UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PAULO SÉRGIO CASTANHO JÚNIOR
ANÁLISE DO CONSUMO DE PRODUTOS RELACIONADOS À ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL
CURITIBA 2015
PAULO SÉRGIO CASTANHO JUNIOR
ANÁLISE DO CONSUMO DE PRODUTOS RELACIONADOS À ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL
Trabalho apresentado como requisito á obtenção do título de especialista em Marketing no curso de MBA em Marketing da Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Profa. Danielle Mantovani
CURITIBA 2015
RESUMO O presente trabalho tem como objetivo central, debater sobre os critérios de consumo de produtos e serviços de beleza e estética que são apresentados por clientes a fim de realizar o ato de consumi-los. De modo que foi possível concluir que por conta das imposições da sociedade de consumo contemporânea, que impõe um padrão de beleza cada vez mais inatingível, os sujeitos que são consumidores frequentes de produtos e serviços de beleza e estética facial e corporal, demonstram uma falta de critérios preocupante acerca do consumo destes itens. Muitos deles sequer investigando se as empresas cujas buscam atendimento são idôneas e legalizadas para prestar este tipo de serviços, bem como não existe ainda preocupação quanto à qualidade dos produtos ou dos profissionais, bem como licenças e concordância com as legislações por parte da empresa também são elementos dispensáveis na opinião do consumidor, tornando o valor dos serviços e produtos o elemento mais – talvez único – observado para determinar e finalizar o consumo ou não, o que demanda de um debate muito mais profundo acerca dos prejuízos para a saúde que esta ausência de critérios pode acarretar ao consumidor. A justificativa para a escolha do tema paira sobre sua contemporaneidade, além da expectativa de contribuir para o âmbito acadêmico. O método de pesquisa empreendido segue natureza qualitativa, com pesquisa do tipo bibliográfica. Palavras-chave: Estética; beleza; consumo; critérios; marketing.
ABSTRACT This work has as its main objective, discuss the criteria for consumer products and beauty services, and aesthetics that are presented by customers in order to perform the act of consuming them. So it was concluded that because of the dictates of contemporary consumer society that imposes a standard of beauty increasingly unattainable, subjects who are frequent consumers of products and beauty services, and facial and body aesthetic, demonstrate a lack of criteria worrying about the consumption of these items. Many of them even investigating whether companies which seek care are reputable and legalized to provide such services, and there is still concern about the quality of products or professionals as well as licenses and compliance with the legislation by the company are also dispensable elements in consumer sentiment, making the value of services and products as element - perhaps unique - observed to determine and finalize the consumer or not, which requires a much deeper debate about the damage to health that this lack of criteria may lead to the consumer. The rationale for the choice of subject hanging over your contemporary, beyond expectation to contribute to the academic environment. The research method undertaken following qualitative, with the bibliographical research. Keywords: Aesthetics; beauty; consumption; criteria; marketing.
SUMÁRIO
Sumário ..................................................................................................................... 05
1 Introdução .............................................................................................................. 06
1.1 Objetivos: Gerais e específicos ........................................................................... 07
1.2 Problema de Pesquisa ........................................................................................ 07
1.3 Justificativa .......................................................................................................... 07
2 Referêncial Teórico ................................................................................................ 08
2.1 Comportamento do consumidor: alguns conceitos .............................................. 08
2.2 Estratégias de Venda .......................................................................................... 09
2.2.1 Prospecção ..................................................................................................... 12
2.2.2 Pré abordagem e abordagem ........................................................................... 13
2.2.3 Apresentação ................................................................................................... 14
2.2.4 Objeções do consumidor .................................................................................. 14
2.3 O apredindizado do consumidor .......................................................................... 16
2.4 Motivação para o consumo ................................................................................. 20
2.5 Hábitos de consumo de produtos de beleza e estética ....................................... 21
3. Metodologia de Pesquisa ...................................................................................... 26
4. Análise e Discussão dos Resultados .................................................................... 29
5. Conclusão ............................................................................................................. 38
6. Referências Bibliográfica ....................................................................................... 40
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1. INTRODUÇÃO
Quando se lança um olhar sobre a cultura de consumo pós-moderna, é
possível verificar que surge um culto ao corpo, uma idolatria quase religiosa à
beleza, são produtos frutos de empresas que prometem ao consumidor uma
transformação de aparência, uma adequação aos padrões criados e impostos pela
sociedade em uma, cada vez mais clara, ditadura da beleza.
A publicidade que se direciona a atender este público oferece redenção,
beleza, magnitude e altruísmo a seus consumidores, passando cada vez mais a
imagem de que pessoas belas são melhores, mais felizes e completamente aceitas
por todo e qualquer membro da sociedade, que deve admirar e cultuar sua beleza.
Ainda que esta realidade não passe de uma mera ilusão, visando atingir
pessoas que possuem problemas que vão muito além de sua própria aparência,
mas, encontram nela um modo de suprir demais aspectos de suas vidas, por este
motivo, fazem do público jovem o ideal que se enquadra no consumo de produtos de
moda e beleza, este que vem apresentando cada vez um crescimento mais
acelerado, especialmente entre o público feminino, que lança mão de inúmeras
técnicas para potencializar sua beleza, muitas vezes distanciando-se tanto do
natural, que distancia-se igualmente do real, da beleza humana, aproximando-se de
algo artificial e plastificado, um padrão inatingível que passa a doutrinar seus hábitos
de consumo, preocupantemente, cada vez com menos idade.
Contudo, esta ânsia por parecer cada vez mais belo, mais jovem, mais magro,
é o combustível que alimenta a indústria de moda e beleza na contemporaneidade, é
através da maquiagem de problemas pessoais através do aspecto e aparência belos
e renovados que esta é uma das vertentes de comércio que mais apresentam
crescimento em todo o mundo.
São empresas pequenas que nasceram sem muita pretensão, que hoje
figuram como gigantes do mercado de moda, potencializados por uma internet que
se encontra no papel de propagar cada vez com mais intensidade – beirando a
violência – publicidades que bombardeiam de informações e fomentam uma falsa
necessidade de consumo que, na mentalidade da massa da sociedade, faz crer que
o não consumo de determinados acessórios ou a não adaptação a determinados
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estilos de vestimenta, acabarão por demonstrar uma imagem defasada, perdedora,
humilhante, não aceita pelo restante da população.
1.1 Objetivos: geral e específicos
Em vista do cenário supraexposto, desenha-se como objetivo geral do
presente trabalho, compreender quais são os critérios de consumo de produtos e
serviços relacionados a beleza e estética, isto é, o que leva o consumidor ao
consumo destes itens.
A fim de traçar um caminho coerente para o desenvolvimento do tema,
elencam-se como objetivos específicos:
Traçar conceitos sobre os comportamentos de consumo;
Abordar sobre as estratégias de vendas; e,
Apresentar, por meio da pesquisa em campo, os hábitos e critérios de
consumo de indivíduos sobre produtos e serviços de beleza e estética.
1.2 Problema de pesquisa
Sendo assim, a problemática de pesquisa a ser solucionada à finalização
deste, paira sobre a questão: Quais são os critérios que definem a decisão de
consumo de produtos e serviços de estética e beleza?
