ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS DA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
FRENTE À SUSTENTABILIDADE NOS
NEGOCIOS
Ubiratan Rohan
(UFF - Universidade Federal Fluminense)
Sérgio Luiz Braga França
(UFF - Universidade Federal Fluminense)
Resumo A indústria da construção civil está diretamente relacionada com o
desenvolvimento sustentável do país, devido à sua importância na
dimensão econômica, social e ambiental. Nesse contexto, esta
pesquisa tem como objetivo geral analisar as ttendências do setor
frente às diretrizes da sustentabilidade. A pesquisa foi desenvolvida
com base em pesquisa bibliográfica, análise documental relacionada
ao triênio 2012 a 2014 e entrevistas com especialistas. Por fim,
conclui-se que os setores ligados a Construção Civil estão obtendo
grandes volumes de investimentos para os próximos anos, e como
consequência, os projetos estão sendo planejados buscando
implementar técnicas construtivas sustentáveis que sobrepõem o
atendimento a legislação, orientadas pelas questões ambientais e
sociais relacionadas a cada tipo de empreendimento, sem resultar em
prejuízos econômicos.
Palavras-chaves: Construção Civil; sustentabilidade; investimentos;
negócios
20, 21 e 22 de junho de 2013
ISSN 1984-9354
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1. INTRODUÇÃO
A Indústria da Construção Civil envolve elevado número de processos e produtos,
representando um dos setores econômicos mais significativos para a maioria dos
países, em especial para os países em desenvolvimento como o Brasil. A Indústria
da Construção Civil exerce importante papel na transformação ambiental da
sociedade moderna. Em contrapartida, gera impactos negativos sobre o meio
ambiente em razão das diversas formas de poluição ambiental, pelo elevado
consumo de recursos naturais e pela geração de resíduos. Na outra ponta,
interpretando Hart 2004, as iniciativas para a busca de soluções sustentáveis para o
gerenciamento dos negócios vêm ganhando força no mercado. A cadeia de
produção da construção civil, inserida no mercado global, requer modelos de
gerenciamento cada vez mais atualizados e coerentes com os demais setores
produtivos. Essas novas demandas do mercado apresentam oportunidades para o
desenvolvimento de projetos com maior interesse por parte da indústria e dos
mecanismos de financiamento
O foco central desta pesquisa está sintetizado através da seguinte questão: quais
são as áreas de concentração e as linhas de investimentos que atendem as
expectativas e necessidades da indústria da construção civil no estado do Rio de
Janeiro e que estão em consonância com o princípio da sustentabilidade? Esta é a
lacuna que esta pesquisa busca investigar.
Com relação à metodologia, ressalta-se que se somou a revisão de literatura
pesquisada com base em artigos científicos e teses, dissertações, internet,
documentos oficiais de Instituições públicas e privadas. A pesquisa ainda contou
com a utilização de questionários e entrevistas com responsáveis de empresas do
setor, CREA, FIRJAN, SENAI, e, com outras organizações afins, com sede no Rio
de Janeiro. O tratamento das informações obedeceu a critérios comparativos
qualitativos e quantitativos, a partir da catalogação e organização dos dados
coletados nas diversas fontes utilizadas que subsidiaram a discussão e a análise
realizada.
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O fator limitador da pesquisa se restringe a necessidade da moldura de um campo
amostral de empresas e instituições no Estado do Rio de Janeiro, no período que se
deseja analisar, a saber. O triênio 2012-2014.
Essa metodologia possibilita delinear as tendências da indústria da construção civil
nos três anos o que possibilita traçar diretrizes e ações planejadas que atendam
simultaneamente ao desenvolvimento econômico, social, e ambientalmente
satisfatórios, bem como, para que as empresas e governos tenham um referencial
para que possam definir estratégias de investimento e financiamentos dos seus
diversos projetos.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Tendências da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro
2.1.1 Cenário da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro
A construção civil está diretamente relacionada com o desenvolvimento sustentável
do país, devido à sua importância na dimensão econômica, social e ambiental,
apresentando um papel dualístico: é um setor positivo nos aspectos social
(empregabilidade) e econômico, mas negativo no aspecto ambiental, pois segundo
TAKENAKA, et al (2012) representa uma das maiores geradoras de resíduos.
Pra se ter uma idéia da importância do setor, segundo dados da Pesquisa Anual da
Indústria da Construção (PAIC), elaborada pelo IBGE no ano de 2008, as empresas
de construção, traduzindo o processo de fortalecimento da renda e os efeitos das
medidas de incentivo direcionadas ao setor, realizaram incorporações, obras e/ou
serviços no valor de R$ 159,0 bilhões e obtiveram receita operacional líquida de R$
149,6 bilhões. As construções executadas cresceram 22,3%.
A evolução do PIB do estado do Rio de Janeiro vem apresentando um aumento
incremental desde 2004, chegando a R$ 353,9 bilhões em 2009, tornando-se assim
a segunda maior economia do país (10,9% do PIB) e concentrando 50% do PIB
brasileiro num raio de 500 km da capital Rio de Janeiro. A tabela abaixo mostra essa
evolução.
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PIB do estado do Rio de Janeiro por setores econômicos
(R$ bilhões a preços constantes de 2009) O estudo Decisão Rio, emitido anualmente pela FIRJAN com a previsão de
investimentos nos próximos três anos, demonstra um crescimento espetacular nos
investimentos anunciados para o Rio de Janeiro, passando de R$ 126,3 bilhões (102
empreendimentos) no triênio 2010-2012, para R$ 181,4 bilhões (145
empreendimentos) no triênio 2011-2013, chegando à marca nacional recorde de R$
211,5 bilhões (234 empreendimentos) no triênio 2012-2014.
