A Corrente Dourada de Tribulação e Amor
Título original: The Golden Chain of Tribulation and Love
Por J. C. Philpot (1802-1869)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Mai/2017
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P571
Philpot, J. C. – 1802-1869 A corrente dourada de tribulação e amor / J. C. Philpot Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2017. 28p.; 14,8 x 21cm Título original: The Golden Chain of Tribulation and Love 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230
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"E não somente isso, mas também nos gloriamos nas
tribulações, sabendo que a tribulação trabalha
paciência, e paciência, experiência e a experiência,
esperança e esperança não confunde, porque o amor
de Deus é derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos é dado." (Romanos 5: 3-5)
Qual seria, você diria, o maior feito na religião? Se
esta pergunta fosse colocada a pessoas diferentes,
mesmo entre aqueles que conhecem e temem a Deus,
a resposta pode ser diferente. Poder-se-ia dizer:
"Deve ser o de estar bem estabelecido nas doutrinas
do evangelho, não ser mais uma criança atirada de
um lado para outro com cada vento de doutrina, mas
enraizado e fundamentado na verdade como em
Jesus". Outro pode responder: "É ter muito prazer do
Espírito, graça e presença de Deus na alma, ter visões
claras e abençoadas do nosso interesse em Jesus e
experimentar um sentido contínuo do "amor perfeito
que expulsa o medo" e daquela paz que ultrapassa
todo entendimento”. Outro pode responder: "É ter
uma consciência muito sensível e viva para o mal do
pecado, caminhar muito humildemente com Deus,
ficar muito perto do escabelo de seus pés e estar
atento e orando em todo o tempo." Outro pode dizer:
"Consiste em ter a mente e a vontade de Cristo
carimbadas na alma, em andar com o mais estrito
respeito a todos os preceitos do evangelho e em ter
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coração, lábios e vida perfeitamente conformados à
imagem e ao exemplo do Senhor Jesus."
Agora eu não digo que todas ou algumas dessas
respostas estariam erradas; mas eu digo que
nenhuma delas atingiria precisamente o ponto.
"Bem, então," pode ser perguntado, "o que você acha
que é a maior realização na religião?" Eu respondo:
"Gloriar-se nas tribulações". Essa foi certamente a
mente do Apóstolo Paulo, como creio que em poucos
momentos poderei mostrar-lhe.
Tendo estabelecido, nos capítulos precedentes, a
doutrina da justificação, ele passa a mencionar, na
abertura deste, alguns dos frutos que brotam dela. O
primeiro é: "Paz com Deus por nosso Senhor Jesus
Cristo"; o segundo, "Acesso pela fé a esta graça em
que estamos firmes"; e o terceiro: "Alegrar-se na
esperança da glória de Deus". Olhe para estes três
frutos abençoados de ser livremente justificado pela
fé. Algo pode superá-los? Paz com Deus, acesso a um
estado de graça diante de Sua presença, e alegria na
esperança de glória futura. Contudo, o quarto fruto
da justificação ultrapassa esses três citados. "E não
só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações";
implicando claramente que a glória na tribulação é
uma realização maior do que gozar a paz com Deus,
ou ter acesso pela fé a um estado de graça, ou
regozijar-se na esperança da glória eterna.
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Mas, pode ser perguntado: "Como isso pode ser?" A
resposta está incorporada no nosso texto, que,
portanto, explicarei, como o Senhor me capacitar.
Encontro no nosso texto uma corrente de ouro,
envolta pela mão de Deus em torno da alma; e nesta
corrente de ouro eu encontro certas ligações
abençoadas. O que é essa corrente? E quais são esses
elos? A corrente é aquilo que, descido do céu à terra,
une a alma ao trono de Deus. Os elos separados são:
I. Tribulação.
II. Paciência.
III. Experiência.
IV. Esperança
V. O amor de Deus.
E quando o primeiro está ligado ao último, quando a
"tribulação" é soldada ao "amor de Deus", a cadeia
está completa.
Com a bênção de Deus, portanto, esforçar-me-ei para
retomar esta cadeia e, vendo separadamente os seus
elos separadamente, para mostrar a sua ligação uns
com os outros, bem como a sua dependência mútua
e bela harmonia.
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I. TRIBULAÇÃO. O primeiro elo nesta corrente
celestial é muito pesado, tão pesado que pesaria
todos eles, se não fosse sustentado pelo último. E
observe que este é o primeiro. Não temos a liberdade
de escolher qual elo vamos estabelecer primeiro, ou
provavelmente se deveríamos deixar de lado, e
compreender o "amor de Deus" antes da
"tribulação"; apreender a coroa antes da cruz e gritar
"Vitória!" antes da batalha começar. A ordem de
Deus deve ser seguida, não a nossa; pois se
começarmos no lado errado, nunca faremos uma
cadeia completa. O primeiro elo, então, desta cadeia
celeste é a "tribulação"; e este é um elo muito pesado,
porque muitas aflições são muitas vezes soldadas
juntas para torná-lo robusto e forte, e dar-lhe peso e
substância.
