os forais de setúbal 1249|1514

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OS FORAIS DE SETÚBAL 1249|1514 João Costa IEM/Nova CEH-Nova Setúbal, Casa da Cultura, 8 de Novembro de 2014

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OS FORAIS DE SETÚBAL1249|1514

João CostaIEM/NovaCEH-Nova

Setúbal, Casa da Cultura, 8 de Novembro de 2014

O CONTROLO CRISTÃO DA PENÍNSULA DE SETÚBAL

1147 – Afonso Henriques conquista Lisboa, Almada, Sintra e Palmela.

1147-1160 – Cristãos controlam várias praças fortes na península de Setúbal.

1158/1160 – tomada cristã de Alcácer do Sal.

1165 – possível tomada, por Afonso Henriques, de Sesimbra e Palmela, e territórios limítrofes.

1170 – Afonso Henriques terá mandado povoar o lugar de Setúbal com gentes de Palmela.

1170 – outorga do foral do mouros forros, por Afonso Henriques, às comunidades de Lisboa,

Palmela e Alcácer.

1172 – possível outorga de carta de povoamento, por Afonso Henriques, a Canha.

1184 – outorga de D. Afonso I de foral a Palmela.

1185-1211 – Coroa fomenta o povoamento de Palmela.

1190 – D. Afonso I outorga foral a Almada.

1199 – carta régia de povoamento da vila de Sesimbra.

1201 – outorga de D. Sancho I de carta de foral a Sesimbra.

1217 – conquista cristã de Alcácer do Sal.

RITMOS BÉLICOS DO DOMÍNIO CRISTÃO DA PENÍNSULA DE SETÚBAL

1147 – tomada cristã de várias praças-fortes (destacando-se Palmela e Almada).

1165 – possível (re)tomada de Sesimbra e Palmela.

1184 – destruição de praças-fortes resultante de invasão almóada.

1184-1185 – retoma cristã do território.

1191 – nova investida almóada no território.

1191 (p.) – retoma cristã do território.

1217 – fim das ofensivas bélicas, terrestres, nesta península, após a conquista de Alcácer do Sal.

A PRESENÇA DA ORDEM DE SANTIAGO NA PENÍNSULA DE SETÚBAL

1170 – fundada em Cáceres.

1172 – primeiras doações régias em território português (Monsanto, Abrantes e Arruda).

1175 – recebe da Coroa Almada e Alcácer.

1184-1191 – Ordem auxilia na defesa, organização e reconstrução das praças-fortes e territórios

destruídos pelas ofensivas almóadas.

1186 – doação da Coroa de Almada, Alcácer, Arruda e Palmela.

1191-1235 (entre) – Canha e Setúbal são entregues à administração da Ordem.

1235 – Ordem concede foral a Canha.

1236 – Sesimbra doada à Ordem.

1249 – Ordem concede foral a Setúbal.

A VILA DE SETÚBALFASE 1

Até c. 1249 – pequeno núcleo de pescadores.

FASE 2

Séculos XIV-XV – período de crescimento e de consolidação do perímetro urbano. amuralhamento, por imposição régia, do núcleo urbano primitivo.

FASE 3Séculos XV-XVI – desenvolvimento dos arrabaldes da vila: Troino e Palhais.

g

Mapa adaptado de: Amélia ANDRADE, Ana C. SILVEIRA, “Les aires portuaires de la péninsule de Setúbal à la fin du Moyen Âge: l’exemple du port de Setúbal”, in Ports et littoraux de l’Europe atlantique. Transformations naturelles et aménagements humains (XIVe-XVIe siècles), org. Michel BOCHACA, Jean-Luc SARRAZIN, Rennes, Presses Universitaires de Rennes, 2007, pp. 147-165.

A – Troino

B – Palhais

A

B

Pedro Teixeira Albernaz, La descripción de España y de las costas y puertos de sus reinos, 1634 – “Setúbal” (http://arkeotavira.com/Mapas/Texeira/Setubal.pdf)

FASE 4

Século XVII – construção de uma nova cintura de muralhas.

