desenvolvimento de sistemas web com usabilidade e acessibilidade: comparando ui-patterns e...
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Desenvolvimento de Sistemas Web com usabilidade e
acessibilidade: comparando UI-Patterns e Diretrizes W3C
Joaquim Augusto Machado, Vânia Paula de Almeida
Departamento de Computação – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Caixa Postal 676 – 13.565-905 – São Carlos – SP – Brasil
[email protected], [email protected]
Abstract. This paper presents a comparison of user interface design patterns
for web system (UI-Patterns) and accessibility guidelines WCAG 2.0 (Web
Content Accessibility Guidelines) recommended by the W3C (Word Wide Web
Consortium). The comparison considered three design patterns: BreadCrumbs,
Pagination and Search Tips and the results shows patterns which complete and
some which do not meet the W3C guidelines. This paper suggests that
developers use the usability and accessibility together in your website designs.
Resumo. Este artigo científico apresenta a comparação de padrões de
projetos de interface de usuários de sistemas web (UI-Patterns) com as
diretrizes de acessibilidade WCAG 2.0 (Web Content Accessibility Guidelines)
recomendadas pelo W3C (World Wide Web Consortium). A comparação
considerou três padrões de projeto: BreadCrumbs Paginação e Dicas de
pesquisa e os resultados mostram padrões que completam e alguns que não
atendem às diretrizes do W3C. Este artigo sugere que desenvolvedores
utilizem a usabilidade e a acessibilidade juntas em seus projetos de websites.
1. Introdução
O desenvolvimento de sistemas voltados para a web deve levar em consideração as
questões de usabilidade e acessibilidade. O termo usabilidade é aqui associado com
características de eficiência, eficácia e satisfação de uso, enquanto que a acessibilidade
permitirá que um maior número de usuários acesse e compreenda os sistemas
computacionais.
A usabilidade pode ser entendida como sinônimo de facilidade de uso. Um
sistema web com boa usabilidade é aquele em que o usuário consegue encontrar
rapidamente a informação desejada, por exemplo. Também está relacionado em ficar
satisfeito durante a interação e com o seu resultado (NIELSEN, 1993). Uma das formas
de se obter sistemas com maior usabilidade é seguir o conjunto de orientações presentes
em Padrões de Projeto para Interfaces de Usuário, em inglês User Interface Design
Patterns (UI patterns).
Já a acessibilidade na web visa tornar os websites acessíveis para todos os
usuários, inclusive pessoas com deficiências. Para cada tipo de deficiência existem
recomendações que devem ser seguidas e que foram padronizadas pelo Web
Accessibility Initiative (WAI).
Para possibilitar a acessibilidade de sistemas web, podem-se seguir as
recomendações presentes nos padrões sugeridos pelo The World Wide Web Consortium
(W3C). A Figura 1 apresenta o modelo de acessibilidade adotado pelo W3C. O modelo
considera ferramentas que oferecem aos desenvolvedores web uma vasta opção de
recursos para tanto para a criação quanto para o aprimoramento das funcionalidades dos
websites. Já os usuários com deficiência utilizam navegadores, player de mídia e várias
outras tecnologias assistidas para a interação com os websites.
Figura 1. Relacionamento dos componentes essenciais da Acessibilidade Web1
Entretanto, são encontrados alguns problemas entre padrões de interação, que
são maneiras de descrever soluções de usabilidade comum em um determinado
contexto, e as recomendações do W3C. Dependendo de como, ou onde designers e
desenvolvedores procuram informações, pode-se recuperá-las de forma completa,
incompleta ou até mesmo conflitante. Por um lado, alguns designers e desenvolvedores
seguem os padrões de interação, por outro, outros designers e desenvolvedores seguem
apenas as regras propostas pelo W3C.
Neste trabalho, serão apresentados alguns padrões voltados para a interface de
usuário, e uma comparação frente aos padrões do W3C com o intuito de mostrar a
viabilidade e as inconsistências entre essas duas fontes de conhecimento sobre boas
soluções de usabilidade e acessibilidade.
