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| N.º 1/ | 2014 Estilo de vida, modelos de urbanismo e de desenvol- vimento turístico das estâncias balneares no século XIX – A costa de Cascais e do Estoril: Casos de Cascais, Monte Estoril e Santo António do Estoril ANA MARIA ALVES PEDRO FERREIRA * [ [email protected] ] Resumo | O presente artigo resulta da análise dos estilos de vida das classes mais favorecidas e da aplicação de modelos de urbanização e de desenvolvimento turístico às estâncias balneares portugueses do século XIX situadas na Costa de Cascais e do Estoril, mais concretamente, aos casos de Cascais, do Monte Estoril e de Santo António do Estoril, de modo a concluir se podem ser inseridos nos quadros analíticos selecionados. Palavras-chave | Estilos de vida, Estâncias balneares do século XIX, Modelos de urbanização turística, Tipologias de desenvolvimento turístico. Abstract | This article results from the analysis of the lifestyles of the privileged classes and the application of models of urbanization and tourism development to Portuguese seaside resorts of the 19 th century situated on the Costa de Cascais and Estoril (Cascais, Monte Estoril and Santo António do Estoril), in order to conclude whether these can be can be included in the selected analytical frameworks. Keywords | Lifestyles of the privileged classes, Seaside resorts of the 19 th century, Models of tourist urbanization, Typologies of tourist development. * Doutora em Turismo pela Universidade de Aveiro. Professora Associada da Universidade de Évora. [ -374 ]

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Estilo de vida,modelos de urbanismoededesenvol-vimento turísticodasestânciasbalnearesnoséculoXIX–AcostadeCascaisedoEstoril:CasosdeCascais,MonteEstorileSantoAntóniodoEstoril

ANA MARIA ALVES PEDRO FERREIRA *[[email protected]]

Resumo | Opresenteartigoresultadaanálisedosestilosdevidadasclassesmaisfavorecidasedaaplicaçãode

modelosdeurbanizaçãoededesenvolvimentoturísticoàsestânciasbalnearesportuguesesdoséculoXIXsituadasna

CostadeCascaisedoEstoril,maisconcretamente,aoscasosdeCascais,doMonteEstoriledeSantoAntóniodoEstoril,

demodoaconcluirsepodemserinseridosnosquadrosanalíticosselecionados.

Palavras-chave|Estilosdevida,EstânciasbalnearesdoséculoXIX,Modelosdeurbanizaçãoturística,Tipologiasde

desenvolvimentoturístico.

Abstract|Thisarticleresultsfromtheanalysisofthelifestylesoftheprivilegedclassesandtheapplicationofmodels

ofurbanizationand tourismdevelopment toPortugueseseaside resortsof the19th century situatedon theCostade

CascaisandEstoril(Cascais,MonteEstorilandSantoAntóniodoEstoril),inordertoconcludewhetherthesecanbecan

beincludedintheselectedanalyticalframeworks.

Keywords|Lifestylesoftheprivilegedclasses,Seasideresortsofthe19thcentury,Modelsoftouristurbanization,

Typologiesoftouristdevelopment.

*Doutora em TurismopelaUniversidadedeAveiro.Professora AssociadadaUniversidadedeÉvora.

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1. Metodologia

Ainvestigaçãocujosresultadosseapresentamteve origem numa pesquisa (Ferreira, 1994) emquesedeualgumaatençãoàCostadeCascaisedoEstoril,casosdeCascais,doMonteEstoriledeSantoAntóniodoEstoril,paramelhorcompreendera evolução da arquitetura hoteleira na capital.AhistóriadaarquiteturabalneardacostadeCas-caisedoEstoril tinhasidoestudada, comgrandedetalhe, por Graça Briz (1989). Com base nasinvestigaçõeshistóricasmencionadase emoutrasmaisrecentes,todasdeincidêncialocalenacional,buscou-se na literatura do turismo modelos deurbanismobalnearededesenvolvimentoturístico,de âmbito internacional, que nos propiciassem acomparação com os estudos de caso escolhidos.Afimdeinventariareselecionarastipologiasmaisadequadas realizou-se uma revisão de literaturaenfocada na História doTurismo, com incidêncianosestilosdevidadasclassemaisfavorecidas,nasuainfluêncianosmodelosdeurbanizaçãoturísticadoséculoXIXenosmodelosdesenvolvimentodoturismo que permitiram satisfazer essa procura.Deu-se particular atenção ao modelo de Pearce(1989),queseafiguroucomoomaisindicadoparaexplorar os estudos de caso escolhidos, porquese suporta na divisão de responsabilidades noprocesso de desenvolvimento.A pesquisa que seefetuoubaseia-senaanálisedocumentaldemodoa confrontar os estudos de caso com os modelosinventariadosnarevisãodeliteratura.Ainvestiga-çãorealizadaintentaresponderàseguinteperguntadepartida:

