documento protegido pela lei de direito autoraladolescentes com déficit de atenção e...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A NEUROFISIOLOGIA CEREBRAL E O PROCESSO DA
APRENDIZAGEM EM ESTUDANTES COM DÉFICIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Por: Raquel Costa de Araújo
Orientador
Prof. Marta Pires Relvas
Rio de Janeiro
2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A NEUROFISIOLOGIA CEREBRAL E O PROCESSO DA
APRENDIZAGEM EM ESTUDANTES COM DÉFICIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Neurociência Pedagógica.
Por: . Raquel Costa de Araújo
AGRADECIMENTOS
....à Deus, aos professores, amigos,
meu esposo e aos meus alunos que
são o fruto do meu trabalho e
desenvolvimento profissional.
DEDICATÓRIA
.....dedica-se ao meu esposo e aos
meus alunos que sempre me motivaram
para seguir em frente e nunca desistir.
RESUMO
A Neurociência através de estudos e pesquisas direcionadas para a área da
educação vem desvendando, descobrindo e redescobrindo caminhos que irão
auxiliar professores, pais de alunos e portadores de Déficit de
Atenção/Hiperatividade a buscar alternativas que facilitam o processo de
aprendizagem para alunos com TDAH. Tais descobertas mostram áreas
cerebrais afetadas pelo transtorno antes desconhecidas e pouco estudadas
por especialistas, buscam também entender o cérebro do indivíduo portador do
transtorno no processo da aprendizagem e como o mesmo irá responder aos
estímulos de aprendizagem convencionais. Além de pesquisas e experimentos
a Neurociência desvenda caminhos dando suporte para professores e
pesquisadores do assunto na adaptação de técnicas e atividades que irão
tornar possível e satisfatória a assimilação e compreensão de conteúdos
ministrados por professores da rede regular de ensino buscando proporcionar
ao aluno com tal transtorno a concretização da aprendizagem de forma
satisfatória e significativa, ressaltando que o problema não está nos conteúdos
a serem ministrados e sim na maneira em que são apresentados e/ou
ministrados para os educandos, pois o foco da aprendizagem é o aluno e este
deve ter seu direito e acesso a educação assegurados. Dessa forma a
Neurociência busca proporcionar e viabilizar práticas e técnicas de ensino que
irão dar suporte ao aluno portador do Transtorno de Déficit de Atenção/
Hiperatividade no processo da aprendizagem, através de conhecimentos já
adquiridos por tal Ciência sobre a fisiologia do cérebro.
Palavras – chave: Neurociência, TDAH, aprendizagem, professor e ensino.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada de forma qualitativa, buscando desvendar e
descobrir soluções e técnicas que foram bem sucedidas no processo de ensino
para alunos portadores de Transtorno de Déficit de Atenção, no decorrer da
pesquisa foram consultadas diversas bibliografias sobre o assunto, além da
leitura de artigos da internet que relatam o assunto de maneira coesa e
coerente.
• ARRUDA, Marco. A. Levados da Breca: Um guia sobre crianças e
adolescentes com Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). 1ª
ed. Ribeirão Preto: Glia, 2006, 89p.
• HADDAD, Jane Patrícia. Cabeça nas nuvens – Orientando pais e
professores a lidar com o TDAH – Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2013, 92p.
• METRING, Roberte. Neuropsicologia e aprendizagem. 1ª ed. Rio de
Janeiro: Wak, 2012, 112p.
• RELVAS, Marta Pires. Neurociência na prática pedagógica. 1ª ed. Rio
de Janeiro: Wak, 2012,168p.
• RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de aprendizagem.
5ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011, 144p.
• RELVAS, Marta Pires. Que cérebro e esse que chegou a escola? –
As bases neurocientíficas da aprendizagem. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Wak, 2011, 260p.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Áreas cerebrais afetadas pelo Déficit de Atenção 09
CAPÍTULO II - Como o cérebro do aluno com Déficit de Atenção responde aos
estímulos de aprendizagem convencionais 21
CAPÍTULO III – Técnicas para realização do processo de ensino-
aprendizagem em alunos com Déficit de Atenção/Hiperatividade 32
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA 50
ANEXOS 44
ÍNDICE 52
8
INTRODUÇÃO
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno psiquiátrico, neurobiológico, comum da infância e da adolescência
de causas ainda desconhecidas e com grande influência genética e
acompanha ao indivíduo por toda a vida. O TDAH não é considerado um
transtorno de aprendizagem, mas tem sintomas como a desatenção e
impulsividade que afetam diretamente a aprendizagem.
Em alguns casos podem apresentar comorbidades que geram alterações
de comportamento como o transtorno de conduta, transtorno opositor
desafiante, ansiedade e depressão que irão interferir no rendimento escolar do
aluno.
Incluir esses alunos na rede regular de ensino tem sido uma tarefa muito
árdua para os professores desse segmento, pois apesar do interesse de
alguns em ajudar há também os que não sabem como ajudar pois
desconhecem o assunto.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na
região frontal cerebral e suas conexões com o restante do cérebro. A região
frontal orbital é uma das mais desenvolvidas em seres humanos comparado a
outras espécies de animais, e é responsável por controlar e inibir
comportamentos inadequados, como a capacidade de prestar atenção,
memória, autocontrole, organização e planejamento.
Visando encontrar alternativas que possam viabilizar ao portador de
TDAH, o processo de aprendizagem que atenda as suas necessidades e que
resultará mediantes as suas possibilidades, uma aprendizagem significativa.
9
CAPÍTULO I
ÁREAS CEREBRAIS AFETADAS PELO TRANSTORNO
DE DÉFCIT DE ATENÇÃO
Segundo Relvas, entende-se que o ser humano nasce com uma
disposição natural para o desenvolvimento biológico, social e cognitivo, porém
depende de cuidados para que desenvolva tais competências que através da
comunicação com os seus cuidadores irá desenvolver funções cognitivas que
irão ampliar suas experiências sociais.
Entende-se que o cérebro que está em constante desenvolvimento é
pensante, mas o caminho para se chegar a concretização da aprendizagem
não é igual para todos, mediante as especificidades que cada indivíduo
apresenta, para determinados alunos a aprendizagem se dá mais rapidamente
e o mediador do conhecimento o professor consegue resultados mais
facilmente, já para outros o caminho é mais longo e demora mais tempo para
ser percorrido devido a dificuldades que o impedem de realizar a compreensão
e assimilação de determinado conteúdo.
“Compreender que os “atrasados” não existem no processo educacional é que todos
independentes de suas dificuldades têm direito a um escola que promova uma aprendizagem
significativa, motora, afetiva e social é a maior tarefa da Sociedade humana, pois “somos
diferentes” em nossa totalidade.” (RELVAS, 2014, p.19)
1.1 – O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
Segundo Arruda, Transtorno de Déficit de Atenção é entendido como um
transtorno psiquiátrico neurobiológico, classificado como de alta frequência e
que proporciona grandes impactos sobre o indivíduo com TDAH, a sua família
e a sociedade a qual está inserido. Caracteriza-se pela dificuldade de
atenção/concentração, hiperatividade e impulsividade que se combinam e
10
podem ter variação de grau, e tais sintomas irão se manifestar no início da
primeira infância e poderão se estender até a vida adulta.
“Se fosse preciso definir TDAH em uma frase poderíamos dizer que é um transtorno
mental crônico, multifatorial, neurobiológico, de alta frequência e grande impacto sobre o
portador, sua família e a sociedade e caracterizado por dificuldade de atenção, hiperatividade e
impulsividade que se combinam em graus variáveis e têm início na primeira infância, podendo
persistir até a vida adulta.” (Arruda, 2006, p.9)
Segundo Haddad, os aspectos do TDAH podem ser crônicos e
normalmente tem início na primeira infância, antes dos sete anos de idade e
pode evoluir ao longo da vida; Transtorno neurobiológico, disfunção química
cerebral causadas pela deficiência de DA, NA e 5HT; Alta frequência, cerca de
5 a 8% da população mundial com traços de tal transtorno predomina-se no
sexo masculino; multifatorial podendo ser causado por fatores genéticos em
75% dos casos, problemas durante a gestação como aumento da pressão
arterial, hemorragias, sofrimento fetal, estresse crônico, diabetes entre outros,
uso de substâncias pela gestante como álcool, drogas e cigarro;
intercorrências ao nascimento como partos traumáticos; eventos que possam
agredir o cérebro durante a infância como AVC, alterações metabólicas,
encefalites; grande impacto que vão interferir no seu comportamento social
levando o indivíduo a se divorciar várias vezes ao longo da vida, podem ter
problemas com drogas, tentar suicídio, buscar por uma satisfação profissional
sem sucesso e o desajuste social devido o comportamento inadequado que
pode ser causado pela impulsividade e/ou hiperatividade.