Ainda conforme o estudo Decisão Rio, os investimentos de R$ 211,5 bilhões do
triênio 2012-2014 podem ser organizados em seis grandes grupos, a saber:
Petrobras - R$ 107,7 bilhões (50,9%), Infraestrutura – R$ 51,0 bilhões (24,1%),
Indústria da Transformação – R$ 40,5 bilhões (19,2%), Instalações Olímpicas – R$
8,6 bilhões (4,1%), Outros (diversos setores de porte menor) – R$ 1,9 bilhão (0,9%)
Setor econômico 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Participação
em 2009 dos
setores no PIB
Serviço 157,7 163,7 163,4 174,3 180,1 189,9 53,7%
Indústria 75,1 82,2 94,2 87,1 98,1 79,4 22,4%
Indústria da transformação 31,1 27,9 27,7 29,3 30,7 30,5 8,6%
Indústria extrativa 21,0 32,7 44,8 35,7 47,9 25,1 7,1%
Construção civil 16,1 13,7 13,3 14,1 14,4 15,7 4,4%
SIUP 7,0 7,9 8,3 8,0 5,2 8,2 2,3%
Comércio 25,4 24,8 28,4 28,8 31,4 30,7 8,7%
Agropecuária 1,6 1,4 1,4 1,1 1,4 1,5 0,4%
Impostos 52,2 50,3 51,1 53,3 56,8 52,3 14,8%
PIB do estado do Rio de Janeiro 311,9 322,3 338,5 344,6 367,8 353,9 100,0%
Taxa de crescimento anual do
PIB do estado do Rio de Janeiro-1,1% 3,2% 3,0% 4,0% 3,6% 0,6%
Participação do estado do Rio de
Janeiro no PIB do Brasil11,1% 11,5% 11,5% 11,6% 11,2% 11,3%
Fonte: FIRJAN, com base em dados do IBGE
Nota: Indústria engloba Indústria Extrativa, Indústria da Transformação, Construção Civil e Serviços Industriais de Utilidade Pública. Impostos somente
os recolhidos sobre a atividade produtiva, como ICMS, II, IPI e ISS - não inclui IR, IPTU, ITR.
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e Turismo – R$ 1,8 bilhão (0,8%). Nesses recursos está prevista a destinação para a
interioriazação de grande parte desses investimentos
Segundo o Estudo, os R$ 51,0 bilhões de investimentos em Infraestrutura, possuem
a seguinte distribuição: Transporte/Logística – R$ 21,3 bilhões (41,8%), Energia –
R$ 14,8 bilhões (28,9%), Desenvolvimento Urbano – R$ 10,6 bilhões (20,8%) e
Saneamento Básico – R$ 4,3 bilhões (8,5%).
Dessa forma, conclui-se que:
O Rio de Janeiro atrai volumes recordes de investimentos, que inclui o setor
de engenharia civil;
Os investimentos não se restringem à capital, estando presentes também
fortemente no interior do estado;
O setor de construção civil, em 2009, representa aproximadamente 5% de
participação do estado do Rio de Janeiro no PIB do Brasil.
Finalmente, analisando a distribuição dos investimentos pelos grupos e setores
supracitados, percebe-se que existem grandes oportunidades de negócios para a
cadeia de valor da construção civil, englobando as empresas do setor industrial,
comercial e de serviços que a compõem.
2.1.2 O Mercado da Construção Civil
Nos estados Unidos a questão imobiliária ligada ao setor de construção civil ocupou
o centro da crise em 2008, conforme a mídia divulgava cotidianamente, mas a
recessão econômica mundial não atingiu de forma impactante o Brasil. Isso se
deveu principalmente à mediadas adotadas pelo país como a desoneração tributária
de alguns materiais de construção, a expansão do crédito para habitação, como por
exemplo, o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), e o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC).
Essas ações, no entanto, não eliminam o déficit da habitação brasileiro nem os
“gargalos” existentes na infraestrutura do país. Haja vista a proximidade da
realização de dois grandes eventos esportivos compromissados pelo Brasil que são
a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, no RIO DE JANEIRO.
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O mercado da construção civil é um dos setores da indústria da construção civil
brasileira que absorve um considerável número de trabalhadores, por isso de
importância fundamental para a economia do país, gerando empregos diretos e
indiretos. Ressalta-se que a ICC – Indústria da Construção Civil brasileira divide-se
em três grandes setores (subsetores), a saber: a montagem industrial, as
edificações e a construção pesada, embora, o setor (subsetor) de edificações,
habitualmente, esteja mais presente no senso comum. Talvez isso se deva por ser o
setor (subsetor) de edificações, o que apresenta maior número de empresas.
MELLO & AMORIM (2009).
A crise econômica mundial sobre o Brasil
O mercado da construção civil brasileiro sofreu impacto negativo da crise econômica
mundial de 2008 devido a redução da oferta do crédito, isso teve efeitos diretos nas
empresas do setor com a queda do valor das suas ações na Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa). Cabe ressaltar que várias medidas foram adotadas no Brasil,
o que contribui decisivamente para a recuperação em 2009, conforme já citamos
anteriormente, destacando aqui a redução da alíquota de IPI (imposto sobre
produtos industrializados) que, inclusive foram prorrogadas até meados de 2010,
principalmente, a redução que incidiram sobre produtos básicos da construção civil,
como: cimento, tinta, verniz, banheiras, boxs, ladrilhos, revestimentos e vergalhões
entre outros. Fonte: 1BNDS, Perspectivas do Investimento 2010-2013 (março/2010).
