documento protegido pela lei de direito autoralimplementar melhorias necessárias para uma gestão...
TRANSCRIPT
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTANCIA DA GESTÃO DE ESCOPO EM GESTÃO DE
PROJETOS: UM ESTUDO DE CASO EM EMPRESAS DE
PEQUENO PORTE DE TI
Por: Francisco José dos Santos Monteiro
Orientador
Prof. Úrsula Gomes
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GESTÃO DE PROJETOS: A MÁ ELABORAÇÃO DOS ESCOPOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Projetos....
Por: Francisco José dos Santos Monteiro.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que sempre me ajudou com o foco e com as motivações necessárias para que eu conseguisse atingir minhas metas e superar minhas dificuldades
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho primeiramente a Deus, que na figura de meus pais deram-me toda a infraestrutura e incentivos necessários ao sucesso. Ao anjo que Deus colocou em minha vida, na figura de minha noiva que sempre me apoiou de forma singular, fundamental e essencial em todo o processo.
5
RESUMO
Este trabalho demonstra a importância do gerenciamento de escopo bem elaborado em uma gestão de projetos eficiente. Podendo ser uma ferramenta para auxiliar a implementação das entregas a serem executadas em uma pequena empresa de tecnologia da Informação. Foi realizado um estudo de caso por meio de observação com os responsáveis pelos projetos, além de uma análise documental durante a elaboração do escopo. A coleta e análise dos dados, foram realizadas com o auxílio das ferramentas da qualidade que permitiu a identificação dos principais problemas a serem resolvidos. Mediante todo trabalho, foi possível concluir que como o escopo e a gestão de projetos estão intimamente ligados, o sucesso do projeto depende de um bom cumprimento das etapas do planejamento do escopo, assim como sugere as boas práticas abordadas no manual do PMBOK.
6
METODOLOGIA
Através de uma pesquisa bibliográfica, visando a identificação dos
fatores determinantes e contribuintes, da ineficácia de um escopo mal
elaborado, foi possível demonstrar que quando este escopo não recebe a
devida importância na sua fase de elaboração gera-se um impacto negativo em
todas as etapas subsequentes do projeto.
Porém este fato só foi possível ser comprovado, mediante à revisão
bibliográfica de autores, pertinentes ao tema abordado neste trabalho, e de um
detalhado estudo de caso, onde através do auxílio das ferramentas da
qualidade, possibilitou a identificação e a análise das principais falhas
relacionadas à má elaboração do escopo, na empresa de Tecnologia da
Informação de médio porte, cujo o nome será mantido em sigilo.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - Gestão de Projeto 11
CAPÍTULO II - O ESCOPO 21
CAPÍTULO III - FERRAMENTAS DA QUALIDADE 30
CAPÍTULO IV - ESTUDO DE CASO 33
CAPÍTULO V - RESULTADOS OBTIDOS 37
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 43
8
INTRODUÇÃO
A gestão de projetos teve seu surgimento na década de 50 e desde
então vem adquirindo mais adeptos e vê o seu corpo de conhecimento se
tornando cada vez mais robusto e consolidado. Seu nascimento foi inicialmente
concentrado nos EUA país onde em 1969 foi criado o Project Management
Institute, PMI, organização sem fins lucrativos responsável por fomentar a
disciplina de gestão de projetos e que hoje bem mais globalizado através dos
seus diversos capítulos espalhados pelo mundo e é responsável por
publicações de renome como o Project Management Body of Knoledge
(PMBOK) e também pela certificação de Project Management Professional
(PMP).
Existe uma grande diversidade de desafios para as micro e pequenas
empresas no mundo atual, onde as constantes mudanças no ambiente externo
exigem que a empresa seja capaz de acompanha-las internamente, correndo o
risco de desaparecer em um mercado cada vez mais competitivo, caso não se
adapte às mudanças na competição e no padrão de consumo.
Segundo Sato (2004), mudanças são uma forte característica do
ambiente tecnológico, onde as inovações ocorrem de maneira rápida, frequente
e crescente. As rápidas e constantes inovações tecnológicas ocorridas nas
últimas décadas exigem que a implementação das mudanças organizacionais
ocorra de forma única e ágil. Essa necessidade se encaixa perfeitamente com
as características principais da Gestão de Projetos que é ser único, peculiar,
exclusivo e não repetitivo. (DINSMORE et al, 2007).
A área de Tecnologia da Informação, dispõe de ferramentas de
comunicação capazes de alterar as bases de competitividade, estratégicas e
operacionais da organização. Tais ferramentas são cada vez mais usadas para
direcionar e orientar o comércio; administrar a organização em escala global;
enfrentar as mudanças na economia, gerenciar o “patrimônio de
conhecimento”; desenvolver novos produtos e serviços, e dar suporte ao
9
processo de planejamento (Laudon, 2003). Por isso, é imprescindível manter o
gerenciamento dos projetos de TI alinhado com a estratégia da empresa
(Albertin, 2001).
Porém, já foi identificado que um dos fatores, que mais diminuem o
desempenho do projeto, e que ocorre com maior frequência é a dificuldade na
definição de escopo. Isso gera diversas alterações do projeto, por inúmeras
causas. Um exemplo é a falha na comunicação: "analista de TI acha que
entendeu a solicitação", "solicitante não passou as informações claramente",
"não houve formalização da solicitação entre as partes" etc. Sabe-se que é
necessário checar entendimento das definições, pois há uma dificuldade
natural em escrever aquilo que realmente se deseja, trata-se de uma
deficiência no processo cultural do lado do cliente. A confecção de um escopo
detalhado, claro e conciso é fundamental para garantir a satisfação do cliente e
a eficácia da realização do trabalho materializado e evitar que o projeto passe
por caminhos tortuosos. Um escopo bem definido e bem controlado aumenta
significativamente as chances de todos os objetivos do projeto serem
alcançados: concluir o projeto dentro do prazo pré-determinado, respeitando o
custo orçado e entregando os produtos do projeto conforme qualidade
acordada inicialmente.
