documento protegido pela lei de direito autoral · acredita-se que a elaboração dos projetos de...

42
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL A LUDICIDADE NO ENSINO DE MATEMÁTICA MARIA DA GLORIA MARTINS SILVA Ribeirão das Neves 2009 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

Upload: vonhan

Post on 20-Jan-2019

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

INSTITUCIONAL

A LUDICIDADE NO ENSINO DE MATEMÁTICA

MARIA DA GLORIA MARTINS SILVA

Ribeirão das Neves

2009

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

A LUDICIDADE NO ENSINO DE MATEMÁTICA

MARIA DA GLORIA MARTINS SILVA

Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para a obtenção de titulo de Psicopedagoga no curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional.

Ribeirão das Neves 2009

3

Agradecimento A Deus , Senhor supremo que nos fortalece sempre, e às colegas de trabalho, pelo companheirismo constante e ao grupo de estudos, que muito auxiliaram em mais esta conquista.

4

Aos meus filhos, pela paciência com as minhas ausências, tantas vezes sentida e nunca reclamada, o meu esposo, pelo companheirismo e força, nos momentos mais difíceis da caminhada.

5

RESUMO

O trabalho que por ora se inicia pretende elucidar a importância de a professora,

ao trabalhar com a matemática, fazer uso de jogos, brincadeiras e outras

atividades referentes à ludicidade. Pretende desta forma, analisar o que dizem os

autores selecionados no sentido de conseguir norteadores que propiciem assim

uma maior aceitação da matemática por parte das crianças. Com o enfoque

centralizado na pessoa da psicopedagoga, da supervisora e junto dos professores,

tentar-se-á perceber como o grupo pode estar atuando propiciando novas formas

de se trabalhar na escola no sentido de melhor envolver a criança. Através da

leitura espera-se conseguir entender como a criança assimila o que lhe é ensinado

e como as professoras podem estar orientado as crianças através de brincadeiras,

através do aspecto lúdico, no sentido de melhor proporcionar situações de

aprendizagem. Acredita-se que a elaboração dos Projetos de Trabalhos tem muito

a acrescentar no trabalho do supervisor, no sentido de , junto com os professores,

poder estar fazendo uma ponte entre as teorias psicopedagógicas e a realidade da

sala de aula, a realidade da escola, sem esquecer a realidade da criança.

Acredita-se que se levar em conta o aluno real que freqüenta a escola, com suas

características, seus anseios, limitações, conflitos e desafios, aproximar-se-á mais

deste. E com base na análise da atual sociedade, percebe-se que a mesma

,através do processo de globalização, está centralizada na rapidez de raciocínio,

na praticidade lógica, onde o discurso matemático está intrinsecamente ligado à

vida prática diária.Diante destas perspectivas, a escola precisa rever sua postura

e proporcionar situações de aprendizagens coerentes com o cotidiano da criança.

Palavras-Chave - criança- aprendizado- matemática -ludicidade- prazer

6

METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa especificamente

bibliográfica. A abordagem teórica que fundamentou o mesmo foi a leitura de

diversos autores que escreveram sobre a importância de se observar o aspecto

lúdico na escola e mais precisamente, no ensino da matemática. Foram lidos

autores como Piaget, Thomas Armstrong, Adriana Friedman, Tizuko Morchida

kishimoto, entre outros. Foram lidos também livros que falavam sobre as etapas

do desenvolvimento infantil , bem como as características mais marcantes em

cada época da vida da criança.Faz-se necessário salientar que não se pretendeu

esgotar a discussão do tema em apenas um trabalho acadêmico realizado .Por

mais coeso e completo que o mesmo se apresente. Desta forma teve-se a

consciência e a certeza de não esgotar o assunto em si, nem mesmo propor

nenhuma resposta pronta e definitiva como solução ao problema abordado. O que

se pretendeu foi elucidar pontos importantes do fazer pedagógico, diante da

importância do assunto e dentro deste tentar trabalhar, na medida do possível, de

uma forma mais coerente, mais coesa, mais humana, portanto, mais próxima da

criança; nosso objetivo maior.

7

SUMARIO

Introdução 08

Capítulo I

Conhecendo a criança 10

Capítulo II

A didática da matemática 18

Capítulo III

O lúdico na sala de aula 22

Capítulo IV

O uso das inteligências múltiplas na escola 28

Capitulo V

A parceria com os projetos 34

Conclusão 37

Referencias Bibliográfica 40

8

INTRODUÇÃO

Ninguém sabe ao certo quando foram inventados os primeiros registros

numéricos. Sabe-se, porém que povos pré-históricos, antes mesmo de possuírem

uma linguagem escrita, grafavam o resultado de suas contagens ou então

grafavam o próprio ato de contar. Embora não sabemos, podemos imaginar

estórias sobre o uso primeiro do ato de contar. Imagine um pastor de ovelhas

ocupado em não perder nenhum animal de seu rebanho. Assim, ao soltá-los no

pasto pela manhã, ele colocava uma pedrinha em um saco para cada ovelha que

saía do cercado. Ao anoitecer, ao receber os animais, era só retirar uma pedrinha

para cada ovelha reconduzida. Se não sobrasse nenhuma pedrinha, todas as

ovelhas estavam reconduzidas e a salvo.

Se estas histórias que chegaram até nós são lendas ou não, não se sabe.

O que é real é que o uso da matemática surgiu com o ser humano, e muitas

civilizações, no decorrer da história, criaram seus próprios registros, até que se

chegou à forma de escrever os números, num sistema posicional, baseado no

Sistema Decimal de Numeração.

Como pode ser percebido, o uso da matemática foi criado pelo próprio

homem, dentro de seu contexto de interação de prática do dia a dia, devido a uma

necessidade de organizar seu trabalho. Hoje nos é impossível imaginar uma

sociedade sem numero, sem os símbolos, sem todo o código matemático. É como

se eles sempre estivessem estado ali. Quase numa analogia bíblica... ”e no

principio era o número...”

Entretanto, apesar da aparente facilidade com que a matemática se

apresenta para uns, já para outros é um verdadeiro desafio, motivo mesmo de

desanimo, queda da auto-estima, baixo rendimento escolar. E é pensando na

criança que apresenta uma maior dificuldade na aquisição da aprendizagem dos

conceitos básicos essenciais desta disciplina que se propõe o presente estudo:

9

Analisar através da leitura previamente selecionada, como a professora

pode, a partir da ênfase à ludicidade, familiarizar as crianças com as infindáveis

possibilidades de trabalhar com a matemática, tornando-a mais acessível a todos.

Qualquer criança de seis anos sabe a diferença na prática, de questões

como muito, pouco, longe, perto, pequeno, grande e outros conceitos básicos

usados no dia-a-dia. Entretanto, ao entrar na escola, a forma como a matemática

é apresentada a esta criança mais a inibe, a tolhe, que libera sua criatividade. E

infelizmente alguns professores, acabam rotulando as crianças de mais ou menos

inteligentes, mais capazes, menos capazes. Nas entrelinhas do discurso, é

cobrado à criança apenas que tenha capacidade de reproduzir fielmente aquilo

que leu e ouviu em sala de aula... Não que ela mesma tenha chance de

demonstrar como e porque aprendeu o que lhe foi ensinado...