Esta pesquisa foi realizada nas seguintes bibliotecas de padrões projeto de
interface: Coleção de Welie2, Coleção UI Patterns and Techniques (TIDWELL, 2010) e
a biblioteca UI-Patterns3. Após essa pesquisa, foram comparados os padrões com as
recomendações do W3C com as Guidelines do WCAG 2.0. Os resultados sugerem que
desenvolvedores se atentem não somente a questão de usabilidade ou apenas a
acessibilidade. Esses dois conceitos devem estar sempre relacionados, para que os
1 http://www.w3.org/WAI/intro/components.php
2 http://www.welie.com/
3 http://ui-patterns.com/
websites sejam utilizados por um maior numero de usuários, comuns, idosos ou com
alguma necessidade especial.
Este artigo está organizado da seguinte maneira: a seção 2 sintetiza os conceitos
de padrões de interação e as diretrizes do W3C, a seção 3 apresenta trabalhos
relacionados, a seção 4 apresenta a metodologia aplicada para a realização desta
pesquisa, na seção 5 têm-se os resultados obtidos, e a seção 6 apresenta as
considerações finais e a indicação de trabalhos futuros.
2. Referencial Teórico
Esta seção apresenta uma síntese sobre Padrões de Projetos, Padrões de Interação de
Usuários e as Diretrizes de Acessibilidade do WCAG 2.0.
O W3C é um consórcio internacional no qual organizações filiadas, uma equipe
em tempo integral e o público, trabalham juntos para desenvolver padrões para a web.
Liderado por Tim Berners-Lee, o idealizador da internet, e o CEO Jeffrey Jaffe, o W3C
tem como missão Conduzir a WWW (World Wide Web) para que atinja todo seu
potencial desenvolvendo protocolos e diretrizes que garantam seu crescimento de longo
prazo. A WAI orienta algumas das especificações técnicas da web, e são desenvolvidas
com a coordenação da W3C através de várias tecnologias, como por exemplo: HTML,
XML, CSS, SVG, SMIL, etc. Também tem como objetivo desenvolver estratégia,
diretrizes, recursos e normas para tornar a web mais acessível para pessoas com
necessidades especiais como a WCAG 2.0, que seria apenas uma parte das diretrizes
abordadas pela WAI.
O conceito de Padrões de Projetos foi criado pelo arquiteto Christopher
Alexander (ALEXANDER et al. 1977). Para ele cada padrão deveria seguir as seguintes
caracteríscas:
Encapsulamento: um padrão encapsula um problema ou solução bem
definida. Ele deve ser independente, específico e bem formulado de maneira
clara como deve ser aplicado.
Generalidade: todo padrão deve permitir sua reutilização a partir dele
mesmo.
Equilíbrio: quando um padrão utilizado em uma aplicação equilibra a razão
com cada uma das restrições envolvidas para cada passo do projeto.
Abstração: os padrões que representam abstrações rotineiras ou do
conhecimento cotidiano.
Abertura: um padrão deve permitir a sua extensão para um nível mais
detalhado.
Combinatoriedade: padrões são relacionados hierarquicamente. Podendo
ser composto de padrões de alto nível com padrões de nível mais baixo.
Alexander et al. (1977) também sugeriu o formato que a descrição de um padrão
deve ter. Ele estabeleceu que um padrão deve ser descrito em cinco partes, além de suas
definições: Nome, Exemplo, Contexto, Problema e Solução.
2.1. Padrões de Projetos
Um padrão de projeto, ou design pattern, refere-se a uma solução reutilizável que pode
ser aplicada para a solução de problemas do mundo real. Segundo Gamma et al.(2000)
um padrão de projeto possui quatro elementos essenciais:
Nome do padrão: referência que pode ser usada para descrever um
problema, suas soluções e consequências, uma ou duas palavras;
O problema: descrição de situações nas quais o padrão pode ser aplicado;
A solução: descrição de quais os elementos compõem o padrão de projeto,
seus relacionamentos, responsabilidades e colaborações;
As consequências: descreve os resultados da aplicação do padrão e analisa
as vantagens e desvantagens da aplicação do padrão.
Os padrões de projeto de software são organizados por famílias padrões de
criação (Abstract Factory, Builder e Singleton), estruturais (Adapter, Composite e
Façade) e comportamentais (Mediator, State e Template Method).
2.2. Padrões de Interação de Usuários
Padrões de interação de usuário são maneiras de descrever soluções de usabilidade
comum em um determinado contexto. Eles documentam soluções de sucesso para
diversos problemas de interação de usuários com soluções de tecnologia.
