cenários de futuro para a cadeia do biodiesel do rio grande do sul

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1 Cenários de Futuro para a Cadeia do Biodiesel do Rio Grande do Sul Guilherme Luís Roehe Vaccaro (UNISINOS) [email protected] Christopher Rosa Pohlmann (UNISINOS) [email protected] André Cirne Lima (IEL-RS) [email protected] Manoela Silveira dos Santos (IEL-RS) [email protected] Luís Felipe Riehs Camargo (UNISINOS) [email protected] Resumo: Este artigo apresenta uma análise de cenários prospectivos para a cadeia produtiva de biodiesel do Rio Grande do Sul, com horizonte em 2020. As análises técnicas foram desenvolvidas com base em dados setoriais, em indicadores de variáveis econômicas associadas à cadeia do biodiesel nacional e do Estado do Rio Grande do Sul, em percepções de especialistas, de representantes dos setores, de membros dessa cadeia e em informações de tendências perceptíveis para o cenário mundial no período considerado. O método utilizado para análise e compilação dos dados foi o Pensamento Sistêmico e Planejamento de Cenários, que alia conceitos e métodos da Dinâmica de Sistemas (STERMAN, 2000; SENGE, 1996) e do Planejamento de Cenários (SCHWARTZ, 2006). O estudo foi realizado na forma de um projeto desenvolvido pelo Observatório de Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (ODI-IEL/FIERGS-RS), em parceria com a UNISINOS, com duração aproximada de cinco meses. Palavras-chave: biodisel, dinâmica de sistemas; planejamento de cenários. 1. Introdução O tema biodiesel, no contexto nacional, tomou força com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), implementado em 2005 pelo Governo Federal (BRASIL, 2009). Esse programa foi o marco regulatório que incorporou o biodiesel à matriz energética brasileira, impulsionando a estruturação de um setor focado nesse tema. Um dos objetivos do PNPB é dar condições de funcionamento ao mercado do biodiesel no Brasil, estabelecendo, por exemplo, percentuais de mistura obrigatória desse biocombustível ao diesel. Soma-se a esse mecanismo uma política de sustentação do preço do biodiesel, sem a qual, na configuração atual, o biodiesel teria sua viabilidade econômica comprometida. Nos dias atuais, o biodiesel seria inviável em mercado livre, pois concorreria diretamente com o diesel, cujo preço ao consumidor é muito inferior ao do biodiesel. Por conseqüência, hoje, o principal mecanismo de determinação da demanda de biodiesel no mercado nacional é o percentual mínimo de mistura regulamentado pelo PNPB. Outros objetivos do PNPB são: incentivar a diversificação da oferta de matérias- primas energéticas para a produção de biodiesel em todas as regiões do País; e integrar a agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel. Esse último objetivo é considerado estratégico para o Governo Brasileiro, que identifica na força motriz da produção deste biocombustível um meio para promover o aumento da renda e a inclusão social dos pequenos agricultores (BRASIL, 2003). Em três anos de existência, o PNPB obteve avanços para a cadeia nacional de produção de biodiesel, principalmente: no processo de comercialização do biodiesel por meio de leilões, nas questões de logística de distribuição, no maior envolvimento dos atores, na

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Cenários de Futuro para a Cadeia do Biodiesel do Rio Grande do Sul

Guilherme Luís Roehe Vaccaro (UNISINOS) [email protected]

Christopher Rosa Pohlmann (UNISINOS) [email protected]

André Cirne Lima (IEL-RS) [email protected]

Manoela Silveira dos Santos (IEL-RS) [email protected]

Luís Felipe Riehs Camargo (UNISINOS) [email protected]

Resumo: Este artigo apresenta uma análise de cenários prospectivos para a cadeia produtiva

de biodiesel do Rio Grande do Sul, com horizonte em 2020. As análises técnicas foram

desenvolvidas com base em dados setoriais, em indicadores de variáveis econômicas

associadas à cadeia do biodiesel nacional e do Estado do Rio Grande do Sul, em percepções

de especialistas, de representantes dos setores, de membros dessa cadeia e em informações

de tendências perceptíveis para o cenário mundial no período considerado. O método

utilizado para análise e compilação dos dados foi o Pensamento Sistêmico e Planejamento de

Cenários, que alia conceitos e métodos da Dinâmica de Sistemas (STERMAN, 2000; SENGE,

1996) e do Planejamento de Cenários (SCHWARTZ, 2006). O estudo foi realizado na forma

de um projeto desenvolvido pelo Observatório de Desenvolvimento Industrial do Rio Grande

do Sul (ODI-IEL/FIERGS-RS), em parceria com a UNISINOS, com duração aproximada de

cinco meses.

