manual de resinagem

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – A CARA DE CURITIBA! LEI MUNICIPAL 10.236, DE 130901 SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA FLORESTAL GESTÃO DO ABASTECIMENTO FLORESTAL RESINAGEM 2 a EDIÇÃO

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MECUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – A CARA DE CURITIBA!

LEI MUNICIPAL 10.236, DE 130901SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA FLORESTALGESTÃO DO ABASTECIMENTO FLORESTAL

RESINAGEM2a EDIÇÃO

redução da mão-de-obra ruraldesestímulo, pelo poder público

GESTÃO DO ABASTECIMENTO FLORESTAL - RESINAGEMPROFESSOR ELISEU LACERDA – DETF/SCA/UFPR

Curitiba, agosto2003.

Nova data:270709

Prof. EliseuLacerda

DETF/SCA/UFPR

I INTRODUÇÃO

A primeira edição desta apostila é datada de abril de1985. Naquela época, a atividade de resinagem(explotação de resina) assumia lugar importante nomanejo florestal, haja vista as dezenas de empresasinstaladas e em vias de participação no mercado, comexpectativas de crescimento na exportação de breu vivo,e da melhor qualidade do mundo, principalmente extraídodos pinus plantados no Paraná, especificamente Pinuselliottii.

Lamentavelmente, tendo como causas principais

baixo nível de treinamento,

a resinagem teve queda acentuada no setor florestal,apenas sendo valorizada no industrial, com a busca darecuperação da lixívia negra, na indústria papeleira,

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obtendo-se o conhecido breu morto: barato, dispensa mão-de-obra, entre outras vantagens.

O empresariado paranaense do setor florestal precisarepensar a questão: com bem administrada participação de“terceiros”, contratação de engenheiros especializadosno assunto, uso de sistemas diferentes daquelesinicialmente utilizados – por exemplo, o uso de sacos depolipropileno em vez de utensílios de flandres pregadosna árvore, substituídos pelos de polietileno – além dezelar pela prevenção de acidentes e doençasocupacionais, a resinagem pode se tornar uma boa fontede lucro, no empreendimento florestal à base de Pinuselliottii, ou outro, economicamente resinável.

Atividade que se caracteriza, basicamente, peloemprego de mão-de-obra rural e discreta participação damáquina, ainda assim, em um empreendimento florestal quese propõe a explotar madeira industrial e resina, estapode concorrer com cerca de 25% do lucro, no referidoempreendimento, sem comprometer a extração da madeira: éum valor agregado. Até fins da década de 80, aparticipação da resina no lucro da empresa era deaproximadamente 35%. Com a significativa elevação dosencargos sociais sobre o salário do trabalhador, no meiorural (de 51% para até 170%), além de outros fatores,como a expressiva valorização da madeira de pinus, aresinagem teve a sua margem de lucro reduzida. Mas,continua “um bom negócio”, principalmente se a resinafor destinada para exportação.

Se, de um lado, tínhamos o aspecto negativo de que amaioria dos plantios do gênero Pinus, no Brasil,apresentava o espaçamento inicial igual, ou equivalente,a (2,0 x 2,0)m, o fato de a espécie Pinus elliottii ter sido amais plantada conferia-nos

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o direito de afirmar que o Paraná era o “celeiro”resinífero, do Brasil, e de resina da melhor qualidade.A gradativa substituição do Pinus elliottii pelo Pinus taedaalterou o quadro. Entretanto, dada à significativa

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O FATOR LIMITANTE À MELHOR PRODUÇÃO (QUALITA E QUANTITATIVAMENTE),SEMPRE FORAM A FALTA DE QUALIFICAÇÃO E O BAIXO NÍVEL DE TREINAMENTODO PESSOAL: DESDE O TÉCNICO ATÉ O MAIS SIMPLES OPERÁRIO, NA ESCALA

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presença daquela espécie, no Estado, podemos retomar aperspectiva de grande produtor e exportador de breu damelhor qualidade, desde que sejam replantados pelo menos80 milhões de árvores dessa principal espécieresinífera, Pinus elliottii.

Até há pouco mais de 10 anos, as nossas indústriastrabalhavam com 15% da sua capacidade instalada, e estapoderia atingir 70%. Este é o nível “muito bom”.Infelizmente, a falta de produção de resina e alimitação técnica para gerenciar estoques na“entressafra”, têm concorrido para essa ociosidade.

II HISTÓRICO

Por volta do século XVII, tanto na Escócia, como naSuécia e nos Estados Unidos da América, eramcomercializados a resina e seus derivados, principalmenteo piche e o breu, obtidos da destilação destrutiva damadeira e, mais tarde, da extração da resina, em árvores,obtendo-se o chamado “breu vivo”.

No Brasil, os primeiros plantios que podemosconsiderar significativos ocorreram em 1955 e, somente emfins de 1967 foi, realmente, dado impulso aoreflorestamento intensivo, com o advento da Lei 5.106, emsetembro de 1966.

Apesar de apenas 80% do projetado ter sidoefetivamente plantado, a preferência pela espécie Pinuselliottii ensejou o atingimento de uma população muitosignificativa: 35% do total das árvores plantadas.

Em 1969, elaboramos Relatório Técnico para uma empresaflorestal do Paraná, cuja população de Pinus elliottii erasignificativa e, em fins de 1970, prevíamos, numa segunda

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etapa do Relatório, que para a Estação 1984/85, aprodução real seria de 2.895t de resina, em seuspovoamentos, incluídos aqueles executados para terceiros.Considerando que a sua área era de aproximadamente1/5 dototal plantado no Estado, concluiu-se que, em meados dadécada de 80, a produção iria alcançar 15.000t de resina.

Entretanto, graças à prorrogação do incentivo fiscal eà confiança do empresariado quanto ao seguro investimentoque se fazia no reflorestamento, a produção atingiuvalores acima de quatro vezes o previsto. Também,prevíamos que, até 1992, o excedente da produção estariasendo exportado em quantidade semelhante à que, então, seimportava. Era e é, sem dúvida, um grande negócio!

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III A RESINAGEM

.1- DEFINIÇÃO:

RESINAGEM É A EXTRAÇÃO DA RESINA DO GÊNERO PINUS, CONSIDERANDO-SE A ÁRVORE EM PÉ.

Se a resina é extraída do cavaco da madeira, dá-se onome de “destilação”, e neste processo são utilizadossolvente vegetal (da própria resina) e temperaturaadequada.

Por extensão, podemos considerar “resinagem”, também,a obtenção da resina, a partir do cepo ou toco da árvore.

O breu obtido nesses processos é chamado de “breuvivo”, e o breu obtido da lixívia negra – ou sabão –denomina-se “breu morto”.

.2 –COMPONENTES DA RESINA:

Pela destilação da resina, são obtidos, inicialmente,dois produtos:

BREU

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RESINATEREBINTINA

e dependendo dos seguintes fatores:a- espécieb- técnica de resinagemc- cuidados na extração da resina

pode variar, consideravelmente, a concentração destescomponentes na resina; assim, temos o seguinte quadro:(Agudos – Secretaria da Agricultura de São Paulo).01- COMPONENTES DA RESINAESPÉCIE % TEREBINTINA % IMPUREZAS % ÁGUA % BREUPinus

elliottiiPinus

caribaeaPinus

insularisPinuspatulaPinusoocarpa

16,010,08,36,410,5

1,01,41,33,34,1

4,72,52,02,03,2

78,386,188,488,382,2

Em função dos fatores observados, esta porcentagempode ser alterada, de forma que, em relação ao breu,será sempre maior. A “raspa” chega a ter mais de 90%em breu, e é de inferior qualidade, comparada com aque escoa ao recipiente coletor.

A RASPA PODE CONSTITUIR-SE EM 5 A 10% DO VOLUME EXSUDADO

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Potencialmente, o Pinus elliottii pode fornecer resina coma participação de 18% em terebintina e 78% em breu.Qualquer alteração desta relação resultará em menorconcentração em terebintina, que pode ser motivadapor:

1- AFASTAMENTO DAS ESTRIAS, EM RELAÇÃO AO RECIPIENTE COLETOR;

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2- INCIDÊNCIA DIRETA DOS RAIOS SOLARES (INSOLAÇÃO) NA FIADA, OU “PAINEL”;3- INEXISTÊNCIA DE ÁGUA NO RECIPIENTE, QUANDO NECESSÁRIA;4- TEMPO PROLONGADO, PARA O INÍCIO DA COLETA DA RESINA;5- MÁ VEDAÇÃO DOS BARRIS, OU ESTES, AINDA, EXPOSTOS AO SOL.

.3- APLICAÇÕES DA RESINA:

3.a- A TEREBINTINA: tintas, solventes, inseticidas,resinas sintéticas, desinfetantes, petroquímica,indústria farmacêutica, e centenas de outros usos.

3.b- O BREU: papeis, adesivos, colas, plásticos,vernizes, cosméticos, lubrificantes, e centenas deoutros usos.

.4- ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DOS COMPONENTES DA RESINA:

4.a- A TEREBINTINA é um complexo de óleos essenciaisda série terpenos. Exame realizado com determinadaamostra revelou:

02- CARACTERÍSTICAS DA TEREBINTINADENSIDADE, A 15

OC........................................................................0,855 A 0,880

PONTO DE EBULIÇÃO.........................….............................................155 A 175 OC

ÍNDICE DE REFRAÇÃO (15 OC)............…............................................1,468 A 1,474

PODER ROTATÓRIO..........................….........................................................22,73

ÍNDICE DEBROMO..................................................................................205 A 210

PONTO DE INFLAMAÇÃO......................…..............................................32 A 42 OC

ACIDEZ..............................................................................................QUASE NULA

COR...............................................INCOLOR, ECOM CHEIRO CARACTERÍSTICO

4.b- O BREU: é um sólido frágil, quebradiço, decheiro ligeiramente aromático, translúcido, reage

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X – WW – WG – N – M – K – I – H – G – F – E – D - B

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facilmente com sais metálicos e com álcool, insolúvel emágua. Outras características:

03- CARACTERÍSTICAS DO BREU PONTO DE FUSÃO...................................

…….............................78 OC (ATÉ 155 OC)ÍNDICE DE REFRAÇÃO (15 OC)...............…...…....

…..........................................1,545DENSIDADE.........................................

….............................................1,050 A 1,085SOLÚVEL...................…………..….. EM .ÁLCOOL ETÍLICO, BENZENO E

CLOROFÓRMIOFERRO (PPM)...............................

