Download - Apostila Telecomunicações CFSd 2014 v2
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GOVERNO DO ESTADO DO ESPRITO SANTO POLCIA MILITAR
DIRETORIA DE ENSINO INSTRUO E PESQUISA
RAFAEL BONICEN DA SILVA
TELECOMUNICAES NA POLCIA MILITAR DO ESPRITO SANTO
VITRIA 2013
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SUMRIO
PARTE 1 - O SISTEMA DE RADIOCOMUNICAO DA PMES ............................... 4
1. INTRODUO .................................................................................................. 8
1.1. A importncia de um sistema de comunicao diferenciado para o servio
operacional da PMES .............................................................................................. 8
1.2. Comunicaes em momentos de crise: o conceito de Misso Crtica ......... 8
1.3. A escolha adequada de uma Rede de Comunicao .................................... 9
2. SISTEMAS ANALGICOS DE RADIOCOMUNICAO ............................... 11
2.1. Frequncias em um Canal de Radiocomunicao ....................................... 11
2.2. Comunicao ponto-a-ponto ........................................................................ 12
2.3. Comunicao ponto-multiponto via estao repetidora................................ 14
2.4. reas de sombra .......................................................................................... 18
2.5. Identificando problemas em uma repetidora ................................................ 21
3. SISTEMAS DIGITAIS DE RADIOCOMUNICAO ........................................ 22
3.1. Protocolos de radiocomunicao digital ....................................................... 25
3.2. O padro TETRA ......................................................................................... 27
4. APCO25 O PADRO ADOTADO PELA PMES .......................................... 29
4.1. Comparao bsica entre APCO25 e TETRA ............................................. 30
4.2. Servios e facilidades oferecidos no APCO25 ............................................. 33
4.3. Segurana nas comunicaes ..................................................................... 36
4.4. Cobertura de sistema analgico x cobertura P25 ........................................ 38
5. EQUIPAMENTOS DIGITAIS APCO25 UTILIZADOS NA PMES .................... 39
5.1. Baterias de transceptores portteis .............................................................. 39
5.2. Utilizao dos rdios digitais em modo analgico ou em modo digital P25 . 44
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5.3. Antenas ........................................................................................................ 48
6. UTILIZAO DO SISTEMA DE RADIOCOMUNICAO.............................. 52
6.1. Meios auxiliares na transmisso da mensagem ........................................... 52
7. REFERNCIAS ............................................................................................... 59
PARTE 2 - O CIODES E SUAS TECNOLOGIAS ..................................................... 61
8. IMPORTANTE ................................................................................................. 62
9. INTRODUO ................................................................................................ 63
10. ORGANOGRAMA DO CIODES ...................................................................... 66
11. RECURSOS TECNOLGICOS ...................................................................... 68
11.1. E-COPS .................................................................................................... 68
11.2. Sistema Integrado da Inteligncia de Segurana Pblica do Esprito Santo
- SISPES ................................................................................................................ 69
11.3. GEORAST ................................................................................................ 72
11.4. CONECTA ................................................................................................ 79
11.5. Smartphone com acesso ao Portal SESP................................................. 82
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PARTE 1 - O SISTEMA DE
RADIOCOMUNICAO DA PMES
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1. INTRODUO
1.1. A importncia de um sistema de comunicao diferenciado para o
servio operacional da PMES
Em seu servio operacional, a PMES depende diretamente de um sistema de
comunicao capaz de levar informaes a todos os operadores de segurana que
se encontram de servio em determinada localidade. Imagine a seguinte situao:
um Policial Militar, juntamente com seu parceiro, encontra-se escalado no
policiamento ostensivo a p do bairro Nova Carapina. Ambos esto devidamente
armados, com carregadores e munio reserva, vestem coletes balsticos e
possuem, inclusive, armamentos no letais. Entretanto, eles se encontram sem
rdio de comunicao.
Durante o servio desses policiais, um carro tomado em assalto no bairro
Laranjeiras. Outros policiais em radiopatrulhas acompanham o veculo, havendo
troca de tiros e evaso dos bandidos, que se encontram altamente armados, e
adentram com o carro roubado no bairro onde os militares do policiamento a p se
encontram. Estes, como no sabiam o que estava ocorrendo, pois estavam sem
rdio, ou seja, sem informaes, so surpreendidos pelos bandidos, os quais ao se
depararem com nossa dupla atiram contra eles.
Podemos afirmar com relativa certeza que, em maior ou menor proporo, j
aconteceram diversos casos semelhantes ao descrito nas Polcias Militares de todo
o Brasil. Da anlise do exemplo, podemos chegar s seguintes concluses: (1) no
servio policial militar, a troca de informaes fundamental para a segurana dos
policiais e da sociedade; (2) a utilizao de equipamentos que permitam a troca de
informaes to importante como o armamento e equipamentos de proteo para
o policial.
1.2. Comunicaes em momentos de crise: o conceito de Misso Crtica
Conforme ser visto, a PMES possui uma rede prpria de radiocomunicao. Essa
rede estruturada visando comunicao de policiais militares que estejam de
servio em determinada rea. Imagine os prejuzos sociais que ocorreriam caso o
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sistema de telecomunicaes da PMES entrasse em pane e as transmisses das
ocorrncias no pudessem ser transmitidas?
Da mesma forma, podemos imaginar o que aconteceria se o sistema de um grande
banco, ou de uma grande empresa, ficasse horas sem funcionar. Quais seriam as
consequncias se o provedor de acesso internet perdesse dados dos clientes? J
pensou na situao catica que uma grande cidade, como So Paulo, viveria se os
computadores e a comunicao do sistema metrovirio simplesmente parassem?
Para muitas empresas e setores de atividade, o uso de determinados sistemas
imprescindvel para a manuteno do negcio e da atividade ao qual se destina. Se
tal sistema vtima de uma falha que interrompa seu funcionamento ou que cause a
perda de dados importantes, a empresa pode simplesmente falir. Da mesma forma,
em relao segurana pblica, no caso de uma interrupo no sistema de
comunicao em situaes de crise, poderamos ter resultados extremamente
danosos sociedade e aos agentes de segurana. Para evitar esse tipo de
transtornos, tais empresas "montam" seus sistemas como sendo de misso crtica.
Basicamente, misso crtica um ambiente tecnolgico construdo para evitar a
paralisao de servios e a perda de dados importantes a um negcio ou atividade.
Para isso, uma srie de equipamentos e tecnologias aplicada ao ambiente.
No contexto da Segurana Pblica, os servios de comunicaes devem estar
estruturados em uma rede profissional de misso crtica (ou comunicao
crtica), ou seja, em uma infraestrutura tecnolgica projetada especificamente para
evitar que qualquer falha em alguns dos sistemas chegue a comprometer a
continuidade do funcionamento das operaes, e, no caso de eventuais falhas, que
elas possam ser rapidamente solucionadas.
1.3. A escolha adequada de uma Rede de Comunicao
Atualmente, diversas solues de rede de comunicao esto disponveis tanto nas
formas de redes comerciais (celular, iDEN, PoC, etc), como na de redes privadas
(redes de radiocomunicao bidirecional, VoWLAN, etc). O estudo especfico destas
redes foge ao escopo deste material.
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Quando falamos de segurana pblica, no momento de se escolher o sistema a ser
utilizado, deve-se ter em mente o conceito de misso crtica, ou seja, a rede de
comunicao dever estar disponvel sempre que for necessrio, mesmo em
momentos de crise. Este deve ser o ponto de partida para qualquer projeto de
comunicao para a segurana pblica.
Neste ponto, podemos fazer uma anlise de uma idia baseada em senso comum: a
de que o sistema de comunicao da PMES deveria se basear em telefonia celular
ou Nextel (na verdade, o sistema utilizado pela empresa Nextel o iDEN
Integrated Digital Enhanced Network).
Conforme j vimos, antes de propormos uma soluo como essa, devemos nos
perguntar: a comunicao do sistema de Segurana Pblica, requisito para o
sucesso de qualquer ao ou operao policial, pode ser dependente, unicamente,
de empresas com redes voltadas aos usurios comuns? Logicamente, no.
Nos momentos de crise, a comunicao dos operadores de segurana pblica deve
ser garantida, ou seja, ele no pode disputar espao em uma rede de comunicao
com usurios comuns. Vrios so os exemplos no mundo de situaes de crise em
que, por motivos diversos, as redes de telefonia celular e outras formas de
comunicao ficaram congestionadas devido ao grande nmero de pessoas
tentando dar notcias aos seus parentes e amigos. Nesses casos, os rgos cujos
servios dependiam de comunicao tiveram que se utilizar de redes prprias para
obter sucesso nas suas operaes.
A separao entre sistema de comunicao para fins comerciais e para a segurana
pblica to importante que, na distribuio do espectro de frequncias
regulamentado pela Agncia Brasileira de Telecomunicao ANATEL, h faixas de
frequncias exclusivamente reservadas para a Segurana Pblica.
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2. SISTEMAS ANALGICOS DE RADIOCOMUNICAO
A evoluo das tecnologias de comunicao tem gerado um processo natural de
digitalizao dos sistemas de telecomunicaes. Na radiocomunicao, esse
processo se apresenta de forma a integrar sistemas de comunicao de voz com
sistemas de comunicao de dados, originando redes mais robustas do que as
existentes nos sistema de radiocomunicao analgica.
Embora em 2008, com a compra de suas primeiras repetidoras digitais, a PMES
tenha iniciado o processo de digitalizao de sua rede de radiocomunicao,
atualmente a grande parte dos municpios do Esprito Santo ainda conta com
sistemas de radiocomunicao analgicos. Na Figura 1, tem-se a diviso da rede de
radiocomunicao da PMES. Nela, toda a rea vermelha do mapa do Esprito Santo
corresponde aos municpios nos quais ainda se tm um sistema analgico de rdio.
Nas reas em azul, o sistema j digital convencional.
Figura 1 - Rede de Radiocomunicao da PMES
O estudo do funcionamento e da estrutura da rede de radiocomunicao analgica,
alm de necessria para o entendimento da rede digital - que ser apresentada no
prximo capitulo, faz-se til quando observamos a atual estrutura do sistema de
comunicao da PMES.
2.1. Frequncias em um Canal de Radiocomunicao
Embora existam vrios tipo de redes de radiocomunicao analgicas, focaremos
nossos estudos nas redes comuns aos rgos de segurana pblica do Esprito
Santo.
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Nesses sistemas, o trfego de informao se d por meio de canais formados por
pares de frequncias fixas para a transmisso e a recepo da mensagem.