1.3 Justificativa
O presente estudo justifica-se, pois pretende contribuir para o âmbito
acadêmico oferecendo através da pesquisa em tela uma visão diferenciada acerca
do tema, ampliando o material teórico, que poderá ser utilizado a fim de desenvolver
estudos e pesquisas posteriores, estimular o aprofundamento sobre o tema,
assuntos relacionados e demais vertentes científicas que possam originar-se a partir
do interesse por este.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Comportamento do consumidor: alguns conceitos
Para tratar sobre comportamento do consumidor é preciso compreender que
se trata de um setor multidisciplinar, que abarca conceitos de diversas vertentes
acadêmicas como a psicologia, antropologia, sociologia, a fim de exemplificar este
cenário, é possível citar o conceito do aprendizado, a percepção, a atitude,
motivação, personalidade e os grupos de classes sociais e culturais.
De acordo com Lima (2009) o comportamento pode ser definido como
reações que um indivíduo apresenta perante a sociedade que compõe, incluindo
ações, falas e sentimentos. Ao passo que Martins (2009) complementa que o
comportamento é impactado por influências vindas de um grupo extenso e diverso
de fatores internos e externos sobre o indivíduo, tornando assim sua avaliação
multifacetada e complexa. As influências comportamentais podem ser classificadas
em cinco fatores, como aponta o autor:
Fatores Características
Antropológicos ou culturais Relacionados à cultura de um povo ou grupo social.
Socioeconômicos Pessoas de classes sociais parecidas. Vivem de forma semelhante.
Biológicos ou sociológicos Relacionados aos comportamentos físicos.
Ambientais Locais onde as pessoas moram e onde trabalham.
Psicológicos Relacionam-se ao estado emocional dos indivíduos, ao modo como foram criados e tratados desde a infância até o momento atual.
Tabela – Fatores de influência sobre o comportamento
Fonte: Adaptado de Martins (2009)
O autor ainda aponta que o comportamento não deve ser encarado como um
elemento estável e que seja imutável durante um longo período de tempo e espaço,
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isto ocorre porque todos os indivíduos estão sujeitos a passar por mudanças de
comportamento, alterações de personalidade, isto ocorre ao passo que convivem em
sociedade e partilham experiências e capacidades com outros semelhantes.
Kuntz (2009) explica que um sujeito que detecta uma necessidade ou um
desejo, realiza um ato de consumo e em seguida consumir tal aquisição deve
considerado então um consumidor. O autor enfatiza ainda que consumidor não deve
ser tratado como cliente, porque há uma diferença entre os termos. O consumidor
torna-se cliente aos poucos, a partir do momento que passa a adquirir produtos ou
serviços frequentemente da mesma marca ou empresa, formando assim laços de
fidelidade.
Em vista dos conceitos gerais vistos, Solomon (2011) acredita que há uma
especificidade do assunto, então o comportamento do consumidor pode ser tratado
como seus atos em relação ao objeto de desejo. O autor ainda acredita que existem
uma série de processos que envolvem o comportamento do consumidor, este que
vai desde o momento em que os indivíduos ou o grupo elege, adquirem e fazem
uso, até o momento em que os produtos são descartados, assim como as ideias e
experiências que vem podem satisfazer seus desejos e necessidades.
Martins (2009) acredita que existem um grupo de fatores identificados que
atuam como ponto de partida para obter conhecimento de variáveis que afetam o
comportamento do consumidor, tal como existem conceitos auxiliares como o estudo
do aprendizado e da motivação aplicada ao marketing.
2.2 Estratégias de venda
Para compreender o comportamento do consumidor é necessário
compreender também que existem estratégias de vendas, estas que por sua vez
tem o poder de influenciar o comportamento do consumidor de maneira positiva ou
negativa, culminando no êxito ou fracasso da venda. Kotler (1998) explica que o
Marketing se desenvolve e evolui mais com o passar dos anos, abarcando uma série
de objetivos que potencializa os resultados de sua atuação. Quando os antigos
conceitos se relacionamento exclusivamente às vendas, o marketing se ampla de
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modo que consegue alcançar e envolver o consumidor, extraindo deste suas
necessidades e desejos e facilitando o caminho que leva até o consumo.
Ainda de acordo com o autor, o conceito de marketing se estende para além
do que concerne à satisfação do cliente, aspecto onde é necessário uma continua
redefinição de pensamentos, que acabam por auxiliar a organização na expansão, o
autor sugere então que se substitua a expressão “satisfazer as necessidades dos
clientes” por “superar as expectativas dos clientes”, abrindo muito mais o leque de
benefícios que a empresa terá na ótica de seu consumidor, onde esta não apenas
atende suas expectativas como às supera.
Kotler (1998) acredita ainda que as transformações impostas pelo mundo dos
negócios são causadas por uma série de razões, tal como os avanços tecnológicos
da informação, a competitividade acirrada em que as empresas ficam inseridas no
mercado globalizado dos dias atuais, a variedade de consumidores, entre muitos
outros, fatores estes que requerem a revisão de certas ações implementadas pelo
marketing tradicional. Revisão esta que não quer dizer que as ações devem ser
abandonadas, ao contrário, devem passar por uma adequação para se adaptar a
esta nova realidade do mercado e as metas estipuladas pelas empresas que
preveem, além do crescimento nas vendas, agregar valor à imagem da organização
ou mesmo a sua marca.
Sendo assim, o marketing pode ser encarado como uma verdadeira ciência
que elabora fórmulas de vendas, uma estratégia imprescindível para atrair
consumidores, e mantê-los, e até mesmo como um processo onde são necessárias
manutenções constantes que tornem suas técnicas modernas e cada vez mais
competitivas. Porém, indo de encontro a esta explanação, há àqueles vendedores
que creem que a venda e todo o processo que a envolve é algo extremamente
pessoal, bem como o êxito nas vendas depende da rede de relacionamentos que o
vendedor estabelece. Há alguns tipos de vendas que podem seguir este modelo de
estratégia, utilizando-se de contatos pessoais. Porém, como estratégia válida de
venda, esta acaba se apresentando como uma extremamente inflacionada, uma vez
que é difícil que o vendedor esteja sempre na hora certa e no lugar certo, para que
faça contato com as pessoas certas.
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Sobre este aspecto, Janssen (2005) explica que uma das estratégias de
vendas mais eficazes é a de vendas diretas, onde uma organização disponibiliza
uma equipe de consultores especializados em contas geográficas e estratégicas,
abordando os clientes através de um método consultivo.
Silva (2005) apresenta que o aspecto comercial, principalmente, entre todos
os outros é o que destaca a estratégia de venda utilizada por vendedores e
empresas, neste caso, a principal estratégia de venda é a interatividade com o
cliente. Neste contexto as empresas têm de desenvolver estratégias que elevem o
patamar do cliente de simples consumidor para participante do processo,
distinguindo-o do consumo de massa, onde este apenas recebe e pouco ou nada
participa do processo de escolha, de fato. Monteiro (2004) acredita que este
processo será definido pelo mix de marketing, através das ferramentas contidas nele
será possível que a empresa faça a identificação de seus consumidores e atuar
sobre eles de maneira correta.
