considerações acerca do aglomerado metropolitano de curitiba na perspectiva da cidade-região...

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CONSIDERAÇÕES ACERCA DO AGLOMERADO METROPOLITANO DE CURITIBA NA PERSPECTIVA DA CIDADE-REGIÃO GLOBAL. Alceli Ribeiro Alves Doutorando em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre em Geografia pela Universidade Queen Mary (QMUL). Pesquisador do LADIME (Laboratório de Dinâmicas Metropolitanas-UFPR). [email protected] RESUMO O objetivo desse trabalho consiste em analisar criticamente a hipótese de que o Aglomerado Metropolitano de Curitiba (AMC) representa uma escala de análise característica das cidades mundiais ou globais e que, portanto, possui grande importância econômica e política no cenário mundial. Dentre algumas dessas cidades mundiais já figuraram em debates anteriores as cidades de Londres, Nova York e Tóquio, mas também Los Angeles e São Paulo. Utilizando o repertório teórico-conceitual da Cidade-Região Global, formulada por SCOTT et al., (2001) e uma variedade de dados quantitativos extraídos de diferentes bancos de dados, o trabalho obteve resultados que nos permitem afirmar o aumento da importância da escala do AMC em relação a Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Contudo, as evidências obtidas nos permitem avaliar que o AMC, apesar de representar uma escala de análise relevante para a implantação de políticas públicas futuras, não nos permite rotulá-la como um recorte espacial de importância mundial tipificada comumente na literatura das cidades-regiões globais. Não obstante, o trabalho aponta também para a necessidade estendermos essas discussões e levantarmos novos questionamentos e debates no sentido de investigarmos outros temas pouco explorados nesta ocasião, tais como os políticos e sociais vinculados às temáticas aqui propostas. Palavras-chave: aglomerações urbanas, regiões metropolitanas, cidade-região global, comércio internacional, redes. CONSIDERATIONS ABOUT THE METROPOLITAN CONGLOMERATE OF CURITIBA USING A GLOBAL CITY-REGION PERSPECTIVE. ABSTRACT The aim of this paper is to critically analyse the hypothesis that the Agglomerated Metropolitan area of Curitiba (AMC) represents a spatial scale of analysis characteristic of world or global cities and, therefore, have great economic and political significance on the world stage. Amongst some of these world cities have figured in previous discussions the cities of London, New York and Tokyo, but also Los Angeles and São Paulo. Making use of a theoretical-conceptual repertoire called Global City- Regions, formulated by SCOTT et al. (2001), and a variety of quantitative data retrieved from different databases, the work presented here obtained results allowing us to assert the increasing significance of the AMC in relation to the Metropolitan Region of Curitiba (RMC). However, despite representing a significant scale of analysis for the implementation of future public policies, the evidences obtained in assessing the AMC do not allow us to label it as a spatial area of significant global importance commonly recognised in the global city-regions literature. Nevertheless, this work 712

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CONSIDERAÇÕES ACERCA DO AGLOMERADO METROPOLITANO

DE CURITIBA NA PERSPECTIVA DA CIDADE-REGIÃO GLOBAL.

Alceli Ribeiro Alves

Doutorando em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre em Geografia

pela Universidade Queen Mary (QMUL). Pesquisador do LADIME (Laboratório de

Dinâmicas Metropolitanas-UFPR).

[email protected]

RESUMO

O objetivo desse trabalho consiste em analisar criticamente a hipótese de que o Aglomerado

Metropolitano de Curitiba (AMC) representa uma escala de análise característica das cidades mundiais

ou globais e que, portanto, possui grande importância econômica e política no cenário mundial. Dentre

algumas dessas cidades mundiais já figuraram em debates anteriores as cidades de Londres, Nova York e Tóquio, mas também Los Angeles e São Paulo. Utilizando o repertório teórico-conceitual da

Cidade-Região Global, formulada por SCOTT et al., (2001) e uma variedade de dados quantitativos

extraídos de diferentes bancos de dados, o trabalho obteve resultados que nos permitem afirmar o aumento da importância da escala do AMC em relação a Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Contudo, as evidências obtidas nos permitem avaliar que o AMC, apesar de representar uma escala de

análise relevante para a implantação de políticas públicas futuras, não nos permite rotulá-la como um

recorte espacial de importância mundial tipificada comumente na literatura das cidades-regiões globais. Não obstante, o trabalho aponta também para a necessidade estendermos essas discussões e

levantarmos novos questionamentos e debates no sentido de investigarmos outros temas pouco

explorados nesta ocasião, tais como os políticos e sociais vinculados às temáticas aqui propostas.

Palavras-chave: aglomerações urbanas, regiões metropolitanas, cidade-região global,

comércio internacional, redes.

CONSIDERATIONS ABOUT THE METROPOLITAN CONGLOMERATE OF

CURITIBA USING A GLOBAL CITY-REGION PERSPECTIVE.

ABSTRACT

The aim of this paper is to critically analyse the hypothesis that the Agglomerated Metropolitan area of

Curitiba (AMC) represents a spatial scale of analysis characteristic of world or global cities and,

therefore, have great economic and political significance on the world stage. Amongst some of these world cities have figured in previous discussions the cities of London, New York and Tokyo, but also

Los Angeles and São Paulo. Making use of a theoretical-conceptual repertoire called Global City-

Regions, formulated by SCOTT et al. (2001), and a variety of quantitative data retrieved from different databases, the work presented here obtained results allowing us to assert the increasing

significance of the AMC in relation to the Metropolitan Region of Curitiba (RMC). However, despite

representing a significant scale of analysis for the implementation of future public policies, the evidences obtained in assessing the AMC do not allow us to label it as a spatial area of significant

global importance commonly recognised in the global city-regions literature. Nevertheless, this work

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also points to the need to extend these discussions and raise new questions and debates in order to

investigate other topics that have not been explored on this occasion, such as political and social issues

related to themes proposed here.

Keywords: urban agglomerations, metropolitan regions, global city-regions, international

trade, networks.

1. INTRODUÇÃO

Segundo estimativas das Nações Unidas o mundo passou a ter mais de sete bilhões de

habitantes em 2011 (Nações Unidas, 2011) sendo que, dentre esses, cerca de 40% vivia na

China e Índia. Muitos discursos e debates foram retomados em meio a esse processo

acelerado de crescimento populacional, tais como, a noção de sustentabilidade; a redução das

desigualdades sociais; a inclusão das minorias e; sobretudo, o surgimento de cidades com

grande importância não só sob o ponto de vista das aglomerações urbanas contidas em seus

territórios, mas também por funcionarem como plataformas fundamentais de sustentação para

atividades econômicas ocorrendo em escalamacrorregional e global.

