“doenÇas sexualmente transmissÍveis” · estimativa de casos novos de dst curáveis, 2008...

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“DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS” Valdir Monteiro Pinto SES - Programa Estadual de DST/Aids - SP

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“DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS”

Valdir Monteiro Pinto

SES - Programa Estadual de DST/Aids - SP

Fonte: WHO.

498,9 milhões 448 milhões 340 milhões

Evolução das estimativas globais de DST (OMS)

1995 1999 2005 2008

33%

11,3%

32%

2,1%

99,6%

1990

333 milhões 250 milhões

Estimativa de casos novos de DST curáveis, 2008 (OMS)

Sífilis, Gonorréia, Clamídia, Trichomonas

Europa

46,8 m

Ásia Sudeste

78,5 m

Pacífico Oriental

128,2 m

Mediterrâno

26,4 m

Africa

92,6 m

Américas

125,7 m

1

6

4

3

5

2

Fonte: WHO, 2012. http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/75181/1/9789241503839_eng.pdf

Países: 205

Pop. 15 - 49a: 3,553 bi

Total (milhões) = 498,9

(14%)

DST

• Alta magnitude

• Alta incidência e prevalência

• Alta taxa de complicações

• Facilita a transmissão do HIV

COMPORTAMENTO SEXUAL DOS BRASILEIROS

• 15-24a: 55% usaram preservativo na última relação

• >50a: 16% usaram preservativo na ultima relação

• 15-24a: 31% usaram preservativo com parceria fixa

• 25-49a: 17% usaram preservativo com parceria fixa

• >50a: 10% usaram preservativo com parceria fixa

VULNERABILIDADE DA POPULAÇÃO

Fonte: PCAP-2008. Departamento de DST, Aids e Hepatites virais

Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da

População Brasileira de 15 a 64 anos de idade, 2008

PCAP/2008 - DST

Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites virais

10,3 milhões já tiveram algum sintoma

de DST na vida

• Dos indivíduos sexualmente ativos (78 milhões):

• 13,2% já relataram algum sinal ou sintoma de DST na

vida (10,3 milhões)

• 16,9% de homens (6,6 milhões)

• 9,5% de mulheres (3,7 milhões)

Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites virais – Ministério da Saúde

Homens buscam menos o tratamento

• Dos que relataram algum sinal ou sintoma de DST:

• 18% dos homens não procuraram tratamento

• 11,4% das mulheres não procuraram tratamento

• Dos que procuraram tratamento:

• 99% das mulheres foram ao médico e apenas 1% buscaram ajuda no balcão da farmácia

• 25,3% dos homens procuraram inicialmente a farmácia e 74,7% deles foram primeiro ao médico

Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites virais – Ministério da Saúde

Orientações recebidas

Recomendação (%) Homens Mulheres

Usar preservativo 61,9 53,9

Comunicar parceiros 57,9 70,5

Fazer teste de HIV 30,2 31,7

Fazer teste de sífilis 24,3 22,5

Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites virais – Ministério da Saúde

Recomendação (%) Homens Mulheres

Usar preservativo 61,9 53,9

Comunicar parceiros 57,9 70,5

Fazer teste de HIV 30,2 31,7

Fazer teste de sífilis 24,3 22,5

Homens Mulheres

38,1 41,1

42,1 29,5

69,8 68,3

75,7 77,5

Deixaram de receber orientações

Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites virais – Ministério da Saúde

PREVALENCIAS (%) POR ETIOLOGIA DE DST SEGUNDO

GRUPOS DE ESTUDO. BRASIL, 2005.

INDUSTRIÁRIOS

GESTANTES

POPULAÇÃO GERAL

GRUPOS/

DST

17,4

33,5

HPV BAIXO RISCO

HPV ALTO RISCO

0,9 0,9 HBV

0,5 HIV

3,4 9,4 CLAMIDIA

0,9 1,5 GONORREIA

2,0 2,6 SIFILIS

NR

NR

NR

Fonte: D-DST/aids, HV. Estudo de Prevalência e Freqüências Relativas das Doenças Sexualmente Transmissíveis no Brasil.