A palavra "tribulação", no original, significa
literalmente ser pressionado para baixo; e é notável
que a palavra inglesa "tribulação" tem um significado
semelhante, pois é derivado de uma palavra latina,
que significa literalmente uma debulha de milho, de
acordo com o antigo modo de conduzir uma máquina
sobre ele. Nada, então, merece o nome de
"tribulação" que não pressiona a alma e trilha a
palha. Pequenos problemas que vêm e vão, passando
por vexames, provações transitórias de um dia ou de
uma hora, os diversos aborrecimentos que testam o
temperamento ou mortificam o orgulho, as
decepções inesperadas nos negócios e outras
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centenas de circunstâncias que são suficientemente
assediadoras para o tempo, do que se entende pela
palavra pesada "tribulação". Eles não são pesados o
suficiente para formar um elo na cadeia celestial. O
povo do Senhor, entretanto, tem muitas
"tribulações", pois está escrito em letras grandes no
arco da porta estreita: "Devemos, através de muitas
tribulações, entrar no reino de Deus". Essas, então,
são ou devem ser as primeiras palavras que saúdam
o olho do peregrino e mostram-lhe de antemão o
caráter da estrada.
Como a terra é apenas um vale de lágrimas, o cristão
tem muitas tribulações em comum com o mundo. Os
problemas familiares eram a sorte de Jó, Abraão,
Jacó e Davi; a doença aconteceu com Ezequias,
Trófimo e Epafrodito; reveses e perdas caíram sobre
Jó e sobre o filho do profeta cuja viúva Eliseu
milagrosamente aliviou da dívida; a pobreza e a fome
levaram Noemi à terra de Moabe. O problema, então,
não é em si nenhum sinal de graça; pois ele
inevitavelmente flui e está necessariamente ligado ao
estado caído do homem.
Mas, devemos fixar nosso olhar em duas coisas, como
especialmente marcando as aflições temporais da
família do Senhor:
1. Que todos sejam pesados e cronometrados por
nomeação especial; pois embora "o homem tenha
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nascido para a tribulação como as faíscas voam para
cima", contudo "a aflição não vem do pó, nem a
dificuldade brota da terra". (Jó 5: 6).
2. Que são especialmente santificados e feitos para
"trabalhar juntos para o bem" daqueles que amam a
Deus.
Mas, além de aflições tais como problemas de saúde,
problemas familiares ou circunstâncias estritas, que
a igreja tem em comum com o mundo, ela tem
tribulações peculiares a si mesma. Alguns deles são
externos - como a perseguição, a opressão, o
desprezo, o ridículo - estes resultam da sua própria
posição no mundo, como testemunha de Cristo - ela
os sofre como sendo uma com a sua Cabeça
sofredora. "Se o mundo vos odeia", disse Ele, "sabeis
que me odiou antes de vós. Se fosseis do mundo, o
mundo amaria os seus, mas porque não sois do
mundo, mas eu vos escolhi do mundo, portanto o
mundo vos odeia." (João 15: 18,19).
Mas, seus principais problemas são internos, e
surgem dos ataques de Satanás, poderosas tentações,
a culpa do pecado colocada sobre a consciência,
dúvidas e medos sobre um interesse em Cristo,
sugestões angustiantes e um conflito diário e horário
com uma natureza sempre luxuriante para o mal.
Não posso dedicar-me a esta parte do assunto o
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quanto ela merece, porque eu prefiro traçar sua
conexão particular com os outros elos dessa cadeia.