Desta forma, este trabalho tem como objetivo geral detectar a real
influência de uma boa gestão de escopo na elaboração eficaz do projeto. Como
objetivos específicos:
Observar todos os processos pertinentes ao projeto, a fim de
identificar os pontos fortes e fracos;
Pesquisar bibliografias de forma direcionada e implementar as
análises sobre a gestão do projeto;
Demonstrar a relevância de uma boa gestão na elaboração do
escopo do projeto;
Implementar melhorias necessárias para uma gestão assertiva;
Através da demonstração da importância de um escopo bem elaborado,
em pequenas empresas de TI, adotando o controle de boas práticas e
formulação eficaz para a gestão do escopo. Desta forma, que seja seguida a
10
sequência cronológica das fases do projeto: início, planejamento, controle,
execução e conclusão do projeto, conforme o tempo previsto na estrutura
analítica de projetos, bem como a entrega da proposta dentro dos prazos
acordados, entre a empresa e o cliente, para assim obter a satisfação dos
mesmos, mantendo a qualidade do serviço.
A relevância da qualidade como quesito de prestação de serviço, que
atenda de maneira satisfatória às necessidades dos clientes, torna-se
imprescindível. Uma vez que a crescente procura por serviços em TI tem
aumentado a cada dia, o que gera uma grande competitividade, porém por
muitas vezes com prazos curtos, onde consequentemente tem gerado queda
na qualidade dos serviços, por não atingir os requisitos básicos da qualidade,
que é o cumprimento do prazo de entrega do serviço. Por isso a fim de permitir
a melhoria no processo que será analisado neste tcc, é necessário um
adequado e criterioso estudo, incluindo variáveis-chave em todas as etapas do
mesmo.
11
CAPÍTULO I
Gestão de Projeto
Neste capítulo será apresentado o tema “gestão de projetos”,
inicialmente fazendo uma definição de “projeto”, destacando a singularidade
como uma característica importante. Em seguida, é apresentada a
conceituação de “gestão de projetos” propriamente dita, algumas áreas de
conhecimento envolvidas são mencionadas e são feitas considerações sobre
“escritório de projetos”.
1.1 O que é Projeto
O PMBOK (2004) diz que, projeto é um esforço temporário
empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. É
temporário pois todos os projetos possuem um início e um final definidos e,
normalmente, não se aplica o termo temporário ao produto, serviço ou
resultado criado pelo projeto.
A característica mais importante dos projetos é a singularidade e mesmo
que haja elementos repetidos, não mudará a singularidade fundamental de
cada trabalho do projeto. Se tomarmos como exemplo, uma construtora, ela
terá vários projetos de construção de edifícios, porém, cada construção será
única e apresentará desafios e dificuldades únicas à equipe que gere o projeto.
Segundo (DINSMORE, 2003) devido características mencionadas
abaixo, entende-se que projetos são uma importante ferramenta de mudança:
Únicos, inéditos, nunca feito antes da mesma maneira;
Temporário, com prazos definidos para início e fim;
Progressivo, ao longo do tempo a especificidade aumenta.
Acrescentando o PMBOK (2004, p. 6), ainda é possível citar que a
“elaboração progressiva” é uma característica de projetos que participa os
conceitos de temporário e exclusivo. Na elaboração progressiva deve-se
desenvolver em etapas e continuar por incrementos, ou seja, não se
conseguirá elaborar a segunda etapa do projeto sem que a primeira esteja
12
100% elaborada, porém é importante não confundir este conceito com o
aumento do escopo do projeto.
Segundo Pfeiffer (2005), projeto é um conjunto de atividades ou
medidas, planejadas para serem executadas com a responsabilidade de
execução definida, a fim de alcançar determinados objetivos, dentro de uma
abrangência definida, em um prazo de tempo limitado e com recursos
específicos. Um projeto geralmente é caracterizado por criar algo novo.
Para Kerzner (2008), projetos são empreendimentos com objetivos
bem definidos, que consome recursos e opera sob pressões de prazos, custos
e qualidade.
Considerando-os, ainda, atividades exclusivas de uma organização que
podem ser completamente nova e que podem, simplesmente, nunca ocorrer
novamente, alguns ainda definem o projeto como uma atividade multifuncional.
De acordo com a norma ISO 10006 (2000), projeto é um processo
único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com
datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme
requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos.
1.2 Gestão de Projetos Por longo tempo o homem já trabalha com projetos, antes mesmo de
contextualizá-lo como tal. Apenas há algumas décadas, entretanto, é que
começaram os estudos e aprimoramentos sobre essa modalidade de gestão.
Chicarino (2005) diz que desde a década de 1990, a complexidade dos
projetos vem aumentando e com isso a exigência de maior capacitação de
gestão por parte das organizações responsáveis.
De acordo com o PMBoK (2004), gerir projetos é aplicar
conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a
fim de atender aos seus requisitos.
Segundo PMI, a gestão de projetos, deve aplicar e integrar os
seguintes processos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e
controle, e encerramento. Desta forma, gerenciar um projeto inclui:
13
Identificação das necessidades; estabelecimento de objetivos
claros e alcançáveis;
Balanceamento das demandas conflitantes de qualidade,
escopo, tempo e custo;
Adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às
diferentes
Preocupações e expectativas das diversas partes interessadas.
Para Pfeiffer (2005), gestão de projetos é uma atuação sistemática,
mas ao mesmo tempo flexível e ágil para tratar de todos os aspectos
relevantes à realização do mesmo. A gestão é necessário, desde a concepção,
passando pelo planejamento e implementação, até a sua avaliação final.
Segundo Kerzner (2008), o grande desafio da gestão de projetos,
consiste em gerenciar atividades que nunca foram realizadas antes e que
podem jamais vir a se repetir no futuro. O autor apresenta ainda, a definição do
termo, que para ele, é o planejamento, a programação e o controle de uma
série de tarefas integradas, de forma a atingir seus objetivos com êxito, para
benefício dos participantes do projeto.
De acordo com a norma ISO 10006 (2000), a gestão de projetos é a
junção das atividades de planejamento, organização, supervisão e controle de
todos os aspectos do Projeto, em um processo contínuo, para alcançar seus
objetivos.