1.2 – Áreas cerebrais afetadas pelo transtorno
http://abnaraneuro.blogspot.com.br
11
Segundo o site da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA),
existem regiões cerebrais que são afetadas pelo TDAH e que podem ter suas
específicas funções alteradas pelos sintomas do mesmo, uma das regiões
afetadas é o Sistema Atencional Anterior, composto por áreas da região frontal
do cérebro, que incluem o córtex pré-frontal , córtex cingulado anterior e
estruturas da base cerebral que são os gânglios da base e o corpo estriado.
Outra região afetada é o Sistema Atencional Posterior composto pelo tálamo e
lobo parietal.
Exames específicos podem ser realizados em crianças com
características de TDAH, que através de Imagens de Ressonância Magnética
(IRM) e Tomografia por Emissão de Pósitrons (TEP), podem ser verificadas
alterações em algumas áreas do cérebro, principalmente na região do córtex
pré-frontal, área responsável pela inibição do comportamento e resposta aos
estímulos ambientais. Além de tais alterações encontradas através de exames,
podem ser constatadas outras irregularidades que contribuem para a formação
dos sintomas que são causados pela ausência e/ou baixa frequência e,
neurotransmissores que são a Dopamina e Norepinefrina, localizados em
regiões cerebrais como o córtex pré-frontal.
Compreende-se que o córtex pré-frontal caracteriza-se por filtrar
estímulos responsáveis pela distração, tendo como função a regulação do
comportamento humano, no que diz respeito ao pensamento, velocidade das
atividades físicas e mentais, além de impulsos. Tal região se conecta com
diversas estruturas encefálicas como estruturas subcorticais, sistema límbico,
córtex temporal, occipital e parietal.
E este divide-se em algumas funções e regiões que são denominados de
córtex pré-frontal lateral e córtex cingulado anterior, áreas estas responsáveis
pelo desempenho de tarefas cognitivas e o córtex ventromedial estando
relacionado com a emoção sendo a região ventromedial a região lateral
responsável por desempenhar funções de controle e inibição do
comportamento.
12
Entende-se que a parte cerebral mais afetada pelo TDAH, é o lobo frontal
do hemisfério direito, onde realiza-se hipofuncionamentos de funções e
hipopefusão cerebral, ocorrendo assim a diminuição considerável do aporte
sanguíneo, promovendo a redução da glicose do sangue e com isso a redução
do metabolismo em tal região e consequentemente menos energia para
desenvolver suas atividades.
Aspectos fisiológicos do TDAH possivelmente estão relacionados com
funcionamentos atípicos de áreas cerebrais tais como lobo frontal, gânglio
basal, corpo caloso e vermis cerebelar; Disfunções dos lobos frontais e de
estruturas ligadas a eles, responsáveis por desencadear alterações nas
funções executivas.
Os lobos frontais desencadeiam a função das áreas de comando
cerebral, que desempenham funções mais complexas, denominadas de
funções executivas, como tomadas de decisões, planejamentos,
intencionalidade, memória de trabalho, motivação e auto-regulação corporal. E
quando ocorrem alterações de funcionalidade do lobo frontal, tal disfunção
poderá acarretar em um déficit de comportamento inibitório dificultando assim
o controle do próprio corpo em situações que exijam autocontrole de
movimentos corporais, exigidos por uma ética padrão da sociedade
(comportamento dito normal e/ou adequado).
É ocorrido também o comprometimento na realização de funções
executivas que envolvem a realização de ações de planejamento, tomada de
decisões e concentração que são fundamentais para a execução de atividades
que envolvam aquisição e/ou processos de aprendizagem.
1.3 - O Sistema Nervoso
Segundo Relvas Sistema Nervoso Central (SNC) desempenha a
capacidade de executar algumas funções essenciais para o bom
funcionamento cerebral e cognitivo, recebendo, analisando e integrando
informações; é compreendido que tal sistema de processo possui a
responsabilidade de executar o processo tomada de decisões, porém sabe-se
13
que o Sistema Nervoso Periférico (SNP) que desenvolve a função de realizar a
transmissão de informações dos órgãos sensoriais para o Sistema Nervoso
Central, portanto o estudo de ambos ainda são considerados relevantes para
se chegar a algumas conclusões sobre o TDAH.
https://proinfomonica.wordpress.com
http://pt.slideshare.net/EvandroSanguinetto
Segundo Arruda, os sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção
normalmente derivam do processamento de forma não regulada de estímulos
sensoriais do cérebro. Entende-se que ao receber uma informação e esta não
se processada de forma organizada, pelo Sistema Nervoso Central tal
processo poderá afetar consideravelmente a capacidade do indivíduo de se
concentrar em uma atividade ou determinado assunto por logo período de
tempo.
“Os principais sintomas do TDAH são: dificuldade de atenção,
hiperatividade e impulsividade. Estes sintomas ocorrem em intensidade e
combinações variadas, por exemplo, uma criança com TDAH pode ser
predominantemente desatenta (e menos hiperativa e impulsiva), enquanto
14
outra apresenta a hiperatividade e impulsividade em maior expressão do que a
desatenção.” (Arruda, 2006, p. 11)
Sabe-se que a bioquímica cerebral pode explicar alguns sintomas
associados ao TDAH; estudos realizados demonstram que há mais
substâncias químicas excitantes (estimulantes) no cérebro de indivíduos com
TDAH.
Alguns sintomas são considerados característicos do TDAH, a ocorrência
de insuficiências nos circuitos do córtex pré-frontal e amígdala a partir da
neurotransmissão das catecolaminas, resultam nos sintomas de esquecimento,
distração, impulsividade e desorganização.
Lembrando que indivíduos com traços de TDAH possuem uma química-
cerebral alterada e sendo assim quando expostos a atividades e/ou a
estímulos que acarretam em momentos prazerosos e que despertam a sua
curiosidade, ativam o seu circuito cerebral, ou seja, prazer e estímulos que são
constantes realizam o aumento da produção química de quem tem TDAH.
Entende-se que cérebro do TDAH não é capaz de produzir determinadas
substâncias químicas em quantidades e velocidades adequadas que garantem
o funcionamento adequado e equilibrado de determinadas funções executivas,
por isso o corpo poderá necessitar de estímulos que poderão desencadear na
execução de certas atividades, a compensação de tal deficiência, pois
atividades prazerosas e estimulantes podem aumentar a produção química do
cérebro, proporcionando a sensação de equilíbrio para ele.
Voltando a química cerebral, nos indivíduos com TDAH pode-se dizer que
os neurotransmissores Dopamina e Noradrenalina, substâncias químicas
capazes de proporcionar transmissão de informações entre as células
nervosas cerebrais, que podem ser encontradas em quantidades bem
reduzidas em indivíduos com esse transtorno, ocasionando o mau
funcionamento do córtex pré-frontal, baixando sua atividade e dificultando o
seu funcionamento de forma adequada em consequência da disfunção
neurobiológica.
15
Como relatado anteriormente o TDAH, poderá provocar o
hipofuncionamento do córtex pré-frontal causando dificuldade de
concentração, distração, falta de controle dos impulsos, dificuldade em ouvir,
desorganização, tendência ao adiamento de tarefas, falta de perseverança,
sonhar acordado, tendência a realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo as
deixando inacabadas, dificuldade de planejamento, problemas de memória de
curto prazo, dificuldade em lidar com regras sociais, hiperatividade, dificuldade
em aprender com a experiência, entre outros.