Palavras-chave: biodisel, dinâmica de sistemas; planejamento de cenários.

1. Introdução

O tema biodiesel, no contexto nacional, tomou força com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), implementado em 2005 pelo Governo Federal (BRASIL, 2009). Esse programa foi o marco regulatório que incorporou o biodiesel à matriz energética brasileira, impulsionando a estruturação de um setor focado nesse tema.

Um dos objetivos do PNPB é dar condições de funcionamento ao mercado do biodiesel no Brasil, estabelecendo, por exemplo, percentuais de mistura obrigatória desse biocombustível ao diesel. Soma-se a esse mecanismo uma política de sustentação do preço do biodiesel, sem a qual, na configuração atual, o biodiesel teria sua viabilidade econômica comprometida. Nos dias atuais, o biodiesel seria inviável em mercado livre, pois concorreria diretamente com o diesel, cujo preço ao consumidor é muito inferior ao do biodiesel. Por conseqüência, hoje, o principal mecanismo de determinação da demanda de biodiesel no mercado nacional é o percentual mínimo de mistura regulamentado pelo PNPB.

Outros objetivos do PNPB são: incentivar a diversificação da oferta de matérias-primas energéticas para a produção de biodiesel em todas as regiões do País; e integrar a agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel. Esse último objetivo é considerado estratégico para o Governo Brasileiro, que identifica na força motriz da produção deste biocombustível um meio para promover o aumento da renda e a inclusão social dos pequenos agricultores (BRASIL, 2003).

Em três anos de existência, o PNPB obteve avanços para a cadeia nacional de produção de biodiesel, principalmente: no processo de comercialização do biodiesel por meio de leilões, nas questões de logística de distribuição, no maior envolvimento dos atores, na

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introdução de mecanismos de incentivo à agricultura familiar e no aumento do percentual de mistura obrigatória (B). Ainda, no ano de 2008 iniciou-se a obrigatoriedade de 2% de mistura (B2) de biodiesel no diesel comercializado nacionalmente.

A rápida ampliação do setor produtivo de biodiesel antecipou-se à expansão da demanda. Esse movimento sujeitou as usinas a funcionarem com capacidade ociosa. No início do ano de 2008 já se podia produzir, no Estado, 250% a mais do que a demanda B2 estipulada pelo Governo. Como fruto da concorrência por uma demanda restrita, usinas, procurando garantir vendas, adotaram estratégias predatórias nos leilões, abaixando os preços para níveis economicamente prejudiciais à cadeia. A situação se agravou quando, no mesmo período, a soja – principal matéria-prima da atual cadeia de produção de biodiesel – foi cotada muito acima do comum, ampliando os prejuízos das usinas. Em meio a um cenário desestimulante, certa estabilidade veio com o aumento do percentual de mistura para 3% (B3), ocorrida em 2008, oportunizando tranqüilidade para o mercado operar e reorganizar-se.

Ao longo desse curto período de tempo também emergiram questões importantes para a competitividade e sustentabilidade da cadeia produtiva do Rio Grande do Sul, as quais serviram como ponto de reflexão para o trabalho de prospecção realizado:

• O que fazer quanto ao descasamento entre capacidade instalada de oferta e a demanda efetiva de biodiesel?

• Como melhorar a divulgação dos fundamentos que determinam o processo de decisão das políticas públicas e de funcionamento do mercado de biodiesel no Estado e no País?

• Como avaliar o impacto da existência (ou não) de matérias-primas alternativas à soja adequadas à produção de biodiesel e que contribuam para desenvolver competitivos sistemas de produção agrícola?

• Como promover a eficiência do Selo Social como um dos principais mecanismos para promover a inclusão da agricultura familiar?

Na condição atual, o impacto da cotação de soja é fortemente sentido na cadeia de produção de biodiesel. Aproximadamente 88% dos custos de produção do biodiesel estão associados à matéria-prima utilizada (ZONIN, 2008). Portanto, um olhar sobre os produtores e os mercados de soja e de outras oleaginosas faz-se necessário para compreender os impactos de sua interação com a cadeia do biodiesel. Para reduzir os riscos desse acoplamento pode-se investir na introdução de novos cultivares ou matérias-primas não agrícolas alternativas à soja. No entanto, são necessários recursos e coordenação para a realização de pesquisas e viabilização de introdução dessas novas matérias-primas em escala industrial.