Para se compreender como a matemática e seu uso na escola se faz

necessário questionar: Para que se ensina matemática? Dirão alguns que se

ensina para a vida. Mas como explicar então o fato de algumas crianças se saírem

bem em algumas situações de seu cotidiano, mas ao depararem com uma folha

escrita, com alguns algoritmos, vem a situação em que eles definem como “deu

um branco”?

Por que tais fatos acontecem? Como o educador, a educadora pode

proporcionar situações para que o aprendizado da matemática se dê de uma

forma mais agradável, mais próxima do universo infantil?

Diante de tais questionamentos, surge a necessidade de conhecer a

criança. Analisar como se processa aquisição da aprendizagem e o motivo pelo

qual algumas crianças apresentam maior ou menor dificuldade de aprendizagem

nesta ou naquela disciplina.

10

Capitulo I

Conhecendo a Criança

Em cada época surgem novas idéias, novas concepções do fazer

educativo. Mas estamos atravessando um tempo diferente, que de uma maneira

peculiar apresenta para a criança muitos estímulos, e todos ao mesmo tempo .

Desta forma a escola que ainda caminha de forma de forma lenta acaba

perdendo o pouco espaço que tinha na realidade da criança.

O que a escola tem a oferecer é pouco, se comparado com a sociedade

em si. É preciso renovar nossa prática pedagógica para se fazer entender por

nossas crianças. E que a escola seja atraente e agradável. Um lugar que instigue,

ofereça desafios ,onde, brincando a criança se sinta inserida num contexto, se

sinta inclusa, dentro de seu momento, sua época, sua idade.

E a história da infância nos mostra que os pequeninos vêem o mundo

através do brinquedo. O brinquedo é importante fonte de produção do

desenvolvimento. E é evidente a necessidade de um ambiente estimulador, que

favoreça esse desenvolvimento e, portanto, favoreça a aprendizagem. De acordo

com Piaget (apud Franco 1997),o conhecimento não está no sujeito, nem no

objeto, mas ele constrói este desenvolvimento na interação do sujeito com o

objeto. De forma que não dá para especificar quando e em que momento houve o

encontro. Ele simplesmente acontece.

A criança surpreende a si a aos outros, no ato de brincar. Brincando, ela

descobre novas possibilidades, opções que não tinham sido previstas. Reelabora

seu universo a partir das inferências que vão surgindo, diante de suas confusões,

conclusões e saídas encontradas.

E será necessário analisar como a escola está lidando com o tempo e o

espaço das crianças. Quais desafios lhes estão sendo propostos , para auxiliar

seu aprendizado ?

11

O estudo que por ora se inicia pretende através das leituras selecionadas,

descobrir novas formas de brincando ,trabalhar o conteúdo da matemática.

De acordo com as leituras realizadas, percebe em cada autor a

preocupação para que o educador, a educadora perceba que a criança está

passando por seu momento único .No futuro, ela será aquilo que os adultos hoje

fizerem dela e por ela.

Diante de tais leituras, aumenta a nossa responsabilidade enquanto

professores e professoras. O que estamos proporcionando de fato as nossas

crianças? Como a escola está ajudando-a a administrar seu tempo e sua

formação? O que está incluso no currículo explícito? E no currículo implícito, por

onde permeiam tantos sentimentos, tanta influencia ,tanta subjetividade?

Foi diante de tais questionamentos que se escolheu o tema :A ludicidade no

ensino da matemática. Como podemos fazer com que nossas crianças aprendem

mais? Como a escola pode vir a ser mais prazerosa e divertida? Dá para conceber

uma forma de trabalho onde os alunos aprendam brincando, pelo prazer que a

atividade lhe proporciona, de forma a adquirir o gosto pelo estudo, pelo cultivo das

idéias?

O primeiro passo que deve ser dado é conhecer a criança com a qual se

trabalha.Conforme Dorneles (2006 p.56),o maior desafio dos professores é

atender a todos os alunos em sala de aula, com uma única metodologia. Como foi

o caso de Luis . O mesmo ,aos sete anos nunca freqüentou a escola.Entrou na 1ª

série este ano . Faz as atividades escolares muito devagar. Maria também tem

sete anos ,já está na escola há quatro anos ,sabe ler, realiza as atividades

rapidamente dois procurem em revistas as letras que fazem parte de seus nomes.

Ela não sabe bem o que fazer e a pergunta que não a deixa em paz é: como

atender a experiências e habilidades tão diversas como as desses dois alunos?

De acordo com a autora o aumento de conhecimento sobre o

desenvolvimento cognitivo tem trazido elementos significativos de que as crianças

tem habilidades diversas entre si na mesma idade. Um exemplo dessa habilidade

12

é a contagem. As crianças que estão aprendendo a contar o fazem

progressivamente, desenvolvendo a compreensão de cinco princípios de

contagem.

O princípio de correspondência termo a termo , em que supõe que o sujeito

construa a idéias de que deve contar todos os objetos, cada um deles uma só vez

, envolvendo a correspondência de um nome de número para cada objeto a ser

contado, o principio da ordem constante implica construir a idéia de que a ordem

na qual devemos produzir os números deve ser sempre a mesma .

O principio da cardinalidade , refere-se a decisão de quando parar , o total

deve corresponder ao último nome de numero de nossa contagem , o principio da

abstração , onde determina que ,independentemente dos objetos que compõem

um conjunto conta-se da mesma forma ,e o principio da irrelevância da ordem

que implica compreender a que a seqüência que se utiliza para enumerar os

elementos de um conjunto é irrelevante para sua designação cardinal.

Diante de tais colocações percebe que , a idéia da turma onde todos

estejam no mesmo nível de aprendizagem precisa ser descartada, uma vez que

dado uma determinada idade cronológica, isto não significa que todas as crianças

estão no mesmo nível de desenvolvimento e nem tampouco tem as mesmas

preferências.

Segundo Dorneles (2006) ,como o professor da 1ª série pode atender a

toda essa diversidade? Se ele conhece o percurso cognitivo de consolidação de

tais princípios , criará situações diversificadas para que os Luises de sua sala de

aula possam utilizar estratégias mais simples ,as vezes contando um a um para

resolver as atividades , e as Marias possam resolver rapidamente os cálculos

propostos e tenham uma maior quantidade de tarefas que a mantenham

motivadas para ter um desempenho cada vez melhor .

A escola , segundo a autora, é também o lugar do cuidado ,da atenção ,

do tomar conta. E esse tomar conta exige um compromisso individual do

professor com cada aprendiz ,um compromisso que garanta o diálogo com todos

13

os diferentes. Uma pedagogia das diferenças , onde se busque a interlocução ,a

variedade ,a riqueza da diversidade que faz parte da natureza humana.

1.1. Etapas do Desenvolvimento Infantil

Franco (1997) é muito importante definir dois aspectos distintos e

complementares: a maneira de se relacionar com o objeto de conhecimento- a

assimilação acomodação, adaptação /equilibração é a mesma para todos os

indivíduos, em qualquer fase da vida. De maneira análoga, a função da

inteligência, que é encontrar soluções que levam a se lançar na compreensão do

novo, do real, é invariante durante todo o processo de evolução e de

desenvolvimento. Conforme Franco (1997), as estruturas lógicas que o sujeito

utiliza ao interagir com o novo, com o real a ser conhecido, são diferentes,

dependendo da fase da vida em que este sujeito se encontra. Desta forma

mesmo que a função da inteligência seja a mesma ao longo de toda a vida do

individuo, as estruturas que a compõem são diferentes. Ou seja, a organização da

inteligência, nas diferentes idades é diferente, o que determina, naturalmente,

capacidades de compreensão diferentes, seja qual for à idade, a busca de

compreensão, do sentido ,seja uma invariante.