Futrell (2003) ressalta que o processo de vendas inclui uma serie de ações
que devem ser praticas sequencialmente pelo vendedor, deste modo sua estratégia
influenciará o cliente na tomada da decisão esperada por ele. Para tanto, este
processo não termina após fechar a venda, mas sim, na realização do
acompanhamento, fator que fideliza o cliente. As etapas apresentadas pelo autor
consistem em:
Prospecção
Pré-abordagem
Abordagem
Apresentação Fechamento
Tentativo
Identificação das objeções
Resolução das objeções
Fechamento Tentativo
Fechamento
Acompanhamento
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2.2.1 Prospecção
Futrell (2003) explica que para que as estratégias de vendas tenham êxito, é
preciso que o processo comece pela prospecção, que consiste em uma base para
iniciar as negociações. Nesta etapa há uma oportunidade de contato para produtos
ou serviços que serão comercializados, neste caso é feita uma identificação
detalhada do prospect, que será responsável por cumprir as seguintes demandas:
Aumentar o volume de vendas e Fidelizar clientes. Os propects aqui tratam-se dos
potenciais clientes, enquanto os chamados leads serão os clientes que se tem em
perspectiva, quando adequadamente fidelizados os leads tornam-se prospects,
através de três principais fatores: Capacidade financeira para consumo, poder de
decisão e necessidade ou disponibilidade para consumo.
Ainda de acordo com o autor a estratégia de vendas deve definir um plano
que detalhe o item de prospecção, abarcando métodos existentes que possam ser
aplicados ao produto/serviço que se quer comercializar. A prospecção de clientes
pode ser utilizada através de diversos métodos, entre os mais comuns o autor
aponta: Prospecção eletrônica; Prospecção a fio; Indicação de clientes (também
denominada de “cadeia sem fim”); Consumidores órfãos; Clube de leads de vendas;
Planilhas de potenciais clientes; Publicações; Feiras de negócios e exposições; Mala
direta; Telemarketing; etc.
Avaliando os objetivos pretendidos através da prospecção, alguns métodos
devem ser utilizados para que seja mais fácil fazer a identificação dos potenciais
consumidores, os critérios de avaliação devem levar em conta: localização
geográfica da companhia; Meta de vendas a ser atingida; Número de clientes a ser
atingido; Setores econômicos com maior poder de consumo, entre outros.
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2.2.2 Pré-abordagem e abordagem
Futrell (2003) indica que, nesta etapa o vendedor deve desconstruir o
prospect a fim de compreender seu perfil, nesta etapa é possível identificar as
necessidades ou desejos do consumidor, o objetivo deste para a procura do produto
ou serviço. A partir desta identificação é possível traçar o perfil e elaborar a
estratégia de venda adequada para o cliente. Após esta identificação parte-se para a
etapa da abordagem de fato, que pode utilizar-se do método da abordagem pela
apresentação, por questionamento, indução, ou mesmo através de elogios.
2.2.3 Apresentação
“A apresentação de vendas pressupõe uma explicação oral e visual
convincente de uma proposta de negócio” (FUTRELL, 2003, p. 218). Sendo assim, o
autor apresenta quatro principais metodologias de vendas: Estruturada – consiste na
venda com memorização; Semi-estruturada – consiste na venda com fórmula; Não-
estruturada - que consiste na venda pela satisfação do consumidor; e,
Personalizada – que consiste na resolução de um problema. O que diferencia tais
técnicas de apresentação paira sobre o tempo de fala entre vendedor e consumidor.
Nas duas primeiras, por exemplo, o vendedor é quem monopoliza o diálogo,
enquanto que nas duas últimas há uma troca entre vendedor e consumidor, onde
ambos explanam seus lados.
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Figura – Esquema de apresentação Fonte: Futrell (2003)
Para que o profissional de vendas atinja excelência na apresentação do
produto ou serviço que está comercializando, deve seguir o esquema acima, de
apresentação completa, a fim de identificar o que está oferecendo, ao mesmo tempo
em que induz o consumidor a adquiri-lo.
2.2.4 Objeções do consumidor
De acordo com Futrell (2003) as objeções feitas pelos consumidores fazem
parte do processo de vendas, nesta situação o vendedor deve esclarecer todas as
questões devidamente a fim de que estas sejam superadas de maneira concisa e
lógica. É importante frisar que estes questionamentos, na maior parte das vezes,
tratam-se da resistência apresentada pelo cliente perante a oferta do vendedor,
sendo assim, o autor sugere tais posturas e atitudes a serem adotadas por parte do
profissional a fim de lidar com esta questão da melhor maneira possível:
Esteja preparado para enfrentar as objeções;
Preveja-as e antecipe-as sempre que possível;
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Trabalhe com as questões conforme forem aparecendo;
Demonstre atenção aos apontamentos feitos pelo cliente;
Elabore respostas cordiais e sempre positivas;
Tenha certeza de que se fez entender como desejava; e,
Comunique sua resposta utilizando técnicas eficientes de informação.
Futrell (2003) ainda classifica os tipos de objeções que podem ser
apresentadas por parte do consumidor: Ocultas; Protelatórias; Não-necessidade;
Monetárias; Ao produto; e, À fonte. De acordo com o diagrama apresentado pelo
autor é possível detectar diversas maneiras apresentadas para lidar com a questão
das objeções:
Figura – Esquema de tratamento das objeções do consumidor
Fonte: Futrell (2003)
As objeções apresentadas pelo cliente não devem ser encaradas como um
mau resultado de seu trabalho, ao contrário, serve como uma espécie de feedback
sobre a apresentação do vendedor e o que está passando para o cliente, atentando
a este profissional que suas técnicas de vendas devem ser modificadas para seu
próprio desenvolvimento profissional. As outras etapas que vem a seguir envolvem
o bom relacionamento que o vendedor construiu com o cliente desde o início, neste
ponto, solucionar suas objeções consiste no caminho mais favorável para fechar o
negócio de fato, após esta etapa cumprida, o vendedor não pode passar ao cliente a
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sensação de abandono, é ideal assim que o profissional acompanhe e se interesse
sobre o produto, a satisfação do cliente e demais pontos que fidelizem o
consumidor.
2.3 O aprendizado do consumidor
De acordo com Schiffman e Kanuk (1997) o aprendizado quando direcionado
para o ambiente de marketing consiste em um processo onde o consumidor adquire
conhecimento e obtém experiências de compra, a partir deste conhecimento e
experiência este indivíduo irá então aplicá-los a um ato de consumo posterior.
Solomon (2011) e Kotler e Armstrong (2007) consoam sobre o pensamento
de que o aprendizado consiste em uma transformação associada ao constante
comportamento, que se ocasiona por meio de uma experiência. Esta que, por sua
vez, pode acontecer por meio de uma observação de situações que ocorrem com
terceiros ou mesmo por meio de interação de incentivos, impulsos, respostas, sinais
e esforços. A aprendizagem é um elemento bastante amplo na vida do ser humano,
seu estudo já foi aplicado a diversas situações, inclusive com a finalidade de avaliar
o comportamento do consumidor, destacando neste os conceitos behavioristas de
aprendizado e também os cognitivistas.
Schiffman e Kanuk (1997) explicam que as teorias behavioristas do
aprendizado são denominadas como “teorias estímulo-resposta”, isto ocorre porque
são doutrinadas pela premissa de que as respostas são perceptíveis através de
estímulos externos de caráter específico que denotam que houve algum tipo de
aprendizado.
