -24,3 -18,2 -5,2
Refino de petróleo e biocombustíveis -59,9 -54,9 -7,9
Produtos químicos -3,7 -3,0 6,0
Veículos automotores 10,6 66,7 -8,9
Alimentos 5,5 5,1 1,8
Celulose e papel 1,9 9,1 1,5
Borracha e plástico -1,9 -0,3 0,2
Metalurgia -28,8 -23,4 -13,2
Couro e Calçados 2,8 7,2 0,1
Minerais não metálicos -13,3 -13,4 -6,8
Equipamentos de Informática -77,2 -76,6 -49,9
Bebidas -16,8 -16,9 -5,0
Extrativa Mineral -4,0 -6,0 -0,6
VAriAção (%)
SETORES FEV15/FEV14 JAN-FEV15/ MAR14-FEV15/ JAN-FEV14 MAR13-FEV14
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
ro (além da operação de fábrica de motores).
Quanto às perspectivas para 2015, não há elemen-
tos para uma recuperação expressiva da indústria
nacional. A estimativa de mercado é de queda da
atividade industrial de 2,64% (relatório do Banco
Central) este ano, com alguma recuperação em 2016
(+1,5%). Alguns indicadores econômicos mostram
um início de ano de dificuldades, a exemplo do salto
da inflação (o IPCA acumula alta de 2,48% no ano e
7,7% em 12 meses) e da elevada taxa básica de juros,
que alcançou 12,75%. A depreciação do Real, por sua
vez, pode dar um alento ao setor exportador, benefi-
ciando a indústria nacional. [bi]
28 Bahia Indústria
VAlter pontes/coperphoto/sisteMA Fieb
O SESI Bahia acaba de fechar
parceria para assessorar
a Ford Brasil na gestão de
seus projetos de Responsabilidade
Social Empresarial em todo o Bra-
sil. O primeiro projeto a ser geren-
ciado pelo Departamento Regio-
nal do SESI Bahia fora do estado é
o Programa Odontomóvel, na uni-
dade de São Bernardo do Campo,
em São Paulo. Há negociações em
curso para implantar a iniciativa
também no município de Taubaté,
em São Paulo, e em uma subsidiá-
ria da montadora no Ceará.
Para conhecer de perto os pro-
jetos financiados pela Ford Fund
na Bahia, o diretor da instituição,
Mike Schmidt, acompanhado da
coordenadora de Projetos Inter-
nacionais da Ford, Benna Dee-
se, da gerente de Comunicação e
Responsabilidade Social da Ford
Brasil, Adriane Rocha e da Super-
sesi bahia amplia parceria com a Fordgestão dos programas de responsabilidade social no brasil passam a ser geridos pela bahia
Diretor global
da Ford Fund
visitou escola
zumbi dos
Palmares, em
Camaçari
visora de Assuntos Corporativos,
Magnólia Borges, estiveram no dia
24 de março em Camaçari.
Eles conheceram os projetos
executados pelo SESI com o apoio
da Prefeitura de Camaçari, por
meio das secretarias da Saúde e
da Educação – a unidade móvel de
saúde bucal, o Odontomóvel Ford,
e o Projeto de Educação Ambiental
–, e outras iniciativas apoiadas
pelo Ford Fund. Durante a visita
ao Odontomóvel Ford, na Escola
Zumbi dos Palmares, na Casca-
lheira, Schmidt conheceu o traba-
lho de promoção da saúde bucal.
De maio de 2013 a fevereiro
deste ano foram beneficiadas com
ações do Odontomóvel Ford 26
instituições de Camaçari, sendo
12 escolas municipais, uma escola
comunitária, 10 creches e três Uni-
dades de Saúde da Família, totali-
zando 3.670 pessoas atendidas.
