REVISTA LUMEN ET VIRTUS
ISSN 2177-2789
VOL. V Nº 11 SETEMBRO/2014
Marília Gomes Ghizzi Godoy & Michele Cuciol Farina
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IMAGENS E REPRESENTAÇÕES: AS MARCAS DO SPORT CLUBE CORINTHIANS PAULISTA
Profª Drª Marília Gomes Ghizzi Godoy1
http://lattes.cnpq.br/2821377589447373
Profª Michele Cuciol Farina2
http://lattes.cnpq.br/1143363266091344
RESUMO – Este artigo busca construir interpretações sobre os sentidos míticos,
subjetivos e de identificação de imagens e marcas representativas do Sport Clube
Corinthians Paulista. Compreende-se que a próspera trajetória desse time na cultura
brasileira está comprometida com o seu universo simbólico que ganha transcendência
mítica através de suas representações fundadoras (brasões, ícone de identificação: o
gavião; santo protetor: São Jorge). Através dos vínculos de pertencimento da torcida
com estes símbolos e de sua eficácia simbólica, o futebol pode criar suas dimensões
competitivas e a auto-identidade corinthiana.
PALAVRAS CHAVE – marca, imagem, identidade, futebol, Corinthians
ABSTRACT – This article seeks to build interpretations of the mythical sense,
subjective and image identification and representative brands of Sport Club Corinthians
Paulista. It is understood that the successful trajectory of this team in Brazilian culture is
committed to its symbolic universe that wins mythical transcendence through its
founding representations (coats, identifying icon: the hawk; patron saint: São Jorge).
Through the links of belonging of twisted with these symbols and their symbolic
efficiency, football can create their competitive dimensions and self-identity
Corinthians.
KEYWORDS – brand, image, identity, football, Corinthians
1
Mestre em Antropologia Social (USP), doutora em Psicologia Social (PUC-SP), professora do Mestrado
em Educação, Administração e Comunicação da Universidade São Marcos (2000-2012), professora do
Mestrado em Ciências Humanas da Universidade de Santo Amaro (UNISA).
2
Coordenadora Pedagógica do Ensino Médio dos Colégios Shangri-lá e Alcance (2008-2012), Professora do
SENAC/São Paulo, mestranda do Programa de Mestrado em Ciências Humanas (UNISA)
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Na cultura brasileira, o futebol tornou-se um esporte expressivo da identidade
nacional ao lado do samba. Esses dois centros de valor e de unificação na cultura
retratam-se como expressões da vida popular e das dinâmicas sociais do povo enquanto
agentes das manifestações sociais. Nos processos sociais histórico, o esporte configurou-
se como um tema da vida real em suas dimensões de expressão ritual e de
espetacularização social. Sua popularização tornou-se marcante a partir dos anos 30
quando intelectuais o reconheceram como expressão de nacionalidade (Gilberto Freyre,
José Lins do Rego, Mario Filho). Como afirma Franco Jr.:
Sendo a mestiçagem étnica e cultural brasileira única no mundo pela sua
amplidão, o futebol que ela praticava também era único, o que justificava,
mesmo antes de surgir a etiqueta, falar em “país do futebol”. Desse ponto de
vista, os posteriores resultados positivos no campo de jogo teriam sido apenas
a comprovação dessa verdade intuída. (FRANCO JR., 2013, p.54)
Esta identificação expressa um sentimento próprio de pertencimento, quando o
público comprometido adere às torcidas organizando oposições, confrontos e
semelhanças. Encenando-se, nesta dinâmica, o Sport Clube Corinthians Paulista pode
retratar no ímpeto “vencer sempre” e “a união faz a força”. Neste artigo, procuramos
refletir sobre os símbolos que criam representações e que originam um espaço cultural
com um grande magnetismo de esperanças e vitórias para os seus torcedores.
O brasileiro foi tecendo de forma integradora o esporte, enfrentando tensões e
conflitos. Conforme destaca Lucena (2001), em todo o processo de solidificação do
futebol observamos tensões geradas entre times ou clubes, a rua e a cidade. Foram as
competições que consolidaram uma prática cultural que se expandiu. Ao tornar-se um
símbolo expressivo do esporte nacional, conduz os sentimentos, anseios do povo
projetando-se como um espetáculo.