….......................................................................30

CINZAS (%PESO)............................................................................................0,082

COR.......……………….....AMARELO-PÁLIDO A MARROM (COMO UMA IMBUIAESCURA)

ESCALA DE CORES DO BREU (ESCALA GARDNER) CONFORME NORMAS INTERNACIONAIS:

WW (ÁGUA BRANCA) É O CONHECIDO “BREU MEXICANO”.

No comércio, o breu encontrado é o de cores entre M e G.Normalmente, o breu “mexicano” é o melhor encontrado emescala industrial. Com um bom controle de qualidade, épossível obter-se o breu X.Os plantios de Pinus elliottii, no Paraná, potencialmentefornecem o breu da melhor qualidade do mundo. Quanto maisclaro o breu, melhores a sua qualidade e o seu preço.

.5- ESPÉCIES RESINÍFERAS, E OS PRODUTORES MUNDIAIS:

Todas as espécies de pinus fornecem resina, em maiorou menor quantidade. Entretanto, comercialmente, algumassão mais utilizadas, pela sua maior produção, compensandoos altos investimentos aplicados na resinagem. Nasprimeiras resinagens, alguns pinus apresentam produçãopouco diferenciada. Entretanto, com o passar do tempo, o

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Pinus elliottii se “distancia” dos demais, podendo,excepcionalmente, atingir cerca de 6kg/árvore:(Secretaria da Agricultura – SP)

04- PRODUÇÃO DE ALGUMAS ESPÉCIES

4,0KG Pinus elliottii

Pinus caribaeaPinus patula

1,6KG Pinus oocarpa

10ANOS COLETAS 18 ANOS

No mundo, temos as seguintes espécies, maisconhecidas:

.5.1- Pinus elliottii

.5.2- Pinus pinaster (bravo)

.5.3- Pinus halepensis

.5.4- Pinus sylvestris

.5.5- Pinus palustris

e alguns produtores mundiais de resina, com asrespectivas (principais) espécies:

1- Brasil.......................5.12- Espanha...................5.2 e 5.33- Estados Unidos........5.1 e 5.54- França.....................5.2 e 5.35- Portugal...................5.26- Rússia......................5.47- além de China, Índia, México e muitos

outros paises. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – A CARA DE CURITIBA! – LEIMUNICIPAL NO 10.236, DE 130901. No Brasil, a espécie mais importante é o Pinus elliottii,principalmente pelo fato de

TER SIDO A MAIS UTILIZADA NOS PLANTIOS, ATÉ O INÍCIO DA DÉCADADE 90,

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ALÉM DE PRODUZIR A MAIOR QUANTIDADE E A MELHOR QUALIDADE DERESINA.

O Pinus taeda, apesar de, atualmente, ser o maisplantado, não se apresenta viável comercialmente,pelo fato de produzir a metade de resina, em relaçãoao Pinus elliottii , nas mesmas condições de resinagem..6- ZONEAMENTO RESINÍFERO:

.6.a- NO BRASIL:a.1- Paranáa.2- Rio Grande do Sula.3- Santa Catarinaa.4- São Paulo

.6.b- NO PARANÁ (centros geo-climáticos):b.1- Bocaiúva do Sulb.2- Cascavelb.3- Guarapuavab.4- Jaguariaivab.5- Ponta Grossab.6- Telêmaco Borba.

Estes são os principais centros geo-climáticos eeconômicos para plantios de Pinus elliottii e a explotaçãode resina, a partir de plantios já instalados. Existe uma divergência entre o projetado e orealmente plantado, e os principais motivos são:

1- INTERESSES DAS EMPRESAS FLORESTAIS EM AUFERIR MAIORES LUCROS NOS “CONDOMÍNIOSFLORESTAIS”; EM MÉDIA, HOUVE PLANTIO DE 80% DO PROJETADO;

2- DISPONIBILIDADE DE SEMENTES: QUANDO DA EXECUÇÃO, SURGIRAM PROBLEMAS NA IMPORTAÇÃO DE SEMENTES DE Pinus elliottii E ESTA ESPÉCIE, MUITAS VEZES, ERASUBSTITUÍDA POR Pinus taeda, Araucária angustifólia E OUTRAS;

3- PROJETOS INCORRETOS: MUITOS PROJETOS FORAM ELABORADOS COM BASE EM MAPASINCORRETOS E, NA EXECUÇÃO, ESTA ERA ALTERADA SEM O DEVIDO CONHECIMENTO DOENTÃO IBDF;

4- CONSORCIAÇÃO DE ESPÉCIES: A MAIORIA DAS EMPRESAS RECEBIA SEMENTES MISTURADASE, EM QUASE TODOS OS TALHÕES DOS PLANTIOS EXECUTADOS ENTRE 1967 E 75,OBSERVOU-SE CONSORCIAÇÃO ENTRE Pinus taeda E Pinus elliottii O QUE, PARARESINAGEM, É MUITO NEGATIVO.

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.7- OS ASPECTOS LEGAIS DA RESINAGEM:

.7.1- A LEGISLAÇÃO VIGENTE:

.7.1.a- CONSIDERAÇÕES: A Portaria Normativa 465/IBDF, de03/12/82, que veio suprir uma lacuna, era reclamadapelo setor há muito tempo. Gestões feitas junto aoentão IBDF mostravam que a desatenção havida resultariaem irreversíveis danos, principalmente nas áreas onde,sem qualquer preocupação, se executava a resinagem deforma intensiva, visando apenas e tão somente o lucroimediato. Ora, é sabido que deve haver uma otimizaçãoentre “explotação de madeira e produção de resina” detal forma a tornar viável, economicamente, oempreendimento florestal. Qual a solução? Em condiçõesnormais de resinagem (CNR): obter a resina com o mínimoreflexo sobre o IMA e, normalmente, só o MétodoClássico de Resinagem oferece esse equilíbrio. Desta forma, afirmamos que:

O MÉTODO INTENSIVO SÓ DEVE SER APLICADO EM CONDIÇÕES EXCEPCIONAIS,SOB RIGOROSA FISCALIZAÇÃO E AUTORIZADO PARA SITUAÇÕES ESPECÍFICASDE

DESBASTE EM PÉ ERESINAGEM À MORTE

pois aplicado, sistematicamente, em situações normaisde RESINAGEM À VIDA, irá comprometer o melhor rendimento,no empreendimento florestal.Infelizmente, como está, a legislação é muito falha enecessita de ser, urgentemente, reformulada. Cabe aoIBAMA e aos órgãos estaduais competentes reformular alegislação e fiscalizar para que os danos que vêm sendocausados possam ser impedidos ou minimizados.

.7.1.b- ANÁLISE SOB O PONTO DE VISTA TÉCNICO:

1- Primeiramente, a referida Portaria é falha, porutilizar terminologia inadequada à resinagem;

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2- Também no aspecto técnico, induz o profissional apráticas indesejáveis de resinagem: libera o métodoIntensivo, e não define os limites de uma Estação;

3- Nos primeiros anos de reflorestamento incentivado,era significativo o número de projetos com áreainferior a 100,0ha (piso estabelecido pelo IBDF paraapresentação de um Plano completo). Ora, uma área de80,0ha, por exemplo, que apresenta a densidade deresinagem de 350 árvores/ha, permite a utilização de28.000 árvores resinadas; sob Método Clássico,podemos obter cerca de 45.000kg de resina; portanto,é uma obra classificada como importante, do ponto devista técnico, e sujeita à ART – Anotação deResponsabilidade Técnica, dispensada pelo órgão.

CABE AO CREA DISPENSAR OU NÃO A ART; NUNCA O IBAMA

4- O texto legal é conflitante com a terminologia

utilizada, internacionalmente.Por exemplos (termos corretos):

- Métodos...................................Clássico e Intensivo;

- Modalidades.............................À Vida eÀ Morte;

- Processos.................................Americano e Francês.

5- Inadmissivelmente, a Portaria confere ao Engo

Agrônomo a atribuição de resinagem. Também, cabe aoCREA conferir ou não as atribuições. Nesse caso,

nem o CREA poderia proceder assim. Senão,vejamos: Não há, no Brasil, Curso de Agronomia queministre esta Disciplina; se não há oferta dessa Disciplina, e se:

NO ELENCO DE MATÉRIAS QUE COMPÕEM O CURRÍCULO MÍNIMO PARA O ENGENHEIROAGRÔNOMO NÃO CONSTAM AS DE TECNOLOGIA DA MADEIRA , EXPLOTAÇÃO FLORESTAL ,QUÍMICA DA MADEIRA OU OUTRA RELACIONADA COM O ASSUNTO “RESINAGEM” ,

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como atribuir “resinagem” àquele profissional?

MATÉRIA SILVICULTURA PARA OS CURSOS DE AGRONOMIA, NO BRASIL, CONFORME OCONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO: DENDROLOGIA – BASES ECOLÓGICAS DO CRESCIMENTODA ÁRVORE E DO POVOAMENTO – FORMAÇÃO, TRATOS, MANEJO E REGENERAÇÃO DOPOVOAMENTO.

Absolutamente NADA que justifique a atribuição deExplotação de resina, ou de qualquer outro produtoflorestal, economicamente.

6- Também, relacionar o Projeto de Reflorestamento com oPlano de Resinagem é uma forma de onerar estaatividade. Por conceituação, Talhão de resinagemrefere-se a uma frente de trabalho, ou “canteiro deobras”. Então, um Plano de Resinagem deve referir-sea um conjunto de talhões florestais, contidos em umou mais projetos. A sua divisão em sub-talhões é umproblema doméstico da empresa, sem imposição em lei.

.7.2- PROPOSTA DE REFORMULAÇÃO:

Além das observações acima, entendemos que a legislaçãodeve estabelecer:

.2.1- documento comprobatório de anuência dos“condôminos” (em caso de pluriparticipação);

.2.2- contrato com o proprietário, caracterizando oarrendamento ou concessão para a extração da resina:

- se parceria ou por valor absoluto;- tempo de vigência;- período de extração (na Estação e no

Período);- dia de início do corte das estrias;- dia de enceramento da resinagem (Renova

Limpa);- uso correto da terminologia;- exigência do Relatório, para “entrega da

obra”;- ficha do Talhão de Resinagem

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Dados como: diâmetro mínimo, Comprimento de Copa (C)mínimo, número de faces, concentração do ácido,dimensão das estrias, largura da face, início e fim daresinagem, devem constar na Portaria, e não serdeterminados pelo profissional, salvo em áreas depesquisas; e qualquer elemento que caracterizar“resinagem intensiva” deve ser plenamente justificadoem documento anexado ao Plano, e devidamente analisadopelo órgão competente;

.2.3- a Estação de Resinagem deve ser imposta peloIBAMA, para cada grande região, em função dascondições climáticas, e com limite máximo de 9 meses;

.2.4- dados como: intervalo da Renova, no de coletas,deslocamento do material, forma e material defabricação dos utensílios são de competência exclusivado Técnico Responsável; apenas concentração do ácido,dimensão do estriador, e o no de faces,simultaneamente, entre outros similares, deveriam serfiscalizados pelo IBAMA.