Entende-se que o hipofuncionamento do sistema límbico pode ser
interpretado emocionalmente nos eventos cotidianos de maneira neutra ou
positiva, no TDAH ele poderá ocorrer de forma negativa (funcionamento
hiperativado).
O córtex pré-frontal poderá estabelecer uma relação com o sistema
límbico e quando este ficar imperativo, as emoções desestabilizam a pessoa,
alterando o seu comportamento. Podem ser consideradas características
comuns do hiperfuncionamento do sistema límbico a irritabilidade, mau humor,
apatia, tédio, insatisfação, sentimento de tristeza, baixa autoestima,
esquecimento, isolamento social, entre outros.
Tais desajustes e desequilíbrios de origem química podem comprometem
o bom funcionamento cerebral, alunos com TDAH normalmente quando
diagnosticados são acompanhados por profissionais especializados que irão
dar suporte pedagógico, neurológico, psicológico que serão fundamentais para
o ajuste de funções neurológicas desreguladas devido ao desequilíbrio químico
desse cérebro.
Deve-se ressaltar que educadores que lidam diariamente com crianças
com tal transtorno, devem estar atentos a alunos com tais e especificidades e
buscar por estratégias educacionais e estímulos com o objetivo de desenvolver
nestes alunos suas potencialidades e habilidades.
Como dito anteriormente entende-se que em um indivíduo com TDAH as
funções do córtex pré-frontal podem ser comprometidas devido ao mau
funcionamento de conexões que ocorrem, decorrente ao desequilíbrio de
neurotransmissores que podem dificultar a transmissão de informações as
16
tornando capazes de raciocinar mais lenta, em relação aos padrões pré –
estabelecidos, ditos como normais de aprendizagem.
1.4 - Auxílio medicamentoso para melhor funcionalidade do cérebro com
TDAH
Segundo Arruda, atualmente pessoas com TDAH, principalmente em
idade escolar podem ser submetidos a tratamentos medicamentosos, que
normalmente são considerados bastante eficazes, atuando efetivamente no
funcionamento cerebral. Devemos ressaltar que sintomas relacionados ao
TDAH, como a impulsividade e hiperatividade não são reduzidos e/ou
controlados com o uso da medicação.
“Desde os primeiros relatos de Charles Bradley em 1937 sobre os efeitos
benéficos do sulfato de anfetamina em crianças com alterações
comportamentais, mais de 500 trabalhos científicos foram publicados (a
maioria nos últimos 20 anos), sobre a eficiência dos psicoestimulantes no
tratamento do TDAH.” (Arruda, 2006, p.61)
Entende-se que hábitos, competências, habilidades e padrões de
comportamento que não foram desenvolvidos com o passar dos anos através
de processos de aprendizagens e condicionamentos que podem ser
intencionais ou não, podem ser desenvolvidos através de regras estabelecidas
pelos responsáveis pela educação e orientação do indivíduo visando
proporcionar o seu desenvolvimento e amadurecimento pessoal.
Algumas alterações químicas que podem ser caudadas pelo transtorno,
poderão comprometer a eficácia do processo de aprendizagem que poderá
ocorrer especificamente na infância, quando introduzida uma medicação que
tem a função de atuar em funções cerebrais relacionadas a química cerebral,
melhoras significativas poderão vir a ocorrer, controlando sintomas específicos
com a falta de atenção (foco), além de demais funções executivas. Porém
alterações químicas realizadas pela medicação apenas, comprovadamente
17
poderão não surtir efeitos suficientes para regular todas as desestabilidades
causadas pelo transtorno.
Compreende-se que somente o uso de medicamentos normalmente não
é suficientemente eficaz para a construção de novos hábitos, formas de agir,
além de desenvolver demais habilidades necessárias em um indivíduo com
TDAH que antes possivelmente não tenha realizado nenhum processo de
instrução/orientação em seu processo de desenvolvimento/amadurecimento do
comportamento dito adequado socialmente. Alguns tratamentos realizados
exclusivamente com o uso de medicações, podem trazer resultados positivos,
porém de curto, médio ou longo prazo. Sabe-se que tais medicamentos
sozinhos não são capazes de agir em outras necessidades explicitadas pelo
indivíduo com características do TDAH, que podem ser evidenciadas como a
ausência de capacidade de autocontrole, planejamento, cumprir prazos,
manter relacionamentos, o equilíbrio emocional, entre outros. Normalmente o
uso de medicamentos realiza-se até a idade adulta ou até o ingresso do
indivíduo na universidade.
Segundo Arruda, indica-se normalmente outras formas de auxiliar o
TDAH como através da Terapia Cognitiva Comportamental, que normalmente
tem como objetivo principal a reestruturação cognitiva do indivíduo, que poderá
ter como função a alteração da percepção de significados deste, antes já
adquiridos, devido possivelmente sobre influência do meio ao qual tal indivíduo
está inserido. Durante o processo da terapia possivelmente o sujeito poderá
adquirir princípios e valores que possivelmente poderão influenciar
consideravelmente no seu modo de agir e de pensar cotidianamente, o
indivíduo deverá estar consciente de que possui um transtorno neurobiológico
e que suas (dificuldades) são consequência deste e não culpa dele.
“Entre as várias modalidades de psicoterapia, a única que apresenta
evidências científicas favoráveis no TDAH é a terapia cognitivo-
comportamental (TCC). O processo terapêutico na TCC é objetivo, didático e
orientado à resolução de problemas e reestruturação cognitiva”. (Arruda, 2006,
p.67)
18
Dessa forma entende-se que o Transtorno de Déficit de Atenção/
Hiperatividade que atinge áreas cerebrais tais como o córtex pré-frontal, córtex
cingulado anterior e estruturas da base, além do Sistema Atencional Anterior.
Através de exames relacionados foi constatado que tais áreas estão
relacionadas com o comprometimento da atenção e inibição do
comportamento, além de ser constatada a ausência e/ou baixa frequência de
neurotransmissores chamados Dopamina e Nerepinefrina principalmente no
córtex pré-frontal, área responsável pela regulação do comportamento,
pensamento, tomada de decisões, entre outras funções.
Viu-se que outras áreas cerebrais também afetadas pelo transtorno é o
Sistema Nervoso Central (SNC) que recebe estímulos do cérebro, e no caso
do TDAH ocorrerá de forma alterada dificultando assim a capacidade de
concentração do indivíduo, portanto pode-se dizer que o transtorno afeta a
química cerebral e o indivíduo com este transtorno apresenta um número maior
de substâncias químicas cerebrais excitantes.
Compreende-se que o tratamento através da medicação apenas poderá
trazer bons resultados, porém sozinho certamente não será suficiente para
proporcionar ao indivíduo os devidos ajustes comportamentais, para que este
possa se desenvolver plenamente, é também essencial o acompanhamento de
uma Terapia Cognitiva Comportamental que terá como foco a reorganização
do sujeito em aspectos comportamentais.
Devido aos avanços tecnológicos da Ciência através de exames de alta
resolução e eficácia no diagnóstico do TDAH, o a tratamento e
acompanhamento de pessoas com tal transtorno é realizado com mais
eficácia, além de ser melhor compreendido e assistido por profissionais que
atuam na área.
Segundo Haddad, quando se fala em educação tal realidade apresenta-se
bem diferenciada, pois sabe-se que grande parte dos indivíduos com TDAH
ainda não possuem um diagnóstico fechado, e profissionais que atuam com
determinados alunos possivelmente ainda não detém conhecimentos
específicos para realizar um processo de ensino adequado para tais alunos.
19
Viu-se anteriormente que o conhecimento que a Ciência tem vem
progredido consideravelmente em termos de diagnóstico e tratamento de
pessoas com TDAH, porém ainda sabe-se que é preciso tratar além do
cérebro, também considera-se importante desenvolver técnicas de ensino que
poderão ser adaptadas e direcionadas para determinado público.
