FACULDADE CATHEDRAL
I-BRAS – INSTITUTO BRASIL DE PÓS-GRADUAÇÃO, CAPACITAÇÃO E ASSESSORIA
FRANCISCO PABLLO MOTA ARRUDA
AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO COM ANTI-HIPERTENSIVOS EM IDOSOS EM UMA UBS NO MUNICÍPIO
DE SANTA INÊS - MA
TERESINA 2019
FACULDADE CATHEDRAL I-BRAS – INSTITUTO BRASIL DE PÓS-GRADUAÇÃO,
CAPACITAÇÃO E ASSESSORIA
FRANCISCO PABLLO MOTA ARRUDA
AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO COM ANTI-HIPERTENSIVOS EM IDOSOS EM UMA UBS NO MUNICÍPIO
DE SANTA INÊS – MA
Artigo apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Farmacologia ClÍnica e Prescrição da Faculdade Cathedral/Instituto Brasil de Pós-Graduação, Capacitação e Assessoria. Orientadora: Dra. Débora Previatti
TERESINA 2019
AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO COM ANTI-HIPERTENSIVOS EM IDOSOS EM UMA UBS NO MUNICÍPIO DE SANTA INÊS -MA
FRANCISCO PABLLO MOTA ARRUDA1 DÉBORA PREVIATTI2
RESUMO
A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença que acomete cerca de 30 milhões de brasileiros e aproximadamente 50% destes não tem conhecimento que são hipertensos, A adesão da terapia é a ligação colaborativa entre os profissionais de saúde e o paciente. Este estudo tem como objetivo avaliar a adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em idosos de uma Unidade Básica de Saúde do município de Santa Inês – MA. Trata-se de um estudo do tipo descritivo, transversal com abordagem quantitativa e pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, realizado com setenta idosos diagnosticados com hipertensão arterial, atendidos em uma UBS. As informações foram obtidas através de um questionário com 15 questões que foram agrupadas em quatro categorias: dados pessoais/perfil sociodemográfico; dados socioeconômicos; dados relacionados à saúde e dados característicos a medicação. De acordo com os resultados obtidos, a maioria dos indivíduos são do sexo feminino, viúvos, possuem baixa escolaridade e baixa renda, não praticam atividade física, possuem doenças crônicas além da hipertensão arterial, não conseguem ler o que está escrito na embalagem e esquecem de tomar seus medicamentos com frequência. Fatores esses que interferem na adesão da farmacoterapia. Com isso, sugere-se com este trabalho, elaborar estratégias adequadas a essa população, informando cada idoso e elaborar medidas educativas para que esses pacientes possam dar sequência ao tratamento de forma correta. Palavras-Chave: Hipertensão Arterial Sistêmica. Idosos. Farmacoterapia.
ABSTRACT
Systemic Arterial Hypertension is a disease that affects about 30 million Brazilians and approximately 50% of the patients are hypertensive. It has a connection between the health professionals and the patient. This study aimed to evaluate antihypertensive treatment in the elderly of a Basic Health Unit of the Municipality of Santa Inês - MA. Comparative, descriptive, cross-sectional, quantitative, research and bibliographic research and data research, performed with a series of diagnoses with arterial hypertension, attended at a UBS. The dates were separated through a questionnaire with 15 questions that were grouped into four categories: personal data / sociodemographic profile; socioeconomic data; characteristic health data and characteristic data on medication. According to the results obtained, most physicians are female, with hearing impaired, are not responsible for doing their medications frequently. These factors interfere with the adherence of pharmacotherapy. In this way, it is possible to follow up with this work, to elaborate appropriate strategies for this population, informing each elderly person and elaborate educational measures so that these patients can follow the treatment in a correct way. Keywords: Systemic Arterial Hypertension. Elderly. Pharmacotherapy.
1 Farmacêutico. Aluno do Curso de Farmacologia Clínica e Prescrição Farmacêutica pelo Instituto Brasil
de Pós-graduação Capacitação e Assessoria. 2 Farmacêutica. Doutora em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina e
Especialista em Saúde Pública pela Universidade Federal do Paraná.
