UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA
ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA
ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -
ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS
2014
ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA
ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE
HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -
ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio
LAGOA SANTA ndashMINAS GERAIS
2014
ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA
ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE
HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -
ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio
Banca Examinadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio- orientadora Profordf Dra Matilde Meire Miranda Cadete - UFMG Aprovado em Belo Horizonte em 27 de janeiro de 2014
Dedico este trabalho
Agrave meus pais pelo amor incondicional pelo apoio em todos os projetos de minha
vida por acreditarem em minha capacidade e inspirarem meus passos
Agrave meus irmatildeos pelo carinho e exemplo de dedicaccedilatildeo
Agrave todos que acreditam e lutam pelo SUS
AGRADECcedilO
A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado
A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste
trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis
As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro
pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom
humor nossa rotina
ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo
Carl Gustav Jung
RESUMO
As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life
Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA
ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE
HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -
ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio
LAGOA SANTA ndashMINAS GERAIS
2014
ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA
ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE
HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -
ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio
Banca Examinadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio- orientadora Profordf Dra Matilde Meire Miranda Cadete - UFMG Aprovado em Belo Horizonte em 27 de janeiro de 2014
Dedico este trabalho
Agrave meus pais pelo amor incondicional pelo apoio em todos os projetos de minha
vida por acreditarem em minha capacidade e inspirarem meus passos
Agrave meus irmatildeos pelo carinho e exemplo de dedicaccedilatildeo
Agrave todos que acreditam e lutam pelo SUS
AGRADECcedilO
A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado
A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste
trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis
As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro
pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom
humor nossa rotina
ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo
Carl Gustav Jung
RESUMO
As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life
Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
ANA CECIacuteLIA DIAS DE OLIVEIRA
ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE
HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA NA UNIDADE DE APOIO MORRO DO CRUZEIRO EM LAGOA SANTA ndash MINAS GERAIS -
ELABORACcedilAtildeO DE UM PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do Certificado de Especialista Orientadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio
Banca Examinadora Profordf Dra Soraya Almeida Belisaacuterio- orientadora Profordf Dra Matilde Meire Miranda Cadete - UFMG Aprovado em Belo Horizonte em 27 de janeiro de 2014
Dedico este trabalho
Agrave meus pais pelo amor incondicional pelo apoio em todos os projetos de minha
vida por acreditarem em minha capacidade e inspirarem meus passos
Agrave meus irmatildeos pelo carinho e exemplo de dedicaccedilatildeo
Agrave todos que acreditam e lutam pelo SUS
AGRADECcedilO
A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado
A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste
trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis
As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro
pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom
humor nossa rotina
ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo
Carl Gustav Jung
RESUMO
As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life
Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
Dedico este trabalho
Agrave meus pais pelo amor incondicional pelo apoio em todos os projetos de minha
vida por acreditarem em minha capacidade e inspirarem meus passos
Agrave meus irmatildeos pelo carinho e exemplo de dedicaccedilatildeo
Agrave todos que acreditam e lutam pelo SUS
AGRADECcedilO
A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado
A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste
trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis
As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro
pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom
humor nossa rotina
ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo
Carl Gustav Jung
RESUMO
As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life
Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
AGRADECcedilO
A Deus por mais esta rica experiecircncia e oportunidade de aprendizado
A minha orientadora Soraya Belisaacuterio pela paciecircncia auxiacutelio na construccedilatildeo deste
trabalho e estimulo nos momentos difiacuteceis
As Equipes de Sauacutede da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro e Unidade Centro
pelo auxiacutelio neste trabalho pela convivecircncia agradaacutevel e por suavizarem com bom
humor nossa rotina
ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo
Carl Gustav Jung
RESUMO
As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life
Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humanardquo
Carl Gustav Jung
RESUMO
As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life
Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
RESUMO
As doenccedilas cardiovasculares apresentam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo A Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica eacute a doenccedila cardiovascular mais frequente sendo considerada o principal fator de risco para as complicaccedilotildees cerebrovasculares doenccedila cardiacuteaca isquecircmica e doenccedila renal crocircnica Tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle constituindo um grave problema de sauacutede puacuteblica O acompanhamento adequado dos pacientes portadores de hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede O caraacuteter assintomaacutetico da doenccedila atrasa e dificulta o diagnoacutestico e tem implicado na baixa adesatildeo ao tratamento Somam-se ainda nesse aspecto fatores como a cronicidade da doenccedila a relaccedilatildeo com a equipe de sauacutede a necessidade de mudanccedilas de haacutebitos de vida baixo niacutevel socioeconocircmico e efeitos colaterais dos medicamentos Diante disto verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do atendimento baseando-se em diretrizes atuais Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo multiprofissional com medidas individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Nesse acircmbito a Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia apresenta-se como fundamental para a abordagem integral desse agravo O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenccedilatildeo para o acompanhamento dos pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Apoio Morro do Cruzeiro situada no municiacutepio de Lagoa Santa Minas Gerais Espera-se que a partir da implantaccedilatildeo do plano seja alcanccedilado um controle apropriado dos pacientes hipertensos proporcionando-lhes melhor qualidade de vida Descritores Hipertensatildeo Doenccedilas cardiovasculares Adesatildeo ao tratamento Sauacutede da famiacutelia
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life
Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are the leading cause of morbidity and mortality in Brazil and worldwide Hypertension is the most common cardiovascular disease being considered the main risk factor for cerebrovascular complications ischemic heart disease and chronic kidney disease It has high prevalence and low control rates and constitutes a serious public health problem The appropriate follow-up of patients with hypertension is a challenge faced by professionals working in primary health care The asymptomatic nature of the disease slows and complicates the diagnosis and has implicated in poor adherence to treatment There are still factors in this regard as the chronicity of the disease the relationship with the health team the need for changes in lifestyle habits low socioeconomic status medication side effects On this there is a need for a systematic and organized approach to service based on current guidelines In addition there is a need for multidisciplinary action with individual and collective measures targeting not only treatment but also prevention promotion and health education In this context the Family Health Strategy is critical to the integrated approach of this interlocutory appeal The aim of this paper is to draw up a contingency plan for the control of hypertensive patients spanning the area support unit Morro do Cruzeiro in the municipality of Lagoa Santa Minas Gerais It is expected that the implementation of the plan be achieved a proper control of hypertensive patients providing better quality of life
Keywords Hypertension Cardiovascular diseases Adherence to treatment Family health
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
SUMAacuteRIO 1 INTRODUCcedilAtildeO 10
2 JUSTIFICATIVA Erro Indicador natildeo definido
3 OBJETIVOS 15
4 METODOLOGIA 16
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 18
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO 28
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 38
REFEREcircNCIAS 39
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
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Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
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Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
10
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas socioeconocircmicas ocorridas nos uacuteltimos seacuteculos causaram
reflexos significativos no perfil de sauacutede mundial Atualmente as doenccedilas crocircnicas
natildeo transmissiacuteveis (DCNT) predominam como principais causas de morbidade e
mortalidade e seu controle apresenta-se como grande desafio em todo o mundo
(BRASIL 2006)
Dentre as DCNT as doenccedilas cardiovasculares (DCV) assumem fundamental
importacircncia
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) revelam que
aproximadamente 17 milhotildees de mortes por ano no mundo satildeo causadas por DCV
o que corresponde a quase um terccedilo do total (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE
SAUacuteDE 2013)
Estima-se que ateacute 2020 essas doenccedilas se mantenham como principais
causas de morte e incapacitaccedilatildeo sendo os paiacuteses em desenvolvimento mais
afetados por esses agravos do que os paiacuteses desenvolvidos (RAMIRESCHAGAS
apud JARDIM et al 2010)
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede [] a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) eacute a mais frequente das doenccedilas cardiovasculares Eacute tambeacutem o principal fator de risco para as complicaccedilotildees mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocaacuterdio aleacutem da doenccedila renal crocircnica terminal (BRASIL 2006 p7)
De acordo com dados da OMS entre as DCV as complicaccedilotildees da HAS
causam 94 milhotildees de mortes anualmente (ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE
2013)
O fato de se tratar de uma doenccedila que inicialmente natildeo causa sintomas
cliacutenicos expressivos na maioria dos pacientes tem por consequecircncia o diagnoacutestico
dificultado
Aleacutem disso mesmo com o agravo diagnosticado a ausecircncia de sintomas
contribui para baixa adesatildeo ao tratamento
Haacutebitos de vida inadequados como sedentarismo maacute alimentaccedilatildeo e estresse
provocado pelas atividades diaacuterias relacionam-se com o desenvolvimento da
doenccedila aleacutem dos fatores geneacuteticos
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil estima-se que 17 milhotildees de
pacientes sejam portadores de HAS ou seja cerca de 35 da populaccedilatildeo de 40
anos e mais (BRASIL 2006)
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
11
Assim verifica-se a necessidade de medidas mais especiacuteficas para controle
desse agravo nos atendimentos em sauacutede natildeo apenas na abordagem individual dos
pacientes mas tambeacutem no acircmbito coletivo com o desenvolvimento de poliacuteticas de
sauacutede puacuteblica
11 ndash Municiacutepio de atuaccedilatildeo
O municiacutepio de Lagoa Santa integra a regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte
encontrando-se a 35 Km da capital mineira 776 Km de Brasiacutelia 553 km do Rio de
Janeiro e 641 Km de Satildeo Paulo Os municiacutepios limiacutetrofes satildeo Confins
Jaboticatubas Pedro Leopoldo Santa Luzia e Vespasiano Eacute uma regiatildeo calcaacuteria
situada na Bacia Meacutedia do Rio das Velhas A regiatildeo eacute formada por Planaltos com
relevos pouco acentuados clima tropical e temperatura meacutedia anual de 22ordmC
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) o
municiacutepio possui uma aacuterea de 229267 kmsup2 e uma populaccedilatildeo de cerca 52500
habitantes e uma concentraccedilatildeo habitacional de 22827 hab kmsup2 e o nuacutemero
aproximado de domiciacutelios e famiacutelias de de 20558 e 15447 respectivamente
(IBGE 2010)
O municiacutepio eacute sede do Aeroporto Internacional Tancredo Neves do Parque
do Material Aeronaacuteutico aleacutem da reserva ecoloacutegica Parque do Sumidouro
No que diz respeito aos aspectos socioeconocircmicos o Indice de
Desenvolvimento Humano (IDH) eacute de 0783 A populaccedilatildeo eacute predominantemente
urbana ( 93 da populaccedilatildeo ) sendo a Renda Meacutedia Familiar por domiciacutelios urbanos
de R$ 374049 e por domiciacutelios rurais de R$ 194961 Apresenta 53 dos domiciacutelios
com saneamento total adequado e 12 dos domiciacutelios com saneamento total
inadequado sendo o restante considerado semi-adequado (IBGE 2010)
Sua economia encontra-se voltada para a induacutestria pricipalmente as induacutestria
de construccedilatildeo civil e de transformaccedilatildeo Na agricultura apresenta-se como
importante produtor no cultivo de abacaxi cana de accediluacutecar mandioca uva tangerina
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
12
e limatildeo Em relaccedilatildeo agrave pecuaacuteria as principais produccedilotildees satildeo de bovinos codornas e
equinos (PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
No que diz respeito aos aspectos demograacuteficos haacute na populaccedilatildeo total
predomiacutenio de mulheres (sexo feminino51 sexo masculino49 ) sendo o
mesmo verificado na divisatildeo por faixas etaacuterias com exceccedilatildeo das faixas de 05 a 14
anos e 15 a 19 anos A faixa etaacuteria de 20 a 24 anos apresenta nuacutemeros semelhantes
de homens e mulheres A taxa de crescimento anual vem apresentando decreacutescimo
sendo que no periacuteodo entre 1980 e 1991 o municiacutepio apresentou o equivalente a
uma taxa de crescimento de 394 anual no periacuteodo de 1991 a 1996 este
incremento foi de 327 anual e de 2000 a 2007 este incremento foi de 247 anual
no periacuteodo (IBGE 2010)
A populaccedilao residente alfabetizada eacute de 46498 pessoas o que corresponde
a 8853 da populaccedilatildeo (IBGE 2010)
O municiacutepio possui um Conselho Municipal de Sauacutede composto por dezesseis
membros sendo oito representantes de entidades natildeo governamentais quatro
representantes dos trabalhadores do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e quatro
representantes ligados agrave Administraccedilatildeo Municipal Apresenta 17 Equipes de Sauacutede
da Famiacutelia duas unidades de apoio e 11 Equipes de Sauacutede Bucal tendo cobertura
de 100 da populaccedilatildeoConta com o hospital Santa Casa de Lagoa Santa
(PREFEITURA DE LAGOA SANTA 2010)
A Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Centro localiza-se em uma das principais
ruas do centro da cidade permitindo faacutecil acesso da populaccedilatildeo em geral A unidade
atualmente encontra-se pouco equipada sem recursos como glicosiacutemetro
nebulizador instrumental ciruacutergico para pequenas cirurgias e instrumentais e
medicaccedilatildeo para realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
A unidade de sauacutede funciona de 700 agraves 1630 O atendimento da recepccedilatildeo eacute
feito por funcionaacuterios do setor administrativo com auxilio das Agentes Comunitaacuterias
de Sauacutede (ACS)
A UBS Centro atende uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas e
contava com apenas uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) para os atendimentos
Em Maio2013 foi formada uma nova equipe para atendimento na Unidade de Apoio
(UA) Morro do Cruzeiro a qual constitue o foco deste trabalho
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
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HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
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40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
13
A UA Morro do Cruzeiro atende parte da aacuterea de abrangecircncia da UBS Centro
a qual se encontra agrave grande distacircncia da mesma Apresenta uma populaccedilatildeo com
predomiacutenio de baixo niacutevel soacutecio-econocircmico e maior dependecircncia dos serviccedilos
fornecidos pelo SUS caracterizando-se pela alta vulnerabilidade Aleacutem da situaccedilatildeo
socio-econocircmica precaacuteria natildeo havia transporte puacuteblico na aacuterea o que dificultava o
acesso e locomoccedilatildeo da populaccedilatildeo
Dessa forma iniciou-se o atendimento no local com o objetivo de suprir uma
demanda reprimida da populaccedilatildeo que natildeo era devidamente acompanhada devido
agraves dificuldades relatadas
O atendimento eacute realizado no local onde anteriormente funcionava a
Associaccedilatildeo de Moradores do Bairro o qual se encontra em peacutessimas condiccedilotildees
estruturais As salas de atendimento apresentam paredes mofadas portas e pias
estragadas Faltam locais para realizaccedilatildeo de curativos macas adequadas para
atendimento e material para realizaccedilatildeo de exame ginecoloacutegico e preacute-natal Natildeo haacute
recursos como glicosiacutemetro nebulizador medicaccedilotildees baacutesicas e instrumentos para
realizaccedilatildeo de atendimento em urgecircnciasemergecircncias
Em relaccedilatildeo ao atendimento haacute predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a
demanda programada A populaccedilatildeo natildeo apresenta acompanhamento adequado no
que diz respeito ao controle de doenccedilas crocircnicas realizaccedilatildeo de puericultura e
exames ginecoloacutegicos
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
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40
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LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
14
2 JUSTIFICATIVA A HAS constitui hoje um importante problema de sauacutede puacuteblica em todo o
mundo devido agrave sua magnitude e possiacuteveis consequecircncias advindas do tratamento
inadequado ou da ausecircncia do mesmo
Na UA Morro do Cruzeiro esta realidade natildeo se mostra de forma diferente
uma vez que a praacutetica cotidiana evidenciou natildeo soacute uma expressiva presenccedila de
pacientes hipertensos como tambeacutem a irregularidade ou ausecircncia de
acompanhamento dos mesmos
Assim a partir da realizaccedilatildeo do diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia dessa Unidade a HAS foi considerada um problema prioritaacuterio Tal fato
motivou a proposta de elaboraccedilatildeo de um plano de intervenccedilatildeo para abordagem
desta questatildeo junto agrave populaccedilatildeo e agrave Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
15
3 OBJETIVOS 31 Objetivo Geral Elaborar proposta de intervenccedilatildeo para o acompanhamento adequado de
pacientes portadores de HAS pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia da UA Morro do
Cruzeiro
32 Objetivos Especiacuteficos Atualizar registros dos pacientes hipertensos da UA Morro do Cruzeiro
Capacitar a ESF
Organizar o processo de atendimento de acordo com as diretrizes
recomendadas
Sensibilizar os pacientes em relaccedilatildeo agrave importacircncia do tratamento da HAS
Classificar os pacientes hipertensos de acordo com o risco cardiovascular
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
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40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
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LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
16
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizado o diagnoacutestico situacional construiacutedo a partir da
observaccedilatildeo da aacuterea de abrangecircncia e da dinacircmica diaacuteria dos serviccedilos da UBS da
anaacutelise de dados de Sistemas de Informaccedilatildeo e da avaliaccedilatildeo dos atendimentos e
prontuaacuterios dos pacientes atraveacutes do Meacutetodo de Estimativa Raacutepida
De acordo com Campos Faria e Santos (2010 p 36)
A Estimativa Raacutepida constitui um modo de se obterem informaccedilotildees sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento num curto periacuteodo de tempo e sem altos gastos constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo
Ainda segundo esses autores o referido meacutetodo apoia-se nos princiacutepios de
coletar somente os dados pertinentes e necessaacuterios adquirir dados que reflitam as
caracteriacutesticas locais e suas especificidades e buscar a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
na confecccedilatildeo da Estimativa Raacutepida (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
Foram identificadas vaacuterias deficiecircncias relacionadas ao serviccedilo de sauacutede tais
como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda programada
no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de doenccedilas
crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo dos mesmos Apoacutes a anaacutelise entre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)
Para o levantamento bibliograacutefico de sustentaccedilatildeo teoacuterica foram utilizadas as
bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) o site de pesquisa Google
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
17
Cientiacutefico o site do Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) publicaccedilotildees do
Governo Federal especialmente do Ministeacuterio da Sauacutede o Banco de dados do
Sistema de Informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) e o DATASUS
Por fim foi elaborado o Plano de Intervenccedilatildeo utilizando-se o meacutetodo do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) simplificado de acordo com Campos
Faria Santos (2010)
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
18
5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo A hipertensatildeo arterial sistecircmica eacute uma condiccedilatildeo cliacutenica multifatorial caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de pressatildeo arterial (PA) Associa-se frequentemente a alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e a alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010 p 1)
A HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle sendo considerada um
dos principais fatores de risco modificaacuteveis e um dos mais importantes problemas de
sauacutede puacuteblica segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira
de Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBCSBHSBN 2010)
51 Epidemiologia
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave
elevaccedilatildeo da PA sendo 54 por acidente vascular encefaacutelico (AVE) e 47 por
doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo (DIC) (WILLIAMS 2010 apud SBCSBHSBN 2010
p 1)
Da mesma forma no Brasil as doenccedilas cardiovasculares predominam como
principal causa de morte Em 2007 ocorreram ldquo308466 oacutebitos por doenccedilas do
aparelho circulatoacuterio sendo 314 por AVE e 30 por DICrdquo (WILLIAMS 2010 apud