Os terminais de rdio da PMES so denominados Transceptores, pois eles so
terminais transmissores e receptores em um mesmo equipamento. Quando o
usurio aperta a tecla denominada PTT (sigla do ingls Push-To-Talk, ou em sua
traduo, aperte para falar), o terminal atua como um transmissor, podendo o
usurio transmitir uma mensagem de voz. Quando o PTT no est pressionado, o
rdio por natureza um receptor.
Figura 2 - Transceptor porttil utilizado na PMES
No canal de voz do sistema de radiocomunicao h uma frequncia fixa por meio
da qual ocorre a transmisso, e outra frequncia fixa por meio da qual ocorre a
recepo da mensagem. O canal formado, portanto, por um par de
frequncias.
2.2. Comunicao ponto-a-ponto
a transmisso direta entre dois ou mais transceptores. Nesse tipo de
comunicao, o rdio transmissor se comunica diretamente com os receptores, sem
que o sinal passe por uma estao repetidora.
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Figura 3 - Comunicao ponto-a-ponto
Esse tipo de comunicao muito utilizado em policiamentos de guarda e
operaes policiais (patrulhas em morros, policiamento em eventos, etc).
A desvantagem da comunicao ponto-a-ponto que seu alcance extremamente
limitado. Dois fatores principais influenciam o alcance da transmisso ponto-a-ponto:
potncia dos rdios e obstruo da linha de visada entre eles.
Conforme j vimos, as ondas eletromagnticas sofrem atenuao durante sua
propagao, ou seja, elas perdem energia (potncia).
Os transceptores fixos, mveis e portteis, em geral, possuem uma potncia de
sada limitada. Por exemplo, no caso das estaes fixas e dos rdios mveis, em
modo analgico, a potncia de sada mxima de 45 W, enquanto que nos rdios
portteis, temos uma potncia de sada mxima de 5 W.
Alm disso, geralmente os usurios dos rdios se encontram em locais pouco
estratgicos para realizar uma transmisso. Imagine um policial querendo se
comunicar com outra viatura, sendo que entre eles h um morro de altitude elevada,
ou diversos prdios. Dificilmente a onda eletromagntica transmitida pelo PM
chegar VTR em condies de ser entendida.
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Figura 4 - Obstruo fsica da linha de visada entre dois transceptores
Uma forma de fazer com que o alcance dos rdios seja maior utilizando estaes
repetidoras na rede de rdio.
2.3. Comunicao ponto-multiponto via estao repetidora
Em sistemas ponto-multiponto temos uma estao rdio-base (ERB) que transmite
um sinal para vrias estaes terminais de rdio.
Como o objetivo no servio policial militar fazer com que todos os policiais de uma
mesma unidade se comuniquem, torna-se necessria a utilizao de equipamentos
que aumentem o alcance dos rdios em relao a comunicao ponto-a-ponto. Isso
porque uma mensagem deve ser recebida por todos os receptores sintonizados no
mesmo canal.
Dessa forma, na PMES, as ERB so formadas por estaes repetidoras (ou
simplesmente repetidora), as quais so constitudas por um conjunto de
equipamentos, normalmente instalados em locais de altitude elevada, e com a
funo de retransmitir um sinal, aumentando o alcance das transmisses e,
consequentemente, a rea de cobertura da comunicao via rdio.
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Como as repetidoras esto posicionadas em locais bem elevados e operam com
bastante potncia, elas tm uma rea de cobertura bem maior do que as estaes
localizadas no solo.
Os locais onde so instaladas as repetidoras so denominados stios de
comunicao (ou sites de comunicao).
Figura 5 - Comunicao via estao Repetidora
2.3.1. Canal de comunicao analgico convencional
Conforme j dito, atualmente a PMES est em processo de digitalizao de sua rede
de radiocomunicao. Entretanto, ainda h vrios canais analgicos em uso,
principalmente no interior do estado.
A rede de radiocomunicao analgica da PMES estruturada de forma que, para
cada canal de comunicao, tem-se uma estao repetidora. Logicamente que,
conforme j visto, nos canais ponto-a-ponto, no h a presena da repetidora.
Quando um rdio est sintonizado no canal do 4 BPM, por exemplo, ele est
utilizando as frequncias da repetidora localizada no Morro do Jaburuna, em Vila
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Velha. Essa repetidora faz parte da rede de radiocomunicao do 4 BPM. Assim,
um rdio no canal do 4 BPM ir sempre acionar a repetidora do 4 BPM.
Exemplo da distribuio de canais na Grande Vitria:
Canal do 1 BPM repetidora localizada no Morro da Fonte Grande;
Canal do 4 BPM repetidora localizada no Morro do Jaburuna;
Canal do 6 BPM - repetidora localizada no Morro de Goiapaba;
Canal do 7 BPM - repetidora localizada no Morro do Jaburuna;
Canal do BPTran - repetidora localizada no Morro da Fonte Grande.
Na Figura 6, podemos observar a rea de cobertura de dois canais analgicos de
radiocomunicao da PMES, o canal de Linhares e o de Mantenpolis. Na figura,
temos a localizao da repetidora de cada um desses canais, sendo que o
determinante para a cobertura deles a posio de suas respectivas repetidoras.
Figura 6 - Cobertura dos canais de Linhares e Mantenpolis
Outra caracterstica da rede de radiocomunicao da PMES que seus canais
funcionam de forma isolada. Dessa forma, um rdio sintonizado no canal do 11
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BPM no recebe e nem transmite para um rdio sintonizado no canal do 2 BPM. A
rede de radiocomunicao da PMES, em modo analgico, tem essa configurao
em ilhas de comunicao devido a forma como o servio operacional da
corporao organizado.
H alguns casos em que interessante fazer enlaces entre repetidoras. Tal
processo no ser visto neste material.
Em um canal convencional analgico, toda a comunicao passa por uma estao
repetidora, ou seja, os transceptores somente transmitem para a repetidora, e
somente recebem da repetidora.
Figura 7 - Comunicao em um canal convencional analgico
H de se notar, portanto, que, no caso de pane em uma repetidora, todo o canal
ficar sem comunicao. Mesmo que um rdio esteja prximo a outro, no haver
comunicao entre eles no canal convencional.
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Figura 8 - Impossibilidade de comunicao em caso de pane na Repetidora
2.4. reas de sombra
Mesmo com a utilizao de estaes repetidoras, h a possibilidade da transmisso
delas no alcanar determinadas reas, as quais ficam sem comunicao. Tais
regies so chamadas reas de sombra.
Conforme se verifica na Figura 9, as reas de sombra so formadas principalmente
por obstruo da comunicao devido ao relevo ou pela distncia do ponto
repetidora ser tamanho que a potncia desta no alcana o rdio localizado naquele
local.
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Figura 9 rea de sombra formada devido a obstruo do sinal (relevo).
Em qualquer tipo de rede que utilize radiofrequncia como forma de transmisso de
sinal (rdio, celular, internet, televiso) existem as reas de sombra. O policial
militar, em seu servio, deve estar atento para os locais onde por ventura haja reas
de sombra.
Alm das reas de sombra existentes devido falta de alcance da repetidora, temos
outra ainda mais comum que se d pela falta de alcance dos transceptores.
Em geral, as repetidoras analgicas da PMES funcionam com potncia prxima a 50
W, enquanto um rdio porttil opera com 5 W.
Dessa forma, pode ocorrer que, devido a sua localizao, a transmisso de um HT
no alcance a repetidora.
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Figura 10 - Rdio porttil transmitindo para uma repetidora localizada distante dele.
J a repetidora, por ter potncia maior, quando retransmitir o sinal de outro rdio, ir
alcanar o citado equipamento.
Figura 11 - Repetidora transmitindo para um porttil localizado distante dela.
Nessa situao o policial receber comunicao, mas no conseguir transmitir.
H de se notar que a comunicao mais crtica em uma rede de radiocomunicao
se d quando se tem um rdio porttil transmitindo, pois o equipamento de menor
potncia em uma rede.
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2.5. Identificando problemas em uma repetidora
Muitos policiais, durante sua atividade, no conseguem se comunicar utilizando seus
equipamentos de rdio. Alm da possibilidade do policial estar em uma rea de
sombra, h ainda as seguintes possibilidades: 1) o rdio de quem est transmitindo
est com problemas; 2) o rdio de quem est recebendo est com problemas; e 3) a
rede de rdio que o policial est utilizando encontra-se com problemas.
Vimos que a comunicao utilizando o sistema repetidor deve obrigatoriamente
passar pela repetidora. Com isso, caso a repetidora pare de funcionar, os rdios que
se encontram em sua rede no se comunicaro. Podemos ento identificar o
problema na comunicao da seguinte forma: se nenhum rdio da rede est
conseguindo receber ou transmitir mensagens, ento o problema provavelmente
na repetidora. Caso contrrio, o problema deve estar em algum terminal da rede.
Vale ressaltar que o PM deve conhecer a rede em que est trabalhando, de forma
que ele possa identificar se realmente est ocorrendo um problema ou se ele est
em uma rea de sombra.
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3. SISTEMAS DIGITAIS DE RADIOCOMUNICAO
Nos ltimos anos, a PMES, acompanhando as demais corporaes de segurana
pblica em todo o Brasil, vem passando por um processo de digitalizao de sua
rede de radiocomunicao.
Tal processo extremamente complexo, exigindo altos investimentos, bem como
planejamentos adequados por meio de projetos elaborados por profissionais
capacitados.
A migrao de um sistema de rdio analgico para digital se justifica por razes
prticas e tcnicas. Vamos elencar algumas delas:
Transmisso integrada de voz e dados - As solues digitais de
radiocomunicao atuais possibilitam a transmisso de mensagens de voz e dados
no mesmo sistema. A adio da capacidade de transmisso de dados integrada com
o sistema de voz abre a possibilidade de novas ferramentas para a Segurana
Pblica, como a localizao automtica de veculos e pessoas, a troca de
mensagens de texto, o acesso a bases de dados, a atualizao remota da
configurao dos rdios dentre muitos outros.
Uso mais eficiente do espectro radioeltrico - outro ponto importante que
direciona o uso da tecnologia digital o uso mais eficiente do espectro radioeltrico.
Em alguns pases, ou mesmo em algumas regies do Brasil, simplesmente no
existem mais canais de rdio (frequncias) disponveis. No importa de qual banda
estamos falando: VHF, UHF ou 800 MHz. Para sistemas de comunicao que
utilizam radiofrequncia, um canal de frequncia to importante para a tecnologia
existir quanto a gua importante para os seres vivos. Pode parecer exagero, mas
sem canais de RF para usar, no h tecnologia sem fio que possa existir.
