simulaÇÃo do sistema produtivo do queijo mussarela

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SIMULAÇÃO DO SISTEMA PRODUTIVO DO QUEIJO MUSSARELA Lázaro Antônio da Fonseca Júnior (UFG CAC) [email protected] Jardel Viera (UFG CAC) [email protected] Edson Amado da Silva Júnior (UFG CAC) [email protected] Resumo: Através da criatividade humana e sua inteligência, foi possível a criação de várias tecnologias, dentre estas, a computacional, impulsionando diversos avanços e a possibilidade de obter informações precisas e adequadas. O uso da ferramenta de simulação computacional se torna essencial, a partir do momento em que se deseja analisar a essência de uma atividade ou um sistema, permitindo a realização de experiências para avaliar o comportamento do sistema ou o seu efeito ao longo de um determinado instante de tempo. Este artigo visa analisar o processo produtivo de uma empresa, atuante na fabricação de queijo mussalera, por meio da simulação de seu processo produtivo e apontando possíveis melhorias. Palavra chave: Simulação, Arena, Queijo Mussarela. 1. Introdução Com os avanços tecnológicos, mudaram-se radicalmente muitas operações, e tudo indica que o ritmo do desenvolvimento tecnológico aumenta constantemente. O uso da

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SIMULAÇÃO DO SISTEMA PRODUTIVO DO QUEIJO MUSSARELA

Lázaro Antônio da Fonseca Júnior (UFG – CAC) [email protected]

Jardel Viera (UFG – CAC) [email protected]

Edson Amado da Silva Júnior (UFG – CAC) [email protected]

Resumo: Através da criatividade humana e sua inteligência, foi possível a criação de várias

tecnologias, dentre estas, a computacional, impulsionando diversos avanços e a possibilidade

de obter informações precisas e adequadas. O uso da ferramenta de simulação computacional

se torna essencial, a partir do momento em que se deseja analisar a essência de uma atividade

ou um sistema, permitindo a realização de experiências para avaliar o comportamento do

sistema ou o seu efeito ao longo de um determinado instante de tempo. Este artigo visa

analisar o processo produtivo de uma empresa, atuante na fabricação de queijo mussalera, por

meio da simulação de seu processo produtivo e apontando possíveis melhorias.

Palavra chave: Simulação, Arena, Queijo Mussarela.

1. Introdução

Com os avanços tecnológicos, mudaram-se radicalmente muitas operações, e tudo

indica que o ritmo do desenvolvimento tecnológico aumenta constantemente. O uso da

tecnologia computacional tornou-se uma grande aliada das empresas na busca por seu

crescimento, aumentando a eficiência dos processos (MUROLO et al., 2009).

Os setores operacionais são cada vez mais reconhecidos como condutores de

vantagens competitivas entre as empresas, pois auxiliam no cumprimento das datas de

entrega, reduz o tempo de atendimento, gera maior flexibilidade ao processo, aumenta o

padrão de qualidade e sem acarretar grandes custos. Portanto, a simulação aparece como uma

poderosa ferramenta, que vem sendo utilizada com sucesso, na resolução ou tomada de

decisões dos mais diversos problemas operacionais (SOUZA et al., 1994).

Ao efetuarmos estudos de planejamento, é comum encontrarmos com problemas de

dimensionamento ou fluxo no qual a resolução é visivelmente complexa. Geralmente

queremos saber qual a quantidade correta de recursos, qual melhor layout, qual o melhor

roteiro de fluxo, a melhor mudança ou redimensionamento, ou seja, desejamos ter um

funcionamento eficiente ou otimizado (PRADO, 2010).

Na execução de projetos geralmente envolve alguma tomada de decisão antes da

criação do projeto final. Para aumentar a confiança e diminuir riscos na implantação de um

projeto, muitos projetistas buscam através da simulação, meios para visualizar como o

processo iria funcionar na prática. De algumas formas, a simulação é uma das abordagens

mais importantes para a tomada de decisão e redução de riscos (SLACK; CHAMBERS;

JOHNSTON, 2009).

A simulação é utilizada em casos em que é muito caro ou difícil o experimento na

situação real. Permitindo variar paramentos críticos e assim conhecer as combinações com

melhores resultados. Dessa forma podemos analisar o efeito de mudanças sem correr risco da

construção de um sistema real de forma errada (MUROLO et al., 2009).