SBCSBHSBN 2010 p 1)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios (PNAD) divulgados
pelo IBGE em 2010 apontam que 595 milhotildees de brasileiros possuem pelo menos
uma doenccedila crocircnica sendo a HAS citada em 14 dos casos
Segundo as Sociedade Brasileira de Cardiologia Sociedade Brasileira de
Hipertensatildeo Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010) a prevalecircncia estimada da
HAS no Brasil eacute na populaccedilatildeo adulta em torno de 35 de acordo com inqueacuteritos
populacionais em cidades brasileiras nos uacuteltimos 20 anos
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
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Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
19
Esse nuacutemero eacute crescente e seu aparecimento estaacute cada vez mais precoce
Estima-se que cerca de 4 das crianccedilas e adolescentes tambeacutem sejam portadoras
de HAS (BRASIL 2006)
No municiacutepio de Lagoa Santa 18 das causas de oacutebitos registradas em 2011
estavam relacionadas a doenccedilas cardiovasculares configurando a principal causa
de oacutebitos tambeacutem neste municiacutepio Desses oacutebitos 3428 ocorreram por DIC e
20 por AVC ( DATASUS 2013)
Graacutefico 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no municiacutepio de Lagoa Santa em 2011
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico DIC - Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Fonte elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados do DATASUS
O documento elaborado conjuntamente pelas Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) Sociedade Brasileira de Hipertensatildeo (SBH) e Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2010 denominado VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensatildeo (DBH VI) apresenta um profundo estudo sobre a HAS sua
fisiopatologia fatores de risco e proteccedilatildeo propedecircutica e tratamento O documento
aponta que dentre os fatores ligados agrave HAS observa-se uma relaccedilatildeo direta e linear
da PA com a idade chegando a prevalecircncia a cerca de 75 na populaccedilatildeo acima de
70 anos Existe ainda uma predominacircncia da doenccedila em negros em relaccedilatildeo aos
brancos Aponta ainda que o excesso de peso se associa com maior prevalecircncia de
HAS desde idades jovens e na vida adulta o incremento de 24 Kgmsup2 no iacutendice de
massa corporal acarreta maior risco de desenvolver HAS e que a ingestatildeo excessiva
0
5
10
15
20
25
30
35
AVE DIC HAS Outras
20
3420
1714
2857
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
20
de soacutedio tem sido correlacionada com elevaccedilatildeo da PA assim como tem sido
demonstrado efeito hipotensor na restriccedilatildeo do mesmo
No que concerne agrave ingestatildeo de aacutelcool as DBH VI afirmam que caso a
mesma ocorra por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a
mortalidade cardiovascular em geral Em contrapartida a atividade fiacutesica reduz a
incidecircncia de HAS assim como a mortalidade e o risco de doenccedilas
cardiovasculares
Acredita-se que pela natureza assintomaacutetica desta doenccedila grande parte da
populaccedilatildeo hipertensa natildeo eacute diagnosticada ateacute apresentar seu primeiro evento
cardiovascular ndash geralmente um AVE isquecircmico Dessa forma observa-se a
importacircncia da prevenccedilatildeo de agravos e da promoccedilatildeo de sauacutede
52 Classificaccedilatildeo e estratificaccedilatildeo de risco A HAS eacute diagnosticada pela detecccedilatildeo de niacuteveis elevados e sustentados de
PA pela medida casual Os valores de classificaccedilatildeo das medidas estatildeo
apresentados na tabela a seguir extraiacuteda do documento DBH VI (SBCSBHSBN
2010 p8)
Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial de acordo com a medida casual no consultoacuterio (gt 18 anos)
Classificaccedilatildeo Pressatildeo sistoacutelica (mmHg)
Pressatildeo diastoacutelica (mmHg)
Oacutetima lt 120
lt 80
Limiacutetrofe 130ndash139
85ndash89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159
90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160-179
100-109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180
ge 110
Hipertensatildeo sistoacutelica isolada
ge 140
lt 90
Quando as pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Pressatildeo normal-alta ou preacute-hipertensatildeo satildeo termos que se equivalem na literatura Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
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Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
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Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
21
Os dados presentes na Tabela 1 transmitem as informaccedilotildees do que se
considera atualmente uma PA oacutetima normal limiacutetrofe hipertensatildeo estaacutegios 12 3 e
hipertensatildeo sistoacutelica isolada Essa uacuteltima eacute definida como comportamento anormal
da PA sistoacutelica com PA diastoacutelica normal
O Ministeacuterio da Sauacutede apresenta classificaccedilatildeo com ligeiras modificaccedilotildees
sendo que os valores de PA oacutetima satildeo classificados como normal e PA entre oacutetima e
hipertensatildeo estaacutegio 1 classificados como preacute-hipertensatildeo A classificaccedilatildeo de
hipertensatildeo estaacutegio 3 natildeo eacute considerada sendo os valores correspondentes
classificados tambeacutem como hipertensatildeo estaacutegio 2 (BRASIL 2006)
A hipertensatildeo sistoacutelica isolada e a pressatildeo de pulso satildeo fatores de risco
importantes para doenccedila cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos
(SBCSBHSBN 2010)
O diagnoacutestico exige cautela tanto pelo risco de um caso falso-positivo como
pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do indiviacuteduo e o custo social resultante Dessa
forma deveraacute ser sempre validado por medidas repetidas em condiccedilotildees ideais em
pelo menos trecircs ocasiotildees (BRASIL 2006)
Uma vez realizado o diagnoacutestico deve-se proceder com a realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e laboratorial detalhada tendo por objetivo identificar fatores
de risco cardiovasculares pesquisar lesotildees em oacutergatildeos-alvo pesquisar
comorbidades estratificar o risco cardiovascular global e avaliar indiacutecios de
hipertensatildeo arterial secundaacuteria (SBCSBHSBN 2010)
Aleacutem da classificaccedilatildeo da HAS a estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute um
componente fundamental para a abordagem desse agravo
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
A intensidade das intervenccedilotildees preventivas deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indiviacuteduo e natildeo pelo valor de um determinado fator Em termos praacuteticos costuma-se classificar os indiviacuteduos em trecircs niacuteveis de risco - baixo moderado e alto - para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares maiores (BRASIL 2006 p 16)
A determinaccedilatildeo do risco cardiovascular deve ser individualizada e para que
seja estimada de forma mais precisa pode-se utilizar escores de prediccedilatildeo
Poreacutem de acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede natildeo foram desenvolvidos
escores para estratificaccedilatildeo de risco que levem em consideraccedilatildeo o contexto brasileiro
(BRASIL 2006)
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
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LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
22
A Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais (SES ndash MG) recomenda a
utilizaccedilatildeo da escala de risco de Framingham revisada (MINAS GERAIS 2013)
A escala de risco cardiovascular de Framingham foi desenvolvida com base
em um grande estudo populacional de coorte chamado Estudo de Framingham
iniciado em 1948 na cidade de Framingham Massachusetts sob direccedilatildeo do National
Heart Institute O objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuiacuteam para o
desenvolvimento das doenccedilas cardiovasculares pouco conhecidos ateacute entatildeo Os