.2.5- Legalmente, são de responsabilidade do Técnicoos aspectos de Segurança e Medicina do Trabalho;entretanto, no Plano devem constar os EPIs necessáriose adequados a cada caso, cabendo ao Ministério doTrabalho e Emprego – MTE – a fiscalização da matéria,inclusive as questões da insalubridade que ocorrer. Nafutura NRR não está contemplada a matéria sobreinsalubridade, no meio florestal;

.2.6- o Relatório Técnico deve apresentar os seguinteselementos:no do protocolo, local, município, espécie, Método,Processo Americano, concentração do ácido, altura dasestrias, largura da Face, duração da Estação e umquadro com os elementos: talhão – no de árvoresresinadas (entre 22 e 36cm, acima de 36cm e total) –

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idade do talhão – Modalidade – kg de resina/árvore ekg de resina/ha e por talhão.

7.3- AS COOPERATIVAS DE RESINEIROS:

7.3.1- AS VANTAGENS:

A resinagem pode ser uma atividade desenvolvidapor qualquer proprietário de área com Pinus elliottii, ou outroeconomicamente recomendado. Como as exigências legais etécnicas oneram, demasiadamente, a explotação, supõe-se quese torna mais atraente a atividade ser desenvolvida sobforma de “cooperativa de resineiros”, para atender asnecessidades dos pequenos e médios produtores (produtor:extrai e vende a resina). Dentre as vantagens da explotaçãoem cooperativas, destacamos:

a- condição de financiamentos a custos mais baixos;como exemplo, citamos a possibilidade de aexplotação ser financiada por banco público,através da sua carteira de crédito rural;

b- treinamento adequado do pessoal resineiro , sejapela presença efetiva do Técnico, seja pela maiorfacilidade de se obter recursos junto ao Senar ououtra fonte de caráter social;

c- melhores preços , com conseqüentes vantagens para osetor; os produtores estarão mais motivados e omercado (indústria) terá garantia de atendimento nanecessidade de matéria prima (ainda, fatorlimitante à produção), com maior aproveitamento dacapacidade instalada;

d- controle de qualidade e quantidade , pela presençaefetiva do Engenheiro Florestal, responsável peloserviço (condição para o competente registro noIBAMA);

e- garantia de abastecimento às indústrias , com fluxodisciplinado e bem distribuído durante todo o ano,graças ao melhor planejamento e adequação doestoque regulador;

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f- possibilidade de industrialização a nível municipalou regional, com reflexos sócio-econômicospositivos em áreas potencialmente capazes, masdependentes de maiores centros, onde se localizamas atuais indústrias: Ponta Grossa, Curitiba eoutros;

g- mundo de trabalho específico para o Engenheiro Florestal: a criação de cooperativas pode ensejar oemprego a grande número de profissionais florestaisinteressados na atividade resineira.

7.3.2- LOCALIZAÇÃO NO PARANÁ: (potencialidaderesineira)

2.1- Jaguariaiva2.2- Pirai do Sul2.3- Cascavel2.4- Guarapuava2.5- Sengés2.6- União da Vitória2.7- Bocaiúva do Sul2.8- Ponta Grossa2.9- Irati, e outras.

7.4- A REPOSIÇÃO FLORESTAL:

As indústrias de conversão mecânica da madeira e, deigual forma, a de processamento químico, são,indiretamente, obrigadas a repor a madeira de pinuscomercializada, dentro das proporções previstas em lei.

Esta obrigatoriedade decorre do fato que determinadovolume de madeira foi retirado da floresta paraprocessamento de certo volume de produto industrializado.

Ora, em resinagem ocorre a mesma questão, em menorescala: para processar determinado volume de resina(obtendo-se o breu e a terebintina) é necessário o“sacrifício” de certo volume de madeira que deixa de serproduzido pela árvore, quando há transferência de parte

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seiva bruta para repor a resina, na mesma proporção emque ocorre a exsudação.

Sabendo-se que, em condições normais de resinagem(CNR), perde-se cerca de 25% na taxa de crescimento (IMA)durante a Estação, ou aproximadamente 8 a 10%, durante ociclo da árvore, deduz-se que, para o caso de “resinagemclássica à vida” o produtor estaria obrigado a repor umnúmero determinado de árvores para cada

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hectare explotado de resina, em função da quantidade deresina obtida, visto que determinado volume de madeiradeixará de ser produzido, no povoamento.

7.5- AS PERMISSÕES ESPECIAIS:

1O CASO:

A Estação de Resinagem tem 9 meses, normalmente, ecompreende as estações de Primavera, Verão e Outono (mesesmais quentes). Em 9 meses, deve ser realizada a explotaçãoda resina, em volume de acordo com a capacidade deexsudação da espécie e em função das condiçõescircunstanciais:

- solo: a sua estrutura física;- fertilidade do solo;- clima: temperatura e umidade relativa;- condições de umidade do solo;- idade do povoamento;- índice pluviométrico, nos meses que

antecedem a Estação;- outros fatores.

Compatibilizar o volume realmente exsudado, com acapacidade de exsudação, sem danos à árvore e ocomprometimento do IMA, significa aplicar os princípiosdo Método Clássico de Resinagem.

Normalmente, esta produção absoluta estende-se pelos 9meses da Estação. Entretanto, em regiões onde acompetição da mão-de-obra empregada na agricultura ésignificativa, torna-se justificado o fato de se buscar,

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em menor tempo, igual produção de resina. Assim, emregiões tipicamente agrícolas, o IBAMA deve permitir queo explotador projete a sua Estação com apenas 7 meses,eliminando os primeiro e último meses que formam aEstação, além de utilizar um ou mais parâmetros daresinagem intensiva, obtendo igual volume que seriaobtido, se a Estação fosse de 9 meses.

2o CASO: Outra situação que deveria ser objeto de “permissão

especial” é aquela em que se projeta resinagem em árvorescom diâmetro abaixo de 22cm, desde que submetidas aosistema conhecido como “desbaste em pé”.

Entende-se por “desbaste em pé” a resinagem de árvoresmarcadas para desbaste mas que, por algum motivo, essasárvores não serão cortadas, a curto prazo.

Então, a empresa pretendendo

- auferir lucro com o empreendimento;- utilizar mão-de-obra que deverá estar ociosa;- impedir o “clímax”, com a conseqüente

competição entre indivíduos

apresenta a seu Plano de Resinagem em regime de“concessão especial”.

Os motivos expostos no Plano, para a não realização docorte das árvores , e conseqüente “desbaste em pé”, podemser:

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- preço de madeira aviltado;- falta de mercado para a madeira;- estoque no pátio, em nível máximo (excesso de

madeira estocada);- outros motivos que desestimulem o corte da madeira.

3o CASO:

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Áreas de desapropriação ou situação semelhante, com ocorte do povoamento tendo sido autorizado pelo IBAMA ououtro órgão competente. Nesse caso, justifica-se aextração do volume máximo de resina que o povoamento podeoferecer, antes que a derrubada seja executada.

8- O PROCESSO FRANCÊS:

Considerado como um processo mecânico de extração daresina, caracteriza-se pela não utilização deestimulantes químicos, e pelo ferimento do lenho, emcerca de 1,0cm de profundidade.

Devido à pouca importância no estudo da explotação deresina, apenas faremos menção superficial desse processo.

8.1- Trabalhos preliminares (1a fase):- eleição do talhão;- seleção e marcação das árvores;- limpeza da Face;- colocação do material: calha e vaso (ou

púcaro).

8.2- Execução da resinagem (2a fase):

2.1- Abertura dos “olhos”: é feita com ferro derenovar, ou “bridon”; tem a forma de U,confeccionado em ferro, bastante reforçado, pois comesta peça será executado o ferimento no lenho, com aprofundidade de 1,0cm. Esta operação equivale-se àabertura das estrias no Processo Americano. Porém, o“olho” é arredondado e profundo, enquanto que aestria é de forma retangular e a profundidade tem olimite da espessura da casca.

2.2- Renova: é a abertura de novosolhos. O lapso de tempo requerido

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para uma Renova varia em função da espécie,temperatura ambiente, umidade relativa, etc.Normalmente, o intervalo é de 4 a 8 dias.

2.3- Deslocamento do material: diferentemente doProcesso Americano, não raro ocorre a necessidade dese executar o deslocamento intermediário do

material: retiram-se a calha e o vaso, elevando-os até próximo do olho recém-aberto. O material nãodeve ser colocado junto à última renova, mas próximoà que estiver, ainda, exsudando. Sempre quenecessário, deve-se proceder ao deslocamento, pois,não o fazendo, haverá maior produção de “raspa”.

2.4- Coleta da resina: é feita com auxílio de umbalde plástico e uma espátula de madeira ouplástico. As coletas intermediárias são maisespaçadas que no Americano. O número de coletas emuma Estação varia em função de:

- espécie;- idade da árvore;- volume do vaso;- sistema de administração adotado:

“tarefa/equipe” ou “equipe/área".Ao final do Período, cada fiada pode atingir 2,20m de

altura, ou mais.

2.5- Transporte da resina.

2.6- Preparo para nova Estação.

Exemplo de condução da resinagem, no Processo Francês,Período de 4 anos:

05- ALGUNS ELEMENTOS, NO PROCESSO FRANCÊSRESINAGEM LARGURA (CM) ALTURA (CM) PROFUNDIDADE (CM)

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1a Estação 9,0 50,0 1,02a Estação 9,0 55,0 1,03a Estação 9,0 55,0 1,04a Estação 8,0 60,0 1,0

Desvantagens do Processo Francês, em relação aoAmericano:

- CONFERE DANOS MECÂNICOS À ÁRVORE, SENDO MAIS SIGNIFICATIVOSNAS ÁRVORES DE PEQUENO DIÂMETRO;- SECAGEM RÁPIDA DA FACE DE RESINAGEM;- AVARIAS PERMANENTES NO CÂMBIO E NO FLOEMA;- PRINCIPALMENTE NA ÁRVORE DE PEQUENO DIÂMETRO, POSSIBILIDADE MAIOR DE QUEDA, POR AÇÃO DE VENTOS;- DIFICULDADE DE CICATRIZAÇÃO.