E finalmente, conforme Philips (2004), a gestão de projetos tem a
função de supervisionar e controlar o trabalho exigido para completar a visão
do projeto. A equipe que compõe o projeto executa o trabalho necessário para
completar a demanda, enquanto o gerente do projeto planeja, monitora e
controla as diversas tarefas do projeto.
1.2.1 Gerente de Projetos
De acordo com o PMBoK (2004), o gerente de projetos é o responsável
pela realização dos objetivos do projeto. A ele, cabe identificação das
necessidades, estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis,
14
balanceamento das demandas conflitantes de qualidade, escopo, tempo e
custo, além de adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às
preocupações e expectativas das diversas partes interessadas.
Para Kerzner (2008), o principal papel do GP passa por uma
transformação deixando a exigência de ser um especialista e assumindo uma
função integradora. Sendo assim, o gestor deve conhecer a tecnologia e não
ser um especialista técnico, pois as habilidades comportamentais passam a ter
uma grande importância no papel que o gerente exercerá. Destaca, ainda, que
esta mudança ocorreu, devido ao aumento da complexidade dos projetos,
exigindo de seus gestores capacidade de tomar decisões empresariais e não
somente decisões técnicas.
Por fim, define as habilidades necessárias à gestão moderna de
projetos: Capacidade de delegar: as responsabilidades passam a ser divididas
com os gerentes de áreas; Capacidade de negociar resultados: menor
conhecimento específico; as orientações técnicas estão mais condensadas
com os gerentes de área; capacidade de integrar atividades e gerenciar riscos.
De acordo com a norma ISO 10006 (2000), o gerente é o indivíduo com
competência, autoridade e responsabilidade, definidas, para a administração
do Projeto, cabendo a ele, garantir que a estrutura organizacional seja
apropriada ao objetivo do Projeto: tamanho da equipe, condições locais e à
divisão de autoridade e responsabilidade, na organização responsável,
devendo estar envolvido na indicação de outros membros-chave para a equipe.
É essencial que o gerente possua habilidades de liderança.
A norma diz que cabe ao gerente do Projeto, gerenciar as seguintes fases:
Iniciação do Projeto e desenvolvimento do plano do Projeto:
avaliação das necessidades do cliente e outras partes interessadas,
preparação de um plano do Projeto e início de outros processos;
Gerenciamento das interações: gerenciamento das interações
durante o Projeto;
Gerenciamento de alterações e configuração: antecipação às
alterações e gerenciamento destas ao longo de todos os processos;
15
Encerramento: processos de encerramento e obtenção de
retroalimentação.
1.3 Escritório
Segundo Kerzner (2008), o conceito de escritório de projetos poderá
ser a mais importante atividade de gestão de projetos da década, enfatiza,
ainda, que a maturidade e a excelência em gestão de projetos não ocorrem
simplesmente com o uso da gestão de projetos, por um longo período de
tempo, mas sim, com o direcionamento do planejamento para a gestão e para
o escritório de projetos.
Kerzner (2008), ainda caracteriza três tipos diferentes de escritório de
projetos:
Escritório de projetos funcional: utilizado em uma área específica da
organização, tem como principal função, gerenciar um conjunto
crítico de recursos;
Escritório de projetos de grupo de clientes: visa melhor gerenciar as
informações cliente-organização e organização-cliente, podendo
coexistir diversos escritórios dentro de uma mesma organização,
pois eles são independentes da organização que os abriga, como
uma empresa dentro de outra;
Escritório de projetos corporativos: atende toda organização
concentrando-se em questões estratégicas da organização como
um todo e não em questões de áreas especificas.
De acordo com o PMBoK (2004), escritório de projetos (PMO) é uma
unidade da organização, que centraliza, supervisiona e coordena os projetos,
sob o seu domínio. Os escritórios de projetos podem operar de modo contínuo,
com o fornecimento de funções de apoio à gestão dos projetos (treinamento,
software, políticas padronizadas e procedimentos) até a gestão efetiva,
assumindo a responsabilidade pela realização dos objetivos do projeto.
16
O PMBOK (2004), ainda, lista características como pertencentes a um
escritório de projetos:
Recursos compartilhados e coordenados em todos os projetos
gerenciados;
Desenvolvimento de metodologia de gestão de projetos;
Centralização e gerenciamento das informações compartilhadas
pelos projetos;
É uma plataforma de aconselhamento para os gerentes de
projetos;
Coordenação dos padrões de qualidade;
É uma estrutura organizacional com obrigações específicas;
O escritório deve fornecer relatórios consolidados e uma visão
empresarial de projetos sob sua supervisão.
1.4 Padrões, Modelos e Guias
Existem várias metodologias conhecidas que visam padronizar o
gerenciamento de projetos, algumas já estão consolidadas no mercado.
Na empresa FTI, esta gestão está baseada na utilização da metodologia
internacionalmente fornecida através do PMBOK.
1.5 PMI – PMBOK
O PMI – Project Management Institute, ou Instituto de Gerenciamento
de Projetos, foi criado em 1969 nos EUA. Esse instituto tem como objetivo
difundir a gestão de projetos mundialmente.
Para tanto, o PMI publica o PMBOK – Guide to the Project
Management Body of Knowledge, que é um conjunto de conhecimentos em
gerenciamento de projetos amplamente reconhecido como boas práticas.
Conforme o próprio PMBOK (2004) ele fornece uma visão geral das práticas
aplicáveis à maioria dos projetos na maior parte do tempo.
17
Um dos principais elementos que constituem o ferramental do
gerenciamento dos projetos são seus processos, que de acordo com o PMI
(2004) podem ser divididos em cinco grupos:
Processos de iniciação: autorização para início da fase ou do
projeto.
Processos de planejamento: definição dos objetivos e do escopo
a ser executado.
Processos de execução: coordenação dos recursos financeiros,
materiais e humanos para a execução do projeto.
Processos de monitoramento e controle: monitoramento do
progresso e desempenho do projeto.
Processos de encerramento: formalização do término da fase ou
do projeto.
Estes processos, ainda de acordo com o PMI (2004), estão divididos
dentre as 9 áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos, descritas a
seguir:
18
Figura 1 – Mapa Mental – Áreas do conhecimento
Fonte: www.diegomacedo.com.br
19
Gerenciamento da integração: inclui os processos e as
atividades necessárias para identificar, definir, combinar, unificar
e coordenar os diversos processos e atividades de
gerenciamento de projetos dentro dos grupos de processos de
gerenciamento de projetos.