Competitividade do Setor de Construção Civil
O setor de construção civil, como já foi visto, é composto de subsetores que
executam atividades interrelacionadas e processos de mercado distintos. Por isso,
para compreender esse mercado é preciso atentar para as minúcias e
características de cada um desses subsetores. Como vimos também, o mercado da
construção civil é habitualmente consignado reduzido pelo senso comum como um
mercado de construção/edificações. Mas não podemos deixar de considerar a
1 BRASIL. BNDES – BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO – Perspectivas do Investimento 2010-
2013 (março/2010) - 9. Construção civil no Brasil: investimentos e desafios (organizadores: Dulce Corrêa Monteiro Filha; Ana Cristina Rodrigues da Costa; João Paulo Martin Faleiros; Bernardo Furtado Nunes). Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/liv_perspectivas/09_Perspectivas_do_Investimento_2010_13_CONSTRUCAO_CIVIL.pdf (acesso
02/2013).
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importância dos demais subsetores. Essa questão abre um parêntese na discussão
do mercado da construção civil, pois o custo do material realça a complexidade e a
dimensão institucional do setor. Mas esse viés não é tratado neste artigo.
Embora sejam inúmeras as dificuldades e haja um longo caminho a ser percorrido,
existem interesses comuns e ações em desenvolvimento. Por isso existe a
capacidade conjuntural para fazer a construção civil se modernizar, aumentar sua
produtividade e desenvolver inovações com racionalidade, padronização e aumento
de escala, com base na sustentabilidade.
Perspectivas de Investimentos
Os principais investimentos na construção civil estão diretamente ligados aos
seguintes eventos:
Programa Minha Casa, Minha Vida - Lançado em março de 2009, prevê a
construção de um milhão de residências com a concessão de subsídios, cujos
valores estimados somam cerca de R$ 34 bilhões 2 (SINAENCO, 2009).
Eventos esportivos
O Brasil sediará: a Copa do Mundo de futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em
2016. Esses eventos acarretarão a necessidade de desenvolvimento em
infraestrutura e também em rede hoteleira que exigirão investimentos na ordem de
R$ 60 bilhões, até 2016, bem como, a necessidade de um planejamento e
determinação ordenada de prioridade dos mesmos 3 (Bernasconi, José Roberto,
2010).
Para atender as diversas demandas geradas pelos eventos esportivos citados, o
Brasil terá que desenvolver ações fundamentais para abrigar as necessidades
impostas. Entres essas podemos citar:
Hotelaria - Conforme 4CET/UnB (31/outubro, 2007), estima-se que o Brasil receba
cerca de 500 mil turistas estrangeiros no período dos jogos da Copa do Mundo de
2 Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e En genharia Consultiva (Sinaenco). 3 Bernasconi, José Roberto: é presidente da Regional São Paulo do Sindicato Nacional da Arquitetura e da
Engenharia (Sinaenco/SP). 4 O Centro de Excelência em Turismo (CET) é uma unidade de ensino, pesquisa e extensão da Universidade de
Brasília (UnB) comprometida com o turismo, a gastronomia e a hotelaria, localizado Campus Universitário Darcy
Ribeiro - Gleba A - Asa Norte - Brasília-DF - Caixa Postal nº 4.442 - CEP: 70.904-970.
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2014, o que demandará a construção de novas unidades de hospedagem para fazer
frente a esse número de turistas estrangeiros. Essa expansão terá reflexos no setor
de construção civil com construção e reforma de hotéis, resorts, albergues e outras
formas de hospedagem.
Estádios e outras instalações esportivas - Serão necessários investimentos em
novas construções, além de investimentos em reparos e na implantação de
estacionamentos, sistemas de segurança, sinalização, vestiários, e hospitais
próximos, entre outros. Estima-se que esses investimentos sejam de R$ 10 bilhões e
tenham origem pública e privada. Outros investimentos serão necessários no setor
energético, tanto nas redes de distribuição de energia quanto no fornecimento de
eletricidade para atender à elevação do consumo durante as partidas. É preciso
assegurar que não haja “apagões” durante os eventos. Fonte: BNDS, Perspectivas
do Investimento 2010 -2013 (março/2010).
Transporte - Um grande fator crítico para as 12 cidades-sede e suas subsedes
será a mobilidade pública. É fundamental que haja planejamento logístico para os
meios de transportes, com diversos modais, a fim de atender aos usuários dos
estádios. Isso irá requerer investimentos em construções de malhas para esses
diversos modais, além de outras infraestruturas afins e correlatas. Cabe lembrar que
um dos principais gargalos na área de transporte está relacionado à capacidade dos
aeroportos que é, justamente, a principal infraestrutura ligada ao modal mais
utilizado pelo turista estrangeiro. Segundo o BNDS, Perspectivas do Investimento
2010 -2013 (março/2010):
“A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero): desenvolveu um estudo técnico sobre as necessidades de investimentos nos aeroportos brasileiros a fim de adequá-los e, assim, evitar um novo apagão aéreo, como o ocorrido em 2007”.