NO PROCESSO FRANCÊS DE RESINAGEM TEM-SE O SEGUINTE ASPECTO DAÁRVORE, APÓS A ESTAÇÃO:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – A CARA DE CURITIBA! – LEI MUNICIPAL NO 10.236,DE 130901.

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9- O PROCESSO AMERICANO:

9.1- AS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO:

-USO DE “ESTIMULANTE” QUÍMICO;-ABERTURA DE ESTRIA DE FORMA RETANGULAR;-NÃO FERE O LENHO, APENAS A CASCA;-INTERVALO MAIOR NA RENOVA, EM RELAÇÃO AO FRANCÊS.

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tronco

fiad

1o olhoou pique calha presa com

prego de 2 vaso

prego

25,0cm de

06- ASPECTO DA ÁRVORE, NO PROCESSO FRANCÊS

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9.2- REGIME DE ADMINISTRAÇÃO:

1O) Distribuição de “tarefa por equipe”, sendoque uma mesma equipe pode executar mais de uma tarefa,desde que não simultaneamente;

2o) Distribuição de “equipe por área”, sendo quecada equipe executa todas as tarefas de resinagem, damarcação da árvore ao baldeio, em uma área que lhe foidestinada.

De qualquer forma e, principalmente optando-se pelosegundo regime citado, há necessidade que sejam mantidasoutras equipes especialmente para selecionar talhão,fiscalizar, avaliar o serviço, realizar coletaseventuais, corrigir problemas e outras tarefas.

9.3- ALGUMAS PRODUTIVIDADES EM RESINAGEM:07- PRODUTIVIDADES EM RESINAGEM

OPERAÇÕES MÓDULO DE PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE OBSERVAÇÃOAbertura de estrias

1 operário, com estriador de 6,0cm (grande)

300 plantas/dia(9 horas)

Pinus elliottii, 12 a., top.: ondulada,1 face por árvore, Densidade = 300árvores/ha

Aplicação de ácido líquido (H2SO4)

1 operário com aplicador(garrafa plástica)

360 plantas/ dia(9 horas)

Pinus elliottii, 12 a., top.: ondulada,1 face por árvore, Densidade = 300árvores/ha

Coleta de resina

1 operário com balde plástico e 1 espátula de madeira

300 plantas/dia (9 horas)

Pinus elliottii, 12 a., top.: ondulada,1 face por árvore, Densidade = 300árvores/ha

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Colocação do material: 2 calhas/árvore, 1 coletor e pregos de 2 cabeças

1 operário com martelo (sem uso de gabarito)

100 árvores/dia(9 horas)

Pinus elliottii, 12 a., top.: ondulada, 1 face por árvore, Densidade = 300árvores/ha

Colocação do material: 2 calhas/árvore, 1 coletor e pregos de 2 cabeças

1 operário com martelo e gabarito de madeira – operário bem treinado

145 árvores/dia(9 horas)

Pinus elliottii, 10 a., top.: ondulada, 1 face por árvore, Densidade = 370árvores/ha

Confecção de calhas

2 operários, estamparia manual

6.800 calhas/dia

calhas em flandres, planas

Confecção de calhas

2 operários, estamparia manual

4.250 calhas/dia

calhas em flandres, dobradas em V

Limpeza da Face 1 operário com raspador triangular, pesado

100 árvores/dia

Pinus elliottii, 12 a., top.: ondulada, 1 face por árvore, Densidade = 300árvores/ha

Preparo da pasta ácida

2 operários, com EPIs

750kg/dia ácido diluído, veículo: casca de amendoim moída

Resinagem Americana: limpeza, colocação do material, abertura das estrias,

regime de “equipe/área” ; 2calhas em V, coletor retangular sobre 1 tarugo de madeira

3.600 árvores porhomem.ano

Pinus elliottii, 12 a., top.: ondulada, 1 face por árvore, Densidade = 300árvores/ha

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colocação do ácido, renova, coleta, deslocamento e baldeioResinagem Americana: limpeza, colocação do material, abertura das estrias, colocação do ácido, renova, coleta, deslocamento e baldeio

regime de “equipe/área” ; 2calhas em V, coletor retangular sobre 1 tarugo de madeira

5.500 árvores porhomem.ano

Pinus elliottii, 10 a., top.: ondulada, 1 face por árvore, Densidade = 370árvores/ha, marcação “face a face”

Resinagem Americana: limpeza, colocação do material, abertura das estrias, colocação do ácido, renova, coleta, deslocamento e baldeio

regime de “equipe/área”; saco de polipropileno, grampeado, cerca de 10 grampos/saco

7.200 árvores porhomem.ano

Pinus elliottii, 10 a., top.: ondulada, 1 face por árvore, Densidade = 370árvores/ha, marcação “face a face”

9.4- A EXECUÇÃO DA RESINAGEM – PROCESSO AMERICANO:

.4.1- 1a FASE: TRABALHOS PRELIMINARES:

a- Seleção do talhão: talhão de resinagem é aárea ou o conjunto de áreas sob uma mesma gerência e,normalmente, composto por vários talhões florestais. Na

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escolha dos talhões, devem ser consideradas duassituações distintas:

1- o talhão contratado para resinagem;2- o talhão (de reflorestamento) próprio.

1- No primeiro caso, para uma boa opção, consideramos:- distância do talhão ao mercado;

- condições de acesso e de deslocamento interno:o baldeio é feito, quase sempre “a pé” e a distância apercorrer não pode ser muito longa. Mesmo com o uso deanimais ou de pequenos equipamentos, esta distância deveser relativamente curta, apresentando sr baixo,compatível com o meio de arraste utilizado. Uma densidadede caminhos aceita como mínima é de aproximadamente35,0m/ha - depende de vários fatores como, por exemplo,o relevo. Dadas as dificuldades do uso da mecanizaçãoneste serviço, sugiro o uso de animais e trenó, desde queadequados às condições locais;

- necessidade da construção de benfeitorias;- possibilidade de uso de recursos eventualmente

existentes na área: casas, pessoal, equipamentos, etc.;

- tempo de vigência do contrato: recomendadomínimo de 2 e máximo de 4 anos. O mínimo de 2 anosgarantirá a utilização da estrutura instalada na área,com bom “retorno” do investimento – é um prazo típico decondução sob Método Intensivo; o máximo de 4 anos oferececondições de o produtor aproveitar integralmente omaterial disponibilizado (coletores, ferramentas, etc.),já que a depreciação deles se verifica neste prazo – é umprazo típico de condução sob Método Clássico; - idade dos talhões e taxa decrescimento (IMA): são dados importantes, principalmenteem caso de opção entre um ou outro talhão. Entre umtalhão A de melhor desenvolvimento que B, sendo ambos demesma idade, optar-se-á pelo e melhor IMA; por outrolado, entre um talhão mais jovem e um mais velho, tendo

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C = hx 100

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praticamente o mesmo estágio de desenvolvimento, a opçãorecairá sobre o talhão mais jovem.

b- Marcação das árvores: Após a escolha do(s)talhão(ões) e de prepará-lo(s) para a resinagem, a tarefaseguinte consiste em marcar as árvores que serãoresinadas. Atividade prevista no Plano, caracteriza-sepela escolha dos melhores indivíduos do talhão, e envolveos seguintes aspectos:

- DIÂMETRO MÍNIMO PREVISTO: nas “condições normais deresinagem”, o diâmetro mínimo deve ser de aproximadamente

22,5cm, para a utilização de apenas 1 facede resinagem;

36,0cm, para a utilização de “dupla-face”.

SOB “DUPLA-FACE” (DUAS FACES, SIMULTANEAMENTE) AÁRVORE

EXSUDA 70% MAIS RESINA QUE SE APLICADA APENAS 1FACE.

- COMPRIMENTO DE COPA (C): o Comprimento de Copa Cmínimo aceitável é de 33%, para árvores de idade maisavançada, enquanto que, para mais jovens, deve serobservado C mínimo em torno de 50%. O Comprimento deCopa é calculado na relação entre a altura da parteverde e a altura total da árvore, multiplicado por100:

sendo: h a altura daparte verde

H a altura total daárvore.

- ÁRVORES VIGOROSAS E DE BOA APARÊNCIA: marcar.

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O IMPORTANTE É QUE A MARCAÇÃO SEJA DOMESMO LADO EM QUE SE DESEJA A ABERTURA DAS

insolação

08- MARCAÇÃO DAS ÁRVORES

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- ÁRVORE SITUADA FORA DE ÁREA ALAGADA, ÚMIDA, OU DE SOLO RASO:marcar.

- ÁRVORES BIFURCADAS OU DE MÁ FORMAÇÃO DO FUSTE, e que possamser cortadas no próximo desbaste: marcar.

- ÁRVORES SITUADAS NA MESMA LINHA, cujo corte estejadeterminado para o próximo desbaste (abertura deramais): marcar.

EXCETO: árvores “matrizes” ou “porta-sementes”, asquais não devem ser resinadas.A marcação pode ser feita com tinta ou pequeno cortena casca.

NA BORDADURA DO TALHÃO, AS ÁRVORES DEVEM SER MARCADASPELO LADO DE DENTRO, ATÉ PELO MENOS A TERCEIRA LINHA,para evitar a ação direta dos raios solares sobre o“painel”, o que gera maior produção da indesejável“raspa”. A partir daí, a marcação é feita “cara acara” , o que contribui para muito maiorprodutividade, nas operações subseqüentes:

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A orientação e o treinamento para a execução dessatarefa (“cara a cara”) são fundamentais para se obtermelhor produtividade nos serviços seguintes. Esteganho pode ser da ordem de 40%, em relação à marcação“ao acaso”.

c- Limpeza da Face : Consiste em retirar arugosidade (aspereza) da casca, em mais ou menos 1,0 a2,0cm de profundidade, até que ela se torna bem clarae lisa. A operação é feita com auxílio do raspador.As dimensões são variadas e, lateralmente, ela deve iralém do alinhamento da Face. Na parte inferior, devecomeçar no ponto onde serão colocados as calhas ou osaco plástico, conforme a técnica. Recomenda-se limpara Face em pequena altura de cada vez, avançando namedida da necessidade.

d- Colocação do material: O material varia emfunção da técnica e, também, do Método que serãoadotados. Pode-se trabalhar com: calhas deflandres, recipiente coletor, pregos de duas cabeças,balde plástico,etc., dentro de determinada técnica,como, também, poder-se-á optar pelo uso de tarugos demadeira, calhas presas diretamente à árvore e vaso;ainda, poderão ser usados sacos de polipropileno,sustentados por grampos ou arames. Todo sistema temseus aspectos positivos e negativos. A escolha deveser bem planejada. Exemplos de sistemas:

1- Sistema Ball: 1 calha inclinada (avental)colocada lateralmente em relação ao recipiente coletor(de seção longitudinal retangular) e uma calhahorizontal, pressionando o recipiente contra o tronco.São, portanto, duas calhas e um recipienteretangular.