No contexto específico do Rio Grande do Sul, a agricultura familiar participa ativamente na produção de soja, respondendo por cerca de 50% da área plantada (ZONIN, 2008). Considerado esse contexto, a introdução de matérias-primas alternativas deve perpassar duas discussões: (i) culturas complementares versus culturas substitutivas; e (ii) adoção de sistemas de produção mais eficientes. O uso de sistemas de produção, em essência, permite a diversificação das fontes de renda da agricultura familiar, mas demanda pesquisa, assistência técnica e acesso a mercados para os co-produtos gerados. Se considerada a discussão da disponibilidade de alimentos versus a necessidade de geração de energia, uma alternativa envolvendo sistemas de produção deverá, também, responder aos apelos internacionais de garantia de produção de biocombustíveis sem prejuízo à oferta de alimentos. Esse dado, em perspectiva, reforça o interesse do Estado no sucesso do PNPB.

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No contexto atual, persistem as questões apresentadas anteriormente e justifica-se a necessidade de estudos técnicos como este, visando a identificar formas criativas de promover sustentabilidade e competitividade neste setor estratégico da economia regional, nacional e mundial. Dada a complexidade, evidenciada pelo número de variáveis, atores e inter-relacionamentos potenciais associados ao tema, optou-se por uma abordagem de modelagem e análise baseada em Dinâmica de Sistemas e Planejamento de Cenários.

Conforme Sterman (2000) e Senge (1996), a Dinâmica de Sistemas permite identificar, a partir de eventos e padrões de comportamento, estruturas de relacionamentos de causa-efeito-causa. Coloca atores e variáveis como elementos centrais do sistema, ao mesmo tempo modificando e sendo modificados por esse contexto. Com base na análise dos dados passados, presentes e das tendências futuras, pela construção de modelos, a Dinâmica de Sistemas busca alinhar percepções e compreensões dos participantes sobre um tema de foco, nesse caso o trabalho prospectivo. A partir dessa visão consonante foram planejados cenários de futuro: a partir de fatores-chave, diversos possíveis futuros foram descritos e analisados do ponto de vista estratégico. Conjugando os resultados obtidos, foram propostas ações baseadas na análise comparativa dos cenários analisados.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira. A seção 2 aborda a literatura sobre dinâmica dos sistemas e planejamento de cenários. A seção 3 apresenta os métodos e materiais utilizados na pesquisa. A seção 4 dedica-se ao estudo de caso e finalmente a Seção 5 apresenta as considerações finais do trabalho.

2. Dinâmica de Sistemas e Planejamento de Cenários

No século XX o pensamento predominante era o mecanicista, o qual se caracterizava por um razoável grau de estruturação dos problemas, estabilidade do ambiente, baixo grau de complexidade dinâmica e baixo grau de influência das percepções de diferentes atores a partir de distintos interesses (PIDD, 1998). Nesse contexto destacou-se a tendência do comportamento humano em tomar decisões conduzidas por uma abordagem orientanda a eventos, pela qual avalia-se a situação de interesse por meio de acontecimentos (eventos). Ao comparar tais evidências com as metas estabelecidas gera-se uma lacuna (gap). A visão pontual do problema leva a tomada de decisões e resultados pontuais, que tende a ser alterada toda vez que uma nova situação for apresentada. A Figura 1 ilustra esse comportamento.

Figura 1 – Abordagem orientada a eventos (STERMAN, 2000)

Um paradigma alternativo é o de considerar constantemente que os eventos atuais são efeitos (imprevistos ou não) de ações tomadas no passado. Sob esse ponto de vista, a tomada de decisão implementada com foco na solução de um problema isolado, pode gerar conseqüências em outros campos, criando novos problemas ou modificando os existentes. A percepção desse potencial de inter-relacão estabeleceu a noção de laços de feedback. Sua incorporação nos ambientes de tomada de decisão estratégica estabeleceu as bases para o que hoje se denomina Dinâmica de Sistemas.

A Dinâmica de Sistemas foi desenvolvida durante os anos 50 pelo engenheiro Jay W. Forrester, com o objetivo inicial de auxiliar a administração de sistemas industriais

Metas

Situação

Problema Decisão Resultados Gap

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complexos, logo depois expandindo para outros campos de estudos igualmente complexos, como sistemas urbanos, econômicos e ecológicos. Os fundamentos básicos foram publicados no livro Industrial Dynamics, contemplando três campos de conhecimento: engenharia de controle e os conceitos de realimentação; a cibernética e o papel das informações em sistemas de controle; e a teoria da decisão em organizações humanas. O objetivo principal dos modelos é auxiliar o processo mental dos tomadores de decisão a lidar com o comportamento de sistemas complexos ao longo do tempo, representando os modelos mentais em formulações explícitas na forma de diagramas de fluxo e equações matemáticas de simulação (FORRESTER, 1995).