Estimativas dos investimentos do setor de construção civil
Estimam-se investimentos de 2010 a 2013 na ordem de R$ R$ 1 trilhão. Isto é, 28%
maior com relação aos investimentos do setor de construção civil no período de
2005 a 2008 (R$ 835.571 milhões). Desse montante, conforme projeções realizadas,
R$ 465 bilhões se destinam ao setor de edificações e R$ 603 bilhões para a
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construção pesada. Fonte: BNDS, Perspectivas do Investimento 2010 -2013
(março/2010).
Desafios para os Próximos Anos do Mercado da Construção Civil
Com a expansão da indústria da construção civil e frente a sua dependência da
tecnologia, alguns desafios se fazem presente para essa nova dinâmica da
construção industrializada tecnológica. Dentre esses, dois desafios podem ser
destacados a serem considerados para próximos anos:
Tecnologia
O desenvolvimento tecnológico possui gargalos relacionados à disponibilidade e a
geração de mão de obra qualificada em diversos níveis, seja para o
desenvolvimento de técnicas existentes, sejam para novas demandas, inovações e
sustentabilidade. Esses fatores se tornam mais evidentes no segmento de
edificações, quando comparados a outros países. 5(CGEE, 2010).
Financiamentos
A construção civil é muito dependente do crédito, tanto para sua produção quanto
para a venda. Apesar do recente crescimento dos financiamentos imobiliários
atrelado ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), O Brasil ainda
apresenta um volume de crédito pequeno em relação a outros países. Segundo
Monteiro Filha et al. (2009), existe a tendência de financiamento para imóveis mais
caros, o que enfatiza a explicação do grande déficit habitacional nas classes de
menor renda.
Com relação à construção pesada, a pouca oferta de crédito se constitui num
“gargalo” para o crescimento da construção civil. Isso decorre da crise econômica
mundial que tornou o crédito mais caro e mais reduzido. Essa situação, atualmente
5 CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – Ciência, Tecnologia e Inovação,– 4ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – CGEE, 2010 - Sessão Plenária 5: Democratização e Cidadania O Papel da C, T & I na Redução das Desigualdades Sociais e na Inclusão Social - Parte II – Contribuições de Palestrantes do Seminário Temático Preparatório. Ciência, Tecnologia e Inovação e os Trabalhadores, p.p. 85 - organizadores: Clemente Ganz Lúcio (DIEESE) & Paulo Jagger (DIEESE) - 4. A posição do movimento sindical; 4.2 As relações de trabalho padrão no Brasil são hostis a um esforço de C,T&I que promova o desenvolvimento. Disponível em: plenária_5.pdf - Adobe Reader - http://cncti4.cgee.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=328&Itemid=136. - (Acessado em fevereiro 2013).
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está sendo amenizada com a queda dos juros no País. Fonte: BNDS, Perspectivas
do Investimento 2010 -2013 (março/2010).
2.2 Sustentabilidade na Construção Civil
O setor de construção civil é parte integrante do tema sustentabilidade, pois seus
impactos ambientais como sociais são de grande impacto para o Planeta. Este setor
apresenta grande importância no desenvolvimento do Estado devido a sua cadeia
produtiva extensa e à capacidade de contratação de mão de obra.
Segundo a publicação 6“Sustainable Development Innovation Briefs (March 2010)”, a sustentabilidade na construção não é apenas um desafio local, mas de caráter global, pois inúmeros obstáculos precisam ser transpassados. Conforme a publicação citada (tradução: Resumos de Inovação Desenvolvimento Sustentável - março 2010) os dados demonstram um triste diagnóstico: 1,8 bilhões de pessoas irão sofrer por escassez de água até 2025 -
principalmente na Ásia e na África, 1,6 bilhões estão sem acesso à energia elétrica, Cada ano 2 milhões de pessoas morrem prematuramente devido a poluição do ar, Atualmente 1 bilhão de pessoas habitam em favelas sem água e saneamento, Milhões de pessoas estão ameaçadas pelas enchentes relacionadas às
mudanças climáticas.
De acordo com Agenda 21 (2002), estabeleceram-se neste evento, os requisitos
para a construção sustentável, onde diversos países localizados na Ásia, África e
América Latina participaram. Neste acordo definiu-se como construção sustentável
os requisitos que atendam de forma sustentável todo o ciclo de vida na construção
partindo do desenvolvimento do projeto, extração da matéria prima, execução da
obra de edificação, demolição e tratamento dos resíduos.
Para Pinheiro (2006), a Agenda 21 de Construção Sustentável promulgada em 1999,
aborda alguns desafios que o Desenvolvimento Sustentável e a Construção
Sustentável devem tratar:
Promover a eficiência energética;
6 Buildings and construction as tools for promoting more sustainable patterns of consumption and production.
In: Sustainable Development Innovation Briefs March 2010. Issue 9 march/2010- Attachment: K. Taipaale -
SB Innovation Brief UN March 2010.pdf – In: iiSBE - International Initiative for a Sustainable Built Environment. (Disponível em: http://www.iisbe.org/node/111). Acessado em março de 2013.
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Reduzir o uso e consumo de água potável; Selecionar materiais com base no seu desempenho ambiental; Contribuir para um desenvolvimento urbano sustentável. No sentido de desenvolver uma estratégia para a construção sustentável e melhorar
a qualidade de vida, o Reino Unido em abril de 2000, desenvolveu parceria para
mudar a forma de construção das edificações e infraestruturas. Neste sentido foram
propostos os seguintes critérios (PINHEIRO; 2006):
Reutilizar imóveis existentes. Entende-se neste item a viabilidade de se renovar e reutilizar os imóveis.