Padrões de interação de usuário ajudam a criar consistência em toda a web, e
proporcionar recomendações para web designers aumentarem a usabilidade de suas
soluções de design. Muitas coisas do cotidiano obedecem a um padrão, e isso inclui as
aplicações em design e desenvolvimento. Padrões de interação de usuário, em web
design, estão ganhando o reconhecimento como um importante recurso na criação de
projetos, para que os websites tenham uma maior usabilidade por todos os tipos de
usuários.
Será mostrado nas próximas subseções exemplos de padrões de interação de
usuário, contendo a sua definição, quando deve ser utilizado e o porquê de sua
utilização.
2.2.1. Breadcrumbs - Tidwell
Breadcrumbs mostram em que página o usuário se encontra na hierarquia de
site. Breadcrumbs geralmente são mostrados no topo da página, acima do conteúdo da
página, como apresentado na Figura 2. Eles são apresentados como uma série de links
em uma única linha de texto, onde os rótulos link correspondem com o título da página
correspondente. Esses rótulos devem ser separados por delimitadores, tais como ">", "|",
"/" e "::"
Figura 2. Exemplo de Breadcrumbs4
Esse padrão deve ser usado quando o website possuir estrutura hierárquica com
dois níveis ou mais. Os usuários se deslocam através de navegação direta, filtragem,
pesquisa no site, ou links para seções de outros locais dentro ele.
O padrão Breadcrumbs mostra cada nível de hierarquia que leva à página atual,
a partir do topo da página inicial do website. Em certo sentido, ele mostra uma única
"fatia" linear do mapa geral do website. Assim, como um Mapa de sequência,
Breadcrumbs ajudam o usuário a descobrir onde ele está no website.
2.2.2. Dicas de Pesquisa - Welie
O usuário precisa saber como utilizar o sistema de buscas do website, para isso deve
conter um informativo de como utilizar palavras-chaves na realização das buscas.
Figura 3. Exemplo de Dica de Pesquisa5
Deve ser utilizado para que usuários iniciantes que utilizarem a função de busca
tenham um melhor controle no termo correspondente a ser pesquisado. Não é
recomendado na utilização de Pesquisas Avançadas, como apresentado na Figura 3.
O padrão Dica de Pesquisa mostra aos usuários palavras não técnicas que podem
ser utilizadas, isto evitaria erros de sintaxe.
2.2.3. Paginação – UI-Patterns
O padrão Paginação fornece aos usuários uma quebra natural de leitura ou
preenchimento de dados, e permite a reavaliação se desejarem ou não continuar
visitando mais dados. Isso também ocorre porque os controles de paginação são
frequentemente colocados abaixo da lista para proporcionar aos usuários essa opção
para continuar a leitura ou o preenchimento dos dados.
4 www.submarino.com.br, 2011
5 www.ibm.com, 2011
Figura 4. Exemplo Paginação6
Deve ser utilizado quando houver mais dados do que é confortavelmente visível
em tela, e quando o conjunto de dados é ordenado em qualidade de interesse
(geralmente o mais recente em primeiro lugar). O padrão de paginação não é indicado
quando não se deseja que o usuário faça uma pausa na navegação para a página
seguinte, como apresentado na Figura 4.
O padrão Paginação quebra uma lista em pedaços para que um usuário possa
identificar facilmente um maior número de informações. Além disso, ele coloca a opção
para o usuário se ele deseja carregar mais itens da lista, ou se os resultados desta página
já são suficientes para ele. Esse padrão também tem a vantagem de ser muito comum na
Web, especialmente (mas não exclusivamente) para os resultados da pesquisa.
2.3. Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web
As WCAG 2.0 definem como tornar o conteúdo da Web mais acessível às pessoas com
deficiência. O termo acessibilidade faz referência a diferentes deficiências, incluindo
visuais, auditivas, físicas, de fala, cognitivas, de linguagem, de aprendizagem e
neurológicas. As WCAG foram desenvolvidas utilizando processos do W3C em
colaboração com pessoas de todo o mundo, com o objetivo de partilhar uma norma de
acessibilidade para o conteúdo Web.
Essas normas são baseadas em quatro princípios:
1. Perceptível - A informação e os componentes da interface do usuário têm
de ser apresentados aos usuários em formas que eles possam perceber.