resultados das observaccedilotildees permitiram a identificaccedilatildeo dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos (Framingham Heart Study 2006)
O escore de Framingham revisado utiliza os seguintes preditores idade sexo
colesterol total e HDL diabetes tabagismo pressatildeo arterial sistoacutelica tratada e natildeo-
tratada A partir deste instrumento os indiviacuteduos satildeo classificados em risco de
desenvolver em 10 anos um evento cardiovascular como morte decorrente de
agravo cardiovascular IAM insuficiecircncia coronariana angina AVE isquecircmico e
hemorraacutegico ataque isquecircmico transitoacuterio doenccedila arterial perifeacuterica e insuficiecircncia
cardiacuteaca (MINAS GERAIS 2013)
53 ndash Tratamento O tratamento eacute constituiacutedo por medidas natildeo farmacoloacutegicas isoladas ou
associadas a medicaccedilotildees anti-hipertensivas sendo seu principal objetivo a reduccedilatildeo
da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso(BRASIL
2006)
As mudanccedilas no estilo de vida satildeo fundamentais no processo terapecircutico e
na prevenccedilatildeo da hipertensatildeo Alimentaccedilatildeo adequada sobretudo quanto ao consumo de sal controle do peso praacutetica de atividade fiacutesica tabagismo e uso excessivo de aacutelcool satildeo fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados sem o que mesmo doses progressivas de medicamentos natildeo resultaratildeo alcanccedilar os niacuteveis recomendados de pressatildeo arterial (BRASIL2006 p7 )
A tabela 2 retirada das DBH VI apresenta sugestotildees de modificaccedilotildees suas
recomendaccedilotildees e benefiacutecios (SBCSBHSBN 2010)
23
Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
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CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
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40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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Tabela 2 - Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (Iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm)
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2 g (5 g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3 g + 2 g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30 gdia de etanol para os homens e 15 gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
Fonte VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo 2010
Segundo dados da tabela 2 mudanccedilas como realizaccedilatildeo regular de atividade
fiacutesica e reduccedilatildeo no consumo de sal podem levar a reduccedilatildeo de cerca 4 a 9 mmHg da
PAS e em caso de perda de 10 Kg de peso pode-se reduzir a PAS em ateacute 20
mmHg o que demonstra a importacircncia das mudanccedilas de haacutebitos de vida
Em relaccedilatildeo ao tratamento farmacoloacutegico os agentes anti-hipertensivos tecircm a
funccedilatildeo natildeo apenas de reduzir os niacuteveis tensionais mas tambeacutem diminuir a
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
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6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
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Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
24
ocorrecircncia dos eventos cardiovasculares fatais Sua accedilatildeo terapeutica ocorre atraveacutes
da interferecircncia em diferentes aspectos da fisiopatologia da doenccedila As principais
classes de anti-hipertensivos utilizadas satildeo Diureacuteticos Inibidores adreneacutergicos
Vasodilatadores diretos Antagonistas do sistema renina-angiotensina Bloqueadores
dos canais de caacutelcio Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II Inibidor
direto da renina (BRASIL 2006)
Alguns princiacutepios gerais norteiam o estabelecimento do tratamento como a
eficaacutecia da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva por via oral sua toleracircncia e administraccedilatildeo
poucas vezes ao dia Deve-se iniciar com as menores doses efetivas com aumento
gradativo aguardando pelo menos quatro semana para aumento da dose ou
substituiccedilatildeo dos faacutermacos salvo em casos especiacuteficosPode-se considerar o uso
combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensatildeo em
estaacutegios 2 ou mais (BRASIL 2006)
O tratamento deve ser particularizado levando em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees
socioeconocircmicas do paciente e o grau de instruccedilatildeo Eacute fundamental explicar a
respeito do carater crocircnico da doenccedila e necessidade de tratamento continuo assim
como dos possiacuteveis efeitos adversos provocados pelas medicaccedilotildees(BRASIL 2006)
54 - Adesatildeo ao Tratamento A taxa de hipertensos sob controle apresenta-se insatisfatoacuteria em todo o
mundo Um estudo brasileiro revelou que em indiviacuteduos adultos 508 sabiam ser
hipertensos 405 estavam em tratamento e apenas 104 tinham PA controlada
(MINAS GERAIS 2009)
Um dos principais desafios para o controle adequado da HAS eacute a baixa
adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Fatores relacionados aos pacientes como a falta de conhecimento sobre a
doenccedila baixo niacutevel socioeconocircmico aspectos culturais e crenccedilas errocircneas
adquiridas satildeo citados pelas DBH VI como determinantes de natildeo adesatildeo ao
tratamento (SBCSBHSBN2010)
Acrescenta-se ainda a negligecircncia do tratamento decorrente do curso
inicialmente assintomaacutetico e o caraacuteter crocircnico da patologia Os pacientes se
reconhecem efetivamente doentes apenas quando as alteraccedilotildees passam a afetar a
qualidade de vida e impedem a realizaccedilatildeo das atividades habituais
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
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Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
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Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
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6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
25
Observa-se tambeacutem que pacientes com pouca instruccedilatildeo tem menos
conhecimento de como prevenir as doenccedilas e portanto menor baixa adesatildeo agraves
mudanccedilas de haacutebitos de vida e ao tratamento farmacoloacutegico (SBC SBH SBN
2010)
Deve-se levar em consideraccedilatildeo tambeacutem a ocorrecircncia de efeitos indesejaacuteveis
das medicaccedilotildees e a interferecircncia na qualidade de vida apoacutes iniacutecio do tratamento
Fatores relacionados aos serviccedilos de sauacutede tambeacutem podem interferir na
adesatildeo ao tratamento O relacionamento inadequado com a equipe de sauacutede
tempo de atendimento prolongado dificuldade na marcaccedilatildeo de consultas falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviccedilo satildeo pontos
observados (SBCSBHSBN 2010)
55 - Abordagem na Atenccedilatildeo Baacutesica Diante da complexidade do processo de acompanhamento e controle da
HAS verifica-se a necessidade de uma abordagem sistematizada e organizada do
atendimento baseando-se em diretrizes atualizadas de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Aleacutem disso eacute necessaacuteria atuaccedilatildeo de uma equipe de sauacutede multiprofissional
que utilize estrateacutegias individuais e coletivas visando natildeo apenas o tratamento mas
tambeacutem a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede sobretudo na Atenccedilatildeo
Baacutesica Nesse acircmbito o Programa de Sauacutede da Famiacutelia(PSF) apresenta-se como
fundamental para a abordagem integral do referido agravo visto que o processo de
trabalho pressupotildee viacutenculo com a comunidade levando em consideraccedilatildeo as
peculiaridades da populaccedilatildeo atendida (BRASIL 2006)
A equipe miacutenima de Sauacutede da Famiacutelia eacute constituiacuteda por um meacutedico um
enfermeiro um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitaacuterios de sauacutede devendo atuar de forma integrada com competecircncias bem
definidas (BRASIL 2006)
Os ACS constituem eixo fundamental de ligaccedilatildeo entre os domiciacutelios e a
Unidade de Sauacutede representando a principal diferenccedila entre a atuaccedilatildeo do PSF e da
