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A palavra “comunicar” provém do latim Comunicare e significa “pôr em
comum”.
Comunicar é um acto fundamental da vida humana, não podemos não
comunicar, estamos sempre em interacção com alguma coisa ou com alguém.
Significa assim, transmitir uma mensagem (ideias, sentimentos e experiências)
entre pessoas que conhecem o significado daquilo que se diz e faz.
Por outro lado, a comunicação é o mecanismo através do qual as relações
humanas existem e se desenvolvem.
Quando penso em silêncio... posso não estar a comunicar mas se...
... Eu desenhar
... Eu escerver ... Eu falar
... Eu fazer gestos ou sinais
Eu estou a comunicar!
A interacção está na base de toda a vida social do indivíduo, sendo que este se
pode considerar um ser social desde que nasce até que morre.
Ao interagirem, as pessoas não se vêem apenas, como objectos físicos, mas
como indivíduos dotados de atitudes, de comportamentos, sentimentos e
capacidade de julgamento.
O Homem só se realiza como Pessoa na relação
com os outros, relação essa que tem vários níveis
e assume múltiplas formas.
A Comunicação Interpessoal é um método de comunicação que promove a
troca de informações entre duas ou mais pessoas.
É o processo de criação de relações sociais entre pelo menos duas pessoas
que participam num processo de interacção. A comunicação interpessoal,
pode ser definida como o processo pelo qual a informação é trocada e
entendida por duas ou mais pessoas, normalmente com o intuito de motivar
ou influenciar o comportamento.
Na Comunicação Assertiva
-Defende-se os próprios direitos.
- Diz-se o que se pensa e o que se sente mesmo
quando as outras pessoas não gostam.
- Não se tem medo de dizer “não” quando não
concordamos.
- Não se magoam os outros.
- Respeita-se a opinião dos outros.
Assertivo
Afirmativo
Vantagens da Comunicação Assertiva
Assumir uma postura assertiva na comunicação, isto é, ser directo/a,
honesto/a e respeitoso/a permite às pessoas serem mais construtivas na
relação que desenvolvem com os outros.
Aumenta a auto-confiança e o respeito próprio diminuindo, ao mesmo
tempo, a insegurança, vulnerabilidade e dependência de aprovação para
aquilo que as pessoas fazem.
Aumenta as reacções positivas dos
outros que passam a sentir mais respeito e
admiração.
Diminui a ansiedade em situações sociais
e as queixas somáticas de que sofrem
algumas pessoas (ex.: dores de cabeça,
dores de estômago, insónias).
Favorece a comunicação interpessoal,
pois possibilita uma maior proximidade entre
as pessoas e uma maior satisfação com a
expressão das suas emoções.
Como reagir?
Sente-se muito mal no seu trabalho.
Acaba de sair de uma reunião importante, na qual fica a saber que não terá férias
este Verão.
Nesta reunião, um colega fez várias críticas, de forma ríspida e agressiva ao
trabalho que tem vindo a desenvolver.
O clima ficou pesado e você ficou bastante constrangido.
Você acabou por não argumentar para não piorar a situação.
O que pensa fazer agora? De forma assertiva e não assertiva.
Sempre que nós comunicamos com alguém utilizamos dois
tipos de linguagem: verbal e não verbal. A linguagem
verbal compõe-se de palavras e frases. A linguagem não
verbal é constituída pelos outros elementos envolvidos na
comunicação.
Comportamento Interpretação
Jovial, alegre, postura vertical Confiança
Sentado de pernas cruzadas, dando pequenos
pontapés
Aborrecimento
Sentado com as pernas afastadas Abertura, descontracção
Os nossos comportamentos e a nossa postura também
são formas de comunicar.
NÃO PODEMOS NÃO COMUNICAR
LINGUAGEM VERBAL
Verbal escrita
Livros
Cartazes
Jornais
Cartas
Telegramas, etc…
Verbal oral
Diálogo entre duas pessoas
Rádio
TV
Telefone ou Telemóvel, etc.…
LINGUAGEM NÃO VERBAL
Gestos
Posturas
Expressões Faciais
Silêncios
Tom de Voz
Pronúncia
Roupas e Adereços
Etc…
Elabore um pequeno texto a partir de um dos
temas abaixo indicado e desenhe itens de
linguagem não verbal, de preferência cuja
temática coincida com o tema do texto.