Samara e Morsch (2005) acreditam que os fatores do comportamento de um
consumidor podem ser analogamente comparados a uma caixa preta de uma
aeronave. Isto porque, explicam os autores que, quando o comportamento traz
consequências satisfatórias, a tendência do indivíduo é repetir este mesmo
comportamento posteriormente, ao passo que os que não apresentam nenhuma
resposta benéfica levam o indivíduo a evitá-los. Desta maneira, o aprendizado então
abarca uma série de relações existentes entre estímulo e resposta, que uma vez
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aplicados com finalidade mercadológica, podem ser encarados como pontos
fundamentais de aprendizado.
Ainda de acordo com os autores, o consumidor é submetido a uma série de
informações quanto ao consumo, estas que podem ser adquiridas de maneira
voluntária ou involuntária e são transmitidas por meio de elementos estabelecidos
pelo marketing, tais como as propagandas, anúncios, abordagem dos vendedores,
embalagens e demais aspectos que não estão sob controle do marketing, como os
fatores econômicos, tecnológicos e socioculturais da sociedade onde se vive.
Quando se tratam de elementos controlados pelo marketing, é possível
atribuir que os profissionais desta área possuem maneira de manipular os itens sob
os quais mantém controle, isto a fim de imputar nestes, algum significado que será
identificado pelo consumidor, reavivando memórias ou mesmo construindo-as.
Para Samara e Mosch (2005) os fatores externos também possuem um peso
significante sobre a tomada de decisão de consumo, especialmente quando se
tratam de recomendações de outros consumidores ou de pessoas conhecidas, que
imputam neste potencial consumidor a propaganda juntamente com a experiência do
outro, que será absorvida pelo novo consumidor e formará parte de sua decisão de
adquirir ou não o produto/serviço.
Acerca da promoção que envolve um produto/serviço, inicialmente é feita a
partir da empresa, através de seu bom atendimento e eficiência no trato com o
cliente, este tem o costume de fazer a popular ‘propaganda boca a boca’, onde um
cliente satisfeito tem potencial para atrair um ou mais clientes para a empresa. Por
conta disto, manter os serviços e equipe alinhados às políticas e metas da empresa
é fundamental.
Caso a empresa já possua visibilidade e nome no mercado, o ideal é buscar a
fidelização de clientes para o lançamento de novos produtos e serviços, tal ação
pode ser feita com o cadastramento de clientes para envio de malas diretas e
materiais informativos e, levando em conta que este cliente já conhece os produtos,
é interessante oferecer vales desconto para lançamentos, aumentando assim às
chances de que ele consuma o novo produto.
Entretanto, a propaganda mais eficiente para a maioria das empresas é o
boca a boca, o potencial que um cliente tem de atrair outros clientes é muito maior
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do que o das propagandas tradicionais, devido à segurança que um indivíduo sente
ao consumir algo que outro já experimentou, oferecendo menor risco de sair
insatisfeito ou ter prejuízo.
Consolidando a ideia de que este tipo de propaganda é a ferramenta mais
eficiente para as empresas, uma pesquisa de propaganda1 realizada em 47 países
demonstrou que 78% dos consumidores preferem guiar suas decisões de compra
através da opinião de outros consumidores ao invés das propagandas tradicionais.
Enquanto outros 61% guiam suas decisões de consumo através das opiniões de
outros, postadas em redes sociais, contra apenas 14% que afirmou tomar decisões
de compra baseando-se apenas nas propagandas tradicionais.
Fato é que a decisão de outros consumidores afeta de maneira significante o
modo como o novo consumidor reagirá perante uma marca, empresa e seus
produtos e serviços oferecidos. Apenas uma opinião negativa é suficiente para
deixar o novo consumidor com ‘um pé atrás’ na hora de fechar negócio. Unindo este
fato a infinidade de concorrentes que as empresas encontram, torna-se ainda mais
fácil perder o cliente para a concorrência.
Para que o trabalho de marketing seja efetivo, neste caso os profissionais
desta área devem atentar-se e antecipar o ensejo de atender aos clientes e suas
necessidades e desejos de consumo. Portanto, o profissional de marketing deve
compreender o processo de compra do consumidor, entender cada etapa deste
processo para que possa direcionar seus esforços para as etapas necessárias,
criando diferencial, inovação e imputando valor à decisão de compra.
Samara e Morsch (2005) apontam que uma das fontes mais diretas e
concretas de reforço trata-se da utilização do produto, o resultado, entretanto, pode
apresentar-se positivo ou negativo. Se o produto não cumprir o que promete e a
satisfação do consumidor não for atingida, assim como suas expectativas mínimas,
o reforço será negativo, culminando assim em resistência ou mesmo rejeição de
consumo da mesma marca e/ou empresa. Por outro lado, se o produto se apresenta
de maneira positiva, atende as expectativas do consumidor e atinge sua satisfação é
possível que haja a aquisição do mesmo ou de outros produtos da marca/empresa,
1 Fonte: Trust in Advertising. A Global Nielsen Consumer Report. October 2007. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/2416061/Nielsen-Trust-In-Advertising-Oct07>. Acesso em: ago. 2015.
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culminando assim na fidelidade deste consumidor, transformando-o em cliente, além
da propaganda e recomendações que fará a outros potenciais consumidores.
De acordo com Schiffman e Kanuk (1997) e Solomon (2011) quando se trata
das teorias que envolvem o comportamento do aprendizado cognitivo, trata-se da
atividade mental que serve como elemento norteador da aprendizagem, sendo
assim, por meio da observação de ações e reações de outros seres humanos, os
indivíduos solucionam situações que envolvem um nível alto de complexidade,
assim como absorvem conceitos de regras e abstratos.
Segundo Mowen e Minor (2006) corresponde ao aprendizado cognitivo o
processo que tem a finalidade de avaliar a maneira pela qual as pessoas constroem
relações entre os conceitos e como memorizam suas sequencias, além de avaliar
também os processos que os levam a formar ideias e solucionar seus problemas.
Quando se trata do âmbito observacional, o aprendizado cognitivo acontece quando
o indivíduo estuda as ações de outros e avaliam os reforços que estes recebem por
seus comportamentos, sejam positivos ou negativos. Neste caso, como aponta
Solomon (2011) o aprendizado ocorre por meio de experiências alheias, além das
próprias.
A dita teoria ainda apresenta duas outras maneiras de aprendizado, segundo
Mowen e Minor (2006), a primeira ocorre através da educação, que por sua vez se
inicia quando o indivíduo recolhe dados de pesquisas realizadas por empresas e
opiniões de consumidores, bem como através das propagandas, informativos,
matérias, contato direto com o setor de marketing, entre outros. A segunda maneira
é a prática, onde o conhecimento é obtido por meio do contato direto e concreto,
reunindo e permitindo a interação entre consumidor e produtos. Os supracitados
autores consideram que este tipo de aprendizado é o mais eficiente, uma vez que o
consumidor tem a oportunidade de se aprofundar no ato do consumo, informando-se
e conhecendo de maneira plena e completa tudo o que deseja saber sobre o objeto
que deseja adquirir.
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2.4 Motivação para o consumo
Para Campos (2005) a motivação trata-se de um elemento interior que se
desenvolve no indivíduo, é a motivação também que doutrina seu comportamento,
impulsiona-o e mantêm-no. Pode ser compreendida também como um estado de
tensão energética que culmina na propulsão que leva o indivíduo a agir, de modo
empenhado.
Solomon (2011) acredita que a motivação pode ser encarada como um
elemento de natureza psicológica e diz respeito aos processos que estimulam as
pessoas a agirem e se comportarem do modo como estes o fazem. Mowen e Minor
(2006) complementam dizendo que a motivação é o que direciona o comportamento
do indivíduo a atingir determinado objetivo.