(este recipiente é, erradamente, denominado“container”)

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ESTA FASE DEVE, NECESSARIAMENTE, ENCERRAR-SE PELO MENOS 30 DIAS ANTES DO INÍCIO DA ABERTURA DA PRIMEIRA ESTRIA, POR DOIS MOTIVOS:

1- GARANTIR, PRECISAMENTE, O INÍCIO DA ESTAÇÃO;

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2- Sistema Herty: 2 calhas em forma de V e orecipiente em forma de vaso de flor.

3- Sistema de 1 avental: que utiliza 1 avental e1 recipiente retangular.

4- Sistema de dois aventais: utiliza doisaventais e 1 recipiente retangular.

5- Sistema de bolsas plásticas (polietileno):dispensa o uso de calhas, e a bolsa é amarrada àárvore, com auxílio de arame ou outro materialflexível.

6- Sistema Vassaro: uso de sacos empolipropileno, presos com grampos comuns. A partesuperior é reforçada com duas dobras grampeadas, e osaco plástico é, também, fixado à árvore, com cerca de10 grampos. Havendo necessidade, o reforço écomplementado com cinta plástica, internamente.

7- Vaso “meio-coco“ ou “meia-lua”: vaso de seçãoretangular em forma de “meia-lua”, e 2 calhas.

Cuidado: ao fixar as calhas ou o saco plásticonão permitir que haja frestas entre o utensílio e otronco, pois isso acarretará considerável perda deresina, que não será coletada.

Os coletores de boca pequena (em relação ao seuvolume) apresentam a desvantagem de dificultar acoleta, mas protegem melhor a resina, ao contrário dosde boca maior (como os retangulares).

Com a colocação do material, encerra-se a 1a faseda resinagem (trabalhos preliminares).

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AS DIMENSÕES DO ESTRIADOR INDICAM, INDIRETAMENTE, O MÉTODO ADOTADO NA RESINAGEM: SE CLÁSSICO OU INTENSIVO.

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ATENÇÃO: JAMAIS INICIAR A ESTAÇÃO SE, NESTE ÍNTERIM,NÃO HOUVER PRECIPITAÇÃO DE CHUVA: É UMA SITUAÇÃONEGATIVA PARA A RESINAGEM, E PODERÁ OCORRER A MORTEDAS ÁRVORES, A PARTIR DA SEGUNDA METADE DA SEGUNDAESTAÇÃO. AS ÁRVORES DE MENOR DIÂMETRO SÃO AS MAISSENSÍVEIS.

4.2- 2A FASE: A ESTAÇÃO (30 DIAS APÓS O FIM DA 1A FASE)

A antecedência de 30 dias é importante. A águadepositada, além de proteger a resina, dilui o ácido,evitando maior corrosão em algum tipo de recipiente.

a- Abertura das estrias : A abertura das estrias éfeita com auxílio do estriador

Para a resinagem Clássica usa-se estriador com alturade 2 a 2,5cm; para a Intensiva a altura é ≥5,0cm. Abase do cortador e o cabo formam um ângulo aproximadode 5o, para permitir o corte da estria, sem ferir osdedos do resineiro.Teoricamente, existem três tipos de estrias: (09- TIPOSDE ESTRIAS)

1- “Estria de sol”: em que a parte superior é maisaberta ao sol; usa-se em épocas – ou regiões – mais frias

2- “Estria de sombra”: em que a partesuperior

é mais fechada, impedindo a incidênciadireta

dos raios solares.

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EFEITOS NEGATIVOS DA ESTRIA PROFUNDA:- DANOS MECÂNICOS À ÁRVORE, SENDO MAIS ACENTUADOS EM ÁRVORES DE PEQUENO DIÂMETRO;- SECAGEM RÁPIDA DA FACE;- AVARIAS PERMANENTES NO CÂMBIO E FLOEMA;

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2- “Estria quadrada”: (ou comum), é a mais usada. Naprática, recomenda-se apenas o uso da “estriaquadrada”.

Quando do corte da estria, recomenda-se cobrir orecipiente coletor, para evitar que caiam pedaçosde casca no seu interior. Para isso, usa-se uma pádentada, ou qualquer outro recurso semelhante.Ela é colocada entre a vasilha e a calha. No sis-ma de bolsa plástica uma simples cobertura de plástico resolve o problema.(10- PÁ DENTADA)

As estrias devem ser abertas até o limite da casca;nunca deve ferir o lenho.

DIMENSÕES DAS ESTRIAS : A altura de uma estria, nas CNR,é de 2,0 a 2,5cm e o seu comprimento (largura daFace) deve ser igual ao DAP; a profundidade é igualà espessura da casca.

b- Colocação do ácido: O ácido, em pasta ou líquido,deve ser colocado na parte superior da estria, entre olenho e a casca:

(11-COLOCAÇÃO DO ÁCIDO)

Quando da aspersão do ácido líquido, cuidadoespecial deve ser tomado, contra o respingo. Se oácido é pastoso, um filete escuro

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CASCA DE AMENDOIM, EM PÓCASCA DE ARROZ, EM PÓOUTROS SEMELHANTES

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se forma entre a casca e o lenho.De qualquer maneira, não se deve permitir que o ácido escorrana Face (tronco).

Normalmente, usa-se ácido em pasta, e osveículos mais utilizados, no Paraná, são:

As características mais importantes de um veículo são:- abundantes;- baratos;- inócuos;- fácil obtenção;- fácil manipulação;- não entupir o bico do aplicador.

Os bicos do aplicador são de material plástico e,normalmente, reforçados por um anel metálico, devido aogrande desgaste que podem sofrer, no atrito com o tronco,ao ser aplicado o ácido.

CUIDADOS ESPECIAIS:

1- Mínima quantidade necessária: excesso de ácido nãosignifica maior quantidade de resina;

2- aplicar na parte superior , entre o lenho e a casca(fig. anterior);

3- não deixar escorrer : tanto líquido, quanto em pasta;4- cuidado com respingos , no uso de ácido líquido;5- evitar qualquer contato com a pele;6- o ácido danifica o vestuário : fibras sintéticas

resistem melhor à sua ação.

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ESTE LAPSO DE TEMPO VARIA EM FUNÇÃO DE:- TEMPERATURA

- UMIDADE RELATIVA- CAPACIDADE DA ÁRVORE EM EXSUDAR

- AÇÃO RESIDUAL DO ÁCIDO

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Teoricamente, só se colocaria o ácido na estria, dois diasapós a sua abertura. Entretanto, na prática, isso não éobservado, devido à dificuldade do seu controle. Então, oácido é colocado logo após a abertura, pelo mesmo operárioque trabalha com o estriador.É importante controlar a quantidade de ácido a ser colocadona estria, e a qualidade do serviço (quantidade de ácido eo local de aplicação) só pode ser avaliada quando daRenova: ao ser aberta uma nova estria, surge uma manchamarrom sob a casca retirada, e a sua extensão caracterizauma boa ou má aplicação:

a altura média da coloração deve ser (12- ARENOVA)em torno de 0,5cm, se o ácido foiaplicado no local recomendado; acima deste valor médio, significa excesso deácido; se abaixo, pouco ácido e/ou fora do local correto.

c- Renova: É o ato de abrir uma nova estria. Para oPinus elliottii, Processo Americano, Método Clássico, o lapsode tempo decorrido para uma Renova é de, aproximadamente,14 dias; ou seja:

A CADA 14 DIAS, ABRE-SE UMA NOVA ESTRIA

OBSERVAÇÃO:

Teoricamente, não deve ser aberta uma nova estria, enquantoa atual estiver exsudando. Na prática, isso não se

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verifica, principalmente em resinagem, sob regime de“tarefa por equipe”, em que a Renova obedece um cronogramaestabelecido, independente de, ainda, haver exsudação, ounão.

RENOVA LIMPA: normalmente, é a abertura da última estria deuma Estação, em que não se coloca o ácido, para facilitar acicatrização.durante o período de descanso (em torno de 3meses). Pode haver “renova limpa” intermediária; algunstécnicos, optam por intercalar renova limpa e com ácido.Isso não faz sentido.

UMA ESTRIA COM ÁCIDO EXSUDA O DOBRO DE RESINA, COMPARADA COM UMALIMPA.

d- Coleta da resina: é o ato de retirar a resina dorecipiente coletor e transportá-la ao estaleiro, onde seencontram os barris. Este carregamento preliminar da resinase faz em baldes, normalmente de plástico, e para a coletaé usada espátula em plástico ou madeira. Parte da águacoletada com a resina, volta ao recipiente.

AS COLETAS SÃO INTERMEDIÁRIAS E FINAL

As coletas intermediárias iniciam-se cerca de 40 dias apósa abertura da primeira estria. Entretanto, isso podevariar; também, o número de coletas intermediárias évariável, em função dos fatores seguintes:

IDADE DO POVOAMENTOCAPACIDADE DA ÁRVORE EM EXSUDAR

DIMENSÕES DO RECIPIENTE

Não se pode precisar o número de coletas intermediáriasideal, mas, economicamente, interfere na sua programação:

a- custo do recipienteb- custo de execução da tarefa

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O DESLOCAMENTO INTERMEDIÁRIO DEVE SER EVITADO, E SÓ É FEITOEM CASO DE EXTREMA NECESSIDADE.

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c- fatores ergonômicos, em relação ao peso dorecipiente.

De qualquer forma, sempre haverá uma equipe de apoio (itemIII.9.2) que coletará a resina de recipientes eventualmentecheios.

COLETA FINAL: última coleta da Estação (é quando esta seencerra), e se verifica cerca de 10 dias após a renovalimpa.

e- Deslocamento do material: assim como a coleta,também pode ocorrer o deslocamento intermediário (durante aEstação). O deslocamento, propriamente dito, é realizadodurante o período de descanso.Quando ocorre o “afastamento” demasiado da estria, emrelação ao recipiente coletor (erradamente chamado“container”), há necessidade do deslocamento intermediário,e o material é colocado próximo à primeira estria queestiver exsudando resina. Com isso, evita-se a formaçãoexcessiva de “raspa”O deslocamento do material, no período de descanso, é feitode tal forma que a árvore esteja preparada, com aantecedência mínima de 30 dias (ver item III.9.4.1.d).