Dessa forma, gostar e viver do futebol tornou-se engendrado por meio de um
compartilhamento, em que times, torcidas, emblemas, cores, cantos e ídolos projetam
situações de unidade e confraternização. O modo de expressão e comunicação que
emerge daí surge criando símbolos que produzem significados expressivos de uma
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condição humana específica; originando-se, em torno do futebol, um ritual humano que
se define pelo mito ou mesmo pela magia.
A emergência do mito e da magia na representação do futebol
Conforme Edgar Morin (1975), o desenvolvimento dohomo sapiens está
caracterizado pela formação de um imaginário que irrompe na percepção do real e que o
mito irrompe na visão do mundo. “Ambos (imaginário e mito) passariam a ser, ao
mesmo tempo, os produtos do destino humano”. (MORIN, 1975, p. 103) O mito e a
magia suplantam a crise dilacerante que atinge o ser humano pela forma como a morte o
constrange.
A irrupção da morte torna-se a irrupção de uma verdade e de uma ilusão. Nota-se
um conhecimento objetivo comprometido com uma subjetividade, cuja ligação ambígua
provoca o desenvolvimento da individualidade e da abertura de uma brecha
antropológica. As aptidões empírico-lógicas em relação à formação humana emergem
criando um sentido do “duplo”, em que o outro, a imagem, age produzindo símbolos
que representam a realidade.
Entende-se que todo significante, incluindo o sinal convencional, terá
potencialmente em si a presença do significado (imagem mental), por outro lado este
poderá confundir-se com o ‘referente’, isto é, o objeto empírico designado.
Para compreender mais profundamente como uma imagem pode ter acesso à
existência como “duplo”, é preciso compreender que todo objeto tem, a partir
de então, para o sapiens, uma dupla existência. Por meio da palavra, do sinal,
da inscrição, do desenho, esse objeto adquire uma existência mental até
mesmo fora de sua presença. Assim, a linguagem já abriu a porta à magia:
desde o momento em que toda e qualquer coisa traz imediatamente ao
espírito a palavra que a identifica, essa palavra produz imediatamente a
imagem mental da coisa que ela evoca e confere-lhe presença, ainda que
ausente. (MORIN, 1975, p. 107)
Assim, a comunicação é assegurada entre a imagem-objeto e a coisa objetiva, com
a magia podendo desenvolver-se através da utilização das virtudes eficazes do ritual.
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Torna-se notável a relação ambígua e difusa que se constituiu entre o cérebro humano e
o meio ambiente. Desta forma que se descobre a realidade do errare humanum est.
A consumação, a vertigem, o excesso solicitavam um lugar central na ciência do
homem. Festa, embriaguês, o êxtase são nela intensificadas.
O Homo sapiens tem muito mais tendência a se inclinar para o excesso do que
seus antecessores, e, assim, seu reinado corresponde a um transbordamento do
onirismo do Eros, da afetividade, da violência. O onirismo entre os primatas,
ainda permanece circunscrito no sono: prolifera, no homem, sob formas de
fantasias, do imaginário, da imaginação. (MORIN, 1975, p. 115)
A discursividade e experiências que permearam o futebol puderam conduzir o
público em busca de sentidos expressivos da consciência subjetiva e da objetividade. A
construção de um esporte nacional a representação do futebol tornou vulto como um
mito.
Conforme Campbell (1990) as experiências de vida e de estar vivo se apoiam no
mito. Assim acompanham a vida social e modelam as capacidades espirituais da vida
humana, proporcionando a criação de sentido para as experiências. A mitologia origina-
se pela organização de imagens e tempo, conforme o autor: “uma mitologia é uma
organização de imagens e narrativas simbólicas, metáforas das possibilidades da
experiência humana e a realização de uma dada cultura num determinado tempo”.
(CAMPBELL, 2002, p. 28)
De forma simbólica, os mitos abrangem metáforas, imagens que compreendem o
pensamento, o imaginário de uma sociedade. A realidade impõe-se ao sentido do mito,
embora as palavras escritas não suplantem o universo da oralidade como concebe Melià
(1997). Compreende-se que a principal função do mito está em revelar modelos
exemplares de condutas expressivas dos ritos.