2. Operável - Os componentes de interface de usuário e a navegação têm de
ser operáveis.
3. Compreensível - A informação e a operação da interface de usuário têm de
ser compreensíveis.
4. Robusto - O conteúdo tem de ser robusto o suficiente para poder ser
interpretado de forma concisa por diversos agentes do usuário, incluindo
tecnologias de apoio.
As normas WCAG possuem uma hierarquia, a qual segue a seguinte estrutura:
Princípios, Diretrizes, Critérios de Sucesso e Técnicas de tipo Suficiente e de tipo
Aconselhada. Para um melhor entendimento será dado um exemplo de como se pode
chegar até as técnicas partindo do princípio.
Para se chegar a uma técnica que faz referência a como aumentar o tamanho da
fonte para uma melhor leitura de um usuário com problemas visuais, como a G178,
deve se partir do princípio 1, perceptível, a diretriz utilizada será a número 4,
discernível, o critério de sucesso referenciado para essa técnica é o de número 4,
redimensionar texto e por fim a técnica G178. Nesse caso pode ser representado desta
forma: 1.4.4 – Redimensionar Texto – G178 Fornecer controles na página Web que
permitam aos utilizadores alterar gradualmente o tamanho de todo o texto numa página
até 200%.
3. Trabalhos Relacionados
6 www.google.com, 2011
De acordo com os trabalhos de Gonçalves et al. (2010); Maia et al. (2010); Bach et al.
(2009) e Murenin & Tabrizi (2005) existem várias recomendações para os
desenvolvedores de web sites.
Segundo Gonçalves et al (2010), na lista dos principais reguladores estão a
World Wide Web Consortium (Iniciativa WAI), a União Européia (Regulamentos e
Planos de Ação), os Estados Unidos da América (artigo 508) e o Brasil com o Decreto
Nº 5.296, de 2 dezembro de 2004 e a Portaria Nº3, de 7 de maio de 2007, que
institucionaliza o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico – e-MAG.
Para Bach et al (2009) poucas organizações, que foram afetadas pelo Decreto nº
5.296 de 2004, conhecem o e-MAG, conjunto de diretrizes que regulamenta a questão
de acessibilidade de web sites no Brasil,. Com isso foi feito um levantamento
comparativo entre as Diretrizes para a acessibilidade do Conteúdo da Web (WCAG),
criado pela W3C através do WAI e o e-MAG, este criado pelo Departamento de
Governo Eletrônico.
Já Vieritz et al. (2010), diz que websites estão focados em designer de interface
e usabilidade, já que a qualidade da interface do usuário vem tendo um grande aumento
no impacto comercial. No entanto, nem sempre a questão da acessibilidade é trabalhada
em conjunto com a usabilidade. Em seu trabalho, Vieritz et al. (2010), apresenta uma
solução na utilização de padrões de interface de usuário na integração de acessibilidade
com usabilidade através das normas WCAG 2. Na pesquisa proposta, se pode dizer que
é complementar a de Vieritz et al. (2010), pois será feita a comparação de padrões de
projetos de interface de usuários coma as normas propostas pela WCAG 2.
Baseando-se nas pesquisas citadas, este trabalho realizará estudo de alguns
padrões de interação e suas relações com as diretrizes do WCAG, visando orientar
designer no uso conjunto das recomendações para melhorias de usabilidade e
acessibilidades em websites.
4. Metodologia
Para a comparação proposta neste artigo, foram escolhidas as seguintes bibliotecas de
Padrões de Interação de Usuários: Tidwell - UI Patterns and Techniques (TIDWELL,
2010), Welie (http://www.welie.com/) e UI-Patterns (http://ui-patterns.com). Após isso,
alguns padrões foram estudados e selecionados de forma aleatória nessas bibliotecas.
Com identificação das definições e funcionalidades desses padrões, foi realizada
uma pesquisa nas diretrizes propostas pela W3C, a WCAG2, levantando quais os
Princípios, Diretrizes, Critérios de Sucesso e Técnicas em que esses padrões estariam
relacionados, e se os mesmos atendem as diretrizes propostas por esse Consórcio.
A formação da coluna Princípios de Acessibilidade – Diretrizes – Técnica da
Tabela 1 foi composta a partir de um Princípio até a Técnica proposta pela WCAG2.