Compreende-se que a família também poderá ser orientada e participativa
para que o aluno possa desenvolver-se completamente dentro de suas
limitações e potencialidades. Entende-se que o ato de ensinar deverá ser
contínuo, pois sabe-se que o cérebro aprende e apreende informações por
repetição, porém entende-se que tal repetição deverá ser feita, mas
apresentadas e retratadas de formas diferentes para que através de novas
conexões neurais o indivíduo (educando) realize conexões neuronais
(sinapses) que remetem a aprendizagem significativa, e possivelmente a
concretização da memória de longo prazo.
Segundo Relvas, a sinapse elétrica é considerada mais rápida aos
estímulos transferidos de uma célula para outra, na segunda fase os estímulos
são repassados para outro neurônio, e após esta etapa sináptica forma-se a
fase pós-sináptica, denominada de sinapse química que ocorrerá através de
neurotransmissores que poderão ser excitatórios (Glutamato) e inibitórios como
a (Dopamina). Entende-se que para que a aprendizagem se dê de forma
satisfatória, além dos estímulos proporcionados pelo meio (no indivíduo com
TDAH) torna-se fundamental o acompanhamento psicológico, pedagógico e
medicamentoso, para que este possa concretizar o processo da aprendizagem,
a medicação na maior parte dos casos pode ser fundamental para o sucesso
de tal processo, pois compreende-se que age nos receptores por onde passam
os neurotransmissores, regulando assim as sinapses químicas. Viu-se que a
aprendizagem se dá pelo número de conexões realizadas pelo neurônio e não
pela quantidade de neurônios, portanto para se concretizar o processo de
ensino e aprendizagem a repetição deverá ser contínuo e diversificado, o
mesmo assunto poderá ser apresentado de formas variadas possibilitando ao
aluno a aquisição de significado sobre determinado conhecimento e este
realizará uma aprendizagem significativa, aquela que ficará armazenada na
20
memória de longo prazo e possivelmente será utilizada para assimilar novos
conhecimentos.
“O Transtorno De Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) antes
considerado como disfunção cerebral mínima (DCM) pode trazer consigo
várias comorbidades emocionais e sociais, muitas delas também com
consequência sobre o desempenho acadêmico intelectual. Por isso, é
importante destacar que o indivíduo com Transtorno de Déficit de Atenção
Hiperatividade também necessita de atenção especial (Lei n.°5.416 de
29/05/2012).” (RELVAS, 2014, p. 23)
21
CAPÍTULO II
Como o cérebro do aluno com Déficit de Atenção
responde aos estímulos de aprendizagem
convencionais
Segundo Relvas, a área afetada pelo TDAH é o córtex pré-frontal
considerada o nosso cérebro social, responsável pela inibição
comportamentos, tomada de decisões, planejamento etc. No caso de pessoas
com TDAH, as alterações químicas consequentemente serão responsáveis
pelas alterações do comportamento do indivíduo em outras tarefas que exijam
do mesmo pensar/ refletir e tomar decisões.
Entende-se que alto número de estimulantes excitatórios liberados pelo
cérebro do TDAH, poderão resultar no seu comportamento inadequado e
“agitado”, devendo este ser acompanhado e medicado adequadamente.
Compreende-se que no córtex pré-frontal, área do cérebro cuja função é
responsável por regular a atenção e fixar a memória, no entanto para que a
aprendizagem seja concretizada necessita-se que o indivíduo estabeleça foco,
interesse e frequência. Para o indivíduo com TDAH o processo da
aprendizagem poderá se dá de forma mais complexa, pois este necessita
regular suas sinapses químicas que em quantidades satisfatórias (adequadas)
irão estabilizar seu comportamento e cognição, para que este esteja apto a
realizar o processo da aprendizagem.
“Métodos educacionais têm muito a aprender com a Neurociência, pois
cada indivíduo processa informações do seu jeito e de acordo com suas
necessidades.” (RELVAS, 2014, p. 50)
2.1 - O ambiente educacional
Segundo Haddad, o ambiente escolar deverá ser propício ao processo de
aprendizado, a realização de tarefas de alunos com TDAH deverão ser
22
executadas em dupla ou trio proporcionando ao aluno com características de
tal transtorno a troca de experiências, que irão viabilizar a ocorrência de uma
aprendizagem mais prazerosa, além de coloca-los em posições estratégicas,
como em círculos para que possam visualizar uns aos outros.
Entende-se que os estímulos deverão ser reduzidos e moderados, para
que os demais alunos não sejam prejudicados no processo da aprendizagem,
deve ser ressaltado que para o TDAH sentar-se próximo a janelas e portas não
é o procedimento mais indicado, porém o trabalho em grupo é o mais indicado
e tais duplas ou trios propostos para a realização de atividades poderão ser
formados por alunos mais centrados, além do aluno com TDAH.
http://terapiadalogica.blogspot.com.br/
Normalmente os educandos com TDAH, possuem dificuldades em
compreender textos longos e apenas escritos, sem alguma ilustração, portanto
indica-se a utilização de imagens que retratem a ideia principal do texto, pois
os alunos com o transtorno em estudo costumam associar as imagens do texto
em suas interpretações, os professores também devem ao escrever no quadro
destacar as ideias principais facilitando a compreensão do aluno portador do
transtorno que tem uma percepção contrária aos demais, partindo do todo e
não por partes ressaltando os detalhes como a maior parte das pessoas
realizam.
23
Ainda segundo Haddad, compreende-se que o tom de voz do profissional
que fará o papel de mediador e transmissor do conhecimento deverá ter papel
funcional e fundamental no processo de aprendizagem, sendo necessário que
este através de sua atuação envolva e desperte no aluno a sua curiosidade
fixando assim sua atenção.
2.2 – A família
Segundo Arruda, a família deverá participar constantemente do processo
de aprendizagem, sendo presente, apoiando e estimulando o aluno; a baixa da
autoestima poderá ser uma das comorbidades causadas pelo transtorno,
levando o indivíduo a desmotivação para os estudos, comentários pejorativos
devem ser abolidos e trocados por elogios e palavras de segurança que darão
ao aluno confiança elevando assim sua autoestima. Além dos familiares a
comunidade escolar deverá estar preparada e instruída para lidar com tal
realidade, tais alunos necessitam sim de um atendimento especializado, o
esclarecimento sobre tal transtorno será fundamental para o impedimento ou
remoção de qualquer barreira de origem preconceituosa que por ventura
poderá dificultar a inclusão do aluno e refletir na realização do processo da
aprendizagem. Todos envolvidos no processo deverão ser orientados sobre o
Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade, buscando a aceitação e
compreensão de todos sanando as diferenças, visando um ambiente mais
acolhedor e humano.
Ainda sobre a família considera-se importante ressaltar que esta deverá
ser orientada e em alguns casos também acompanhada por um profissional
especializado para que progressos sejam realizados em prol do indivíduo com
TDAH.
24
2.3 – A Neurociência Pedagógica
Segundo Relvas, a Neurociência Pedagógica através do conhecimento da
fisiologia cerebral estuda e faz análises de áreas cerebrais afetadas pelo
transtorno e possíveis alternativas adaptativas educacionais voltadas para
determinado público. Considera-se possível alunos neurobiológicamente
normais aprenderem pelas mesmas vias de aprendizagem que alunos com
TDAH aprendem e apreendem conhecimentos.
Entende-se que o aprendente atual é considerado um sujeito cerebral e o
cérebro tem em sua funcionalidade a responsabilidade por comportamentos e
atitudes antes atribuídas a outras áreas cerebrais, então entende-se que a
partir de sinapses químicas e/ou elétricas tais comportamentos e atitudes são
desencadeadas por alterações ocorridas em tal sinapses. O aluno com TDAH,
para a realização do processo da apreensão de conhecimento deverá
questionar, refletir e agregar significado a determinado assunto e/ou objeto de
estudo para que este através de emoções e afetos gerados durante o processo
de assimilação, de forma orgânica e mental, ou seja mente e corpo devem
estar em equilíbrio, garantindo assim que as informações sejam processadas,
transformadas e concretizadas através da emoção gerada pelo significado de
determinado aprendizado. Quando algo estudado apresenta significado para o
educando, este o levará pra toda a vida, pois tais lembranças estarão sempre
vivas em suas memórias e jamais serão esquecidas.