Este desenvolvimento se dá por fases ou estágios, que se inter relacionam

e se sucedem. De acordo com Franco, (1997) a ordem de sucessão destes

estágios é sempre a mesma, embora as idades em que ocorrem sejam variáveis,

dentro de certos limites. O que faz diferir um estágio do outro, que estabelece as

diferenças estruturais nas diversas fases do desenvolvimento é, basicamente a

possibilidade de operar mentalmente: a operação ou capacidade de estabelecer

relações. Foi a partir destes critérios que Piaget definiu os estágios do

desenvolvimento da inteligência. São eles :

o Sensório-motor (de 0 a 2/3 anos);

o Pré- operatório (de 2/3 a 6/7 anos);

o Operatório-concreto (7/8 a 11/12 anos);

14

o Operatório – formal ou hipotético-dedutivo (de 12/13 anos em diante).

No primeiro estágio a criança interage com o ambiente através da ação

direta sobre o meio. Ainda não tem representação mental. Ao adquirir capacidade

de simbolizar, de representar mentalmente as ações e os objetos e

conseqüentemente, de utilizar-se da linguagem a criança passa então para o

estágio seguinte: o pré-operatório.

No estágio pré-operatório a criança está iniciando em sua capacidade de

estabelecer relações, mas seu pensamento ainda não tem a reversibilidade que

permite as operações. Ela costuma justapor idéias, relacionar fatos estanques e

distintos como se fossem causa e conseqüência do outro. Centrada em si mesma

interpreta o mundo a partir de si e como se ele existisse em função dela. Acredita

que todas as coisas têm vida, que tudo o que existe tem uma finalidade e o

mundo que ai está e tudo o que nele existe-foi feito pela pessoa humana. Seu

pensamento é fantasioso e mágico.

Sua passagem para o estágio seguinte –Operatório concreto – é possível

quando adquire a reversibilidade de pensamento, ou seja, a capacidade de,

mentalmente, transitar nos fatos , nas suas relações, indo do final ao inicio e

retornando ao final, percebendo-lhes as causas, o processo e as modificações.

Este é um momento rico de formação e desenvolvimento de estruturas lógicas

operativas, bem como das noções de tempo, espaço, causalidade.

Quando a criança ultrapassa a necessidade de partir do dado real e

concreto para abstrair conceitos e induzir teorias, sua inteligência passa a ser

capaz de funcionar através de abstrações. Não necessita mais de dados

concretos ou reais para operar ou raciocinar . Pensa utilizando hipótese e

deduções a partir de idéias e abstrações.

Conforme é possível constatar, os fatos ou ações só tem sentido na medida

em que são compreendidos e ao sê-lo, aprimoram a capacidade de compreensão

do sujeito. E ao educador que pretende propor um trabalho onde o aluno seja

levado a descobrir as coisas por ele mesmo, numa linha muito próxima do

15

construtivismo, cabe propor problemas, criar desafios, provocar desequilíbrios,

dentro do nível de possibilidade de cada aluno, de cada fase.

O trabalho pedagógico deve ser adequado as características próprias de

cada etapa evolutiva do aluno e ao mesmo tempo explorar e estimular as

possibilidades de superação deste nível.

Das observações de Piaget pode-se deduzir que os processos de

imitação, desde os primeiros meses de vida, vão acontecer como um sistema de

ponte entre o mundo da criança e o mundo real. Ela vai, gradativamente, através

da imitação, construindo formas de se comunicar. A partir do momento que

começa a imitar, ela começa a internalizar, a elaborar para si mesma uma forma

de comunicação. Piaget analisa o ato de brincar em termos de evolução social e

evolução da inteligência. Segundo o autor, o ato de brincar seria a manifestação

mais pura do pensamento egocêntrico, na medida em que representa uma

assimilação da realidade do próprio eu.

A criança faz uma elaboração da própria vivencia e da satisfação pessoal

sem qualquer tentativa de acomodação. Ainda de acordo com o autor , a criança

poderá , no ato de brincar , realizar situações que deseja ver mudada, ser

corrigida , ou realizar algo que lhe é proibido fazer. Por exemplo: mexer no fogão,

lavar o bebê, dirigir carro, etc. Ou brincar com o objetivo de lidar com suas

próprias emoções, de dor, medo, raiva, uma vez que brincar se aproxima de uma

apresentação imitativa da realidade, ou seja, uma imitação exata do real.

Piaget diante de suas conclusões , apresenta três tipos de atividades

lúdicas que são:

o Jogos de exercícios - consiste em repetir pelo prazer das atividades

adquiridas. Período da criação de hábitos, descoberta de

necessidades. Período sensório motor com função adaptativa.

o Jogos simbólicos – capacidade de assimilação do real ao eu.

Fantasiando a criança se adapta a novas situações. Em um jogo de

brincar com bonecas, por exemplo, será válida para uma imitação da

realidade. A criança poderá viver simbolicamente a sua própria

16

existência e ainda liquidar conflitos cotidianos e satisfazer desejos

não realizados.

o Aos jogos simbólicos sobrepõe-se ,no curso do desenvolvimento ,

uma terceira grande categoria ,que a dos jogos com regras . Ao

invés do símbolo, a regra supõe necessariamente relações sociais

ou interindividuais. A regra é uma regularidade imposta pelo grupo e

de tal sorte que a sua violação representa uma falta. Ora, se vários

jogos regulados são comuns às crianças e aos adultos ,um grande

número deles ,porém é especificamente infantil , transmitindo-se de

geração em geração sem a intervenção de uma pressão adulta.

Conforme Piaget (apud Franco 1997), assim como o jogo simbólico inclui,

freqüentemente um conjunto de elementos sensório- motores , também o jogo

com regras pode ter o mesmo conteúdo dos jogos precedentes.Os exercícios

sensório-motor, como o jogo das bolas de gude ou imaginação simbólica, como

nas adivinhações ou charadas.Entretanto estes apresentam mais um elemento

novo; a regra, tão diferente do símbolo quanto este pode ser do simples exercício

e que resulta da organização coletiva das atividades lúdicas.

Para Piaget, exercício, símbolo e regra, parecem ser as três fases

sucessivas que caracterizam as grandes classes de jogos, do ponto de vista de

suas estruturas mentais. Onde situar então os jogos de construção ou de criação,

propriamente ditas? Querendo construir uma classificação genética baseada na

evolução das estruturas, esses jogos não caracterizam uma fase entre as outras,

mas assinalam uma transformação inteira na noção de símbolo, no sentido da

representação adaptada. Assim , quando uma criança ,em vez de representar um

barco com um pedaço de madeira , constrói realmente um barco, escavando a

madeira , plantando mastros , colocando velas e acrescentando-lhe bancos ,o

significante acaba por confundir-se com o próprio significado e o jogo simbólico

com uma verdadeira imitação do barco.

17

Portanto , se concebermos as três classes de jogos de exercício de

símbolo e de regras como correspondendo a três fases, estando entendido que

essas fases são também caracterizadas pelas diversas formas sucessivas

(sensório-motora, representativa e refletida) da inteligência, então é evidente que

os jogos de construção não definem uma fase entre outras, mas ocupam, no

segundo e, sobretudo, no terceiro nível, uma posição situada a meio caminho

entre o jogo e o trabalho inteligente, ou entre o jogo e a imitação.