1 INTRODUÇÃO
A população idosa no Brasil aumenta gradativamente e com isso, devido
ao envelhecimento, manifestam-se com maior frequência doenças crônicas que
requerem um tratamento medicamentoso de longo uso e regular (CASCAES et
al., 2008). A idade é uma variante que prediz ao tratamento medicamentoso e
seu resultante não tem limite específico, podendo ocorrer antes mesmo dos
sessenta anos, sendo a probabilidade de utilizar algum medicamento se torna
maior a partir dos 40 anos (ROZENFELD, 2003).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adesão é o
nível em que o paciente acompanha a orientação do prescritor. O consentimento
ao método é motivado por causas referentes à terapia, à percepção, à
adequação e à aceitação de seu estado de saúde, e principalmente à segurança
no prescritor (SABATÉ, 2003). A adesão ao tratamento é complicada e de grande
importância para obter os resultados clínicos esperados (OBRELI-NETO et al.,
2011a).
A modificação na situação econômica, política e sanitária do país, tem se
sucedido devido ao crescimento da expectativa de vida da população brasileira.
Com isso, promoveu modificações na incidência e prevalência das patologias,
bem como as principais causas de óbito (OLIVEIRA et al., 2009).
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é representada por altos níveis de
pressão arterial, associados a alterações hormonais e, no metabolismo, a
eventos tróficos; em estágio evoluído, causa danos importantes em órgãos-alvo
como coração, retina, rins e cérebro, sendo que isso pode levar o indivíduo à
submissão física ou até falecer (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2006). O valor estimado de casos existentes de HAS no país, no ano de 2007,
foi de 24%, atingindo metade das pessoas com idade entre 60 e 69 anos e mais
de 70% daqueles com idade de 70 anos ou mais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2010).
A saúde do paciente com o a utilização de muitos medicamentos pode ser
prejudicada, a maior parte dos idosos interrompe o uso dos seus medicamentos
quando passam a se sentir melhor, resultando o aumento das doses dos
medicamentos quando tornam a sentir outra vez os sinais (ROCHA et al., 2008).
O profissional farmacêutico funciona como a última relação entre
prescrição e a administração, detectando na dispensação as pessoas de elevado
risco, destacando como é importante o monitoramento o tratamento e manejo da
PA, privando de problemas futuros (LYRA JUNIOR et al., 2004). ´
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em idosos no
município de Santa Inês -MA.
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS
Investigar o perfil dos idosos na adesão ao tratamento;
Caracterizar as dificuldades dos pacientes em relação a farmacoterapia;
Verificar as práticas tomadas por eles sobre as medidas não
farmacológicas para controlar a doença.
3 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa
e pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. A pesquisa foi feita nas
residências dos idosos cadastrados em uma na Unidade Básica de Saúde (UBS)
Sabback I, localizada na Rua Juscelino Kubitscheck no bairro Sabback, na
cidade de Santa Inês – Maranhão. A amostra foi constituída por 70 pessoas com
HAS residentes na área da referida UBS, aleatoriamente selecionadas, com
finalidades para esse trabalho, considerou-se idoso, o indivíduo com idade de 60
anos ou mais. Os dados foram coletados através de questionário com 15
questões elaborados pelo pesquisador, compostas por perguntas fechadas, com
a colaboração dos agentes comunitários de saúde da UBS. Elaborou-se a
análise de dados de acordo com as informações que foram coletadas na
pesquisa de campo. Em seguida, foram averiguados e ordenados nos
programas Microsoft Office Word® 2010 e Microsoft Office Excel® 2010,
mostrados na forma de tabelas e gráficos para melhor entendimento.