PREVALÊNCIA SÍFILIS

-

-

7,2%

6,2%

13,4%

SÍFILIS (+)

UDI

PS - Mulheres

HSH

GRUPO

• Moradores de rua de SP, 2000, TR: 22,6% (Silva et al Intern J of STD & AIDS.

2001;12:136-7)

• Moradores de rua de SP, 2003: 5,7% (Brito et al. Rev Saúde Pública. 2007;41(Suppl 2):47-56.

• Presidiárias SP: 5,7% (Lopes et al. Cad. Saúde Públic. 2001;7(6):1473-1480),

• Moradores de rua de SP, 2007: 7,0% (Pinto et al. Rev Bras Epidemiol. 2014 (prelo)

• Presidiárias ESP, 2013: 7,0% (Matida LH; et al. Dados preliminares )

Szwarcwald CL. Disponível em: http://sistemas.aids.gov.br/prevencao2010/sites/default/files/page/2010/18.06.2010/MR_CeliaLandmann.pdf ,

RDS (10 cidades)

2010

Casos notificados de sífilis adquirida, municípios e unidades

notificadoras segundo ano de notificação, ESP, 2007 a 2013.

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

de

cas

os

de

sif

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adq

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ida

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

de

un

idad

es

e m

un

icip

ios

no

tifi

cad

ore

s

Nº de unidades notificadoras 586 771 945 1189 1392 1533 1337

Nº de municipios notificadores 145 166 176 197 206 212 199

Casos sífi l is adquirida 2348 3650 5059 6871 9993 14297 8333

1 2 3 4 5 6 7

Fonte: SINAN -Vigilância Epidemiológica - Programa Estadual de DST/Aids-SP (VE-PE DST/AIDS-SP)

* Dados preliminares até 30/06/2013, sujeitos à revisão mensal.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

1256

1982

2921

4131

6138

8690

1092

1668

2138

2740

3855

5607

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Masculino

Feminino

Fonte: SINAN -Vigilância Epidemiológica - Programa Estadual de DST/Aids-SP (VE-PE DST/AIDS-SP)

* Dados preliminares até 30/06/2013, sujeitos à revisão mensal.

Casos de sífilis adquirida segundo sexo e ano de notificação,

ESP, 2007 a 2012.

Figura 1: Distribuição de casos notificados de sífilis e corrimento uretral segundo o ano de notificação,

estado de São Paulo, 2000 a 2012*

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

Casos de sífi l is Casos de corrimento uretral

Distribuição de casos notificados de sífilis e corrimento uretral

segundo ano de notificação, ESP, 2000 a 2012.

Casos notificados de sífilis adquirida segundo GVE e ano de

notificação, ESP, 2000 a 2012.

Casos notificados de corrimento uretral segundo GVE e ano

de notificação, ESP, 2000 a 2012.

Figura 3: Mapas de 2007, 2009 e 2010 do estado de São Paulo por GVE segundo os estratos de

numero de casos notificados de sífilis adquirida *

Fonte: SINAN – Vigilância Epidemiológica – Programa Estadual de DST/Aids – SP (VE-PE DST/AIDS-SP) *Dados preliminares até 30/06/2013.

2007

2009

2012

Mapas de 2007, 2009 e 2010 por GVE segundo

estratos de número de casos de sífilis adquirida

INTERNAÇÕES POR DIP - ESP (2000 a 2010)

ANO No.

INTERNAÇÕES GASTO (R$)

2000 7274 1.675.406,28

2001 6330 1.217.685,98

2002 6410 1.258.137,94

2003 6850 1.547.602,30

2004 6627 1.808.030,38

2005 6742 1.946.528,91

2006 6696 1.986.790,61

2007 6820 2.024.706,27

2008 4944 1.496.902,64

2009 5161 1.756.959,84

2010 5144 1.898.317,65

TOTAL 68.998 18.617.068,79

Fonte: SIH/SUS. Morbidade hospitalar do SUS – por local de residência – Brasil. Internações por Região/UF e Ano processamento.