Schiffman e Kanuk (1997) e Karsaklian (2009) consoam sobre o conceito de
motivação quando afirmam que as bases desta se encontram em necessidades e
desejos que as pessoas possuem, estes doutrinam seus comportamentos. Quando
o ser humano descobre que tem necessidade de algo, logo se encontra em uma
situação de desconforto, isto gera a motivação que ele precisa para buscar algo que
solucione esta sensação e permite trocar o sentimento de desconforto por
satisfação.
Serrano (2003) acredita que, no que condiz ao comportamento do consumidor
é possível notar que as pessoas somente irão fechar negócio e efetivar o ato do
consumo quando sentirem-se motivados para tal, de modo que a motivação trará um
estimulo interno ou externo.
Mowen e Minor (2006) por sua vez, afirmam que a motivação ocorre a partir
do momento em que o estimulo pode partir do próprio consumidor em saciar seus
desejos e necessidades, como se alimentar, matar sua sede ou dormir, o que
permite que este tome conhecimento sobre novas necessidades. Os estímulos
podem também vir de meios externos também, como as propagandas, informativos,
recomendações de terceiros, que quando se relacionam a um produto, são
enfatizadas pelo reconhecimento da necessidade.
Solomon (2011) afirma que algumas vezes e para algumas pessoas um nível
extremamente alto de tensão pode culminar na necessidade imediata de suprir esta
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lacuna emocional com o consumo, emoções estas que podem variar de depressão,
frustração e diversos outros sentimentos que acabam resultando em excitação e
geram o impulso, este que estimula o indivíduo a buscar atingir sua necessidade
com urgência, quando este processo finaliza com o consumo, a excitação minimiza
e a motivação retrocede.
2.5 Hábitos de consumo de produtos de beleza e estética
De acordo com Gomes e Gabriel (2006) os cosméticos são produtos que
atuam como uma espécie de complemento para aperfeiçoar a estética da formação
biológica do ser humano, deste modo, sua função pretende não causar
interferências nos processos naturais do organismo, do metabolismo celular, agindo
de modo apenas a otimizar a qualidade da pele e seus anexos. Ainda conceituando
o termo cosméticos Capanema et. al. (2007, p. 133) explicam que são:
“[...] preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los, ou mantê-los em bom estado”.
Sendo assim, os cosméticos constituem substâncias que são utilizadas a fim
de melhorar ou ainda proteger a aparência física das pessoas. Estes que são
pertencentes ao ramo da cosmetologia, que preza pela preservação,
aperfeiçoamento ou ainda a restauração da beleza do corpo humano, especialmente
no que diz respeito à face.
De acordo com Palácios (2004) o grande desafio da ação dos cosméticos e
dos profissionais da área é fornecer às pessoas a oportunidade de manter uma
aparência cuidadosa para com sua estética e podendo também fornecer produtos
que retardem ou suavizem os efeitos da idade, como marcas de expressão, rugas
ou demais sinais de envelhecimento, fator que aproxima estes indivíduos de um
padrão de beleza imposto pela sociedade e que, por conta dos meios tecnológicos,
tornou-se possível alcançar. Por este motivo não é incomum que alguns cosméticos
sejam frequentemente associados à retomada da juventude ou a perpetuação desta.
22
Palácios (2004) acredita ainda que é possível classificar os cosméticos por
conta de suas funções. Primeiramente como higienizador, limpando a pele,
renovando células e potencializando suas proteções naturais. Também há a função
de proteger a pele, onde os produtos têm como finalidade manter o equilíbrio
dérmico da pele, como é o caso dos protetores solares. A próxima função destacada
é corrigir imperfeições, estes geralmente são os produtos anti-acne e os anti-idade.
E a última função exposta e a de maquilar, ressaltar a beleza da pele, servindo
também para disfarçar imperfeições temporariamente.
Visando este cenário é possível concluir que a preocupação das pessoas
para com sua aparência física e estética vem apresentando crescimento constante,
com o avanço tecnológico da saúde, as pessoas vivem mais e, com isto, desejam
estar mais bonitas e apresentáveis durante mais tempo, perpetuando pelo maior
período possível sua juventude. Acompanhando este crescimento de demanda, a
indústria de cosméticos também vem apresentando crescimento relativo, com altos
índices de lucro e a geração de mais ocupações de trabalho.
De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC, 2010) a indústria gerou 4,28
milhões de empregos e o índice de vendas subiu 17,2% em relação ao ano anterior,
circulando assim um capital de 26 bilhões de reais somente no dito ano. Tais
números elevaram o Brasil ao terceiro lugar no ranking dos países com maiores
vendas diretas de cosméticos, perdendo apenas para as duas grandes potências:
Japão e Estados Unidos. A ABIHPEC (2010) ainda destacou alguns fatores que
podem ser determinantes para explicar o crescimento no consumo do setor nos
últimos anos:
Crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho;
Novas tecnologias de produção imputadas pelas empresas, tornando
os preços dos produtos mais acessíveis ao consumidor;
Lançamentos de produtos novos constantemente e atendendo às
exigências do mercado setorial;
Elevação da expectativa de vida, levando as pessoas a querer
conservar uma aparência jovem; e,
23
Crescimento de produtos cosméticos voltados ao público masculino e
aderência deste ao mercado.
De acordo com publicação do SEBRAE (2006) mesmo as micro e pequenas
empresas atuantes neste setor estão apresentando crescimento relevante, além do
potencial para desenvolvimento, isto porque o próprio setor está em emergência,
facilitando assim o desempenho das organizações já presente e as que estão
entrando no mercado.
Ainda de acordo com os dados da pesquisa da ABIHPEC (2010) constatou-se
que no Brasil existem mais de 1,4 mil indústrias de cosméticos, produtos de higiene
pessoal e beleza, e que reunidas o faturamento anual destas paira os 17,5 milhões
de reais. Contudo, ainda os dados da pesquisa apresentaram que o grande desafio
para o crescimento do setor consiste nas altas taxas, que muitas vezes chegam a
alcançar 50% do valor dos produtos. Ao passo que o êxito da indústria se dá pelo
aumento da expectativa de vida da sociedade que, por conta disto, buscam ajuda
nos produtos cosméticos para manter uma aparência jovem durante o maior período
de tempo possível.
Blecher e Teixeira (2003) acreditam que outro fator que também contribui de
maneira significativa para o crescimento da indústria é a vaidade das pessoas que
se intensificou nos últimos anos. Atualmente os brasileiros se sentem predispostos a
gastar quantias em dinheiro um tanto relevantes a fim de se acharem mais bonitas.
Sobre a participação crescente das mulheres no mercado de trabalho, o que
culmina em outra das razões para o crescimento do setor, Paduan (2003) acreditam
que as mulheres são o maior público-alvo deste tipo de produto, uma vez que se
deixam fascinar com maior facilidade por estes.
“A indústria de cosméticos é um setor estratégico para a economia, uma vez que oferece alta empregabilidade e é extremamente dinâmica e competitiva como produto de exportação. Por isso a união entre SEBRAE, ABIHPEC e ABDI, vai contemplar ações prioritárias, consolidando e otimizando as redes de parcerias nos planos nacional, estadual e local, além de mudar a cultura do SEBRAE em relação aos parceiros onde a concessão de recursos é focada em investimentos orientados para resultados”. (SEBRAE, 2006, p. 6).