Essa montagem foi mostrada na seção 2.3. Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo
Web deste artigo.
Após essa seleção de padrões e pesquisa das técnicas da WCAG2, serão
analisados os dados obtidos e enquadrados nas seguintes categorias:
Contempla: Quando um padrão atende todas as diretrizes propostas pelas
técnicas WCAG;
Não Contempla: Quando um padrão não atende nenhuma das diretrizes
propostas pelas técnicas WCAG;
Completa: Quando um padrão completa as diretrizes da WCAG.
Uma representação para essa proposta de metodologia encontra-se em uma
tabela apresentada abaixo.
Tabela 1 – Relação Padrões de Interface X W3C WCAG2.0
Relação Padrões de Interface X W3C WCAG2.0
Tema Subtema Padrões - Linguagem Princípios de Acessibilidade -
Diretrizes - Técnicas
Necessidades
do usuário
Navegação
Breadcrumbs - Tidwell
2.4.8 Localização
G65: Fornecer um trilho de
navegação
Menus Suspenso - Welie
2.4.1 Ignorar Blocos
SCR28: Utilizar um menu expansível
para ignorar blocos de conteúdo
H50: Utilizar elementos estruturais
para agrupar os links
Paginação - UI-Patterns
2.4.5 Várias Formas
G125: Fornecer links para navegar
para páginas Web relacionadas /
G126: Fornecer uma lista de links
para todas as outras páginas Web
2.4.2 Página com Título / 2.4.8
Localização - G127: Identificar a
relação de uma página Web com um
conjunto maior de páginas Web
Pesquisa Dicas de Pesquisa - Welie
3.1.3 Palavras Invulgares / 3.1.4
Abreviaturas
G70: Fornecer uma função para
procurar um dicionário online
2.4.5 Várias Formas
G161: Fornecer uma função de
procura para ajudar os utilizadores a
encontrar o conteúdo
Interação SlideShow - Welie
2.2 Tempo Suficiente
G4: Permitir que o conteúdo seja
colocado em pausa e reiniciado a
partir do preciso momento em que foi
colocado em pausa
G5: Permitir que os utilizadores
executem uma atividade sem
qualquer limite de tempo
G11: Criar conteúdo que fica em
modo intermitente durante menos de
5 segundos
G75: Fornecer um mecanismo para
adiar qualquer atualização do
conteúdo
G76: Fornecer um mecanismo para
solicitar uma atualização do
conteúdo, em vez de atualizar
automaticamente
G133: Fornecer uma caixa de
verificação na primeira página de um
formulário de várias partes, que
permite aos utilizadores solicitar um
limite de tempo de sessão maior ou
nenhum limite de tempo de sessão
G152: Definir imagens gif animadas
para deixar de estar em modo
intermitente após n ciclos
G180: Fornecer um meio ao
utilizador para definir o limite de
tempo para 10 vezes superior ao
limite de tempo predefinido
G186: Utilizar um controlo na página
Web que para o conteúdo em
movimento, em modo intermitente ou
em atualização automática
G187: Utilizar uma tecnologia para
incluir conteúdo em modo
intermitente que possa ser
descativado através do agente de
utilizador
G191: Fornecer um link, um botão ou
outro mecanismo que recarregue a
página sem qualquer conteúdo em
modo intermitente
G198: Fornecer uma forma para o
utilizador desativar o limite de tempo
Necessidades
da Aplicação
Chamando a
atenção Captcha - UI-Patterns
1.1.1 Conteúdo Não Textual
G143: Fornecer uma alternativa em
texto que descreva a finalidade do
CAPTCHA
G144: Garantir que a Página Web
inclua outro CAPTCHA que sirva a
mesma finalidade utilizando uma
modalidade diferente
Simplificando
a Interação
Ampliador de fonte -
Welie
1.4.4 Redimensionar texto
G178: Fornecer controlos na página
Web que permitam aos utilizadores
alterar gradualmente o tamanho de
todo o texto numa página até 200%
5. Resultados
Como resultados dessa pesquisa foram escolhidos três padrões comparados com as
diretrizes WCAG 2.0 recomendadas pelo W3C, apresentados na Tabela. Para cada tipo
de análise foi utilizada a classificação: contempla, não atende e completa, como é
mostrado na Tabela 2.