Essas cidades ou aglomerações urbanas são tão economicamente dinâmicas que, de

acordo com Scott e Storper (2003, p.581), funcionam como “locomotivas das economias

nacionais”, no sentido de que a concentração de pessoas, trabalho, capital, infraestrutura, etc...

facilita o aparecimento de economias de aglomeração e estimula o surgimento

de“externalidades positivas em determinadas localidades.” (ibid). Nesse contexto, no qual

cidades e regiões são consideradas como motores fundamentais da economia mundial, um

instigante debate acadêmico emergiu nas últimas duas décadas e duas principais perspectivas

se destacaram: a ‘cidade-região global’de Scott et al., (2001) e ‘cidade-global’ de Sassen

(2000).

Movidas pela análise de autores como Hall (1966) e Friedmann e Wolff (1982) e, mais

recentemente, na noção de ‘cidades-globais’ formulada inicialmente em Sassen (1991), essas

perspectivas buscam compreender como as cidades mundialmente importantes se conectam

com outras localidades e como as relações estabelecidas entre elas geram dinâmicas/processos

que se refletem economicamente, politicamente, socialmente, etc. nas diversas escalas de

análise.

Em particular, Scott et al., (2001, p. 15) colocam grande ênfase na importância da

proximidade e da “propensão que certos tipos de atividades econômicas têm de se

aglomerarem em densos grupos ou clusters”. Já em Sassen (2007) essa ênfase não é tão

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evidente, uma vez que a perspectiva da cidade-global valoriza significativamente as

economias de conhecimento e as tecnologias de informação. Segundo Sassen (2007, p. 103),

“essas tecnologias, associada à capacidade de comunicação, podem integrar diversos sistemas,

independentemente do quão longe as operações de uma firma ou setor possam estar.”.

Em comum, essas perspectivas possuem a ideia de que as cidades formam as bases nas

quais o desenvolvimento pode ser alcançado, sobretudo por incluírem em seus territórios uma

ampla variedade de atividades econômicas, abrangendo, de tal modo, tanto o setor de serviços

e/ou manufatura como mão-de-obra e conhecimento especializados para o desempenho de

determinadas atividades.

Entretanto, parece-me que é com a ideia de proximidade e de relações em rede que a

noção de cidade-região mais se beneficia na compreensão das forças aglomerativas em

determinadas regiões e da relevância de suas respectivas atividades econômicas. Neste

sentido, Scott et al. (2001, p.15) consideram que é “o tipo e a estrutura da rede de relações e

transações” que nos auxiliam a compreender porque, mesmo considerando que existam

melhorias significativas nos sistemas de transporte e nas tecnologias de comunicação,

determinadas atividades econômicas são interconectadas com o resto do mundo embora ainda

necessitem da proximidade.

Ainda segundo os mesmos autores (2001, p.18),“os efeitos localizados da globalização

e reestruturação econômica têm resultado em mudanças significativas nos padrões de

estratificação social, distribuição de renda e demografia intrametropolitanas e nos estilos de

vida cotidiana”, elementos que, em conjunto, fazem parte daquilo que eles denominam de

“geografia social das cidades-regiões” (ibid)’. Em particular, isso tem alterado também a

morfologia espacial da cidade-região, de forma que atualmente elas estão se tornando cada

vez mais aglomerações policêntricas ou multi-agrupadas.

Nesse sentido, a noção de aglomerado urbano reflete de forma bastante adequada essa

complexidade na morfologia espacial das cidades-regiões. De acordo com o trabalho

denominado ‘Caracterização e Tendências da Rede Urbana Brasileira’, citado por Firkowski

(2001, p.129), o aglomerado metropolitano ou aglomerado urbano de caráter metropolitano

pode ser definido como

uma mancha de ocupação derivada de conurbação e/ou periferização, diretamente

polarizada pela metrópole, envolvendo municípios limítrofes com

contiguidade,continuidade e/ou descontinuidade de ocupação. Apresentam

população urbana e densidade demográfica elevadas, forte articulação econômica,

intensos fluxos de relações intermunicipais com comutação diária,

complementaridade funcional e população ocupada em atividades urbanas (setores

secundário e terciário).

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Ao adotar essa concepção reconheço que seria relevante levantar a discussão acerca

dos critérios para a inserção de municípios na Região Metropolitana de Curitiba (RMC)1 e da

própria construção das regiões metropolitanas brasileiras per se. Contudo, abstenho-me dessa

discussão para ater-me somente à dimensão espacial produzida pela metrópole Curitiba e seu

aglomerado urbano, embora seja também importante mencionar que tal discussão foi tratada

com grande riqueza dedetalhes em Firkowski e Moura (2001) e Firkowski (2009).

A metrópole Curitiba e, sobretudo, alguns dos principais municípios adjacentes à

metrópole, são de particular interesse nesse trabalho porque vêm se tornando um dos grandes

polos de atração para a atividade industrial, o que tem contribuído para a conformação

espacial de uma região muito peculiar sob o ponto de vista dos estudos demográficos, urbanos

e também da indústria. Em particular, a instalação de novas plantas industriais do setor

automobilístico no sentido leste/sudeste do município de Curitiba, a partir de 1995, tem

evidenciado, segundo Firkowski (2009, p.164), “uma tendência à expansão da mancha urbana

de Curitiba, ultrapassando os limites municipais e reforçando a constituição de um espaço

ampliado (...) o aglomerado Metropolitano de Curitiba.”2

Na tentativa de compreender essa nova dinâmica de localização da indústria

automobilística na RMC e a importância do Aglomerado Metropolitano de Curitiba (AMC),

agora inserido em um contexto mais amplo no cenário internacional, Bittencourt (2003) fez

uso da perspectiva da cidade-região global formulada por Scott et al. (2001). Considerando

Curitiba e os municípios do Núcleo Urbano Central (definidos pelo IPARDES, 2000) e uma

variedade de dados estatísticos (ex: demográficos, produção, investimentos, valor adicionado,

etc...) em sua análise o autor afirma que essa região conforma, ainda que de forma incipiente,

uma cidade-região global.

Embora reconheça a contribuição e ousadia (no melhor sentido que esse termo possa

ser utilizado) de Bittencourt em considerar explicitamente o aglomerado metropolitano de

Curitiba como uma cidade-região global, acredito ser necessário realizar uma reflexão

contínua e mais abrangente acerca do uso dessa abordagem e que, sobretudo, vincule a

1 RMC se refere aos municípios integrantes da Região Metropolitana de Curitiba. Para maiores detalhes acerca

dos municípios integrantes da RMC ver a seção 3: Materiais e Métodos. 2 De acordo com Firkowski (2009, p.37), o AMC é atualmente constituído por apenas 12 dos 26 municípios que

formam a RMC, “quais sejam, além de Curitiba, Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul,

Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara, São José dos Pinhais e Quatro

barras.”

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riqueza de informações e dados às próprias bases teóricas construídas na perspectiva da

cidade-região global.