2.4 – Novos caminhos para ensinar
Segundo Haddad, podem existir diversas maneiras de aprender e diversas
formas de ensinar, para o TDAH tais alternativas tanto para que a
aprendizagem do aluno possa ocorrer e que o professor/mediador do
conhecimento possa ensinar são válidas, pois qualquer forma de aprendizado
que atribua significado para o aluno é possivelmente melhor assimilada e
apreendida pelo indivíduo com o TDAH.
25
Entende-se que vias a serem utilizadas pelo professor para a realização
do processo de aprendizagem, poderão ser as aprendizagens emocionais e
afetivas, ativando assim o sistema límbico e consequentemente o sistema de
recompensa, que irá liberar neurotransmissores mensageiros químicos que
serão a dopamina e a serotonina, responsáveis por equilibrar e auxiliar no foco
da atenção, sendo responsáveis pelas sensações de prazer e bom humor,
quando estão em níveis normais, não havendo predominância de nenhum dos
dois.
Sabe-se que alunos portadores de TDAH ou não devem ser submetidos a
situações constrangedoras, pois ao passarem por um momento de grande
estresse, no processo da química cerebral serão liberadas pelo cérebro
substâncias químicas como Cortisol e Adrenalina, que realizam a função
excitatória, sendo capaz de promover um bloqueio considerável no processo
da aprendizagem, pois modificam a fisiologia do neurônio, resultando na
dificuldade da passagem das informações que ocorrem através das sinapses
químicas.
SINAPSE QUÍMICA
http://pt.slideshare.net/
26
2.5 – No processo da aprendizagem
Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, as crianças com
TDAH, possuem a letra feia e consideram o ato de escrever muito estressante,
e tal dificuldade poderá se dar por realizarem no processo da escrita,
movimentos repetitivos e contínuos, no entanto durante o processo de
digitação os movimentos são irregulares podendo ser interrompidos em
qualquer espaço de tempo; tais alunos podem relatar também a dificuldade
que tem em expressar o que pensam através da escrita, dando a entender que
no cérebro os aspectos cognitivos e motores não realizam uma ligação
harmônica.
Sabe-se que estratégias diferenciadas de ensino realizadas em sala de
aula podem funcionar para a concretização do processo de aquisição de
conhecimento e desempenho escolar de tais alunos. Conhecer um pouco
sobre o TDAH poderá ajudar didaticamente no processo de ensino de alunos
com tal transtorno, evitando assim possíveis barreiras de aprendizagem na
sala de aula, como relatado anteriormente indica-se para alunos com
características de tal transtorno o remanejamento para turmas com menor
número de alunos, o ambiente e/ou sala de aula onde são ministrados e
mediados os conhecimentos e as respectivas aprendizagens adquiridas
recorrentes ao acesso a tais informações, devem conter poucos detalhes
poucos detalhes, para que o indivíduo com TDAH não seja prejudicado no
processo de aprendizagem, devido a facilidade que tem de se dispersar, além
de terem uma postura relativamente mais compreensiva e disponibilizarem um
tempo maior para que tais alunos realizem e concluam suas atividades. O
aprendizado deste aluno deverá ser realizado e fixado aos poucos, tal
processo deverá ser contínuo e diário, devendo ser considerado que nem
sempre a execução de uma tarefa coincide com a concretização do
aprendizado, e dessa forma as tarefas devem ser propostas em pequenas
quantidades evitando assim o desgaste emocional e energético do indivíduo, e
dessa forma os resultados serão satisfatórios e o desgaste emocional será
27
menor. Sabe-se que crianças que apresentam características de TDAH
desempenham melhor atividades que tenham caráter desafiador e que mexam
com suas emoções ao invés de atividades que exijam mais tempo e
concentração.
Entende-se que a prescrição de medicamento, como dito anteriormente, é
a forma de tratamento atualmente mais indicada para o tratamento do
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, estudos comprovam que
ocorre uma melhora considerável do funcionamento comportamental de
crianças submetidas ao tratamento, sendo tais substâncias fundamentais para
que o indivíduo melhore a sua capacidade motora, desenvolvendo assim
algumas habilidades, como a de expressar seus pensamentos através da
escrita, aprimoramento da capacidade de prestar atenção, se concentrar,
controlar a impulsividade que consequentemente irão elevar a motivação do
indivíduo. Deve-se ressaltar que os medicamentos não promovem a cura do
TDAH, eles agem na normalização dos neurotransmissores durante o seu uso
e o mesmo não causa dependência.
Viu-se anteriormente que o tratamento medicamentoso associado a
psicoterapia tem trazido resultados eficazes, principalmente em crianças,
atuando na modificação de fatores comportamentais que frequentemente são
bastante relevantes para que o processo da aprendizagem ocorra de maneira
satisfatória, pois também são resultantes da diminuição de conflitos ocorridos
nas relações interpessoais.
http://portaldocoracao.uol.com.br/saude-mental/medicamentos-para-o-
tdah-e-o-risco-de-complicaces-cardiovasculares
28
Compreende-se que a concretização do processo de aprendizagem em
alunos com TDAH não se considerada uma tarefa impossível de ser realizada,
mas um novo caminho a ser percorrido na mediação do aprendizado, sabe-se
que o cérebro do indivíduo com TDAH é capaz de realizar o processo de
aprendizagem, e tal aprendizagem deverá ocorrer não por vias convencionais,
pois sabemos que existe uma variação de concepção e percepção de tais
indivíduos.
2.6 – De que forma a aprendizagem deverá acontecer
Segundo Haddad, a falta de atenção decorrente do transtorno de TDAH,
se dá devido a mobilidade na atenção, podendo ser considerada uma
hipermobilidade, levando o indivíduo a não conseguir manter por um
determinado período de tempo a sua atenção e/ou foco em determinadas
atividades ou objetos. Compreende-se que estudos cada vez mais
aprofundados e cientificamente comprovados específicos sobre o TDAH, tem
realizado a descoberta técnicas cada vez mais eficientes, que são úteis na
resolução de problemáticas, que são realizadas através de tratamentos
psicológicos, terapêuticos e medicamentosos. Compreende-se que tais
tratamentos desenvolvem a função de reduzir e interferir nos sintomas
causados pelo TDAH, proporcionando ao indivíduo a adequação social
necessária, proporcionando ao mesmo, promovendo uma melhora
considerável a sua qualidade de vida.
Entende-se que a aprendizagem para tais alunos deverá ser mediada e
dosada, pois o aluno com TDAH possui a capacidade de aprender e apreender
conhecimentos gradativamente, devendo a aprendizagem não ter como foco
as tarefas e atividades ministradas, além das avaliações que podem ser
repensadas e/ou diferenciadas para tais alunos e adaptadas ao seu ritmo e
capacidade de compreensão e assimilação. Deve-se ressaltar que o ato de
29
aprender deverá ocorrer de forma prazerosa e significativa, concretizando
assim a apreensão do objeto estudado.
Compreende-se que diferente dos demais indivíduos com TDAH, têm
uma visão diferenciada do objeto a ser estudado, tais indivíduos têm a
capacidade de analisar o objeto por partes e gradativamente conseguem
assimilar a informação ao todo, portanto algumas estratégias de ensino podem
permear tal forma de percepção, buscando atender às necessidades do
indivíduo com TDAH.