atividade usual da UBS nos seus moldes de atuaccedilatildeo tradicional (ARAUacuteJO
GUIMARAtildeES 2007)
26
A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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A participaccedilatildeo ativa de profissionais como nutricionista psicoacutelogo assistente
social educador fiacutesico fisioterapeuta farmacecircutico e terapeuta ocupacional no
cuidado dos pacientes tambeacutem auxilia e facilita a abordagem de diferentes aspectos
da doenccedila
Para o Ministeacuterio da Sauacutede as principais accedilotildees da equipe multiprofissional
satildeo bullPromoccedilatildeo agrave sauacutede (accedilotildees educativas com ecircnfase em mudanccedilas do estilo de vida correccedilatildeo dos fatores de risco e divulgaccedilatildeo de material educativo) bullTreinamento de profissionais bullEncaminhamento a outros profissionais quando indicado bullAccedilotildees assistenciais individuais e em grupo bullGerenciamento do programa (BRASIL 2006 p24)
Outro aspecto prioritaacuterio diz respeito agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho
da ESF
De acordo com a SES-MG o estabelecimento de uma atenccedilatildeo programada
permite maior eficiecircncia na utilizaccedilatildeo dos recursos disponiacuteveis aleacutem de propiciar
maior adesatildeo ao tratamento (MINAS GERAIS 2013)
Ainda segundo a SESMG os paracircmetros assistenciais para os
hipertensos seguem-se nos quadros abaixo
Quadro 1- Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e procedimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Consulta meacutedica 2 consultasano 3 consultasano 3 consultasano Consulta de enfermagem 2 consultasano 4 consultasano 2 consultasano
Grupo Operativo 4 atividadesano 4 atividadesano 4 atividadesano
Visita domiciliar pelo ACS 12 visitasano 12 visitasano 12 visitasano
Eletrocardiograma 1 a cada 3 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Fundoscopia 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Raio X de toacuterax 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
27
Quadro 2 - Paracircmetros de assistecircncia para os usuaacuterios com hipertensatildeo arterial sistecircmica por estrato e exame laboratorial na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede
Procedimento previsto
Estratificaccedilatildeo dos usuaacuterios Baixo risco cardiovascular global (40 dos usuaacuterios)
Moderado risco cardiovascular global (35 dos usuaacuterios)
Alto risco cardiovascular global (25 dos usuaacuterios)
Glicemia de jejum 1 a cada 3 anos 1 a cada 2 anos 1 a cada ano Creatinina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano Potaacutessio 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol total 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Colesterol fraccedilotildees 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Trigliceacuterides 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Urina rotina 1 a cada 1 ano 1 a cada ano 1 a cada ano
Microalbuminuacuteria 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano Hemoglobina ou hematoacutecrito 1 a cada 2 anos 1 a cada ano 1 a cada ano
Fonte Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais 2013
Os quadros apresentam as recomendaccedilotildees do nuacutemero de consultas
meacutedicas e de enfermagem procedimentos e exames laboratoriais de rotina de
acordo com a classificaccedilatildeo de risco cardiovascular do paciente Atraveacutes da
utilizaccedilatildeo desses paracircmetros busca-se prevenir complicaccedilotildees e evitar ocorrecircncia
de agudizaccedilotildees da doenccedila
28
6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
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Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO Segundo Matus (1989) ldquo[] planejar eacute como preparar-se para a accedilatildeordquo
(MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p21)
Ainda segundo o mesmo autor ldquoo plano eacute um produto momentacircneo de um
processo de planejamentordquo e funciona como um instrumento para orientar a accedilatildeo da
equipe que planeja (MATUS 1989 apud CAMPOS FARIA SANTOS 2010 p16)
Existem diferentes modelos de planejamento A elaboraccedilatildeo deste plano foi
baseada no Planejamento Estrateacutegico Situacional seguindo o referencial teoacuterico
discutido na disciplina Planejamento e Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia da Universidade Federal
de Minas Gerais
A elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico situacional a identificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos
problemas e a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo satildeo etapas fundamentais no processo
desse planejamento e permitem enfrentar os problemas de maneira mais
sistematizada e consequentemente com mais chances de sucesso
Portanto uma vez realizado e discutido o diagnoacutestico situacional da aacuterea de
abrangecircncia realizou-se a construccedilatildeo do plano de accedilatildeo seguindo os passos
descritos abaixo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
61 Definiccedilatildeo e priorizaccedilatildeo dos problemas A partir da realizaccedilatildeo do Diagnoacutestico Situacional da aacuterea de abrangecircncia da
UA Morro do Cruzeiro foram identificadas vaacuterias deficiecircncia relacionadas ao serviccedilo
de sauacutede tais como
Predomiacutenio da demanda espontacircnea sobre a demanda
programada no atendimento
Acompanhamento deficiente dos pacientes portadores de
doenccedilas crocircnicas
Equipe de sauacutede incompleta
Deficiecircncia de estrutura da UBS
Desorganizaccedilatildeo da Gestatildeo Gerenciamento
Altos iacutendices de tabagismo e etilismo
29
Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
34
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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Os problemas foram avaliados segundo sua importacircncia sua urgecircncia e a
capacidade de resoluccedilatildeo do mesmo Apoacutes a anaacutelise dentre os problemas
selecionados o escolhido como prioritaacuterio tanto pela gravidade como pela
possibilidade de intervenccedilatildeo foi o acompanhamento deficiente dos pacientes
portadores de doenccedilas crocircnicas dentre os quais se destacam os pacientes
portadores de HAS
62 Seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos Para enfrentar um problema eacute necessaacuterio identificar suas causas mais
especificamente seus ldquonoacutes criacuteticosrdquo Segundo Campos Faria e Santos (2010 p63)
satildeo causas que quando abordadas satildeo capazes de ldquoimpactar de o problema
principal e efetivamente transformaacute-lordquo
Dentro dessa perspectiva os noacutes criacuteticos identificados foram
Registros desatualizados dos hipertensos
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes
hipertensos
Dessa forma percebe-se que o problema selecionado apresenta vaacuterios
pontos passiacuteveis de intervenccedilatildeo que podem melhorar a qualidade de vida e diminuir
os riscos da populaccedilatildeo
63 Desenho das operaccedilotildees A partir dos noacutes criacuteticos identificados foram descritos os projetos
necessaacuterios para a sua soluccedilatildeo assim como os resultados esperados dessas
operaccedilotildees e os recursos necessaacuterios agrave sua execuccedilatildeo Dentre os recursos
necessaacuterios citam-se os econocircmicos organizacionais (referentes agrave estrutura fiacutesica
recursos humanos equipamentos) cognitivos (conhecimentos disponiacuteveis e
acumulados) e de poder ou poliacuteticos
Os dados desenvolvidos estatildeo apresentados no quadro que se segue
30
Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
40
JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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Quadro 3 ndash Desenho de Operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos Noacute Criacutetico OperaccedilatildeoProje
to Resultados esperados
Produtos esperados
Recursos necessaacuterios
Registros desatualizados dos hipertensos
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
- Todos os pacientes hipertensos pertencentes agrave aacuterea de abrangecircncia cadastrados e acompanhados adequadamente - Registros atualizados regularmente