18

Capitulo II

2.1. A Didática da Matemática

Conforme Belfort ET al.(2007), a matemática escolar tem um papel

formativo, uma vez que ela ajuda a estruturar o pensamento e o raciocínio lógico.

Constitui também uma importante ferramenta para outras áreas do conhecimento

já que possui uma linguagem própria de expressão.

Acredita-se que é direito de todo cidadão saber matemática, ferramenta

essencial para que se possa atuar de forma crítica na sociedade. É importante

contagiar a crianças com as múltiplas possibilidades do uso da matemática e a

forma como esta se lhe apresenta em seu dia a dia nas mais inusitadas

situações.

Entretanto é sabido de todos que a forma como ela é apresentada a

criança marca de forma decisiva sua aceitação, sua forma de perceber aquele

conteúdo, aquela disciplina. Diante deste pressuposto, as experiências iniciais de

uma criança em tomar decisões sobre que operações usarem, e em que ordem, é

muito importante para lhe dar segurança no aprendizado da matemática no

decorrer de toda a sua vida. A tradicional pergunta :” é de mais ou de menos?

“precisa ser eliminada do cotidiano dos alunos através de um ensino de

operações que não se limite ao treino de atos mecânicos .

Assim, compreender como se processa o ensino da matemática e como a

criança o recebe é de fundamental importância para que a professora saiba

acolher os supostos “erros” da criança e direcioná-los, de forma a fazer com que

ela chegue a um resultado ideal. Ideal aqui no sentido de forma de se perceber

um conteúdo, sem traumas, sem sofrimento, sem suores frios, tão constantes nas

crianças nos momentos em que se sentem avaliados.

19

2.2 O algoritmo

Um algoritmo é um dispositivo prático, elaborado para facilitar a execução

de certa tarefa. No nosso dia a dia convivemos com vários tipos de algoritmos.

Alguns são muito simples, como ligar uma televisão, outros mais elaborados como

uma receita culinária. Devemos organizar os ingredientes e em ordem executar as

etapas. Há ainda outros que exigem um bom tempo de treinamento até que nos

sintamos seguros para poder executá-los independentemente, como dirigir um

automóvel.

Quando nos deparamos com um algoritmo em nosso cotidiano, é comum

precisar de ajuda nas primeiras tentativas de utilizá-lo. Além disso, se não

compreendermos o algoritmo , vamos acabar usando-o mecanicamente , ,sem

nenhuma autonomia , apenas seguindo as instruções .

De forma análoga, quem não dispõe de boas estratégias de cálculo passa

por dificuldades em inúmeras situações do cotidiano que exigem autonomia de

decisões sobre “que cálculo fazer” e “como fazê-lo”.

Dentre as estratégias de cálculo, os algoritmos das quatro operações

ocupam lugar de destaque. Uma vez que exploram as vantagens do Sistema

Decimal de Numeração, eles foram idealizados para permitir a realização dos

cálculos com exatidão e com razoável velocidade.

Embora todos estes fatores pareçam tranqüilos para a maioria dos

adultos, para a criança ainda constitui quase como um circuito fechado, de forma

que ela decora algumas situações estanques e tenta colocar sua “formula” em

todas as situações que se lhe apresentam.

É importante reconhecer que em primeiro lugar, a habilidade de resolver

os algoritmos corretamente não se adquire de forma rápida, de uma aula para

outra. Assim , o algoritmo da adição só deve ser apresentado as crianças quando

20

elas dominarem com relativa segurança , o conceito de operação ,os fatos básicos

e o sistema de numeração.

Para que a relação com o algoritmo se dê de uma forma tranqüila é

necessário que trabalhe um bom tempo com a contagem de material concreto,

estimulando a memorização. Para que a criança utilize bem o algoritmo quando for

operar com as representações dos números dispostos em colunas ,ela precisará

já ter adquirido estratégias mentais para determinar os resultados das adições de

números de um algarismo.

2.3. O algoritmo da adição e subtração

Se considerarmos que no processo de construção do algoritmo da adição

é recomendável que os primeiros exemplos já envolvam adições com reservas.

Aquelas em que a soma das unidades isoladas é maior que nove, sendo, portanto

necessário fazer um agrupamento para a casa das dezenas. Ao se trabalhar com

o conceito de reserva desde o inicio , a criança compreende porque é necessário

começar a resolução pela casa das unidades , da direita para a esquerda ,o que

automaticamente contraria seus hábitos de leitura e escrita que , em nosso

sistema convencionou a escrita da esquerda para a direita.

Ao se iniciar o algoritmo da subtração surge também a necessidade de

partir do concreto, da manipulação de objetos, de forma a visualizar melhor o que

for ensinado. Pode se também representar o algoritmo no concreto, no QP (QVL)

e depois transcrever a mesma operação no caderno.

À hora de tirar a prova é um momento riquíssimo, onde a criança pode

testar sua própria capacidade de raciocínio. Este momento pode ser bem

explorado, já que a criança o encara quase como um desafio. É uma ótima chance

onde a professora pode delegar à criança a autonomia de sua própria correção.

21

Então, até reconhecer que errou constitui um ganho para a criança, uma vez que

se analisando, ela descobre onde cometeu o engano, e o motivo deste.

2.4. O algoritmo da multiplicação e divisão.

Os conceitos referentes á multiplicação e divisão também são

fundamentais para a aquisição de muitos outros conceitos aritméticos. Caso não

domine o conceito de multiplicação e divisão, a criança conseguirá, quando muito

,memorizar os fatos básicos e realizar de forma mecânica o algoritmo

apresentado.

Atividades que proporcionam a formação de um conceito devem ser

baseadas em experiências concretas, nas quais os alunos terão oportunidade de

construir, e com o tempo, aperfeiçoar e transferir tais conceitos para outras

situações de uso. É fundamental que a professora propicie a criança inúmeras

oportunidades de se trabalhar com o material concreto, de forma que ela chegue à

representação de seus fatos básicos compreendendo o significado da operação.

Diante das leituras realizadas percebe-se a importância da ação da

psicopedagoga junto com o grupo de professores com o qual trabalha. Através do

diálogo, da exposição das idéias e dos conflitos surgidos dentro de sala de aula, a

escola, na pessoa da Psicopedagoga pode fazer um gráfico, demonstrando como

está sendo percebido o ensino da matemática nesta ou naquela turma, as

principais dificuldades, os tópicos que apresentam maior complexidade, e junto

com as mesmas propor novas formas de intervenção, para facilitar o processo de

aprendizagem.

22

Capítulo III

O Lúdico na Sala de Aula

De acordo com Moura (apud Kishimoto 2002), a concepção de que o

ensino da matemática necessita da contribuição de outras áreas do conhecimento

e de que o fenômeno educativo é multifacetado é para o professor de matemática

algo recente e ainda pouco difundido e aceito. Foi necessário que outras áreas do

conhecimento viessem a se incorporar ao ensino da matemática para que fosse

possível avaliar os erros cometidos em nome de melhoria do ensino da disciplina

matemática.