O tempo expressivo da magia e religiosidade nas sociedades atuais regidas pela
escrita levanta-se também em situações coletivas concentradas. O espetáculo das partidas
de futebol compreende produtos humanos que bordejam as concepções míticas e se
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expressam no meio cultural. Recriam-se como rituais que conduzem os seres humanos
pelas forças consagradas dos heróis. Na tradição antropológica, o ritual integra-se ao
sagrado deslanchando ações de modo geral, qualitativas. (DURKHEIN, 1978) Conforme
Roberto da Matta (1983), o mundo cotidiano pode adquirir sentidos particularizados que
se transformam em ações ritualizadas pela inserção de valores e símbolos particulares.
Desenvolvido enquanto mito e ritual, a projeção do futebol tornou-se um valor
central de identificação do povo brasileiro. As gerações transmitiram de forma subjetiva
e mediante experiências envolventes acontecimentos em que as esperanças posicionaram
os torcedores como indivíduos em busca de valores, certezas e incertezas pessoais e
coletivas. Vividas intensamente, as manifestações futebolísticas tornam-se reais pela
mobilização dos torcedores nos seus times de coração.
A legitimidade do futebol se expressa no mito e na magia e, como um esporte
intrínseco do imaginário, tornou-se real na história e definição dos times. Por meio
desses, formaram-se torcidas que passaram a representar a comunidade reunida através
dos símbolos e imagens representativas. Nos discursos transmissores de jogos, locutores
e comentaristas esportivos falam das torcidas como nação.
O sentido de pertencimento social marcado por adesões, atitudes e
posicionamentos dos torcedores tem como regra primeira a lealdade eterna ao clube,
mediado por ser o time de coração. É dessa forma que os times podem representar a
identidade cultural através dos significados culturais que são construídos de forma
compartilhada entre os torcedores.
A identidade, conforme Cuche (2002, p. 182), o qual segue Barth (1969), ocorre
por meio de uma construção que se elabora em uma relação que opõe um grupo aos
outros grupos com os quais se convive.
A identidade é uma construção que se elabora em uma relação que opõe um
grupo aos outros grupos com os quais está em contato. Deve-se esta
concepção de identidade como manifestação relaciona à obra pioneira de
Frederik Barth [1969]. Esta concepção permite ultrapassar a alternativa
objetivismo/subjetivismo. Para Barth, deve-se tentar entender o fenômeno da
identidade através da ordem das relações entre os grupos sociais. Para ele, a
identidade é um modo de categorização utilizado pelos grupos para organizar
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suas trocas. Também, para definir a identidade de um grupo, o importante
não é inventariar seus traços culturais distintivos, mas localizar aqueles que
são utilizados pelos membros do grupo para afirmar e manter uma distinção
cultural. (CUCHE, 1999, p.182)
Entendendo-se a identidade por meio da ordem das relações entre os grupos
sociais, ocorre uma dinâmica das identidades poderem se diferenciar através de interações
entre os grupos e procedimentos de diferenciação. É nesse sentido que o Sport Clube
Corinthians Paulista ordena sua trajetória histórica, construindo um contexto de valores,
cujos símbolos retratados como marcas adquirem um sentido de heroísmo. Essas se
projetam como figuras de valor tornando-se emblemas próprios de uma situação de
contraste e oposição no campo cultural do futebol.
Origem do Sport Clube Corinthians Paulista
Desde que Charles Miller trouxe em sua bagagem para o Brasil duas bolas de
futebol, um livro de regras do esporte, um uniforme e um par de chuteiras, as relações
sociais por aqui mudaram consideravelmente. O fato é que não há como falar em origem
do futebol brasileiro sem mencionar as questões sociais, o papel do negro, o
pertencimento e o sentimento que se desenvolveu nas pessoas por meio das
representações formadas nesse ínterim.