DESLOCAMENTO DO MATERIAL: é o ato de retirar todo o material erecolocá-lo mais acima, junto à futura nova fiada; nointermediário, ele é colocado abaixo da primeira estriaainda em exsudação. O deslocamento, no período de descanso,é realizado com até 30 dias de antecedência da novaEstação.Em condições normais de resinagem, o tempo decorrido entrea abertura da estria e a coleta final é de 9 meses; ouseja:

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ESTAÇÃO DE RESINAGEM É O TEMPO REQUERIDO, EM UM ANO, PARA AEXTRAÇÃO DA RESINA, E ABRANGE AS ESTAÇÕES DE PRIMAVERA, VERÃO

E OUTONO; NO PARANÁ, VAI DE SETEMBRO A MAIO, INCLUSIVES.

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Entretanto, em regiões muito frias, com o invernoprolongado, ou antecipado, e Estação deve ser de apenas 7meses. O primeiro e o último meses são excluídos.

f- Transporte da resina: Acondicionada em barris comcapacidade de ± 195kg de resina, assim ela é levada, doestaleiro até a usina, para o processamento industrial.Como transportar: a resina é recebida no estaleiro, dentrodos baldes, e entornada no barril, sendo que este deveestar revestido, internamente, com saco em polietileno(procedimento opcional). A água coletada com a resina écolocada, em parte, com a resina, no barril (serve paraproteger a resina, evitando a perda da terebintina, emantendo inalterada a qualidade da resina). Deve-se tomar ocuidado de peneirar a resina: o balde é virado sobre umapeneira e, aí, a resina vai escoando para dentro do barril.Em seguida, o barril é tampado, ficando abrigado, à sombra.

QUANTO MAIS FLUIDA E CLARA, ALÉM DE ISENTA DE IMPUREZAS E DETRITOS,A RESINA ALCANÇA MELHOR PREÇO NO MERCADO

Na seqüência, os barris são levados à usina, permanecendobem fechados até a sua utilização; e o caminhão retorna comoutros barris, vazios, ao estaleiro.

O ESTALEIRO: é um local próprio para a permanência dosbarris, por determinado tempo, com sombra, plano, poucadeclividade, boa drenagem, e bem isolado em relação aopovoamento sob resinagem, para evitar possível propagaçãode incêndio, caso este ocorra.A prática de fumar deve ser evitada, não pelo cigarro emsi, mas, pela ação de acender o cigarro, próximo à resina:esta é inflamável e a propagação do fogo é imediata.O transporte é feito a partir de aproximadamente 50 diasapós a abertura da primeira estria, e se estende até logoapós a coleta final. Portanto, a “entressafra” emresinagem, compreende o período aproximado desde a últimacoleta até cerca de 50 dias após a abertura da primeiraestria. A indústria deve abastecer-se o suficiente para nãosofrer colapso na produção, neste período de “entressafra”.

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.9.5- CARACTERÍSTICAS DOS MÉTODOS DE RESINAGEM:

No Processo Americano de resinagem, há 2 Métodos: Clássicoe Intensivo. Diferenciamos os dois métodos pelas seguintescaracterísticas:

13- CARACTERÍSTICAS DOS MÉTODOS DE RESINAGEM

ELEMENTOS CLÁSSICO INTENSIVOAltura das estrias 2,0 a 2,5cm até 5,0 a 6,0cmLargura da Face = DAP > DAPConcentração do H2SO4

40 – 50% 50 – 60%

No de faces: DAP = 22,5 a 36,0cmDAP > 36,0cmDAP < 22,5cm

1 face2 faces

-

2 faces2 faces

1 ou 2 facesComprimento da copa(C)

≥ 33% < 33%

DAP ≥ 22,5cm < 22,5cmEstação 9 meses 7 mesesPeríodo 4 anos 2 anos

OBS.: Estes parâmetros não refletem, necessariamente, oMétodo adotado; são apenas um indicativo. O fato de oMétodo ser considerado Clássico ou Intensivo estárelacionado com a capacidade de exsudação, da árvore. Todaexsudação que resulta em perda de mais de 25% no IMA,durante uma Estação, pode caracterizar uma resinagemintensiva, mesmo que em termos absolutos de produção ovolume seja pequeno. Em CNR, no sul do país, durante o 1o

Período (4 estações contínuas), uma resinagem Clássica, emPinus elliottii, pode resultar na produção de 1,5 a1,7kg/árvore; o Pinus taeda produz a metade.

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No quadro a seguir, apresento o comportamento na produçãode resina, quando se compara o Método Clássico com oIntensivo, utilizando dois parâmetros: “por altura dasestrias” e “por concentração do ácido”, referentes ao Pinuselliottii.

14- COMPORTAMENTO NA PRODUÇÃO DE RESINAMÉTODO

UTILIZADOALTURAS DASESTRIAS (CM)

NO DE ESTRIASPOR ANO

CONCENTRAÇÃODO ÁCIDO

RETARDAMENTO NOCRESCIMENTO, NA

ESTAÇÃO

INCREMENTONAPRODUÇÃO

Intensivo

3,0 a6,0cm

12 a 16 50 a 60% ± 60% 25 a 40%

Clássico

2,0 a2,5cm

16 40 a 50% ± 25% -

10 – RESULTADOS NEGATIVOS DA RESINAGEM:

Muitos problemas surgem, quando da prática daresinagem, e serão tão maiores quanto menos se observaremas técnicas recomendadas.

.10.1- “Dry-face” (“Face-seca”): caracteriza-se pelaparalisação repentina da produção; a árvore deixa de“produzir” resina. É mais comum em Pinus elliottii, e o seusurgimento ocorre, normalmente, a partir da 3a Estação; na2a, o seu aparecimento é tardio. Longos períodos deestiagem que antecedem a Estação, levam o pinus a sofrer a“face-seca”. Por outro lado, também a chuva em excesso,concorre para o aparecimento de fungos, e estes facilitam a“face-seca”. Quando se resinam árvores:

de pequeno diâmetro;pouco vigorosas;em afloramentos rochosos;com o lençol freático na superfície do solo;com acículas amarelecidas;de Comprimento de Copa (C) pequeno,

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estas deixarão de exsudar, a partir da segunda metade da 2a

Estação; o Pinus elliottii é mais susceptível a isso.

.10.2- “Pitch-streak”: é uma forma mais grave de“face-seca”. Surge, também, da prática de resinagem emárvores de C pequeno, solo raso, etc.

.10.3- “Pitch-canker”: moléstia causada pelo fungoFusarium lateritium pini. Ataca todo o povoamento, principalmenteas árvores de pequeno diâmetro.

.10.4- Coleópteros: determinados coleópteros, em suafase larval, abrem galerias, tanto na casca quanto nolenho. Os seus ovos são depositados nas fissuras da cascaestriada (borda da Face). Exemplo: o Dendroctonus terebrans,favorecido pelo longo período de seca. O controle deve serfeito com inseticida específico.

.10-5- Incêndios: os povoamentos submetidos àresinagem estão mais expostos aos danos causados peloincêndio; estes, não só serão mais freqüentes, comoresultarão em maiores danos (mais extensos):

a- a resinagem é uma atividade tipicamente manual e,portanto, exige um contingente muito grande detrabalhadores/área;

b- a terebintina favorece o foco e o alastramento dofogo; com a quantidade de acículas secas no chão, ofogo se propaga facilmente. Tanto no início como nofim da Estação, a probabilidade de incêndio é muitogrande.

c- Na indústria, o aquecimento da resina e a grandepresença de terebintina próximo ao fogo são fatoresdeterminantes para a probabilidade maior deincêndio. Legalmente, o ambiente é de Grau de Risco“Grande”.

.10.6- Escurecimento e manchas na madeira: são danossuperficiais, não afetando de forma significativa.

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Neste aspecto, os danos são mais importantes quandoocorre a “face-seca”.

IV EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01-Em uma fazenda, onde 36% da área total não estãoplantados, a resinagem rendeu 26.649kg. Essa resinaresultou de duas situações: 50% das árvores foramsubmetidas a resinagem por “dupla-face” e 50% por“uma face”. Pergunta-se:

A- Caso a resinagem fosse executada apenassob regime de “uma face”, qual seria aquantidade de resina coletada?

B- Com a produção média de 1,5kg/árvore, sob“uma face”, qual o número de árvoresresinadas?

C- Considerando-se a densidade de resinagemigual a 376 árvores/ha, qual a área totalde fazenda?

Desenvolvimento:

A- 1 face = a dupla-face = a x 1,7 a + a x 1,7 = 26.649 a(1 + 1,7)

= 26.649 a = 26.649 / 2,7 a

= ...................................9870kg (toda aprodução sob uma face)

9870 x 1,7 = .................16.779kg(toda a produção sob dupla-face)

9870 + 16.779=....................26.649kg (produção total dafazenda).

Resposta A: 9870 + 9870=....................19.740kg de resina.

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B- 1 árvore = 1,5kg de resinax = 19.740kg x

=.......................................13.160 árvores

RespostaB:..........................................13.160 árvores.

C- 376 árvores = 1,0ha 13.160 árvores = x x =

35,0ha (área efetivamente plantada)Se 36% da área não estão plantados:64% = 35,0ha100% = x x

= ...........................................54,6875ha Resposta

C:.........................................54,6875ha.

02-Quantos homens são necessários em uma equipedestinada a executar uma Volta de 78.000 árvores,sabendo-se que a Renova é de ± 14 dias e aprodutividade é de 600 árvores/H.d, sendo 1 mês = 20du?

Desenvolvimento:

30d = 20du

14d = x x=..............................................................10 (valor prático)

1 homem = 600 árvores = 1 dia1 homem = x = 10 dias

x = ...........................6.000árvores1 H = 6.000 árvores

x = 78.000 árvores x= ..........................................................13 H

Resposta:........................................................1 + 12 homens.

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03-Para atender uma usina que trabalha 280 dias/ano,tendo um consumo diário de 40 barris de resina ,pergunta-se:

A- Qual a área total do Projeto, necessáriapara a explotação da resina?

B- Quantos resineiros são necessários?C- Qual a Densidade D da malha viária e qual

deve ser o valor de sr (distância médiareal de baldeio)?

Dados: Pinus elliottii;1o Período de extração;Método Clássico;Densidade de resinagem : 380 árvores/ha;Regime de “equipe/área";Área inaproveitada: somada à área viária, perfaz ototal de 10% da do Projeto;Sistema viário: 120km;Arbitrar outros elementos.