Conforme Moura, a pressa por respostas às reivindicações para uma

melhoria imediata no ensino de matemática levou os professores a assumir

modismos sem que percebessem o conjunto de elementos presentes no ato de

ensinar. Apenas recentemente expressões como etnomatemática , e modelagem

matemática incorporaram-se às perspectivas do educador matemático. I

Isto se deu devido ao fato de se perceber a influencia dos elementos

culturais como tendo importância na formação dos alunos. Esses pressupostos

encontram suporte especialmente nos discursos da psicologia que advogam a

necessidade de considerar os conhecimentos prévios dos indivíduos no momento

da aquisição do conhecimento.

É recente a consciência de que os sujeitos, ao aprenderem, não o fazem

como meros assimiladores do conhecimento. Há, no processo de aprendizagem

determinados componentes internos que não podem ser ignorados pelos

educadores.A noção de um individuo relativamente fácil de moldar e dirigir a partir

do exterior foi progressivamente substituída pela idéias de um ser humano que

assimila ,seleciona, processa, interpreta e confere significados aos estímulos e

configurações destes. Diante desta perspectiva, Coll (apud Kishimoto 1993),

salienta que os métodos antigos de ensino estão sendo revistos a partir de uma

23

nova concepção do individuo e sua forma de estruturar a sua própria

aprendizagem. Conforme ele certos métodos meramente expositivos simplificam

em demasia os papéis dos professores e dos alunos. Ainda segundo o autor, esta

nova perspectiva sobre a ação educativa tem servido para revitalizar as propostas

pedagógicas que situam na atividade auto-estruturante do aluno , ou seja, na

atividade auto-iniciada e sobretudo autodirigida, o ponto de partida para uma

verdadeira aprendizagem.

A análise de novos elementos incorporados ao ensino da matemática não

pode deixar de considerar a importância do aspecto lúdico no ensino desta

disciplina. Tanto o lúdico enquanto brincadeira , para divertir, para relaxar , para

apenas e simplesmente brincar e o lúdico enquanto chance de reestruturação de

conceitos , reformulação de hipóteses ,situações de ensaio e erros entre outros.

3.2. Os jogos na vida da criança

Friedman (1998) faz uma retrospectiva de como as crianças antigamente

brincavam. E analisa que, embora os jogos e as brincadeiras mudassem muito

desde o inicio do século, até hoje o prazer de brincar não diminuiu. Segundo a

autora, aos observarmos detidamente a brincadeira infantil, duas características

se destacam de imediato: o prazer que envolve o jogo se contrapõe ao momento

de tensão, a uma séria compenetração dos jogadores envolvidos.

O jogo é prazeroso e sério ao mesmo tempo. Bem antes de se começar a

pesquisar o jogo, ele já existia na vida das pessoas, principalmente as crianças.

Então como e porque se deu esta preocupação com o lúdico, com o ato de

brincar? De acordo com Friedmam houve uma nova percepção da importância

da brincadeira talvez em função da diminuição do espaço físico( muitas crianças

moram em apartamentos ) e os pais , diferente de antigamente ,época em que a

mãe permanecia em casa, os dois trabalham fora,ficando assim a criança muitas

vezes sozinha .Assim ,com o aparecimento das instituições escolares, o aumento

24

da indústria de brinquedo e pela enorme influencia da mídia eletrônica e televisiva

tem havido um maior interesse em propiciar situações de brincadeira junto ás

crianças nas instituições em si. .

No estudo do jogo, da brincadeira, pode se observar o comportamento das

crianças, (a brincadeira propriamente dita), no que diz respeito às atividades

físicas e mentais envolvidas. As características de sociabilidade que o jogo

proporciona (trocas, competição, etc.), as atitudes, reações e emoções que

envolvem os jogadores, e os objetos utilizados (os brinquedos).

O jogo infantil pode então ser analisado sob diferentes enfoques:

o Sociológico- a influencia do contexto social no qual os diferentes grupos de

crianças brincam;

o Educacional: a contribuição do jogo para a educação; desenvolvimento e/ou

aprendizagem da criança;

o Psicológico: o jogo como meio de compreender melhor o funcionamento da

psique, das emoções e da personalidade dos indivíduos. Na clínica ele é

usado basicamente para a observação das diversas condutas e para a

recuperação (ludo terapia).

o Antropológico: a maneira como o jogo reflete, em cada sociedade, os

costumes e a história de diferentes culturas;

o Folclórico: analisando o jogo como expressão da cultura infantil através das

diversas gerações, bem como as tradições e costumes através dos tempos

nele refletidos.

Diante de cada enfoque o jogo vai ser analisado dentro de uma nova

perspectiva. É importante neste trabalho deixar claro algumas nomenclaturas

fundamentais. São elas:

o Brincadeira: refere-se basicamente a ação de brincar, ao comportamento

espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada;

o Jogo: é compreendido como uma brincadeira que envolve regras;

25

o Brinquedo: é utilizado para designar o sentido do objeto de brincar;

o Atividade lúdica: abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores.

3.3. As contribuições de Piaget e Vygotsky sobre o ato de brincar

De acordo com Friedman (1998), numa perspectiva maior, as teorias

Piagetianas dão conta da forma como a criança aprende o mundo, como ela se

apropria dos conhecimentos e como ela interage com eles e com diferentes

objetos e indivíduos.

Piaget (apud Franco 1997),partiu do estudo do individuo para

compreender como ele constrói os conhecimentos e essa foi a sua maior

preocupação. Estudos de discípulos de Piaget comprovaram que os estágios de

desenvolvimento propostos por ele seguem sempre uma ordem de sucessão fixa,

embora as idades possam variar de um contexto a outro.

Já Vygotsky (apud Franco 1997),assume uma linha de pensamento onde

o meio interfere no individuo, favorecendo com que ocorrem mais ou menos

estímulos que resultarão em aprendizagem. Ainda conforme a autora, a questão é

ampla e controvertida. Não podemos nos fechar em nenhuma delas.

As duas teorias caminham de forma paralela. Vigotsky refere-se,

sobretudo ao papel do meio social e cultural na formação das funções

psicológicas. Já Piaget dá mais ênfase ao interacionismo, ao papel ativo do sujeito

e não analisa de forma tão específica o papel do meio na estruturação das

condutas do sujeito.

Em “A Formação do Símbolo na Criança”, Piaget escreve observações

das atividades de seus próprios filhos. Neste ele analisa e esclarece as relações

entre o jogo e o desenvolvimento intelectual. Também interpreta os jogos num

26

conjunto de contextos do pensamento da criança, distinguindo alguns critérios

habitualmente utilizados no jogo:

o Encontra-se uma finalidade em si mesmo;

o É uma atividade espontânea, oposta a atividade de trabalho;

o È uma atividade que dá prazer. Mas deve se conceber essa busca

do prazer como subordinada a assimilação do real ao eu. O prazer

lúdico seria a expressão afetiva dessa assimilação;

o Tem uma relativa falta de organização;

o È uma atividade que envolve supramotivação (motivação intensa), o

jogo começaria com a intervenção dos motivos não contidos na ação

inicial.

3.4. O jogo no contexto escolar.

De acordo com Kishimoto ,ao colocar a atividade lúdica no contexto

escolar, o educador deve ter objetivos bem claros. Assim se pretende ter um

diagnóstico do comportamento do grupo em geral, e dos alunos de uma forma

individual, ou ainda conhecer idéias, valores e atitudes e necessidades dos

integrantes do grupo, é possível, a partir do jogo, ter este amplo panorama de

informações.