Desenvolver projetos para produzir o mínimo de resíduos. Deve-se neste item buscar uma cadeia produtiva com menor impacto ambiental ao longo do ciclo de vida da edificação desde a construção e desativação.
Direcionar para uma construção mais limpa. Neste item vale atentar para a redução de resíduos, otimizando custos e desenvolver uma gestão de qualidade no projeto.
Diminuir o consumo de energia na construção. Nesta parte deve-se buscar a redução da energia empregada dentro da cadeia produtiva.
Minimizar o consumo energético. Deve-se nesta parte desenvolver na elaboração do projeto processos de energia renovável. Promovendo com isso a redução do consumo através da utilização de fontes naturais.
Diminuir a poluição. Deve-se implementar neste item políticas de utilização de sistemas ambientais com base na norma ISO14001.
Preservar ou aumentar a biodiversidade. Nesta parte deve-se promover um programa de proteção biodiversidade ao longo do processo de construção desde a extração da matéria prima.
Preservar os recursos com uso da água. Deve-se nesta parte otimizar o uso da água de forma que se aumente a eficiência deste uso no ambiente construído e no serviço do edifício.
Respeitar as pessoas em seu ambiente local. Nesta parte deve-se promover um alinhamento no processo de planejamento da edificação de forma que se possa integrar os Stakeholders (partes interessadas).
Souza (2007) enfatiza a importância da construção sustentável como exigência da
sociedade civil e como requisito importante para obtenção de financiamento devido à
exigência cada vez maior para a redução do impacto ambiental. O autor acrescenta
que o alto impacto ambiental e social dentro da cadeia de construção acentua esta
exigência e promove o conceito da sustentabilidade.
Para Pinheiro (2006), a construção sustentável em função do seu ciclo de vida que
considera como recursos os materiais, solo, energia e água. A partir desse enfoque,
se estabelece 5 princípios básicos (Pinheiro, 2006):
Reduzir o consumo de recursos;
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Reutilizar os recursos sempre que possível; Reciclar materiais em fim de vida do edifício e usar recursos recicláveis; Proteger os sistemas naturais e a sua função em todas as atividades; Eliminar os materiais tóxicos e os subprodutos em todas as fases do ciclo de vida
3. ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL FRENTE À SUSTENTABILIDADE NOS NEGOCIOS
3.1 Motivadores para a Indústria da Construção Civil
Para esta pesquisa foram identificados motivadores que refletem nas tendências
estratégicas das construtoras, importantes para adequação às necessidades do
mercado atual, considerando alguns aspectos:
Aspectos Legais
Além das transformações no cenário econômico, nas últimas décadas, surgiram
outros fatores motivadores para implantação da sustentabilidade no setor da
construção civil. No aspecto legal, entra em vigência no ano de 1990 o Código de
Defesa do Consumidor que regula as relações entre produtores e consumidores,
trazendo sanções pesadas aos projetistas, fabricantes e construtores para casos de
falhas nos produtos em uso ou vícios da fase daconstrução, O Código ainda veda à
colocação de produtos e serviços no mercado em desacordo com as normas
técnicas brasileiras elaboradas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas. (Souza, Roberto de. & Abiko, Alex, 1997).
A resolução n. 307, de 5 de julho de 2002, do CONAMA (Conselho Nacional de Meio
Ambiente) é outro motivador para sustentabilidade, pois obriga as empresas de
construção civil a implantar um serviço de coleta seletiva e reciclagem do lixo gerado
pelas obras nos centros urbanos. Tal atitude, além de contribuir para a preservação
ambiental, também terá impactos econômicos e sociais.
Aspectos Econômicos
Com relação aos aspectos econômicos, os efeitos da globalização provocam
mudanças na economia interna dos países e, consequentemente nas indústrias.
Para este caso, relaciona-se a queda e elevação na cotação do dólar, alterações na
oferta de petróleo, desempenho das bolsas de valores de outros países ou, mesmo,
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simples declarações de governantes estrangeiros, que geram impactos na economia
mundial.
Conforme Souza, Roberto de. & Abiko, Alex, (1997), a economia, por muito tempo
ciltivou o pensamento de que o preço final da obra era resultante da soma dos
custos de produção da empresa e do lucro previamente arbitrado (pela inclusão do
BDI - Benefícios e Despesas Indiretas) sem grandes questionamentos sobre custos,
margens de lucro e despesas indiretas, pois tudo era repassado ao consumidor final.
Essa cultura era amplamente assimilada pelos agentes do mercado. Atualmente, as
empresas deste setor pressionadas pelas alterações do mercado e pela intensa
competição, passaram a trabalhar com uma nova formulação de preço das obras,
em que o lucro passa a ser resultante do diferencial entre o preço praticado e pago
pelo mercado e os custos diretos e indiretos incorridos na geração do produto. A
lucratividade torna-se decorrência da capacidade da empresa em racionalizar seus
processos de produção, reduzir seus custos, aumentar sua produtividade e
satisfazer as exigências dos clientes.
Perfil do Consumidor
Nas últimas décadas, o perfil do consumidor brasileiro começou a passar por
alterações significativas, especialmente com impacto sobre os bens de consumo
duráveis. Inúmeros fatores contribuem para a mudança de perfil, tais como, o maior
acesso à informação de um modo geral, a evolução política para uma situação de
maior participação do cidadão nas questões que afetam a sociedade, a abertura
econômica que o coloca em contato com produtos, serviços e realidades culturais,
tecnológicas e econômicas dos países mais desenvolvidos.