Gerenciamento do escopo: inclui os processos necessários para
garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e
somente ele, para terminar o projeto com sucesso. O
gerenciamento do escopo do projeto trata principalmente da
definição e controle do que está e do que não está incluído no
projeto.
Gerenciamento do tempo: inclui os processos necessários para
realizar o término do projeto no prazo. O tempo costuma ser um
dos aspectos mais relevantes para as partes interessadas do
projeto.
Gerenciamento dos custos: inclui os processos envolvidos em
planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de
modo que seja possível terminar o projeto dentro do orçamento
aprovado.
Gerenciamento da qualidade: incluem todas as atividades da
organização executora que determinam as responsabilidades,
os objetivos e as políticas de qualidade, de modo que o projeto
atenda às necessidades que motivaram sua realização. Eles
implementam o sistema de gerenciamento da qualidade através
da política, dos procedimentos e dos processos de planejamento
da qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade,
com atividades de melhoria contínua dos processos conduzidas
do início ao fim, conforme adequado.
Gerenciamento dos recursos humanos: inclui os processos que
organizam e gerenciam a equipe do projeto. A equipe do projeto
20
é composta de pessoas com funções e responsabilidades
atribuídas para o término do projeto.
Gerenciamento das comunicações: emprega os processos
necessários para garantir a geração, coleta, distribuição,
armazenamento, recuperação e destinação final das
informações sobre o projeto de forma oportuna e adequada.
Gerenciamento dos riscos: inclui os processos que tratam da
realização de identificação, análise, respostas, monitoramento e
controle e planejamento do gerenciamento de riscos em um
projeto; a maioria desses processos é atualizada durante todo o
projeto.
Gerenciamento de aquisições: inclui os processos para comprar
ou adquirir os produtos, serviços ou resultados necessários de
fora da equipe do projeto para realizar o trabalho.
21
CAPÍTULO II
O ESCOPO
A definição do escopo se segue ao entendimento dos objetivos do
projeto, dos resultados esperados e à descrição sumária do trabalho a ser
realizado. No caso de uma auditoria, o escopo é o objetivo que se pretende
alcançar com auditoria.
É feita na etapa de iniciação do projeto e detalhada na etapa de
planejamento. Descreve as características do produto e o trabalho necessário
para realizá-lo.
O consenso inicial sobre o escopo do projeto é estabelecido entre
pessoas, organizações ou departamentos de organizações, sendo uma
pessoa, empresa, o cliente, o demandante do serviço, o prestador de serviços
designado ou outra pessoa, para fazê-lo.
Segundo o Guia PMBOK (2004), o Gerenciamento do Escopo do
Projeto é composto dos “processos para garantir que o projeto inclua todo o
trabalho exigido, e somente o trabalho exigido, para completar o projeto com
sucesso”.
2.1 Escopo do projeto X Escopo do Produto
Depois de entender o que é escopo, é necessário apresentar a
diferença do que é escopo do projeto e o que é escopo do produto. Visto que
muitas pessoas costumam fazer confusões sobre como definir cada um deles.
Tanto escopo do projeto quanto escopo do produto, são vitais para o
sucesso de um projeto, um dos principais erros é a falta de definição do que
contemplam e o que não contemplam dentro de seus aspectos de abrangência.
Cabe salientar que sem uma definição clara do escopo do projeto e
controle eficiente do mesmo, poderão ocorrer situações imprevistas
relacionadas ao prazo, custo e qualidade, sendo este um problema que poderá
trazer prejuízos a empresa e ao cliente (Projeto).
22
Escopo do Projeto: de acordo com a definição do PMBOK® “é o
trabalho que precisa ser realizado para entregar um produto, serviço ou
resultado com as características e funções especificadas” ou seja, é tudo o que
temos que fazer com que o projeto alcance o sucesso, como entregas, prazos,
custos, requisitos e leis.
Escopo do produto: São as características que o produto entregue
pelo seu projeto irá conter, como definições, especificações, medidas e etc. É
aconselhável criar em conjunto com o escopo do produto, o seu critério de
aceitação, que é uma medida mensurável para a validação da entrega do
produto ou parte dele.
2.2 Gerenciamento do escopo do projeto
É o primeiro e um dos processos da gerência de projetos mais
importantes. Segundo Heldman (2003), o planejamento do escopo tem como
objetivo principal explicitar a percepção do que o cliente espera do produto e o
que o prestador de serviços precisa projetar, produzir, entregar e documentar.
Além dos resultados práticos e os requisitos, e o plano de gerenciamento do
escopo.
A especificação do escopo é a linha de base do projeto, o que significa
que, se surgirem dúvidas ou se forem sugeridas alterações, será possível
compará-las ao que está documentado.
Neste momento, todos os fatores, especialmente prazos e custos,
ficam expostos, para não deixar margem a duplas interpretações ambíguas,
embora normalmente seja necessário mais adiante do projeto revê-los para
ajustes das expectativas de ambos sobre o produto.
Estes fatores são negociados antes do início do projeto e explicitados
no Termo de Abertura do Projeto (Project charter), documento que reconhece
formalmente a criação do projeto e pode ter a forma de um acordo formal ou
contrato comercial.
De acordo com o PMI (2004), O gerenciamento do escopo inclui os
processos necessários para garantir que o projeto contemple todo o trabalho
23
necessário, e somente ele, para terminá-lo com sucesso, e é composto por
cinco macroprocessos que interagem entre si e outras áreas de conhecimento.
2.2.1 Planejar o gerenciamento do escopo
Criação de um plano de gerenciamento do escopo do projeto que
documenta como o escopo do projeto será definido, verificado e controlado e
como a estrutura analítica do projeto (EAP) será criada e definida. Entradas:
Autorização do projeto
Definição do escopo (preliminar)
Ativos em conhecimentos organizacionais
Fatores ambientais e organizacionais
Plano do projeto
Saídas:
Plano da gestão do escopo
Plano de gerenciamento de requisitos
2.2.2 Coletar os requisitos
É o processo de determinar, documentar e gerenciar as necessidades
e requisitos das partes interessadas a fim de atender aos objetivos do projeto.