Se, porém, o que pretende é estimular o desenvolvimento de

determinadas áreas ou igualmente promover aprendizagens específicas, o jogo

pode ser utilizado como um instrumento de desafio cognitivo.

A educadora, o educador deve definir previamente um projeto de trabalho

em função das necessidades e interesses do grupo e segundo seus objetivos.

Qual é o espaço de tempo que irá usar, qual é o espaço físico de que necessitará

bem como de que material manipulativo precisará. Uma vez organizados estes

itens, chame a turma, faça a orientação e dê inicio ao trabalho, à brincadeira.

27

A autora salienta que seria interessante se optasse pelo fato de lidar com

jogo como Malba Taham aproxima a matemática da criança. Em seu livro, “O

Homem Que Calculava”. Ela diz que em o homem que calculava, t tem-se a

maestria de um hábil jogador com a imaginação do leitor de modo a envolvê-lo em

situações de problemas matemáticos.

Ela cita também Monteiro Lobato em seu livro ”A Matemática da Emília”.

São livros onde os autores brincam com a matemática. Os personagens criados

exploram o uso da matemática no cotidiano de forma a desmanchar o caráter de

sério, pesado ,que sempre envolveu a matemática.

São várias as possibilidades do aspecto lúdico no fazer matemático. As

artes de uma forma geral lidam com a matemática em sua prática. A criança

também lida com a mesma no seu dia a dia.

Ao brincar de fazer uma rampa para subir seu carrinho, ao estruturar uma

pipa, ao elaborar um bodoque, um estilingue. Ela precisa analisar que galho usar,

qual é o ângulo que dará mais movimento e movimento mais rápido a gominha

esticada.

Todas estas situações são exemplos de uso da física e da matemática. Só

que a criança, brincando está elaborando conceitos e regras sem o perceber. Se a

escola legitimar situações de aparente brincadeira, estará propiciando á criança

uma situação de interação umas com as outras, de forma a repartir seu

conhecimento e neste, apropriar-se de outros, do conhecimento de seus colegas e

das interações que surgirão daí.

O mais importante é tirar o caráter sisudo e pesado que a matemática

possua na vida de muitos alunos.

28

Capítulo IV

O uso das inteligências múltiplas na escola

Como surgiu a Teoria das Inteligências Múltiplas:

Armstrong (2001) explica que a base de seu livro “Inteligências

Múltiplas na Sala de Aula” foi seu trabalho,nos últimos 14 anos ,aplicando a

Teoria das Inteligências Múltiplas ,de Howard Gardner aos detalhes práticos do

ensino em sala de aula. Segundo ele o que o motivou e fez com que se sentisse

atraído pelas teorias das inteligências múltiplas em 1985, foi o fato de ver que ela

oferecia uma linguagem sobre os talentos internos das crianças ,especialmente

daqueles alunos que em suas carreiras escolares vinham acumulando rótulos

como incapazes de aprender.

Foi como especialista em incapacidades de aprendizagem , no final da

década de 70 e inicio da de 80 , que o autor começou a sentir a necessidade de

afastar-se do que via como um paradigma orientado para o déficit na educação

especial. Surgiu a idéia de criar um novo modelo , baseado no que via claramente

como os muitos talentos das crianças “incapazes.” Mas ele diz que não precisou

criar algo novo. Gardner já havia feito isso para ele.

E usando as idéias de Howard Gardner que com o livro “ Estruturas da

Mente”, em 1983 , assinalou a data de nascimento da teoria das “IM”, elaborou

uma forma de se trabalhar com crianças consideradas incapazes, para analisar o

índice de inteligência que as mesmas possuíam .

A partir de Gardner, de acordo com Armstrong, (2001) , o conhecimento dos

educadores sobre a teoria das inteligências múltiplas vem aumentando

regularmente .

De um modelo originalmente popular ,na década de 80 ,principalmente no

campo da educação de talentos , em certas escolas e entre professores isolados

29

nos Estados Unidos , a teoria das Inteligências Múltiplas expandiu-se na década

de 90 para centenas de distritos escolares , milhares de escolas e professores

dos Estados Unidos e em numerosos países do mundo.

Os Fundamentos da Teoria das Inteligências Múltiplas

Conforme Howard Gardner,apud Armstrong (1987).é de máxima

importância reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e

todas as combinações de inteligências. Segundo ele nós somos todos tão

diferentes , em grande parte porque possuímos diferentes combinações de

inteligências . Se reconhecermos isso, penso que teremos pelo menos uma

chance melhor de lidar adequadamente com os muitos problemas que

enfrentamos neste mundo.

Em 1904, o ministro da educação publica de Paris, pediu ao psicólogo

frances Alfred Binet e a um grupo de colegas que criassem um meio para

determinar quais alunos de ensino fundamental estavam em risco de ”fracassar“

para que pudessem receber uma atenção mediadora. De seus esforços surgiram

os primeiros testes de inteligência. Importada pelos Estados Unidos alguns anos

mais tarde, a testagem tornou-se muito difundida , assim como a noção de que

existia uma coisa chamada “inteligência” que podia ser medida objetivamente e

reduzida a um simples numero ou escore de “QI”.

Quase 80 anos ´Howard Gardner questiou estes testes afirmando que a

nossa cultura definira a inteligência de forma muito limitada ele propôs em seu

livro Estruturas das Mente a existência de pelo menos sete inteligências básicas.

Mais recentemente , ele acrescentou uma oitava e discutiu a possibilidade de

uma nona . Em sua teoria das inteligências múltiplas ,Gardner tentou o alcance do

potencial humano além dos confins do escore de QI .Ele Questionou a validade

de determinar a inteligência do individuo, tirando-se este do seu meio ambiente

natural, dando-lhe tarefas que nunca fez antes ,bem deslocadas e provavelmente

30

jamais escolheria fazer novamente. Em vez disso, Gardner sugere que a

inteligência tem mais a ver com a capacidade de :

(1º) resolver problemas;

(2º) criar produtos em ambientes com contextos ricos e naturais.

As oito inteligências descritas.

Uma vez adotada esta perspectiva mais ampla e mais pragmática , o

conceito de inteligência começou a perder sua mística e se tornou um conceito

funcional que podíamos ver operando na vida das pessoas de várias maneiras .

Gardner ofereceu um meio de mapear a ampla gama de capacidades dos seres

humanos , ao agrupar essas capacidades em oito categorias ou “‘inteligências

“abrangentes.” São elas :

Inteligência lingüística

É a capacidade de usar as palavras de forma efetiva ,quer oralmente (por

exemplo, contar histórias, orador ou político), quer escrevendo, como poeta,

jornalista, redator ,etc. Esta inteligência possui a capacidade de manipular a

sintaxe ou a estrutura da linguagem . a semântica e os significados da linguagem

e as dimensões pragmáticas ou o uso prático da linguagem.

Inteligência lógico- matemática

É na capacidade de usar os números de forma efetiva, por exemplo, como

matemático, contador ou estatístico. E para raciocinar bem ,como cientista,

programador de computador . esta inteligência possui a sensibilidade a padrões e

relacionamentos lógicos , afirmações e proposições ,funções e outras abstrações

relacionadas.Os tipos de processo usado s a serviço da inteligência lógico-

matemática incluem categorização ,classificação, inferência , generalização,

calculo e testagem de hipótese.