O Pensamento Sistêmico surge da necessidade de acompanhar o crescente processo de aprendizagem organizacional como um ser vivo, em constante mutação, com diferentes comportamentos e percepções da realidade. Conforme Kasper (1997), o Pensamento Sistêmico tem por objetivo lidar com fenômenos e situações que requerem explicação baseada na inter-relação de múltiplas forças ou fatores. O desenvolvimento da teoria sobre o Pensamento Sistêmico baseou-se em sua aplicação em distintos ambientes, seguindo passos evolutivos na compreensão da percepção humana caracterizados como método sistêmico (SENGE, 2004). Assim, surgiu o método sistêmico, como instrumento constituído ao longo da história do uso do Pensamento Sistêmico em organizações, o qual vem sendo aperfeiçoado desde os tempos da formação do campo da Dinâmica de Sistemas (ANDRADE et al., 2006). Uma versão simplificada deste método foi apresentada por Senge, em 1995, através do método chamado de Narração de Histórias, que implicava na necessidade de um aprofundamento da percepção humana sobre a realidade.

O método sistêmico, na versão de Andrade et al. (2006), é apresentado na Figura 2, através de um esquema que faz a junção entre os níveis de percepção da realidade e os passos que serão detalhados mais adiante. Os níveis de percepção são representados pela metáfora do iceberg, onde numa visão superficial só se percebe a ponta do iceberg (os eventos). À medida que se evolui na percepção da realidade, aprofunda-se sua compreensão até os níveis mais essenciais.

Figura 2 – Esquema do método sistêmico Fonte: Adaptada de Andrade et al. (2006)

Uma de nossas ilusões mais persistentes – e talvez a mais limitadora – é a crença de que o mundo que se vê é o mundo real. Usa-se a expressão “modelos mentais” para descrever os processos cerebrais que são usados para dar sentido ao mundo. As diferentes maneiras pelas quais se dá sentido ao mundo são determinadas principalmente pela mente do

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observador e, em menor proporção, pelo mundo externo. É esse mundo interno o que se denomina de “modelos mentais” – modelos dentro do próprio cérebro do observador que são a representação do mundo e de si mesmo. Eles representam a maneira como o mundo é percebido (WIND et al., 2005).

Uma síntese dos passos de como se pode proceder na aplicação do método sistêmico pode ser descrita como (ANDRADE, 1997; ANDRADE et al., 2006):

1) Definir uma situação complexa de interesse: o objetivo nesta etapa é verbalizar claramente o problema de interesse;

2) Apresentar a história por meio de eventos: como se pode observar na Figura 2, objetivo é explorar o primeiro nível do problema, visando a assinalar eventos relevantes relacionados com a situação de interesse ao longo do horizonte de tempo;

3) Identificar as variáveis chave: montada uma lista de eventos, podem-se elencar fatores ou variáveis chave para a compreensão do problema;

4) Traçar os padrões de comportamento: por meio da análise de gráficos e identificando tendências das variáveis busca-se encontrar padrões de comportamento assinaláveis para melhorar a percepção do problema;

5) Desenhar o mapa sistêmico: nesta etapa já podem ser realizados os primeiros ensaios da estrutura sistêmica, por meio de uma linguagem adequada;

6) Identificar modelos mentais: levantar crenças ou pressupostos que os atores envolvidos na situação mantêm em suas mentes e que influenciam seus comportamentos, gerando estruturas no mundo real;

7) Realizar cenários: cenários tratam de visualizar futuros possíveis, em contraponto aos passos anteriores, que buscavam reconhecer uma situação, seja seu contexto histórico ou seu estado presente. Portanto, cenários tratam de desafiar modelos mentais preconcebidos sobre o futuro e compreender seus desdobramentos;

8) Modelar em computador: permite um local seguro para realização de “experimentações” utilizando análise de futuros possíveis baseado em cenários e modelos mentais. Esta etapa não será contemplada neste estudo de caso;

9) Direcionadores estratégicos: envolvem o planejamento estratégico do planejamento de ações para atingir o alvo desejado. Para tanto será necessário reprojetar o sistema identificando pontos de alavancagem considerando as conseqüências sistêmicas dessas alterações.

Por fim, Schwartz (2006) destaca que num processo de cenários, como abordado no passo 7, os gestores inventam e depois consideram, em profundidade, várias histórias de futuros igualmente plausíveis. As histórias são pesquisas cuidadosamente, recheadas de detalhes relevantes, orientadas para as decisões reais e projetadas (espera-se) para trazer surpresas e inesperados progressos de compreensão. O objetivo é tomar decisões estratégicas que sejam plausíveis para todos os futuros possíveis, de modo que se tenha maior chance de estar pronto para o provável futuro e poder, assim, influenciá-lo.