24
Perante tais constatações e a fim de recortar um cenário mais prático que
demonstre os hábitos de consumo em cosméticos, pode-se avaliar a questão do
consumo nas classes média e baixa, isto porque atualmente existem mais pessoas
no país que ocupam as classes B e C, do que pessoas da classe A, neste ínterim,
embora suas condições de consumo tenham aumentado nos últimos anos, este
público ainda possui recursos restritos, exigindo assim que as empresas de
cosméticos encontrem meios de adaptar seus produtos a estes públicos.
Por conta das limitações de recursos, este público não tem condições para
errar na escolha, por este motivo, são passiveis a escolher e pagar por um produto
mais caro de uma marca já conhecida e renomada no mercado, do que
experimentar algo novo com o qual correm o risco de não se adaptar.
Prahalad (2005) explica que para que as empresas obtenham êxito na
atuação com o público das classes B e C não devem se focar apenas na redução de
valores, contudo, estes proporcionam a oportunidade das companhias se
aproximarem deste segmento de mercado, quando é de vontade destas expandir
seu público e conquistar esta camada de consumidores.
De acordo com os dados da pesquisa realizada por Barreto e Bochi (2007)
com o objetivo de delinear uma oferta competitiva para o público da classe C no país
apontaram alguns indicadores que podem ser aproveitados no que diz respeito ao
consumo deste público:
Este consumidor apresenta relutância em experimentar novas marcas;
São propensos a optar por mais conhecidas e de maior renome no
mercado;
Possuem baixa tendência ao risco.
Sheth et. al. (2001) explicam ainda que o potencial de consumo desta camada
da sociedade vem se apresentando de maneira significante nos mais diversos
segmentos da economia, e no mercado brasileiro é possível observar um destaque
relevante para o setor de cosméticos. Os autores explicam que os indivíduos que
consomem este tipo de produto têm a finalidade de satisfazer necessidades que são
doutrinadas em uma disposição momentânea ou emoção.
25
Para além dos índices já vistos, a ABIHPEC (2010) constatou também que
houve 13% de aumento no consumo das classes C e D, que trocou cremes básicos
de uso diário para produtos específicos de cuidados com a pele, os cabelos, etc. Tal
como produtos anticelulite e os autobronzeadores. Estas classes ainda elevaram
seu consumo de produtos anti-idade, hidratação fácil e corporal, protetor solar,
cuidados para os cabelos, entre outros.
26
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
Lakatos e Marconi (1996, p. 15) definem que “Pesquisar não é apenas
procurar a verdade; é encontrar respostas para questões propostas, utilizando
métodos científicos”, através desta ótica é possível notar que a pesquisa é algo mais
amplo do que se imagina em um primeiro momento. A pesquisa não se identifica
apenas como um processo de investigação, ou um modelo simplório de inquirição,
sua finalidade é possuir uma compreensão mais profunda sobre o tema levantado e
sobre a questão que direciona a pesquisa.
Ainda de acordo com as autoras a pesquisa necessita de um planejamento
organizado e detalhado, que contemple as etapas que se pretende cumprir e
observar durante seu desenvolvimento, tal como a seleção do tema, a definição do
problema, o processo que será adotado para a coleta e como serão feitas as
análises e tratamentos de dados, bem como a apresentação dos resultados.
Sobre o método de pesquisa, Fiorese (2003, p. 27) explica que é necessário
optar por um em qualquer pesquisa que se disponha a realizar, a escolha do método
acaba por validar o resultado final da pesquisa, sendo assim, o autor define: “O
método (metodologia) é o conjunto de processos pelos quais se torna possível
desenvolver procedimento que permitam alcançar um determinado objetivo”.
O método de pesquisa é uma ferramenta tão útil para o pesquisador, que
pode ser apontado, analogamente, como um mapa, tal como é sua importância a um
viajante. Assim então, a metodologia de pesquisa assume caráter sine qua non na
execução da pesquisa. Araújo (1993, p. 19) complementa que “A ciência é, portanto,
metódica. Pretende fornecer um modelo de realidade na forma de um conjunto de
enunciados, que permitem obter explicações acerca de fenômenos e que são, além
disto, suscetíveis de algum tipo de confirmação ou refutação, enfim de validação”.
Segundo Santos e Candeloro (2006) existem duas naturezas diferentes para
uma pesquisa metodológica, são elas, qualitativa e quantitativa. Sendo assim:
“A pesquisa de natureza qualitativa é aquela que permite que o acadêmico levante dados subjetivos, bem como outros níveis de consciência da população estudada, a partir de depoimentos dos entrevistados, ou seja, informações pertinentes ao universo a ser investigado, que leve em conta a ideia de processo, de visão sistêmica, de
27
significações e de contexto cultural. [...] A pesquisa quantitativa é a que tem o objetivo de mensurar algumas variáveis, transformando os dados alcançados em ilustrações como tabelas, quadros, gráficos ou figuras. [...] Em geral, o instrumento de levantamento de dados mais adequado a este tipo de pesquisa é o questionário, em que questões fechadas correspondem a respostas codificadas”. (SANTOS e CANDELORO, 2006, p.71-72).
Neves (1996, p. 1), por sua vez, define pesquisa qualitativa como “[...] um
conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar
os componentes de um sistema complexo de significados. Tendo por objetivo
traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social [...]”.
De acordo com Moreira (2002, p. 55):
1ª) A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento-chave. 2ª) A pesquisa qualitativa é descritiva. 3ª) Os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo e não simplesmente com os resultados e o produto. 4ª) Os pesquisadores qualitativos tendem a analisar seus dados indutivamente. 5ª) O significado é a preocupação essencial na abordagem qualitativa.
Oliveira (2002) debate que existem problemas e hipóteses que só podem ser
investigados por uma metodologia quantitativa, enquanto outros só podem ser
realizados por metodologia qualitativa. Ainda, segundo o autor, o tratamento
qualitativo de um problema justifica-se pelo fato de esclarecer a relação de causa e
efeito do fenômeno e consequentemente ser adequado para se chegar à verdade e
razão.
Desta forma, a natureza escolhida para a criação deste trabalho é qualitativa,
buscando assim, levantar todas as informações teóricas a fim de se chegar à
conclusão. A metodologia de pesquisa seguirá o método fenomenológico que, como
determina Husserl (1990) consiste em uma metodologia que não se enquadra nem
como dedutiva e nem como indutiva, de modo que suas atribuições consistem na
descrição direta da experiência do modo como ela é, assim sendo, a realidade se
constrói de maneira social e passível de entendimento e interpretação de cada
indivíduo, ao passo que nunca será única, existindo tantas realidades possíveis,
quanto possíveis forem suas interpretações.
28
A pesquisa eleita seguira metodologia exploratória, com a utilização de
bibliografia e entrevistas como procedimento de pesquisa. Segundo Gil (2008) a
pesquisa exploratória consiste na familiarização do problema proposto, podendo
assim encontrar maneiras de explicitá-lo de modo que pode ser feito o levantamento
bibliográfico ou por meio de entrevistas, neste caso, elegeu-se o levantamento
bibliográfico, que ainda de acordo com autor, consiste no desenvolvimento de uma
pesquisa embasada em material já existente, especialmente livros e artigos
científicos, além de pesquisa em campo, onde analisa-se um enfoque específico de
estudo que corroborará ou não as informações obtidas pela bibliografia.