31

Inteligência espacial:

É a capacidade de perceber com precisão o mundo Visio espacial ,por exemplo,

como caçador, escoteiro ou guia , e de realizar transformações sobre estas

percepções como decorador de ambientes, arquiteto, artista ou inventor. Esta

inteligência envolve sensibilidade à cor , linha , forma, configuração e espaço e

as relações existentes entre estes elementos. Ela inclui a capacidade de

visualizar, de representar, graficamente idéias visuais ou espaciais e de orientar

–se apropriadamente em uma matriz espacial.

Inteligência Corporal-cinestésica:

É a capacidade de possuir , por exemplo, perícia no corpo para expressar idéias,

sentimentos como ator, mímico , atleta ou dançarino e facilidade no uso das mãos

para produzir ou transformar coisas (por exemplo, como artesão, escultor,

mecânico ou cirurgião ). Esta inteligência inclui habilidades físicas especificas tais

como coordenação , equilíbrio , destreza, força, flexibilidade e velocidade ,assim

como capacidade s proprioceptivas , táteis e hápticas.

Inteligência musical:

É a capacidade de perceber , por exemplo, (como aficionado por musica, ),

discriminar (como um critico de música), transformar (como compositor) e

expressar, como musicista , formas musicais. Esta inteligência inclui sensibilidade

ao ritmo , tom ou melodia e timbre de uma peça musical. Podemos ter um

entendimento figural ou geral da música, (global ou intuitivo) , um entendimento

formal ou detalhado(analítico, técnico , ou ambos.

Inteligência interpessoal:

É a capacidade de perceber e fazer distinções no humor , intenções , motivações

e sentimentos das outras pessoas. Isso pode incluir sensibilidade a expressões

faciais , voz e gestos; a capacidade de discriminar muitos tipos diferentes de

32

sinais interpessoais ; a capacidade de responder efetivamente a estes sinais de

maneira pragmática ( por exemplo, influenciar um grupo de pessoas , párea que

sigam certa linha de ação).

Inteligência intrapessoal:

É a capacidade de autoconhecimento e de agir adaptativamente com base

neste conhecimento. Esta inteligência inclui possuir uma imagem precisa de si

mesmo, das próprias forças e limitações , consciência dos estados de humor ,

intenções , motivações , temperamentos e desejos e a capacidade de

autodisciplina ,auto-entendimento e auto-estima.

Inteligência naturalista:

Perícia no reconhecimento e classificação das numerosas espécies -a flora

e a fauna* do meio ambiente do individuo . Inclui também sensibilidade a outros

fenômenos , por exemplo , formação de nuvens e montanhas, no caso , das

pessoas crescerem num ambiente urbano , a capacidade de discriminar entre os

seres inanimados como carros , tênis e capas de CDs musicais.

Armstrong salienta que toda pessoa possui as oito inteligências descritas.

Segundo ele, esta é uma teoria do funcionamento cognitivo e propõe que cada

pessoa tem capacidades em todas as oito inteligências .Evidentemente as oito

inteligências funcionam de maneira única para cada pessoa.

Algumas pessoas parecem possuir níveis de funcionamentos extremamente

elevados em todas , ou na maioria das inteligências . Outras pessoas como as

internadas em instituições para pessoas com problemas de desenvolvimento

parecem possuir apenas os aspectos mais rudimentares das inteligências.

33

A maioria de nós se encaixa em algum lugar entre estes dois pólos –sendo

altamente desenvolvido em algumas inteligências ,modestamente desenvolvido

em outras, e relativamente subdesenvolvido nas restantes.

De acordo com Armstrong, antes de aplicar qualquer modelo de

inteligência ,de aprendizagem em sala de aula, seria interessante que o educador

aplicasse primeiro a si mesmo ,como educadores e aprendizes adultos. Segundo

Armstrong, conseqüentemente, um passo importante no uso da Teoria das

Inteligências Múltiplas é determinar a natureza e a qualidade das nossas

inteligências múltiplas e buscar maneiras de desenvolvê-la em nossa vida.

Conforme começarmos a fazer isso ficará claro como a nossa fluência ,(ou

a falta de fluência), especifica em cada uma das oito competências ( ou a falta

dela), nos vários papéis que desempenhamos como educadores. E assim , a partir

do momento que nos experienciarmos como alunos , seremos mais sensíveis ao

propor o mesmo exercício no momento de trabalho com os alunos e alunas.

34

Capítulo V

A parceria com os projetos

É importante ressaltar que ao lidar com o aspecto lúdico na escola não se

trata de impor uma visão adultocentrica em relação à criança. Entretanto, não se

pode simplesmente espalhar caixas com conteúdos diversos para cada grupo

organizado e deixar que as crianças elas mesmas conduzem os fatos .

Para não cair em situações antagônicas e conflitivas diante dos pais, da

comunidade, da própria escola em sua relação de espaço tempo, é necessário

estruturar os trabalhos a serem realizados em um Projeto de forma que todos

saibam o que vai acontecer, como, porque, em que local e hora. E quais são os

materiais necessários para que a atividade aconteça de forma harmoniosa.

É comum nas escolas ver professores nervosos e agitados porque o colega

se apropriou de seu horário na sala de vídeo. A quadra está ocupada com outra

turma sendo que naquele horário era o momento de sua classe. E segue por ai

uma infindável seleção de exemplos de como, o trabalhar de forma individualizada

compromete a qualidade e o resultado objetivado.

Conforme Hernandez, apud Bontempo (2002), os projetos de trabalho são

um planejamento de ensino e aprendizagem vinculado a uma idéia de escola em

que se dá importância não só a aquisição de estratégias cognitivas de ordem

superior, mas também ao papel do estudante como responsável por sua própria

aprendizagem.

Significa enfrentar o planejamento e a solução de problemas reais e

oferece a possibilidade de investigar um tema partindo de um enfoque relacional,

que liga idéias chave e metodologias de diferentes disciplinas.

Diante disto, costuma sempre priorizar uma idéia, para que esta seja pano

de fundo de todo o fazer educativo. No caso, a brincadeira, a necessidade de

35

proporcionar situações de aprendizagem conectadas com o ato de brincar, seria o

objetivo principal do presente projeto de trabalho.

É importante que se estruture bem o projeto, com objetivos, metodologia,

tempo de duração, materiais necessários para que ele possa ser colocado em

prática efetivamente, e com uma abertura para avaliação e recapitulação, sempre

que houver necessidade.

O ideal é que ele amarra as idéias, tanto para o educador, quanto para o

educando. Assim, o ensino não fica fragmentado para a criança. Sem perceber,

ela aprende e apreende uma série de informações de forma harmônica, coesa,

continua e agradável. E fica também bem mais fácil para o educador elaborar e

avaliar sua prática, seu trabalho, principalmente porque, um bom projeto possui

várias etapas, assim permite uma avaliação continua e progressiva.

De acordo com Bontempo , (2002), a Pedagogia de Projetos se apresenta

numa relação espontânea com naturais interesses da vida. Mas é necessário

preparar bem o que se quer, definir bem os objetivos, para evitar possíveis

transtornos, que podem advir de:

o Uma iniciativa ingênua e superficial dos alunos que não atenderia aos

objetivos da aprendizagem e poderia terminar em certa desordem;

o O perigo de excessiva interferência do professor que preocupado com o

programa previamente estabelecido, chega a transformar o projeto em uma

coordenação estereotipada de lições em torno de um tema determinado, de

pouco interesse para os alunos;

o A adoção de projetos prontos, elaborados em anos anteriores, em outras

escolas, por pessoas distantes do contexto da classe, impostos sem

qualquer comprometimento dos alunos nas etapas e de elaboração do

projeto.