No entanto, cabe reconhecer que o argumento de Bittencourt talvez possa obter maior

vigor considerando o contexto mais recente dos megaeventos esportivos realizados no Brasil

(ex: Copa do Mundo), onde Curitiba (comumente chamada de Capital Ecológica) agora é

apresentada como “cidade global”. A foto1, abaixo, nos mostra, mais uma vez, a estratégia do

“city marketing” utilizada pela municipalidade de Curitiba, porém, como uma nova

roupagem, construída à luz dos megaeventos esportivos que inseriram Curitiba como uma das

cidades-sede para os jogos da Copa do Mundo da FIFA 2014. A imagem contida na foto 1,

abaixo, revela a presença de um outdoor encontrado na principal Avenida (a Avenida das

Torres ou, como é também chamada, Avenida Comendador Franco) que conecta o Aeroporto

Internacional de Curitiba ao centro dessa mesma cidade.

Foto 1: Outdoor Localizado à Entrada da Cidade de Curitiba (Paraná) no período em

que a Cidade Recebeu os Jogos da Copa do Mundo da FIFA de 2014

Fonte: Alceli Ribeiro Alves

Assim, ao tentar resgatar e estender o debate iniciado em Bittencourt (2003) procuro

discutir a hipótese de que o AMC representa uma escala de análise característica da cidade-

região global formulada por SCOTT et al., (2001). Nesse sentido, busco identificar e analisar

algumas características importantes do AMC que possam ser vinculadas aos elementos

estruturantes na perspectiva da cidade-região global. Portanto, à luz dos referenciais teórico-

conceituais e do argumento lançado em Bittencourt (2003), o objetivo desse trabalho é buscar

informações e dados que permitam esclarecer um pouco mais acerca da proposição de que o

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AMC vem, de fato, sendo conformado nos moldes da cidade-região global formulados por

Scott et al (2001), conforme avalia Bittencourt.

Para tanto, o trabalho inicia com uma análise considerando alguns aspectos

importantes acerca da geografia econômica dos munícipios do AMC e da RMC, com a

finalidade de justificar a relevância do uso da escala do AMC no contexto da cidade-região

global. Em seguida, a análise busca estabelecer relações entre as áreas consideradas

objetivando encontrar evidências acerca da importância do AMC em um contexto mais

amplo, que insere o AMC à economia mundial através das relações de comércio. Neste

sentido, adoto uma perspectiva que privilegia a análise dos fluxos e níveis de conectividade

entre o AMC (e seus municípios) e os demais países e localidades estrangeiras, sobretudo pelo

enfoque dado aos linkages comerciais e as trajetórias de crescimento econômico influenciadas

pelas atividades relacionadas ao comércio exterior.

O trabalho está divido em cinco partes, incluindo essa introdução. Na segunda parte,

revisito alguns conceitos e estabeleço as temáticas que serão consideradas na análise. Na

terceira parte, apresento sucintamente os aspectos metodológicos e a divisão das categorias

espaciais de análise e sigo imediatamente para a análise dos resultados, que são apresentados

na quarta seção. Finalmente, na quinta seção, concluo o trabalho e reflito acerca da

importância do AMC como escala de análise no contexto da cidade-região e faço algumas

considerações que considero importantes com o objetivo de ampliarmos o debate dentro desse

contexto.

2. REVISITANDO CONCEITOS E ESTABELECENDO TEMÁTICAS PARA A ANÁLISE

DO AMC NA PERSPECTIVA DA CIDADE-REGIÃO.

Ao revisitar alguns dos conceitos fundamentais da cidade-região na perspectiva de

Scott et al., (2001) tornou-se evidente que as aglomerações urbanas formam a essência de

todos os demais aspectos que passam a ser analisados posteriormente no livro e, ao menos no

que diz respeito ao tamanho da população, poderia ser muito plausível considerar, de

imediato, Curitiba como uma cidade-região. Isso poderia ser justificado considerando

principalmente que, segundo os dados do censo demográfico do IBGE, o município de

Curitiba sozinho já continha, em 1980, uma população censitária com mais de um milhão de

habitantes.

Contudo, isso seria um pouco inadequado e certamente não refletiria o que, de fato,

Scott e os demais colegas tinham em mente quando se referiram a essa rígida linha de corte.

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Sem dúvida, cidades-regiões são aglomerações urbanas distintas e com um contingente

populacional bastante significativo, mas que, estão muito mais pautadas por fluxos, interações

e relações multiescalares e, sobretudo, por “funcionarem cada vez mais como nós espaciais

essenciais da economia global e como atores políticos específicos na cena mundial” (SCOTT

et al., 2001, p.11).

Ao mesmo tempo, devemos ter em mente que a construção desse novo repertório

teórico-conceitual se deve às limitações práticas de gestão daquilo que tradicionalmente

chamávamos (chamamos) de cidades. Visto que, hoje, muitas das mudanças que ocorrem na

economia mundial têm suas origens e manifestações em áreas que não estão limitadas às

fronteiras das cidades ou mesmo dos estados-nações, elas surgem e ocorrem em áreas que

extrapolam os limites político-administrativos estabelecidos antigamente.

Nesse sentido, Scott et al. (2001) deixam bastante clara a ideia de que foi o gradual

surgimento e importância das cidades-regiões que nos alertaram para a necessidade de

repensá-las como “um novo e decisivo fenômeno geográfico e institucional no atual estágio

da economia mundial.” (ibid, p.11). Ou seja, o que dá sustentação ao sistema ou a norma

vigente são as cidades-regiões e, sobretudo, as funções econômicas que elas desempenham e a

força política que possuem para provocar mudanças e estabelecer novos modelos de

desenvolvimento e políticas públicas.

Assim, a importância do AMC para a indústria, para o mercado de trabalho e para o

desenvolvimento econômico de suas respectivas cidades deve ser considerada, sobretudo

considerando as relações entre as cidades do AMC e as demais localidades estrangeiras.

Novas atividades produtivas foram criadas por firmas e trabalhadores em alguns dos

principais municípios do AMC e novas funções e oportunidades surgiram para as cidades do

AMC à medida que ele veio se integrando à economia mundial durante as duas últimas

décadas.

Com base na análise desses elementos estruturantes acredito ser possível contemplar,

ao menos parcialmente, aquilo que considero ser necessário para uma reflexão contínua e

mais abrangente se nos propomos a compreender a realidade do AMC e das relações entre

esse, seu entorno e as demais localidades analisadas através da perspectiva da cidade-região.

No entanto, antes de prosseguir com a apresentação e análise dos resultados, cabe uma

pequena ressalva no que concerne à metodologia. Esse será o tópico considerado na seção

seguinte.

718

3. MATERIAIS E MÉTODOS.

Com o objetivo de simplificar a análise e separar os munícipios em determinadas

categorias espaciais distintas foi estabelecida uma divisão com três grupos de munícipios, a

saber:

Grupo 1:CRC (Cidade-Região de Curitiba), que se beneficia da noção de aglomerado

metropolitano de Curitiba (AMC) adotada em Firkowski (2009, p. 37) e que, portanto,

abrange 12 municípios (Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo

Largo, Campo Magro, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras e

São José dos Pinhais), incluindo a metrópole Curitiba.