O principal benefício deste processo é o fornecimento da base para definição e
gerenciamento do escopo do projeto, incluindo o escopo do produto.
A coleta dos requisitos nem sempre será possível de ser feita 100% de
uma vez, sendo assim, podemos considerar o planejamento por ondas
sucessivas.
Entradas:
Plano de Gerenciamento do Escopo
Plano de Gerenciamento dos Requisitos
Plano de Gerenciamento das Partes Interessadas
Termo de Abertura do Projeto
Registro das partes interessadas
24
Saídas
Documentação dos requisitos
Matriz de rastreabilidade dos requisitos
2.2.3 Definir escopo
Depois que o Plano de Gerenciamento do Escopo define como será
feito o gerenciamento do escopo e os requisitos foram coletados, inicia-se o
processo de definição do escopo.
Definir o escopo é o processo de desenvolvimento de uma descrição
detalhada do projeto e do produto. O principal benefício deste processo é que
ele descreve os limites do projeto, serviços ou resultados ao definir quais dos
requisitos coletados serão incluídos e quais serão excluídos do escopo do
projeto.
Já que todos os requisitos identificados no processo “Coletar
Requisitos” podem não estar incluídos no projeto, o processo “Definir o
Escopo” seleciona os requisitos finais do projeto a partir da documentação de
requisitos entregue durante o processo “Coletar Requisitos”. Em seguida define
uma descrição detalhada do projeto e produto, do serviço ou resultado.
A preparação detalhada da especificação do escopo é crítica para o
sucesso do projeto e baseia-se nas entregas principais, premissas e restrições
que são documentadas durante a iniciação do projeto. Durante o planejamento
do projeto, o seu escopo é definido e descrito com maior especificidade
conforme as informações a respeito do projeto são conhecidas.
Os riscos existentes, premissas e restrições são analisados para
verificar sua integridade e acrescentados ou atualizados conforme necessário.
O processo “Definir o Escopo” pode ser altamente iterativo. Em projetos de
ciclo de vida iterativo, será desenvolvida uma visão de alto nível para o projeto
em geral, mas o escopo detalhado é determinado em uma interação de cada
vez e o planejamento detalhado para a iteração seguinte é executado à medida
que o trabalho no escopo do projeto e entregas atuais avança.
25
Entradas:
Autorização do projeto
Plano da gestão do escopo
Ativos em conhecimentos organizacionais
Saídas
Definição do escopo (detalhada)
Plano do projeto (atualizações)
2.2.4 Criar EAP (Estrutura Analítica do Projeto)
Criar a EAP (ou em inglês, WBS – Work Breakdown Structure) é o
processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes
menores e mais facilmente gerenciáveis. O principal benefício desse processo
é o fornecimento de uma visão estruturada do que deve ser entregue.
A EAP é uma decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a
ser executado pela equipe do projeto a fim de alcançar os objetivos do projeto
e criar as entregas requeridas. A EAP organiza e define o escopo total do
projeto e representa o trabalho especificado na atual declaração do escopo do
projeto aprovada.
A EAP é utilizada para:
Estimar os recursos para as atividades
Estimar os custos / orçamento
Planejar a qualidade Identificar os riscos
Planejar as aquisições
Definir as atividades
Entradas:
Definição do escopo (detalhado)
Plano do projeto
Saídas:
EDT(EAP) e descrição do trabalho
Plano do projeto (atualizações)
26
2.2.5 Verificar ou validar o escopo
Validar o Escopo é o processo de formalização da aceitação das
entregas concluídas do projeto. O principal benefício deste processo é que ele
proporciona objetividade ao processo de aceitação e aumenta a probabilidade
da aceitação final do produto, serviço ou resultado, através da validação de
cada entrega.
O processo “Validar o Escopo” é diferente do processo “Controlar a
Qualidade” pois o primeiro está principalmente interessado na aceitação das
entregas, enquanto que o controle da qualidade se interessa principalmente
com a precisão das entregas e o cumprimento dos requisitos de qualidade
especificados nas entregas. O controle de qualidade normalmente é feito antes
da validação do escopo, mas os dois processos podem ser executados
paralelamente.
Entradas:
Plano da Gestão do Escopo
Entregas
Definição do Escopo
EDT e descrições do trabalho
Saídas:
Escopo verificado
EAP e descrições de trabalho (atualizações)
2.2.6 Controlar escopo
Controlar o Escopo é o processo de monitoramento do progresso do
escopo do projeto e do escopo do produto e gerenciamento das mudanças
feitas na linha de base do escopo.
O principal benefício deste processo é permitir que a linha de base do
escopo seja mantida ao longo de todo o projeto. O controle do escopo do
projeto assegura que todas as mudanças solicitadas e ações corretivas ou
preventivas recomendadas sejam processadas através do processo “Realizar o
controle integrado de mudanças”.
27
O controle do escopo do projeto é usado também para gerenciar as
mudanças reais quando essas ocorrem e é integrado aos outros processos de
controle.
A mudança é inevitável, assim sendo, algum tipo de processo de
controle de mudança é obrigatório para todos os projetos.
Entradas:
Plano da Gestão do Escopo
EDT e descrições do trabalho
Relatório de desempenho
Informações de desempenho dos trabalhos
Saídas:
Ativos em conhecimentos organizacionais (atualizados)
Plano do projeto (atualizações)
EAP e descrições do trabalho (atualizações)
28
Figura 2 – Visão geral do gerenciamento do escopo do projeto
Fonte: PMI (2004, P.105)
A figura acima mostra os processos que são sugeridos para o
Gerenciamento de Escopo pelo PMBOK. Vale ressaltar que esses processos
29
fazem parte das boas práticas que são sugeridas e podem ser seguidas ou
não.
O gerenciamento do escopo envolve processos necessários para
garantir que os vários elementos do projeto estejam apropriadamente
coordenados. Os processos de gerenciamento de escopo interagem entre si e
também com processos de outras áreas de conhecimento.