Quando falamos em uso eficiente do espectro radioeltrico, estamos falando de
regulamentaes. Como exemplo, em modo analgico, a ANATEL determinava que
o espaamento entre canais tivesse uma largura de banda de 25 kHz.. Tal
espaamento entre canais tem entre seus objetivos, o de evitar interferncias entre
os canais.
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Em sistemas de comunicao digital, possvel reduzir esse espaamento entre
canais de 25 kHz para 12,5 kHz.
Figura 12 - Sistemas digitais e uso otimizado do espectro eletromagntico
Sigilo e segurana nas comunicaes - para os rgos de segurana pblica,
fundamental tambm considerar a questo do sigilo ou privacidade nas
comunicaes. Sistemas digitais so especialmente desenhados para oferecer
segurana, no somente pela modulao, mas tambm pela criptografia. Existem
diversos algoritmos de criptografia disponveis. Alguns mtodos so baseados em
software e outros em hardware, mas qualquer um tem alta confiabilidade. Mais
adiante ser abordada com mais detalhes a questo da segurana das informaes
por meio de criptografia.
Controle total da utilizao da rede - Os equipamentos de controle do sistema
garantem o funcionamento somente de equipamentos autorizados, com a
possibilidade de gerao de relatrios precisos sobre a utilizao do sistema,
registro das chamadas realizadas, usurios ativos, ocupao de canal, etc.
Infelizmente, a PMES ainda no possui um sistema de gerenciamento em sua rede
de radiocomunicao digital.
Melhor desempenho frente a rudos - a transmisso digital apresenta melhor
desempenho frente ao rudo devido ao uso de repetidores regeneradores na
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transmisso de sinais pulsados permitindo a recuperao de pulsos de formato
perfeito, totalmente isento de rudo.
Figura 13 - Regenerao de sinal digital.
Qualidade de udio em modo digital tem-se uma melhor qualidade de udio. Uma
caracterstica importante a se observar na transmisso de sinais a relao sinal-
rudo, definido como a razo entre a potncia de um sinal e a potncia do rudo
sobreposto ao sinal. Em termos menos tcnicos, a relao sinal-rudo compara o
nvel de um sinal desejado com o nvel do rudo de fundo. Quanto mais alto for a
relao sinal-rudo, menor o efeito do rudo de fundo sobre a deteco ou medio
do sinal.
Uma caracterstica dos sistemas digitais a utilizao de um sistema de correo de
erros que otimiza a relao sinal-rudo. Isso faz com que reas perifricas que no
eram claramente audveis em sistema analgicos tenham boa chance de receber
mensagens altas e claras em modo digital.
No grfico abaixo, temos no eixo horizontal a intensidade do sinal atenuado, medida
em dBm, de dois sinais distintos em funo da qualidade do udio, medido em dB
(eixo vertical):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sinalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ru%C3%ADdo -
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Figura 14 - Qualidade do udio analgico e digital em funo do nvel do sinal.
Pode-se observar que, Enquanto na modulao analgica a qualidade do udio vai
piorando naturalmente conforme o nvel de sinal do receptor fica mais fraco, no
modo digital a qualidade do udio tende a se manter constante, somente caindo
abruptamente quando o nvel de sinal do receptor fica extremamente fraco.
Uma questo bastante mitificada em relao a sistemas de radiocomunicao digital
diz respeito existncia de reas de sombra. Sobre essa questo, resta-nos
relembrar que, independente do processamento do sinal se dar de forma analgica
ou digital, a transmisso da informao ocorrer conforme discutido no captulo 2, ou
seja, por meio de ondas eletromagnticas. Sendo assim, todas as questes fsicas j
elencadas relativas a propagao e transmisso do sinal so vlidas tambm para o
modo digital.
Desta forma, podemos afirma que, tanto em sistemas analgicos, como em sistemas
digitais, existiro as reas de sombra. Exemplo disso a telefonia celular, que
embora opere em modo digital, continua sofrendo com problemas de cobertura.
3.1. Protocolos de radiocomunicao digital
Aps optar pelo sistema digital, surge o desafio da escolha do protocolo de
comunicao. Atualmente existe uma srie de protocolos digitais, sendo eles
protocolos abertos ou proprietrios ( comum utilizar o termo padro como
sinnimo de protocolo).
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Os protocolos proprietrios so desenvolvidos e patenteados por um determinado
fabricante. Ao optar pela utilizao de um protocolo proprietrio em uma rede de
radiocomunicao, o usurio obviamente escolhe utilizar uma determinada marca
para seu sistema e seus equipamentos. So exemplos de protocolos proprietrios:
a) Mototrbo, da Motorola; b) IDAS, da Icom; c) EDACS, da Harris; d) o SMARTNET
II, da Motorola; e) o Nexedge, da Kenwood; dentre outros.
Para aplicaes de misso crtica, recomendada a adoo de um padro aberto
de radiocomunicao, principalmente por questes de interoperabilidade. Os
padres abertos so definidos por normas de entidades independentes de
fabricantes. Ou seja, os fabricantes no possuem autonomia para alterar
especificaes de padres abertos.
So exemplos de padres abertos de radiocomunicao o DMR, o APCO25, o
TETRA, e o TETRAPOL. Em nossos estudos, analisaremos apenas os padres
utilizados pelos rgos de segurana pblica no Brasil, sendo eles o TETRAPOL, o
TETRA, e o APCO25, ao qual daremos maior nfase por ser o padro adotado pela
PMES.
O TETRAPOL um protocolo desenvolvido pela empresa EADS no final dos anos
1980 com o objetivo de proporcionar um sistema digital troncalizado para as foras
de segurana da Frana. um sistema FDMA que funciona em canais de 10 ou
12.5 kHz, oferecendo 2 canais por cada 25 kHz.
Apesar de ser considerado um protocolo aberto, no um protocolo reconhecido
pela ETSI (Instituto de Padronizao de Telecomunicaes Europeu), e suportado
somente por um fabricante, a Cassidian. Alm disso, um sistema que carece de
vrias das funcionalidades j presentes nos outros sistemas.
No Brasil, o padro TETRAPOL utilizado somente pela Polcia Federal. Entretanto,
esta corporao j possui projetos com objetivo de adotar o TETRA ou o APCO25.
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3.2. O padro TETRA
TETRA, ou Terrestrial Trunked Radio(do ingls: Rdios Terrestres Troncalizados),
um protocolo aberto de rdio digital troncalizado criado e gerenciado pela ETSI (do
ingls: European Telecommunications Standards Institute, que pode ser traduzido
como Instituo Europeu de Padronizao de Telecomunicaes), um instituto
internacional que produz e mantm protocolos de comunicaes.
O sistema TETRA um sistema de rdio troncalizado digital com tecnologia
TDMA. Isso permite mais comunicaes num mesmo espectro de frequncia que
um sistema analgico, cumprindo com um requisito de muitos pases e aumentando
a eficincia em espectros altamente ocupados.
O protocolo TETRA foi pensado para usurios PMR (Professional Mobile Radio
Rdio Profissional Mvel), especialmente para usos em agencias governamentais,
segurana pblica (polcias, bombeiros e ambulncias), servios de emergncia,
etc.
Existe uma associao chamada TETRA Association que desenvolve o protocolo
TETRA e o publica para que os diferentes fabricantes usem as especificaes em
seus desenvolvimentos. Os membros dessa associao so:
Fabricantes de Infraestrutura TETRA
Fabricantes de Terminais TETRA
Usurios TETRA
Fabricantes de aplicaes e solues baseadas no protocolo TETRA
Qualquer membro pode propor uma nova aplicao ou implantao associao, e
uma equipe tcnica estudar a proposta. Se passar por todas as aprovaes da
associao, essa proposta ser integrada ao protocolo, e ser publicada para que os
demais fabricantes possam fazer aplicaes ou solues compatveis com a funo
proposta.
Alm disso, a associao tem outra funo, que comprovar que as diferentes
funes do protocolo funcionem corretamente entre os diferentes fabricantes. Isso
feito atravs de testes que se realizam algumas vezes ao ano, onde os diferentes
http://www.etsi.org/WebSite/AboutETSI/AboutEtsi.aspxhttp://www.tetra-association.com/ -
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fabricantes se juntam e testam seus equipamentos. Os testes so supervisados por
um organismo independente, que depois emite um certificado detalhando quais
funes funcionam e quais no. Esses certificados se chamam IOP (Certificados de
Interoperabilidade), e podem ser baixados gratuitamente do site do TETRA
Association.
No Brasil, o padro Tetra foi adotado na Polcia Militar do Rio de Janeiro e na Polcia
Militar da Bahia. No Esprito Santo, no ano de 2012, a Prefeitura Municipal de Vitria
lanou um Edital para aquisio de um sistema de radiocomunicao para a Guarda
Municipal, sendo que a empresa vencedora ir implantar uma rede TETRA.
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4. APCO25 O PADRO ADOTADO PELA PMES
O padro APCO25 (tambm conhecido como Project 25, ou simplesmente P25)
um conjunto de normas produzidas atravs da articulao conjunta da Associao
dos Oficiais de Comunicaes em Segurana Pblica dos Estados Unidos (em
ingls: Association of Public Safety Communications Officials International APCO)
da NASTD (do ingls National Association of State Telecommunications Directors,
traduzido como: Associao Nacional de Diretores de Telecomunicaes), da NCS
(do ingls Federal Agencies and the National Communications System, traduo:
Agncias Federais e Sistema Nacional de Comunicao) e da TIA (em ingls:
Telecommunications Industry Association, traduzido como Associao de Indstrias
de Telecomunicaes).
Figura 15 - Smbolo do P25
O P25 uma arquitetura aberta que foi projetada com o intuito de suprir as
necessidades das instituies governamentais norte-americanas de segurana
pblica. Seu conjunto de padres engloba servios para uma rede digital voltada
para organizaes de segurana pblica, sendo definidas pelas normas as
interfaces, o funcionamento e as capacidades de qualquer sistema de rdio que
possa ser definido como P25.
Para que um rdio seja classificado como P25, ele deve operar em conformidade
com os padres definidos nas normas publicadas pelo APCO25. As documentaes
tcnicas do padro P25 podem ser encontradas com facilidade na internet, nas
pginas da TIA, FCC ou do Instituto de Padronizao Nacional Americano (American
National Standard Institute ANSI). Como os padres P25 so de domnio pblico,
qualquer fabricante pode produzir rdios compatveis com sistemas P25.