Grupo 2:RMC (Região Metropolitana de Curitiba), que compreende todos os 29

municípios da RMC legalmente institucionalizada.Segundo a COMEC (Coordenação da

Região Metropolitana de Curitiba) a RMC é composta por 29 municípios: Adrianópolis,

Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina

Grande do Sul, Campo do Tenente, Campo Largo, Campo Magro, Cerro Azul, Colombo,

Contenda, Curitiba, Doutor Ulysses, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Piên,

Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos

Pinhais, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.

Grupo 3: RMC-AMC, que compreende todos os municípios da RMC, exceto os

integrantes da Cidade-Região de Curitiba (CRC) ou aglomerado metropolitano de Curitiba

(AMC). Esse grupo é composto por 17 municípios: Adrianópolis, Agudos do Sul, Balsa

Nova, Bocaiúva do Sul, Campo do Tenente, Cerro Azul, Contenda, Doutor Ulysses,

Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Piên, Quitandinha, Rio Branco do Sul, Rio Negro, Tijucas do

Sul e Tunas do Paraná.

Os dados foram coletados de diferentes fontes e banco de dados, mas vale destacar a

ênfase dada aos dados disponíveis e coletados através do banco de dados do Estado do

Paraná, na figura do IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento) e do MDIC

(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Esses dados foram

coletados e, posteriormente, organizados por grupos de municípios seguindo a divisão ou

categorias espaciais mencionadas acima. Os resultados são apresentados na seção seguinte.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. AGLOMERADO METROPOLITANO DE CURITIBA: JUSTIFICANDO AS BASES.

719

Inicio meu argumento com um questionamento feito por SCOTT (2001, p.3) no

contexto da cidade-região e sua relação com as regiões metropolitanas. Scott faz referência às

maneiras nas quais as cidades-regiões são comumente definidas em relação às essas regiões

metropolitanas. Seu questionamento expõe o seguinte: “se as cidades-regiões possuem uma

marcada afinidade com as áreas metropolitanas o que mais pode tipificar elas”? Segundo ele,

o que caracteriza a cidade-região, de um modo geral, são os “processos de fusão territorial e

político em escala local ... especialmente em circunstâncias onde as unidades territoriais

adjacentes possuem um certo grau de interdependência funcional, mas que, até recentemente,

estiveram administrativamente ou politicamente separadas”. (ibid).

Ao desenvolver seu argumento, SCOTT (2001) faz menção ao tamanho das

economias. O autor ressalta a ideia de que cidades-regiões são regiões muito dinâmicas sob o

ponto de vista político e de que suas economias costumam ser relativamente grandes. Quando

analisamos os dados da economia do AMC e da RMC percebemos que apenas seis municípios

se destacaram significativamente em termos de PIB (a preços correntes) durante o ano de

2010. São eles: Curitiba, São José dos Pinhais, Araucária, Pinhais, Colombo e Campo Largo

(tabela 1).

Cabe ressaltar que a importância do AMC em relação à escala da RMC é significante

nesse contexto. Ao verificarmos com maior detalhe a participação dos municípios no que

concerne ao PIB total da RMC, percebemos que os municípios que mais contribuem com a

economia da RMC são os do AMC. Com o objetivo de ressaltar a importância do AMC

também nessa variável foi organizada uma tabela demonstrando o PIB de cada região e os

níveis de participação dos municípios do AMC no PIB da RMC. Os resultados desse

exercício são observados na tabela 2.

A importância do AMC no PIB da RMC é evidente. É claro que ambas as regiões

cresceram economicamente entre 2000 e 2010, mas o que nos chama a atenção é o fato de que

o AMC tem crescido mais do que a RMC. Isso é particularmente observado entre o período de

2005 a 2010, demonstrando que o AMC sustentou sua importância na economia da RMC

entre 2000 e 2005 e aumentou essa importância no ano de 2010.

Mas, o que é interessante notar aqui é como a trajetória dos principais municípios do

AMC tem se alterado ao longo da última década. Pinhais, sobretudo, aumentou

expressivamente seu PIB em 208,8% entre 2005 e 2010, São José dos Pinhais experimentou

trajetória semelhante, porém com menor magnitude (tabela 3). Já Curitiba e Araucária

praticamente mantiveram o bom desempenho da economia durante esse período. Em suma,

720

apenas esses quatro municípios juntos foram responsáveis por 92,2% de todo o PIB do

aglomerado em 2010.

Tabela 1: PIB a Preços Correntes (R$1.000,00) dos Munícipios da RMC, 2000, 2005 e

2010.

N. Municípios da RMC PIB 2000 PIB 2005 PIB 2010

1 Curitiba 16.391.052 29.672.565 53.106.497

2 São José dos Pinhais 3.685.026 6.469.185 13.690.888

3 Araucária 3.894.254 7.082.490 12.371.028

4 Pinhais 804.145 1.454.940 4.493.030

5 Colombo 633.216 1.173.268 2.128.436

6 Campo Largo 679.572 1.114.213 1.640.607

7 Lapa 225.865 442.885 778.810

8 Almirante Tamandaré 237.980 480.893 723.921

9 Fazenda Rio Grande 153.730 370.281 618.794

10 Quatro Barras 167.769 324.586 609.314

11 Rio Negro 250.303 384.703 590.210

12 Campina Grande do Sul 124.665 294.233 584.847

13 Rio Branco do Sul 243.016 377.398 583.346

14 Piraquara 159.350 349.307 547.470

15 Balsa Nova 112.833 177.248 290.361

16 Piên 115.749 222.784 280.431

17 Mandirituba 69.779 158.972 276.214

18 Cerro Azul 68.798 132.987 216.287

19 Tijucas do Sul 33.243 89.533 214.052

20 Campo Magro 57.367 102.815 208.683

21 Itaperuçu 49.700 91.840 204.988

22 Contenda 43.417 102.811 159.101

23 Quitandinha 31.748 66.641 151.327

24 Bocaiúva do Sul 23.504 55.420 107.807

25 Campo do Tenente 24.332 47.333 106.380

26 Doutor Ulysses 23.077 76.258 103.024

27 Adrianópolis 14.265 27.050 85.481

28 Agudos do Sul 16.236 39.691 73.931

29 Tunas do Paraná 8.059 70.939 49.315

Total 28.342.050 51.453.269 94.994.580

Fonte: IPARDES. Nota: Os municípios destacados em negrito compõem o AMC.

721

Tabela 2: Importância do PIB do AMC em relação ao PIB Total da RMC, 2000, 2005,

2010.

Municípios 2000 2005 2010 % mudança 2000-2005

% mudança 2005-2010

PIB total do AMC 26.988.126 48.888.776 90.723.515 81,1 85,6

PIB total da RMC 28.342.050 51.453.269 94.994.580 81,5 84,6

PIB AMC/PIB RMC 95% 95% 96%

Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IPARDES. Nota: PIB a Preços Correntes

(R$1.000,00).

Tabela 3: Mudanças ao longo do tempo e importância do PIB de cada município do

AMC em 2010.