O outro projeto da Ford, ge-
renciado pelo SESI Bahia, é o de
Educação Ambiental, também
iniciado em 2013 nas escolas de
Camaçari. A proposta é promover
conscientização e mudança de
comportamento em relação à pre-
servação por meio do Centro Am-
biental da Ford, anexo da fábrica
em Camaçari, que deixa como
legado a implementação de uma
horta vertical nas escolas parti-
cipantes. Até o momento, foram
atendidas 40 escolas do municí-
pio, o que representa um universo
de 1.370 estudantes.
AMPLIAÇÃO DA PARCERIAO gerente de Processo de Merca-
do do SESI Bahia, André Bautista,
comemora o avanço da parceria
com a Ford. “Tivemos um avanço
considerável nas negociações com
a Ford e estamos comemorando o
fato de o SESI Bahia ter sido esco-
lhido para assessorar a Ford Brasil
na gestão de seus projetos sociais
em outros estados onde a monta-
dora atua”. O mais novo projeto de
parceria entre as duas instituições
é o de Gestor Social, que teve iní-
cio em março deste ano.
A visita do diretor da Ford Fund
foi acompanhada, ainda, pelas ge-
rentes de processos de Responsa-
bilidade Social, Adriana Reis, e de
Odontologia, Maristela Araújo. Na
avaliação de Adriana Reis, é uma
grande motivação para a equipe
de Responsabilidade Social do SE-
SI Bahia que atua na Região Metro-
politana de Salvador a confiança
que têm sido depositada pela Ford
Fund. “A ampliação dos projetos
de parceria e a atribuição da ges-
tão dos projetos implantados em
outros estados pelo Departamento
Regional Bahia validam todo o es-
forço das nossas equipes. [bi]
Bahia Indústria 29
VAlter pontes/coperphoto/sisteMA Fieb
as empresas em operação na área de atuação
da Sudene podem reverter 30% do Imposto
de Renda calculado com base no lucro líquido
para reinvestir em seus projetos de modernização ou
compra de equipamentos. Trata-se do novo produto
operado pelo Banco do Nordeste do Brasil, o Reinves-
timento, que beneficia empresas dos setores indus-
trial, agroindustrial, de infraestrutura e de turismo.
O benefício fiscal, instituído pelo governo federal,
e que estará em operação até 2018, foi apresentado
aos empresários baianos pelo presidente do BNB,
Nelson Antônio de Souza, no dia 16 de março, em
seminário realizado no auditório da FIEB. “Estamos
oferecendo este benefício para as empresas da Bahia,
em parceria com a FIEB”, explicou Souza, destacan-
do que o BNB, juntamente com a Sudene, está levan-
do o programa para todo o NE, obtendo boa adesão
por parte do empresariado.
O presidente Nelson Antônio de Souza também
apresentou um balanço das operações do banco em
2014 e as perspectivas para 2015, além de fazer um
recorte dos recursos destinados à Bahia, que recebe a
bnb apresenta benefício fiscal para investimentoo reinvestimento prevê que as empresas utilizem 30% do imposto de renda em projetos de modernização e compra de equipamentos
maior parte do que é direcionado ao fomento da ativi-
dade produtiva no Nordeste.
O 1º vice-presidente da FIEB, Carlos Henrique Gan-
tois, que representou o presidente Ricardo Alban na
solenidade de abertura do seminário, ao lado do su-
perintendente da Sudene, José Márcio de Medeiros, e
do diretor técnico do Sebrae, Lauro Ramos, ressaltou
o importante papel que o BNB desempenha, especial-
mente no fomento à indústria. “O BNB tem permitido
a modernização das nossas indústrias, o que é fun-
damental para a competitividade e a produtividade
face à agressividade das indústrias estrangeiras no
mercado nacional”, destacou Gantois.
O presidente do BNB ressaltou a importância de ter
parceiros como a FIEB e demais federações para o su-
cesso das operações do banco, que fechou 2014 com
o melhor balanço social e o melhor balanço financei-
ro da história de 62 anos da instituição, registrando
lucro operacional de R$ 1,1 bilhão e lucro líquido de
R$ 747 milhões, 107% maior que o lucro de 2013. Em
2014 o balanço social teve aplicação R$ 13,4 bilhões
no FNE. O BNB também comemora o fato de ter sido
a marca mais valorizada no mercado internacional,
com a conquista do 10º Prêmio Relatório Bancário,
em 2014.