II. PACIÊNCIA. Lemos que "a tribulação opera a
paciência". "Paciência" aqui não deve ser entendida
em sua aceitação usual, como significando mansidão
e quietude de disposição. O significado espiritual da
palavra, aqui e em outros lugares, é resistência. Há
duas palavras diferentes no original traduzido
"paciência"; significa uma disposição tranquila e
sofredora, como em Tiago 5: 7,8: "Portanto, irmãos,
sede pacientes"; a outra palavra, que é usada aqui,
significa perseverança, como em Tiago 5:11: "Eis que
consideramos felizes os que perseveraram, e ouvistes
da paciência de Jó". Propriamente, "a perseverança
de Jó", sendo as duas palavras as mesmas. É
necessário fazer essa distinção, pois as duas palavras
significam coisas bem diferentes. Não é verdade que
a "tribulação trabalha paciência", no sentido usual do
termo. As tribulações de Jó certamente não o
fizeram, pois ele era irritado; mas elas operaram
resistência. Ele foi atacado de todas as formas,
desprovido de família e propriedade, despojado até o
osso, assediado por Satanás e tentado por sua
própria esposa a "amaldiçoar a Deus e morrer". Mas,
em meio a tudo isso, Jó não estava livre das ondas da
rebelião; porque amaldiçoou o dia em que nasceu, e
exalou as queixas mais pungentes. Mas ele suportou;
ele desnudou a cabeça para a tempestade impiedosa;
ele suportou o que Deus colocou sobre ele, manteve
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firme sua fé em seu Criador, e não cedeu à sugestão
do tentador de "amaldiçoar a Deus e morrer"; e ele
suportou e viveu todas as suas provações, como um
nadador forte nada por sua vida em meio à espuma
de ondas, e tão seguramente atinge a costa. Isso é
"paciência", isto é, resistência no sentido da palavra
usada no texto.
Mas como a tribulação trabalha a paciência? Uma
figura pode explicar isso. Um cavalo intacto não pode
suportar a menor carga nas suas costas; mas sendo
ensinado a levá-las, elas são colocadas sobre ele, e é
capacitado a suportá-las. Ou podemos fazer outra
comparação. Um homem habituado a trabalhos
corporais severos trabalhará dez ou doze horas por
dia; onde eu não poderia trabalhar uma. De onde
vem a diferença? O trabalho tem forjado nele a
resistência. Assim é como a "tribulação trabalha a
paciência."
Mas há algo mais ainda. A resistência, no sentido
bíblico, implica submissão à vontade de Deus. Até
que a alma seja trazida para suportar em silêncio e
resignação os golpes aflitivos da mão de Deus, a
"tribulação" não fez o seu próprio trabalho; não tem
a "paciência" sido forjada. O primeiro elo da corrente
não é soldado ao segundo. "Tribulação trabalha
paciência." Isso implica em um processo, algo
acontecendo, algo gradualmente produzido e,
eventualmente, gerado. Não é muitas vezes assim no
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início. Quando a tempestade vem, não vemos um sol
brilhante atrás da nuvem escura; não, em um ataque
de incredulidade ou de rebelião irritada, muitas vezes
estamos determinados a não ver nenhum bem
preparado ou provável de sair da provação. O
primeiro golpe derruba e atordoa a alma, e leva
muitas vezes algum tempo antes de se recuperar
suficientemente para ver de onde vem o golpe, ou por
quem é infligido. Tão obscura é a mente, tão
desnorteadora a provação, pela pressão da tribulação
e sugestões de Satanás, que não podemos ver a mão
de Deus atrás da nuvem, nem acreditar que ela é
enviada por Ele para trabalhar uma obra especial na
alma. Enquanto esse tumulto está acontecendo, a
paciência não é produzida; a provação que deve
operar paciência, opera apenas rebelião. O primeiro
passo, então, para a paciência é ver na provação a
mão de Deus. "Eu não posso suportar, não vou
suportar", diz a alma, até então; mas quando um raio
de luz vem para mostrar que a provação é de Deus,
isto produz de uma só vez a submissão. Aqui está a
"tribulação" trabalhando, como fermento na massa,
gradualmente fermentando e mudando toda a
massa; e produzindo pão para comida sólida.
Juntamente com isso virá uma sensação de ter
adquirido a provação por nós mesmos. "Você não
comprou isso para si mesmo?" - pergunta o profeta.
"Sim", responde a alma, "de fato, na verdade eu
tenho". Agora vem a resistência. "Esta prova, diz a
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alma, é de Deus, não veio sobre mim por acaso, eu
mereço tudo, e se eu tivesse dez mil aflições mais
pesadas do que eu sofro agora, devo confessar que as
mereci todas. Eu coloco a minha boca no pó,
reconheço que mereço estes pesados golpes, me
submeto à vara, e que possa me aproveitar profunda
e duradouramente!"