N. Municípios % mudança

no PIB 2000-2005

% mudança

no PIB 2005-2010

% em relação ao

PIB do AMC, 2010

% acumulada,

2010

AMC

1 Curitiba 81,0 79,0 58,5 58,5

2 São José dos Pinhais 75,6 111,6 15,1 73,6

3 Araucária 81,9 74,7 13,6 87,3

4 Pinhais 80,9 208,8 5,0 92,2

5 Colombo 85,3 81,4 2,3 94,6

6 Campo Largo 64,0 47,2 1,8 96,4

7 Almirante Tamandaré 102,1 50,5 0,8 97,2

8 Fazenda Rio Grande 140,9 67,1 0,7 97,9

9 Quatro Barras 93,5 87,7 0,7 98,5

10 Campina G. do Sul 136,0 98,8 0,6 99,2

11 Piraquara 119,2 56,7 0,6 99,8

12 Campo Magro 79,2 103,0 0,2 100,0

Fonte: Elaborado pelo autor com base no Banco de dados do Estado do Paraná (IPARDES)

Ao analisarmos o AMC, no contexto de sua inserção à economia mundial, torna-se

imprescindível examinar quais empresas operam nos municípios do aglomerado e como elas

contribuem para o estabelecimento de relações com outras localidades. São essas empresas e

relações que passaremos a analisar na seção 4.2, investigando os linkages comerciais

estabelecidos entre os municípios do AMC e alguns dos principais países e localidades

estrangeiras.

722

4.2. PRINCIPAIS FIRMAS DO AMC: SETORES DE ATUAÇÃO E LINKAGES

COMERCIAIS.

Para obter uma visão um pouco mais ampla acerca da importância do aglomerado

optou-se por realizar uma análise sucinta das principais empresas que operam no Estado do

Paraná como um todo, para que, em seguida, pudéssemos focar naquelas que mais se

destacam e observar se elas estão, conforme assumimos anteriormente, inseridas no AMC.

Dentre as dez principais empresas exportadoras três estão no AMC (Renault do

Brasil S.A, Volkswagen do Brasil LTDA, Petróleo Brasileiro S.A Petrobras). (Tabela 4). A

Petróleo Brasileiro S.A Petrobras é uma das gigantes do AMC, mas a indústria

automobilística também demonstrou ser outro setor importante a contribuir com a dinâmica

do AMC na última década, sobretudo pela presença das empresas Renault do Brasil S.A e

Volkswagen do Brasil LTDA, ambas localizadas no município de São José dos Pinhais.

Outro aspecto importante que deve ser observado no desempenho das exportações

paranaenses, trata-se do aumento no valor das exportações. Esse aumento foi observado em

todas as dez principais empresas exportadoras durante o período de 2008 e 2010, a única

exceção é a Bunge alimentos S/A, que possui instalações em quatro municípios do estado

(Cascavel, Maringá, Ponta Grossa e Paranaguá), todas localizadas fora do AMC.

Esse desempenho nas exportações reflete um pouco o bom momento observado em

vários outros setores da indústria que se destacaram ao longo dos últimos anos. Segundo a

SEIM (Secretaria da Indústria, do Comércio e Assuntos do MERCOSUL) os itens que mais se

destacaram em 2012 “foram ‘Material Eletrônico e de Comunicações’ (+22,84%), ‘Têxteis’

(+20,54%) e ‘Vestuário’ (+18,29%). Além disso, o setor de ‘Veículos Automotores’, com

aumento de 15,96% em suas vendas no ano, foi o que teve maior contribuição proporcional

para o desempenho positivo acumulado no ano por toda a indústria paranaense.” (SEIM, site

oficial).

Considerando esse panorama positivo da economia paranaense é possível supor que

alguns dos principais municípios do aglomerado se destacam em termos das conexões

(linkages) que estabelecem, através de suas firmas, com outras localidades importantes. Nesse

sentido, a intenção é investigar mais intimamente alguns desses linkages entre localidades e

compreender em que medida os munícipios do aglomerado também estão incluídos e

interligados nesse processo de inserção à economia mundial.

Contudo, esse exercício é limitado, pois que abrange somente a análise dos linkages

comerciais de quatro das principais economias do aglomerado, Curitiba, São José dos Pinhais,

723

Araucária e Pinhais. Quatro tabelas foram organizadas abaixo apresentando os linkages

comerciais de cada um desses quatro municípios com os seus dez principais países

importadores e exportadores em 2012. Inicio com Curitiba. A tabela 5 nos revela que

Curitiba, assim como parcela significativa de países ao redor do mundo, busca seus produtos

no mercado Chinês.

Tabela 4: Principais Empresas Exportadoras no Paraná em 2008 e 2010

Empresas

US$ FOB

2008

% do valor

exportações

2008

US$ FOB

2010

% do valor

exportações

2010 Renault do Brasil S.A 544.213.106 7,07 1.003.154.844 10,02

COAMO (Coop. Agropecuária

Mouraoense Ltda).

661.627.183 8,59 706.765.909 7,06

Cargill Agrícola S.A 375.542.004 4,88 699.128.785 6,99

Sadia S.A 668.811.085 8,69 696.755.635 6,96

Usina de Açúcar Santa Terezinha

LTDA

393.118.621 5,11 679.600.720 6,79

Bunge alimentos S/A 585.738.982 7,61 570.829.701 5,70

Volkswagen do Brasil LTDA 499.658.783 6,49 557.536.833 5,57

Petróleo Brasileiro S.A Petrobras 334.132.781 4,34 356.265.498 3,56

CHS do Brasil-Grãos e fertilizantes Ltda.

306.355.794 3,98 325.190.970 3,25

ADM do Brasil LTDA 279.741.946 3,63 295.883.787 2,96

Demais empresas 3.049.957.082 39.62 4.115.624.638 41,13

Total exportado 7.698.897.367 100,00 10.006.737.320 100,00

Fonte: Coordenadoria de Assuntos Internacionais e do MERCOSUL- Governo do Paraná. (SEIM)

Dentre o valor total das importações feitas por Curitiba cerca de 33,5% está

relacionado às transações com a China, o que demonstra alto grau de conectividade entre

essas duas localidades. Contudo, a Suécia também aparece como um importante país

exportador para o mercado Curitibano, sobretudo se considerarmos a presença da Volvo,

localizada na Cidade Industrial de Curitiba. Já outros países como a Alemanha e os Estados

Unidos também estabelecem fluxos de comércio com Curitiba, tanto através de importações

como exportações. A tabela 5 ainda sugere que os países da América do Sul estão entre os

principais mercados consumidores de produtos exportados pelo município de Curitiba.

Já as transações comerciais envolvendo o município de São José dos Pinhais são um

pouco distintas sob o ponto de vista dos parceiros comerciais e sugerem que a indústria

automobilística é um dos principais motores da economia do município. Uma análise ao nível

dos produtos comercializados seria necessária para compreender melhor os fluxos de

724

comércio ligados a São José dos Pinhais, mas existem fortes indícios que apontam nessa

direção. Isso é evidente principalmente se consideramos a França e a Alemanha (países-sede

das montadoras Renault e Volkswagen) como um dos principais parceiros comerciais do

município, conforme indica a tabela 6.