PERSPECTIVAS Nelson Souza também falou sobre as projeções pa-
ra 2015 em um cenário de desaceleração econômica,
observando que o BNB segue um planejamento estra-
tégico que o coloca em uma situação tranquila. Em
termos de investimentos, Souza informa que estão
previstos R$ 27 bilhões para fomentar a economia do
Nordeste. Desses, R$ 15 bilhões são do Fundo Cons-
titucional do Nordeste, com custo financeiro baixo,
taxas de juros baixas e prazos maiores e com direito
a bônus de adimplência. “A maior parte desses R$ 27
bilhões são para a Bahia, que recebe, em média, 10 a
12% do que é aplicado na região”, ressaltou. [bi]
Presidente
do BNB
apresentou o
novo produto
do banco aos
empresários
baianos
30 Bahia Indústria
painel
Sindpacel comemora conquistas em posse da diretoria reeleitaOs 60 anos de história do Sindicato das Indústrias do Papel,
Celulose, Papelão, Pasta de Madeira de Papel e Artefatos de
Papel e Papelão no Estado da Bahia (Sindpacel) e a conquista
da ISO 9001.2008 foram celebrados durante a posse da
diretoria reeleita da entidade, no dia 16 de abril, na FIEB.
Jorge Cajazeira foi reconduzido à diretoria para os próximos
três anos. A solenidade de posse contou com a presença do
presidente da FIEB, Ricardo Alban, que reiterou a satisfação
da parceria com o Sindpacel. “Queremos que a FIEB continue
sendo uma caixa de ressonância das demandas e
reivindicações das classes sindicais”, pontuou. No evento
aconteceu também a homologação da certificação ISO
9001.2008 para o Sindpacel. “Nosso sindicato tornou-se o
primeiro da Bahia a conquistar um certificado de qualidade
com base na nova lei ISO 9001”, comemorou Cajazeira.
Alban, Cajazeira, gantois e Rossi na posse do Sindpacel
MArcelo gAndrA | coperphoto | sisteMA Fieb
Colação de grau SENAI CimatecSolenidade de colação de grau
foi realizada no dia 20 de
março, no SENAI Cimatec,
reunindo 34 estudantes dos
cursos de logística, inspeção
de equipamentos e de
soldagem, sistemas
automotivos, gestão da
produção industrial,
processos gerenciais,
manutenção industrial e
processos ambientais.
O primeiro vice-presidente da
FIEB, Carlos Henrique
Gantois, abriu a solenidade e
explicou o quanto um evento
desta natureza traduz o
trabalho da Federação. “Para
nós, que temos hoje a meta de
valorizar a micro, pequena e
média indústria, sem perder
de vista, claro, a grande
indústria, a questão da
capacitação profissional,
nesta área tecnológica, é
imprescindível. A
qualificação é a grande força
motriz do incremento da
produtividade e da
competitividade deste
segmento empresarial”,
explicou.
gestão do absenteísmo
Painel de Especialistas
em Gestão do
Absenteísmo e
Reabilitação reuniu
profissionais das áreas
de saúde, recursos
humanos e técnicos de
segurança das indústrias
da região de Feira de
Santana, no dia 30 de
março. Realizado pela
unidade do Serviço
Social da Indústria
(SESI) do município, o
evento teve o propósito
de reunir profissionais
com experiências
diversificadas em gestão
do absenteísmo e
reabilitação que tenham
atuado no
desenvolvimento de
ações e produtos com
foco na redução dos
afastamentos de curto e
longo prazo e na
reabilitação/reinserção
de trabalhadores, bem
como na articulação com
stakeholders.