Quão maravilhosamente foi isso exemplificado em
Davi, sob a mão de Deus que o corrigiu; primeiro,
quando a criança foi afligida com a doença e a morte,
e então quando ele fugiu de Absalão! Como a
"tribulação" forjou a "paciência" quando ele suportou
a maldição de Simei, e pronunciou aquele belo
discurso a Zadoque: "Torna a levar a arca de Deus à
cidade; pois, se eu achar graça aos olhos do Senhor,
ele me fará voltar para lá, e me deixará ver a arca e a
sua habitação. Se ele, porém, disser: Não tenho
prazer em ti; eis-me aqui, faça a mim o que bem lhe
parecer.” (2 Sam 15: 25,26). Isto é o que Tiago quer
dizer quando afirma: "Meus irmãos, tende por
motivo de grande gozo o passardes por várias
provações, sabendo que a aprovação da vossa fé
produz a perseverança; e a perseverança tenha a sua
obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos,
não faltando em coisa alguma.” (Tg 1: 2-4). Tentações
ou provações testam a fé; e "a provação da fé trabalha
a paciência" - a expressão precisa usada por Paulo,
mas a "paciência" deve ter sua obra perfeita; isto é,
deve ser completamente forjada na alma, e
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exteriorizada em seu caráter real. Esta é a soldagem
no elo. "Tribulação", portanto, "trabalha paciência",
sustenta-a, e está unida a ela.
III. Mas o que a paciência opera? Não é inoperante;
ela tem um trabalho a executar. A paciência trabalha
a EXPERIÊNCIA. Qual é o significado da palavra
"experiência" aqui? Não significa experiência no
sentido usual do termo; isto é, toda a obra de Deus na
alma. Tem aqui uma significação mais limitada, e
significa uma experiência especial do poder,
sabedoria e graça de Deus sob a tribulação. A palavra
"experiência" significa literalmente "prova" e,
portanto, significa a prova que a alma tem da
bondade de Deus sob a provação e aflição. Veja o
processo. A tribulação trabalha a resistência e
submissão; quando a alma sofre e se submete, ganha
uma experiência e prova do poder e bondade de
Deus. Esta experiência é dupla - uma prova de quem
é DEUS, e uma prova do que NÓS somos; luz direta
e luz refletida.
Quando as ondas de rebelião se acalmam, podemos
ver que um perigo escapou de fazer naufrágio no vale
do desespero, e uma experiência é adquirida de nossa
própria fraqueza, impotência, pecaminosidade,
rebeldia e incapacidade de fazer qualquer coisa boa
ou piedosa . É no forno que a escória da natureza é
trazida à luz; é no caminho da tribulação que há
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descobertas tão profundas do eu em sua vileza,
escuridão, e imundície.
Mas, esta é a única experiência que ganhamos no
caminho da tribulação? Não; há também uma
experiência de quem e o que é DEUS. Mas por que
deve a paciência trabalhar isso para fora? Porque, até
que a paciência tenha tido seu trabalho perfeito, não
vemos a mão de Deus na provação. Deus não se
revela em Sua misericórdia, amor e graça à alma
enquanto está em estado de rebelião; mas quando é
trazida à mansidão, humildade e submissão, então,
mais cedo ou mais tarde, Ele se manifesta. Assim, a
paciência ou a perseverança de Sua mão aflitiva
opera uma experiência de Seus tratos num modo de
graça.
1. A primeira coisa geralmente experimentada é uma
prova interior ou aprovação da sabedoria de Deus na
escolha da provação; pois, seja isso sempre levado
em mente, que é o Senhor quem escolhe nossas
provações; e não temos nenhum comando sobre elas,
para lhes oferecer um início ou um fim; nenhuma
seleção de sua natureza, grau; ou duração. O paciente
não tem permissão para escolher seus próprios
remédios. A provação, seja ela qual for, é escolhida
em infinita sabedoria pelo dispositivo de todas as
coisas. Se for doença, é Sua escolha; se uma aflição
na família, é Sua escolha; se uma provação nas
circunstâncias, é Sua escolha; perseguição, oposição,
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desprezo, ridículo, todos são Sua escolha. Jacó
escolheu perder sua Raquel pela morte, e seu José
por traição? Jó escolheu para o seu lar ser assolado
de um golpe, os seus rebanhos serem afugentados e
queimados, e o seu corpo ferido de febre desde a
planta do pé até à sua cabeça? Um arco invisível, mas
infalível, apontou as flechas que tremiam em seu
coração. "As flechas do Todo-Poderoso estão dentro
de mim", ele clamou em sua angústia, "por que Você
me colocou como um alvo?"
Agora, até que a paciência tenha seu trabalho perfeito
na alma, e possamos nos submeter à provação como
vindo de Deus, Sua sabedoria na seleção e
determinação da forma peculiar de provar não é
vista. Mas, quando começamos a sentir uma medida
de benefício saindo da tribulação, e vemos que bons
efeitos ela está trabalhando em nossa alma, como nos
separando do mundo, aproximando-nos de Deus,
arrebatando a palha, limpando a escória e
conformando-nos mais à imagem de Cristo, então
ganhamos uma experiência da sabedoria de Deus ao
nos enviar essa provação particular; e depois vem o
humilde reconhecimento: "É de fato a própria
provação que eu precisava, nada mais teria feito para
mim o que ela fez." O golpe me atingiu, é verdade, na
parte mais sensível, e ainda no mesmo lugar onde era
mais necessário para mim ser ferido. Eu vejo a Sua
sabedoria nele. De que mal me tem guardado, e que
bem tem trabalhado em minha alma! Que lições
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abençoadas eu aprendi nesta provação! Agora, você
não vê como a "paciência trabalha a experiência?"