Desigualdade Social Adopção Solidão Comunicação Racismo
Exercício:Pontos fortes e fracos de cada imagem.
Debate - Diferentes pontos de vista: Formas de Comunicação
1.1 Função e Importância dos Elementos que Intervêm no Processo de Comunicação
Emissor / Receptor
Canal
Mensagem / Código
Contexto
Feedback
O Processo de Comunicação ocorre
quando o emissor (ou codificador) emite
uma mensagem (ou sinal) ao receptor
(ou descodificador), através de um código
(ou meio). O receptor interpretará a
mensagem que pode ter chegado até ele
com algum tipo de barreira (ruído,
bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o
feedback ou resposta, completando o
processo de comunicação.
O Emissor – sujeito que envia a mensagem
O Receptor – sujeito que recebe a mensagem
A Mensagem – conjunto de informações transmitidas
O Código – conjunto de sinais e de regras que permite transformar o
pensamento em informação, capaz de ser entendida, na sua globalidade
pelo receptor.
O Contexto – conjunto de variáveis que
rodeiam e influenciam a situação de
comunicação.
Feedback – consiste no retorno da
mensagem, verificando-se uma alternância
de papéis, entre o emissor e o receptor.
Elementos Definição
Emissor Emite ou transmite a mensagem.
Receptor Aquele que recebe a mensagem.
Mensagem Conjunto de informações transmitidas.
Código Conjunto de elementos com significados aceites pelo emissor e receptor.
Contexto Conjunto de váriáveis que rodeia e influencia a situação de comunicação.
Feedback Informação de retorno, que permite ajustar a mensagem.
Exercício: Como comunico....
Comunico de maneiras diferentes com pessoas diferentes.
Com a minha família...
Com alguém que não conheço...
Com um amigo...
Com o meu patrão...
Passivo
Agressivo
Manipulador
Assertivo
1.2 Diferentes Perfis Comunicacionais
PassivoÉ aquele que falha na expressão das suas necessidades ou
preferências, emoções e opiniões.
A pessoa que tem este comportamento é a primeira a violar os seus
próprios direitos, acaba por dar ao outro a permissão para, também ele,
o fazer.
Exemplos:- Realizar actividades que não lhe interessam só porque lhe foi solicitado.
- Não pedir um favor do qual necessita.
- Não manifestar o desacordo perante algo que não concorda.
Evita o confronto, mesmo às custas de si próprio.
Espera que as pessoas compreendam o que ele deseja.
Muito preocupado com a opinião dos outros a seu respeito.
Culpa-se de tudo.
Evita a abordagem directa.
Justifica-se excessivamente.
Solicita a provação.
Cede facilmente.
Gera simpatias.
Faz com que as pessoas se sintam culpadas em pedir-lhe algo.
Passivo
Expressão corporal:
▪ Voz hesitante
▪ Mínimo contacto visual
▪ Quieto
▪ Discurso confuso
▪ Atitude defensiva
▪ Postura encolhida
▪ Mexendo as mãos (inquieto)
Passivo
Agressivo
Pessoa que expressa as suas necessidades ou preferências, emoções
e opiniões, mas de uma forma hóstil, exigente e ameaçadora ou
punitiva para com o interlocutor.
A pessoa que tem este comportamento defende os seus direitos, mas
fá-lo às custa da violação dos do outro.
Exemplo:
- Comentários humilhantes, insultos e/ou ameaças.
- Violência física.
Agressivo
Ansioso por vencer, mesmo à custa dos outros.
Muito preocupado com os seus desejos e vontades.
Deita imediatamente as culpas nos outros .
Crítica as pessoas.
Nunca crítica o seu comportamento .
Interrompe com frequência.
Autoritário.
Gera conflitos facilmente.
Usa o sarcasmo, escárnio e crítica destrutiva para ganhar.
Agressivo
Expressão corporal:
Máximo contacto visual
Voz alta – “Grita”
Postura evasiva
Aperta os dedos e aponta – “dedo como uma espada”
ManipuladorPessoa que expressa as suas necessidades ou preferências,
emoções e opiniões de uma forma ímplicita ou indirecta.
A pessoa que tem este comportamento procura a satisfação das suas
necessidades violando os direitos dos outros, mas fá-lo de forma
indirecta.