AurbanizaçãoeodesenvolvimentodoturismonaCostadoEstorileCascais,casosdeCascais,doMonte Estoril e de SantoAntónio do Estoril, inse-rem-seemmodelosurbanizaçãoedesenvolvimentoidentificáveisnaliteraturadoturismoeestãoasso-ciados aos estilos de vida das classes dominantesdoséculoXIX?

Aperguntadepartidatinha,porsuavez,osse-guintesobjetivos:(i)conhecerosestilosdevidadas

elitesnovecentistaseasuainfluêncianomodelodeurbanismodasestânciasbalneares;(ii)identificarosmodelos deurbanismobalnear do séculoXIX. (iii)analisaras tipologiasdedesenvolvimento turísticode Pearce; (iv) aplicar os modelos de urbanismobalnearededesenvolvimentoturísticoaosestudosdecaso;(v)aferirerelaçãodosestudosdecasocomosmodelosselecionados.

�. Estilos de vida das elites novecentistas e sua influência no surgimento das estâncias balneares

MuitasdasatuaisestânciasbalnearessurgiramnoséculoXIX.Noentanto,algumasdatamdoséculoXVIII,porpossuíremnascentesdeáguatermal.Nes-teperíodo,querasnascentestermaisqueraáguadomarerammuitovalorizadaspelasuacomponenteterapêutica (Towner, 1996). Em SantoAntónio doEstoril,queéumdosestudosdecasoselecionados,erapossívelfruirtantodaságuasdastermascomodaságuasdomar.

Oaumentodaprocuradosespaçossituadosnolitoral,paraatividadesrelacionadascomasaúdeeobem-estar, como lazerecomo turismo,ficouadever-setambémdaevoluçãodosmeiosdetrans-porteedarelativacoordenaçãoentreaslocalizaçõesdosterminais,doshotéisedasatrações(Steinecke,1993).

As escolhas que cada um dos turistas faziados locais a frequentar, nos séculos XVIII e XIX,resultavamnãoapenasdassuasdecisõespessoais,relacionadascomamelhoriadasaúde,comaaces-sibilidadedolocal,comolazerecomoturismo,mastambémcomasindicaçõesdeumconjuntorestritodeconselheirossociais,queseapoderaramdopapeldeárbitrosdobomgosto, comoobjetivode legi-timaraspráticasdeumgrupodiminutodeeleitos(Boyer,1999).Agrandemaioriaera frequentadoradacortecomoaconteciacomRichard Nash,criadordeBath,ecomTobiasSmollet,quedescobriuNice.

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Outros eram personagens reais, como o príncipeCarlosIIIdoMónacoquecriouMonteCarlo(Boyer,1999;Herbert,1994).Peranteestesfatos,nãoédeadmirarque,durantetodooséculoXIXeiníciodoséculoXX,apresençadoreiedacortedeterminasseanotoriedademundialdequalquerestânciabalnear(Boyer,1999).

O interesse pela natureza e pela beleza egrandiosidadedealgumaspaisagensmarítimasfoiainda muito influenciado não só pelo movimentoRomântico, incluindo-se,nestecasoosescritoreseospintores (sobretudoosbritânicos)mas tambémpintores paisagistas Impressionistas os quais con-tribuíramparaumaimagemdapraiacomoespaçoprivilegiado de interação social dos habitantes dacidade (Herbert,1994).Esseascendenteéabsolu-tamente compreensível porque as elites da épocapossuíamhábitosdeleituraqueabarcavamasobrasdos grandes escritores e poetas do seu tempo efrequentavam,comassiduidade,asgaleriasdearte(Aitchison,MacLeod&Shaw,2000).

�. Modelos de urbanismo balnear do século XIX

AreaçãoRomânticaàindustrialização,expressanarecusadosvaloresrepresentadospeladacidadeindustrial, oposição inspirada em Ruskin, Sitte eUnwin(Lamas,1993;Lilley,1999),conduziuàvalo-rizaçãodeummodelodeurbanismodecaráterneo-medievaleaumafugadasclassesmaisfavorecidasdoscentrosdasgrandescidades,poluídoserepletosdepessoasemsituaçãodegrandevulnerabilidadeeconómicaesocial.