Até ser paciente, a mente está muito confusa para ver
isso. Somente nas profundidades calmas da
resignação a sabedoria de Deus passa diante do olho
crente da alma.
2. Mas essa não é a única experiência que temos. Em
seguida, temos uma experiência do poder de Deus
em apoiar a alma sob a tribulação. Ah, o que é a
natureza, pobre natureza caída, quando a tribulação
vem! A natureza pode sustentar-se contra ela? A
natureza pode se submeter a ela? A natureza pode
bendizer a Deus por enviá-la? Tudo o que a natureza
pode fazer é exaltar-se em rebelião contra a soberana
majestade do Altíssimo. Não há beijo na vara, e não
recebê-la como da mão do Senhor, não reconhecendo
a sabedoria de Deus, nenhuma submissão à vontade
de Deus, há naturalmente isso no coração do homem.
Mas, se sob a provação somos apoiados e
experimentamos a força de Cristo aperfeiçoada em
nossa fraqueza, isso nos dá uma experiência do poder
de Deus. O que, exceto o poder de Deus, apoiou Jó?
Os braços eternos estavam embaixo; mal sentiu,
talvez, mas ainda se encontravam lá. A resistência na
provação dá uma experiência do poder que tem
forjado essa resistência. E assim a paciência trabalha
a experiência.
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3. Mas nada mais? Oh sim; ganhamos nela uma
experiência da bondade de Deus; que Ele é bom em
tirar tanto quanto em dar; bom em trazer para baixo,
bem como em elevar; bom em colocar sob a vara,
bem como conceder o beijo; bom em colocar a alma
na fornalha para purificar a escória, bom em
sustentá-la na fornalha, e boa em trazê-la para fora
da fornalha. Assim, obtemos uma experiência da
bondade de Deus, suportando pacientemente a Sua
mão aflitiva. "Os rebeldes moram em uma terra
seca." Que experiência, então, têm eles da "bondade
do Senhor na terra dos viventes?" É somente quando
a alma está possuída pela paciência que "a bondade
do Senhor" aparece.
4. Mas não há outra experiência adquirida pela
paciência? Sim; uma experiência da misericórdia
paciente de Deus; que Ele deve suportar tais
rebeldes, que Ele não devia ter sido provocado por
nossa rebelião para lançar-nos completamente fora,
cortar-nos para baixo, e nos enviar de cabeça para o
inferno. Quando a alma se acalma à submissão, ela
vê o que era quando as ondas corriam alto; e à
medida que a crista das ondas diminuem, a paciência
do Senhor brilha no horizonte.
Sem ampliar aqui, podemos acrescentar com
segurança que sem tribulação não há paciência e sem
paciência nenhuma experiência. Uma paciência sem
tribulação, uma experiência sem paciência, podemos
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pronunciar tristemente como algo defeituoso, se não
totalmente inútil.
IV. Mas, a experiência opera outra coisa, e esta é a
ESPERANÇA. Você observa onde o apóstolo coloca
esse elo? É no começo, no meio, ou no fim desta
corrente? A maioria das pessoas colocam-no no
início; começam com esperança - sem tribulação,
sem paciência e sem experiência; mas o apóstolo não
começa lá. A corrente contém cinco elos, mas não
coloca a esperança como a primeira. A tribulação é a
primeira, depois vem a paciência, depois a
experiência, e então - ligada à experiência - vem a
esperança. Mas que esperança? Não esperança no
geral, mas esperança no particular; isto é, uma
esperança ligada à experiência, pois a experiência
está ligada à paciência e a paciência com a tribulação.
Eu observei antes que a experiência falada era
particular; isto é, limitada ao caminho da tribulação.
Assim é a esperança particular; significando não
tanto "uma boa esperança através da graça", em
geral, como uma esperança especial, conectada com
a experiência adquirida através da paciência.