Essa mudança de perfil vem trazendo, gradativamente, maior grau de exigência dos
consumidores finais e novas necessidades, a partir de mudança de hábitos, cultura e
comportamento.
Aspectos dos Contratantes Públicos e Privados
Nas últimas décadas, os contratantes privados passaram a estabelecer novos
parâmetros a serem atendidos para o projeto e execução de obras, com o objetivo
de atender a novas necessidades de seus processos produtivos e do papel que os
bens construídos passam a desempenhar, incluindo-se, por exemplo, maior
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14
preocupação com os aspectos que determinam o desempenho da obra ao longo de
toda a vida útil.
Segundo SOUZA R. de. (2002), o Estado, no seu papel de poderoso contratante e
comprador de bens e serviços da construção civil em grande escala, passou a fazer
uso desse poder, criando e consolidando novos parâmetros a serem atendidos.
Dessa forma as práticas e procedimentos que exerciam um papel inibidor da
melhoria da qualidade foram quebrados. Nesse contexto, Destacam-se, a Petrobrás,
Eletrobrás e Telebrás. A exigência de qualificação dos fornecedores a partir dos
requisitos das normas ISO 9000, por parte dessas organizações foram fundamentais
para esse processo. No estado de São Paulo, ressalta-se a criação em 1996 do
programa QUALIHAB por parte da CDHU (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano) que selou com várias entidades de classe setoriais, termos
de cooperação definindo prazos e requisitos da qualidade que empresas projetistas,
fabricantes, gerenciadoras e construtoras deveriam cumprir, inclusive, para que
pudessem participar dos processos licitatórios públicos desse órgão. (SOUZA, R. de.
2002).
Ainda, conforme Souza R. de. (2002), neste período, as ações das entidades de
classe do setor da construção civil tiveram papel de destaque, pautando sua atuação
promovendo programas setoriais de melhoria da qualidade, tanto nos segmentos
produtores de materiais quanto nos segmentos de empresas construtoras,
enfatizando sobremaneira, a conscientização setorial para a qualidade e
produtividade.
Combate ao Desperdício
Nas últimas décadas, o combate ao desperdício passa a fazer parte da realidade
das construtoras e dos seus canteiros de obras, representando um dos principais
indicadores dos custos da não qualidade.
O desperdício ganha novo entendimento por parte das empresas que passam a
percebê-lo de forma mais ampla e a detectá-lo de forma mais clara nos seus
processos produtivos, gerenciais e administrativos. Segundo SOUZA R. de. (2002),
as falhas podem ser detectadas nas seguintes formas e etapas do processo
produtivo:
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falhas durante o processo produtivo - perdas de materiais: normalmente
caracterizados como entulhos que saem ou ficam agregados à obra; retrabalho:
esforço repetido para corrigir serviços em não-conformidade com o especificado;
ociosidade de mão-de-obra e equipamentos. Geralmente esses aspectos estão
ligados a falta ou deficiência de planejamento da obra, política de pessoal e
uma política de manutenção de equipamentos;
Falhas nos processos gerenciais e administrativos da empresa – As
características gerais e principais dessas falhas são: compras feitas apenas na
base do menor preço; deficiências nos sistemas de informação e comunicação
da empresa; falta ou deficiência de política de gestão de pessoas que inclua
programas de seleção, contratação e treinamento de pessoal; processos
dedeficientes de eleboração e condução dos contratos que geram perdas
financeiras e atrasos na obra; falta ou deficiência de planejamento que resultam
em retrabalho administrativo nas diversas áreas da empresa; e,
Falhas na fase de pós-ocupação das obras – As anomalias construtivas são
nocivas e prejudiciais a imagem das empresas junto ao mercado, além de que
essas patologias necessitam de recuperação, normalmente com altos custos,
seja de operação como de manutenção.
O diagnóstico desse conjunto de falhas atuando na empresa, no processo de
produção e mesmo na fase de pós-ocupação das obras e sua conversão em custos
da não qualidade, possibilitaram a identificação de um enorme potencial nas
empresas construtoras para a introdução de programas da qualidade visando à
melhoria de produtos e processos.
3.2 Tendência da Indústria da Construção Civil
A produção industrial em larga escala aliada à qualidade de vida e do conhecimento
sustentável é algo presente em nosso cotidiano, permeando o setor produtivo e a
comunidade e, sobremaneira, o mercado da construção civil brasileira. Dessa forma,
o conceito de sustentabilidade pode ser entendido, não apenas uma questão de
meio ambiente, mas também como uma questão do ser humano em sua total
dimensão, como o ente principal, fundamental e indispensável nos processos de
produção. Segundo RIBEIRO FILHO et al (2006), o desenvolvimento sustentável
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requer uma visão sistêmica na íntegra do processo de produção, considerando às
necessidades e o menor impacto possível ao meio ambiente.
Nesse contexto, a análise das tendências da Indústria das contrução civil se
confunde com a própria sustentabilidade nos negócios. A busca por esta
sustentabilidade nos negócios por parte das empresas que integram o setor está
sempre amarrada ao próprio conceito de sutentabilidade que engloba as dimensões
sócio-econômico-ambiental. Essas dimensões interdependentes e interrelacionadas
nas bases constituem, portanto, o centro da análise ora proposta. Esse enfoque
sugere um olhar sobre essa três dimensões fundamentais para uma análise
consistente.