30
CAPÍTULO III
FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Este capítulo refere-se às ferramentas e técnicas estatísticas e de
qualidade que foram utilizadas neste trabalho. Aqui as ferramentas que são
descritas, têm sua aplicabilidade demonstrada.
3.1 Definindo as ferramentas
Maiczuk e Andrade Júnior (2013), diz que “as ferramentas da qualidade
são métodos utilizados para a melhoria de processos e solução de problemas
em qualidade. O uso dessas ferramentas tem como objetivo a clareza no
trabalho e principalmente a tomada de decisão com base em fatos e dados, ao
invés de opiniões”.
Para Kume (1993) apud Maiczuk e Andrade Júnior (2013) “os métodos
estatísticos são ferramentas eficazes para a melhoria do processo produtivo e
redução de seus defeitos. Entretanto, é preciso que se tenha em mente que as
ferramentas estatísticas são apenas ferramentas elas podem não funcionar,
caso sejam aplicadas inadequadamente”
As ferramentas da qualidade são utilizadas na coleta, interpretação
e/ou disposição das informações sobre a variabilidade dos processos. Estas
podem ser utilizadas isoladamente, mas os resultados mais positivos se dão
quando usamos uma abordagem sistematizada de solução de problemas.
3.1.1 Folha de Verificação
“São formulários onde os dados coletados são preenchidos de forma
fácil e concisa”. (Carvalho, 2003) É um quadro para o lançamento da
quantidade de vezes de um determinado evento, permitindo uma clara
observação dos dados adquiridos facilitando o entendimento dos dados
coletados, já que os organiza ainda durante sua coleta.
31
De acordo com Kume (1993) apud Maiczuk e Andrade Júnior (2013),
quando necessário coletar dados, é essencial esclarecer sua finalidade e ter
valores que reflitam claramente os fatos. Além disso, em situações reais é
importante que os dados sejam coletados de maneira simples e num formulário
fácil de usar. Uma folha de verificação é um formulário de papel no qual os
itens a serem verificados já estão impressos, de modo que os dados possam
ser coletados de forma fácil e concisa.
Um exemplo de folha de verificação pode ser visto na figura 3:
Figura 3 – Folha de verificação
Fonte: CARVALHO, 2003
3.1.2 Diagrama de Pareto
Tem esse nome devido seu criador, Vilfredo Pareto, que teve a
expertise de observar que poucas causas principais, eram capazes de
influenciar intensificadamente no problema e que havia um grande número de
causas triviais, que ficavam a margem do problema.
O Diagrama de Pareto tem como princípio a abordagem estatística de
controle da qualidade. É representado por um gráfico de colunas, onde cada
efeito/problema é quantificado em termos da contribuição para o problema raiz
e colocada em ordem decrescente de ocorrência da esquerda para a direita,
depois é traçado a curva de percentagem acumuladas, como pode ser visto na
32
figura 4. Isso ajudará a concentrar os esforços nas áreas onde serão obtidos
maiores ganhos.
De acordo com Kume (1993) apud Maiczuk e Andrade Júnior (2013),
“Os problemas de qualidade aparecem sob a forma de perdas (itens defeituosos e seus custos). É extremamente importante esclarecer a forma de distribuição das perdas. A maioria deles deve-se a alguns poucos tipos de defeitos, que podem ser atribuídos a uma pequena quantidade de causas. Assim, se as causas destes poucos defeitos vitais forem identificadas, poderemos eliminar quase todas as perdas concentrando-nos sobre estas causas principais, deixando de lado, numa abordagem preliminar, os outros defeitos que são muitos e triviais. Podemos resolver este tipo de problema de uma forma eficiente, através da utilização do diagrama de Pareto.”
De acordo com Pareto, após observar que a distribuição está desigual,
calcula-se matematicamente que 80% estão diretamente influenciando o
problema e os 20% restantes não, ou seja, 80% das consequências decorrem
de 20% das causas.
Figura 4 – Diagrama de Pareto
Fonte: CARVALHO, 2003
43
68
8192
100
0102030405060708090100
0
5
10
15
20
25
30
35
40
ManutençãoCorretiva
Troca deFerramentas
Carga eDescarga
ManutençãoPreventiva
Outros
Freq
uênc
ia A
cum
ulad
a (%
)
Nº
de O
corr
ênci
as
Tempo de Parada de Máquina
33
CAPÍTULO IV
ESTUDO DE CASO
4.1 Folha de verificação
A folha de verificação foi escolhida como ferramenta para facilitar e
organizar a coleta de dados, já que através dela, rapidamente é possível
entender o evento analisado através do histórico. O responsável pelo estudo,
definiu analisar o cumprimento das etapas do planejamento do escopo, na
empresa FTI. Desta forma foi possível observar o maior número de eventos
ocorridos, como na tabela 1, demonstrando a folha de verificação criada do
processo:
Tabela 1: Folha de Verificação com etapas do planejamento do escopo
Fonte: Autor
4.2 Diagrama de Pareto
O diagrama de Pareto foi utilizado para estabelecer uma priorização
das principais causas geradoras do problema, concentrando assim os esforços
Equipe de projetos: Tecnologia da Informação Total de projetos analisados: 10Fase de coleta: Planejamento do escopoPeríodo de análise: Março à Julho de 2015
Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Projeto 4 Projeto 5 Projeto 6 Projeto 7 Projeto 8 Projeto 9 Projeto 10
Planejamento da gestão do escopo x x x x x x x x x x 0
Levantamento de requisitos x x x x x x x x 2
Definição do escopo x x x x x x x 3
Criação da EAP x x x x x x x x x x 0
Verificação do escopo x x x x x x x x x 1
Controle do escopo x x x x x x 4
Total 3 2 2 2 1 0 0 0 0 0
FOLHA DE VERIFICAÇÃO
ETAPAS DO PLANEJAMENTO DO ESCOPO
CONTAGEM DE NÃO CUMPRIMENTO DAS ETAPASTOTAL
34
nas ações que trarão o melhor resultado, já que será feita a atuação sobre as
causas que apresentou maior frequência. Segundo a regra dos 80-20, 80% dos
problemas se devem a 20% das causas, ou seja, 20% dos defeitos causam
80% dos problemas. Porém neste TCC, serão estudados nos 70% dos
problemas, pois estes se mostram mais importantes, visto que em apenas duas
etapas.