Em 1910, o clube inglês Corinthian Football Club completava sua excursão pelos
Estados do Rio de Janeiro e São Paulo e as partidas proporcionadas pelo time inglês
encantaram o público brasileiro, em especial, um grupo de cinco operários do bairro do
Bom Retiro, cidade de São Paulo. Nesse contexto, o futebol era atividade praticada
apenas pela elite da sociedade paulista em clubes como o Paulistano e o Mackenzie. No
dia 1º de setembro de 1910, esses cinco jovens resolveram tornar real o projeto de fundar
um clube de futebol popular e deram-lhe o nome de Sport Club Corinthians Paulista,
em homenagem ao time inglês.
Com renda adquirida por meio de doações de moradores vizinhos ao clube foi
possível comprar a primeira bola e o primeiro jogo realizado foi no dia 10 de setembro
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do mesmo ano tendo ganhado de 1 a 0 do time União da Lapa, bairro vizinho. Nesse
período, a Liga Paulista de Futebol não reconhecia o clube de operários do Bom Retiro,
pois era dominada pela elite, por isso os corintianos lutaram para participar da Liga, mas
sua primeira participação só veio ocorrer em 1913 e seu primeiro título em 1914.
Após a conquista, outro desafio fez parte do clube: a construção de um campo de
futebol e mesmo com muitas dificuldades financeiras o campo foi construído em tempo
recorde, em sistema de mutirão contando com a participação de muitos torcedores. Em
1916 o campo ficou pronto, local onde atualmente funciona o Clube de Regatas Tietê e
neste mesmo ano, o Corinthians conquistou o seu segundo título paulista de forma
invicta, a partir disso, começou a escrever sua história como um clube popular de
torcedores fiéis e apaixonados com mais de 50 milhões de corintianos espalhados pelo
mundo atualmente:
Segundo pesquisa divulgada pelo Ibope, a torcida do Timão é a maior do país,
com 13% da preferência dos torcedores brasileiros. O Flamengo aparece
empatado com o Alvinegro, dividindo com o clube paulista a primeira
posição. O estudo, que abordou hábitos de consumo de quem costuma
acompanhar o noticiário esportivo, foi realizado entre os meses de abril e
julho deste ano. Foram entrevistadas nove mil pessoas com mais de 10 anos,
nas 12 maiores regiões metropolitanas do território nacional. De acordo com
o Ibope, esse número representa um universo de 100 milhões de brasileiros.
(AUGUSTO JR., Marketing Agência Corinthians, 05/10/11)
De forma sucinta, registra-se em 2014 a inauguração do estádio do Corinthians no
bairro de Itaquera, Zona Leste de São Paulo, com o nome Arena Corinthians mais
conhecido por Itaquerão sendo o décimo primeiro maior estádio do Brasil e sua
capacidade foi de grande utilidade durante a Copa do Mundo do mesmo ano.
Sport Club Corinthians Paulista e seus Brasões
Os escudos dos clubes compreendem um elemento que possibilita uma grande
extensão visual. Franco Jr. (2013) destaca o caráter protetor defensivo e de
reconhecimento do brasão:
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O brasão ou escudo dos clubes de futebol constituem seu símbolo (no sentido
etimológico de “sinal de reconhecimento”) maior, usado na camisa dos
jogadores, na bandeira, no papel timbrado de seus documentos oficiais, nos
produtos que vende. O escudo é praticamente a síntese material do clube, sua
corporificação, daí a atenção e tensão de que é cercado. É para demonstrar
profunda identificação (verdadeira ou simulada) com o clã que defende que se
tornou comum o jogador beijar o escudo da camisa após marcar um gol ou
conquistar um título. Ou bater a mão no peito, em cima ou próximo do
escudo clubístico, quase a incorporá-lo, introduzi-lo no próprio corpo.
(FRANCO JR., 2007, p. 216-217)
As informações sobre os brasões que conferimos a seguir
constam no acervo do site da Torcida Gaviões da Fiel (torcida
organizada fundada em 1 de julho de 1969). Assim, registram-se
os dados expressivos do Corinthians na construção de seu
brasão, conforme sugere o aperfeiçoamento do clube na
elaboração do símbolo emblema identificatório do time.