Tabela 5: Linkages Comerciais com Curitiba: Principais Países de Origem das

Importações e Destino para as Exportações em 2012. 10 principais países de

origem das importações

Valor das

importações

(US$ FOB)

% Part.

10 principais países

de destino das

exportações

Valor das

exportações

(US$ FOB)

% Part.

CHINA 1.491.759.663 33,56 ARGENTINA 302.497.486 17,58

ESTADOS UNIDOS 422.283.253 9,5 ALEMANHA 229.733.827 13,35

ALEMANHA 290.931.561 6,54 PERU 228.997.660 13,31

SUÉCIA 257.326.493 5,79 CHILE 160.698.645 9,34

ITÁLIA 181.561.832 4,08 ESTADOS

UNIDOS 133.313.444 7,75

CORÉIA DO SUL 164.398.367 3,7 URUGUAI 122.511.813 7,12

ARGENTINA 136.405.118 3,07 HOLANDA 71.200.915 4,14

JAPÃO 130.212.191 2,93 COLÔMBIA 58.693.440 3,41

REINO UNIDO 125.953.705 2,83 PARAGUAI 49.912.457 2,9

TAIWAN 123.845.604 2,79 BOLÍVIA 44.405.150 2,58

Fonte: Compilado com bases em dados disponibilizados pela SECEX (Secretária de Comércio

Exterior).

No entanto, além de países mais próximos como Argentina, Colômbia, Chile e

México, outros países do Centro e Leste Europeus (ex: Romênia) aparecem como um dos

principais parceiros comerciais do município de São José dos Pinhais. Além disso, as relações

com a China também fazem parte da dinâmica de comércio ligando São José dos Pinhais ao

oriente. Juntamente com Curitiba, o município de São José dos Pinhais, portanto, é um dos

municípios do AMC que possuem maiores linkages comerciais com países estrangeiros.

Enquanto as transações comerciais do município de Araucária com outras localidades

parecem indicar a participação em potencial de produtos ligados a indústria petrolífera (tabela

7), são as transações comerciais envolvendo o município de Pinhais que apresentam

características um pouco distintas (tabela 8). Dentre os países que aparecem como alguns dos

principais exportadores para o município de Pinhais estão China, Indonésia e Vietnã. Esses

são um dos países mais importantes na produção de produtos de artigos têxteis e de borracha,

sobretudo por serem produtos típicos de indústrias com baixas barreiras para a entrada de

novos produtores.

725

Tabela 6: Linkages Comerciais com São José dos Pinhais: Principais Países de Origem

das Importações e Destino para as Exportações em 2012.

10 principais países

de origem das importações

Valor das

importações (US$ FOB)

% Part.

10 principais países

de destino das exportações

Valor das

exportações (US$ FOB)

% Part.

ARGENTINA 1.710.391.315 33,5 ARGENTINA 1.206.533.559 63,53

MÉXICO 751.424.962 14,72 COLÔMBIA 154.375.254 8,13

FRANÇA 670.390.493 13,13 MÉXICO 127.388.366 6,71

ALEMANHA 363.835.484 7,13 CHINA 40.989.684 2,16

ESPANHA 279.086.712 5,47 PERU 34.450.365 1,81

CHINA 269.973.480 5,29 FRANÇA 31.457.590 1,66

ROMÊNIA 166.612.915 3,26 TAILÂNDIA 31.393.709 1,65

TAILÂNDIA 145.056.047 2,84 ALEMANHA 28.600.450 1,51

JAPÃO 102.837.258 2,01 VENEZUELA 25.391.985 1,34

CHILE 102.250.526 2 ESTADOS

UNIDOS 21.820.833 1,15

Fonte: Compilado com bases em dados disponibilizados pela SECEX (Secretária de Comércio Exterior).

Nesse sentido, justifica-se a presença de determinados produtos provenientes desses

países no mercado pinhainhense. Isso é corroborado se consideramos que dentre os principais

produtos importados pelo munícipio estão os calçados para esportes, materiais têxteis e sola

de borracha e calçados para outros esportes contendo componentes materiais de borracha e

plástico. Esses produtos foram responsáveis por mais de 55 milhões em importações

realizadas por Pinhais em 2012 (SECEX, site oficial). Além disso, podemos assumir que isso

também possui implicações importantes para o mercado de trabalho em Pinhais, uma vez que

a grande maioria da população ocupada neste município se dedica a atividades econômicas

ligadas às indústrias de transformação. (IPARDES, 2012, p.15).

O que me parece interessante também notar nessas relações comerciais envolvendo os

quatro principais municípios do AMC e os países estrangeiros é a importância da

proximidade. Sem dúvida, os munícipios do AMC possuem linkages com localidades bastante

distantes, porém, os países do MERCOSUL e da América do Sul de um modo geral são as

principais rotas de origem e destino dos produtos comercializados, indicando que a

proximidade é um dos fatores que ainda desempenham papel importante na dinâmica

econômica dos municípios do AMC.

726

Tabela 7: Linkages Comerciais com Araucária: Principais Países de Origem das

Importações e Destino para as Exportações em 2012.

10 principais países de origem

das importações

Valor das importações

(US$ FOB)

% Part.

10 principais países de destino das

exportações

Valor das exportações

(US$ FOB)

% Part.

NIGÉRIA 2.256.390.204 69 HOLANDA 361.382.397 23,07

ESTADOS UNIDOS 208.903.153 6,39 * 303.966.301 19,41

DINAMARCA 119.765.594 3,66 URUGUAI 261.481.745 16,69

CHINA 106.884.379 3,27 ARGENTINA 145.077.067 9,26

ARGÉLIA 102.646.946 3,14 PARAGUAI 66.845.642 4,27

SUÉCIA 82.900.416 2,54 ITÁLIA 64.358.827 4,11

MÉXICO 62.478.134 1,91 FRANÇA 61.477.173 3,93

CHILE 37.103.411 1,13 BOLÍVIA 48.748.745 3,11

ALEMANHA 35.837.091 1,1 CUBA 27.295.435 1,74

ITÁLIA 28.450.643 0,87 CHINA 25.739.143 1,64

Fonte: Compilado com bases em dados disponibilizados pela SECEX (Secretária de Comércio

Exterior). Nota: * O autor acredita haver um equívoco neste campo, pois parece haver falhas na edição da tabela.

No documento original consta ‘Provisão de navios e Aeronaves’ ao invés do país que estaria

posicionado como o segundo em termos de destino para as exportações.

Tabela 8: Linkages Comerciais com Pinhais: Principais Países de Origem das

Importações e Destino para as Exportações em 2012.

10 principais

países de origem das importações

Valor das

importações (US$ FOB)

% Part.

10 principais países

de destino das exportações

Valor das

exportações (US$ FOB)

% Part.