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30
Embora tenha sido inicialmente desenvolvido para servio de segurana pblica
norte-americano, a tecnologia P25 no ficou limitada ao mercado dos EUA, nem to
pouco segurana pblica.
O APCO25 possui quatro objetivos principais:
Garantir a competitividade entre fabricantes por meio de uma arquitetura de
protocolo aberto;
Permitir efetividade, eficincia e confiabilidade nas comunicaes entre as
agncias governamentais;
Desenvolver funcionalidades e capacidades para sistemas de
radiocomunicao com foco na segurana pblica;
Permitir o uso eficiente do espectro radioeltrico.
4.1. Comparao bsica entre APCO25 e TETRA
Foge aos objetivos deste material uma comparao profunda entre os padres P25
e TETRA. Entretanto, importante se ter em mente algumas diferenas bsicas
entre os dois padres, bem como os motivos que levaram a SESP, em deciso
conjunta com a PMES, o CBMES e a PCES, a adotarem o P25 como padro para a
rede de radiocomunicao digital da segurana pblica no Esprito Santo.
4.1.1. Faixa de frequncia e modo de operao
Os sistemas APCO25 esto disponveis em VHF, UHF (nas faixas de 380 MHz) e
800 MHz, para operao troncalizada ou convencional, com canais de 12,5 kHz na
Fase 1 FDMA ou de 6,25 kHz na Fase 2 TDMA.
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31
Figura 16 - Utilizao de canais no padro P25
Os sistemas TETRA, por sua vez, no esto disponveis para a banda de VHF, mas
para UHF (350 MHz, 380-400 MHz, 410-430 MHz e 450-470 MHz) e 800 MHz,
sendo sua operao somente em modo troncalizado. Em relao a utilizao de
canais, o TETRA permite a utilizao de quatro canais em uma faixa de 25 kHz, o
que nos d 6,25 kHz. Assim como o P25 Fase 2, o TETRA opera em TDMA.
Em relao a faixa de frequncia em que pode operar cada padro, importante
observar que, atualmente, os rgos de segurana pblica do Esprito Santo utilizam
a faixa de VHF, o que somente possvel no sistema P25. Isso, entretanto, no
uma condio fundamental para a adoo deste padro, uma vez que a liberao
junto a ANATEL e a consequente utilizao de uma faixa de frequncia compatvel
com o TETRA seriam simples de ser feito.
importante observar ainda que o padro P25 permite operao em modo
convencional e em modo troncalizado, enquanto o TETRA uma tecnologia para
operao em modo estritamente troncalizado.
4.1.2. Compatibilidade com sistemas legados
Ao atualizar ou migrar o sistema de radiocomunicao de analgico para digital,
surge o problema de o que fazer com o legado existente de rdios analgicos
convencionais ou troncalizados?. O padro APCO25 pode operar tanto em modo
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analgico quanto em modo digital, possibilitando um caminho suave de migrao,
uma vez que um mesmo rdio pode operar tanto no modo analgico quanto no
digital.
Tal fato possibilita a aquisio gradual de rdios digitais, os quais so distribudos e
podem operar normalmente na rede analgica existente at que toda ela esteja
capacitada para operar em modo digital. Quando isso ocorrer, faz-se a mudana no
modo de operao dos transceptores e das repetidoras, que passaro a operar em
modo digital.
Na PMES, esse processo iniciou em 2005, com a aquisio de repetidoras digitais
P25 para a regio da Grande Vitria. Como a PMES no possua transceptores
digitais, essas repetidoras atuavam em modo analgico. Os transceptores foram
sendo substitudos aos poucos, at que no ano de 2011, todo o sistema da Grande
Vitria pde operar em modo digital.
No sistema TETRA isso no seria possvel, uma vez que os rdios deste padro
operam somente em modo digital.
4.1.3. rea de cobertura
Os sistemas APCO25 so mais indicados quando as reas de cobertura so
extensas, no por causa da banda de frequncia necessariamente, mas pela
potncia de transmisso das repetidoras. Em sistemas P25, essas potncias podem
chegar a mais de 125 watts na repetidora, depois do combinador. Alm disso, as
repetidoras digitais possuem uma sensibilidade de recepo muito superior se
comparadas s repetidoras analgicas de baixo trfego que so normalmente
montadas com dois rdios mveis interligados, conforme visto no item 0.
J as Estaes Rdio Base do padro TETRA possuem potncia de transmisso de
cerca de 10 W, muito menor do que as do P25.
Outro ponto importante diz respeito aos rdios. No APCO25, os rdios possuem
mais potncia que em TETRA, mesmo se comparados na banda comum de 800
MHz. Um terminal porttil P25 tem cerca de 5 watts, e um rdio mvel, 45 watts,
enquanto os TETRA possuem 1 watt e 3 watts, respectivamente. Ou seja, o nmero
de bases necessrias para cobrir uma mesma cidade com APCO25 ser menor que
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o nmero de bases TETRA, mesmo que essa comparao seja feita na mesma faixa
de frequncia (UHF ou 800 MHz).
Figura 17 - Quadro resumo do comparativo entre P25 e TETRA
Obviamente, existem diversas outras diferenas entre os padres P25 e TETRA.
Entretanto, este material no possui o objetivo de se aprofundar em questes de
arquitetura de rede, nem to pouco de modo de funcionamento de cada padro.
4.2. Servios e facilidades oferecidos no APCO25
O sistema P25 desenhado para prover servios mveis e portteis a usurios
profissionais para comunicao com suas organizaes. Uma aplicao tpica de
servios seria o controle de despacho dos agentes de segurana pblica,
objetivando tempos rpidos de chamada.
Embora o P25 defina em suas normas diversos tipos de servios, listamos abaixo
aqueles que brevemente sero aplicados na Segurana Pblica do Esprito Santo:
Chamada de grupo
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So chamadas de voz nas duas direes entre um usurio e um grupo de usurios
pr-determinado, dos quais o originador um membro. Todos os membros podem
se escutar entre si. Os membros do grupo tem um nmero comum pr-definido, pelo
qual so endereados. O terminal pode ser estaticamente programado para um ou
mais grupos, ou dinamicamente programado pelo despachante ou operador do
sistema.
Chamada de Voz individual
Chamada em duas direes entre dois usurios individuais. Cada usurio/terminal
possui um nmero de ID pr-definido, o qual utilizado para as chamadas
individuais. Pode ser realizada diretamente entre usurios ou por meio da console
de despacho.
Criptografia
Codifica a informao de maneira a torn-la segura. S quem possui a chave pode
decodifica-la. Ser mais bem estudada no item 4.3.
Chamada prioritria
um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e
individuais. Uma chamada com prioridade ter acesso preferencial aos recursos da
rede. Se os recursos esto ocupados, a chamada com prioridade ser colocada em
uma fila, na frente das chamadas com baixa prioridade. Um nmero mnimo de 5
nveis de prioridade definido. O nmero 1 corresponde a prioridade mxima.
Chamada prioritria preventiva
um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e
individuais. Uma chamada preventiva sempre tem recursos alocadas para ela,
mesmo que isto signifique que as outras chamadas sero desconectadas. Assim
que a chamada de prioridade for desconectada, o recurso fica disponvel para a
chamada preventiva. Um nmero mnimo de 5 nveis de prioridade definido.
Conexo de voz com a rede telefnica
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um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e
individuais. Permite a comunicao entre um usurio da rede telefnica e um ou
mais usurios do sistema rdio. Pode ser iniciado de qualquer lado, rede telefnica
ou sistema rdio.
Escuta discreta
um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e
individuais. Permite a um usurio seletivamente escutar qualquer chamada. Isto , o
usurio pode selecionar aspectos importantes de uma chamada, tais como o ID
(identificador) do grupo, para decidir se vai escutar ou no.
Emergncia silenciosa
um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e
individuais. O servio permite ao rdio do usurio iniciar uma chamada sem a
interveno do prprio usurio atravs da tecla PTT (Push to talk). Por exemplo, a
chamada pode ser iniciada pelo usurio do rdio ao pressionar uma chave de
emergncia. O propsito do servio permitir ao despachante ou outros usurios
escutar o usurio em um evento de possvel perigo para ele.
Monitoramento da unidade
um servio suplementar s chamadas individuais. Permite ao rdio do usurio,
iniciar uma chamada sozinho. A chamada iniciada remotamente pelo despachante.
O despachante assim escuta o que se est passando no rdio do usurio, em uma
situao de perigo eminente.
Identificao do Indivduo que transmite
um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e
individuais. Permite identificar o usurio que est transmitindo a mensagem.
Chamada de alerta
Servio suplementar s chamadas individuais. Permite que o originador da chamada
deixe sua identificao com a parte chamada, para subsequente retorno da
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chamada. Opera como um prompt (aviso) parte chamada para que ela retorne a
chamada.
4.3. Segurana nas comunicaes
Em modo analgico, possvel proteger a comunicao utilizando-se o recurso
denominado scrambler (traduzindo do ingls: misturador de frequncia). Em
telecomunicaes, scrambler o dispositivo que sobrepe ou inverte sinais, de
forma a codificar uma mensagem transmitida, a qual somente poder ser
decodificada por um receptor que possua o dispositivo apropriado de descrambling.
O grande problema de se utilizar o scrambler em sistemas de radiocomunicao so
as perdas no alcance da transmisso e na qualidade da mensagem. Por esse
motivo, poucos so os sistemas de comunicao VHF analgicos que utilizam esse
recurso de codificao de mensagem a PMES nunca utilizou.
Uma das grandes vantagens de uma rede digital P25 a possibilidade de
criptografar as transmisses de voz e de dados sem afetar a qualidade da
comunicao e o seu alcance.
Encriptao o processo de codificar uma mensagem, protegendo o seu contedo.
Para isso, utiliza-se um algoritmo de criptografia, ou seja, uma frmula matemtica
que transforma uma mensagem entendvel por qualquer receptor em uma
mensagem criptografada, isto , cujo contedo est embaralhado e s pode ser
decifrado por quem possua a chave de criptografia certa.
Em uma transmisso criptografada, necessrio que o transmissor e o receptor
tenham a mesma chave de criptografia. Essa chave de criptografia definida pelo
administrador do sistema de radiocomunicao, sendo como uma senha, ou seja,
dois rdios programados com a mesma chave de criptografia podem se comunicar.