Exemplos:
-“Se fosses um bom colega, tu...” – Chantagem emocional.
- “Faço isto por ti!” – Paternalização.
- “Eu penso que devias...” – Decidir pelo outro.
- “Se me fizeres isto, fico eternamente grato!” – Oferecer
recompensas.
Manipulador
Comportamento misto – passividade e agressividade.
Ansioso por acertar contas sem correr riscos de confronto.
Pessoas que querem afirmar-se sem terem poder para tanto.
Frases do tipo:
- " Longe de mim tal ideia"
- "Não diria isto a mais ninguém!"
Manipulador
Expressão corporal:
Mínimo contacto visual, “olha de lado”.
Suspira de impaciência.
Postura fechada.
Usa expressões com: “ não posso acreditar no que estou a ver/ ouvir”.
Dá respostas indirectas.
Faz alusões sarcásticas.
Tem um humor variável e irritante.
Faz acerto de contas indirectamente.
Assertivo
É aquele que defende os seus direitos pessoais e exprime
pensamentos, sentimentos e convicções de forma apropriada, directa e
honesta, de modo a não violar os direitos dos outros.
Exemplos:
- Capacidade de dar e receber elogios.
- Capacidade de expressar afectos positivos e negativos.
- Capacidade de fazer e recusar pedidos.
- Capacidade de defender os seus direitos.
AssertivoVontade de defender os seus direitos, mas ao mesmo tempo capaz de
aceitar que os outros também tenham os seus.
Ouve bastante – procura entender.
Trata as pessoas com respeito.
Aceita acordos e soluções.
Vai direito ao assunto sem ser áspero.
Insiste na procura do seu objectivo.
Assertivo
Expressão corporal:
Contacto visual suficiente para dar
a entender que se está a ser
sincero.
Tom de voz moderado, neutro, mas
firme.
Postura comedida e segura.
Expressão corporal de acordo com
as palavras.
Comportamento Assertivo
Comportamento Não Assertivo
Comportamento Passivo
Comportamento Agressivo
Comportamento Manipulador
Grande respeito pelo outro
Pouco respeito pelo outro
Grande transparência da
linguagem
Assertividade Agressividade
Pouca transparência da
linguagem
Passividade Manipulação
Atitudes Passivo Agressivo Manipulador Assertivo
Como me sinto como
receptor
IrritadoConfusoAborrecidoInseguroFrustradoPouco importanteCom piedade dele, mas...
PequeninoDesprotegidoAssustadoAbusado
IrritadoMagoadoConfusoSem perceber o que se passaDesiludidoCulpabilizado
EsclarecidoValorizadoRespeitadoEscutado
Como se sente
sobre si próprio
DesapoiadoSem poderInadequadoIgnoradoFrustradoPouco importanteBaixa auto estima
DescontroladoTemporariamente superiorAmeaçadorInseguroBaixa auto estima
FrustradoAmargoDesapontadoEspertoImpotenteBaixa auto estima
ConfianteCalmoIdeias clarasElevada auto estimaCom sentido de poder interior
Os 4 tipos de comportamento: Quadro Resumo
Atitudes Passivo Agressivo Manipulador Assertivo
RecompensasEvita responsabilidadesEvita riscosEvita rejeiçãoEvita ser culpabilizadoEvita tomar decisões
PoderDomínioNão ter necessidade de explicar, negociar ou escutar os outros
Auto-protecçãoEvita confronto directoEvita ser rejeitado directamenteInfluencia os outros porque eles não se apercebem o que se está a passar até que é tarde demais
Ter resultadosSer claroAgarrar oportunidadesDesenvolvimento de relações honestasAumento do auto-respeito
Os 4 tipos de comportamento: Quadro Resumo
Atitudes Passivo Agressivo Manipulador Assertivo
Consequênciasa longo prazo
Outros não sabem qual a sua posiçãoMal-entendidosAumento do isolamentoAumenta sentimento de rejeiçãoBaixa deAuto-estima
IsolamentoRejeiçãoPerda de influênciaPerda de respeitoPerda de auto respeito
StressAmizades destruídasPerda de confiança nos outrosZanga face a si próprio e face aos outros
Mover-se clara e seguramente para as metas estabelecidasConstrução de relações sólidasConstrução de respeito mútuo
Os 4 tipos de comportamento: Quadro Resumo
Particularidades e vantagens do perfil assertivo
Empatia
Escuta activa/escuta dinâmica
Conceito de contexto comum
Semântica/Sintaxe
Paralinguagem
1.3 Comunicação Assertiva
É o estilo de comunicação que nos permite ser mais construtivos na
relação com os outros.