CHINA 121.189.344 23,64 ARGENTINA 22.754.730 38,21

INDONÉSIA 61.888.716 12,07 PARAGUAI 5.909.451 9,92

ALEMANHA 36.214.240 7,06 EQUADOR 4.654.875 7,82

VIETNÃ 30.143.514 5,88 MÉXICO 4.651.266 7,81

ESPANHA 28.711.755 5,6 VENEZUELA 3.837.517 6,44

SUÉCIA 28.397.552 5,54 ESTADOS UNIDOS 3.784.224 6,36

ESTADOS UNIDOS 25.221.540 4,92 PERU 1.709.645 2,87

ARGENTINA 19.090.010 3,72 CHILE 1.477.098 2,48

ITÁLIA 16.995.892 3,32 URUGUAI 1.434.354 2,41

ÍNDIA 14.419.195 2,81 BOLÍVIA 1.186.385 1,99

Fonte: Compilado com bases em dados disponibilizados pela SECEX (Secretária de Comércio

Exterior).

Além disso, parece-me evidente que o AMC se destaca como uma região de grande

dinamismo e também conectividade com outras localidades, conforme vimos nesta seção. Isso

727

pode ser afirmado, sobretudo considerando que, segundo os dados do MDIC, cerca de 50 %

de todo o comércio realizado pelo Estado do Paraná (exportações + importações), em 2012,

foi realizado pelos munícipios do AMC. Tendo considerado isso, o foco agora consiste em

analisar como essas atividades comerciais, inserindo os municípios do AMC em nível

internacional, influenciam nos níveis de crescimento econômico e revelam a importância do

comércio exterior para as economias dos municípios. Esses serão os tópicos a serem tratados

na seção seguinte.

4.3. A ABERTURA ECONÔMICA DO AMC: IMPLICAÇÕES PARA OS MUNICÍPIOS

NO QUE CONCERNE O COMÉRCIO INTERNACIONAL E O CRESCIMENTO

ECONÔMICO.

Inicialmente analiso a balança comercial mais recente dos municípios da RMC e do

AMC. Através da tabela 9, é possível notar que há um saldo negativo na balança comercial

dessas duas regiões. Somente Lapa, Rio Negro e Tunas do Paraná obtiveram um superávit

comercial em 2012. Isso significa dizer que todos os municípios do AMC sofreram um déficit

comercial em 2012.

Mais uma vez, percebemos a importância, sob o ponto de vista econômico, de apenas

quatro municípios do aglomerado (São José dos Pinhais, Curitiba, Araucária e Pinhais)

representando os municípios que mais movimentam a economia do AMC. Contudo, São José

dos Pinhais, Curitiba e Araucária foram também os principais responsáveis pelo desiquilíbrio

no saldo da balança comercial. Segundo os dados da SECEX, em 2012, esses munícipios

contabilizaram, no agregado, um saldo negativo na balança comercial no valor de

aproximadamente 7,5 bilhões de dólares americanos.

Uma perspectiva alternativa para tentarmos compreender esses números seria através

da influência que os níveis médios de PIB per capita possuem na variação do comércio

exterior. Seria muito plausível assumir, por exemplo, que o aumento relativo da renda da

população nas últimas décadas tem afetado aquilo que o Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior (MDIC) denomina de corrente de comércio, ou seja, o total de

comércio transacionado pelos municípios com os demais países estrangeiros.

728

Tabela 9: Balança Comercial dos Municípios da RMC, 2012 (Jan / Dez) US$ FOB.

N. Municípios Exportação Importação Saldo

1 São José dos Pinhais 1.899.145.933 5.105.004.985 -3.205.859.052

2 Curitiba 1.720.878.886 4.445.535.659 -2.724.656.773

3 Araucária 1.566.249.952 3.270.187.629 -1.703.937.677

4 Pinhais 59.546.142 512.635.594 -453.089.452

5 Campo Largo 81.314.172 270.744.179 -189.430.007

6 Quatro Barras 65.154.196 199.584.074 -134.429.878

7 Lapa 91.301.664 16.171.274 75.130.390

8 Piraquara 1.766.509 103.230.658 -101.464.149

9 Fazenda Rio Grande 19.457.556 80.042.865 -60.585.309

10 Colombo 16.010.067 63.449.569 -47.439.502

11 Campina Grande do Sul 3.311.120 42.337.496 -39.026.376

12 Rio Negro 16.498.951 5.721.407 10.777.544

13 Piên 7.431.357 13.020.995 -5.589.638

14 Balsa Nova 18.036.174 2.409.156 15.627.018

15 Rio Branco do Sul 4.059.141 16.005.166 -11.946.025

16 Almirante Tamandaré 3.298.042 14.413.740 -11.115.698

17 Mandirituba 1.348.915 11.203.038 -9.854.123

18 Campo Magro 8.422.170 3.565.449 4.856.721

19 Quitandinha 0 8.626.388 -8.626.388

20 Tunas do Paraná 6.514.204 0 6.514.204

21 Contenda 1.016.203 2.093.591 -1.077.388

22 Cerro Azul 0 2.535.863 -2.535.863

23 Tijucas do Sul 62.104 1.702.310 -1.640.206

24 Bocaiúva do Sul 139.041 250.926 -111.885

25 Adrianópolis 0 250.455 -250.455

26 Agudos do Sul 0 113.813 -113.813

27 Itaperuçu 0 10.091 -10.091

28 Campo do Tenente 0 3.867 -3.867

29 Doutor Ulysses ... ... ...

Fonte: Compilado com bases em dados disponibilizados pela SECEX (Secretária de Comércio

Exterior).

Essa aproximação é bastante útil, uma vez que a análise da corrente de comércio

reflete diferentes níveis de interação e abertura econômica e, em particular, o grau de

conectividade do AMC com os demais países. Logo, verificou-se também em que medida as

exportações e importações desses municípios se relacionam com os níveis de crescimento

729

econômico. A figura 1 mostra as variações no PIB e nos fluxos de comércio (exportação e

importação) dos municípios do AMC entre 2000 e 2010.

Figura 1: Exportações, Importações e PIB do AMC, 2000-2010.

Fonte: Compilado com base no banco de dados do IPARDES e MDIC.

Através da análise da figura 1 é possível perceber que a economia dos munícipios do

AMC cresceu muito acima dos níveis de importação e exportação, todavia, ambos os fluxos

de comércio estão positivamente relacionados com variações no PIB, sugerindo que a

participação dos munícipios do AMC em mercados internacionais tem facilitado o

crescimento de suas respectivas economias. Portanto, exportações e importações continuam

refletindo no desempenho da economia do AMC, sendo que São José dos Pinhais, Curitiba e

Araucária são os munícipios que mais exportam e importam no AMC e, juntamente com

Paranaguá, representam os municípios que possuem maior conexão com as demais

localidades e países estrangeiros.