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Figura 18 - Comunicao segura utilizando criptografia.
Os terminais P25 podem ser criptografado por canais, ou seja, possvel inserir uma
chave de criptografia para cada canal ou grupo de conversao. Essa chave de
criptografia inserida no rdio por meio de um dispositivo encriptador.
As normas do P25 estabelecem como padro a criptografia DES-OFB (do ingls:
Data Encryption Standard Output Feed Back), de 64 bits; e a AES (do ingls:
Advanced Encryption Standard), de 216 bits. Obviamente, quanto maior a
quantidade de bits de um algoritmo de criptografia, mais difcil quebr-lo. Os
algoritmos de criptografia DES e AES foram definidos e normatizados pelo governo
dos Estados Unidos da Amrica.
Conforme j dito, a chave de criptografia, aps ser definida, inserida nos terminais
de rdio por meio de um dispositivo encriptador. Aps ser inserida nos terminais, a
chave nunca mais pode ser acessada, ou seja, no h como nenhum usurio ou
programador ter acesso a chave de criptografia.
Figura 19 - Transceptor recebendo chaves de criptografia por meio de dispositivo encriptador.
As normas P25 definem tambm como funcionalidade a capacidade de carregar
chaves no rdio remotamente por meio da Interface Area Comum (CAI), ou seja,
por meio de radiofrequncia. Tal sistema denominado de OTAR (do ingls: Over
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The Air Rekeying). Nesse sistema, aps serem definidas, as chaves so enviadas
para os terminais por meio das estaes repetidoras.
4.4. Cobertura de sistema analgico x cobertura P25
H muitas discusses acerca da comparao entre rea de cobertura de um sinal de
rdio analgico e de um sinal de rdio digital P25. Como a potncia de transmisso
de rdios digitais P25 e de rdios analgicos so iguais, h de se imaginar que a
cobertura de ambos tambm ser a mesma.
Isso, entretanto, no verdade, uma vez que se observa uma maior rea de
cobertura nas comunicaes digitais P25 quando comparadas s comunicaes
analgicas. A relao sinal-rudo de um rdio um elemento crtico em sistemas
analgicos.
A relao sinal-rudo definido como a razo entre a potncia de um sinal e
a potncia do rudo sobreposto ao sinal. Em termos menos tcnicos, a relao sinal-
rudo compara o nvel de um sinal desejado com o nvel do rudo de fundo. Quanto
mais alto for a relao sinal-rudo, menor o efeito do rudo de fundo sobre a
deteco ou medio do sinal.
Uma caracterstica dos sistemas P25 a utilizao de um sistema de correo de
erros que otimiza a relao sinal-rudo. Isso faz com que reas perifricas que no
eram claramente audveis em sistema analgicos tenham boa chance de receber
mensagens altas e claras no P25 digital.
Na figura Figura 14, pode-se observar que a qualidade do udio em um sistema P25
tende a se manter constante, enquanto a do sistema analgico decai conforme o
nvel de rudo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sinalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ru%C3%ADdo -
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5. EQUIPAMENTOS DIGITAIS APCO25 UTILIZADOS NA PMES
Conforme descrito no Captulo 5, atualmente a PMES possui uma rede de
radiocomunicao digital no padro APCO25 Fase 1 (ou P25 fase 1).
O padro P25 tem como vantagem a interoperabilidade, ou seja, pode-se ter
equipamentos de diversos fabricantes atuando juntos em uma mesma rede, desde
que todos atendam as normas do APCO25.
Dessa forma, a PMES possui, atualmente, terminais de radiocomunicao digitais
P25 das seguintes marcas/modelos: MOTOROLA (radio mvel modelo XTL2200),
TAIT (porttil modelo TP9160 e mvel/fixo modelo TM9155) e ICOM (porttil modelo
IC-F70). importante ressaltar que existem diversos outros fabricantes e
desenvolvedores P25. Como rgo pblico, todo o processo de compra da PMES
baseia-se em licitaes pblicas nas quais so especificados os equipamentos e
incentivadas a livre e ampla concorrncia entre as marcas e revendedores.
Aos usurios, segue a recomendao para que, em caso de dvidas quanto a
utilizao dos equipamentos de radiocomunicao da PMES, procurem o setor
responsvel na Diretoria de Tecnologia da Informao e Comunicao (DTIC),
localizada no Quartel do Comando Geral.
Nos itens abaixo, entretanto, sero demonstrados alguns detalhes referentes aos
equipamentos (transceptores) e acessrios de radiocomunicao utilizados pela
PMES.
5.1. Baterias de transceptores portteis
A bateria um acessrio fundamental nos rdios portteis. Ela um sistema
eletroqumico que prov energia necessria para ligar dispositivos eltricos.
Na PMES, existem dois tipos de baterias: as de nquel-metal hidreto (NiMH), mais
antigas e que ainda so encontradas nos rdios analgicos; e as de ltion (Li-Ion),
que atualmente so adquiridas juntamente com os rdios digitais. As baterias de
ltion oferecem melhor custo-benefcio, pois possuem maior tempo de vida til.
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Nas baterias de NiMH, existe o fenmeno do efeito memria (usualmente chamado
de bateria viciada). Na verdade, as baterias de NiMH esto menos sujeitas ao efeito
memria do que as baterias do tipo nquel-cdmio (a PMES no possui esse tipo de
bateria). O efeito memria ocorre quando uma bateria carregada antes de ter a
carga anterior totalmente gasta. Este efeito faz com que a bateria passe a considerar
como carga total apenas a quantidade de carga que foi adicionada e
consequentemente, passa a durar menos, exigindo recargas frequentes. Para evitar
esse efeito preciso descarregar totalmente a bateria antes de recarreg-la.
As baterias de ltion so mais avanadas e mais leves do que as de nquel, no
desenvolvem o efeito memria e possuem maior tempo de vida. Na verdade, as
baterias de lition possuem ciclo de recargas, ou seja, elas so fabricadas para serem
recarregadas n vezes. Cada vez que o usurio a coloca para carregar, ele est
gastando um destes ciclos. Como, em geral, elas possuem grande quantidade de
ciclos, dificilmente eles se esgotam antes da validade da bateria. A quantidade de
ciclos das baterias de Li-Ion maior do que as de NiMH.
Quando a PMES especifica um transceptor porttil em um Termo de Referncias
(projeto base para se iniciar uma licitao), as baterias so especificadas da
seguinte forma:
Bateria recarregvel microprocessada de Li-on com capacidade mnima de
1900 mAh e autonomia mnima de 12 (doze) horas contnuas, para um ciclo
operacional de 5-5-90 (5% do tempo em transmisso, 5% em recepo e 90%
em stand-by) especificao retirada do Termo de Referncia para aquisio
de transceptores elaborado pela equipe tcnica da SESP.
Conforme se pode ver nas especificaes acima, as baterias atuais de Li-Ion so
microprocessadas, tambm chamadas de baterias inteligentes. Pode-se ter acesso,
por meio de software especfico, a todos os dados relativos a bateria (quando ela
comeou a ser usada, quantas vezes ela j foi recarregada, como est a vida til
dela, se ele necessita ser recarregada, etc.). Alm disso, cada fabricante possui
sistemas especficos de segurana, de forma que, somente a bateria do fabricante
pode ser utilizada no seu rdio. Da mesma forma, no h como recarregar uma
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bateria no carregador de outro fabricante (a bateria troca dados com o carregador
para ser recarregada).
Conforme j dito, as baterias de Li-Ion possuem ciclos de recarga. Entretanto, no
caso das baterias microprocessadas, caso o usurio a coloque no carregador sem
que ela realmente necessite ser recarregada, a bateria avisar ao carregador, de
forma que no ser queimado um ciclo sem necessidade.
A capacidade da bateria dada em mAh (mili-ampres-hora). Quanto maior essa
capacidade, maior a autonomia da bateria. Atualmente, tem-se baterias de 1800
mAh, 1900 mAh, 2500 mAh, 3200 mAh, etc. Com uma bateria de 1900 mAh, tem-se
uma autonomia de 12 horas no ciclo de trabalho 5-5-90, ou seja, 5% do tempo em
transmisso, 5% em recepo e 90% em stand-by.
5.1.1. Carregando e cuidando das baterias
H basicamente trs tipos de carregadores disponveis no mercado (dependendo do
fabricante): carregador individual de mesa; carregador mltiplo; e carregador
veicular.
Figura 20 - Carregador de mesa individual marca TAIT
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Figura 21 - Carregador mltiplo marca TAIT
a) Temperatura de carregamento:
As baterias no devem ser expostas a temperaturas muito altas ou muito baixas por
um perodo prolongado de tempo, pois isso encurta a vida til delas. Antes de se
iniciar carga de uma bateria, deve-se verificar se a temperatura da mesma est
prxima a temperatura do ambiente. Nas baterias de Li-Ion microprocessadas, a
carga da bateria somente se inicia quando a bateria s se inicia quando ela estiver
com temperatura entre 0C e 40C.
Nos carregadores de marca TAIT (Figura 20), quando a temperatura da bateria est
fora da faixa normal de carga, acende-se um LED laranja no carregador.
b) Deixando a bateria carregando
Pode-se deixar a bateria no carregador mesmo ela estando carregada, pois isso no
causar dano algum. Da mesma forma, pode-se remover a bateria do carregador a
qualquer tempo.
c) Recebendo e fazendo chamada enquanto carrega
Pode-se receber ou fazer uma chamada enquanto o rdio estiver no carregador. Se
o usurio remov-lo para responder a uma chamada, a recarga no ser
interrompida, pois uma carga segura recomear quando o rdio for novamente
colocado no carregador.
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d) Alerta de baixa bateria
Quando a bateria est com carga baixa, os rdios portteis alertam o usurio de
vrias formas: smbolo de bateria do visor aparece vazio; o LED de status do rdio
pisca em vermelho; um som agudo soa.
Cuidado: no permita que a bateria do rdio descarregue completamente toda vez
que for usado, pois isso diminui a vida til da bateria.
Quando aparecer no visor do rdio a mensagem bateria descarregada, o rdio
deve ser imediatamente desligado.
e) Armazenando as baterias
Quando no forem utilizadas por mais de um ms, as baterias devem ser
armazenadas corretamente para prolongar sua vida til. importante, para isso,
seguir as seguintes recomendaes:
Remova sempre a bateria do rdio antes de guarda-la;
Carregue completamente a bateria se for guarda-la por menos de um ms;
Carregue a bateria aproximadamente 30% se for armazen-la por mais de um
ms (nunca a guarde sem carga);
Armazene sempre em local seco e fresco.
f) Carregando a bateria pela primeira vez
A maneira como a bateria deve ser carregada pela primeira vez depende de sua
qumica, ou seja, se ela de Li-Ion ou de NiMH.