Ministro da Cultura no SESI Rio VermelhoO Teatro SESI Rio Vermelho recebeu, no dia 13 de abril, o
ministro da Cultura, Juca Ferreira. Ele assistiu ao espetáculo
de dança Entre Linhas, da coreógrafa Jaqueline Elesbão, que
fazia parte da programação da 9ª edição do Vivadança
Festival Internacional. O ministro foi recebido pela gerente
do SESI Rio Vermelho, Angélica Ribeiro, e pela gerente do
teatro, Rosa Villas-Boas. Juca Ferreira veio à Bahia para
uma série de atividades do ministério, incluindo a Caravana
da Cultura, que visa aproximar o Ministério da Cultura
(MinC) dos produtores culturais. A caravana está visitando
várias cidades do país.
MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb
Juca Ferreira ao lado do diretor Márcio Meireles
Bahia Indústria 31
gilberto Carvalho conhece o projeto do SESI Retiro
VAlter pontes/coperphoto/Fieb
Angelo pontes/coperphoto/sisteMA Fieb
SinduScon e AdeMi ApreSentAM enic • A cadeia do setor
da construção estará reunida no 87º Encontro Nacional da
Indústria da Construção, de 23 a 25 de setembro, em
Salvador. Com o tema Brasil mais eficiente, país mais justo,
o ENIC 2015 é uma realização do Sindicato da Indústria da
Construção (Sinduscon-BA), da ADEMI-BA e da CBIC. O
evento foi lançado em um café da manhã, dia 09 de abril, na
sede do sindicato. Na oportunidade, também foram
apresentados o site, a marca e o aplicativo do evento. “O
futuro da construção no Brasil será debatido com o objetivo
de trazer soluções e novos entendimentos para um setor em
constante evolução”, comentou o presidente do Sinduscon-
BA, Carlos Henrique Passos.
Presidente do CONSESI visita SESI BahiaO presidente do Conselho Nacional de Administração do SESI,
Gilberto Carvalho, esteve em Salvador para conhecer os
principais projetos desenvolvidos no Departamento Regional,
bem como a estrutura do SESI Bahia. A visita ocorreu no dia 7
de abril e o roteiro incluiu a unidade SESI Lucaia, a Escola
Djalma Pessoa, em Piatã, e as obras da escola Reitor Miguel
Calmon, no Retiro. Carvalho esteve acompanhado do
superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, que
apresentou o projeto de construção de um centro na área de
saúde e segurança no trabalho. O presidente do Conselho
Nacional manifestou empenho em assegurar o apoio do
Departamento Nacional para a necessidade de aportar
recursos para o projeto que ele classificou como estratégico
para o sistema indústria.
Programa do SENAI Lauro de Freitas recebe nova certificaçãoO Programa de Ensaios de Proficiência (PEP) do SENAI Lauro
de Freitas conquistou, em fevereiro deste ano, mais uma
credencial da Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro e
passa a utilizar também a logomarca da CGCRE nos serviços
autorizados, evidenciando que os mesmos passaram por
auditoria do órgão nacional. O PEP foi criado em 2001, com o
objetivo de verificar o desempenho analítico de laboratórios
de ensaios químicos. O trabalho consiste em avaliar, por
meio de cálculos estatísticos, se o laboratório apresenta
desempenho satisfatório nas análises que realiza.
CIEB lança Programa Rede de Parceiros Com o objetivo de oferecer às empresas associadas
produtos e serviços com descontos e condições
especiais, o Centro das Indústrias da Bahia (CIEB)
lança, em maio, o programa de benefícios Rede de
Parceiros, que prevê oferecer às empresas associadas,
produtos e serviços de qualidade, fortalecendo também
os parceiros, que ganham visibilidade e firmam novos
negócios. Já foi firmado acordo com mais de 30 parceiros
em diversas atividades, a exemplo de certificação
digital, farmácias, academias de ginástica, cinemas e
cursos de idiomas. A intenção é atender a demanda das
associadas do CIEB e melhorar a qualidade de vida de
seus funcionários. A rede abrange toda a Bahia e conta
com parcerias no interior. Interessados em associar-se
ao CIEB devem entrar em contato pelo telefone (71)
3343-1216 ou pelo e-mail [email protected].