Lista morb CID-10: Salpingite e ooforite. Outras doenças infl. orgãos pélvicos fem. Fx etárea: 15 a 49 anos. Período: 2000-2010.

Interrelações DST x HIV

DST ulcerativas e não ulcerativas e transmissão do HIV

Hoffman et al., 1966; Atkins et al., 1996 - Demonstraram

aumento da prevalência de HIV-DNA em espécimes de swab

de homens com gonorréia

Plummer et al., 1991; Kreiss et al., 1986 - Demonstraram a

presença do HIV em úlceras genitais

Fauci, 1993 - Demonstraram que as células do receptor CD4 se

concentram em torno das áreas de dano (úlcera)

Wald and Link, 2002 - HSV2 como facilitador da infecção HIV

Kiviat et al., 1990 - Demonstra evidências entre verrugas ano-

genitais e a transmissão do HIV.

Dickerson et al., 1996 - DST não ulcerativas são facilitadoras

para infecção pelo HIV em países em desenvolvimento.

Hoffman et al., 1966; Atkins et al., 1996 - Demonstraram

aumento da prevalência de HIV-DNA em espécimes de swab de

homens com gonorréia

OBJETIVOS EM SAÚDE PÚBLICA PARA AS DST

• Interromper a transmissão

• Evitar o desenvolvimento da doença

• Prevenir complicações e seqüelas

• Reduzir o risco de infecção pelo HIV

ESTRATÉGIA: ABORDAGEM SINDRÔMICA

• Alta sensibilidade e eficiência (custo-efetividade)

• É mais sensível que o diagnóstico clínico

• Evita o referenciamento desnecessário dos pacientes

• Atuação imediata reduzindo o risco de complicações e

sequelas

• Permite a redução do risco de transmissão do HIV

P.E.-CRT-DST/AIDS

TAXA DE CURA

• Corrimento Uretral Masculino = 95%

• Úlceras genitais = 96,3%

• Corrimento Vaginal - sensibilidade aumentou de

16% com abordagem clínica para 54% com

abordagem sindrômica e 68% com adição do

gradiente de risco

Ações da Atenção Básica em DST

• Atividades educativas

• Aconselhamento

• Diagnóstico precoce das DST

• Tratamento adequado das DST

• Referências estabelecidas

• Prevenção da TV da sífilis e do HIV

• Manejo adequado dos indivíduos em uso de drogas.

Cadernos de Atenção Básica n.º 18 - 2006 Ministério da Saúde.

Abordagem Sindrômica

Atribuições da equipe da AB no manejo das DST

• Contribuir para a superação do preconceito e discriminação

• Aumentar a conscientização da população com relação à

promoção, prevenção, diagnóstico e assistência a esses

agravos

• Garantir acesso às populações mais vulneráveis

• Atuar de forma integrada com os serviços especializados

• Identificar e desenvolver ações em parceria com os serviços

existentes na comunidade

Cadernos de Atenção Básica n.º 18 - 2006 Ministério da Saúde.

Níveis de atenção, modalidades de controle das DST e ações prioritárias

Nível de Atenção

Promoção da Saúde e Prevenção das DST

Rastreamento Diagnóstico e

tratamento precoce das DST

Tratamento da lesão invasiva

Cuidados Paliativos

Promoção de hábitos saudáveis e prevenção

de fatores de risco

Conscientização da importância da busca precoce por atenção

Conscientização da importância dos

cuidados paliativos

Idem. Conscientização dos profissionais sobre

a detecção de DST

Realização da coleta de material para

exames disponíveis

Realização dos protocolos de

rotina, com Tx. precoce das DST

Realização de cuidados paliativos

Interpretação do exames diagnósticos

Interpretação do exame

histopatológico

Realização de biópsias , pequenas

cirurgias e CAF

Realização de tratamento,

cirurgia, reabilitação e

contra-referência

Realização de cuidados paliativos

Fonte: Adaptado de DGRO/CONPREV/INCA/MS, 2009.