Uma bateria de NiMH precisa de uma primeira carga de 14 horas. J uma bateria de
Li-Ion, necessria uma carga inicial de 2,5 horas.
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5.2. Utilizao dos rdios digitais em modo analgico ou em modo digital
P25
Os rdios P25 (digitais) da PMES possuem a capacidade de se comunicar em modo
analgico ou digital. Esses rdios possuem duas zonas de canais:
Zona Analgica somente canais analgicos;
Zona Digital somente canais digitais.
importante observar que, nos rdios P25 da PMES, o policial deve se preocupar
com a zona e com o canal no qual ir operar.
Destaca-se ainda que um rdio na zona digital no se comunica com um rdio na
zona analgica, sendo o contrrio tambm verdade.
5.2.1. Transceptor TAIT TP9160 ou TM9155
Para mudar a zona de operao do rdio porttil TAIT TP9160 (digital ou analgico),
deve-se seguir os seguintes passos:
Figura 22 - Como mudar o modo de operao do rdio TAIT TP9160
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Aps selecionar a Zona em que o rdio ir operar (digital ou analgica), o
usurio deve escolher o canal do Batalho onde ele ir trabalhar.
Outra forma de se colocar o rdio na Zona Digital ou Analgica utilizando-se
o Menu Principal do rdio.
Vale ressaltar que essa opo igual tanto para os rdios portteis quanto
para os rdios mveis e fixos.
Tanto no rdio porttil TAIT TP9160, como no rdio mvel ou fixo TM9155, a
alterao do modo analgico para digital pode tambm ser feito por meio do menu
do rdio, da seguinte forma:
Figura 23 - Alterando o modo de operao dos rdios TAIT por meio do menu principal
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5.2.2. Transceptor porttil ICOM IC-F70
No radio ICOM IC-F70, a alterao do modo de operao feita da seguinte forma:
Figura 24 - Alterando o modo de operao dos rdios ICOM IC-F70
5.2.1. Transceptor mvel Motorola XTL 2200
Figura 25 - Passo 1 para alterar a forma de operao no rdio Motorola XTL 2200
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Figura 26 - Passo 2 para alterar a forma de operao no rdio Motorola XTL 2200
Figura 27 - Passo 3 para alterar a forma de operao no rdio Motorola XTL 2200
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5.3. Antenas
Uma antena basicamente um transdutor que converte uma corrente eltrica
alternada em uma onda eletromagntica. Os campos eltrico e magntico radiados
por uma antena formam o campo eletromagntico que responsvel pela
transmisso e recepo da energia eletromagntica atravs do espao. Uma antena,
no entanto, tambm parte do circuito eltrico de um transmissor (ou de um
receptor) e pode ser modelada como um circuito contendo resistncia, capacitncia
e indutncia. Portanto, cargas e correntes na antena produzem campos eltrico e
magntico, que formam o campo de induo.
No processo de transmisso de uma comunicao por meio de RF, o transmissor
funciona como fonte de tenso para uma linha de transmisso (cabo coaxial ou guia
de onda), que transporta o sinal at a antena transmissora. A antena transmissora
irradia uma onda eletromagntica, que se propaga no espao. No processo de
recepo, a antena receptora absorve a energia da onda eletromagntica que
chega at ela, e funciona como uma fonte de tenso para uma linha de transmisso
(cabo coaxial ou guia de ondas), que transporta o sinal at o receptor que termina a
linha. H ento a transferncia de energia do transmissor para o receptor usando
como meio de transmisso ondas eletromagnticas se propagando no espao.
5.3.1. Tipos de antenas
Cada antena determinada para operar em uma determinada faixa de frequncia
com suas caractersticas principais (outro motivo pelo qual no se pode trocar uma
antena de forma aleatria).
O fabricante da antena deve informar a faixa de operao da antena e as
caractersticas garantidas dentro desse intervalo de frequncias.
Para cada aplicao, h um tipo de antena mais adequado. So apresentados a
seguir as antenas utilizadas nos transceptores mveis, fixos e portteis da PMES:
a) Antenas de viaturas = Antena monoplo vertical mvel
A antena monoplo vertical utilizada nos transceptores mveis da PMES. Isso
porque uma caracterstica importante destas antenas que elas possuem radiao
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horizontal omnidirecional, ou seja, irradiam com mesma intensidade em todas as
direes horizontais.
Figura 28 - Antena monoplo vertical mvel
A antena monoplo vertical mvel utilizada na PMES de 5/8 de onda, ou seja, o
comprimento da antena deve ter 5/8 do comprimento da onda VHF a ser transmitida
ou recebida. Dessa forma, pode-se dizer que o tamanho da antena depende da
frequncia de operao do rdio.
Outra caracterstica importante das antenas monoplo vertical mvel em relao a
necessidade de um plano-terra. Na verdade, toda antena formada por um dipolo.
No caso da antena monoplo, como ela possui somente um plo, o outro plo
formado pelo chamado plano-terra. A explicao fsica para isso relativamente
complexa, e foge ao escopo deste material.
O importante, entretanto, que o usurio saiba que, no caso da instalao de
antenas em veculos, o plano-terra formado pela placa condutora existente no teto
do veculo. justamente por esse motivo que, para melhor aproveitamento das
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caractersticas da antena monoplo vertical mvel, elas devem ser instaladas no
centro do teto do carro.
Outra recomendao do fabricante que, por questes de segurana relativas a
exposio de pessoas a RF, as antenas devem ser montadas em locais que
impeam que uma pessoa possa estar a menos de 0,90 m da antena quando ela
estiver funcionando.
No caso das viaturas policiais, h ainda de se considerar a possibilidade de
interferncia que onda eletromagntica irradiada pela antena pode causar no circuito
do giroflex da viatura. Dessa forma, importante manter a antena a certa distncia
deste equipamento (nunca instalar a antena em cima do giroflex).
Observa-se ainda, na Figura 28, que a base da antena formada por uma mola
bobinada. Recomenda-se que o policial miliar, no incio do servio em uma viatura,
verifique se o cabo que passa por dentro desta mola encontra-se intacto. Isso
porque os rdios nunca podem operar sem antena. Nos rdios mveis mais novos,
h uma proteo contra isso, de forma que, caso o usurio tente transmitir no rdio
sem antena, ele no funcionar, sendo possvel verificar no visor do rdio uma
mensagem indicando tal fato.
b) Antenas helicoidais emborrachadas (rdios portteis)
Em rdios portteis so utilizadas as antenas helicoidais emborrachadas.
Figura 29 - Antena helicoidal emborrachada
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importante ressaltar, para essas antenas, que elas so dimensionadas pelos
fabricantes para determinado rdio. Assim, os usurios nunca devem trocar a antena
de um transceptor por uma de outra marca.
Da mesma forma, nuca se deve utilizar o rdio sem a sua antena.
Em sntese, em relao ao cuidado com as antenas, devem ser observadas as
seguintes consideraes:
Antes de assumir servio nas viaturas, observar se a antena est bem fixada
e se o cabo dentro da mola da base da antena est intacto;
Nunca pegar os HT's pela antena;
no morder as antenas de borracha;
no descascar as antenas de borracha;
no utilizar os rdios com antenas que no sejam a original;
no caso das viaturas, antes de entrar em locais cobertos, lembrar que no teto
do veculo existe uma antena;
evitar ficar retirando e recolocando as antenas das viaturas e dos HTs;
caso seja observado qualquer dano nas antenas dos rdios, procurar a
Diviso de Radiocomunicao da DTIC.
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6. UTILIZAO DO SISTEMA DE RADIOCOMUNICAO
6.1. Meios auxiliares na transmisso da mensagem
Dentre os meios considerados auxiliares da transmisso da mensagem, destacam-
se: o alfabeto fontico internacional; os algarismos fonticos; e o Cdigo Q.
6.1.1. Alfabeto fontico internacional
O Alfabeto Fontico, como meio auxiliar da transmisso, tem aplicao quando h
necessidade de soletrar palavras ou outro conjunto de letras, na dificuldade de sua
compreenso, como ocorre no caso de mensagens transmitidas em meio a
pssimas condies de comunicao ou, mesmo na transmisso de palavras
incomuns ou estrangeiras ou de grafia diferente da normal, etc.
O Alfabeto Fontico Internacional foi originalmente desenvolvido pelos fonticos
britnicos e franceses sob os auspcios da Associao Fontica Internacional,
estabelecida em Paris, em 1886. O alfabeto pretende ser uma notao padro para
a representao fontica de todas as linguagens. Sofreu revises durante a histria,
incluindo algumas grandes, como a da conveno de Kiel (1989). A mais recente foi
em 1993, com pequena alterao em 1996. A maioria das letras do alfabeto
originria do alfabeto romano ou derivada dele. Algumas so do alfabeto grego e
outras no parecem pertencer a nenhum alfabeto.
O seu uso, como padro, evita a criao e a citao indiscriminada de palavras
diversas pelos operadores para indicar uma mesma letra. Mas o seu principal papel
est no auxlio da correta compreenso da mensagem, de modo a que no fique
nenhuma dvida quanto ao seu contedo e a grafia das palavras que a compem.
Este o Alfabeto Fontico Internacional, padro para eliminar dvidas a cerca do
contedo da mensagem, pelo soletramento das palavras:
Tabela 1 - Alfabeto fontico internacional
Letra Palavra Letra Palavra
A Alpha P Papa
B Bravo Q Quebec
C Charlie R Romeo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Franahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Associao_Fontica_Internacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Parishttp://pt.wikipedia.org/wiki/1886http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1989http://pt.wikipedia.org/wiki/1993http://pt.wikipedia.org/wiki/1996http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabeto_grego -
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D Delta S Sierra
E Echo T Tango
F Fox-trot U Uniform
G Golf V Victor
H Hotel W Whiskey
I ndia X x-ray
J Juliete Y Yankee
K Kilo Z Zulu
L Lima
M Mike
N november
O Oscar
H de se ressaltar que somente a parte da mensagem cujas palavras poderiam
trazer dificuldades na recepo deve ser transmitida usando-se o alfabeto fontico.