Os grupos sociais privilegiados, nos países donorte da Europa e na Grã-Bretanha, escolheramummododevidameiourbano,meioruralemqueahabitação, recheadacomosbens resultantesdanova produção industrial, dispunha de um amploparquecomjardim.Aconjugaçãodapossedebens

deconsumocomomodeloderesidênciapermitiaaintegração,dosmelhoresaspetosdavidanocampocomoconfortocitadino.Nocasodashabitaçõessi-tuadasnolitoralinteressavaassegurarquetodososmoradoresgozavamdasbelaspaisagensmarítimasedasencostassoalheiras.Oconjuntocasaeparquedificilmente se enquadravanos arruamentos tradi-cionais,motivopeloqualforamasmoradiasforamdispostasemanfiteatro(Soane,1993).Estatipologiainspirouacriaçãodealgumasdasprimeirasestân-cias balneares da Europa (Aitchison, MacLeod &Shaw,2000;Towner,1996).Oslocais,juntoàcosta,queofereciamclimaameno, colinas envolventes efalésiasmajestosasreuniamascondiçõesnecessá-riasparasetransformarememprodutoscomerciali-záveis,factoqueestevenaorigemdoaparecimentodeestânciastãofamosascomo,Bournemouth,NiceeoMonteEstoril.

GraçaBriz,referindo-seaBournemouth,afirmaser“o grande exemplo” da“nova sensibilidadeRomântica”.A estância“construída a partir de1835 pela iniciativa capitalista da grande burgue-sia”define-seapartirdos“arruamentos sinuosos,aproveitando as características morfológicas doterreno,dividindolotesdediferentesáreaseconfi-guraçãoesempreparaalbergarcasasunifamiliares.Oresultadoéumurbanismoorgânico,melhoraindapitoresco,deixandolivreovalecentralpara jardime onde as escolhas arquitetónicas se diversificam,conformeogostodosproprietários,demaneiraqueBournemouth se converte no melhor ‘mostruário’datipologiainglesamaispopularparaaarquiteturaprivada durante o século XIX – o cottage” (Briz,2007,p.258).

Se bem que o primeiro figurino adotado, nosempreendimentos turísticosdoséculoXIX, fosseoromânticode inspiraçãobritânica,omodeloconti-nental de expressão francesa, evidenciou-se, maistarde, comoaopçãoalternativa.As estânciasbal-nearesobedeciamadoistiposdeurbanismo,quesereferemnoquadro1:oromânticodeorigeminglesaeocontinentaldeinspiraçãofrancesa.

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�. Modelos de desenvolvimento do turismo segundo Pearce

Osmodelosdeurbanismo (inglêsou francês)articulam-se, por sua vez, com os processos dedesenvolvimento do turismo estudados de for-ma sistemática por Pearce (1989).As tipologiaspropostasPearce suportam-senadivisãoda res-ponsabilidade no processo de desenvolvimento.

Desenvolvimento integrado, na sua perspetiva,refere-se a um processo que depende de um sópromotor ou fomentador o qual exclui todos osoutros possíveis interessados.A segunda tipo-logia, denominada catalítica, carateriza-se pelaexistênciadeumpromotoroufomentadorquein-citaàparticipaçãodeoutrospromotores,osquaiscomplementam a sua ação. Inventariam-se noquadro2osaspetosespecíficosdecadatipologia.

Quadro 1|ModelosdeurbanismoutilizadosnasestânciasbalnearesdoséculoXIX

Quadro �|Tipologiasdedesenvolvimentoturístico,segundoPearce

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Há,noentanto,queteremconsideração,sempresegundo Pearce, o desenvolvimento espontâneo(spontaneous development) que ocorreu em al-gumaszonasdolitoraldosuldaEuropa,tantonoséculo XIX como no século XX, por ausência deresponsáveisdefinidospeloplaneamentoegestãodoprojeto(Pearce,1989).

NiceeCannescresceramdemodoespontâneo,apartirde1830,tendoestaspequenaslocalidadesperiféricasdoMediterrâneoqueseadaptaràpro-curaporpartedasclasseselevadasdospaísesdonortedaEuropaqueasescolheramparapassaroInverno (Soane,1993).Estemodelo foiutilizado,no século XIX, na Cote d´Ázur (Pearce, 1989) eemmuitasoutraszonasdo litoralEuropeucomoaconteceuemCascais.

Arevisãodeliteraturarealizadaevidenciaquea opção por uma tipologia de desenvolvimentointegradoestavaassociada,namaioriadoscasos,ao modelo de urbanismo francês, enquanto atipologia catalítica se reveloumais adequadaaobritânico.