Sabe-se que o excesso de estímulos pode prejudicar consideravelmente o
processo da aprendizagem, não deixando de lado o processo de
aprendizagem por vias concretas que viabilizam a construção do
conhecimento; atividades diversificadas como assistir a um filme, construir uma
maquete, ler um livro, escrever uma redação, desenhar, pesquisar sobre um
determinado assunto em livros, revistas, jornais ou por meio da internet ajudam
no processo de concretização do aprendizado, pois sabe-se que na realização
de tais tarefas novas sinapses serão estabelecidas e/ou fortalecidas se já
houverem conhecimentos já adquiridos sobre tal assunto em estudo/pesquisa.
http://slideplayer.com.br/
Compreende-se que os estímulos são fundamentais para que a
aprendizagem possa ocorrer de forma satisfatória, porém deve-se ter certos
cuidados para que os mesmos não causem a distração do aluno,
comprometendo assim sua atenção e prejudicando assim o seu desempenho
30
nas atividades escolares, visto que o aluno com TDAH, em tarefas que
envolvam interpretação textual, normalmente realizam associações da figura
com o texto, e nem sempre ambos possuem uma relação; consequentemente
o aluno dará a resposta errada da respectiva questão, portanto figuras devem
ser evitadas em textos que serão interpretados.
Viu-se que o tom de voz, a localização do aluno, além da autoestima do
aluno que deverá ser trabalhada constantemente pelos professores e/ou
profissionais que o acompanham deverão ser consideradas ferramentas
fundamentais para o sucesso educacional do aluno, além do apoio familiar e
do acompanhamento médico e psicológico que irão promover ao educando o
suporte necessário para que aprendizagem se dê de forma satisfatória.
Entende-se que o ato de ensinar é um ato que envolve muitos desafios e
que consequentemente são diariamente enfrentados, no caso do aluno com
TDAH o ato de ensinar torna-se ainda mais desafiador, pois cada criança
possui especificidades. Entretanto o direito a educação para essas crianças
deverá ser assegurado e adequado as suas necessidades, sabe-se que não se
pode ignorar a presença dessas crianças na sala de aula, entende-se que o
TDAH não caracteriza-se apenas por um problema comportamental e não
deverá ser considerados apenas das crianças com características do
transtorno e/ou dos pais destas; tais crianças normalmente apresentam
dificuldades na realização de tarefas que exijam habilidades para a resolução
de problemas e de organização, sendo assim tais dificuldades em um grande
número de casos acabam determinando o comprometimento do aprendizado.
Deve-se ressaltar que além das dificuldades, os portadores de TDAH
também apresentam muitas características positivas, como o bom nível
intelectual, criatividade aguçada, grande sensibilidade e forte senso de
intuição; lembrando que a desatenção pode melhorar quando a atividade que
estão realizando caracteriza-se como interessante.
Dessa forma, compreende-se que deve-se reformular não apenas a
maneira como se aprende, mas como os profissionais(educadores),
transmitem e mediam o conhecimento (ensinam); e sendo assim as práticas e
teorias de ensino podem ser intencionalmente reformuladas e diferenciadas
31
das convencionais, buscando assim proporcionar ao aluno o êxito no processo
da aprendizagem.
http://www.feitoparabebes.com/
Segundo Haddad, a relação de um saber é relação de um sujeito com o
mundo, com ele mesmo e com os outros. É relação com o mundo como
conjunto de significados, mas também, como espaço de atividades, e se
inscreve no tempo. (CHARLOT, 2000, p.78)
Entende-se então que as práticas pedagógicas precisam ser
reformuladas, ressaltando que os profissionais devem inovar em seu processo
de ensino (transmissão/mediação do conhecimento), práticas e teorias de
ensino podem intencionalmente serem diferenciadas e reformuladas e
inseridas na didática do profissional educador, diferente da prática de ensino
convencional esta terá como finalidade proporcionar ao aluno com TDAH o
êxito no processo de aquisição da aprendizagem.
Segundo Haddad, o TDAH pode ser um ponto de encontro em que o
professor e o aluno recebem um ao outro.
32
CAPÍTULO III
TÉCNICAS PARA REALIZAÇÃO DO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM EM ALUNOS COM DÉFCIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
Segundo Haddad, a legislação determina que todos os alunos, devem
estar incluídos, matriculados e assíduos nas escolas. Devem ser estimulados
em seu processo cognitivo, incluído em suas limitações e principalmente
desenvolver-se e vir a ser um cidadão. (Haddad, 2013, p.71)
Viu-se anteriormente que o TDAH não é um transtorno que afeta apenas o
comportamento da criança. Na medida em que afeta também a capacidade
para a aprendizagem, a escola precisa assumir o importante papel organizador
dos processos de ensino buscando o favorecimento do processo de
aprendizagem, portanto torna-se necessário que toda a comunidade escolar,
direção, coordenação, equipe técnica e professores se unam para planejar e
inserir técnicas e estratégias de ensino que possam melhor atender as
necessidades dos alunos com TDAH. Sabe-se que o fundamental é que o
profissional educador tenha conhecimento do Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade e reconheça que alunos com características de tal
transtorno necessitam de auxílio, tornando-se fundamental o uso de
estratégias que atuem como processo facilitador do processo de aprendizagem
dessas crianças.
3.1 - Ao receber / acolher o aluno
Ainda segundo Haddad, buscar identificar quais talentos o seu aluno
possui, além de o estimular, apoiar e o encorajar deverão ser buscadas
alternativas que irão o ajudar no seu processo de desenvolvimento. Fazer
elogios sempre que possível poderá ajudar a minimizar o máximo de fracasso
33
e consequentemente será fundamental para que se evite o prejuízo da
autoestima.
Entende-se que ao se propor atividades que despertem o prazer dos
alunos e ao serem executadas, o processo de aprendizagem acontecerá de
forma mais espontânea e facilitadora, e o professor deverá ser criativo e
afetivo, além de buscar estratégias que estimulem o interesse do aluno para
que este encontre o prazer em aprender na sala de aula.
3.2 – A organização do espaço
Segundo Arruda, a organização do espaço escolar especificamente a sala
de aula é uma das estratégias fundamentais para o desenvolvimento dos
alunos, principalmente para os que possuem o TDAH, uma estratégia
considerada bastante eficiente é a proximidade que o professor deverá ter com
tais alunos com TDAH, principalmente dentro da sala de aula; esses alunos
devem sentar -se bem próximo ao professor o que o manterá distante de
estímulos que poderão ser distrativos como a porta da sala ou a janela.
Compreende-se que os lembrete e avisos devem ser claros e visíveis em
sala de aula, além dos combinados estipulados entre o professor e o aluno que
também necessitam de clareza e objetividade; considera-se importante que o
TDAH esteja consciente do que se espera dele, para que este se torne mais
seguro. Ainda sobre as regras e combinados estabelecidos é importante
ressaltar que deverão ser seguidas e respeitadas e o educador deverá estar
preparado para um descumprimento desta, e este deverá manter uma postura
firme e segura e aplicar punições se necessárias e se possível optar por uma
modalidade educativa. Em situações de conflito afaste-o da situação, porém o
mesmo deverá se manter no ambiente, para que ele possa observar como os
demais interagem uns com os outros.
O processo de avaliação deverá ser encarado como um grande facilitador
do processo de adequação ao meio educacional do aluno, a observação
deverá ser diária e contínua e se houver progressos deverão ser explicitados
34
pelo professor para o aluno, buscando estimular avanços ainda maiores, e este
deverá se sentir a vontade para pedir ajuda e se sentir mais confiante para
aprender.
3.3 – Procedimentos facilitadores
Segundo Metring, o contato visual viabiliza consideravelmente uma
maior sustentação da atenção, deve-se falar sempre as atividades rotineiras
que irão acontecer ou escrever no quadro, e se houver alterações da rotina
deverá ser informado aos alunos. Viu-se anteriormente que o processo da
aprendizagem se dá por meio da repetição e que tal estratégia se mostra muito
eficiente na busca pelo melhor desempenho do aluno; além da repetição
outras estratégias poderão ser utilizadas no auxílio da fixação da memória,
como as listas, rimas, músicas, entre outros. Alguns tratos poderão ser feitos,
como por recompensas pelo bom comportamento e concentração em sala de
aula; tais estratégias poderão aumentar o tempo da atenção concentrada e
ajudarão a reduzir a impulsividade. Pode-se adotar também um sistema de
recompensa que em geral alcança bons resultados.