Não é uma característica inata ou um traço de personalidade que
alguns de nós possuem e outros não.
É uma aptidão que pode ser aprendida, isto é, que cada um pode
desenvolver mediante um treino sistemático e estruturado.
A maior parte das pessoas não é assertiva em todas as situações.
Por exemplo, podemos comunicar assertivamente com um colega de
trabalho e ter bastante dificuldade em fazê-lo com familiares.
Não será correcto dizer que uma pessoa é simplesmente assertiva ou
não assertiva, mas sim que há ou não tendência para comunicar
assertivamente em determinadas situações.
Razões para utilizar a comunicação assertiva
Ser assertivo aumenta o respeito por nós próprios.
Reduz a noção de insegurança e vulnerabilidade.
Aumenta a autoconfiança no relacionamento com os outros, diminuindo a
necessidade de aprovação para aquilo que fazemos.
Faz com que os outros aumentem o seu respeito e admiração por nós.
Permitire que, ao defendermos os nossos direitos, consigamos que as
nossas preferências sejam respeitadas e as nossas necessidades
satisfeitas.
É um estilo de relacionamento interpessoal que poderá ser extremamente
recompensante, uma vez que proporciona maior proximidade entre as
pessoas e maior satisfação na comunicação das nossas emoções. Ou,
dito simplesmente, é possível que se goste mais de uma pessoa quando
ela age assertivamente.
Um aspecto que é importante em conta é que NINGUÉM é 100%
assertivo com todas as pessoas e em todas as situações.
Para cada pessoa, a facilidade que tem em comportar-se de forma
assertiva depende muito da pessoa a quem esse comportamento se
dirige (pais, professores, amigos, familiares, etc.) e da situação em que
se encontra (auto-afirmação, expressão de sentimentos positivos, etc.).
Atitudes AssertivoComo me sinto como receptor
EsclarecidoValorizadoRespeitadoEscutado
Como se sentesobre si próprio
ConfianteCalmoIdeias clarasElevada auto estimaCom sentido de poder interior
Recompensas Ter resultadosSer claroAgarrar oportunidadesDesenvolvimento de relações honestasAumento do auto-respeito
Consequênciasa longoprazo
Mover-se clara e seguramente para as metas estabelecidas.Construção de relações sólidas.Construção de respeito mútuo.
O ASSERTIVO NÃO DIZ O ASSERTIVO DIZ
1. Estás sempre a
interromper o meu
trabalho.
2. Tu és um traidor.
3. És um incompetente
4. Só um idiota como tu
é que apresenta essa
solução.
1. Eu gostaria de realizar o meu trabalho sem
interrupção. Pode ser?
2. Eu senti-me traído na confiança que tinha
em ti.
3. Há tarefas em relação à tua função que
tens que aprender a fazer para seres mais
competente.
4. Como chegaste a essa solução? Quais as
consequências dessa solução?
Comportamento Assertivo
COMPONENTE VERBAL
• Defender os seus direitos respeitando e promovendo as opiniões,
vontades e sentimentos do interlocutor.
• Transparência na linguagem: simplicidade e ser directo.
• Rigor na afirmação.
• Resolução de conflitos através da negociação.
Comportamento Assertivo
COMPONENTE NÃO VERBAL
• Congruência entre o que se diz e a gesticulação.
• Rosto descontraído.
• Moderação do tom de voz consoante o que está a ser dito.
Comportamento AssertivoPrincípios da Assertividade
•Exprimir opiniões, sentimentos e vontades, sem violar os direitos dos
outros.
•Escutar activamente as opiniões dos outros.
•Não utilizar nem entender subentendidos.
•Não se sentir na obrigação de justificar os seus comportamentos.
Comportamento AssertivoPrincípios da Assertividade
•Solicitar informação sempre que não compreender algo.
•Establelecer as próprias prioridades.
Comportamento AssertivoDeterminação
• Saber o que se quer.
•Criar diversos objectivos.