Bournemouth que obedece ao modelo cata-lítico iniciou o seu processo de desenvolvimentocom a construção de doze moradias, dispostasemanfiteatro(Soane,1993).NaCostadoEstorilencontramosumexemplodestemodelodedesen-volvimento no Monte Estoril, que se analisa noponto5.2.

AdescriçãofeitaporBriz(1989)doscasosdeTourquet,LaBoule,ScarbourougeRiminipermiteconcluir que a maioria das estâncias balnearesconstruídasinteiramenteparafinsturísticossegueatipologiaintegrada.Deacordocomainvestiga-doraosterrenosde Deauvilleforamvendidos,em1861,aumpromotorqueconstituiuumasocieda-de imobiliária, integrando banqueiros e homensdenegócios.Oprojetooriginal incluía umaáreadedicadaaolazereturismoeoutraaoimobiliário.SantoAntóniodoEstoril(verponto5.3)éocasoselecionadoquemaiorafinidaderevelaDeauville (Briz,1989).

�. Modelos urbanísticos e de desenvolvi-mento turístico das estâncias balneares na costa de Cascais e do Estoril

�.1. O modelo de desenvolvimento espontâneo de

Cascais

AfamíliarealeacortetinhamporhábitoveranearemSintraatéque,em1870,D.LuísdecidiuoptarporCascaisnosmesesdesetembroeoutubro(Anjos,2012).Estaatitudeinfluenciouamudançadelocaldeveraneiodanobrezaedaaltaburguesiafatoquepermiterela-cionarocasoportuguêscomoque referiunoponto2 sobreopesodas famílias reaisnosurgimentodasestânciasbalnearesedainfluênciadassuasaçõesnanobrezaenaaltaburguesia.AdeslocaçãofoifacilitadapelaaberturadasestradasCascais-Oeiras (Lisboa) eCascais-Sintranadécadaanterior(Anjos,2012,p.10).

Esta escolha feita pelas classes mais privile-giadas deu origem à construção de residências, amaioria“sobreas rochas,àbeira-mar”parasatis-fazerumaclientelamuitoexigente.“Emsimultâneo,nadécadade1870,acercade1,5km,naencostaarborizada conhecida como Pinhal daAndreza, ocapitalistalisboetaJoséJorgedeAndradeTorrezãoconstruiriaquatrochalés,iniciativaquenãocativouinvestidores”(Anjos,2012,p.10).

O primeiro hotel, denominado Lisbonense,situava-sejuntoàPraiadosPescadoreseiniciouasua atividade no ano de 1871 enquanto o casinolocalizava-se junto à muralha da praia. Nos anosseguintes, foram iniciadas algumas infraestruturasessenciais,comoaluzelétrica(em1878),oabaste-cimentodeágua(em1888)eaestaçãotelefónica(em1900).Martins(2011)acrescentaaindaquefoirealizadaumaimportantecampanhadeobras,entre1890e1909,quedeuorigemàaberturadaAvenidaD.CarlosIedoPasseioMariaPia.

“DesdemeadosdeSetembroatéaofimdaesta-ção”,afirmavaOrtigão,“Cascaistransformava-senocentrodavidadacorte,oexemplomaisacabadodeestânciabalnearelegantedonossopaís”(Ortigão,1966,pp.145-146).Oescritorlamentava,contudo,

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queCascaisdispusessedeumúnicoe“medíocre”hotel,deum“clubedesport”edeum“casinodeaspetopacato”(Martins,2011,p.27).

A introdução lenta das infraestruturas básicas,o reduzido número de equipamentos turísticos edelazer,ocrescimentoanárquicosempromotorouconjuntodepromotoresqueassegurassemumde-senvolvimentoturísticocoerentepermiteconsiderarCascaisumcasodedesenvolvimentoespontâneo,oqual(verponto4).Noentanto,aexperiênciafrus-trada de iniciar um processo de urbanização maisorganizado,comaconstruçãodoschalésnaencosta,aponta no sentido do modelo adotado no MonteEstorilque Pearcedenominaporcatalítico.

�.�. O modelo de desenvolvimento catalítico

do Monte Estoril

Em1889,anodainauguraçãoalinhadecami-nho-de-ferroentrePedrouçoseCascais,foifundadaaCompanhiadoMonteEstoril aqual tinha comoobjetivo a sua urbanização para fins turísticos.No cumprimento do programa a que se tinhaproposto, a empresa criou infraestruturas de váriaordem.Abriram-se ruas, instalou-se a luz elétrica,canalizou-seaáguaeloteou-seoterrenodemodoadarinícioàedificaçãodoschalés.Apesardafalênciadacompanhia,ocorridanumafaceinicialdoprojeto,aaquisiçãodetodaainfraestruturaçãopelaautar-quiapermitiudar-lhecontinuidade(Anjos,2012).