Deve-se ressaltar a importância da socialização com o grupo ao que se
está inserido, pois tal experiência renderá ao aluno o crescimento associado
ao desenvolvimento, o aluno deverá ser aceito pela turma e parcerias se
possíveis deverão ser formadas na execução de tarefas, pois grandes
conquistas e progressos poderão ser obtidos mediante este procedimento. No
entanto o professor deverá fazer uso de sua capacidade de liderança,
criatividade e improviso que serão peças fundamentais e que podem funcionar
muito bem no que se entende por nivelamento da atenção do grupo e em
especial do aluno com TDAH.
35
3.4 – A Realização de tarefas, testes e avaliações
Segundo Arruda, as instruções de tarefas destinadas aos alunos com
TDAH deverão ser simples evitando-se mais de uma consigna por questão,
outra estratégia importante poderá ser o uso de cores que terão como função
destacar as palavras-chave e partes importantes contidas em textos ou
enunciados. Entende-se que os alunos com características do TDAH possuem
dificuldade para realizar atividades longas, devendo se dar preferência por
atividades menores, podendo haver uma integração de atividades que exijam
maior e menor grau de exigência. Durante o processo da leitura, que visa a
execução de tarefa que poderá ser feita por tópicos e dessa forma a
compreensão se dará pela mesma forma.
Compreende-se que o uso de procedimentos alternativos atuam de forma
facilitadora no processo da aprendizagem, e seriam eles os testes orais, o uso
do computador, máquina de calcular entre outros. Os resumos podem ser
bastante eficazes no processo de fixação do conteúdo, facilitando a
estruturação de ideias e compreensão/fixação de conteúdos.
Deve-se então entender e respeitar o tempo para a execução de tarefas,
testes e avaliações, no caso de testes e avaliações é importante que o aluno
seja estimulado a revisar tais atividades, devido a falta de atenção
desencadeada pelo transtorno. Outra ferramenta importante para o sucesso
educacional, além da comunicação com a família e a própria organização do
aluno é a agenda escolar que possui um papel de grande utilidade para
professores, pais e alunos sendo tal ferramenta de grande utilidade para a
comunicação.
36
3.5 – A participação da família nos deveres e trabalhos de casa
Segundo Haddad, a família tem um papel fundamental no processo
educacional do aluno, ela e a escola devem estar em sintonia, buscando
enfatizar os ganhos e não pontuar apenas as dificuldades, lembrando-se que o
objetivo principal será proporcionar ao aluno, maior conforto e segurança para
que este possa conquistar a autonomia necessária para o seu total
desenvolvimento.
3.6 – Atividades que complementam o trabalho com o TDAH
Segundo Relvas, o processo de aprendizagem de alunos com TDAH
deverá ser gradativo e repetitivo, buscando a garantia de que este possa
concretizar o processo da aprendizagem, ao longo do processo algumas
atividades complementares que poderão ser inseridas com o objetivo de
auxiliar no processo de memorização e consequentemente na aquisição do
conhecimento. Algumas atividades citadas anteriormente poderão ter papel
fundamental no processo de aprendizagem de alunos com TDAH.
Entende-se que uso de atividades complementares tem papel
fundamental no processo de desenvolvimento de alunos com tal transtorno;
como possuem dificuldade em expressar sentimentos com palavras um quadro
com expressões faciais poderá ser utilizado para ajuda-lo a expressar seus
sentimentos e emoções.
Viu-se também que o uso da música como recurso didático em sala de
aula tem se demonstrado bastante eficiente no processo da aprendizagem, ela
estimula outras áreas cerebrais que irão juntamente com as vias
convencionais, e através da ludicidade a fixação do conteúdo será realizada.
37
www.mundomax.com.br
O uso das tecnologias da informação atualmente torna-se fundamental
para auxiliar o professor em seu processo de ensino, o computador usado para
tantas outras atividades pelos alunos que não estudar acaba competindo com
a escola e com a própria didática utilizada em sala de aula; então porque não o
inserir na didática de ensino, pois o uso de computador por crianças
atualmente é frequente e pode-se considerar que diário; ao usar o computador
na escola o aluno com TDAH por exemplo poderá manter o foco em suas
atividades com mais facilidade, devido aos movimentos não tão regulares que
o ajudam a não se cansativa e fazer com que o mesmo perca o interesse na
execução da tarefa rapidamente.
www.fotosearch.com.br
Os filmes podem desempenhar um papel pedagógico na
complementação de muitos conteúdos lecionados e que estes funcionam
muito bem nas séries iniciais, pois muitos desenhos animados representam e
contam fatos históricos que compõe o currículo escolar, assim através da
repetição a fixação do conteúdo se dará.
38
tr.depositphotos.com
Segundo Haddad, algumas atividades lúdicas podem ser inseridas
cotidianamente para os alunos com TDAH e com os demais, o estímulo deverá
acontecer sempre e no aluno com o transtorno a memória, atenção e foco
deverão ser estimulados com frequência e para a execução de tais estímulos o
uso de caça-letras poderá ser bem eficiente devido ao pouco tempo para
execução da tarefa; o caça-palavras exigirá mais tempo e paciência, portanto
não deverá ser indicado.
40
Segundo Relvas, para que a aprendizagem de alunos com Transtorno de
Déficit de Atenção/ Hiperatividade aconteça, principalmente as práticas de
ensino a serem realizadas e executadas em sala de aula deverão ser
reformuladas e posteriormente inseridas ao processo de ensino; recursos
didáticos serão fundamentais e muito eficazes para que a aprendizagem de
tais alunos se dê, além de fazer uso de recursos que surtirão efeito no
processo de aquisição de conhecimento de tais alunos torna-se necessário
que os profissionais que atuarão direta e indiretamente no ensino destes
alunos deverão ter conhecimentos sobre o transtorno e buscar alternativas
facilitadoras para a concretização do processo de ensino.
Entende-se que as limitações dos alunos com tal transtorno devem ser
respeitadas e este necessita de atendimento educacional especializado, pois a
ele deverá ser assegurado o direito a educação de qualidade e aprendizagem
significativa que irá se fixar e agregar sentido e significado para o educando e
esta se permanecerá em sua memória por um longo período de tempo.
Sabe-se que a educação é direito de todos e dever de todos os
profissionais da educação atender a todos os educandos independente de
suas especificidades e este deverá estar informado e instruído para que possa
oferecer um ensino de qualidade e que atenderá as suas necessidades de
forma satisfatória; além do professor todos devem estar engajados a ajudar, a
família deverá participar efetivamente e apoiar e incentivar, além de participar e
estar ciente de sua vida escolar.
Viu-se que o auxílio medicamentoso e as terapias funcionam bem e
deverão ser acompanhadas por um profissional (médico/psicólogo) que irão
acompanhar o progresso e que a cura ainda não existe, mas o
acompanhamento e suporte proporcionam uma qualidade de vida melhor para
alunos com tal transtorno; os alunos também deverão estar cientes das
limitações do educando e a socialização será fundamental para que este seja
inserido e aceito pelo grupo, propor atividades conjuntas ajudam a estreitar
relações e formar novas parcerias e consequentemente o aluno com TDAH se
sentirá mais confiante.
41
Deve-se que trabalhar a autoestima também ajuda, mas o apoio e
compreensão de todos é fundamental, o caminho a ser percorrido por um
aluno com TDAH ainda é muito difícil de se trilhar, ao longo desta caminhada
ele encontrará muitas barreiras decorrentes da falta de informação além
preconceitos. Os recursos didáticos ainda são poucos, no entanto o professor
deverá fazer uso da criatividade e conhecimentos para atuar em seu processo
de ensino; entende-se que o aluno com TDAH aprende, mas de formas
diferenciadas das convencionais.
Compreende-se então que para que a aprendizagem de alunos com
TDAH aconteça, as práticas de ensino devem ser reformuladas, entender
como o cérebro desses alunos funciona poderá ser fundamental para a
concretização desse processo; a química cerebral deverá estar em níveis
equilibrados e o emocional deste também deverá estar em equilíbrio.