• Escolher os objectivos mais mobilizadores, mas que sejam razoáveis.
• Aprender a medir o risco e a correr riscos de forma controlada.
Comportamento AssertivoSer ASSERTIVO - a expressar afecto e prazer
•Ser breve e directo.
•Elogiar actividades e resultados concretos.
•Utilizar com frequência o EU.
•Evitar comparações com os outros ou com o passado.
•Elogiar de forma imediata.
•Variar a forma de elogiar consoante o grau de agrado.
Comportamento AssertivoSer ASSERTIVO - a receber elogios
•Aceitar o elogio, quando se considera o elogio merecido.
•No caso de se considerar o elogio não merecido, agradecer e exprimir
a nossa opinião.
•Não pensar que é presunção concordar com os elogios.
Comportamento AssertivoSer ASSERTIVO - a fazer pedidos
•Não se desculpar nem se auto-justificar enquanto se faz um pedido.
•Ser discreto e breve.
•Não explorar a boa vontade do outro.
•Dar razões para o pedido (poucas mas autênticas).
Comportamento AssertivoSer ASSERTIVO - a recusar pedidos
•Esclarecer o pedido.
•Reconhecer o pedido.
•Dar razões que justifiquem a recusa .
•Não “almofadar a recusa” com pedidos de desculpa e com razões
suplementares.
VANTAGENS DO COMPORTAMENTO ASSERTIVO
•Permite defender os próprios direitos e, tratar as restantes pessoas
com o devido respeito, enquanto seres humanos;
•Melhores resultados em negociações;
•Facilita a solução de problemas interpessoais;
•Aumenta a auto-eficácia e a auto-estima;
VANTAGENS DO COMPORTAMENTO ASSERTIVO
•Melhora a qualidade dos relacionamentos;
•A pessoa sente-se mais tranquila;
•Reduz o stress físico e mental, porque as pessoas deixam de ser
vítimas para passar a ser actores com protagonismo no processo de
comunicação;
•A comunicação assertiva é mais clara e objectiva o que permite
acabar com os mal-entendidos e contribuir para a clarificação das
ideias e expectativas;
Empatia
A Empatia tem sido normalmente definida como a capacidade
psicológica que permite, de uma forma aprofundada e íntima, a
compreensão de ideias, sentimentos e motivações de outras pessoas.
Muitas vezes, é caracterizada como a capacidade de “se colocar no lugar
do outro”.
Para se ter empatia, o primeiro passo é OUVIR.
No processo de comunicação:
- Veja o problema do ponto de vista do outro;
- Identifique as questões-chave e as preocupações envolvidas;
- Determine que resultados constituiriam uma solução plenamente
aceitável;
- Identifique novas opções possíveis para alcançar tais resultados;
A arte da empatia, mais do que a simpatia é o grande segredo de uma
boa comunicação.
1. Competência inata ou adquirida?
Como a maior parte das características pessoais, a empatia tem tanto
de natural como de aprendizagem. Na realidade, nem todos
possuímos inatamente esta característica e, mesmo entre quem a
tem, poucos a sabem utilizar a seu favor. No entanto, qualquer um a
pode desenvolver. E para uma empatia de qualidade, que conduz
a resultados concretos e ao sucesso, requer-
se sempre treino.
Assim, com alguma prática e persistência,
poderemos desenvolver esta capacidade de
modo a que depois possa funcionar de forma
automática.
2. Empatia e comunicação
A empatia é uma ferramenta poderosa que permite com que duas ou
mais pessoas interajam de forma proveitosa. No fundo, é através da
empatia que se criam as pontes de comunicação entre duas pessoas.
Nem sempre a forma que escolhemos para transmitir uma ideia é
suficiente para que ela seja perfeitamente entendida pelo nosso
destinatário. Assim, a empatia tem tudo a ver com as palavras que
escolhemos e a forma como as organizamos para comunicar as
nossas ideias. Se temos algo a dizer, é essencial sabermos escolher a
forma de, não só transmitir a ideia, mas faze-la ser bem compreendida
por quem nos ouve.
3. Saber escutar
Tão importante como a forma como se
comunica é a forma como se escuta. A base
de toda a empatia está em demonstrar que só
quer dar o que o outro precisa. A isto se chama
empatia. O que temos não é mais nem menos
que a resposta, na medida certa, às
necessidades dos outros.