Desenvolvimento:

A- Considerando-se a produção média de 1,6kgresina/árvore, em uma Estação, temos:

40 barris x 195kg x 280dias/ano =..............2.184.000kg/ano 2.184.000 / 1,6kg= ......................1.365.000 árvores resinadas

1.365.000 árvores /380 = .......................3.592,11ha plantados 3.592,11 = 90% x = 100% x = ..................................3.991,23ha

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Resposta: ................................A área total do Projeto é de 3.991,23ha

B- Supondo-se que na explotação da resina sejam usadossacos plásticos (polipropileno) e grampo, e estaprática resulte na produtividade de 5.250plantas/H.ano (com uma face), para todas astarefas, desde a marcação das árvores até oenchimento dos barris, no estaleiro:

1.365.000 árvores / 5.250 = 260 homens, assimdistribuídos:

260 / 15 = 17 turmas, sendo:243 m.o. simples + 17 chefes de turmas.

Resposta:......................................243 m.o.simples + 17 chefes +1 Técnico Florestal + ½período de 1 Engo Florestal.

C- Havendo 120.000m de caminhos e aceiros internos, eD sendo expressa em m/ha, temos:

120.000 / 3.991,23 = 30,07m/ha

RespostaC.1:........................................................D = 30,07m/ha.

Para um terreno de relevo suave (por exemplo, emque se aplique a = 0,42 ou

o equivalente a fc = 1,68), issoresulta em:

sr =.........0,42 x 104 / 30,07 = 139,7m.

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RespostaC.2:............................................................sr = 139,7m.

04- a- Após a resinagem, há necessidade da execução dedeterminadas tarefas, uma das quais opcional, que consisteem preparar a árvore para uma nova Estação. Que tarefas sãoestas, e quais os efeitos negativos da sua não execução?

Respostas: - limpeza da Face (total ouparcial);

- deslocamento do material.Caso não sejam executadas, ocorre a produção excessiva de“raspa”, que deve ser coletada à parte, com baixo preço devenda, no mercado.

.b- Qual a data limite para encerramento das execuçõesdas referidas tarefas, caso a nova Estação tenha o seuinício previsto para o dia 15 de setembro?

Resposta: 15 de agosto.

.c- Num talhão de resinagem com 320.000 árvoresresináveis sob “uma face” e, considerando-se asprodutividades de 430 faces/H/d, para a primeira tarefa, e60 faces/H/d, para a segunda, em regime de administração“equipe/área”, qual o número de operários e quantas equipesserão necessários, sabendo-se que o período de descanso éde 90 dias, dos quais foram ocupados 8 para a coleta?

Desenvolvimento:Primeira tarefa:.....................limpeza daFace:......................430 faces/H/dSegunda tarefa:.....................deslocamento domaterial:.......60 faces/H/d90 dias de descanso – 8 dias de coleta = 82 dias82 dias – 30 de antecedência = 52 dias

30 diascorridos/mês....................20 dias úteis

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52 diascorridos...........................35 dias úteis1 homem....................430 árvores/ 1 dia, na 1a tarefa1 homem....................430 árvores/ 7,17 dias, na 2a

tarefa1 homem....................430 árvores/ 8,17 para executaras duas tarefas

430árvores............................8,17 dias (1 H)

320.000árvores.....................6.080 dias

1 homem................6.080 dias úteisx H.........................35

dias.........................= 174 operários.

Respostas: 174 operários, assim distribuídos: 8equipes de 1 + 12 homens

mais 5 equipes de 1 +13 homens.

V AS FERRAMENTAS E OS UTENSÍLIOS USADOS EM RESINAGEM

Independente da forma como será conduzida a resinagem, eisalguns materiais utilizados na execução dos serviços:

.01- Ácido sulfúrico (H2SO4) – para ser aplicado naestria, mantém os canais resiníferos abertos, permitindo aexsudação da resina. A sua ação é observada durante cercade 14 dias, em média.

.02- Aplicador de ácido: para aspersão do ácido. Sãorecipientes (garrafas) de plástico, bico plástico comproteção de um anel metálico , se ácido pastoso, ou combico para “spray”, se ácido líquido.

.03- Balde de coleta e espátula: usados na coleta daresina; o balde pode ser de plástico, e a espátula é deplástico ou madeira.

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.04- Barril metálico ou plástico reforçado: com volumenominal de 200 litros, carregam cerca de 195kg de resina.Sevem para o transporte e o armazenamento da resina.

.05- Bolsa ou saco plástico, em polietileno (nãorecomendado) ou polipropileno. Têm capacidade aproximada de6 a 8 litros e são fixadas à árvore com auxílio de arame ougrampos. Recomenda-se reforçar as bordas, dobrando a bolsasobre uma “tira” de material plástico e grampeando-as.

.06- Caneco e pincel: para aplicação “porpincelamento”, para ácido pastoso.

.07- Calhas: normalmente, em flandres, podem serplanas ou dobradas em L. As planas são lisas ou dentadas (oque facilita a fixação à árvore). As dobradas exigem o usode prego de duas cabeças; hoje, estão em desuso.

.08- Estriador: peça metálica, cabo curto de madeira,usado para abrir as estrias. As suas dimensões sãovariadas, em função do Método utilizado.

.09- Fita diamétrica: para medição do diâmetro daárvore. Como os pinus têm seção transversal praticamentecircular, não há inconveniente no uso da fita, em vez desuta, ou outro medidor de diâmetro.

.10- Gabarito: peça em madeira, que facilita acolocação do prego de sustentação do recipiente coletor; asua altura é igual à distância entre a calha e o pego desustentação (altura do recipiente).

.11- Gabarito de calha: possui uma reentrância com amesma dimensão da calha (comprimento). Permite o seu ajustena borda da calha e protege esta contra os golpes domartelo.

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.12- Grampeador: para grampear as bolsas na árvore;são usados cerca de 10 grampos/bolsa, na sua fixação.

.13- Martelo especial: martelo comum, tendo uma peçametálica soldada junto à orelha, como apoio, para facilitara retirada dos pregos de duas cabeças.

.14- Martelo para calha: feito de madeira, serve parafixar as calhas diretamente à árvore, sem auxílio depregos.

.15- Medidor de altura de árvores: qualquerinstrumento ou recurso para medir a altura das árvores; nafalta deste, até mesmo um galho retilíneo serve para medira altura da árvore, já que não se exige precisão.

.16- Pá dentada: feita com chapa dura, compensado ououtro material similar, cabo curto, serve para proteger aresina, quando do corte da estria: impede que sujeirascaiam dentro do recipiente.

.17- Peneira: para ser usada no estaleiro, quando doescoamento da resina, do balde para o barril: impede quecaia sujeira na resina do barril.

.18- Prego comum: para sustentação do recipientecoletor.

.19- Prego de duas cabeças: para fixar as calhas naárvore.

.20- Raspador: peça metálica, em ferro, cabo demadeira, é utilizado para a limpeza da Face: retirada daparte escura e áspera da casca, deixando-a lisa e clara.

.21- Recipiente coletor: os recipientes apresentam osmais variados tamanhos, formas e materiais de fabricação:

a- Formas: - vaso: como vaso de flor;

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- seção longitudinal retangular;- “meio-coco”: seção transversal em “meia-

lua”;- bolsas: semelhantes a um saco de lixo.

b- Materiais:- flandres;- polietileno;- polipropileno;- barro, etc.

.22- Saco plástico: de 200 litros, em polietileno,para ser usado dentro do barril, protegendo este e aresina.

.23- Tarugo: feito de madeira, substitui o prego nasustentação do recipiente coletor, sendo mais práticoe mais fácil de ser arrancado.

VI EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

A legislação vigente determina que, “se as medidas deordem geral não satisfizerem, é obrigatório o uso deEPIs adequados ao risco” , isto é, em havendo risco àsaúde ou integridade física do trabalhador, este deveestar devidamente protegido com equipamentos deproteção individual. Para a atividade resineira, osEPIs indicados são:

.1- No preparo da pasta:- botas de borracha, luvas em pvc (ou

similar), avental impermeável e óculos desegurança;

.2- Na resinagem:- Botas e capacete. Para o operário que

aplica o ácido, mais: luvas em pvc; se oácido for líquido, ainda: óculos desegurança.

VII CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS

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C = h / H

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c- A atividade de resinagem é classificada como deGrau de Risco 3.

d- A insalubridade gerada pela resina e pelo ácidoé de Grau Máximo, e o trabalhador faz jus aoadicional de 40% do salário-base.

e- Na usina, o Grau de Risco de Incêndio é“Grande”.

f- Na usina: o fogo é da Classe B.g- Na usina, tipo de extintor: espuma (mais

indicado) ou pó químico.

VIII A TERMINOLOGIAAlguns termos técnicos usados na atividade de resinagem:

01- Breu morto: breu resultante da recuperação dalixívia negra, ou “sabão”, liberado no cozimento peloprocesso sulfato, na obtenção da celulose. Poracidulação da massa espumosa que está associada aolicor, obtêm-se ácidos graxos e resinosos (“tal-oil” outalol), em cerca de 45% do talol cru. original.

02- Breu vivo: breu obtido na destilação da resinaexsudada da árvore viva ou do cepo. A resina brutafornece breu e terebintina, nas proporções aproximadasde 78 e 18%, respectivamente.

03- Canal resinífero: canal intercelular que contém aresina.

04-Comprador : pessoa ou empresa que compra resina.

05- Comprimento da Copa: é a relação entre a altura daparte verde e altura total da árvore, e expresso emporcentagem:

06- Corta: é a primeira divisão de um talhão deresinagem, e formado por

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determinado número de árvores; a divisão pode ser por umrio, uma estrada, um divisor de águas; é o mesmo quesub-talhão.

07- Desbaste em pé: uma das formas citadas como objetode concessão especial, é a prática de se resinar aárvore marcada para desbaste, mas que, por algum motivo,não será cortada. No “desbaste em pé”, é correto adotar-se qualquer parâmetro que propicie o maior volumepossível de resina exsudada.

08- Descanso: é o tempo exigido pela árvore para arecuperação da sua taxa de crescimento; Neste período(mínimo de 3 meses), ocorre a cicatrização das estrias,e coincide com o Inverno.

09- Destilação: é o processo de extração da resinacontida nos cavacos da madeira, em que se utilizamsolvente próprio e temperatura adequada. Também, oprocesso de obtenção de breu e terebintina, a partir daresina bruta.