Torna-se necessário entender que as atividades propostas de forma
lúdica como forma de intervenção no aluno com Transtorno de Déficit de
Atenção / Hiperatividade possuem a finalidade de contribuir para a adequação
de melhores condições de desenvolvimento; inovar as práticas de ensino é o
começo além de adquirir conhecimento sobre o assunto são práticas
necessárias para a eficácia do processo de ensino.
O TDAH é real e faz parte do nosso contexto educacional. Cabe a nós junto dos
profissionais (neurologista, psicólogo, psicopedagogo e psicanalista) descobrir novos atalhos
em busca de outros caminhos. Educadores e escola devem desenvolver uma maior escuta e reconhecerem-se
como humanos, ou seja, em abertos, sempre aptos a aprender, descartar, rever e reaprender
outras formas de caminhos.
Educadores e escola devem desenvolver-se uma maior escuta e reconhecerem-
se como humanos, ou seja, em abertos sempre aptos a aprender, descartar, rever e reaprender
outras formas de caminhos ou mesmo que possam fazer suas escolhas em PARAR, mas
jamais desistir! (HADDAD 2013, P. 62)
42
CONCLUSÃO
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é entendido como um
transtorno psiquiátrico neurobiológico, classificado como de alta frequência e
que proporciona grandes impactos sobre o indivíduo com TDAH, a sua família
e a sociedade a qual está inserido, caracterizado pela dificuldade de
atenção/concentração, hiperatividade e impulsividade que se combinam e
podem ter variação de grau, e tais sintomas irão se manifestar no início da
primeira infância e poderão se estender até a vida adulta.
Sabe-se que existem regiões cerebrais que são afetadas pelo TDAH e
que podem ter suas específicas funções alteradas pelos sintomas do mesmo,
uma das regiões afetadas é o Sistema Atencional Anterior, composto por áreas
da região frontal do cérebro, que incluem o córtex pré-frontal , córtex cingulado
anterior e estruturas da base cerebral que são os gânglios da base e o corpo
estriado. Outra região afetada é o Sistema Atencional Posterior composto pelo
tálamo e lobo parietal.
Os Sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção normalmente derivam
do processamento de forma não regulada de estímulos sensoriais do cérebro.
Entende-se que ao receber uma informação e esta não se processada de
forma organizada, pelo Sistema Nervoso Central tal processo poderá afetar
consideravelmente a capacidade do indivíduo de se concentrar em uma
atividade ou determinado assunto por logo período de tempo.
Sabe-se que a bioquímica cerebral pode explicar alguns sintomas
associados ao TDAH; estudos realizados demonstram que há mais
substâncias químicas excitantes (estimulantes) no cérebro de indivíduos com
TDAH. Entende-se também que o auxílio de medicamentos irá influenciar
consideravelmente no processo de normalização da química cerebral que
consequentemente atuará no comportamento do indivíduo, além de atuar na
área de atenção e foco, fundamentais para a concretização da aprendizagem.
Outro aspecto a ser trabalhado no aluno com TDAH é a sua localização e
sua inclusão no ambiente escolar, pois todos os envolvidos no processo devem
estar informados e dispostos a aceitá-lo; a família também deverá ser
43
participativa e entender e compreender as suas dificuldades e necessidades
referentes ao TDAH, buscando sempre o apoiar e o encorajar.
Viu-se que podem existir diversas maneiras de aprender e diversas
formas de ensinar, para o TDAH tais alternativas tanto para que a
aprendizagem do aluno possa ocorrer e que o professor/mediador do
conhecimento possa ensinar são válidas, pois qualquer forma de aprendizado
que atribua significado para o aluno é possivelmente melhor assimilada e
apreendida pelo indivíduo com o TDAH.
Entende-se que vias a serem utilizadas pelo professor para a realização
do processo de aprendizagem, poderão ser as aprendizagens emocionais e
afetivas, ativando assim o sistema límbico e consequentemente o sistema de
recompensa, que irá liberar neurotransmissores mensageiros químicos que
serão a dopamina e a serotonina, responsáveis por equilibrar e auxiliar no foco
da atenção, sendo responsáveis pelas sensações de prazer e bom humor,
quando estão em níveis normais, não havendo predominância de nenhum dos
dois.
Sabe-se que o processo de aprendizagem de alunos com TDAH deverá
ser gradativo e repetitivo, buscando a garantia de que este possa concretizar o
processo da aprendizagem, ao longo do processo algumas atividades
complementares que poderão ser inseridas com o objetivo de auxiliar no
processo de memorização e consequentemente na aquisição do
conhecimento.
44
ANEXOS
Índice de anexos.
Anexo 1 >> Internet; Anexo 2 >> Bibliografia citada; Anexo 3 >> Bibliografia consultada.
45
ANEXO I
http://abnaraneuro.blogspot.com.br/
https://proinfomonica.wordpress.com
http://pt.slideshare.net/EvandroSanguinetto
http://pt.slideshare.net/
46
http://terapiadalogica.blogspot.com.br/
http://portaldocoracao.uol.com.br/saude-mental/medicamentos-para-o-tdah-e-
o-risco-de-complicaces-cardiovasculares
http://slideplayer.com.br/
47
http://www.feitoparabebes.com/
www.ganhesempremais.com.br
www.fotosearch.com.br
48
tr.depositphotos.com
www.ganhesempremais.com.br
50
ANEXO 2
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
• ARRUDA, Marco. A. Levados da Breca: Um guia sobre crianças e
adolescentes com Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). 1ª
ed. Ribeirão Preto: Glia, 2006, 89p.
• HADDAD, Jane Patrícia. Cabeça nas nuvens – Orientando pais e
professores a lidar com o TDAH – Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2013, 92p.
• METRING, Roberte. Neuropsicologia e aprendizagem. 1ª ed. Rio de
Janeiro: Wak, 2012, 112p.
• RELVAS, Marta Pires. Neurociência na prática pedagógica. 1ª ed. Rio
de Janeiro: Wak, 2012,168p.
• RELVAS, Martha Pires. Neurociência e transtornos de
aprendizagem. 5ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011, 144p.
• RELVAS, Martha Pires. Que cérebro e esse que chegou a escola? –
As bases neurocientíficas da aprendizagem. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Wak, 2011, 260p.
• ABDA - Associação Brasileira do Déficit de Atenção
www.tdah.org.br/
51
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 - ARRUDA, Marco. A. Levados da Breca: Um guia sobre crianças e
adolescentes com Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). 1ª ed.
Ribeirão Preto: Glia, 2006, 89p.
2 - HADDAD, Jane Patrícia. Cabeça nas nuvens – Orientando pais e
professores a lidar com o TDAH – Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2013, 92p.
3 - RELVAS, Martha Pires. Que cérebro e esse que chegou a escola? – As
bases neurocientíficas da aprendizagem. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011,
260p.
52
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Áreas cerebrais afetadas pelo Déficit de Atenção 9
1.1 – O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade 9
1.2 – Áreas cerebrais afetadas pelo transtorno 10
1.3 – O Sistema Nervoso 12
1.4 – Auxílio medicamentoso para melhor funcionalidade do cérebro com
TDAH 16
CAPÍTULO II
Como o cérebro do aluno com Déficit de Atenção responde aos estímulos de
aprendizagem convencionais 21
2.1 – Ambiente educacional 21
2.2 – A família 23
2.3- A Neurociência Pedagógica 24
2.4 – Novos caminhos para ensinar 24
2.5 -- No processo da aprendizagem 26
2.6 – De que forma a aprendizagem deverá acontecer 28
53
CAPÍTULO III
Técnicas para realização do processo de ensino-aprendizagem em alunos com Déficit de
Atenção/Hiperatividade 32
3.1 – Ao receber/acolher o aluno 32
3.2 – A organização do espaço 33
3.3 – Procedimentos facilitadores 34
3.4 – A realização de testes, tarefas e avaliações 35
3.5 – A participação da família nos deveres e trabalhos de casa 36
3.6 - Atividades que complementam o trabalho com o TDAH 36
CONCLUSÃO 42
ANEXOS 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 50
BIBLIOGRAFIA CITADA 51
ÍNDICE 52