Pode-se observar a partir do gráfico 1, que a falta da definição do
escopo e do controle do escopo, representam juntos 70% dos problemas,
mantendo a maior frequência. Sendo assim, o foco do projeto deu-se a partir
desses dois principais processos.
Gráfico 1: NÃO CUMPRIMENTO DO PLANEJAMENTO DO ESCOPO
Fonte: Autor
Após a constatação e a fim de verificar a causa raiz de cada
problema, foram realizados outros dois Diagramas de Pareto, um para controle
do escopo e outro para definição do escopo, gráficos 02 e 03, respectivamente.
4070
90100 100 100
0102030405060708090100
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
Controle doescopo
Definição doescopo
Levantamentode requisitos
Verificação doescopo
Planejamentoda gestão do
escopo
Criação daEAP
Freq
uênc
ia A
cum
ulad
a (%
)
Etap
as d
o pl
anej
amen
to d
o es
copo
NÃO CUMPRIMENTO DO PLANEJAMENTO DO ESCOPO
35
Gráfico 2: Controle do Escopo
Fonte: Autor
Estratificando os dados referentes aos problemas relacionados ao
controle do escopo, observado no gráfico 2, o principal motivo se dá pelo
atraso no monitoramento do escopo (50%), cabe ao gerente de projetos o
desafio de controlar o aumento do escopo do projeto durante sua execução. Os
principais acréscimos se dão devido às mudanças ocorridas a medida que o
cliente vai entendendo suas necessidades e reformulando seus objetivos. Por
esta razão, a utilização de um procedimento formal, previamente definido e
documentado para o controle das solicitações de mudanças é um fator
importante para o gerenciamento do escopo.
Sequencialmente notamos que a não realização das mudanças
necessárias no tempo correto, e a falta de atualizações no plano gerencial,
também influenciam diretamente no bom resultado da gerência do escopo.
50
75
100
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
5
10
15
20
25
Atraso nomonitoramento do
escopo
Não realização dasmudanças necessárias
Falta de atualizações noplano gerencial
Freq
uênc
ia a
cum
ulad
a (%
)
Mot
ivo
da fa
lta
de c
ontr
ole
do e
scop
oControle do Escopo
36
Gráfico 3: Controle do Escopo
Fonte: Autor
Estratificando os motivos para a definição do escopo, percebeu-se que
o problema principal (40%) é a falta da definição / descrição detalhada do
projeto, seguido da falta de dados coletados e da falta de especialistas (gráfico
2). Como nem todas as informações necessárias ao projeto foram coletadas
com o cliente na etapa de levantamento de requisitos, gera-se problemas na
hora de definir de maneira detalhada a definição do projeto, impactando assim
no cumprimento dos cronogramas e custos aumentando o risco afetando a
qualidade do serviço e do produto.
40
80
100
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
Falta da definição /descrição detalhada do
projeto
Falta de dados coletados Falta de especialistas
Freq
uênc
ia A
cum
ulad
a (%
)
Mot
ivo
da fa
lta
de d
efin
ição
do
esco
poDefinição do Escopo
37
CAPÍTULO V
RESULTADOS OBTIDOS
Mesmo havendo falhas em algumas elaborações dos escopos, os
projetos foram bem sucedidos, porém foi sensivelmente notório a evolução da
equipe, mediante o aprendizado a cada realização onde falhas surgiam.
Com o fim do estudo, foi possível demonstrar fisicamente onde
aconteciam os principais erros e com isso, após uma intensa tentativa de
conscientização das possíveis melhorias, através da demonstração do estudo
realizado, obteve-se sucesso na absorção da ideia e a participação de todos os
envolvidos no processo.
Acima de tudo, ficou claro que gerenciar projetos é planejar e
acompanhar a execução das tarefas sempre se mantendo alerta e flexível com
os acontecimentos do dia-a-dia, mas deve estar sempre se reportando ao
plano inicial para não perder o controle e a direção, pois o gerente de projetos,
acima de tudo é um líder e um grande norteador da equipe, além de ser o
ponto focal das informações.
38
CONCLUSÃO
Ao analisar o problema que gerou este estudo e as conclusões abaixo,
é possível perceber que a pergunta central foi respondida. Percebeu-se falhas
no modelo de gestão de projetos proposto por especialistas, porém uma
contínua busca de melhorias.
Quanto aos objetivos específicos deste trabalho: Observou-se todos os
processos pertinentes ao projeto, identificando os pontos fortes e fracos, as
dificuldades de gestão, o nível de maturidade e de excelência em gestão de
projetos da organização estudada.
Foi possível identificar o nível de sucesso dos projetos, uma vez que
uso das ferramentas da qualidade, nos permite quantificar e qualificar os
processos avaliados.
Desta forma, conclui-se que a utilização das ferramentas da qualidade,
na busca e solução de problemas existentes é realmente eficaz, vale ressaltar
ainda que a participação da equipe é fundamental para o sucesso, pois com a
atuação em equipe o processo decorre de forma completa. Durante diversas
conversas, a maioria dos membros da equipe, concordaram que o escopo não
definido adequadamente é um dos problemas mais frequentes seguido da falta
de uma metodologia de apoio, da concorrência entre o dia-a-dia da
organização e os projetos, problemas de comunicação e de mudanças de
escopo constantes. Grande parte não acredita que existam problemas nos
prazos e orçamentos elaborados por eles.
Desta forma para reduzir o risco de falta de clareza de escopo, foi
sugerido algumas atitudes como:
Ter várias entregas intermediárias que permitam que o escopo
seja confirmado pelos stakeholders regularmente, ou seja,
quanto antes o problema é identificado, melhor.
Não deixar de obter aprovação formal dos documentos e dos
entregáveis, pois as pessoas se esquecem do que disseram e
na hora dos problemas o mais provável é que se protejam.
39
Fazer revisões constantes junto a sua equipe para garantir que a
percepção não mude conforme o projeto avance.
Gerenciar bem as mudanças, para que elas não transformem
um escopo claro em algo ambíguo e incompleto.