Por outro lado, a despeito de todo esse cuidado, pode-se verificar pelo nmero de
palavras resultantes, que o tempo para transmitir certas mensagens com a utilizao
do alfabeto fontico pode resultar num tempo maior do que aquele gasto para
transmiti-la de maneira direta na sua forma original. Por isso mesmo, deve-se evitar
utiliz-lo indiscriminadamente, pois tal fato s serviria para congestionar a rede de
comunicao, por sua ocupao com tempo excessivo e desnecessrio.
importante frisar que, para o xito da transmisso, necessrio que tanto quem
transmite, como quem recebe, tenha pleno conhecimento desse alfabeto. errado
usar o alfabeto fontico para soletrar siglas, abreviaturas ou palavras que sejam
plenamente conhecidas, como nas transmisses de abreviaturas de postos ou
graduaes dos militares, cargos ou funes ou, ainda, palavras em que no haja
possibilidade de que sejam confundidas por sua pronncia ou correta grafia. A nica
exceo com relao a transmisso de placa de veculo, que deve ser sempre
soletrada utilizando-se o alfabeto fontico, mesmo que as letras, por sua sonoridade,
faam supor que no haver qualquer dificuldade de compreenso para quem ir
receber a mensagem.
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6.1.2. Algarismos fonticos
Em relao aos algarismos, que combinados formam os nmeros, dever ser
empregada a fontica bsica abaixo apresentada:
Tabela 2 - Algarismos fonticos
Algarismos Fontica
1 Uno
2 Dois
3 Trs
4 Quatro
5 Cinco
6 Meia
7 Sete
8 Oito
9 Nove
0 Zero
Os algarismos devero ser enunciados conforme assinalado na coluna fontica.
Os nmeros sero sempre pronunciados algarismo por algarismo e formados pelos
conjuntos desses. Dessa forma, o nmero 10 (dez) dever ser enunciado uno,
zero; o 43, como quatro, trs; o 16, como uno, meia, etc.
Os sinais grficos, apesar de no usuais, tais como ponto ou vrgula, devero ser
enunciados de acordo com seus prprios nomes, como por exemplo no nmero:
201.436 = dois zero uno PONTO quatro trs meia; ou, ainda, o nmero 6,54 =
meia VRGULA cinco quatro.
Quando houver sequncia de algarismos idnticos em um mesmo nmero, devero
ser pronunciados com as palavras duplo ou triplo, conforme haja repetio de
dois ou de trs algarismos em sequncia. Se o nmero de algarismos repetidos em
sequncia for superior a trs, dever ser empregada a combinao dessas palavras
entre si (duplo-triplo, triplo-triplo); ou, do nome do prprio algarismo seguido da
palavra TRIPLO.
Abaixo alguns exemplos de aplicao:
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a) sequncia de dois e de trs algarismos iguais (emprego das palavras duplo e
triplo):
Tabela 3 - Algarismos fonticos: seuncia de dois e trs algarismos iguais
Nmeros Fontica
100 Uno Duplo Zero
2001 Dois Duplo Zero Uno
166 Uno Duplo Meia
33348 Triplo Trs Quatro Oito
22777 Duplo Dois Triplo Sete
b) sequncia de quatro ou mais algarismos iguais:
Para quatro algarismos iguais sucessivos, dever ser enunciado o nome do prprio
algarismo, seguido da palavra triplo, mais o nome desse mesmo algarismo.
Para cinco algarismos, dever ser usada a combinao das palavras duplo e
triplo.
Tabela 4 - Algarismos fonticos: sequncia de quatro ou mais algarismos iguais
Nmeros Fontica
2222 Dois Triplo Dois
5555 Cinco Triplo Cinco
66666 Duplo Meia Triplo Meia
Para os demais casos de repetio de algarismos em sequncia, dever ser
obedecido o mesmo raciocnio. Na transmisso de mensagem contendo nmeros e
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algarismos dever haver repetio por quem recebe a confirmao. A padronizao
referente aos algarismos e nmeros aplica-se tambm na pronunciao de prefixos.
Dever ser evitado o emprego de palavras em desacordo com o anteriormente
indicado, principalmente expresses como "tudo", "trinca", "duque" e outras fora
destas orientaes e no expressamente autorizadas. A esse respeito, tem-se
observado a tendncia dos operadores de criar uma fontica diversificada da
apresentada no quadro anterior, empregando a designao ordinal de cada
algarismo para indic-los como primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto,
sexto, stimo, oitavo, nono; para os algarismos de 1 a 9; e, a palavra
negativo, para o algarismo zero. Essa prtica pouco recomendada, pelo simples
fato de criar um paralelismo com a fontica-padro que mostra-se, sobremaneira,
mais adequada face ao princpio da conciso da mensagem, na medida em que a
pronncia dos algarismos pelo seu ordinal gasta tempo maior do que o utilizado com
o padro apresentado. Alm do mais, o uso da palavra negativo para designar o
algarismo zero, por si s, j contribui para o estabelecimento da confuso de
significados, visto ser ela convencionada de modo diferente nas palavras e
expresses convencionais, querendo dizer no, no est correto, no est
autorizado.
A prtica descrita, embora tolerada, deve ser evitada, em face de seus aspectos
nocivos, quando empregada paralelamente com o padro recomendado, podendo-
se aceitar, no entanto, sua utilizao em casos especialssimos, quando aps a
transmisso da mensagem pelo padro recomendado, algum trecho seu, por
qualquer motivo, permanecer obscuro ou mal compreendido, necessitando assim, de
sua retransmisso. Ressalte-se que esse uso dever ser espordico.
6.1.3. O cdigo Q
outro meio convencional, auxiliar na transmisso da mensagem, empregado para
economicidade de seu texto, bem como para imprimir maior celeridade s
comunicaes de rdio, o denominado Cdigo Q. O cdigo Q uma coleo
padronizada de trs letras, todas comeando com a letra "Q". As trs letras do
cdigo Q eram usadas para se fazer uma questo de forma abreviada e ento
respond-la da mesma forma. Por exemplo, QSL? significa: Voc recebeu a minha
mensagem? QSL era a resposta confirmando Sim, recebi a sua mensagem. O
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cdigo Q original foi criado aproximadamente em 1909, pelo governo britnico como
uma "lista de abreviaes preparado para o uso dos navios britnicos e estaes
costeiras licenciadas pela Agncia Postal Geral". O cdigo Q facilitou comunicao
entre operadores de rdios martimos que falam lnguas diferentes, e por isso foi
adotado internacionalmente. Um total de quarenta e cinco cdigos Q aparece na
"lista de abreviaes para ser usadas na rAdiocomunicao", que foi includo no
servio de regulao afixado terceira conveno internacional de radiotelegrafia
(essa conveno, que aconteceu em Londres, foi assinada em 5 de julho de 1912, e
tornou-se efetiva em 1 de julho de 1913).
Apesar de criados quando o rdio usava apenas o cdigo morse, eles continuaram a
ser empregado depois da introduo transmisses por voz. Os cdigos Q
compreendidos entre QAA-QNZ so reservados para uso aeronutico; QOA-QOZ
para uso martimo; QRA-QUZ para todos os servios.
A relao apresentada a seguir mostra alguns cdigos Q:
Tabela 5 - Tabela de cdigo Q
Tabela do Cdigo Q Significado na PMES
QAP Permanecer na freqncia (escuta) Na escuta
QRA Nome do operador / nome da estao
QRB Qual a sua distncia?
QRD Qual a sua localizao?
QRG Freqncia ou faixa de operao
QRH Variao de freqncia na estao
QRK Inteligibilidade dos sinais ( 1 a 5 ) Clareza da transmisso
QRL Estou ocupado no interfira
QRM Interferncia de outra estao
QRN Interferncia esttica ou atmosfrica
QRO Aumentar a potncia da estao
QRP Diminuir potncia da estao
QRQ Manipular mais rapidamente
QRR S.O.S. terrestre
QRS Manipular mais lentamente, devagar
QRT Parar de transmitir
QRU Voc tem algo para mim?
QRV Estarei a sua disposio
QRW A estao "X" me chama em "X" khz/s (canal)
QRX Aguarde um pouco na frequncia (sua vez de transmitir)
QRY Quando ser minha vez de transmitir ?
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QRZ Quem est chamando ?
QSA Intensidade de sinais ( 1 a 5 )
QSD Sua transmisso defeituosa
QSJ Taxa, Dinheiro
QSL Confirmado - tudo entendido
QSM Repita o ltimo cmbio (cmbio)
QSN Voc me escutou ?
QSO Comunicado direto ou indireto Fazer contato
QSP Retransmisso de mensagem de outra Estao
QST Comunicado de interesse geral
QSU Transmita ou responda em "X" Khz/s (canal)
QSV Transmita uma srie de "V"
QSW Transmitirei nesta ou em outra freqncia
QSX Escutarei sua chamada em "X" Khz/s (canal)
QSY Vou transmitir em outra freqncia ou canal
QSZ Devo transmitir cada palavra ou grupo?
QTA Anule a mensagem anterior ltima forma
QTB Concordo com a sua contagem de palavras
QTC Mensagem, notcia
QTH Local da estao - endereo do operador
QTI Qual o seu destino ? Telefone
QTJ Qual a sua velocidade ?
QTO Comunicar por meio de cdigo internacional de sinal Banheiro
QTR Horas
QTS Queira transmitir seu indicativo
QTU Horrio de funcionamento da estao
QTX Sairei por tempo indeterminado
QTY A caminho do local do acidente
QUD Recebi seu sinal de urgncia
QUF Recebi seu sinal de perigo
Observa-se na Tabela 5 - Tabela de cdigo Qque alguns cdigos Q so utilizados
na PMES de forma diferente do padro internacional. Esse regionalismo verificado
em todas as Polcias Militares do Brasil, e deve ser conhecido pelo policial.
-
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7. REFERNCIAS
1 HARRIS CORPORATION. RF Communications Division. Radio Communications in
the Digital Age. Volume one: HF Tecnology, Edition 2. USA 2005.
2 HARRIS CORPORATION. RF Communications Division. Radio Communications in
the Digital Age. Volume two: VHF/UHF Tecnology, Edition 2. USA 2005.
3 CARVALHO, Rogrio Muniz. Comunicaes Analgicas e Digitais. Ed. LTC: So
Paulo, 2009.
4 GOMES, Alcides Tadeu. Telecomunicaes: Transmisso e Recepo. Ed. rica:
So Paulo, 2001.
5 ROSA, Mauro. Apostila de Telecomunicaes do CFSD do CBMES. Vitria, 2009.
6 ALMEIDA, Felipe Fragoso de; OLIVEIRA, Leandro da Cruz. Transmisso de dados
sobre sistemas de comunicaes crticas APCO25. Braslia, 2003.