Segundo Mayring (2004) as técnicas de análise de dados qualitativos servem
como contribuição para a interpretação de questões abertas ou mesmo de textos, o
que ocorrerá por meio de uma descrição objetiva, sistemática e qualitativa de seu
conteúdo. O autor apresenta a metodologia de análise lexical, que possibilita a
interpretação por meio da leitura adequada e dinâmica de questões abertas das
enquetes, através de processos automáticos com bases na matemática ou
estatística e mesmo nos textos. Tal procedimento não é o mais rigoroso do que uma
análise clássica de conteúdo, nesta modalidade o tratamento de dados é mais
objetivo, porém, vale também a leitura subjetiva, uma vez que é por meio dela que
será possível a comunicação da impressão, seguindo cada constatação a ser
explanada.
Existem ainda outras técnicas de análises possíveis na metodologia
qualitativa, segundo Soares et al. (2011) existe, por exemplo, a análise documental,
que trata-se de uma técnica importante na abordagem de dados, tanto através do
complemento de informações obtidas por meio de outras técnicas, quanto pelo
desvelamento de tema ou problema novos.
Os autores propõem ainda a técnica de análise de conteúdo onde questiona-
se o que a mensagem diz, o que quer dizer, o que significa. Esta técnica é
considerada inicialmente como uma modalidade de análise e interpretação de
textos, porém, no decorrer do último século passou a tomar caráter científico, ao
passo que foi otimizada no sentido de ser uma técnica aplicada às mais diversas
ciências, dentre elas as sociais e de saúde. Este será o modelo de análise de dados
empreendida nesta pesquisa.
29
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foram feitas algumas questões acerca dos hábitos de consumo de produtos
de estética corporal e fácil aos entrevistados. De modo que, inicialmente foi possível
traçar um perfil deste público, cuja primeira questão pairou sobre a definição de uma
faixa etária média mais predominante no consumo dos serviços desta natureza, que
obteve os seguintes percentuais:
Sendo assim é possível notar uma pequena predominância do público entre
19 e 28 anos, mas em comparação com as demais faixas etárias, seria irrelevante
alegar que existe uma dominância deste público, de modo que é possível concluir
um equilíbrio importante entre o consumo das faixas etárias mais jovens até os
indivíduos de meia idade.
A segunda questão paira sobre a definição do gênero de indivíduos que mais
consome serviços de estética, de modo que as respostas foram:
37%
27%
36%
0%
Entre 18 e 28 anos Entre 29 e 38 anos Entre 39 e 48 anos
30
Como é possível notar, a faixa de público feminino é predominante, em
comparação ao público masculino, o que pode ser justificado por uma resistência
ainda por parte dos homens em reconhecer que o cuidado com a estética e beleza
já não é mais apenas atrelado a uma figura afeminada, mas que é possível equilibrar
masculinidade e vaidade.
A questão seguinte tende a determinar a condição financeira do público que
consome este tipo de serviço, de modo que as respostas são:
70%
30%
0% 0%
Feminino Masculino
9%
27%
9% 9%
46%
Menos de R$ 1 mil Entre R$ 1 mil e R$ 2 mil Entre R$ 2 mil e R$ 3 mil
Entre R$ 4 mil e 5 mil Mais de R$ 5 mil
31
É possível notar que a classe socioeconômica predominante no consumo de
serviços de estética corporal e facial são indivíduos com rendas mais elevadas,
declarando mais de 5 mil reais mensais.
A seguir, foi questionado sobre quais os aspectos que são mais observados e
que pesam mais para o consumo de serviços de estética, sendo que os resultados
foram:
É possível notar que as questões mais apontadas que levam ao consumo de
serviços de estética corporal e facial, pairam sobre os tipos de produtos disponíveis
nas clínicas de estética, a qualidade dos serviços e dos profissionais, o valor dos
serviços e as condições de higiene do local.
A seguir, os entrevistados foram questionados sobre sua frequência no
consumo destes serviços, sendo que as respostas foram:
0 2 4 6 8 10 12
Higienização
Indicação
Preço dos serviços
Localização
Qualidade dos serviços/profissionais
Tipos de produtos
Higienização Indicação Preço dos serviços
Localização Qualidade dos
serviços/profissionais
Tipos de produtos
5 10 3 7 3 10 7
4 1 1 1 2 0 1
3 0 3 2 3 0 2
2 0 1 0 1 0 0
1 0 1 0 1 0 0
0 0 2 0 0 0 0
32
É possível notar que a frequência mais comum é uma vez por semana, de
modo que apenas um dos entrevistados frequenta estes serviços mais de duas
vezes na semana e também apenas um não frequenta semanalmente e em nenhum
dos períodos avaliados, denotando que existe um espaço maior de tempo para sua
frequência.
A questão seguinte é sobre se estes entrevistados interessam-se em ler sobre
estética e beleza, de modo que as respostas foram:
É possível notar que a grande maioria dos consumidores destes serviços
também interessam-se por ler e conhecer sobre este setor. Contudo, quando
64%
18%
9%
9%
1x/sem. 2x/sem. Mais 2x/sem. Nenhuma das alternativas
80%
20%
0% 0%
Sim Não
33
questionados se realizam acompanhamentos com nutricionista apenas um dos
entrevistados afirma que sim, de modo que o restante afirma que não realiza.
Ao passo que, quando questionados os que não realizam acompanhamento
com nutricionista, se desejariam fazê-lo, as respostas foram:
Existe uma pequena maioria que desejaria realizar acompanhamento com
nutricionista, enquanto um público que se divide entre o não interesse neste tipo de
acompanhamento e a dúvida acerca do valor deste tratamento, que seria
determinante em sua opção ou não pelo mesmo.
Quando questionados sobre a prática regular de exercícios físicos, os
entrevistados dividiram-se em:
40%
30%
30%
0%
Sim Não Depende do valor
45%
55%
0% 0%
Sim Não
34
Como é possível notar, existe uma pequena maioria dos consumidores de
serviços de estética corporal e facial que não são praticantes regulares de exercícios
físicos. Assim, a próxima questão tratou de reconhecer que tipos de tratamentos são
mais buscados por este público:
A grande maioria dos consumidores deste tipo de serviço busca tanto a
estética facial quanto a corporal. Enquanto os que buscam apenas um dos tipos de
tratamento dividem-se em mesma porcentagem.
A questão seguinte paira sobre o tipo de informações que estes consumidores
buscam sobre o local que elegem para realizar seu tratamento. Assim, quando
questionados sobre se buscam informações acerca da qualificação profissional dos
profissionais que atuam na clínica, sua resposta foi:
18%
18%
64%
0%
Facial Corporal Ambos
35
A grande maioria dos entrevistados alega que busca conhecer a qualificação
dos profissionais que atuam nas clínicas que frequentam. Porém, quando
questionados se sabem que a atuação das clínicas precisa de avaliação da ANVISA
para funcionamento e se buscam saber se o local atua sob as regras do órgão, as
respostas foram:
A grande maioria dos consumidores não busca saber se os produtos
utilizados são legalizados pela ANVISA, o que fomenta uma grande preocupação
para a questão da saúde versus estética, quando a segunda parece mais importante
e valer qualquer preço, até mesmo colocando em risco a saúde por conta de
produtos que podem não ser legalmente viáveis.