Hoje, com os prazos cada vez mais apertados e os custos mais
reduzidos, o tempo gasto com a elaboração e a definição do escopo do projeto,
têm cada vez mais diminuído, mas isso tem prejudicado muito o sucesso dos
projetos e consecutivamente o lucro das empresas.
Assim, podemos concluir que para o sucesso do projeto, um dos
principais pontos a serem considerados é a definição do escopo do projeto.
Uma definição clara do escopo facilita a execução das atividades a fim de
garantir a entrega do que foi solicitado e acertado com o cliente e, dessa forma,
o sucesso do projeto é garantido. Afinal, sem termos a ideia do que deve ser
executado e como faremos para chegar neste resultado, com certeza as
chances de insucesso serão muito grandes.
Desta forma, este estudo teve grande valia na minha formação, visto
que, ele se fez presente e eficaz no meu processo de trabalho, comprovando
que um o escopo bem planejado, serve de base para uma boa gestão de
projetos, fazendo com que a qualidade do serviço ou do produto satisfaça tanto
o cliente quanto a empresa envolvida.
40
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, C. P. de. Métodos de Análise e Solução de Problemas e
Introdução à Metodologia Seis Sigma. São Paulo. Apostila de curso de
Aperfeiçoamento profissional. Vivo Ltda. 2003
CHICARINO, Gustavo Zanardi. O uso do Mind Map como ferramenta de gestão
de projetos em áreas de consultoria e desenvolvimento de negócios e
produtos. 2005. 118 f. Monografia (apresentada ao final do curso de pós-
graduação stricto sensu em administração) – Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.
DINSMORE, Paul C. The AMA handbook of project management: American
Management Association. 1993.
DINSMORE, Paul C.; CAVALIERI, Adriane (Coord.). Como se tornar um
profissional em Gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro, RJ. Qualitymark,
2003.
HELDMAN, Kim. Gerência de projetos. 3 ed.. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
PFEIFFER, Peter e Colaboração: Giovana Magalhães. Gerenciamento de
Projetos de Desenvolvimento: Conceitos, Instrumentos e Aplicações. 1ª Ed. Rio
de Janeiro: Brasport, 2005.
INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION. ISO 10006: Quality
management – Guidelines to quality in Project management. s.l.p., ISO, 1997.
JUNIOR, Roque Rabechini e CARVALHO, Marly Monteiro de. Perfil das
competências em equipes de projetos. Revista de Administração de Empresas
41
RAE-Eletronica. São Paulo, v. 2, n. 1, Semestral janeiro-junho/2003.
KERZNER, Harold. Melhores Práticas em Gestão de Projetos: Estudo de Caso.
2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. (1998). Management information systems: new
approaches to organization and technology. Nova Jersey: Prentice Hall.
MAICZUK,J. ANDRADE JÚNIOR, P.P. Aplicação de ferramentas de melhorias
de qualidade e produtividade nos processos produtivos: Um estudo de caso.
Qualitas Revista eletrônica ISSN, v.14, 2013. Disponível em:<
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad
=rja&uact=8&ved=0CB4QFjAA&url=http%3A%2F%2Frevista.uepb.edu.br%2Fin
dex.php%2Fqualitas%2Farticle%2Fdownload%2F1599%2F924&ei=zYqeU9v5
E8_LsQSk64LgDg&usg=AFQjCNHLUsr0Km3_sDx4TMlX6w7TP8LuYg >
Acesso em 27 de Julho de 2015
PHILLIPS, Joseph. PMP Project Management Professional – Guia de Estudos.
São Paulo, SP. Elsevier 2004.
PINTO, Sérgio Augusto Órfão. Gerenciamento de projetos: análise dos fatores
de risco que influenciam o sucesso de projetos de sistemas de informação.
2002. 235 f. Dissertação (Mestrado em Administração) Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São
Paulo.
PMI – Project Management Institute. PMBOK. Um Guia do Conjunto de
Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®). Terceira
Edição, 2004. Four Campus Boulevar, Newtown Square, PA 19073-32299 EUA
42
SATO, Carlos E. Y.; Dergint, Dario E. A..; Hatakeyama, Kazuo. A Organização
Baseada em Projetos (OBP) Como Um Sistema Adaptativo Complexo (SAC).
In:(XXIII SGIT) XXIII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, 19 a 22 de
outubro de 2004, Curitiba. XXIII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica.
São Paulo: Núcleo de Políticas e Gestão Tecnológica da Universidade de São
Paulo: PGT/USP,2004. pp. 3005-3200.
SOTILLE, M. A. ; MENEZES, L. C. de M. ; XAVI, L. F. da S. Gerenciamento do
Escopo em Projetos Editora: Editora FGV 2006 UM GUIA DO CONJUNTO DE
CONHECIMENTOS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS (Guia PMBOK),
3. ed., 2004.
VERAS, C. M. dos A. Gestão da Qualidade. Maranhão: Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, 2009. Disponível em:
<http://www.ifma.edu.br/proen/arquivos/artigos.php/gestao_da_qualidade.pdf>
Acesso em: 27 de Julho 2015
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I Gestão de Projeto 11
1.1 O que é Projeto 11
1.2 Gestão de Projetos 12
1.2.1 Gerente de Projetos 13
1.3 Escritório 15
1.4 Padrões, Modelos e Guias 16
1.5 PMI – PMBOK 16
CAPÍTULO II O ESCOPO 21
2.1 Escopo do projeto X Escopo do Produto 21
2.2 Gerenciamento do escopo do projeto 22
2.2.1 Planejar o gerenciamento do escopo 23
2.2.2 Coletar os requisitos 23
2.2.3 Definir escopo 24
2.2.4 Criar EAP (Estrutura Analítica do Projeto) 25
2.2.5 Verificar ou validar o escopo 26
2.2.6 Controlar escopo 26
CAPÍTULO III FERRAMENTAS DA QUALIDADE 30
44
3.1 Definindo as ferramentas 30
3.1.1 Folha de Verificação 30*
3.1.2 Diagrama de Pareto 31
CAPÍTULO IV ESTUDO DE CASO 33
4.1 Folha de verificação 33
4.2 Diagrama de Pareto 33
CAPÍTULO V RESULTADOS OBTIDOS 37
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CITADA 40
ÍNDICE 43