3.2.1 Os Aspectos Econômicos
Ao longo desse artigo essas questões foram tratadas de formas integradas e
comentadas a luz da literatura. No entanto, o item 2.1 TENDENCIA DA INDÚSTRIA
DA CONSTURÇÃO CIVIL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, traz alguns
elementos que demonstram a força econômica do setor nos principais mercados
nacional e internacional, em especial, no Estado do Rio de Janeiro. Essa força fica
evidenciada pelas ações governamentais, pelos investimentos, financiamentos, pela
grande fatia do mercado consumidor e mercado de trabalho, fatores estes,
responsáveis por manter ativa parte da engrenagem da economia, gerando e
distribuindo renda, gerando riquezas para o país.
Apesar da importância do desenvolvimento econômico, como já foi visto, outros
fatores são levados em consideração para a sustentabilidade nos negócios. Hoje, já
se reconhece, inclusive, que o aspecto econômico representa um item do
desenvolvimenjto sustentável e que sem responsabilidade social e ambiental, o
mesmo não pode haver o desenvolvimento econômico sustentável. Portanto, essa
formulação está centrada na necessidade de implementação da responsabilidade
socioambiental para a sobrevivência das organizações. Empresas que não se
adequarem a tal realidade perderão competitividade e podem sucumbir. Portanto, A
responsabilidade Social e a Gestão Ambiental entram nesse contexto como
aspectos que promovem oportunidades de negócio e não somente para efeito de
cumprimento da legislação. (ROHAN & FRANÇA, 2013).
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3.2.2 Responsabilidade social
A idéia de que a empresa busca somente a maximização do lucro, vai ficando
ultrapassada à medida que vem crescendo na sociedade e nas empresas a noção
da responsabilidade social e também ambiental. Um dos fatores relevante dessa
transformação se baseia no fato de que o mercado consumidor das riquezas criadas
ou produzidas pelas empresas é a própria sociedade, que busca sempre o maior
bem estar coletivo e individual.
Embora pareça ser óbvio esse fator é também é fundamental e obriga a
aceleraração das transformações no comportamento dos negócios em face de nova
postura dessa sociedade consumidora. O avanço tecnológico, a criatividade do
empreendedor, aliados aos recursos financeiros e humanos existentes facilitam que
os negócios sejam realizados incorporando esses novos parâmetros de
responsabilidade social melhorando o desempenho e gerando maior lucratividade.
Essa noção traz embutida alguns princípios coletivos dos quais se pode destacar a
pluralidade, que identifica como campo de atuação da empresa não somente a
própria empresa ou seus acionistas, mas também, o seu corpo organizacional,
funcionários, os Stakeholder. Essa nova concepção, Interpretando CAMARGO,
Marcela (2010), aumenta a participação social nos negócios, legitimando o processo
de responsabilidade social. Ainda destaca-se a atuação sustentável da empresa –
Uma empresa que atua sob a base da responsabilidade social, consequentemente,
assume uma atitude responsável com relaçao ao meio ambiente.
Cabe ainda ressaltar a necessidade da distribuição e aplicação desses princípios por
toda a cadeia de produção da empresa, bem como, em todos os negócios por ela
realizados, aqui se incluindo as ações de transparência, que, de acordo com
SOUZA, Roberto de. (2007) podem ser percebidas nos Relatório Anuais ou
Relatórios de Sustentabilidade das empresas onde deve estar demonstrado a
perfomance sócio-econômico-ambiental das mesmas. (SOUZA, Roberto de. 2007).
Assim, a responsabilidade social e a ambiental são atualmente condicionadas aos
rigores da regulamentação e influenciana melhora da imagem e reputação da
empresa perante a sociedade e do mercado de sua atuação. Dessa forma, pode se
afirmar que os negócios ambientalmente responsáveis já trazem embutida a
responsabilidade social e vice-versa.
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3.2.3 Responsabilidade ambiental
A empresa que busca a sustentabilidade nos seus negócios precisa ter como foco o
respeito ao meio ambiente. Esse respeito precisa estar entre os principais valores da
organização. Nesse aspecto a questão ambiental é o norte da própria cultura
organizacional, isto é, este conceito tem que estar disseminado por todo o corpo
funcional da empresa do mais alto ao menor escalão, em toda sua linha de
negócios, na sua linha gerencial administrativa e de produção. Isto dá o sentido
amplo da conscientização da necessidade do uso racional dos recursos naturais,
energia e matérias-primas no cotidiano das atividades da empresa e gera a
disseminação das boas práticas e condutas da empresa para outras empresas.
Esses fatores comportamentais diante do meio ambiente aliado ás ações e
intervenções e às políticas ambientais positivas e responsáveis melhoram a imagem
que a sociedade tem da empresa e de seus negócios, aumentando,
consequentemente, a lucratividade. As políticas ambientais positivas referem-se
principalmente a investimentos para o desenvolvimento de tecnologias que visam
eliminar ou mitigar impactos que a realização dos negócios da empresa ou sua linha
de produção geram no meio ambiente, bem como, o tratamento dos efeitos, por
ventura, produzidos por esses impactos. Isso tem a ver com a qualidade de vida de
toda uma comunidade onde a empresa atua e do seu próprio corpo organizacional.