1.1 Justificativa

A realização da simulação de um sistema real é de grande importância porque permite

a aceleração do funcionamento do sistema, possibilita prever os erros e acidentes que podem

ocorrer no sistema real além de poupar recursos econômicos, pois dispensa a construção de

protótipos para testes. A simulação pode ser útil em qualquer sistema de manufatura, desde a

fase de análise do problema e definição de requisitos, até as fases de projeto, implementação e

operação de qualquer processo (LOBÃO; PORTO, 1999).

Neste contexto, observa-se a grande importância do uso da simulação de sistemas na

resolução dos diversos problemas sem que haja a necessidade de real vivência destes,

reduzindo muitos dos transtornos. Portanto, a simulação pode acarretar inúmeras melhorias

para as empresas, levando em consideração que a simulação depende de um bom analista e

tomador de decisões para gerar tais benefícios.

Segundo Prado (2010), diversas aplicações da simulação de sistemas podem ser

relacionadas com diferentes áreas da Engenharia de Produção podem sem desde linhas de

produção até processamento de dados. Dessa forma, o presente trabalho irá utilizar os

conhecimentos adquiridos no decorrer do curso e aplicar a ferramenta de simulação na

produção do queijo mussarela.

O presente trabalho será desenvolvido em um laticínio localizado a aproximadamente

90 quilômetros de Goiânia, e através da simulação do processo produtivo do queijo mussarela

visa-se retratar a situação real e analisá-la e se possível propor melhorias.

1.2 Objetivo

O objetivo deste trabalho é fazer a aplicação e análise da simulação no sistema de

produção do queijo mussarela, e se possível apresentar melhorias no processo estudado. Este

trabalho será executado em um laticínio localizado a aproximadamente 90 quilômetros de

Goiânia, fazendo o uso do software de simulação Arena.

2. Simulação de sistemas

Uma simulação é a imitação, durante determinado período de tempo, da operação de

um sistema ou de um processo real. Feita a mão ou e um computador, a simulação envolve a

geração de uma história artificial do sistema, e a partir desta história a inferência de como o

sistema real funcionaria. O comportamento do sistema é estudado pela construção de um

modelo de simulação. Alterações no sistema podem ser inicialmente simuladas para se prever

as consequências no mundo real. Assim, a Simulação pode usada tanto como uma ferramenta

de análise para prever o efeito de mudanças em sistemas já existentes, quanto como uma

ferramenta para prever a desempenho de novos sistemas sobre as mais variadas circunstâncias

(SANTOS 1999).

A simulação é uma técnica usada tanto para projetar e avaliar a implantação de novos

sistemas, como para fazer a reconfiguração física ou mudanças no controle de operação de

sistemas já existentes. As aplicações da simulação têm crescido em todas as áreas, auxiliando

os gestores na tomada de decisão de problemas complexos e possibilitando um melhor

conhecimento dos processos dentro das organizações (SAKURADA; MIYAKE, 2009).

Para Santos (1999), as principais vantagens da simulação são:

Estudar procedimentos operacionais, fluxo de informação e etc., sem alterar o mundo

real.

Fazer teste de equipamentos, layouts, sistemas de transporte sem necessidade da

aquisição.

Testar como e porque certos fenômenos ocorrem visando verificar sua praticabilidade.

O tempo pode ser alterado permitindo acelerar ou retardar o fenômeno sob

investigação.

Pode-se entender melhor sob a interação das variáveis do sistema.

2.1 Software ARENA

O ARENA é um software que foi desenvolvido pela empresa Rockwell Software Inc.

No Brasil o software é representado pela Paragon Tecnologia Ltda.

O ARENA foi considerado por renomados especialistas em simulação como "O mais

inovador software de simulação", por unir os recursos de uma linguagem de simulação à

facilidade de uso de um simulador, em um ambiente gráfico integrado. A linguagem

incorporada ao ARENA é o SIMAN. (PARAGON, 2012)

O software é caracterizado por um ambiente gráfico integrado de simulação, que

contém todos os recursos para modelagem, animação, análise estatística e análise de

resultados, utilizando a abordagem por processos para executar a simulação. (RAMOS &

PINTO, 2004).

Ele é um dos softwares mais utilizados no que diz respeito à simulação. Ele oferece

uma ampla possibilidade de configurações de cenários, além de possibilitar grande facilidade

de uso e interpretação dos resultados. Seu uso permite aos gestores simular vários cenários

interagindo simultaneamente com vários elementos do processo em estudo, como pessoas,

equipamentos, insumos e matéria-prima. (SCHONS & RADOS, 2009)

As vantagens da utilização do ARENA, beneficiam desde as tomadas de decisões

sobre chão-de-fábrica, até o front-office da empresa, podendo a simulação ser usada em

qualquer tipo de ambiente, seja um pátio de uma mineração ou uma U.T.I de um hospital.(

LIMA; SOUZA; ARAÚJO, 2006).