Para tudo isto, torna-se essencial compreender
as necessidades do seu interlocutor, ouvi-lo e
entendê-lo.
4. Os limites da palavra
O segredo da boa empatia passa igualmente por manter limites na forma
como se expressa. Não seja excessivo, nem ostentoso. O excesso de
ênfase nas suas palavras podem criar o efeito inverso e suscitar a dúvida
sobre as suas reais capacidades e a veracidade das suas afirmações.
Por outras palavras, a intenção funciona melhor quando não é claramente
intencional. Ou seja, mais do que ostentar o objectivo, é preciso saber
fazer acreditar que temos a resposta. Caso contrário, o que irá
transparecer não é a sua qualidade profissional, mas o esforço que está a
fazer para parecer convincente.
Escuta Activa/ Dinâmica
Escuta activa é um procedimento
mediante o qual realizamos um
esforço para nos centrarmos no
que a outra pessoa nos quer dizer;
é uma técnica que utilizamos para
descobrir o que preocupa as
pessoas e encontrar oportunidades
para satisfazê-las.
A chave para essa escuta activa ou eficaz é a vontade e a
capacidade de escutar a mensagem inteira (verbal e não-verbal), e
responder apropriadamente ao conteúdo e à intenção da mensagem.
Princípios de escuta activa:
•Saber deixar falar ;
•Colocar-se em empatia com o outro;
•Centrar-se no que é dito;
•Manter os canais abertos;
•Não interromper o outro;
•Controlar as emoções pessoais;
•Resistir ao efeito de halo - consiste em deixar que uma característica
da pessoa encubra todas as demais, influenciando a sua avaliação é o
chamado julgamento à primeira vista;
•Demonstrar interesse e concentração no que diz o outro.
•Mostrar interesse genuíno na pessoa e nas suas ideias.
•Afastar o desconforto usualmente gerado pelos silêncios.
•Colocar questões assertivas.
•Prestar atenção à ideia que está a ser transmitida.
•Focalizar a atenção do outro.
Quando te peço para me escutares e tu começas a dar-me conselhos, não fazes o que
te peço.
Quando te peço para me escutares e tu começas a dizer-me que não teria que me sentir
assim, não respeitas os meus sentimentos.
Quando te peço para me escutares e tu sentes o dever de fazer algo para resolver o
meu problema, não respondes às minhas necessidades.
Escuta-me!
Tudo o que te peço é que me escutes, não fales, nem faças.
Escuta-me apenas.
Aconselhar é fácil. Mas eu não sou um incapaz. Estou desanimado e com dificuldade,
mas eu não sou um inútil.
Quando tu fazes por mim aquilo que eu poderia fazer e que não necessito, não fazes
mais que contribuir para a minha insegurança.
Mas quando aceitas simplesmente, o que sinto pertence-me, mesmo que seja irracional,
então não tenho que tentar fazer-te entender, mas antes começar a descobrir o que
existe dentro de mim.
O´Donnell, 1989
Semântica e Sintaxe
Semântica Sintaxe
Significado de cada
palavra e das palavras
quando estão ordenadas
numa frase.
Estrutura gramatical das
frases.
A semântica e a sintaxe são dois elementos fundamentais para a
elaboração e compreenssão do discurso no processo de
comunicação.
Ex. O padre casa muitas pessoas na casa de Deus.
Paralinguagem
A paralinguagem é um conceito que se aplica às modalidades da voz
(modificações de altura, intensidade, ritmo...) que fornecem
informações sobre o estado afectivo do locutor, e ainda outras
emissões vocais tais como o bocejo, o riso, o grito, a tosse....
A qualidade da voz e as vocalizações que emitimos durante a fala
dividem-se em quatro índices paralinguisticos:
•Qualidade de voz, que inclui a altura do tom de voz, a qualidade da
articulação e o ritmo.
•Caracterizadores vocais, que são sons bem reconhecíveis tais como
o riso, o suspiro, o choro, o bocejo, o grito...
•Qualificadores vocais, que incluem a maneira como as palavras são
proferidas, tais como a intensidade, o timbre e a extensão.
•Secreções vocais, incluem os sons que contribuem para o fluxo da
fala e que não sendo considerados palavras comunicam alguma coisa:
“hum”, ou “ahn”, ou “hem”, pausa e outras interrupções de ritmo.