32 Bahia Indústria
Direito Penal como meio de controle na modernidade
jurídico
POR marcelo cerqueira
É notório o desejo social de que o
Direito Penal seja cada vez mais
expandido, de modo a incidir nas
mais diversas condutas, geran-
do um controle criminal cada vez
mais abrangente. Vivemos uma
espécie de retorno do movimento
Law and Order da década de 1970,
que tem como fundamento que as
leis penais mais severas sanam o
problema da criminalidade.
A justificativa social para a ex-
pansão desse fenômeno de inten-
sificação punitiva embasa-se na
crescente sensação de inseguran-
ça, em razão do aumento abrupto
dos índices de violência e o conse-
quente anseio de justiça.
A ideia de desamparo cria a
impressão de que a incidência de-
lituosa aumentará cada vez mais,
deixando a população sujeita aos
mais graves crimes, em qualquer
tempo, lugar ou classe social.
Tal pensamento faz, portanto,
com que se iniciem os reflexos na
política criminal, criando a sensa-
ção de necessidade de agravamen-
to do Direito Penal como o único
apto a solucionar tal panorama, o
que, obviamente, não se justifica.
Com a pós-modernidade, aban-
dona-se o ideal correcionalista,
que enxergava o crime como um
problema social e entendia que,
com a solução das desigualdades
e correção do indivíduo via inter-
venção estatal, efetivamente, se
combatia a criminalidade.
O sentimento atual é que a so-
lução para a crescente criminali-
dade é segregá-la, consolidando a
cultura do controle através da pu-
nição. Um verdadeiro retrocesso
principiológico.
Essa nova lógica punitiva do
Estado de Direito faz com que a
igualdade perante a lei seja esque-
cida, criando estereótipos causa-
dores da violência estrutural, que
são agravados por um ambiente de
dramatização midiática dos me-
dos populares.
Ocorre que, enquanto os te-
mores forem utilizados de forma
populista, tendemos a esquecer
que é a própria modernidade que
produz essa sociedade do medo,
onde o criminoso deixa de ser
uma pessoa normal vulnerável ao
desajuste/desvio, e passa a ser tão
somente fonte de perigo, que ne-
cessita ser neutralizado.
Dentro da ótica da indústria,
citamos a Lei Anticorrupção nº
12.846/13, que visa punir por res-
ponsabilidade civil e adminis-
trativa as pessoas jurídicas pela
prática de atos contra a adminis-
tração.
A referida lei parece ter cunho
administrativo, contudo, possui
caráter substancialmente penal
e traz reflexos importantes para
o setor, pois pode prejudicar dire-
tamente a atividade empresarial.
Desta forma, a cultura do medo
e a sensação de insegurança so-
cial impregnadas na visão da so-
ciedade moderna dão ensejo à ma-
ximização do Direito Penal, que
deveria, em verdade, ser somente
utilizado em ultima ratio – última
razão –, quando todos os demais
ramos do direito não forem capa-
zes de repelir tais condutas.
Decreto Federal regulamenta e-SocialResolução do Comitê Gestor
CGES/GM/TEM nº 1,
composto por representantes
dos Ministérios do Trabalho e
Emprego e da Previdência
Social, da Secretaria da
Receita Federal do Brasil, do
Instituto Nacional do Seguro
Social e da Caixa Econômica
Federal, foi publicada no dia
24 de fevereiro de 2015. A
Resolução regulamentou o
Sistema de Escrituração
Digital das Obrigações
Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas (eSocial) e
aprovou a versão 2.0 do seu
Manual de Orientação (MOS).
Publicado o Novo Código de Processo CivilFoi publicada, no dia 17 de
março de 2015, a Lei Federal
nº 13.105, que instituiu o
novo Código de Processo
Civil Brasileiro. A norma
trouxe diversas inovações
visando a dar maior agilidade
ao andamento das demandas
judiciais, a exemplo da
extinção de diversos
recursos; da nova forma de
contagem do prazo em dias,
estabelecidos por lei ou pelo
juiz, por força da qual serão
computados somente os dias
úteis; do incremento das
multas para aqueles que
interpuserem recursos com o
mero intuito protelatório;
bem como da criação de
centros de solução
consensual de conflitos.