10- Dupla-face : é a prática da resinagem que consiste em se utilizarem duas faces,

(15- A DUPLA-FACE)simultaneamente, em lados opostos do tronco:

11- Elaborador:é o que extrai, destila e vende aresina fracionada (breu e terebintina); refere-se àpessoa ou à empresa que executa estas atividades.

12- Estação de Resinagem: intervalo de tempocompreendendo as estações de Primavera, Verão e outono eque vai desde a abertura da primeira estria até o finalda última renova. Tem duração máxima de 270 dias;também, chamada simplesmente de Estação.

13- Estaleiro: pátio onde se localizam os barris querecebem a resina coletada, e que servem para o seu

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transporte até a usina. O estaleiro deve estar isoladodo povoamento, para evitar propagação de fogo, e osbarris ficam abrigados à sombra.

14- Estria: é o corte executado na região cortical,sem ferir o lenho, afim de propiciar a exsudação daresina e cuja altura é determinada pelas dimensões doestriador. O comprimento da estria deve ter valor igualao diâmetro da árvore.

15- Estria limpa: é a última estria de uma fiada daEstação e que não recebe ácido, para facilitar acicatrização.

16- Exsudação: migração de uma substância líquida(resina, no caso), do interior para a superfície daárvore.

17- Face de resinagem: é o local da árvore onde,após efetuada a limpeza, servirá para a abertura dasestrias. A Face de Resinagem identifica, normalmente, afutura Fiada ou “painel”.

18- Fiada: é o conjunto de estrias, ao final de umaEstação ou de um Período.

19- Limpeza da Face: é o ato de retirar arugosidade da casca, formando a face de resinagem.

20- Painel: termo comum, regionalizado, utilizado paradesignar a face de resinagem ou, ainda, a fiada.

21- Período: ou, ainda, Período de Resinagem, é oconjunto da estações subseqüentes; o Período varia emfunção do Método adotado, e pode ser de 2 ou 4 anos.

22- Período de descanso: ou tempo de descanso, é ointervalo de tempo entre o final da Estação (final da

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última renova) e a abertura da primeira estria daEstação seguinte.

23- Porcentagem de Copa : o mesmo que Comprimento de Copa(C).

24- Processo Americano: também chamado ProcessoQuímico de Resinagem, é aquele baseado no uso deestimulante químico (normalmente, ácido sulfúrico) paraa exsudação da resina; a ação do ácido é de manterdesobstruídos os canais resiníferos.

25- Processo Francês: também chamado Processo Mecânicode Resinagem, caracteriza-se pela não utilização deestimulante químico para a exsudação da resina. o corteé mais profundo e penetra cerca de 1,0cm no lenho, tem aforma de U, e é denominado “olho” (corresponde à estria,do Processo Americano).

26- Produtor : é a pessoa, ou empresa, que extrai e vendea resina.

27- Raspa: refere-se à resina exsudada e que sesolidifica na face, não se escoando até o recipientecoletor. Ao final da Estação, ela é coletada à parte.

28- Renova: é o ato de abrir uma nova estria, ounovo “olho”.

29- Renova limpa: é o ato de abrir uma nova estria,sem a colocação do ácido; normalmente, a última estriade uma fiada; o mesmo que Estria Limpa.

30- Resinagem: extração da resina de pinus (GêneroPinus), considerando-se a árvore em pé.

31- Resinagem à Morte: é a resinagem realizada emárvores que deverão ser cortadas em um prazo aproximadode até dois anos. Se as árvores já se encontram marcadas

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para o corte e, por algum motivo, não serão cortadas, aresinagem “à morte” recebe o nome de “desbaste em pé”;é uma das formas de resinagem à morte.

32- Resinagem à Vida: é a prática da resinagem emárvores que não serão cortadas em curto prazo (até doisanos).

33- Resinagem Clássica: método de extração da resinasob condições normais de resinagem, cuja interferênciano IMA é mínima. Os parâmetros que a caracterizam estãocitados no item III.9.5.

34- Resinagem Intensiva: é conceituada como aquela queexige da árvore exsudação acima da sua capacidadenormal, ou que interfere significativamente no seu IMA.

35- Resineiro: nome dado ao operário que trabalha naextração da resina, independente da tarefa executada.

36- Talhão de Resinagem: frente de trabalho, em uma oumais propriedades, desde que em áreas contíguas, e sobuma mesma gerência. O talhão de resinagem é formado,normalmente, por vários talhões florestais.37- Volta: quantidade de pinhal que o resineiro teráque percorrer, em determinado espaço de tempo (cerca de14 dias, na Americana), para praticar uma Renova. Podereferir-se à área trabalhada, ou ao número de árvorescontidas naquela área.

38- Volta Completa : é o conjunto de “voltas” simples; omesmo que Volta.

39- Volta Incompleta : designa a atividade do resineiro,quando ele vai de “tantos em tantos dias” ao pinhal,interrompendo seguidamente a sua atividade.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – A CARA DE CURITIBA! – LEI MUNICIPAL NO 10.236,DE 130901.

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AOS MEUS FILHOS :PILAR EMILIA NOZIGLIA LACERDA – ENGA AGRÒNOMA, ENGA DE SEGURANÇA;ANDREA ALICE NOZIGLIA LACERDA PEGORINI – ENGA  QUÍMICA, ENGA DESEGURANÇA;CARLOS SEBASTIAN NOZIGLIA LACERDA– ENGO DE PRODUÇÃO CIVIL – ENGO DESEGURANÇA;

AOS MEUS ALUNOS DE : GESTÃO DO ABASTECIMENTO FLORESTAL E DE SEGURANÇA DO TRABALHO, DOSCURSOS DE ENGENHARIA FLORESTAL, ENGENHARIA INDUSTRIAL MADEIREIRA EENGENHARIA AGRONÔMICA, DA UFPR;

RAZÃO DO MEU TRABALHO E DA MINHA CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO FLORESTAL,AGRONÔMICO E MADEIREIRO,

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40- Volta Simples: é a que se refere ao trabalho de umdia, ou a área trabalhada em um dia.

Curitiba, agosto de2003

Nova data: 270709Prof. Eliseu Lacerda

Gestão do AbastecimentoFlorestal

Segurança do TrabalhoAgro-florestal

Segurança do Trabalho naIndústria Madeireira

DETF/SCA/UFPR

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PARA MENÇÃO DESTE, EM PARTE OU NO TOTAL, EXIGE-SE A CITAÇÃO DA FONTE: PROFESSOR ELISEU LACERDA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – A CARA DE CURITIBA! – LEI MUNICIPALNO 10.236, DE 130901.

IX REFERÊNCIAS

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BERZAGHI, C. Pinus spp e resinagem, Boletim Técnico doInstituto Florestal, São Paulo, 2: 1-33, 1972.

CLEMENTS, R. W. Métodos da moderna resinagem: manual. Trad.por O. A. Gurgel Fo, São Paulo: Instituto Florestal,1970. 31 p.

GURGEL Fo, O. A. Contribuição à resinagem. Boletim Técnicodo IBDF, 2: 37-68, 1972.

INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL. PortariaNormativa n. 465/IBDF de 3 de dezembro de 1982. Necessidadede sistematizar as atividades de extração,comercialização e utilização de resina natural de Pinus spp.Paraná Florestal, I (2): 7-8, 1983.

LACERDA, E. O desempenho dos engenheiros florestal eagrônomo na segurança do trabalho no Brasil. Curitiba,UFPR, Setor de Ciências Agrárias, Departamento deEngenharia e Tecnologia Rurais, 1983. 39 p.

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_____. Manual de exploração florestal. Curitiba: UFPR.Setor de Ciências Agrárias. Departamento de Engenharia eTecnologia Rurais, 1983. 84 p.

MOLINO, O. Tres años de ensayos en la obtención de resinasen Misiones. Revista Forestal Argentina, 13 (2): 46-9,1969,

MUNIZ, P. J. C. Ensaios sobre a extração de resinas no Paraná.Blumenau, 1966. 6 p.

PANSHIN, A. J.; HARRAR, E. S.; BAKER, W. J.; PROCTOR, P. B.Productos forestales: origen, beneficio yaprovechamiento. Barcelona, Salvat, 1959. 605 p.

PORTUGAL. Direção Geral dos Serviços Florestais eAgrícolas. Resinagem: instruções básicas destinadasao pessoal resineiro. Lisboa, 1962. 46 p.

Curitiba, agosto de 2003 Nova data: 260209 Prof. Eliseu Lacerda DETF/SCA/UFPR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – A CARA DE CURITIBA! – LEI MUNICIPAL NO 10.236,DE 130901.

A- ÍNDICE GERAL

No ASSUNTO PG01 I - INTRODUÇÃO 0202 II- HISTÓRICO 0303 III- A RESINAGEM - Informações Gerais 0404 Espécies resiníferas e produtores mundiais 0605 Zoneamento resinífero 0706 Legislação 0707 O Processo Francês 1308 O Processo Americano – Informações Gerais 1509 Produtividades em resinagem 1610 A execução da resinagem – Processo Americano 1711 Características dos métodos de resinagem 2612 Resultados negativos da resinagem 2713 IV- EXERCÍCIOS PROPOSTOS 28

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Para citação bibliográfica:LACERDA, E. Gestão do abastecimento florestal – resinagem. Curitiba:UFPR. Setor de Ciências Agrárias. Departamento de Engenharia e

GESTÃO DO ABASTECIMENTO FLORESTAL - RESINAGEMPROFESSOR ELISEU LACERDA – DETF/SCA/UFPR

14 V- AS FERRAMENTAS E OS UTENSÍLIOS USADOS EM RESINAGEM 3115 VI- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 3316 VII- CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 3317 VIII- TERMINOLOGIA 3418 AGRADECIMENTOS 3719 IX- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 38

B- ÍNDICE DOS QUADROS E FIGURAS

No TÍTULOS DOS QUADROS OU DAS FIGURAS PG01 Componentes da resina 0402 Características da terebintina 0503 Características do breu 0504 Produção de algumas espécies 0605 Alguns elementos, no Processo Francês 1406 Aspecto da árvore, no Processo Francês 1507 Produtividades em resinagem 1608 Marcação das árvores 1909 Tipos de estrias 2110 Pá dentada 2211 Colocação do ácido 2212 A Renova 2313 As características dos métodos de resinagem 2614 Comportamento na produção de resina 2615 A “dupla-face” 34

PARA CONTATO, ENDEREÇO ELETRÔNICO: [email protected]

ARQUIVADA NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁPARA MENÇÃO DESTE, EM PARTE OU NO TOTAL, EXIGE-SE A CITAÇÃO DA FONTE:

PROFESSOR ELISEU LACERDA.

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