Além desse rol de fatores, a empresa ainda precisa atender primordialmente a
legislação pertinente referente às normatizações e certificações ambientais.
È necessário, no entanto, entender que, depedendo da sua concepção e utilização,
a tecnologia tanto pode gerar impactos negativos ao meio ambiente como as
tecnologias que estimulam o consumo intensivo sem preocupação de caráter
sustentável, como também ser um instrumento precisoso a serviço da eliminação ou
redução desses impactos, da preservação ambiental e da qualidade de vida, como,
por exemplo, as tecnologias para redução da utilização de matéria-prima, ou nos
processos de reciclagem, conforme analisa ROLIM, 2000, em sua dissertação sobre
a “Reciclagem de Resíduos Plásticos”.
3.3. Análise das Tendências
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Os resultados que se pode extrair da Análise das Tendências da Indústria da
Construção Civil Frente à Sustentabilidade nos Negócios sugerem uma linha de
crescimento ascendente, mais ainda insuficiente frente aos grandes desafios
impostos pelo crescimento demográfico, o crescimento bastante acelerado das
diversas demandas por bens e serviços, infraestrutura, alimentação e tantos outros
fatores diretos e indiretos que afetam o setor e, consequentemente, os negócios
interrelacionados. As perspectivas de crescimento econômico, em particular do Rio
de janeiro mostram-se bastante promissoras e a construção civil ocupa lugar
privilegiado nesse contexto.
Todavia, esse quadro requer cada vez mais a atenção para as questões sócio-
ambientais. A sustentabilidade esta no núcleo dos negócios, e se não houver
aprimoramento das condições de utilização dos recursos naturais, respeito ao meio
ambiente e ao principio da responsabilidade social e planejamento estragégico, o
futuro das empresas, o sucesso dos negócios, estrão comprometidos, bem como, a
sobrevivência ou a qualidade de vida das gerações futuras, sejam empresariais ou
da própria vida no planeta.
3.4 Propostas de Ações a Serem Implantadas
Promoção por parte de empresa, governos e sociedade civil organizadas de
seminários, gincanas e outros eventos, inclusive envolvendo escolas,
universidades e afins, em eventos informativos, interativos que incentive e crie,
de forma continuada, uma base de conscientização ambiental e de
responsabilidade social.
Promoção por parte de empresa, governos de eventos com a temática sócio-
ambiental de vanguarda e de legislação envolvendo o seu corpo funcional, sua
estrura organizacional e comunidades afins.
Compromisso dessas intituções citadas de desenvover de produtos gerados a
partir dos eventos realizados com a participação de todos os envolvidos como:
cartilhas, manuais, premiações (cursos), honrarias (medalhas, condecorações,
diplomas etc.) entre outros produtos a serem estabelecidos coletivamente.
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A Indústria da construção civil, em especial, poderá promover ações de caráter
coletivo esportivo, educacional, cursos de alafabetização, profissionalizantes e
outras ações de apoio às comunidades que cercam o seu empreendimento
visando o bom relacionamento e a melhoria das condições sócio-econômicas do
seu entorno.
O escopo das atividades a serem abordadas, implementadas e controladas é
dinâmico e imensurável, sejam sociais, ambientais ou econômicas e podem ir desde
certificações e normatizações ambientais a ações práticas de tratamento e
destinação de resíduos domésticos à industriais, reciclagems, redução ou
eliminação de desperdícios domésticos e industriais. Vão desde a preservação de
um jardim até uma floresta, de uma rua, de uma matéria prima, energia, etc. Enfim,
essas atividades devem estabelecer o uso responsável de tudo por todos.
Tantas outras ações de caráter social, ambiental e econômico pode ser
implementadas pelas empresas e de forma, particular, pela indústria da construção
civil para melhorar as condições sócio-econômico-ambientais. É necessário que
cada uma, pelo menos, em seu espaço ciscunscrito, faça a sua parte e assim estará
sendo estabelecido o verdadeiro sentido da sustentabilidade e, de forma mais
específica, nos negócios da empresa.
4. CONCLUSÕES
A questão da sustentabilidade na Indústria da Construção civil não é uma discussão
isolada, outros setores da economia já vêm avançando nesse tema e promovendo
grandes transformações. A sustentabilidade é atravessada por diversos conceitos
que requerem do setor de Construção adequar-se às novas exigências do mercado.
A indústria da construção civil vem incorporando esses conceitos aos seus negócios
melhorando a sua capacidade gerencial, de inovação, da capacitação e qualificação
de seus profissionais, e a sua relação de respeito ao meio ambiente e com a
comunidade de seu entorno.
Tais avanços permitem ao setor de construção civil maior competitividade, e,
consquentemente, maior participação concorrencial no mercado nacional e
internacional, além de melhor desempenho financeiro com partipação em fundos de
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investimentos etc. visto que, com adoção de medidas e ações sustentáveis, as
empresas melhoram sua reputação e imagem diante dos consumidores,
concorrentes e governos, fortalecendo o princípio da responsabilidade social e
ambiental e garantindo desenvolvimento econômico sustentável e sucesso para
seus negócios.
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Meio Ambiente / SMG - Mestrado em Sistemas de Gestão. 9 9 Prof. Sérgio Luiz Braga França, D.Sc. – Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense. 10
Monografia apresentada para obtenção do Certificado de Especialização pelo Curso Assessoria, Gestão da Comunicação e Marketing do Departamento de Comunicação da Universidade de Taubaté –São Paulo – 2010,