Osequipamentosturísticossurgiramnumafaseinicial do projeto. O primeiro casino, denominadodo Monte Estoril, estava instalado num chalé dedimensõesdiminutas.Emfinaisdoséculofoisubsti-tuídopeloCasinoInternacionalalojadonumimóvelmaismajestoso.Briz(1989)indicaque,em1907,seprojetouumcasinobemaogostoecléticodoarqui-tetoNorteJúnioroqualcombinavacomodesejodefaustodasclassesmaisfavorecidas,edifícioquenãofoi possível construir, fato para o qual muito terácontribuídoa ilegalizaçãodo jogo,queocorreunoúltimogovernodeHintzeRibeiro.

O novo empreendimento turístico foi dotadocomumedifícioconstruídoparaaatividadehotelei-ra, inauguradoem1894,masqueficouconhecidoporHotel Strade (Briz, 1989). Foi aindaelaboradoumprojeto,em1903,paraaedificaçãodeumGran-deHotel (SplendidHotel), da autoria do arquitetoVenturaTerra (Briz, 1989). Interessa salientar queemLisboa,noperíodoemanálise,nãopossívelcons-truir,deraiz,qualquerhotelmotivopeloqualtodosestavam instalados em imóveis que tinham sidoedificadosparaoutrasfunções(Ferreira,1994).Em1914, umgrupode investidoresdesejou construir,destavezsobreomar,umconjuntoconstituídoporcasinoehotel,comonoticiaaConstrução Moderna,de10dejaneirodesseano(Melo,1914).

Briz (2004), que investigou todas as estânciasbalneares de Portugal, no período entre 1870 e1970,afirmaqueurbanizaçãodoMonteEstoril,comosseuschaléslocalizadosnaencosta,inseridosemruasestreitasetortuosas,erodeadosdeparquesejardins,segueomodeloinglês.Nocasoemanálise,dadasascaracterísticasespecíficasdo local,existeumarelaçãomuitointima,nãoapenascomapaisa-gemmarítimamastambémcomapaisagemdaserradeSintra (Briz, 2007) factoqueenfatizao caraterRomântico do modelo de urbanização escolhido(verponto2).

OMonteEstoril, conjuntamentecoma ilhadaMadeira e a cidade do Porto, foram os primeiroslocais,nosfinaisdoséculoXIXeprincípiosdoséculoXX,aservisitadosporturistasinglesesemcruzeiro.NaSociedadedeGeografiadeLisboaguarda-seumconjuntodeguiaspublicadospelaBooth Steamships Co Ltd. Umdeles,datadode1904,intitula-seHolli-days Tours in Portugal and Madeira. Guardam-seainda, na dita instituição, brochuras publicitárias,semdata,denominadas,respetivamente,Lisboa and its environs,Booth Steamships Line Tours to Portugal and Madeira – 12 to 20 – 13 days to 27 dayse A new winter resort – Mont’Estoril – the Riviera of Portugal. Sobressai o fato de Monte Estoril publi-citadocomo“anovaestânciadeinverno,aRivieraPortuguesa” (Coelho,1989,p.120).

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Aosturistasbritânicosemcruzeirojuntavam-seoutros, da mesma nacionalidade, que passavam oInvernonoMonteEstoril,enfrentandoumaviagemlongaecansativa,porcaminho-de-ferroouporviamarítima(Anjos,2012).

OdesenvolvimentodoturismonoMonteEstorilenquadra-senadenominadatipologiacatalítica.Ocomplexoturísticofoiiniciadoporumpromotorqueseencarregoudedespoletaroprocessoeconstruiras infraestruturasbásicas.Nocasoemanáliseele-geu-seomodelodeurbanizaçãoinglês(verponto2).Outrospromotores e investidores encarregaram-seda construção dos equipamentos turísticos ou daexploraçãodenegócioscomfinsturísticosemedifí-ciospré-existentes.

Dadaafalênciadacompanhiaoesforçodeco-mercializaçãoexternanãofoifeitopelospromotoresnempelomunicípio.ApresençadeturistasnoMonteEstoril ficouadever-senão sóàsgrandes compa-nhiasdecruzeiro,queincluíramnasuaprogramaçãoestaestânciabalnearmastambémàiniciativapes-soaldealgunsturistas.