O trabalho seguiu os preceitos éticos estabelecidos pela resolução 466/12
do Conselho Nacional de Saúde que envolve pesquisa direta ou indiretamente
com seres humanos. As pessoas convidadas a participar da pesquisa foram
devidamente esclarecidas quanto às finalidades e solicitadas a registrar a sua
livre aceitação por meio da assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Realizou-se uma pesquisa com 70 idosos hipertensos cadastrados na
Unidade Básica de Saúde Sabback I em Santa Inês – MA. Conforme os
resultados e, considerando o perfil sócio-demográfico levando em conta o sexo,
observou-se que 72,8% são do sexo feminino, e 27,2% são masculino. Esses
dados vão ao encontro da literatura. Conforme Pessuto (1998) e Guedes et al.
(2005), o gênero feminino possui maior tendência de apresentar hipertensão
arterial, por causa das mudanças dos hábitos alimentares e da vivência do
cotidiano, como a saída de casa para trabalhar (funções profissionais), bem
como a função de dona de casa, mãe e esposa. Outro estudo afirma que as
mulheres parecem ter uma percepção mais acurada de sua condição de saúde
e também desenvolvem maiores relações com o serviço de saúde em razão de
seus atributos e funções reprodutivas (PIERIN, 2004; JESUS et al., 2008).
Em relação à faixa etária dos entrevistados, a maioria encontra-se com 66
a 70 anos com (34,40%), os da faixa etária entre 60 a 65 anos representam
22,80% , na sequência 18,60% dos idosos está faixa etária de 81 a 85 anos,
12,80% têm idade entre 76 a 80 anos , e 11,40% têm idade entre 71 a 75 anos.
De acordo com a Política de Saúde do Idoso (1999), idoso é definido como o
indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos e encontra-se mais susceptível
a apresentar alterações no seu estado de saúde frente a um agressor, externo
ou interno, sendo, portanto, maior alvo de patologias.
Gráfico 01. Faixa etária dos entrevistados.
Fonte: O autor, 2019.
Dentro do resultado do perfil sócio-demográfico ficou também confirmado
no que diz respeito ao estado civil dos entrevistados o seguinte resultado descrito
na tabela abaixo:
Tabela 01: Estado civil dos entrevistados.
Estado Civil %
Solteiro 11,5%
Casado 38,5%
Viúvo 45,7%
Divorciado 4,3%
Fonte: O autor, 2019.
Com relação ao estado civil, foi identificado que 45,7% são viúvos,
38,5% são casados, 11,5% afirmaram ser solteiros e 4,3% estão divorciados.
Um estudo feito por Araújo e Garcia (2006) comprovou que, os hipertensos
casados, quando comparados com os solteiros apresentaram chances duas
vezes maior de aderir ao tratamento proposto. E por outro, a situação familiar
dos pacientes pode interferir na adesão ao tratamento. A família tem grande
importância na evolução da doença hipertensiva, sendo o conjugue o maior
responsável pelo tratamento, sobretudo se a vida em comum for intensa.
(ARAÚJO, 2006).
No que diz respeito a raça/cor da população entrevistada, 41,40%
afirmaram ser de cor negra, já 27,10% se consideram brancos, enquanto 31,50%
dos idosos relatam de cor parda. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão
(2006), afrodescendentes estão mais susceptíveis ao desenvolvimento da
hipertensão arterial do que os brancos, com excesso de risco de 130%.
Gráfico 02. Raça/Cor dos entrevistados.
Fonte: O autor, 2019.
No documento “Sociedade Brasileira de Hipertensão” (2006), constata-se
que os afrodescendentes estão mais susceptíveis ao desenvolvimento da
hipertensão arterial do que os brancos, com excesso de risco de até 130%.
Analisa-se também que no Brasil, os indivíduos de raça negra apresentam nível
socioeconômico mais baixo. Dessa forma, há dificuldade de acesso aos serviços
médicos, atrasando o diagnóstico e levando ao tratamento inadequado, o que
torna essa população sujeita a consequências mais graves.