3. Metodologia

Quanto à metodologia utilizada, o objetivo de estudo deste trabalho é classificado

como exploratório. Para Gil (2009), estas pesquisas têm como objetivo a aproximação com o

problema, com vistas a deixá-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Os procedimentos

técnicos de coleta e análise dos dados usados no trabalho são classificados como pesquisa

bibliográfica, sendo esta feita através de livros e artigos.

A abordagem da pesquisa é quantitativa, e o delineamento é uma pesquisa

experimental e um estudo de caso. O estudo de caso é feito quando o pesquisador tem pouco

controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos inseridos em algum

contexto da vida real já e a abordagem quantitativa é a utilização de recursos e técnicas

estatísticas, para traduzir em números os conhecimentos gerados pelo pesquisador

(LACERDA et al., 2007).

4. Estudo de caso

O estudo de caso foi feito em um laticínio localizado aproximadamente 90

quilômetros de Goiânia. A empresa encontra-se numa região de grande produtividade de leite.

Fundada em 1998, a empresa hoje conta com mais de 20 funcionários internos e

grandes clientes, como os Hipermercados Carrefour e Pão de Açúcar e a DPA Nestle.

Atualmente mais de dois terços da produção de leite é destinada a empresa DPA Nestle, ou

seja, dos 40 mil litros de leite que o laticínio recebe diariamente, 15 mil litros são utilizados

na produção de queijo mussarela e a outra parte é comercializada com a e DPA Nestlé

O laticínio possui área de 13 hectares, sendo que a área industrial é de 600m2,

dividindo em quatro partes distintas. A primeira é composta pela plataforma para recebimento

do leite e laboratório de análise. A segunda compreende a parte da produção da empresa,

sendo composta pelos equipamentos usados para fabricação dos queijos. A terceira parte é

composta por três câmaras fria de e sala de empacotamento. A quarta parte fica a casa de

máquinas. Sendo que existem outros anexos da indústria, um deles se encontra a caldeira e no

outro a parte administrativa, almoxarifado, vestiários e cantina.

O laticínio está em constante expansão e busca por uma melhor posição no mercado,

investindo fortemente na qualidade de seus produtos e numa boa relação com seus

fornecedores.

5. Modelagem

O presente trabalho buscou representar o processo produtivo do queijo mussarela,

portanto, o queijo mussarela será a entidade referida neste trabalho.

Vale ressaltar que para a produção do queijo, é destinado diariamente 15 mil litros de

leite.

Levando em conta que para produzir cada quilo de queijo mussarela são gastos uma

média 9,2 litros/kg, dependendo da qualidade do leite e cada peça produzida possui 4 kg, ou

seja, é gasto em torno de 36,8 litros de leite para cada peça de queijo mussarela. A produção é

feita três vezes ao dia, devido à capacidade da queijomática, que é de 5000 litros. No final de

cada dia são produzidos cerca de 1630 quilos de queijo mussarela (407 peças).

A figura 1 apresenta um modelo conceitual do processo produtivo.

Figura 1 – Modelo conceitual do processo produtivo do queijo mussarela.

5.1 Etapas da fabricação do queijo mussarela

O leite integral chega à indústria através de caminhões tanque, estes vão para área de

limpeza onde são higienizados para entrar na plataforma de recepção, nesta plataforma é feito

o recebimento e a análise do leite. Após a limpeza do caminhão são coletados amostras do

tanque e análises são feitas imediatamente, aprovada as amostras, o caminhão pode fazer o

descarregamento. Antes de ser ar,azemado, o leite deve passar pelo resfriamento para então

ser levado para o tanque de armazenagem, o leite fica armazenado até receber a ordem para

iniciar a produção, caso a produção esteja liberada, o leite vai diretamente para o

pasteurizador.

Para iniciar a produção do queijo mussarela o leite deve ser pasteurizado; este

processo eleva a temperatura do leite a cerca de 72° a 75°C e depois a temperatura é

bruscamente reduzida para 38°C, este processo dura 30 minutos. Após a pasteurização o leite

já está pronto para iniciar a produção de queijo.