O promotor não desempenhou o papel decatalisador estimulando e apoiando as atividadescomplementaresdevidoàfalênciadacompanhiadoMonteEstorilemboraaaquisiçãoporpartedaautar-quiatenhapermitidosalvaroprojeto.Esta,porém,não se lhe podia substituir, no apoio às empresasou investidores individuais que necessitassem definanciamento,demodoasalvaguardao lucroeaviabilidadedetodooprogramadeobrasarealizar,nemasoperaçõesdosistemademercadolivre,pornãoseressaasuavocação.Ainviabilizaçãodeem-preendimentos turísticoscomooSplendidHotel,ocasinoeohotelecasinojuntoaomar,sãoexemplosdasconsequênciasmenospositivasdodesapareci-mentodopromotor,emboraasrestriçõescolocadaspelailegalizaçãodojogotambémconstituíssemumelementodissuasordegrandeimportância.Aespe-culação imobiliária e o crescimento desmesuradonãopuderamseracauteladosporquenempromotornem autarquia lhes impuseram limites.Admite-se,contudo,queapenasaespeculaçãoimobiliáriane-

cessitassealgumtipoderegulamentaçãovistoqueocrescimentodescontroladofoiumproblemaquenãosecolocounoMonteEstorilnoséculoXIX.

�.�. O modelo de desenvolvimento integrado

de Santo António do Estoril

Fausto de Figueiredo comprou a Quinta doViana,emSantoAntóniodoEstorilem1913.NessaépocanãopassavadeumsimpleslugarejopontuadopelastermasdoViana,oHotelParis,algumascasasqueserviamdeapoiologísticoàstermas,aigreja,oTamarizeoPalácioBarros(Osório,1990).

Aindaem1913partiuparaParisondeencarregouoarquitetoHenryMartinetdeelaboraroambiciosoplanodonovo complexo turístico.Noano seguintepublicouumabrochuraintituladaEstoril: Estação Ma-rítima, Climatérica, Thermal e Sportiva,comoobjetivoimediatodepressionarapublicaçãodoDecreto-lein.º1.211,de2dedezembrode1914,quevisavaaatri-buiçãodeisençõesaquemestivesseempenhadoemconstruirhotéisdeluxomedianteprojetospreviamenteapreciadospeloConselhodeTurismoepelaSociedadedePropagandadePortugal.Emconsequênciadaen-tradaemvigordaditalegislaçãoedoparecerpositivodoconselhoedasociedadeoempresárioobteveasisençõesprevistasnalei(Athayde,1916).

No capítulo intituladoO futuro do Estoril des-creve-seocomplexoturístico.Aentrada,constituídapor duas colunas ligadas por correntes de ferroou bronze, situava-se perto da estação do Estoril.Seguia-seumapraçaampla,espéciedevestíbulodoempreendimento,limitadadeumladoedooutropordoiscorposdeedifícioemmeialaranjadestinados,comosepodelernabrochura“aestabelecimentoscomerciaisdeartigoselegantes”.Perpendicularmen-teàpraiadesenvolviam-seduasavenidasdemeioquilómetrodecomprimento,ladeadasdepalmeiras.Entre as avenidas localizava-se a pelouse a qualassumiaumpapelcentralnoempreendimentopelofactodetodososequipamentosestaremorganiza-dosemseuredor(EEMCTS,1914,s.p.).

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O casino encontrava-se no topo das avenidase da pelouse. Obedecia, como a maior parte dosedifícios,aogostofrancêsdosarquitetosdaEscolade Paris. Na parte posterior do imóvel situava-seum teatro. À esquerda, numa zona mais elevadadoterrenolocalizava-seo Palace Hotel,comquatroandares. Mais abaixo as termas e o hotel termalou Hotel do Parque. Para lá deste edifício seriamconstruídososcamposdegolfe, ténis,patinagem,croquet, cricketefutebol,bemcomoohipódromo.Juntoàpraiaoedifícioondedeveriamserinstaladasascabinesdebanhosdemar,orestauranteeumadique promenade onde os veraneantes podiampassear ao fim da tarde (EEMCTS, 1914). SusanaLobo,que, talcomoGraçaBriz,estudouasCeno-grafias de Lazer na Costa Portuguesa, afirmaque“com este projeto o arquiteto desejava conferiruma identidadeaoEstoril,eessa identidadeseriaconseguida através do desenho. Henri Martinetpropõe um conjunto cenográfico de raiz barroca,ondelinhareta(axialidade),perspetivamonumental(vista)eprograma(uniformidade)concorremparaaconformaçãodaimagemdeum‘centrodeTurismocosmopolitaemoderno’”(Lobo,2012,p.326).