-Reorganizaccedilatildeo de cadastros e informaccedilotildees de acompanhamento -Atualizaccedilatildeo regular dos cadastros de pacientes hipertensos - Visitas domiciliares do Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) em frequecircncia adequada -Busca ativa de pacientes hipertensos sem consultas
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS Poliacuteticos Envolvimento dos profissionais de sauacutede
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de qualidade ao paciente portador de HAS
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de preparo da Equipe de Sauacutede da
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF
- Orientaccedilatildeo e treinamento da ESF para uma assistecircncia de
- Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e
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Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
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6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
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Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
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implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
31
Famiacutelia (ESF)
sobre os cuidados prestados ao hipertenso
qualidade ao paciente portador de HAS
ACS -Definir as atribuiccedilotildees de cada componente da ESF para acompanhamento dos pacientes hipertensos - Atendimento de qualidade aos pacientes hipertensos
materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
Falta de organizaccedilatildeo para atendimento programado
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliaresgrupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes - Afericcedilatildeo regular dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes hipertensos
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
Baixa adesatildeo dos pacientes ao tratamento
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e
- Detecccedilatildeo de causas de baixa adesatildeo dos pacientes hipertensos ao tratamento
- Revisatildeo terapecircutica em conformidade com as caracteriacutesticas individuais dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho estruturaccedilatildeo de grupos
32
propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
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Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Adequaccedilatildeo de tratamento individualizada - Medicamentos usados de maneira correta pelos pacientes -Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os riscos da HAS descontrolada - Aumento de pacientes com HAS controlada
- Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo da populaccedilatildeo e adesatildeo ao tratamento - Formaccedilatildeo de grupos operativos - Fornecimento de Cartatildeo de Controle do Hipertenso - Desenvolver accedilotildees educativas de promoccedilatildeo agrave sauacutede e mudanccedilas de haacutebitos e estilo de vida - Estabelecer junto a equipe estrateacutegias de atendimento que possam favorecer a adesatildeo do paciente agrave terapia
operativos Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
Ausecircncia de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes hipertensos
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
- Todos os pacientes hipertensos da aacuterea de abrangecircncia classificados de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 - Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
- Classificaccedilatildeo de risco implementada - Agendamento de consultas e realizaccedilatildeo de exames de acordo com a Classificaccedilatildeo de Risco - Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos dos pacientes
Organizacionais Mudanccedila no processo de trabalho planejamento das accedilotildees Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
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6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
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Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
33
6 4 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos e anaacutelise da viabilidade do plano
Recursos criacuteticos satildeo aqueles indispensaacuteveis para a execuccedilatildeo de uma
operaccedilatildeo e consequentemente essenciais para a viabilidade de um plano
Eacute importante ter clareza de quais satildeo esses recursos para que se possa criar
estrateacutegias a fim de viabilizaacute-los
Nesse ponto eacute preciso ressaltar que o ator que planeja natildeo controla todos os
recursos necessaacuterios para a execuccedilatildeo do plano
Portanto foram identificados os atores que controlam os recursos criacuteticos e
sua motivaccedilatildeo em relaccedilatildeo a cada operaccedilatildeo e propostas em cada caso accedilotildees
estrateacutegicas para motivar os atores identificados como sintetizado no Quadro 4 Quadro 4 ndash Anaacutelise da viabilidade do Plano OperaccedilatildeoProjeto Recursos
Criacuteticos Ator que controla
Motivaccedilatildeo Accedilotildees estrateacutegicas
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Organizacionais montagem e organizaccedilatildeo de arquivos adequaccedilatildeo de fluxos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe capacitaccedilatildeo do ACS
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)
Favoraacutevel
- Apresentaccedilatildeo do Projeto - Capacitaccedilatildeo das ACS
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais para capacitaccedilatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema capacitaccedilatildeo da ESF Poliacuteticos sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede para capacitaccedilatildeo
-Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia -Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe e implementaccedilatildeo da agenda programada mudanccedila no processo de trabalho Cognitivos conhecimento dos Protocolos de Atendimento Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Econocircmicos aquisiccedilatildeo de agendas
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - ESF
Favoraacutevel Conhecimento dos protocolos e diretrizes
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
- Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do Hipertenso aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos pacientes Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio da ESF
- Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaria - Secretaria Municipal de Sauacutede -ESF
Favoraacutevel Sensibilizaccedilatildeo dos pacientes
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES ndash MG
Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo da ESF Cognitivos Conhecimento das VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013
- Meacutedico da ESF - Coordenaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Primaacuteria - Secretaria Municipal de Sauacutede
Favoraacutevel Apresentaccedilatildeo do Projeto
35
6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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6 5 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
Foi realizada a elaboraccedilatildeo do plano operativo que tem como objetivo
designar os responsaacuteveis por cada operaccedilatildeo (gerente de operaccedilatildeo) e definindo o
prazo para execuccedilatildeo das mesmas conforme o Quadro 5
Quadro 5 ndash Plano Operativo
Operaccedilotildees Resultados Produtos Accedilotildees estrateacutegicas
Responsaacute vel
Prazo
Cadastro atual Atualizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento dos hipertensos e reorganizaccedilatildeo dos cadastros
Todos os hipertensos da aacuterea de abrangecircncia acompanhados e com cadastros atualizados
Reorganizaccedilatildeo das informaccedilotildees de acompanhamento da hipertensatildeo
-Apresentaccedilatildeo do Projeto agrave ESF - Capacitaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da ESF
ESF Iniacutecio imediato de atualiza ccedilatildeo de cadastros Capacita ccedilatildeo e articula ccedilatildeo da organiza ccedilatildeo de cadastros03 meses
Conhecer mais Orientar e capacitar a ESF sobre os cuidados prestados ao hipertenso