Marcelo Cerqueira é advogado da Gerência Jurídica da FIEB
Bahia Indústria 33
ideias
POR daniel ribeiro silva
O Código Tributário do Estado
da Bahia (Coteb) dispunha que
a exigência de crédito tributário
deveria ser feita por meio de no-
tificação fiscal, sempre que o lan-
çamento de ofício fosse relativo a
valor inferior a R$10 mil. Quando,
no entanto, o valor fosse igual ou
superior, a exigência se realizaria
por meio de auto de infração. Tal
dispositivo fora modificado pela
Lei n° 13.199/2014, para determi-
nar que os limites em reais para
utilização da notificação fiscal
deveriam ser estabelecidos em
regulamento. O RPAF/BA, com
a redação dada pelo Decreto n°
15.807/2014, a partir de fevereiro
de 2015, fixou como teto o valor de
R$ 39.720 para manejo da notifica-
ção fiscal, sem qualquer justifica-
tiva razoável.
As duas vias eleitas pelo legisla-
dor estadual para efetuar a cobran-
ça, em verdade, trazem consigo
diferentes regimes jurídicos que re-
gem, cada um, ao seu modo, o pro-
cedimento de impugnação do con-
tribuinte e o julgamento do mesmo.
A defesa da notificação fiscal
deve ser feita em um prazo de 30
dias e se resume a apresentar uma
justificação na repartição do do-
micílio fiscal. Dada a sua apresen-
tação, a administração fazendá-
ria emitirá a decisão por meio de
despacho do titular da Gerência
de Arrecadação ou da inspetoria
fazendária emitente da Notifica-
ção Fiscal. Decorrido o prazo esti-
pulado para pagamento do débito,
considera-se constituído o crédito
tributário, devendo ser encami-
nhado para inscrição em Dívida
Limitações ao direito de defesaAtiva. A esta descrição se resume
todo o procedimento de julgamen-
to da defesa de uma notificação
fiscal no Estado da Bahia.
O regime do auto de infração,
porém, é bastante diferenciado,
quando da apresentação da defesa
no prazo de 60 dias, impugnando
o lançamento de crédito tributá-
rio, efetuado mediante auto de in-
fração, instaurando-se o processo
administrativo fiscal.
No processo podem ser reali-
zadas diligências. Há julgamento
em primeira instância por uma
Junta de Julgamento Fiscal e, em
segunda instância, por uma das
Câmaras de Julgamento Fiscal,
sendo que três integrantes são
representantes dos contribuintes,
sendo possível a sustentação oral
pelo contribuinte. Ainda há a pos-
sibilidade de recurso à Câmara Su-
perior do Consef.
É possível concluir que o pro-
cedimento de auto de infração,
diferentemente do procedimento
da notificação fiscal, que é niti-
damente precário, está de acordo
com o que prevê a Constituição Fe-
deral, ao determinar, também pa-
ra os processos administrativos, a
observância da ampla defesa e do
contraditório.
No alargamento da aplicação
do regime de notificação fiscal,
cumpre observar que, fatalmen-
te, seu procedimento passa a ser
aplicável a uma infinidade de
cobranças realizadas contra mi-
croempresas e empresas de pe-
queno porte. Estas, em virtude da
limitação econômica a que estão
submetidas, facilmente teriam as
cobranças contra elas enquadrá-
veis no valor estipulado pelo fisco
Daniel Ribeiro Silva é advogado, conselheiro do Caft/FIEB
“Entendemos ser questionável submeter as micro e pequenas empresas a um regime de cobrança que não observa plenamente as garantias processuais da ampla defesa e do contraditório”
“estadual como próprio para as no-
tificações fiscais. Essa medida po-
de acabar com qualquer possibi-
lidade de defesa em lançamentos
de descumprimento de obrigações
acessórias, em que o RPAF permi-
te aos julgadores do Consef a com-
petência para proceder à redução
das penalidades.