A figura destacada foi o primeiro logotipo do clube,
criada em 1912 e era representada pelas letras C e P referindo-se às iniciais do mesmo:
Corinthians Paulista sobrepostas. Naquela época outros clubes utilizavam esse modelo de
escudo, pois eram inspirados nos clubes ingleses, até então, única referência que se havia de
futebol.
Em 1914, o litógrafo3
Hermógenes Barbuy, irmão do
jogador corintiano Amílcar Barbuy, foi responsável por
criar o novo formato aqui visualizado para o escudo em
prol da disputa do Campeonato Paulista daquele ano. Ele
incluiu uma moldura em torno das letras C e P e
acrescentou a letra S referindo-se a Sport. Assim, o C passou
a representar tanto Club quanto Corinthians.
Ainda em 1914 o escudo sofreu uma transformação, com a inclusão de uma
moldura preta e a estilização das letras, até 1916 esse modelo foi utilizado. Depois dele,
origina-se a figura que notamos acima. Esta definição emblemática vigorou desde
3
Do grego Lithos - pedra; Grafia – escrita. Aquele que pratica Litografia. Consiste numa técnica de fazer
gravuras em pedra, normalmente, numa matriz calcária com um lápis gorduroso.
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1916 até 1918. Em 1916, Barbuy fez a terceira e última alteração no escudo criado por
ele, o símbolo ganhou um formato arredondado, que foi conservado até os dias atuais.
EEm 26 de janeiro de 1919 o Corinthians escreveu pela
primeira vez no escudo seu nome completo e seu ano
de fundação, além da bandeira do Estado de São Paulo.
Curiosamente, o clube utilizou a bandeira antes mesmo
de ela ter sido oficializada pelo Estado.
Entre 1940 e 1970: Francisco Rebolo Gonsales,
pintor modernista, também jogador do segundo quadro
do Corinthians nos anos 1920, idealizou o escudo com
a âncora e os remos em 1933. Essa ideia fazia
referência à adoção dos esportes náuticos pelo clube
naquele ano. No entanto, o clube só passou a utilizar
este escudo em 1940. Desde então foram promovidas
pequenas alterações no desenho original.
Entre 1970 e 1978 visualiza-se outra alteração
que ocorreu na década de 1970. Foi incluída a boia em
volta do escudo, os remos e a âncora ganharam novos
traços. A bandeira do Estado de São Paulo foi melhorada, mas ainda não estava
reproduzida com suas 13 listras originais e era bordada de forma estática. Este emblema
foi utilizado até o final dos anos 1970, com poucas variações ao longo da década.
Entre 1978 e 1984 observa-se mais um
aperfeiçoamento que ocorreu entre o final da década
de 1970 e início da década de 1980. O nome e a data de
fundação passaram a preencher todo o espaço no
escudo. A bandeira do Estado de São Paulo passou a
ter as 13 listras originais e ganhou movimento como se
estivesse ao vento. A boia em volta do escudo foi
reduzida e aperfeiçoada ganhando traços de cordas
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utilizadas por embarcações. Os remos e a âncora foram
aperfeiçoados. Esse modelo foi utilizado principalmente
pelo movimento Democracia Corintiana, nas conquistas
do Campeonato Paulista 1982 e 1983.
A figura descrita vigorou entre os anos 1985 e
1999. No seu aniversário de 75 anos de idade, o
Corinthians utilizou durante o mês de setembro o seu
primeiro distintivo, aquele com as letras C e P
sobrepostas. Em seguida voltou a utilizar o último
distintivo que passou por algumas melhorias e novamente sofreu alterações
permanecendo durante o final dos anos 1980 e a década de
1990.
No ano 2000, durante a disputa do Mundial de
Clubes, o distintivo ganhou em seu desenho um contorno
preto. Depois da conquista do Mundial foi adicionada uma
estrela com contorno prateado e em 2005 foi adicionada a
outra estrela pelo título brasileiro daquele ano. A partir da
década de 1990 o clube passou a representar suas principais conquistas com estrelas. Em
2000, ao conquistar o Mundial de Clubes4
, foi adicionada
uma estrela maior e com um contorno prateado, em
menção a maior conquista da história do Corinthians.