Oprojetoincluíaaconstruçãodeumalinhadetramways em torno do Parque que se estenderiaaté Sintra e a construção de um pequeno portoemCascais,comcaisacostável,paraque iatesderecreiopudessematracar.

Programava-separaoEstoril,alémde infraes-truturas hoteleiras, um conjunto de atividades deanimação a que só faltavam as diversas modali-dades de jogo cuja legalização era defendida nabrochura.Esteforaproibido,comosemencionou,esóveioaserregulamentadoatravésdoDecreto-lein.º14.643,de3dedezembrode1927,oqualcriou‘zonasde jogo’nasestânciasdeveraneio(termasepraias).

FaustodeFigueiredofundouaSociedadedoEs-toril.Nasuaescrituradizia-se,comosepodecons-tatarpelaleituradapágina6,dojornalO Século,de31demarçode1915,queumadasatribuiçõesdoConselhodeAdministração,segundooPactoSocial

eraade“criaroutransformareexplorarosmeiosdetransporte[…]indispensáveisparaacomodida-dedosturistaseparaavalorizaçãodosestabeleci-mentossociais”.Emvirtudedestascompetências,a7deagostode1918,aSociedadeEstorilarrendouaosCaminhosdeFerroPortugueses,porcinquentaanos, a linhadeCascais, suportandoos encargosdeaeletrificar,oqueveioaacontecerem1926epermitiu que, algum tempo depois, o terminal doSud-ExpressselocalizassenoEstoril.EstasociedadecusteouaindaaconstruçãodaEstaçãodoCaisdoSodré.A abertura da Estrada Marginal, nos anos1940 contribuiu, igualmente,paraamelhoriadasacessibilidadesaoEstoril.

A construção do complexo turístico decorreucomlentidão,factoaquenãoterásidoestranhoaeclosãodaIGuerraMundial,ainstabilidadepolíticaeeconómicadopaíseaausênciadeapoiofinan-ceirodoestado.Estesmotivosterãoinfluenciadoadecisãodaempresade“suspenderasobrasdurantealgumtempo”ede“despedirosarquitetosestran-geiros”(Silva,1991,p.50),incluindooresponsávelpeloprojetooqual foisubstituído,provavelmenteainda em 1916, pelo arquiteto português SilvaJúnior.

Agrevesituaçãoeconómicaefinanceiravividanessaépocaeoimportantepapeldaconstruçãodocomplexo turístico na minoração dos seus efeitossociaisfoisublinhadaporJoséNunesdaMatta,nodiscursoqueproferiuquandofoicolocadaaprimei-rapedradocasino.Ooradoracentuouopapelda“iniciativacomonotávelsinaldeprogressofaceàadversasituaçãoeconómicadopaís”numafaseemque“apardacrisedealimentação,háacrisedafaltadetrabalho”(Anjos,2012,p.12).

A 25 deAgosto de 1918 inauguravam-se astermasaindaemfasedeacabamento.Ocasinosófoiterminadoem1931,depoisdaregulamentaçãodojogo.OarquitetoJourde concebeuocasinoeoPalácioHotel.

A componente imobiliária do projeto exigiua urbanização e loteamento de SantoAntóniodo Estoril, dando origem a uma área residencial,

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separada do complexo turístico, embora a curtadistânciadomesmo.SilvaJúniorrealizouoprojetodealgumasmoradias, comoopalaceteAlexandreNunesdeSequeira,aprimeirapensadaparaazonaresidencial(Briz,1989,p.61).

SantoAntónio do Estoril possuía, nos anos1930, todas as condições de acessibilidade, equi-pamentos hoteleiros e de animação, bem comoatrações naturais queo tornavamapetecível paraosturistasestrangeiros.Dataaindadestaépocaotraçadodogolfe,daautoriaMackenzieRoss,comdimensõesdecompetição,assimcomooscortesdeténiseaescoladeequitação.

Quando rebentou a Segunda Guerra Mundial,muitos membros das classes mais favorecidas daEuropa buscaram refúgio no Estoril. Estes estran-geirospermitiramqueocomplexoturísticodeSto.AntóniodoEstorilatingisseoseuapogeu.