Mas, como uma experiência especial trabalha uma
esperança especial? O crente que anda no caminho
da tribulação sente e fala assim: "Eu entro em
tribulação, nesta tribulação aprendo, mais cedo ou
mais tarde, a submeter-me à vontade de Deus e a
suportar a tribulação como vindo de Sua mão. Uma
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experiência da sabedoria, do poder e da bondade de
Deus manifestada na provação. Quando ganho isso,
ganho algum fundamento de esperança para o
futuro, obtenho uma base firme sobre a qual colocar
a minha esperança de que, como o Senhor tem estado
comigo em seis dificuldades, Ele também estará
comigo na sétima, e como em minha longa tribulação
eu obtive força para suportar, e quando levado à
submissão sensivelmente experimentei a sabedoria,
poder e amor de Deus, assim em minhas provações
futuras - pois ainda tenho de andar no caminho da
tribulação - surge na minha alma uma esperança
abençoada de experimentar a mesma libertação,
sentir o mesmo poder e desfrutar da mesma bênção."
Quão diferente é uma esperança desta natureza,
operada na alma pelo poder de Deus, de uma
esperança que eu quase poderia dizer que é recolhida
nas ruas, como um sapato que vai caber em qualquer
pé! A esperança aqui falada é um sapato que se
encaixa no pé do peregrino cansado e desgastado,
pois é feito por uma mão divina a partir da
"preparação do evangelho da paz", com a qual ele é
calçado no arsenal de Deus. Mesmo a experiência
natural é necessária para a esperança. Uma pessoa
doente experimentou o benefício em uma doença
anterior de um determinado médico, ou de um
determinado remédio; e ela recorre ao mesmo
médico ou ao mesmo remédio. "Me fez bem em uma
doença semelhante, por que não agora?" Ele diz
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interiormente. Ou um amigo nos ajudou
anteriormente; nós esperamos, quando nós somos
trazidos em circunstâncias de tribulação, que nos
ajudará outra vez.
Basta ver como este sentimento de esperança foi
forjado na alma do apóstolo. Assim, escreve à igreja
de Corinto: "Porque não queremos, irmãos, que
ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois
que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas
forças, de modo tal que até da vida desesperamos;
portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de
morte, para que não confiássemos em nós, mas em
Deus, que ressuscita os mortos;" (2 Cor 1: 8,9).
Observe, quando foi morto assim para toda a
esperança da criatura, como Deus pisou dentro - "que
nos livrou de uma morte tão grande, e livra." Agora
vem a esperança, ou a confiança - "Em quem
confiamos que Ele ainda nos livrará".
Basta traçar os passos sucessivos detalhados aqui.
Primeiro foi uma pesada provação, que esmagou sua
alma quase em desespero; esta confiança de criatura
esmagada. A confiança em Deus seguiu; então veio a
libertação; sobre isto seguiu a confiança, ou
esperança para o futuro - que Aquele que tinha
livrado no passado, e estava livrando no presente,
também livraria no futuro.
Agora, esta é exatamente a mesma experiência que é
traçada no texto - tribulação trabalhando paciência,
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paciência trabalhando experiência, e experiência
operando esperança; isto é, uma esperança de que
quaisquer provações que vierem, haverá apoio sob
elas; que a próxima provação será tão benéfica para
a alma quanto a última, e que a bondade de Deus será
vista como claramente, sentida como abençoada e
apreciada com doçura. Isso prepara a alma para a
tribulação quando ela chega, e levanta uma bendita
esperança de que Deus apoiará a alma sob ela sempre
que ela vier, como Ele já fez antes.
Mas, falando desta esperança, o apóstolo acrescenta:
"Não confunde". Contrasta essa esperança, que brota
da experiência, com esperanças falsas e ilusórias. A
grande maioria das esperanças humanas irá provar-
se como sendo teias de aranhas. A esperança que não
é forjada no coração pelo poder de Deus deixará a
alma na ilusão, e é, portanto, uma esperança que
confunde. Mas, que coisa terrível é que, quando um
homem chega a uma hora de morrer, ou para se
apresentar perante o tribunal de Deus no grande dia,
a sua esperança o confunde! Ele se envergonha dela.
E por que? Porque não tinha fundamento, nem raiz,
pois não estava fundamentada e enraizada em sua
alma pelo poder de Deus. Não veio nem por
tribulação, nem por paciência, nem por experiência;
era, portanto, uma ligação solitária, não unida à
experiência de um lado, ou ao amor do outro e,
consequentemente, como um elo isolado na
natureza, é inútil. Pegar um elo de uma corrente na
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rua - o que vale a pena? Você não teria vergonha de
ser visto com ele em sua mão? Joga-o, então, fora.
Assim, há uma esperança que confunde, que
envergonha; é um elo velho enferrujado.
Examine, então, a sua esperança e veja se ela é um
elo solitário, ou um em uma cadeia da qual a
tribulação forma um fim, e liga-se ao elo do amor.