Barreiras da ComunicaçãoBarreiras da Comunicação
Quando queremos comunicar, ou seja, emitir mensagens
para que estas sejam compreendidas, nem sempre o
conseguimos de uma forma eficaz.
Entende-se por barreiras à comunicação os obstáculos que
dificultam a emissão e/ ou recepção de mensagens.
Barreiras Internas
1. Não partilha linguagem ou códigos;
2. Utilização de palavras ambíguas;
3. Diferentes valores e crenças, entre emissor e receptor;
4. Características pessoais (inibições, medos, etc..);
5. Referir ideias ou sentimentos não adaptados à situação comunicacional;
6. Diferenças contrastantes nos estatutos e papéis sociais
desempenhados;
7. Não distinguir opiniões e factos;
8. Estados particulares de doença ou cansaço.
Barreiras Externas
Externo ao indivíduo
1. A distância entre emissor e receptor, provocada pela existência
de aspectos físicos separadores como balcões, vidros;
2. Aspectos de natureza mais física do espaço que prejudicam o
bem estar dos interlocutores, como temperatura, a iluminação.
Tipos de
Barreiras da
Comunicação
Ao nível do Emissor e Receptor:
- Codificação
- Expressão
- Audição
- Descodificação
- Interpretação
Ao nível do Contexto
Ao nível do Meio
Ao nível do Código
Ao nível da Mensagem
Ao Nível do Emissor e do Receptor
Construção da ideia a nível conceptual.
Colocam-se questões de âmbito psicológico e mental.
Faz-se apelo à capacidade de abstracção e raciocínio.
Codificação
Colocam-se questões do domínio do código (caso da língua) e de
capacidade verbal.
Expressão
No caso da comunicação verbal oral, colocam-se questões de foro
fisiológico como dificuldades de pronúncia, ou do foro psíquico, como
gaguez e outras.
Audição
Relativamente ao receptor – questões que podem ser de foro
fisiológico, como a surdez, ou também de outra ordem como seja um
excessivo cansaço, que possa dificultar a concentração.
Descodificação
Aqui coloca-se como ao emissor, mas em sentido contrário, a questão
do conhecimento do código utilizado.
Interpretação
O receptor vai confrontar a mensagem com o seu quadro referencial, ou
seja, os seus conhecimentos, opiniões, valores, etc...
Ao Nível do Contexto
Existem contextos mais adequados ou menos adequados a cada tipo
de comunicação.
Ao Nível do Meio
Também aqui, o meio utilizado para suportar ou veicular a mensagem
nem sempre é o mais adequado. Deste modo, é necessário que exista
uma certa coerência, entre o tipo de mensagem e os objectivos a
alcançar.
Ao Nível do Código
Este elemento tem de ser partilhado pelos interlocutores para que o
emissor possa codificar e o receptor descodificar a mensagem.
Ao Nível da Mensagem
A mensagem deverá ser oportuna, pertinente, motivadora, para suscitar
a atenção do receptor. Podem existir situações de recusa à mensagem,
que dificulta ou impossibilita a comunicação.
Deste modo se pretendemos uma
comunicação eficaz, temos de estar
atentos, a todos os elementos do
processo de comunicação, a
começar por nós próprios.
Comunicar torna-se, assim, uma arte de bem gerir mensagens,
enviadas e recebidas, nos processos interaccionais. Mas não só. O
tempo, o espaço, o meio físico envolvente, o clima relacional, o
corpo, os factores históricos da vida pessoal e social de cada
indivíduo em presença, as expectativas e os sistemas de
conhecimento que moldam a estrutura cognitiva de cada actor
social condicionam e determinam o jogo relacional dos seres
humanos.
Como minimizar as barreiras
Usar linguagem apropriada e directa.
Fornecer informações claras e completas.
Usar canais múltiplos para estimular os vários sentidos do receptor
(visão, audição etc.).
Dar relevância ao feedback.
Comunicação face a face.
Escuta activa. Participemos activamente da comunicação.
Empatia. Colocar-se na posição ou situação da outra pessoa, num
esforço de entendê-la.
Mensagem tal
como é
enviada
Mensagem tal
como é
recebida
Barreiras da
Comunicação
Barreiras da
Comunicação
FísicasProvocam distorções entre o que é dito e o que é ouvido.