7 AMARAL, Cristiano Torres do. Rede de rdio digital da segurana pblica: estudo
de caso para a Copa do Mundo de futebol e Belo Horizonte. Belo Horizonte, 2010.
8 DANIELS Inc. P25 Training Guide Electronics, 2004, 74p.
9 ETSI Nr.300.392-2 TETRA Air Interface. Paris: ETSI, 2005, 898p.
10 PROJETO 25. Statement of requirements. Washington/DC: APCO, 2006, 52p.
11 TAIT Communications. Whats APCO Project 25? 2004.
12 TIA-102.CAAB-B. Project 25 Recommendations C4FM/CQPSK Modulation.
Washington/DC, 1996.
13 TIA-102.AAA. Project 25 DES Encryption Protocol. Washington/DC, 1997.
14 TIA-102.CAAB-C. Project 25 Trunking Control Channel Menssages
Recommendations C4FM/CQPSK Modulation. Washington/DC, 1996.
15 TIA-102.BAA. Project 25 Recommendations Common Air Interface.
Washington/DC, 1996.
16 MOTOROLA SOLUTION. Apresentao sistemas APCO25. So Paulo, 2010.
-
60
17 SILVA, Rafael Bonicen da. Apostila de Telecomunicaes do CFSD da PMES.
Vitria, 2012.
18 TAIT Communications. Guia do Usurio TP9160. 2010.
19 TAIT Communications. Guia do Usurio TM9155. 2010.
20 MICOM Team. Treinamento Tcnico e Operacional do IC-F70 e IC-F80. 2009.
21 CARVALHO, Rogrio Muniz. Propagao em enlaces rdio ponto-a-ponto. 2006.
-
61
PARTE 2 - O CIODES E SUAS
TECNOLOGIAS
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62
8. IMPORTANTE
Esta parte um resumo do trabalho denominado MPSAE Metodologia
Padronizada de Socorro e Atendimento Emergencial Conceito C4i, elaborada no
ano de 2012, pela seguinte equipe (os postos e cargos so relativos poca em que
o material foi elaborado):
Tenente Coronel PM Nylton Rodrigues Ribeiro Filho Diretor do CIODES Major PM Mauro Arcelino Gegenheimer Coordenador institucional da PMES no CIODES Investigador PC Jorge Fernandes Bortoloti Coordenador institucional da PCES no CIODES Major BM Carlos Wagner Borges Coordenador institucional do CBMES no CIODES Inspetora GCMV Gisele Eustquio Ferreira Coordenadora institucional da GCMV no CIODES Tenente Coronel BM Rogrio Bubach Gerente de Contra-inteligncia da SESP Major PM Srgio Pereira Ferreira Gerente de Tecnologia da Informao da SESP Major PM Leonardo Vieira Celante Gerente de Inteligncia da SESP Capito PM Leonardo Nunes Barreto Chefe da Central de Atendimento do CIODES 1 Tenente Elber Camargo Volkeres Oficial Coordenador de Operaes Policiais Sargento PM Flavio Joo Daniel Assessor Administrativo da Direo do CIODES
Todos os textos aqui apresentados foram retirados na ntegra do referido material.
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9. INTRODUO
Nos dias de uma era em que a informao corre mais rpido que o prprio tempo, a
sociedade evolui e se moderniza em uma velocidade nunca antes concebida. Novas
teias de articulaes se formam entre os indivduos, e com elas aumenta
progressivamente a complexidade dos conflitos sociais. Em face deste novo cenrio
que se desponta a cada dia, torna-se imperiosa a presena de um Estado
organizado e eficiente, por meio de suas agncias de regulao social, pronto para
prestar o socorro necessrio ao cidado em situao de crise e desamparo.
Em meio a este contexto de incessantes turbulncias, que clama por uma presena
constante e atenta do Poder Pblico, surge em 2004 o Centro Integrado Operacional
de Defesa Social (CIODES), rgo de atendimento emergencial sociedade
capixaba, que integra em uma mesma estrutura fsica o trabalho de atendimento
conjunto da Polcia Militar, Polcia Civil, Polcia Rodoviria Federal, Corpo de
Bombeiros, Guarda Municipal de Vitria e Secretaria de Justia, primando por um
socorro cada vez mais rpido e eficaz, pautado pelos princpios da eficincia e da
celeridade no atendimento sociedade.
Quando um cidado necessitado clama pelo socorro do Estado, as ligaes de
emergncia realizadas via 190 so recebidas por uma Central de Atendimento de
Emergncias (CAE) especializada, que funciona diuturnamente com atendentes
providos de treinamento contnuo, de forma que 92% das ligaes so atendidas at
o segundo toque. Quando um chamado registrado, este convertido em uma
ocorrncia, a qual, conforme o nvel de prioridade, classificada como alerta
vermelho, alta, mdia ou baixa, proporcionando uma filtragem mais precisa da
gravidade de cada situao. Esta separao de ocorrncias por prioridade permite
agilizar o atendimento dos casos mais emergenciais, buscando reduzir ao mximo o
tempo de angstia sofrido pelo cidado.
Quando constatada uma situao crtica em andamento, cujo estado de flagrncia
denote sua incidncia imediata naquele exato instante, independente seu tipo ou
gravidade, disparado pelo atendente da Central de Atendimento de Emergncias -
190 um Alerta Vermelho, ou seja, um alerta de aviso urgente informando o local
onde o fato est ocorrendo. Tal procedimento tem forte poder de resposta,
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impedindo que o crime em andamento evolua ao ponto de seu potencial lesivo tomar
propores irreversveis sociedade. Enquanto a viatura se desloca para as
proximidades do local, o atendente da CAE continua com o solicitante na linha,
coletando outras informaes relevantes para o xito do atendimento, tais como as
caractersticas dos acusados, se estavam portando armas de fogo e qual direo
seguiram.
Este alerta recebido imediatamente pelo Despachador de Recursos Operacionais
(DRO) da respectiva agncia de segurana pblica, o qual, por meio do sistema
Automtico de Localizao Veicular (AVL), visualiza por GPS o rastreamento e o
posicionamento de cada viatura, possibilitando enviar o recurso operacional mais
prximo do local do fato e reduzindo consideravelmente o tempo de resposta no
atendimento ao cidado.
Quando uma ocorrncia de gravidade atendida, esta georreferenciada no
Sistema Integrado de Atendimento de Emergncias (SIMAE), possibilitando, em
tempo real, acompanhar a concentrao e tipologia dos crimes em andamento na
regio metropolitana, cujas informaes alimentaro um valioso banco de dados
utilizado para o desenvolvimento das estratgias de segurana pblica.
Ter a capacidade de acompanhamento dos eventos crticos em tempo real passa a
ser fundamental para uma gesto adequada dos recursos de segurana. Mas
necessrio evoluir e dar um passo adiante. Mais do que isso, necessrio estar um
passo adiante. E por este motivo, em face da complexidade que se desponta a
cada dia, que surge a importncia da atividade de Inteligncia integrada ao servio
emergencial, como um fator diferencial para a produo de um conhecimento
privilegiado, possibilitando s agncias de segurana se posicionar frente aos
vetores de movimentao, assumindo uma postura antecipativa e preventiva em
substituio aos modelos tradicionais de atuao reativa.
Esta integrao de recursos humanos e tecnologias, associada a um programa de
treinamento profissional contnuo e a uma metodologia pr-definida de atendimento,
possibilita uma maior agilidade no enfrentamento das emergncias, culminado em
uma resposta cada vez mais rpida e precisa prestada sociedade.
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Enquanto pautado por esse novo modelo de gesto integrada, o objetivo maior do
CIODES sempre ser socorrer com rapidez o cidado e prevenir a evoluo de novos
crimes, que no chegam sequer a serem vistos, pois se calam e se recolhem silenciosos
diante da atuao presente do Estado.
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66
10. ORGANOGRAMA DO CIODES
Conforme anteriormente visto, o CIODES encontra-se subordinado Secretaria de
Estado da Segurana Pblica. Com a funo precpua de integrar e coordenar a
atuao conjunta das agncias de segurana pblica responsveis por prestar o
socorro emergencial ao cidado, o Centro Integrado Operacional de Defesa Social,
seguindo os ditames preconizados pela Carta Magna brasileira, congregou
fisicamente a coordenao institucional das centrais de emergncia da Polcia Militar
(PM), Polcia Civil (PC) e Corpo de Bombeiros Militar (CBOM).
Com o decorrer do tempo, novas agncias de segurana pblica se incorporaram
estrutura do CIODES, tais como a Guarda Civil Municipal de Vitria (GCMV), a
Secretaria de Justia (SEJUS) e, recentemente, a Coordenao de Inteligncia.
Prev-se ainda, em um futuro provvel, a incorporao das centrais de operao da
Polcia Rodoviria Federal (PRF) e do Servio de Atendimento Mdico de Urgncia
(SAMU), interligados fisicamente j existente Central de Atendimento de
Emergncias - 190 do CIODES.
Desta forma, pode-se resumir a estrutura do CIODES atravs do seguinte
organograma:
Figura 30 - Organograma do CIODES
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Todas estas agncias reunidas, trabalhando diuturnamente em um mesmo ambiente
fsico, fornecem inquestionavelmente um poder de resposta muito mais eficiente ao
cidado capixaba.
Ressalte-se que, embora operando de forma integrada em um ambiente conjunto, as
coordenaes institucionais das agncias de segurana mantero sua respectiva
autonomia. As coordenaes devero primar por uma atuao de forma integrada,
harmnica e complementar, porm independentes e vinculadas operacionalmente s
suas instituies de origem.
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11. RECURSOS TECNOLGICOS
Diante uma necessidade concreta de administrar os recursos operacionais das
diversas agncias de segurana pblica, em se tratando de atendimentos
emergenciais, os recursos de suporte tecnolgico um fator indispensvel a ser
observado para se obter uma maior preciso e rapidez na capacidade de resposta
s emergncias.
Por este motivo, ao longo do histrico de atividades do CIODES, foram incorporadas
diversas ferramentas tecnolgicas dedicadas a um gerenciamento mais eficiente do
amplo conjunto de informaes que envolve as atividades das instituies. Tais
recursos encontram-se detalhados a seguir.
11.1. E-COPS
O E-COPS um software de propriedade da Secretaria de Segurana desenvolvido
com a finalidade de gerenciar o atendimento dos chamados emergenci