Capacitaccedilatildeo adequada de todos os componentes da ESF
Orientaccedilatildeo e treinamento da equipe para uma assistecircncia de qualidade ao paciente hipertenso
Apresenta ccedilatildeo do Projeto agrave Secretaria de Sauacutede Capacitaccedilatildeo do enfermeiro teacutecnico de enfermagem e ACS
- Meacutedico da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia - Secretaria de Sauacutede
Capacita ccedilatildeo da equipe 03 meses
Programar eacute legal Organizar a agenda de acordo com os Protocolos da Secretaria Estadual de Sauacutede ndash Programa Hiperdia Minas 2013 e VI Diretrizes Brasileiras de
- Agendas organizadas - Atendimento com horaacuterio programado realizados de forma planejada e organizada - Melhor adesatildeo dos pacientes ao tratamento
- Marcaccedilatildeo de consultas de acordo com a classificaccedilatildeo de risco dos pacientes - Programaccedilatildeo das atividades (consultas meacutedicas consultas de enfermagem visitas domiciliares
- Conhecimen to dos protocolos e diretrizes
ESF Aprendizagem dos protocolos e organiza ccedilatildeo da agenda 01 mecircs
36
Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
37
implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
38
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
39
REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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Hipertensatildeo
grupos operativos) - Controle de renovaccedilatildeo de receitas meacutedicas
Vida saudaacutevel Avaliar causas de baixa adesatildeo ao tratamento dos pacientes hipertensos e propor accedilotildees que propiciem maior adesatildeo
Populaccedilatildeo informada sobre os riscos de HAS descontrolada Controle adequado dos niacuteveis pressoacutericos
- Populaccedilatildeo informada sobre HAS seus fatores de risco sintomas e tratamento -Campanhas educativas locais informando sobre os riscos da HAS descontrolada - Realizaccedilatildeo de grupos operativos - Treinamento perioacutedico das ACS - Fornecimento de Cartatildeo de Controle da Hipertensatildeo
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
ESF NASF
Planeja mento das accedilotildees grupos operativos e sensibilizaccedilatildeo da equipe 01 mecircs Confecccedilatildeo dos Catotildees de controle02 meses
Classificar para melhorar Classificar os pacientes hipertensos de acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de HAS e Programa Hiperdia Minas 2013 ndash SES - MG
Condutas padronizadas e processo de trabalho organizado
Implementaccedilatildeo da Classificaccedilatildeo de Risco conforme Protocolos
Apresenta ccedilatildeo do Projeto
Meacutedico de Sauacutede da Famiacutelia
Desenvol vimento do Projeto e apresentaccedilatildeo 02 meses Capacita ccedilatildeo 03 meses
Em proacutexima etapa eacute necessaacuterio criar um modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
Eacute preciso desenvolver meios de se coordenar e acompanhar a evoluccedilatildeo das
operaccedilotildees garantindo utilizaccedilatildeo eficiente dos recursos e promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores Eacute fundamental que a equipe
esteja atenta acompanhando cada passo e os resultados das accedilotildees
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implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
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implementadas para fazer as correccedilotildees de rumo necessaacuterias para garantir a
qualidade do seu trabalho (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS A abordagem da HAS natildeo se restringe apenas ao tratamento medicamentoso
agraves mudanccedilas no estilo de vida e avaliaccedilatildeo das comorbidades relacionadas mas
tambeacutem agrave conscientizaccedilatildeo sobre a doenccedila
Atraveacutes deste trabalho foi possiacutevel demonstrar algumas dentre as vaacuterias
dificuldades no acompanhamento ao paciente hipertenso na atenccedilatildeo primaria e a
maneira como interferem diretamente na qualidade da assistecircncia provocando
impacto nos indicadores de sauacutede
Percebeu-se a importacircncia de realizar um diagnoacutestico situacional para
conhecer os problemas da aacuterea de abrangecircncia e identificar quais satildeo passiveis de
resoluccedilatildeo e qual a prioridade de cada problema cotidiano
Foi ressaltado ainda o relevante papel da equipe de sauacutede da famiacutelia no
contexto de educaccedilatildeo em sauacutede e na abordagem multidisciplinar para alcanccedilar com
accedilotildees estrateacutegicas individuais e coletivas a prevenccedilatildeo da doenccedila suas
complicaccedilotildees e a promoccedilatildeo da Sauacutede
Por meio da implantaccedilatildeo do Plano de Accedilatildeo desenvolvido espera-se contribuir
para melhorar a qualidade da assistecircncia prestada aos usuaacuterios da UA Morro do
Cruzeiro principalmente atraveacutes da reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho e do
esforccedilo coletivo no enfrentamento dos desafios que se apresentam
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
-
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REFEREcircNCIAS ARAUJO Jairo Carneiro de GUIMARAtildeES Armecircnio Costa Controle da hipertensatildeo arterial em uma unidade de sauacutede da famiacutelia Rev Sauacutede Puacuteblica v41 n 3 p368-374 2007 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrspv41n35707pdf Acesso em 20012014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 14Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad14pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Hipertensatildeo arterial sistecircmica para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Caderno de Atenccedilatildeo Baacutesica 15Brasiacutelia DF 2006 Disponiacutevel em http18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad15pdf Acesso em 20112013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de SauacutedeDATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesimcnvobt10mgdefgt Acesso em 20122013
CAMPOS Francisco Carlos Cardoso Faria Horaacutecio Pereira de SANTOS Max Andreacute dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede 2 ed Belo Horizonte ed UFMG 2010
HISTORY of the Framingham Heart Study 2006 Disponiacutevel emlt httpwwwframinghamheartstudyorgabout-fhshistoryphpgt Acesso em 23012014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=313760ampsearch=minas-gerais|lagoa-santa Acesso em 23012014
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
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LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
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JARDIM Thiago de Souza Veiga et al Fatores de risco cardiovasculares em coorte de profissionais da aacuterea meacutedica 15 anos de evoluccedilatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 95 n 3 p 332-338 july 2010
LAGOA SANTA 2010 Histoacuteria da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel em httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=266ampItemid=116gt Acesso em 23012014
LAGOA SANTA 2010 Perfil da Cidade Prefeitura de Lagoa Santa 2010 Disponiacutevel emlt httpwwwlagoasantamggovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=267ampItemid=100gt Acesso em 23012014
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede A assistecircncia programada na rede de atenccedilatildeo aos hipertensos diabeacuteticos e usuaacuterios com doenccedila renal crocircnica da Secretaria de Estado de Sauacutede de Minas Gerais Belo Horizonte 2013
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Disponiacutevel em httpwwwpahoorgbiremeindexphpoption=com_contentampview=articleampid=2053Adia-mundial-da-saude-2013-destaca-o-controle-da-hipertensaoampcatid=153Aops-wdcampItemid=73amplang=pt Acesso em 240114
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 Supl 1 p 1-51 2010
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 2 JUSTIFICATIVA
- 3 OBJETIVOS
- 4 METODOLOGIA
- 5 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA
- 6 PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO
- 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
- REFEREcircNCIAS
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