3. Materiais e Métodos

Este estudo foi realizado ao longo de dez semanas de reuniões conduzidas por um facilitador e dois mestrandos em Engenharia de Produção, onde foram sistematizados os passos do método sistêmico e coletadas as percepções. A três primeiras semanas foram focadas num estudo aprofundando de levantamento de eventos, identificação de variáveis e fatores-chave da cadeia, dados históricos e identificação de padrões de comportamento. Nas três semanas seguintes, a construção do mapa sistêmico e identificação de arquétipos, permitindo uma visão consensual de todos os participantes quanto à percepção de inter-

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relações entre fatores da cadeia de biodiesel. Nas últimas semanas, foram delineados os atores envolvidos na cadeia e traçados os cenários que serão detalhados a seguir, bem como, as ações estratégicas de preparação para os futuros possíveis decorrentes de cada cenário. O desenvolvimento deste artigo focou-se em apresentar os fatores-chave identificados, os cenários e ações analisados, deixando de fora a apresentação do mapa sistêmico por restrições de publicação de conteúdo.

4. Estudo de caso: Um Olhar Sobre a Cadeia de Biodiesel do Rio Grande do Sul

A cadeia produtiva do biodiesel possui um grande número de atores que contribuem, de forma direta ou indireta, para a produção desse biocombustível. A Figura 3 apresenta uma visão esquemática dos principais atores dessa cadeia e de seus relacionamentos diretos. Distante de desejar representar a real multiplicidade de relacionamentos nessa cadeia, a Figura 3 objetiva apenas dar forma aos elementos ora apresentados.

A cadeia de produção do biodiesel no Estado pode ser analisada como um sistema, em que partes interagem para gerar um resultado conjunto diferenciado dos resultados individuais gerados por suas partes. Nesse caso, o resultado compreende a produção, distribuição e comercialização de um biocombustível considerado estratégico pela atual gestão federal.

Em qualquer sistema sócio-econômico, cada ator tem uma percepção diferente da realidade. Essa percepção é moldada com base em experiências anteriores, expectativas de futuro, formas de ação e visibilidade dos elos e interações com outros atores do sistema. Mais que isso, é moldada por modelos mentais, que definem formas de ação e interação com os demais elementos de um sistema.

Figura 3: Uma visão simplificada da cadeia produtiva de biodiesel no Rio Grande do Sul

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4.1. Fatores Chave

Para compreender como um sistema pode evoluir é necessário identificar as forças que fazem seus atores interagirem. Essas forças estão associadas a fatores chave que merecem cuidadosa avaliação e compreensão, pois, ao interagirem, definirão o comportamento futuro do sistema. No contexto da cadeia de produção de biodiesel do Rio Grande do Sul os fatores-chave identificados representam forças políticas, econômicas, sociais, tecnológicas e ambientais. São eles:

• Políticas públicas: o Governo Federal deu a partida para o PNPB definindo, como posição estratégica, desenvolver alternativas para a substituição de combustíveis de origem fóssil por biocombustíveis, motivado por mudanças climáticas globais e pela possibilidade de independência energética por meio de fontes renováveis. Com essa iniciativa vislumbrou a possibilidade de utilizar, por meio de um marco legal, as forças de crescimento da cadeia produtiva de biodiesel para promover a diversificação produtiva e a inserção social da agricultura familiar. Mais amplamente, o Governo Federal percebeu uma oportunidade de contribuir na redução bolsões de miséria existentes na zona rural, criando o Programa Selo Combustível Social, um mecanismo para garantir a participação da agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel pela redução de impostos para as usinas em contrapartida ao repasse de recursos financeiros, por essas, aos pequenos agricultores fornecedores dessa cadeia (BRASIL, 2009b).

• Preço e diversificação de matérias-primas: a atual matriz de produção não apresenta uma matéria-prima alternativa economicamente viável, mais atrativa que a soja, que não concorra com a produção de alimentos e em escala industrial. Assim, a busca por matérias-primas baratas e não comestíveis torna-se um dos maiores desafios do PNPB e da cadeia produtiva do biodiesel (BRASIL, 2006).

• Agricultura familiar: por força das diretrizes do PNPB a agricultura familiar é um ator-chave na cadeia produtiva do biodiesel. Por outro lado, o sucesso do plano está vinculado ao potencial de alavancagem da inserção dessas famílias na cadeia de produção do biodiesel. Este é um fator determinante para o Governo Federal: a promoção da agricultura familiar com diversificação e aumento na produção de alimentos fortalece o PNPB e as políticas públicas e, por conseqüência, toda a Cadeia Produtiva. Além disso, permite que se ambicione conquistar mercados internacionais, especialmente europeus, para o biodiesel mediante certificações específicas tais como o Selo Social e selos ambientais e de segurança alimentar (BRASIL, 2006 e BRASIL, 2003).