Ao comemorar seu 99º aniversário, o
Departamento de Marketing do clube promoveu um
concurso chamado “Logo por ti”5
, para escolher o logo
4
O Mundial de Clubes é uma competição de futebol organizada pela FIFA (Federation Internationale de
Football Association) e disputada entre clubes campeões de todas as seis confederações continentais:
CONMEBOL (América do Sul), CONCACAF (América do Norte, Central e Caribe), UEFA (Europa),
CAF (África), AFC (Ásia) e OFC (Oceania). Ocorre anualmente e a primeira edição ocorreu no ano 2000,
mas a FIFA encontrou dificuldades em relação a patrocinadores e por este motivo o período que
corresponde entre 2001 e 2004 não foi realizado. Vale lembrar que a primeira edição teve como campeão o
Corinthians Futebol Clube e como vice, nesta mesma edição o Vasco da Gama; em 2005 o campeão foi o
São Paulo Futebol Clube; em 2006 o Internacional venceu o Barcelona; em 2011 o Santos Futebol Clube
foi vice e em 2012 o Corinthians venceu novamente.
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do centenário a ser utilizado em campanhas promocionais.
Aproximadamente mil trabalhos foram recebidos pelo clube, entre eles cinco foram
escolhidos para voto popular no site do Corinthians.
Em 28 de setembro os torcedores Breno Araújo da
Rocha e Filipe Marinheiro Paiva, venceram com o
logo que trazia parte do emblema do time com o
número 100 ao centro como podemos ver a seguir:
O gavião: expressão totêmica do imaginário
corintiano
Se considerarmos a história da humanidade e
o processo de desenvolvimento da linguagem do ser humano, notamos que eram as
formas não-verbais que predominavam nas sociedades primitivas, também chamadas de
comunicação primária, caracterizada pelo predomínio do sensorial. Utilizando
pictografias nas paredes das cavernas, os homens se comunicavam e representavam os
conceitos e ideias sem a utilização da palavra falada, ou seja, desenvolviam um código
repleto de sentidos por meio dos signos.
De acordo com Silva (2011), os
signos podem ser apresentados em formas
icônicas ou simbólicas e em formas
verbais e não-verbais. Nesse sentido, o
ícone deve transmitir as mensagens de
forma clara, rápida e objetiva,
considerando a capacidade de atingir até
mesmo os que não possuem a habilidade
5
“Logo por ti” Não deixa de ser também um trocadilho para a expressão “Louco por ti”, lembrando que o
torcedor do Corinthians faz parte do conhecido “bando de loucos”.
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da leitura e da escrita, ou seja, os analfabetos e também os mais distraídos, pois esse tipo
de mensagem não exige que o leitor tenha conhecimento de uma linguagem ou idioma.
As sociedades criam seus símbolos transformando-os em representações gráficas
com o intuito de representar objetos e ideias sem que sejam estabelecidas relações de
semelhança entre o representante e o representado.
Straube (2010) realizou um estudo em que analisou 644 escudos de times de
futebol masculino os quais continham, em seus escudos e brasões, a imagem de aves e
notou que a “avifauna constitui-se de subsídio de grande relevância na simbologia do
futebol brasileiro”. (STRAUBE, 2010, p. 32) Ele revela que apesar de a diversidade da
fauna brasileira contar com mais de 1820 espécies, muitos clubes adotam como
representação em seus escudos aves de rapina, principalmente a águia americana
(Haliaetus leucocephalus), ave símbolo dos EUA.
As aves possuem grande importância na simbologia e nas manifestações
culturais humanas em todos os tempos, de forma que sua enorme
diversificação e dispersão estimularam incontáveis enlaces com diversas
passagens na história dos povos, perpetuadas por correlações entre as também
variadas formas e padrões comportamentais envolvendo os padrões
ecológicos, evolutivos e, de uma forma geral biológicos desses animais.
(STRAUBE, 2010, p.33)
Nesse sentido, não podíamos deixar de falar de um time brasileiro, mais
especificamente paulista, que tem em uma de suas torcidas (a maior delas) o título de
Gaviões da Fiel. Trata-se de uma torcida organizada com sede própria localizada na
cidade de São Paulo. Sua fundação ocorreu em 1º de julho de 1969 em pleno período de
Ditadura Militar que o Brasil contextualizava. Num momento em que a liberdade de
expressão não existia, jovens torcedores iniciaram uma cobrança junto à vida
administrativa do clube e sua política.