Visto desta forma, uma professora, um professor competente e

comprometido com a aprendizagem de suas alunas e alunos deve respeitá-los e a

partir disto, ser fiel ao nível de aprendizagem da turma. Assim, com certeza, será

36

elaborado um projeto de trabalho consistente e agradável de colocar em prática.

Com objetivos, público alvo, tempo de duração e possíveis avaliações e retomada

de atividades, no sentido de redirecionar algo que por acaso, não saiu a contento.

37

Conclusão

Diante do que foi lido , pode então perceber a importância da ludicidade

no ensino da matemática. Junto a psicopedagoga, a mesma pode elaborar uma

forma de trabalho numa visão preventiva , de forma a acolher a criança em sua

dificuldade antes mesmo que ocorra o fracasso desta.

O trabalho com a ludicidade vai propiciar a criança vivenciar suas

experiências e uma forma que respeite seu próprio ritmo de aprendizagem e

desenvolvimento.

A ação da psicopedagoga pode se dar no sentido de fazer com que o

educador reflita sobre o que realmente seria uma intervenção lúdica por meio de

brincadeiras, jogos e afins.Pode se dar também junto a escola no sentido de

elaborar Projetos de Trabalho focalizando assim temas com os quais podem haver

uma maior intervenção no sentido de acompanhar os alunos com maiores

problemas de aprendizagem.

Pode se dar também no sentido de propor trabalhos em grupos de alunos

,como forma de avaliação e diagnostico da criança fora da realidade convencional

da sala de aula.

Sabe-se que a matemática sempre representou para algumas crianças um

desafio. A presente proposta de trabalho vem tentar compreender como

,brincando as crianças podem aprender mais. Conforme as leituras realizadas ,

pode perceber como as crianças trabalham questões emocionais, afetivas, sociais

e mesmo o prazer da brincadeira no momento que estão na escola.

Diante desta constatação, seria interessante investir neste aspecto .

Investir em transformar a escola em um lugar mais agradável, mais leve. Ainda

que a escola tenha que ter horários e regras, a ludicidade pode ser encaixada

dentro destes, sem prejuízo para os mesmos.

As leituras encontradas levam a uma nova visão de educação. Uma

educação centrada na promoção do individuo enquanto pessoa humana e não

38

apenas um espelho daquilo que o professor diz e exige. Uma educação voltada

para que a criança tenha condições de construindo seu saber , a partir de sua

bagagem , com o auxilio do educador , dentro de sua realidade ,se sair melhor na

escola e na vida fora da mesma.

Independente de situações favoráveis , os altos índices de evasão e

repetência da crianças das camadas populares revelam a incapacidade da escola

de lidar com seus próprios problemas.

Uma sociedade estruturada no consumo x produção , na rentabilidade por

si só e não na qualidade de vida dos indivíduos gera ,em maior ou menor prazo

,males que ao longo dos anos se arrastam , perpetuando-se nas gerações

vindouras de uma forma alarmante.

O que temos hoje em nossas escolas nada mais é do o resultado de um

sistema capitalista feroz e desumano ,que exclui o aluno e sua família. A ação do

educador, a gênese de sua profissão requer esta pesquisa, esta busca em

profundidade e ir a fundo nas questões, é nossa função.

Temos que ter uma visão global de como a aprendizagem acontece, do

processo ,das etapas do desenvolvimento infantil , das possibilidades de

interferência para poder compreender melhor o porquê desta ou daquela situação

de não entendimento de nosso educando. Compreender porquê a criança se

arrasta anos após anos sem compreender princípios básicos que outros assimilam

com rapidez e tranqüilidade. São muitos os fatores envolvidos em toda esta

problemática.

É fundamental que nas escolas haja um espaço para o desenvolvimento

global da criança, de forma a contemplar todas as etapas de seu desenvolvimento.

A criança não pode ser impedida de assumir sua totalidade,ficando tolhida,

quieta, sentada o tempo todo ,quando quer é brincar, correr .

E se começarmos por tentar fazer da escola um lugar melhor , mais

prazeroso, menos fechado , menos sério ,no sentido de normas e regulamentos

rígidos, quem sabe não se conseguirá aproximar-se mais da criança e , nesta

39

aproximação, conseguir que ela mesma , através de estímulos e situações

favoráveis , construa seu conhecimento.

O educador , ao preparar a aula com base na ludicidade, deve ter o

cuidado de não separar o ato de brincar com o ato de aprender,vendo aquele

momento como um horário onde não se requer organização, acompanhamento .É

um momento rico de oportunidades e chances de crescimento e desenvolvimento ,

se bem organizado e administrado.

Dentro das próprias brincadeiras tradicionais , o educador pode colocar

desafios dentro da disciplina da matemática, com situações previamente

organizadas e explicadas ao aluno. Desta forma , o brincar será mais

interessante, uma vez que terá duplo sentido para a criança: o prazer de brincar e

o desafio de aprender .

40

Referencias Bibliográfica

ABERASTURY, Arminda – A Criança e Seus Jogos. 3ª Ed. Artes Médicas. RS.1987 Belo Horizonte. Moderna. 1998.

ARMSTRONG, Thomas. Inteligências Múltiplas na Sala de Aula. Porto Alegre:ARTMED editora.2001. BELFORTE, Elizabeth ET all-Operações Com Números Naturais. UFRJ-InPró Letramento-Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental.Brasília.Ministério da Educação.2007 BETELHEIM, Bruno-Uma Vida para Seu Filho. Rio de Janeiro.Campus.São Paulo,1988 BONTEMPO, Luzia- Alfabetização Com Sucesso. Belo Horizonte,Ed. Da autora,2002. DORNELES, Beatriz Vargas –Quadro Negro-O desafio de atender a todos na sala de aula. Revista Pátio. Ano X.Maio/Julho.ARTMED.RS.2006 FRANCO, Ângela ET all-Construtivismo: Uma ajuda ao professor. 3ª Ed. Belo Horizonte. Lê. 1997 FRIEDMANN, Adriana - Brincar: Crescer e Aprender. O resgate do jogo infantil. Moderna. São Paulo ,1998. FUMEGA, Jeane C.de Castro Fumega ET al. A Importância do Brincar no Desenvolvimento da Criança. Belo Horizonte .2005. KHISHIMOTO, Tizuko Morchida- (org.)-Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. Petrópolis. RJ Vozes, 1993.

41

______________________ (org.). O Brincar e Suas Teorias. São Paulo:Pioneira , 2002. _____________________Jogos Infantis: O jogo, a criança e a educação. PIAGET, Jean Psicologia da Criança. 16ªed. Rio de Janeiro. Fundo de Cultura. Lisboa Moraes- 1975. PIAGET, Jean - A Formação do Símbolo na Criança. SMOLE, Kátia Cristina Stocco-A Matemática na Educação Infantil-A teoria das inteligências múltiplas na prática escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,2000. VYGOSTSKY, Leon S. Linguagem e Desenvolvimento. São Paulo. Martins Fontes. 1998.

42