• Alinhamento e compartilhamento de informação: a falta de informação e o pouco alinhamento dos atores não contribuem para a existência de políticas públicas eficazes e eficientes na busca da competitividade do biodiesel produzido no Estado. Tampouco contribuem para subsidiar decisões dos agentes privados. O alinhamento, apesar de ser um fator que requer predisposição dos próprios atores, possui decisiva importância para a competitividade e sustentabilidade da cadeia produtiva do Rio Grande do Sul.

• Ocupação da capacidade instalada: a concessão de instalação de usinas no Estado não foi acompanhada por uma elevação adequada dos valores do percentual de mistura de biodiesel no diesel. Essa estratégia adotada pelo Governo Federal provocou a existência de capacidade ociosa no elo industrial da cadeia, situação incompatível com os custos e investimentos associados à operação desse elo (ZONIN, 2008).

4.2. Os Cenários Prospectivos Estratégicos Analisados

Esta seção apresenta resultados parciais do processo de análise prospectiva estratégica

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para a competitividade e sustentabilidade da cadeia produtiva de biodiesel do Rio Grande do Sul. Conforme dito anteriormente, os cenários prospectivos foram construídos com base nas reflexões sobre o diagnóstico técnico da cadeia produtiva de biodiesel do Rio Grande do Sul e da compreensão das forças motrizes associadas a essa cadeia.

Os cenários gerados foram baseados em dois eixos considerados chaves para a sustentabilidade e a competitividade da cadeia gaúcha de biodiesel: “Eficácia das políticas públicas para a cadeia do biodiesel no RS” e “Preço da matéria-prima para produção de biodiesel”. Conforme a abordagem metodológica utilizada, a cada eixo foram atribuídos dois níveis extremos possíveis.

Para facilitar sua interpretação e referência, cada cenário foi batizado com um nome, uma palavra chave, que permita sintetizar a essência do mesmo frente aos atores dele participantes. A Figura 4 apresenta os cenários gerados, os quais serão descritos a seguir.

Figura 4: Cenários de futuro para a cadeia do biodiesel do RS.

Cenário 1 – Desafio Competitivo

O nome “Desafio Competitivo” indica um cenário que se configura a partir da obtenção de matérias-primas a custos relativamente baixos e da ineficácia das políticas públicas disponíveis no que tange à cadeia de biodiesel do Estado. Nesse cenário, o percentual mínimo de biodiesel no diesel é baixo, da ordem de 2% a 3%. Neste cenário de futuro, o preço do biodiesel se aproxima ao do diesel. Há no RS e no Brasil uma matéria-prima economicamente atrativa para a produção de biodiesel, mas eventualmente dissociada da produção agrícola tradicional.

Como fruto desse contexto, há dependência de P&D desenvolvidos pela iniciativa privada. O mercado interno oportuniza baixo resultado e o mercado externo tem importância estratégica. Há dificuldades de sustentação de usinas com insuficiência de capital próprio. A produção industrial tende a concentrar-se em grandes corporações. O poder de negociação das usinas frente à Petrobras e às distribuidoras é reduzido.

Neste cenário de futuro, a estrutura dos atores que atualmente formam a cadeia não é sustentável. A participação da agricultura familiar perde importância com a ampliação do uso de matérias-primas não-agrícolas. No entanto, outros atores se incorporam ligados à produção

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de biodiesel de segunda geração, como poderia ser o caso de produtores de algas, por exemplo. O mercado interno é restrito e gerido pela capacidade de negociação e escoamento da produção de biodiesel. A competição entre as usinas aumenta, restringindo o mercado às mais competitivas. A competitividade dependerá de investimentos privados e pouco de políticas públicas.

Cenário 2 – Perigo!

No cenário de futuro batizado como “Perigo!” os atores da cadeia de biodiesel do RS estão desalinhados. Como reforço, há baixa credibilidade nos atores e deles entre si, favorecendo o surgimento de silos de informação (isto é, conjuntos de dados relevantes ou estratégicos para um sistema, mas que ficam restritos a um número reduzido de atores, não sendo compartilhados). Como resultado, as informações disponíveis são precárias e as análises delas decorrentes são incompletas. As ações executadas por parte do setor público e dos agentes privados são ineficazes. Nesse futuro, o PNPB tem baixa credibilidade, pois não contribui para a geração de renda na agricultura familiar. Há pressão para aumento da transferência de renda por meio de subsídios. As estratégias utilizadas para fiscalizar e regulamentar a cadeia de biodiesel são falhas e os resultados decorrentes da pesquisa científica e tecnológica tem pouca expressão em termos de viabilidade econômica.