Para representar sua marca, a figura do gavião foi escolhida como ave-símbolo da
torcida por causa de suas características marcantes: “voa mais alto, enxerga mais longe,
não erra a presa, não possui um predador natural, etc. e por influência de uma tribo
indígena que na época estava muito em evidência.”
(http://www.gavioes.com.br/p/historia)
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Pode-se lembrar que, em função dos usos e costumes da época, o porte de um
gavião pousado no punho era, antigamente, sinal de nobreza e distinção. Segundo
Chevalier (2000), trata-se de ave caçadora e agressiva, ele também designa com
frequência, o pênis. No Egito, o gavião era a ave do deus Hórus; portanto, um emblema
solar. Como a águia, simbolizava os poderes do Sol. Também os gregos e os romanos
viram no gavião à imagem do sol. (CHEVALIER, 2000, p.463-464)
Para entendermos melhor como o símbolo do gavião ganha força na
representação da torcida e do clube, precisamos nos remeter ao que Franco Jr. (2007) nos
diz acerca dos totens e dos clãs. Para explicar-nos tais elementos e conceitos ele se utiliza
das ideias de Marcel Mauss. Assim, a palavra totem vem “do vocabulário dos índios
norte-americanos ojibwa com o significado de ‘sinal’, ‘marca’, ‘família’, indica objeto que
serve ao mesmo tempo de identificador de pertencimento à comunidade e de cimentador
dessa identidade coletiva.” (FRANCO JR, 2007, p. 220). O autor ainda aponta que se
trata de uma representação de animal, às vezes vegetal e raramente de objeto considerado
ancestral e protetor do grupo.
Ora, como a imagem de um clube de futebol inegavelmente é objeto de alto
valor emocional compartilhado por seus seguidores – chamam a camisa com
as cores e o brasão de “manto sagrado” – pode-se dizer que eles compõem uma
sociedade totêmica. (FRANCO JR., 2007, p. 220)
De acordo com o autor, o animal totem é associado ao clube de futebol por
diversos mecanismos, seja por iniciativa do próprio clube, pela torcida ou até pela
torcida adversária. “A conexão em certos casos baseia-se em dado concreto, outras vezes
é imaginária.” (FRANCO JR., 2007, p.220) Assim podemos associar alguns animais
como símbolos totêmicos de alguns clubes futebolísticos. O Santos, o peixe; a Ponte
Preta, a macaca; o Sport do Recife, o leão; o Cruzeiro, a raposa; o Flamengo, o Urubu; o
Goiás, o periquito; o Palmeiras, o porco; o Corinthians, o gavião.
Em direção ao sagrado
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As pesquisas e reflexões que apresentamos são convincentes de que o time
Corinthians é mais que uma simples modalidade esportiva. É uma expressão de
sentimentos, valores, adesão. Projetam-se por meio de uma identidade em que a torcida
do time e uma história de glórias e fracassos ordenam a realidade.
É nesta direção que podemos desvendar o lado sagrado e transcendental que cerca
o contexto da discussão. Trata-se, porém de um caráter moderno de religiosidade ligado
ao sentido secular do mundo globalizado, regido pela tecnologia.
Segundo Franco Jr. (2007, p. 258), “é criar falsas necessidades às quais se devem
aderir para contar com respeito social”, pois muitas pessoas parecem substituir as antigas
divindades por clubes de futebol.
A partir de 1928, o Corinthians adotou como padroeiro São Jorge. Admite-se que
este fato ocorreu porque nesse ano sua sede mudou de endereço e passou a ser no bairro
de nome Parque São Jorge. Em 1967, foi inaugurada uma capela em homenagem ao
padroeiro e todo ano é celebrada uma missa especial em 23 de abril, data em que se
comemora o martírio do santo.