A figura 2 nos revela que apenas alguns municípios se sobressaem em termos do

quanto à abertura para os mercados internacionais se reflete na importância do comércio

exterior para as suas respectivas economias. Dentre esses municípios se destacam São José

dos Pinhais, Quatro Barras e Araucária. Esses munícipios apresentam forte conexão como os

mercados internacionais e suas economias estão muito pautadas à capacidade de participarem

efetivamente em atividades relacionadas ao comércio exterior.

De um modo geral, a grande maioria dos municípios do AMC não está inserida de

forma tão intensa nessas atividades, embora existam variações significativas de município

para município nas diversas atividades econômicas que porventura possam ser consideradas.

Curitiba está muito distante em relação aos demais municípios apresentados no gráfico,

embora possua PIB relativamente elevado. Isso se justifica, ao menos parcialmente, porque o

730

município possui algumas particularidades que possibilitam exercer certo grau de centralidade

em relação aos demais (ver também tabela 10).

De acordo com os dados da tabela 10, é evidente que o emprego está concentrado na

metrópole Curitiba, que é responsável por abranger 84,5% dos empregos na RMC em

atividades mais especializadas como medicina e odontologia, 85,2% no ensino e 79,1% em

atividades relacionadas à administração pública direta e indireta. Além disso, a economia

Curitibana é bastante diversificada e possui um setor de serviços bastante desenvolvido, o que

explica parcialmente a menor participação do emprego deste município na indústria. A

indústria, por sua vez, tende a ser localizada em outros municípios próximos à Curitiba e que

também estão mais diretamente relacionados às atividades ligadas ao comércio internacional.

Esses municípios não estão localizados na metrópole Curitiba, mas sim nas suas proximidades

e, ainda, dentro do AMC.

Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IPARDES, MDIC, SECEX, SISCOMEX.

Notas: Para a variável ‘comércio exterior’ não foram contabilizados os dados do município de

Doutor Ulysses. Tais dados inexistem ou não foram disponibilizados.

731

Tabela 10: Emprego na RMC e Curitiba e Participação Relativa de Curitiba no

Emprego da RMC, 2011. Variável RMC CURITIB

A

% RELATIVA Emprego Curitiba/ Emprego RMC

Empregos - Total 1.306.359 898.099 68,7

Empregos - Serviços - Total 724.296 563.607 77,8

Empregos – Adm. Pública Dir. e Indireta 237.164 187.574 79,1

Empregos - Comércio - Total 235.804 158.033 67,0

Empregos - Indústria - Total 258.497 127.021 49,1

Empregos - Transporte e Comunicações 91.925 53.300 58,0

Empregos - Construção Civil 78.749 47.881 60,8

Empregos - Ensino 48.711 41.496 85,2

Empregos – Serv. Méd.; Odont. e Vet. 48.735 41.162 84,5

Fonte: IPARDES

Embora reveladores de uma interação muito clara dos municípios do AMC com os

demais países e localidades estrangeiras e do grau de interdependência em atividades

relacionadas ao comércio exterior, tais resultados não são surpreendentes, uma vez que a

maioria dos municípios do aglomerado segue a tendência observada também em âmbito

nacional. Em economias grandes, como as do Brasil, a proporção das exportações em relação

ao PIB é muito menor, já que a demanda doméstica tende a apresentar maior importância

relativa do que os mercados estrangeiros.

Por sua vez, o crescimento do comércio exterior e sua importância para os municípios

que se destacam no aglomerado não só indicam uma maior integração e conexão desses

municípios à economia mundial, mas também um grau de dependência dos produtores locais

em relação à demanda por produtos e serviços provenientes de outros mercados estrangeiros.

Nesse sentido, esses municípios e seus produtores são estimulados a se especializar em

determinadas atividades, tais como a indústria automobilística em São José dos Pinhais e a

petrolífera em Araucária.

5. CONCLUSÃO

Ao final dessa longa tarefa, centrada na busca e análise de informações e dados que

permitam reafirmar a escala do AMC como uma cidade-região global, consolidada e com

Curitiba representando o núcleo urbano principal, chegamos a algumas conclusões

importantes. Vimos que o AMC é uma escala que apresenta características importantes e que

732

justificam a necessidade de serem analisadas através da perspectiva da cidade-região global.

Esse é o caso principalmente se consideramos o tipo e o porte de empresas localizadas no

AMC, os linkages comerciais envolvendo os munícipios do AMC e demais países e

localidades estrangeiras e, sobretudo, a importância do comércio exterior para as economias

dos municípios.

Portanto, o AMC demonstrou ser um terreno fértil para continuarmos analisando a

inserção de seus munícipios à dinâmica da economia global. Contudo, a importância

econômica mundial do AMC parece estar muito mais vinculada a poucos municípios

integrantes do aglomerado, o que nos incita a indagar em que medida o AMC possui uma

dinâmica característica da cidade-região global elaborada em Scott et al. (2001).

Neste sentido, é importante salientar que existem alguns municípios da RMC que não

apresentam forte tendência a serem economicamente dinâmicos se comparados a alguns dos

munícipios do AMC. Por outro lado, existem também municípios fora da RMC e do AMC

que possuem algumas características semelhantes a alguns dos municípios mais

representativos do AMC, porém não estão inseridas nessa escala de análise, embora estejam

relativamente próximos à dinâmica da metrópole e seus municípios. Esse é o caso de

Paranaguá e Ponta Grossa. Compreender, de fato, quais municípios apresentam forte

tendência a serem economicamente e politicamente dinâmicos no contexto da cidade-região

requer um esforço ainda maior.

Portanto, afirmar que o AMC representa uma escala de análise característica da

cidade-região me parece pouco prudente, pois que os dados utilizados neste trabalho estão

muito restritos à análise dos linkages econômicos envolvendo os municípios do AMC.

Embora tal análise sugira a existência de um certo grau de dinamismo da economia do AMC e

possa também ter contribuído no sentido de reconhecê-la como uma cidade-região global,

considero-a um pouco limitada para fazer tal afirmação. Assim, as evidências encontradas

nesse trabalho apontam na mesma direção das conclusões feitas por Diniz (2006, p.22), ou

seja, o AMC “não chega a constituir uma cidade global.”

No entanto, considero também que a resposta para tal afirmação ainda está aberta para

novos questionamentos, enfoques e debates, principalmente se adotarmos uma abordagem que

valorize outros aspectos que não estejam somente relacionados ao econômico, tais como os

aspectos políticos e sociais, que também são importantes na perspectiva da cidade-região

formulada por Scott et al. (2001) e que, devido ao escopo desse trabalho, foram

completamente ignorados na discussão. O mesmo pode ser dito em torno da discussão do

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marketing da cidade de Curitiba como “cidade global” no contexto dos megaeventos

esportivos (ex; Copa do Mundo) que, conforme percebemos, também deixou de ser explorada

nesse trabalho. Contudo, se esse trabalho serviu também para ampliar os debates nesses

aspectos e alertar sobre essa necessidade de realmente repensá-los no contexto do AMC e da

cidade-região global, então posso afirmar que o trabalho foi bastante válido no sentido de dar

este ponto pé inicial para essa análise.

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