No levantamento sobre o grau de escolaridade ficou explícito na tabela
abaixo que a maioria tem são analfabetos com 48,6% seguido de 45,7% que
possuem ensino fundamental incompleto, das pessoas entrevistadas 4,28%
possuem o ensino médio completo e somente 1,24% cursaram o fundamental
completo. Segundo Pinotti, Mantovani e Giacomozzi (2008), indivíduos com
baixo nível de escolaridade pode ter dificuldades em compreender as
orientações fornecidas pelos profissionais de saúde e, consequentemente, não
aderir ao tratamento correto. Estudo de Araújo (2006) comprovou que, os
hipertensos casados quando comparados com os solteiros, apresentaram
chance duas vezes maior de aderir ao tratamento proposto.
Tabela 02. Percentual dos idosos entrevistados quanto ao Grau de
Escolaridade.
Escolaridade %
Fundamental completo 1,42%
Médio completo 4,28%
Superior Completo 0%
Fundamental incompleto 45,7%
Médio incompleto 0%
Superior incompleto 0%
Analfabeto 48,6%
Fonte: O autor, 2019.
Além do mais, o nível de escolaridade influi diretamente na assimilação
das orientações acerca da patologia, portanto, quanto mais baixa a escolaridade,
mais difícil se torna compreender o diagnóstico, a necessidade da mudança de
hábitos e os esquemas posológicos.
As entrevistas a seguir estão relacionadas aos dados socioeconômicos
dos entrevistados onde permite avaliar a renda familiar dos mesmos, conforme
dados abaixo:
Gráfico 03. Percentual dos idosos hipertensos entrevistados quanto à renda
familiar.
Fonte: O autor, 2019.
Os idosos em sua maioria apresentam renda familiar de 1 salário mínimo
71,50%, somente 18,50% possuem de 2 a 3 salários mínimos e apenas 10% dos
idosos tem a renda de menos de 1 salário mínimo. Araújo e Garcia (2006)
relatam que os pacientes economicamente ativos apresentavam maior adesão
ao tratamento do que os aposentados, atribuindo-se esse fato à questão
econômica, pois ao se aposentar, os indivíduos sofrem perdas financeiras, que
podem contribuir para o abandono do tratamento.
Neste caso, conforme Veras e Oliveira (2009), a baixa renda interfere na
aquisição de medicamentos, seja quando estes estão disponíveis no órgão
público competente, ou devido ao acesso precário ao serviço visto que este se
encontra distante dos domicílios, e atendimento das medidas dietéticas que
envolvem o tratamento.
As entrevistas a seguir estão relacionadas aos dados característicos à
saúde, foram indagados se praticam atividades físicas e o resultado encontra-se
condensado no gráfico abaixo:
Gráfico 04. Percentual de idosos hipertensos entrevistados quanto à atividade
física.
Fonte: O autor, 2019.
Dos 30% dos entrevistados que afirmam praticar exercícios físicos,
levando em conta o grau de frequência, ficou confirmado que 62% praticam
atividades físicas uma vez por semana; 28,5% praticam 2 a 3 vezes por semana
e apenas 9,5% praticam atividades físicas todos os dias. Nesse sentido, a prática
da atividade física, surge como alternativa fundamental na diminuição dos
declínios físico-fisiológicos do idoso, influenciando também aspectos sociais e
psicológicos na vida destes indivíduos (KUWANO E SILVEIRA, 2002).
Vale frisar que todos entrevistados são pessoas hipertensas e foram
questionadas se tem alguma outra doença crônica conforme o gráfico abaixo:
Gráfico 05. Percentual de idosos hipertensos entrevistados em relação à outra
doença crônica além da hipertensão.
Fonte: O autor, 2019.
De acordo com os resultados 47,40% dos idosos possuem colesterol alto,
já 38,40% têm como doença crônica a diabetes enquanto 14,20% dos
entrevistados têm osteoporose. Culos-Reed et al. (2000) ressalta que cerca de
85% dos idosos têm pelo menos uma doença crônica que requer tratamento
farmacológico.