São Jorge, que também é padroeiro da Inglaterra, Portugal, Catalunha, entre
outros está entre os santos apresentados com atributos guerreiros, como São Miguel, São
Mercúrio, São Longino etc. Também possui uma santidade cavaleiresca, uma vez que só
o fato de ser “cavaleiro” já carrega conotações
religiosas, honoríficas e éticas, “assim, o cavaleiro
ideal é, ao mesmo tempo, cortês, um defensor da fé,
dos fracos e indefesos, um herói por excelência”.
(SILVA, 2005)
Na história, dados acerca da origem de São
Jorge destacam sua imagem e ligada a símbolos
religiosos desde o período dos povos Celtas na
Ibéria. Também há registros de seu nascimento na
região da Capadócia, atual Turquia. Considerado
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como protetor de Portugal. Ganha grande projeção conforme a citação a seguir:
A importância de São Jorge é tamanha entre os portugueses que a influência
do Santo Guerreiro surge ligada às armas através do sincretismo cristão,
séculos após os primeiros povos celtas terem habitado as terras lusas. Algumas
fortificações medievais e posteriores possuem ainda o seu nome, o que
aumentou ainda mais o sincretismo de São Jorge com a arte da guerra e da
vitória sobre os inimigos da fé e da soberania de uma nação. O primeiro
bastião que não pode ser esquecido é o Castelo de São Jorge, talvez o mais
famoso deles, localizado em uma das colinas de Lisboa e construído,
provavelmente, no século II a.C. (MARQUES, 2011, p.5)
No século XIII a Inglaterra já celebrava o nome de São Jorge e a partir de 1348 os
ingleses o adotaram definitivamente como padroeiro do país (ibidem). Deve-se considerar
também o fato de São Jorge, fazer parte da religiosidade africana, tanto do Candomblé
como da Umbanda e em ambos universos São Jorge é representado por Ogum.
Percebemos que os símbolos são universais, e que Ogum consegue fazer uma
ponte entre povos e culturas aparentemente distintas no tempo e no espaço.
Desde os mitos do norte da Europa até os orixás africanos, passando pela
aculturação cristã, verifica-se o quanto São Jorge/Ogum/Cavaleiro/Guerreiro
está sempre presente nas energias e no imaginário popular, ou mesmo das
elites. (MARQUES, 2011, p. 11)
São Jorge ou São Miguel em combate com o dragão, imagens representadas por
tantos artistas, ilustram a luta perpétua do bem contra o mal. Sob as formas as mais
variadas, “o tema passa por todas as culturas e todas as religiões e aparece até no
materialismo dialético da luta de classe”. (CHEVALIER, 2000, p.352)
A imagem do santo montado a cavalo foi transportada na procissão católica do
corpo de Cristo por ordem de D. João I em 1387, que era devoto de São Jorge. Segundo
MARQUES (2011) essa imagem também chegaria ao Brasil e conhecido como Santo
Guerreiro que acaba com o mal usando a ponta de sua espada.
Assim, associar a história do Sport Clube Corinthians aos significados religiosos
da figura de São Jorge nos permite compreender a escolha do santo como padroeiro do
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Clube. Os significados desta representação, o cunho popular e protetor dos guerreiros
compõe-se com o público torcedor que marcam a torcida do Corinthians.
Considerações Finais
Apresentou-se, neste artigo, os significados culturais expressivos da própria
natureza humana em sua realização subjetiva-objetiva. Sentimentos e emoções ficam
amalgamados no mito e na magia que se impõem para os seguidores do Sport Clube
Corinthians Paulista. Criam-se marcas representativas de valor: o brasão, o gavião, o
santo protetor. As torcidas objetivam uma autonomia e situação de identidade em
função das marcas eletivas da história do clube. Não se pode interpretar a
contextualização ansiosa, excitante de valores desligadas da contextualização simbólica.
Através das marcas identificatórias o Corinthians objetivou-se, criou um sentido coletivo
e condutor da sua torcida. Assim, a aspiração de vitória, o lema de torcedor corintiano
retrata-se no brasão, na águia, no santo protetor.
O caráter ambíguo e insolúvel dos corintianos, de sua organização identificatória,
também clânica e sagrada, segue o processo da vida humana em sua direção de ser
heroica, invencível, invulnerável.
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