As conseqüências na competitividade e sustentabilidade são grandes. O preço elevado da matéria-prima mitiga a competitividade da cadeia e aumenta a demanda por subsídio, sem o qual a cadeia não persiste. Com poucas políticas de incentivo, o setor agrícola não tem condições de melhorar sua produtividade e, por conseqüência, os custos e a sustentabilidade do setor. A agricultura familiar tem dificuldade para se inserir na cadeia. Sem essa participação, há ausência de selos sociais e é dificultado o acesso ao mercado externo. Como efeito, usinas fecham e potencialmente o mercado é monopolizado pela Petrobras ou por uma grande corporação.

Cenário 3 – Melhores Dias Virão

No cenário de futuro batizado como “Melhores Dias Virão” o custo de produção do biodiesel continua alto, em face do elevado custo das matérias-primas. No entanto, a demanda pelo biodiesel é elevada e, mesmo com margens unitárias pequenas, há ganhos em escala. Neste cenário, novas matérias-primas surgem, mas o óleo de soja continua sendo a matéria-prima preferencial. Persiste a busca por uma solução para a questão alimento versus biocombustível no que se refere à utilização de óleos comestíveis. No entanto, o biodiesel é uma opção de substituição ao diesel, pela questão ambiental e pelos ganhos sociais.

A sustentabilidade da cadeia é dependente das políticas governamentais. Os agricultores familiares têm mais oportunidades para diversificar a produção e novos acessos de mercado, ampliando renda e inclusão social. A concorrência com outros estados ameaça a competitividade da cadeia do RS. A questão tributária e o custo logístico terão mais valor. Cria-se um desafio ao alinhamento: a margem das usinas depende da redução de custos, da produção em escala e de subsídios.

Cenário 4 – Crescimento e Desenvolvimento

O cenário de futuro batizado como “Crescimento e Desenvolvimento” retrata um contexto no qual o alinhamento entre os atores existe e a informação e o conhecimento gerados e compartilhados na cadeia estabeleceram decisões mais racionais, inclusive para novos entrantes e para a recuperação de usinas existentes. O preço do biodiesel é igual ou inferior ao do diesel. Os custos de produção e distribuição do biodiesel aproximam-se do patamar ideal. O biodiesel é uma opção de substituição ao diesel, pela questão ambiental. A

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indústria não apresenta ociosidade. Os atores da cadeia de biodiesel terão lucro e capacidade de investimento.

Há sustentabilidade e há competitividade. A tecnologia para a cadeia avança e há profissionalização de todos os atores da cadeia. As indústrias possuem capacidade para se manterem no mercado nacional e internacional operando sem ou com baixa ociosidade e com margens que possibilitem ampliar os investimentos. A cadeia estadual de produção de biodiesel necessita se preocupar com a questão de distribuição do combustível, pois o custo logístico tem maior importância em termos de competitividade. Há acúmulo de glicerina e outros co-produtos, pelo aumento da oferta. Assim, novos mercados de glicerina e co-produtos necessitam ser prospectados.

4.3. Análise, Discussão e Proposição de Ações

Esta seção analisa os resultados obtidos a partir do processo de pensamento sistêmico desenvolvido ao longo do estudo de caso sobre o futuro do biodiesel no Estado do Rio Grande do Sul. Segundo Andrade et al. (2006), os cenários servem como substrato para identificação dos pontos de alavancagem do sistema analisado. O conhecimento obtido sobre onde atuar no sistema possibilita a proposição de ações corretivas e preventivas em relação ao futuro. A análise comparativa de cenários visa identificar ações estruturadoras e alavancadoras. Estruturadoras por serem pensadas com base na análise de uma estrutura sistêmica de relacionamentos entre atores e variáveis associadas ao contexto do biodiesel no Estado. Alavancadoras por permitirem atuar sobre elementos chave dessa estrutura, visando favorecer os aspectos atrativos dos cenários anteriormente apresentados e, simultaneamente, proteger a cadeia dos aspectos indesejáveis desses potenciais futuros (ANDRADE et al., 2006),

Com base na análise realizada, apresentou-se uma proposta de macro-ações, visando promover o diálogo entre os interessados na sustentabilidade e competitividade da cadeia de produção de biodiesel do Estado. As macro-ações afetam a realidade e os atores, preparando a cadeia de forma positiva, independentemente do cenário que se concretizará.