Como você passou por isso? Você pode percorrer sua
experiência, e encontrar nela qualquer semelhança
com o que está escrito aqui com a caneta da
Inspiração? A tribulação rebaixou sua alma, e a
submissão foi dada para suportá-la? Alguma
experiência doce veio em seu coração; uma
experiência da misericórdia, bondade e amor de
Deus na tribulação? E surgiu nela uma esperança
doce, infantil e abençoada na misericórdia de Deus,
de um interesse salvífico no precioso sangue de
Cristo, e que o Senhor o apoiaria em cada provação e
eventualmente o colocaria diante de Sua face em
glória?
V. Mas, o apóstolo acrescenta o principal motivo pelo
qual esta esperança não confunde: "Porque o AMOR
DE DEUS é derramado no coração pelo Espírito
Santo que nos é dado". Este é o último elo da
corrente, e a torna completa - o elo da esperança está
agora firmemente soldado ao elo do amor. Esta união
é de esperança e de amor, o que faz com que a
esperança seja "uma boa esperança pela graça", e dá-
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lhe que permaneça sem ruído diante do trono de
Deus. E, no entanto, "o amor de Deus derramado no
coração pelo Espírito Santo" está unido à tribulação
pelos elos intermediários; e assim você vê como o
amor, a esperança, a experiência, a paciência e a
tribulação são todos unidos, cada ligação sendo
contínua e mutuamente dependente, mas todos se
combinando para formar uma cadeia harmoniosa.
Eles não devem, não podem ser separados, porque
Deus os uniu, e o que "Deus uniu, ninguém o separe".
Mas, que elo abençoado é este último, "o amor de
Deus derramado no coração pelo Espírito Santo!" E
que força e firmeza dá ao precedente, ao elo da
esperança! Mas como todos os elos da cadeia, do
primeiro ao último, têm uma dependência mútua, o
elo mais elevado, que é o amor, e que está ligado ao
trono de Deus, sustenta e suporta o mais baixo, que é
a tribulação, e que se arrasta, por assim dizer, sobre
a terra.
Esse derramamento de amor no coração resolve o
problema: "Nós também nos gloriamos nas
tribulações", e explica o que eu afirmei desde o início,
que a maior realização na religião é regozijar-se na
tribulação. Veja isso no caso de Paulo. Foi arrebatado
até o terceiro céu, onde ouviu palavras inexprimíveis,
e foi abençoado com manifestações indizíveis; mas
esta foi sua maior conquista? Não; ele não tinha
aprendido a ter prazer em fraquezas; para aprender
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a fazer isso, ele tinha que descer das glórias do céu
para as portas do inferno. Foi-lhe permitido a
Satanás dar-lhe um golpe. Ali estava a tribulação.
Mas o espinho na carne ensinou-lhe a paciência.
Assim, quando o Senhor lhe disse que Sua graça foi
aperfeiçoada em sua fraqueza, ele teve uma
experiência abençoada de Seu poder. Isto levantou
uma doce esperança de força futura para futuras
batalhas; e como o amor de Deus foi derramado em
seu coração, também o fez gloriar-se nas suas
tribulações. A paciência teve então seu trabalho
perfeito; ele era "perfeito e íntegro, sem nada faltar";
e estas realizações profundas e mais elevadas na vida
divina são incorporadas por ele nessas palavras
notáveis: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas
injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas
angústias por amor de Cristo. Porque quando estou
fraco, então é que sou forte.” (2 Cor 12:10).
Agora, é esta corrente espiritual, constituída por
esses vários laços espirituais, que distingue o povo de
Deus de todos os outros. Você pode ter tribulações;
mas examinar essas tribulações, sua natureza e
conexão. São tribulações espirituais? Elas trabalham
paciência? Aqui os erros são frequentemente
cometidos. A tribulação sem paciência, ou paciência
sem tribulação, não é nada. Muitas pessoas
mundanas têm tribulações, muitas são naturalmente
pacientes, e muitos professam ter uma experiência,
mas é de alegria sem tristeza, misericórdia sem
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miséria, liberdade sem escravidão, luz sem escuridão
e fé sem incredulidade. Muitos, também, se gabam de
uma esperança, e até de "uma boa esperança pela
graça", que não têm nem experiência nem amor, nem
paciência, nem tribulação. Uma ligação solitária não
liga nada. Tal é uma esperança, que permanece por si
mesma; não liga a alma ao trono de Deus; não
sustentará o coração no dia da tribulação. E o que,
também, é o amor, a não ser em união com a
experiência e a esperança? No entanto, muitos falam
do amor de Deus, que nada conhecem de tribulação,
ou experiência, ou esperança, ou qualquer um desses
elos, como ligados a ele e uns aos outros.