Do pasteurizador o leite vai diretamente para a queijomática, equipamento responsável

por grande parte do processo de fabricação do queijo. Primeiramente é feita a adição de

cloreto de cálcio, fermento lático e coalho ao leite. O processo para coagulação é feito em

repouso e dura 40 minutos. Após esse tempo inicia-se o processo de corte da coalhada por 5

minutos e depois a massa volta ao repouso por mais 5 minutos.

Encerrada o processo de coagulação e corte da massa, inicia-se a mexura (termo

utilizado que significa a separação da massa e do soro). A primeira mexura acontece de

forma lenta, durante 10 minutos e a massa volta a descansar por mais 5 minutos. Agora

acontece a segunda mexura, um pouco mais rápido que a primeira e com aquecimento

gradativo da massa, ao final de 25 minutos ela deve atingir 42°C. Para finalizar os processos

executados na queijomática, a massa deve descansa por mais 5 minutos. Portanto, o tempo

total da transformação do leite em massa executado na queijomática e de 95 minutos.

A massa pronta já pode ser retirada da queijomática e despejada na máquina

denoprensa, que é responsável pela prensagem que elimina o soro da massa, esse processo

tem duração de 20 minutos. Após a prensagem é feito o corte da massa em blocos menores

que são levados para prateleiras de espera onde ficam em descanso de um dia para o outro,

durante este repouso a massa deve atingir fermentação adequada para filagem.

A filagem é o processo executado no equipamento Monobloco, que é responsável pela

transformação da massa em queijo mussarela, que depois é levado para a moldagem e corte. O

monobloco tem capacidade de 500 quilos por hora, portanto, são feitas 125 peças a cada hora.

As peças são colocadas em moldes e levadas para a sala da salmoura e depois para sala de

secagem, onde ficam cerca de um dia em cada sala, no final desses processos a mussarela

pode ser embalada e comercializada. Logo a seguir será apresentado o fluxo da produção do

queijo mussarela e seus respectivos tempos.

Queijomática 95 min. 13 min

Denoprensa 20 min. 33 min

Pra.Descanso 16, 18, 20 horas 11.56 seg/peça (+/- 3seg)

Monobloco 194 min 13.89 seg/peça (+/- 3seg)

Modelagem 172,8 min 12.68 seg/peça (+/- 3seg)

Salmoura 18 horas 16.37 seg/peça (+/- 3seg)

Secagem 18 horas 18.49 seg/peça (+/- 3seg)

Embalagem 1.2, 1.5, 1.9 horas 14.07 seg/peça (+/- 3seg)

Expedição 24, 32, 38 horas Tabela 1 – Tempos de operação e transporte dos processos

Na prateleira de descanço, junta-se toda a produção

Vale ressaltar que o transporte no inicio do processo é feito por tubulações, portanto o

tempo de transporte de um equipamento para outro tem seu tempo padronizado. Já as etapas

após a denoprensa o transporte é feito por operários, assim o tempo de translado para cada

peça, sofre variação de tempo segundo uma distribuição triangular.

O processo produtivo é composto por três operários, responsáveis pelo transporte dos

produtos entre os equipamentos e as salas. O operador1 fica transportando as massas da

prateleira de descanso para o monobloco, enquanto isso o operador2 fica no inicio do

monobloco executando o processo de filagem e o operador3 fica no fim do monobloco

retirando o queijo mussarela e colocando nas formas que ficam em espera ao lado, quando o

operador1 finaliza sua tarefa, ele se posiciona junto ao operador3, ajudando-o e transportando

o queijo para a modelagem.

Operador 1 Transportar Massa da Prat. Descanso p/

Monobloco

Cerca de 11.56 seg

seg

Operador

2

Colocar Massa no Monobloco Cerca de 08.33 seg

seg

Operador

3

Retirar Massa do Monobloco e colocar nas

formas

Cerca de 13.89 seg

seg

Tabela 2 – Tempos de transporte dos operários

Os tempos apresentados na tabela 2, é para cada peça de mussarela.

Os três operários têm em comum as funções de transportar as massas da modelagem

para salmoura, transportar massa entre as demais salas e são encarregados também por

embalar os produtos. O transporte é feito da seguinte forma: junta-se um lote dos produtos em

um carrinho de carga, e assim é feito o transporte para o próximo processo, depois, outro lote

é transportador até se transportar toda a produção.

6. Simulação

A simulação foi feita no software Arena, na versão 2011.

Todo o processo de fabricação do queijo mussarela foi modelado de acordo com a figura 2.