Entendemos ser questionável
submeter as micro e pequenas em-
presas a um regime de cobrança
que não observa plenamente as ga-
rantias processuais da ampla defe-
sa e do contraditório. O tratamento
privilegiado, previsto constitucio-
nalmente, decorre de uma neces-
sidade econômica e social patente:
as micro e pequenas empresas são
responsáveis, no Brasil, pelo aco-
lhimento de uma parcela conside-
rável de trabalhadores.
Com base em todo esse contex-
to, resta evidente a necessidade
de tentar sensibilizar o legislador
estadual para que sejam alterados
os respectivos dispositivos legais,
adequando a legislação estadual e
garantindo a todos os contribuin-
tes o mesmo direito de defesa em
sede de processo administrativo
fiscal. [bi]
livros
leitura&entretenimento
Sobre a crise de 2007Um relato abrangente a respeito dos
efeitos da crise econômica e financeira de
2007 nos Estados Unidos e seus efeitos
sobre a economia moderna é a proposta de
As transições e os choques, livro de autoria
de um dos maiores colunistas de economia
do mundo, o americano Martin Wolf. Além
de contar a história da crise em si, ele
analisa suas consequências e mostra que
novos abalos estão por vir e que as atuais
mudanças políticas fazem da Europa um
ambiente instável.
Onipresença do EstadoO autor busca entender como se formou
historicamente no Brasil a ideia de que
cabe ao governo resolver todos ou a
maioria dos problemas sociais, políticos e
econômicos. Vasculhando a história
política do país e recorrendo às
explicações de pensadores brasileiros e
portugueses que refletiram sobre a cultura
política do Brasil, Garschagen narra a
história de um país cuja formação cultural
se confunde com a onipresença da
burocracia nacional.
As transições e os choquesmartin WolfCompanhia das Letras480 páginasR$ 64,90
Pare de acreditar no governo: Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado Bruno Garschagenrecord, 322 páginas R$ 38
34 Bahia Indústria
Jogo de poderInspirado nas relações estabelecidas entre os personagens de
Beckett na peça “Fim de Jogo”, a Companhia Bufa de Teatro
apresenta no Teatro SESI – Rio Vermelho a tragicomédia
“Joguete”. O espetáculo, estrelado por quatro palhaços,
apresenta a dualidade do ser humano a partir das relações
estabelecidas entre os personagens. No palco, por meio da
mímica, são recriadas metáforas de situações vividas no
cotidiano em que o egoísmo, a submissão e o exercício do
poder vão sendo retratados. A interdependência afetiva, de
opressão, de carência material e humana se torna um fato
destrutivo, até que seja quebrado o círculo vicioso.
diVUlgAção
Aquarelas de CarybéOs traços leves, coloridos e minuciosos de Carybé revelam a
visão do artista sobre marcos da história do Brasil e da
Bahia nas exposições “Aquarelas do Descobrimento” e “As
Cores do Sagrado”. Dentre as obras apresentadas, uma
releitura da Carta de Pero Vaz de Caminha, em aquarela,
concebida com base na obra Carta a El Rey Dom Manuel,
idealizada pelo escritor Rubem Braga e publicada em 1981.
Assim, nasceram as 50 obras que integram a exposição
Aquarelas do Descobrimento. Já “As Cores do Sagrado” traz
um registro único dos rituais e cultos aos deuses africanos
no candomblé na Bahia.
Não perca Caixa Cultural, ter a dom, 9 às 18h. Até 17.5. Rua Carlos Gomes, 57, Centro. Gratuito. Informações: (71) 3421-4200
Não perca Teatro SESI, sextas, às 20h. 22 e 29.5. Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. R$ 20 e R$ 10. Informações: (71) 3334-6800
teatro
músicaléo de AzeVedo/diVUlgAção
REDE DE
Um Clube de
para você.Benefícios
Informações: 71 3343 1216www.fieb.org.br/cieb | [email protected]