Mas você vai dizer, talvez: "Eu sei o que é tribulação,
eu tive, ou ainda tenho, aflição de corpo ou
circunstâncias, aflição na minha família ou em minha
mente." Bem, você pode ter tudo isso; mas o que sua
tribulação fez por você? Esse é o grande ponto. Pode
ser apenas uma ligação solitária; e, portanto, até ser
soldado à paciência, deve ser duvidoso que seja da
natureza ou da graça. O que, então, a tribulação faz
por você? Você diz: "Acho que sou muito rebelde por
causa disso". Sem dúvida você é, e deixou para si
mesmo, você nunca pode ser qualquer outra coisa.
Mas, você nunca encontra nada além de rebelião?
Não há resistência, perseverança, nem submissão?
Você nunca vê a mão de Deus em suas provações,
abençoando-o por elas, e sente que você nada seria
sem elas, por mais dolorosas que fossem? Se assim
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for, o primeiro elo está sendo soldado ao segundo; a
corrente está sendo feita; o Espírito Santo está
operando em sua alma.
Mas, você nunca vai além disso? Porque há uma
paciência natural, bem como uma espiritual; um
estoicismo insensível e uma submissão graciosa.
Você encontra alguma coisa surgir em sua alma com
essa paciência? Uma doce experiência da bondade,
misericórdia, poder e amor de Deus? Se vocês
puderem ir tão longe e terem experimentado alguma
coisa do poder e da bondade de Deus, não lhes
pergunto mais: O que os fez aspirar pelos
testemunhos de Deus? O que fez você ver o vazio, a
incerteza e a loucura de tudo, senão uma experiência
para si mesmo da bondade e do amor de Deus?
Tribulação. Nenhum homem poderá ter uma
experiência doce do amor de Deus em sua alma até
que esteja no forno. Ele está sempre cheio de si
mesmo, até que seja queimado nele. Mas quando as
provações, as aflições, a angústia da consciência, a
culpa da alma, o medo da morte, as ciladas do inferno
e os assaltos de Satanás queimaram o farisaísmo
dele, sua alma anseia experimentar o amor e a
misericórdia perdoadores e perceber por si mesmo
que Deus é Seu Pai e Amigo. É esta a sua experiência?
Se for, então a sua esperança é "uma boa esperança
através da graça", e não o deixará envergonhado.
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Mas você já experimentou alguma medida do amor
de Deus? Você sabe que naturalmente todas as
correntes não são do mesmo peso e tamanho. O
número de elos pode ser o mesmo, mas os elos são
geralmente proporcionais; pois é evidente que a força
da corrente é determinada pelo elo mais fraco.
Grande tribulação está ligada com grande paciência;
grande paciência com grande experiência; grande
experiência com grande esperança; e grande
esperança com grande amor. E, portanto,
inversamente, se temos pouca tribulação, temos
pouca paciência; com pouca paciência, pouca
experiência; com pouca experiência, pouca
esperança; com pouca esperança, pouco amor. Ainda
assim, grande ou pequeno, pesada ou leve, deve ser
uma corrente completa.
Agora não é isso escritural, bem como experimental?
Você pode negar isso? E isso não resolve o problema
e nos leva de volta ao ponto de onde começamos, que
é a maior realização na vida divina, porque a última,
é a gloriar-se ou regozijar-se em tribulações?
Nenhum homem nunca fez, ou poderia, se alegrar na
tribulação por sua própria causa; isso seria uma
contradição. Mas ele pode, e se alegra na tribulação
por causa do fruto que ela carrega, os efeitos que
produz. É verdade que não podemos orar por ela.
Nossa carne covarde encolhe ao pensar. E, no
entanto, o que sabemos do poder de Deus ou da
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idoneidade e bem-aventurança do Senhor Jesus no
caminho da tribulação?
Que misericórdia é ter uma pequena religião
verdadeira! Não há muito em nossos dias; na
verdade, há muito poucos em quem há qualquer
religião em tudo. Que misericórdia ter, mesmo a
menor partícula! E você pode confiar nela, a única
religião digna de ser conhecida é o que o Espírito
Santo revelou aqui pela pena de Paulo.
Agora, se você pode encontrar um pouco deste
trabalho acontecendo em seu coração, valorize-o
muito. Você pode ser tentado às vezes quanto à
realidade e genuinidade do trabalho. Esta é uma
parte necessária da tribulação. Mas, apegue-se à obra
do Espírito em seu coração. Valorize cada sinal para
o bem, cada marca de graça, tudo o que humilha a si
mesmo e exalta Jesus. Porque à Sua imagem de
sofrimento todos os Seus santos devem ser
conformados; e aqueles que sofrem com Ele aqui
serão glorificados com Ele no futuro.