Figura 2 – Modelagem no Arena do processo produtivo do queijo mussarela

O layout da fábrica e os processos, está disposto na figura 3.

Figura 3 – Layout da fábrica

7. Análise dos Relatórios

Figura 4 – Relatório Geral

O tempo base do relatório esta em Horas. Foram processadas um total de 135

entidades (o que corresponde às 405 entidades, visto que cada entidade representa 3peças do

queijo mussarela. Essa consideração deve ser feita, pela limitação do software, por se utilizar

uma versão acadêmica). Foram utilizadas 10 replicações para analisar a produção, ou seja, foi

simulado para 10 dias o processo de fabricação.

Tabela 3 – Tempo de duração do processo

A tabela 3, mostra o tempo total de duração para cada replicação, assim, pode-se verificar que

há uma diferença de 2.29 horas entre o maior e o menor tempo de duração do processo, isso é

devido a variação do tempo das operações que são feitas pelos operadores, e não

automatizadas.

Figura 5 – Relatório dos processos envolvidos na modelagem

Tempo de duração

do processoReplicação(dia)

111.71 1

111.36 2

111.18 3

111.09 4

113.09 5

111.64 6

110.80 7

111.19 8

112.46 9

111.46 10

Pela figura 5, pode-se perceber que para essa (e as demais também), os processos de secagem

e salmora, foram os processos mais demorados (18horas), e o processo no monobloco, foi o

mais rápido, em torno de 0.006916 horas para cada peça de queijo.

Figura 6 – Filas durante o processo

De acordo com a figura 6, somente no processo de embalagem, que ocorreu fila.

O tamanho da fila foi de 0.2369 horas para cada entidade.

8. Análise dos Resultados

Para a simulação do sistema produtivo do queijo mussarela algumas etapas foram seguidas e

serão descritas a seguir.

a) Planejamento: inicialmente foi feita a formulação do problema, a definição de

propósitos e objetivos. Como discutido anteriormente, a escolha do sistema para

modelagem refere-se ao processo produtivo da mussarela, portanto, o problema

compreende na aplicação da simulação para representar o funcionamento do sistema

real, e a partir dos resultados obtidos compreender o que acontece no sistema.

b) Modelagem: Os fatores avaliados na análise referem-se ao tempo dos processos,

tempo de produção de cada entidade, utilização dos recursos e outros. Para

desenvolvimento da modelagem foram necessárias as coletas de dados como: tempos

de processamento e transporte. O tempo foi dado em horas e em minutos, através dos

dados coletados foi possível modelar o sistema real

c) Experimentação e Tomada de Decisões: Nesta etapa foi feita a execução da

modelagem e a partir desta pode-se concluir que o modelo do sistema simulado opera

conforme o sistema real, tal afirmação pode ser dada através da quantidade de

entidades que saíram do sistema e o tempo para saída da entidade do sistema foi

compatível com o sistema real.

d) Conclusão do Projeto: Com a simulação foi possível analisar o processo de

fabricação como um todo. Percebe-se uma grande ociosidade dos equipamento e dos

operários, visto que grande parte do processo produtivo do queijo mussarela acontece

com pouca utilização dos operários e dos equipamentos. Os operários são mais

utilizados no transporte das entidades e a entidade passa maior parte do tempo nas

salas de descanso, salmoura e secagem, além de se tratar de um processo de produção

bastante demorado, por causa das várias etapas em que o queijo fica em parado por

longos períodos de horas.

9. Conclusão

Através do desenvolvimento deste trabalho, a modelagem e simulação de um sistema

real, foi possível criar um sistema computacional semelhante com o sistema estudado, isto

pode ser concluído com base nos resultados e dados obtidos nos relatórios emitidos pelo

software, pois estes dados foram compatíveis com o sistema real.

Neste estudo, foi possível observar que alguns equipamentos ficam grande parte do

tempo em ociosidade, portanto caso haja uma expansão da empresa o uso da simulação torna

possível a visualização das reais necessidades, sem risco de investir em algo desnecessário,

tais como recursos, equipamentos, expansão da área produtiva e etc.

Portanto pode-se confirmar que com o uso da simulação trás inúmeras vantagens para

os mais diversos tipos de sistemas. Com a modelagem de um sistema torna-se fácil a

visualização do funcionamento do mesmo, o que realmente ocorre com recursos e

equipamentos, se é necessário ou não melhorar algum processo, se a produção é a mesma que

imaginamos ao longo do tempo, entre outras vantagens.

10. Referências

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