Tabela 2 – Resultados obtidos após a análise - Padrões de Interação X WCAG 2.0 W3C
Padrões - Linguagem Princípios de Acessibilidade - Diretrizes - Técnicas Analise
Breadcrumbs - Tidwell 2.4.8 Localização
G65: Fornecer um trilho de navegação Contempla
Dicas de Pesquisa - Welie
3.1.3 Palavras Invulgares / 3.1.4 Abreviaturas
G70: Fornecer uma função para procurar um
dicionário online
Não Atende
2.4.5 Várias Formas
G161: Fornecer uma função de procura para ajudar os
utilizadores a encontrar o conteúdo
Paginação - UI-Patterns
2.4.5 Várias Formas
G125: Fornecer links para navegar para páginas Web
relacionadas
G126: Fornecer uma lista de links para todas as
outras páginas Web
2.4.2 Página com Título / 2.4.8 Localização
G127: Identificar a relação de uma página Web com
um conjunto maior de páginas Web
Completa
Verificou-se que o padrão Breadcrumbs atendeu completamente as diretrizes
propostas pela WCAG 2, como se define a técnica, G65: Fornecer um trilho de
navegação, que diz “Um trilho de navegação ajuda o utilizador a visualizar a forma
como o conteúdo foi estruturado e como retroceder na navegação para páginas Web
anteriores, e pode identificar a localização atual numa série de páginas Web”, e a
definição de Breadcrumbs para a biblioteca Tidwell diz que “Breadcrumbs mostram em
que página o usuário se encontra na hierarquia de site”.
As diretrizes do WCAG para esse padrão mostra o exemplo de implementação
abaixo.
Figura 5 – Exemplo Breadcrums7
Foi observado que o padrão de interação Dicas de Pesquisa não atende as
diretrizes propostas pela WCAG, já que o mesmo apresenta apenas exemplos de como
os usuários devem proceder para realizar um busca. Já as diretrizes mostram como deve
ser implementada uma rotina de busca pelo website.
As técnicas da WCAG 2.0 identificadas para este padrão foram as G70 e G161.
A primeira diz que o desenvolvedor deve implementar mecanismos de busca através de
um dicionário online e verificar se o resultado que está contido no dicionário
corresponde à definição correta. Para a segunda técnica, os desenvolvedores devem
implementar um formulário de busca ou um link para uma página de pesquisa. Nesse
formulário é necessário que os desenvolvedores coloquem meta-tags nas páginas do
website para conduzir o usuário para uma página com links que contenham os
resultados da pesquisa obtida pelos termos utilizados.
Já o padrão de Paginação completa as técnicas propostas pela WCAG2, pois ele
além de relacionar páginas de um resultado de uma pesquisa, pode estar relacionado a
7 http://www.acesso.umic.pt/w3/TR/WCAG20-TECHS/G65.html, 2011
um preenchimento de cadastros em determinados websites, por exemplo, um cadastro
pessoal que pode ser dividido em algumas páginas.
As técnicas da WCAG2 para o padrão de Paginação são as G125, G126 e G127.
Para a técnica G125 o desenvolvedor deve preparar o website para que as páginas
subsequentes estejam fazendo referencias as informações relacionadas. Já para a G126,
deve ser verificado se cada página tem uma lista de links para as outras páginas do
website, se os links da lista conduzem corretamente às páginas e se a lista de links para
todas as páginas website está presente. E para técnica G127, deve se certificar de que o
título da página descreve a relação da mesma com o conjunto ao qual ela pertence e se a
mesma inclui meta-tags que identificam a relação da página com o conjunto ao qual ela
pertence.
6. Conclusão e trabalhos futuros
Teve-se como objetivo deste artigo, mostrar soluções de desenvolvimento de websites
acessíveis e com uma boa usabilidade, comparando as diretrizes de acessibilidade
propostas pelo W3C e padrões de interação de usuário.
Com isso concluímos que um website deve conter vários princípios para ser
acessível para todos os tipos de usuário, incluindo os idosos e as pessoas com
deficiência, não deixando de lado a usabilidade, para que o website tenha uma interface
que permita eficácia, eficiência e satisfação de uso.
Como trabalhos futuros, pretende-se elaborar um manual de referência, contendo
todo o material coletado durante a realização deste artigo.
7. Referências
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