Linha de Cuidados

Fonte: Adaptado de Cancer Control: Knowledge into action. WHO guide for effective programmes.

Module 3 (Early Detection). WHO, 2007.

Prevenção /

Rastreamento /

Diagnóstico /

Tratamento

Diagnóstico e

tratamento das DST

Tratamento

UBS / ESF Acolhimento,

aconselhamento rastreamento

LAB

Interpre-tação de exames US 2ária

Colpo, especialistas

etc

Internações de complicações.

CACON

Cir/RXt/QT

CAF, pequenas cirurgias

Nível Primário Nível Secundário Nível Terciário

População

sintomática e

assintomática

Comunidade

DST no município - necessário:

• Definir papéis e funções para cada nível de atendimento;

• Estabelecer fluxos de referência e contra referência;

• Disponibilizar insumos necessários para prevenção,

diagnóstico e tratamento;

• Garantir a qualificação dos profissionais para identificar e

atender às necessidades da população.

Resultados esperados

• Manejo rápido de casos no 1º contato do paciente com o sistema de saúde

• Maior cobertura, por facilitar a implantação na AB por

profissionais devidamente treinados

• Oportunidade de introdução de medidas preventivas e de promoção à saúde no 1º encontro

• Padronização do tratamento com melhor vigilância da resistência bacteriana

• Redução rápida da sintomatologia (alívio dos sintomas e da ansiedade)

• Redução da infecção pelo HIV

UBS resolutivas e de fácil acesso são capazes

de promover um forte impacto na epidemia do

HIV/aids e na incidência das DST no município.

Treinamento prático e teórico

Capacitação para o manejo das DST

Capacitação em serviço

• Módulos teóricos -Básico -Estendido • Módulo prático -Atendimento supervisionado Executores: ˉ CRT-DST-Aids da SES-SP ˉ Outros (polos regionais)

Objetivos

Ao final do treinamento espera-se que o treinando demonstre as seguintes habilidades no manejo das DST:

• Acolher com avaliação de risco e vulnerabilidades

• Colher a história clínica e sexual

• Realizar exame clínico e genital

• Realizar exame especular, toque bimanual, PH vaginal e teste do cheiro (KOH)

• Prescrever tratamentos padronizados segundo fluxogramas

• Realizar aconselhamento e estratégias de busca de parceiros sexuais em risco

• Notificar os casos de corrimento uretral e sífilis

• Demonstrar o uso correto do preservativo

• Manejar os fluxogramas de DST e manejar clinicamente as verrugas genitais

• Manejar todas as fases evolutivas da sífilis adquirida (módulo estendido)

• Manejar os recursos laboratoriais para diagnóstico etiológico (módulo estendido)

• Aplicação de pré-teste: 30’

Módulo teórico básico – total: 4h

• Conceitos fundamentais (1h30’) -Acolhimento- 10’ -Aconselhamento- 15’ -Vigilância em serviço- 5’ -Propedêutica (história clínica, sexual, exame físico)- 30’ - Manejo das DST por fluxogramas- 30’ • Discussão de casos (2h30’)

-Úlcera Genital- 30’ -Corrimento uretral- 30’ -Desconforto e dor pélvica- 30’ -Corrimento vaginal/cervical- 30’ -Verrugas genitais- 30’

Módulo teórico estendido – total: 8h

• Módulo teórico básico- 4h • Diagnóstico etiológico-1h30’

- laboratório em DST -coleta -acondicionamento -transporte -fluxo

Manejo completo da sífilis-2h30’

Módulo prático - total: 4h

• Atendimento supervisionado

-Fluxo de atendimento-5’

-Acolhimento com avaliação de risco- 55’

-Pronto atendimento- 2h30’

-CTA- 15’

-PEP-(condicionado à demanda)-15’

• Aplicação do pós-teste: 15’

• Discussão do pós-teste: 15’

Valdir Monteiro Pinto

Herculano Duarte Ramos de Alencar

Fones: +(55) 11 5087-9981; 3397.2196

E-mail: [email protected] ;

[email protected]

OBRIGADO!!!