82%
18%
0% 0%
Sim Não
36%
64%
0% 0%
Sim Não
36
A última questão paira sobre a busca de informação que estes entrevistados
empreendem a fim de verificar se a clínica de estética possui alvará de
funcionamento, de modo que as respostas foram:
Existe uma pequena maioria dos entrevistados que se preocupa em saber se
a clínica possui alvará de funcionamento, contudo, o índice dos usuários deste
serviço que não se preocupam com esta questão é alarmante, já que colocam sua
saúde, muitas vezes em risco, a preços elevados, por conta da estética e beleza que
se torna desmedida nestes casos em que não existe o cuidado de verificar que tipo
de local, profissionais e produtos são empreendidos nos tratamentos.
Em síntese, é possível concluir que as maiores porcentagens de respostas
apresentadas pelos entrevistados compreendem o seguinte panorama:
Item Resposta Percentual
Gênero Feminino 70%
Faixa etária 18 a 28 anos 37%
Renda média mensal Mais de 5 mil reais 46%
Aspectos observados para decisão de consumo Higienização
Qualificação dos profissionais
100% (cada item)
Frequência com que faz uso dos serviços Uma vez por semana 64%
Busca de leitura sobre estética e beleza Sim 80%
Gostaria de fazer acompanhamento com nutricionista
Sim 40%
55%
45%
0% 0%
Sim Não
37
Pratica exercícios físicos regularmente Não 55%
Busca por tratamentos Facial e corporal 64%
Buscam saber sobre a qualificação dos profissionais
Sim 82%
Busca saber se a empresa atua sob as normas da ANVISA
Não 64%
Busca saber se a empresa possui alvará de funcionamento
Sim 55%
Assim, é possível concluir que a maior parcela de consumo desta amostra foi
de jovens mulheres, que possuem renda elevada, com frequência semanal nesta
natureza de serviços. São pessoas que não possuem hábito de fazer exercícios
físicos regularmente e que não realizam acompanhamento com nutricionista,
embora a maior parte dos respondentes demonstre vontade.
Além de serem pessoas que buscam informações em leitura sobre estética e
beleza, inteirando-se das novidades do setor. Sua busca abarca tratamentos faciais
e corporais, não possuem cuidado de buscar informações sobre a legalidade da
empresa junto à ANVISA, mas buscam saber sobre a qualificação dos profissionais
e sobre o alvará de funcionamento da empresa.
De modo que foi possível notar que a efetividade do marketing deste tipo de
empresa pode ser por meio de publicações e sites especializados no segmento de
estética e beleza, já que a grande maioria dos entrevistados afirma interessar-se
pela leitura deste tipo de publicação. Bem como é possível notar que o público
feminino ainda é o maior alvo e mais atingido por este tipo de publicidade, além de
ser um segmento do mercado para trabalhar com maior tranquilidade, embora
algumas empresas relacionadas à estética e beleza busquem a inovação com a
tentativa de atração dos homens.
38
5. Conclusão
Através das pesquisas realizadas a fim de compor o presente trabalho foi
possível notar que os produtos direcionados aos cuidados com a beleza são
utilizados desde a antiguidade com a finalidade de perfumar, maquiar, hidratar, etc.,
a questão é que sempre sua utilização foi destinada a aperfeiçoar a beleza das
pessoas. Fato é que nos últimos anos a procura por estes produtos, bem como por
serviços de beleza e estética corporal e facial aumentou significantemente, assim
como a tecnologia aplicada a estes com a finalidade de ampliar suas áreas de
atuação, prometendo além dos tratamentos de beleza, rejuvenescimento,
tecnologias para tirar manchas, sardas e outras imperfeições da pele, além das
maquiagens que surgem cada vez com uma gama maior de variedade.
Perante este cenário as grandes empresas de cosméticos encontraram o
cenário ideal para expor sua publicidade, utilizando de diversos elementos que
atingem diretamente o psicológico do consumidor, sua busca incessante pela
plenitude, pela satisfação, pela beleza, pelo altruísmo, por este motivo toda a
publicidade vinculada neste segmento aborda de maneira extensiva estes
elementos, despertando tais sensações em seu consumidor, ainda que sejam
passageiras.
De modo que também existe, por outro lado, uma questão desafortunada que
divide espaço com os benefícios e glamour dos produtos e serviços de beleza. Por
se tornar um negócio rentável e com alta atratividade de público, muitos
empreendedores lançam-se neste mercado da estética sem o mínimo cuidado com
o que ofertará ao cliente, isto é, não cuidando com a qualidade dos profissionais, ou
mesmo dos produtos utilizados nos tratamentos e não obtendo licença da Anvisa
para seu funcionamento, o que pode culminar em prejuízos para os clientes, que se
sujeitam a tratamentos pouco ou nada efetivos e que ainda podem acarretar
problemas de saúde.
Não é incomum que a busca desenfreada pela beleza e estética física se
intensificou ao longo dos anos, sobretudo mulheres – como foi possível confirmar na
pesquisa de campo – são usuárias assíduas deste tipo de serviços e, infelizmente, a
maioria destas clientes tende a não ‘fiscalizar’ a conformidade da empresa que
39
presta o serviço. São pequenos detalhes como a qualificação dos profissionais que
atuam, o tipo de produtos utilizados no tratamento, o licenciamento destes junto à
Anvisa ou mesmo o alvará de funcionamento da empresa, que podem ser motivos e
causas de grandes prejuízos financeiros e para a saúde dos clientes.
Neste sentido, como existe um público amplo para serviços de beleza e
estética, é possível notar que a ditadura da beleza está tão arraigada na sociedade
que faz com que a busca por um padrão do que é belo seja desmedida, irreal e
perigosa, já que não são raros os casos que se apresentam ao público sobre
acidentes e mesmo mortes causadas por procedimentos estéticos realizados de
maneira incorreta.
Assim, dizer que as empresas que se lançam neste mercado devem tomar os
devidos cuidados com a oferta de produtos e mão de obra que darão aos seus
clientes, bem como estar em conformidade com as leis e licenças próprias para o
atendimento, seria algo óbvio, bem como dizer que os clientes que buscam tais
empresas também devem criar o hábito de verificar sua conformidade legal para
atuação.
Contudo, tais exposições se tornam quase inúteis quando existe um
pensamento social tão calcado na beleza e estética física, já que enquanto não
houver uma mudança de paradigma de que vale tudo e qualquer coisa para ser belo
e estar no padrão, certamente mais e mais empresas inidôneas surgirão neste
mercado, oferecendo promessas milagrosas de beleza, por preços razoavelmente
acessíveis e com altos riscos para a saúde. Ao passo que o cliente, quase sem
padrões de consumo, se doutrina por uma imposição da sociedade de consumo
para ser o que a mesma demanda, sem tomar os devidos cuidados com os critérios
para escolha do serviço.
Conclui-se o presente trabalho com a crença de que tanto objetivo geral
quanto específicos foram atendidos, bem como a problemática de pesquisa foi
solucionada. Contudo, como não era de intento, o assunto não fora esgotado, fora
dado um primeiro e importante passo para o fomento de conhecimento e estímulo
para o aprofundamento no tema, que pode ser feito em estudos posteriores, que
visem corroborar, refutar ou complementar as constatações obtidas até o momento.
40
6. Referências Bibliográficas
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