AurbanizaçãodeSantoAntóniodoEstorilen-quadra-senomodelodedesenvolvimentointegra-do,talcomoodefinePearce,porquesedeveaumaúnicasociedadepromotora.Aempresadispunhadecapitalsuficienteiniciaroprojeto,emboraaconjun-tura fosse muito desfavorável. Contaria com umaparticipaçãofinanceiradoestado,pelaqual lutou,comosepodededuzirdaleituradabrochura,oquenãoseconcretizou,tendoapenassidoconcedidasasisençõesquealeide1914determinava.Omode-lodeSantoAntóniodoEstorildivergedopropostopor Pearceporque,segundooautor,odesenvolvi-mentodoempreendimentodeveserrápido.

Apopulaçãoencontroutrabalhonaconstruçãodo empreendimento, e, conquanto não disponha-mos de provas documentais, alguns, devem terconseguidoempregonocomplexoturísticoaspetoemqueomodeloemanálise seaplicaaoestudodecaso.

Opromotorcuidoutambémdedispordosrecur-sostécnicosnecessáriosaocontratarumarquitetocom experiência neste tipo de empreendimentosaindaquena fase inicialde realizaçãodoprojetofosse obrigado a dispensar a sua colaboração.ASociedadeEstorilassumiutambémmuitosencargos

associadosàmelhoriadasacessibilidades.Aaten-çãodadaà contrataçãode técnicosexperienteseao incremento dos transportes enquadram-se nomodelodePearce.

OdesenvolvimentodeSantoAntóniodoEstorilnão pode ser considerado equilibrado, no sentidoproposto por Pearce, na medida em que ocorreunumperíododegrandeinstabilidadeinternacionalenacional.Devidoàsdificuldadesdecorrentesdessemomentohistórico,nãofoipossívelmanteraequipadoprojeto,assegurandoassimumacertaharmonianasdecisõestécnicastomadas,nemobterofinan-ciamento necessário para que avançasse rapida-mente.Noentanto,opromotornuncadesistiue,nasuaessência,oempreendimentoestavaconcluídonosanos30doséculopassado.Curiosamente,seaPrimeiraGuerraMundialcontribuiuparaoatrasodas obras, a Segunda Guerra deu ao empreendi-mentoanotoriedadequetransformounumcasodesucessoanívelinternacional.

Ocomplexoturísticotemumaformafuncionalporqueohabitat doturistaetodososequipamen-tos de recreação estão muito próximos uns dosoutros,numcomplexo turístico único.Autilizaçãodomodelodeurbanismofrancês,numaconstruçãoderaiz,sujeitaaumprojetoglobal,comumazonadedicada aos equipamentos turísticos – casino,termas, hotéis, instalações desportivas e outradedicadaaoimobiliárioresidencialacentuouasuafuncionalidadeeoseucaráterintegrado.

Este empreendimento estava completamenteisolado, como propõe a tipologia de desenvolvi-mento de Pearce (isolado no sentido de permitirumaliberdadeabsolutaparadesenvolveroempre-endimento) o que assegurou uma liberdade totalde ação na conceção e consecução do complexoturístico.

St.ºAntóniodoEstoriltinhaumestatutoeleva-do quer a nível nacional quer internacional pelasrazõesatrásmencionadas.Oselevadoscustosdasobras associadas à morosidade da sua realizaçãodevemtersidocompensadaspelospreçoselevadospraticadosnaprestaçãodeserviçosaosturistas.

��� RT&D|N.º�1/�� | 2014

�. Conclusão

Osestilosdevidadasclassessociaismaisele-vadas, nomeadamente da família real, da nobrezae da alta burguesia portuguesa, influenciaram osmodelosdeurbanizaçãobalneardoséculoXIX.OsestudosdecasorevelamqueoMonteEstorilsegueomodeloinglêseSantoAntóniodoEstorilofrancês.

No que concerne as tipologias de desenvol-vimento do turismo de Pearce, apesar dos cons-trangimentos apontados, são enquadráveis nocatalítico(MonteEstoril)eintegrado(SantoAntóniodoEstoril).JáocrescimentoespontâneodeCascaisassocia-seaoqueocorreunoutrosespaçosturísticosnolitoraldosuldaEuropa.

Acreditamos, pelos motivos evocados, poderafirmar que os estudos de caso selecionados sãoinseríveisemquadrosanalíticosmaisvastosencon-tradosnarevisãodeliteratura,emtermosdeestilodevidadaselites,modelosdeurbanismoededesen-volvimentodoturismo.Essefatodemonstratambémqueosempresáriosquepromoveramosprocessosdeurbanizaçãoedesenvolvimentoturísticoestavamconscientesdastendênciasquesemanifestaramanívelinternacional.

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