Ex: ruídos, falta de concentração, surdez, deficiente
dicção, etc.
IntelectuaisDificultam a compreensão da mensagem.
Ex: capacidades intelectuais, conhecimentos técnicos
sobre o assunto, educação, etc.
PsicológicasProvocadas pelas atitudes para com o outro, pelos
sentimentos de rejeição ou não empatia, pelos
preconceitos, pelo medo ou insegurança na situação, e
que conduzem a que, apesar de compreender o outro, não
aceite os seus pontos de vista.
Ex: ansiedade em não abdicar do seu ponto de vista.
Do auto-
convencimento
O emissor pressupõe que foi compreendido, porque é
explícito e conhecedor do que pretende emitir, no
entanto o receptor pode nem ouvir, nem compreender
o que o outro realmente pretende dizer.
Ex: ambos a dizerem a mesma coisa por palavras
diferentes.
Boato ou rumorAfirmação que se apresenta como verdadeira sem que
no entanto existam dados concretos que permitam
verificar a sua veracidade.
1.5 Construção, adaptação, envio, recepção e
interpretação da mensagem.
Processamento interno da mensagem:
•Processamento fonético
•Processamento literal(significado)
•Processamento reflexivo(empático)
ConstruçãoCriar uma mensagem a transmitir.
AdaptaçãoAdaptar a mensagem para que o outro, dentro das suas próprias características, a entenda.
EnvioEnviar essa mensagem.
RecepçãoO outro recebe a mensagem.
InterpretaçãoO outro interpreta a mensagem.
Mensagem
Construção Adaptação Envio Recepção Interpretação
Processamento fonéticoRefere-se à fonética que é o ramo
da linguística, estuda a natureza
física da produção e da percepção
dos sons da fala humana.
Processamento literalRefere-se ao significado literal da
mensagem.
ex: “Cuidado com o degrau” (ter
cuidado com um degrau).
Processamento reflexivoRefere-se à capacidade empática
no processo de comunicação –
colocar-se no lugar do outro.
Uma boa pergunta é aquela que:
Não influencia a resposta;
Não incita a uma resposta inexacta, ou seja, desenquadrada da
informação que se pretende obter;
Deve ser formulada de forma a requerer uma afirmação ou negação ou,
então a eleição de uma categoria (sobretudo as perguntas fechadas);
Deve ser redigida de forma compreensível em função das
características das pessoas a que se dirigem;
Devem ser formuladas sem invocar pré-juízos;
Não deve ser indiscreta ou embaraçosa, salvo em algumas
excepções. Quando assim for devem ser formuladas de maneira a não
ferir a susceptibilidade do inquirido;
Deve centrar-se na informação desejada.
Alguns cuidados a ter em conta na formulação das perguntas:
Não fazer perguntas que obriguem a cálculos ou a um grande esforço de
memória;
Redigi-las de forma pessoal e directa;
Formular as questões de forma neutra (sem indiciar respostas);
Não utilizar palavras abstractas (classe; espécie, tipo…) ou valorativas
(muito, pouco, bom) porque causam um duplo sentido;
Colocar as questões da forma mais concreta e simples possível (pensar
em quem vai responder ao questionário);
Pensar no tipo de informação que queremos;
Pensar se queremos uma resposta geral ou específica.
As perguntas servem para esclarecer, para direccionar, para
conduzir, para ouvir de forma mais profunda…
Perguntas AbertasPerguntas Abertas
As perguntas abertas são aquelas cuja resposta exige mais do que um
monossílabo ou uma oração curta. Ex: “Que coisas aconteceram na
festa?”. Este tipo de perguntas convida ao interlocutor para que fale
durante mais tempo.
Perguntas FechadasPerguntas Fechadas
As perguntas fechadas são aquelas que contestam com um
monossílabo ou pelo menos com duas ou três palavras; são
perguntas do tipo “Aonde deixaste o carro?”, ou “Estás bom?”. Pode-
se apreciar que facilitam menos a conversação.
RetornoRetorno
Consiste no retorno da mensagem, verificando-se uma
alternância de papéis, entre o emissor e o receptor: feedback.
ReformulaçãoReformulação
Consiste em transmitir a
mensagem de uma outra forma.