SERRA, Maximiano Joze da, Planta da Villa de Setuval, 1805

BALDI, Pier Maria, Viaje de Cosme de Médicis por España y Portugal (1668-1669), img. 51, p. 55

A FORMAÇÃO DO CONCELHO

Elementos icónicos carta de foral pelourinho paços do concelho

A evolução desenvolvimento e afirmação de uma administração concelhia reconhecimento do Senhorio e da Coroa

Outorga de forais

FORAL DE 1249

Poder outorgante: Ordem de SantiagoCronologia e local: Março de 1249, Alcácer do SalForo: Palmela (Évora/Ávila)

Síntese privilégio de isenção em participar em acções bélicas afirmação da OS enquanto controladora do trato comercial destaque para a actividade piscatória

FORAL DE 1514

Poder outorgante: CoroaExemplar: OS (senhorio)Cronologia e local: 27, Junho, 1514, Lisboa

Síntese confirmação de privilégios da OS, do concelho e da Coroa complicado equilíbrio de forças entre OS e Coroa destaque para a actividade comercial e actividades

marítimo-fluviais

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA1. Alimentação

Condimentos e conservantes sal pimenta canela açúcar e suas conservas mostarda

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA1. Alimentação

Líquidos alimentares vinho azeite mel vinagre

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA1. Alimentação

Frutas e legumes verdes e secas hortaliças castanha, bolota, amêndoa, pinho, avelã e noz ameixa, figo, uva, pêra, cereja, figo, melão, laranja e cidra linhaça, fava, lentilha, alhos e cebolas

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA1. Alimentação

Cereais e confeitos trigo, milho, centeio e cevada queijadas e biscoitos

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA1. Alimentação

Carne e derivados boi e vaca carneiro, cabra, bode, cabrito, ovelha, cordeiro e borrego porco, porca, marrã e leitão coelho, pato, pombo, adem e galinha unto, toucinho, ovos, queijos, manteiga e leite

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA1. Alimentação

Peixe miúdo e graúdo pescada, linguado, sardinha, truta, bordalo e boga baleia, baleato, sereia, cota, roaz e musaranha

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA2. Roupa e tecidos

Panos baixos e grossos peles e couros tecidos: lã, linho, algodão, seda e burel

Matérias tintureiras grã anil brasil

Vestuário toucados sapatos: borzeguins

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA3. Construção e infra-estruturas

Materiais cal telhaRecheio de edifícios tonéis, gamelas e açafates esteiras e alcofas arcasEdificado fornos, fornalhas, lagares e fumeiro fangas, acedares, tendas e açougues paços mestrais da OS, igrejas, alfândega, paços do concleho e

casa da portagem barbearia, lojas para cereal, prisão, banhos, porto, estaleiros

navais, praça e mancebia

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA4. Higiene e saúde

A esfera pública penalização do “água-vai” os banhos (“balnea”)

A esfera privada bacias vassouras: de esparto

Boticas e seus produtos da OS ruibarbo, pez, resina, breu, sabão e alcatrão

Os protagonistas o barbeiro

ASPECTOS DA VIDA QUOTIDIANA5. Trabalho

Manufacturas couro, cestaria, tanoaria, construção navalFaina e salicultura [marnoteiros e salineiros], pescadores, arrais, armadoresComércio açougueiros e carniceiros, mercadores, vendedores e

vendedeiras, medideiras e contadeirasHomens do concelho vintaneiros e quadrilheiros, juízes, portageiros e paceiros,

alcaides, rendeiros, tabeliães e escrivãesHomens da Coroa almoxarife, escrivães, contadoresHomens da OS Juízes, alcaide-mor, rendeiros e escrivães

João CostaIEM/NovaCEH-Nova

([email protected])(https://fcsh-unl.academia.edu/Jo%C3%A3oCosta)

Imagens de fundo (adaptadas): - à esquerda: Treslado do Foral de Setúbal de 1249

(ANTT, OSCP, liv. 272, fól. 284v)- à direita: Foral de Setúbal de 1514 [exemplar da OS]

(ANTT, OSCP, liv. 71, fól. 1)

Setúbal, Casa da Cultura, 8 de Novembro de 2014