Ao serem questionados se conseguem ler o que está escrito na
embalagem, chegou-se à conclusão de que há um grande contingente de
pacientes que apresentam elevado índice de analfabetismo pleno, e isto não é
bom no que diz respeito à informação e sua importância. Segundo Sousa (2003),
a escolaridade pode proporcionar uma avaliação sobre as situações de risco da
hipertensão arterial, ressaltando que a exposição a fatores de risco predomina
em indivíduos com baixa escolaridade.
Gráfico 06. Percentual dos idosos hipertensos entrevistados em relação a
leitura da embalagem do medicamento.
Fonte: O autor, 2019.
Também foi realizada a pergunta, a todos os entrevistados: “Esquecem
de tomar seus medicamentos com frequência?” O percentual das respostas
podemos verificar na tabela abaixo:
Tabela 03. Percentual dos idosos hipertensos entrevistados em relação ao
esquecimento da tomada dos medicamentos.
Resposta %
Sim 52,8%
Não 47,2%
Fonte: O autor, 2019.
Aos que responderam sim, de que esquecem de tomar seus
medicamentos, deixaram claro que 43,2% esquecem 1 vez por semana; 43,8%
esquecem 2 vezes por semana e 13% esquecem 3 vezes por semana. Fitten et
al (1995) descrevem que as propriedades cognitivas no paciente idoso
encontram-se afetadas, resultando em certa dificuldade para o entendimento ou
para relembrar corretamente os seus regimes terapêuticos. Sugerem então que
a capacidade de memorizar e lembrar seja avaliada antes que o regime
medicamentoso seja prescrito.
Quanto ao questionamento em relação à dificuldade em adquirir o
medicamento, a resposta foi que, a maioria dos idosos tem dificuldades em
adquirir os medicamentos com um percentual de 67,20% enquanto 32,80% não
possuem esse obstáculo.
Gráfico 07. Percentual dos idosos hipertensos entrevistados em relação a
dificuldade em adquirir o medicamento.
Fonte: O autor, 2019.
De acordo com Pucci (2012), 96% dos pacientes não faziam uso do
medicamento devido ao seu custo nas farmácias, mesmo sendo ofertado pelo
Sistema Único de Saúde. Quanto ao questionamento se os idosos faziam o uso
de mais de um medicamento anti-hipertensivo, ficou claro que 72,9% deles não
fazem uso de mais de um medicamento anti-hipertensivo, enquanto 21,1% dos
indivíduos estão à fazer uso de vários medicamentos, conforme a tabela abaixo:
Tabela 04. Percentual dos idosos hipertensos entrevistados em relação à fazer
o uso de mais de um medicamento anti-hipertensivo.
Fazem uso de mais de um medicamento %
Sim 27,1%
Não 72,9%
Fonte: O autor, 2019.
5 CONCLUSÃO
A Hipertensão Arterial é uma doença crônica que acomete muitos idosos.
Essa patologia constitui-se um risco para a saúde pois cria inúmeras
complicações cardiovasculares graves. Porém, entendemos que mesmo com a
clareza do diagnóstico, controlá-la ainda permanece sendo um dos maiores e
principais desafios.
A população de idosos que reside na comunidade pesquisada é,
predominantemente, feminina, viúvas, possui baixa escolaridade e renda per
capita, não faz atividade física. Além disso, a maioria das pessoas possui
doenças crônicas além da hipertensão e não consegue ler o que está escrito nas
embalagens dos medicamentos e esquecem de toma-los. O uso irregular do
medicamento e a não adesão devido aos fatores citados acima são realidades
vivenciadas por muitos indivíduos.
Assim, é de extrema importância uma atenção voltada aos indivíduos em
estudo, pois a predisposição dos próximos anos, comprovadamente, é de um
aumento significativo de idosos, confirmando a obrigação de se refletir e discutir
e criar novas formas de inclusão social e relação familiar. Nesse ponto de vista,
se considera esta pesquisa como um estímulo para as perguntas ligadas à
realidade dos hipertensos na comunidade, como ponto de observação para o
melhor entendimento do problema vivido por essa população, o que possibilita a
criação, a redução de custo de medicamentos e a organização de medidas de
saúde focadas nas carências específicas desses pacientes.
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