Introdução bambu
O bambu é planta da família das
gramíneas, que tem inúmeras
utilidades, desde artesanatos,
instrumentos musicais, móveis,
construção civil e é também usado na
culinária.
Para a fabricação dos tambores
utilizamos o bambu gigante
(dendrocalamus giganteus), para
flautas bambu comum e berimbau
cana da índia.
Colheita
Para colheita é necessário o uso de
ferramentas adequadas, (serrote de
poda, motosserra e facão), para fazer
uma colheita segura é indispensável o
uso de equipamentos de proteção
individual (EPI), luva, butina, capacete,
e protetor auricular quando utilizado a
motoserra.
Na seleção dos bambus é importante
sempre escolher os bambus maduros,
com o comprimento dos adequados
para cada finalidade.
Para que não acumule água e
apodreça a raiz do bambuzal é feito
um corte na posição horizontal
deixando o nó fechado na parte
inferior do bambu não o deixando
aberto em forma de um copo.
É recomendado colher os bambus no
período de lua minguante e meses
sem R (maio, junho, julho e agosto),
onde os bambus se encontram com
pouca quantidade de água.
Tratamento
A espécie do bambu (dendrocalamus
giganteus) é muito suscetível ao ataque
de insetos, dentre eles a broca é o
principal.
Existem várias formas de tratamento, o
que utilizaremos é por emersão dos
bambus em água corrente durante 40
dias após a colheita.
Logo após esse processo os bambus são
colocados para secar na sombra em
posição vertical, em seguida inicia a
preparação das peças para a confecção
dos tambores.
Lixamos os bambus usando um smeril
para retirar toda casca e com um pincel
passamos óleo diesel queimado e com
um maçarico é feito a queima das peças
até que absorva o óleo, esse método
dificulta a ação dos insetos.
Confecção de Flautas:
São instrumentos feitos com um gomo de bambu. Podem ser classificadas como:
Quenas e Quenachoos de origem Andina são feitos com7 furos e as flautas transversais com seis furos.
Quena
É originária da América Latina e representa um papel central na música do Peru. Possui furos permite a execução de todas as notas.
Quenacho
É originária da América Latina e representa um papel central na música do Peru. Instrumento grave da Quena.
Ferramentas e materiais:
Furadeira, Broca, Ferro pontiagudo, arco serra, maçarico, botijão de gás, trena, moto esmeril, lixa.
Procedimento:
Quenas e Quenatios: para elaboração é realizado a queima do bambu e definição da cor e modelo da flauta de acordo com o gosto de cada oficineiro, são feitos sete furos que definem o som, o sétimo furo é um diferencial nesse tipo de flauta.
Flautas Transversais: para elaboração são seis furos, a bitola e comprimento do bambu diferenciam a sonoridade do instrumento.
Confecção de atabaques:
É um instrumento musical de percussão onde uma pele de couro recobre uma estrutura oca. Ao ser percutido, a pele produz ondas que passam pela estrutura do bambu, amplificando o som.
Ferramentas e materiais:
Arco e Serra, moto esmeril, furadeira, brocas, vergalhão para arco, lixa, couro, cordas, furador de couro, linha encerada, agulhas, maçarico, selador, pincel, verniz, pano para limpeza do bambu, lápis, cola.
Procedimento:
Mini atabaques: Inicialmente é realizado corte e queima do bambu. Depois são feitos furos vertical numa distância de sete cm e na horizontal aproximadamente cinco cm. O couro deverá ficar em repouso na água, deverá ser costurado e furado para o dimensionamento no fechamento no bambu. Os vergalhões para arco são usados para colocar o couro, que será firmado no bambu. Logo após é feito uma trançagem da corda para fixação do couro no bambu.
Djembês
É um tipo de tambor originário de
Guiné na África ocidental, é um
instrumento musical de percussão que
possui o corpo em forma de cálice e a
pele tensionada na parte mais larga. O
som é obtido pelo toque da palma das
mãos, é possível obter diversos sons.
Próximo ao centro o som é grave e
vibrante próximo ao aro é mais agudo.
Podem-se obter sons diferentes ao
tocar com a palma da mão ou a ponta
dos dedos.
Ferramentas e materiais:
Arco e Serra, moto esmeril, furadeira,
brocas, vergalhão para arco, lixa, couro,
cordas, furador de couro, linha
encerada, agulhas, maçarico, selador,
pincel, verniz, pano para limpeza do
bambu, lápis, cola.
Procedimento:
A confecção da base é feito o mesmo procedimento do atabaque o que diferencia é colocação da cabaça na parte superior do tambor, dando uma forma cônica e alterando sua sonoridade. para a elaboração inicialmente é realizado corte e queima do bambu. Depois são feitos furos verticais numa distância de sete cm e na horizontal cinco cm aproximadamente. O couro deverá ficar em repouso na água, deverá ser costurado e furado para o dimensionamento no fechamento no bambu. Os vergalhões para arco são usados para colocar o couro, que será firmado no bambu. Logo após é feito uma trançagem da corda para fixação do couro no bambu.
Bambu e cabaça: O processo de elaboração divide-se em vários passos: 1º passo: umedecer e raspar a cabaça para tirar as cascas de dentro e de fora, 2º passo: mede-se a cabaça para corte, e é feito um traçado na parte mais larga da cabaça de acordo com o tamanho da pele e do aro que será utilizado. 3º passo: corta-se o bambu gigante em tamanho de acordo com o interesse (recomenda-se 25 cm) medem-se dois cm de altura na base, logo após é feito um traçado para efetuar os furos. Os furos são medidos no espaçamento de cinco em cinco cm. Na parte superior é medido um traço de dois cm na horizontal, onde será feito um corte para diminuir o diâmetro para afixar a cabaça no bambu.
4º passo: coloca-se a parte mais fina da cabaça dentro do bambu gigante e traça para ser feito o corte da parte menor da cabaça. 5º passo: É feito um dimensionamento, retirando com a lixa aos poucos medindo a todo o tempo para afixar a cabaça no bambu. Ela deve ser penetrada na pressão de forma que fique firme. OBS.: Ao lixar a cabaça deve-se tomar cuidado na afinação para não quebrá-la na hora da penetração. 6º passo: após fixar o bambu na cabaça, mede-se a altura e é efetuado traços (pontos) para traçar todo o diâmetro para depois cortar neste traçado. 7º passo: cortar a cabaça com a serra, abrir a cabaça, limpar por dentro e deixar sua abertura plana. 8º passo: Afixar o couro no aro - Costurar o couro e afixar o aro de forma que fique esticado. - Furar o couro e costurar a linha preta (4 metros), 2 metros com a costura indo e 2 metros com a costura voltando. - Medir o tamanho da linha branca (30 metros). Trançar com intervalo na ida e preencher na volta de acordo com o numero de furos. - Trançar as amarrações.
Confecção de Berimbau:
Instrumento de origem africana é um elemento fundamental na capoeira. Ele comanda a roda de capoeira e dita o ritmo. Sua confecção é simples onde pode ser usado como matéria prima cabaça, bambu e arame.
Ferramentas e matérias:
Arame, couro, alicate, maçarico, arco serra, trena, canivete, pedra de afinação, corda.
Procedimento:
Corta-se o bambu do tamanho desejável, logo após queima o bambu e faz um corte na extremidade inferior para prender o arame, dobra-se o bambu e prende o arame bem esticado para produzir uma boa sonoridade. Em seguida é colocada a cabaça.
Reco-reco
Reco-reco é um instrumento de percussão que produz um som provocado por atrito, é muito usado na música popular brasileira, entre tribos indígenas, africanos e em músicas latino- americanas.
Ferramentas e matérias:
Serra, formão, trena e maçarico.
Procedimento:
Corta-se um pedaço de bambu de aproximadamente 25 cm, fazemos as
marcações para os sulcos ficarem bem uniformes. Em seguida com o
formão em V fazemos os sulcos onde produzirá o som em atrito com a
vareta de toque.
Momento Iamana
Momento Iamana / conhecimento que emana
Arte e movimento / Iamana fermento
Mudança que chama / criação e talento
Trazendo bons ventos de vontade humana
Iamana que busca / e por isso encontra
Elo, extensão, cai em frente desponta
Projeta, constrói / Iamana geral
Decente, discente, comunidade / Iamana plural
Ajuda o gênero humano a se reerguer
De dentro para fora / é massa a crescer
Iamana, eu vou junto com você
Início, meio e fim / ciclo total / despertar de uma estrada
Recomeçamos hoje nesta jornada humana
Que não é o fim, mas a caminhada / salve Iamana!
Marihus Altoé Baldoto
22/03/2013