As macro-ações apresentadas são baseadas em focos estratégicos definidos com base nos cenários anteriormente apresentados. Adicionalmente podem ser identificadas ações complementares, úteis para a preparação para um ou dois cenários em particular. As ações propostas não são excludentes. Dada a complexidade da cadeia e o número de diferentes atores participantes, o número de propostas é elevado. Buscou-se priorizá-las, em função do tempo de percepção de seus potenciais benefícios, em ações de curto prazo (CP), médio prazo (MP) e longo prazo (LP), conforme resumido no Quadro 1.

Ação

Cu

rto

Pra

zo

A1. Criar fóruns e sistemas de alinhamento de informações entre os atores da cadeia (formar um grupo de mobilização representativo das entidades)

A2. Estimular lideranças na cadeia de biodiesel do RS A3. Ampliar o comitê estratégico de biocombustíveis A4. Promover alinhamento com MDA, MCT, MAPA, EMBRAPA, Centros de Pesquisa e Iniciativa

Privada para implementação de projetos de pesquisa em novos produtos e novos usos na cadeia de biodiesel

A5. Realizar estudo para otimização da cadeia de suprimentos e distribuição A6. Buscar aproximação com projetos similares na Petrobras A7. Identificar as Organizações Certificadoras e ONGs para conhecer a demanda e os critérios de

implementação de selos A8. Solidificar contratos entre usinas e agricultores familiares A9. Identificar mercados alvo para biodiesel e co-produtos A10. Identificar padrões internacionais de normatização/especificação do biodiesel de interesse para a

cadeia do Biodiesel (RS)

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A11. Propor alinhamento aos atores da cadeia do biodiesel RS e universidades: fortalecer a consciência de cada ator sobre a importância e função de cada ator da cadeia

A12. Captar recursos para promover os projetos de pesquisa entre atores

Méd

io P

razo

A13. Estimular a governança no comitê estratégico de biocombustíveis A14. Buscar recursos e empreender mapeamento e pesquisa agroclimática e de viabilidade econômica

(EMBRAPA, EMATER, FETAG, Cooperativas) para oleaginosas alternativas à soja com FOCO na identificação das competências das regiões

A15. Criar projeto piloto (MDA, FETAG, Usinas, Centros de Pesquisa) com FOCO em cultivares/varietais que reforcem sistemas de produção associados ao Biodiesel

A16. Estimular a mudança na governança do PNPB, com maior participação da iniciativa privada A17. Fomentar redes de pesquisa tecnológica para redução de custos operacionais, produtivos e

aumento da produtividade A18. Atualizar estudos e informações relativos a perdas no transporte e armazenagem de grãos,

envolvendo indústria, cooperativas, GF, CONAB, etc. A19. Articular EMBRAPA e EMATER para implantar projetos para redução de perdas agrícolas A20. Envolver a indústria de máquinas e equipamentos e os agricultores para apoiarem a

implementação de projetos A21. Realizar estudo para propor a criação de um selo que comprove a inserção social com segurança

alimentar e ambiental na produção de biodiesel (RS) A22. Propor a criação de um selo reconhecido internacionalmente para inserção social, segurança

alimentar e ambiental para o biodiesel A23. Implementar um sistema de assistência técnica para implementação das metas requeridas pela

certificação A24. Criar indicadores de desempenho para as dimensões de certificação A25. Estimular a criação de redes de cooperação, grupos de aprendizagem, redes de pesquisa, etc.

para fortalecer os mecanismos de geração e difusão do conhecimento entre os atores da cadeia

Lo

ng

o

Pra

zo A26. Negociar padrões internacionais de normatização/especificação reconhecidos pelos mercados

alvo a serem usados para comércio internacional A27. Condicionar o repasse federal de recursos à constituição de redes de pesquisa e de centros

integrados (via projetos) Quadro 1: Ações propostas para alavancagem da cadeia de Biodisel no Rio Grande do Sul

5. Considerações Finais

A temática do biodiesel insere-se em uma discussão de estratégia nacional e regional. O potencial agrícola do Estado do Rio Grande do Sul representa, ao mesmo tempo, uma oportunidade e um desafio para a produção de biodiesel. O estudo realizado apresenta indícios de que somente o alinhamento dos atores dessa cadeia no Estado poderá alavancar ações visando sustentabilidade e competitividade nos próximos anos.

Sem a pretensão de ser definitivo, este estudo busca divulgar a percepção de necessidade de ações de benefício comum entre os integrantes da cadeia, tais como as sugestões apresentadas neste relatório. Por outro lado, busca fomentar o diálogo entre os diversos elos da cadeia de produção de biocombustíveis do Estado, para que sejam compartilhadas informações e se construa uma visão comum de como assegurar relações saudáveis, sustentáveis e competitivas, desde agora e no futuro, beneficiando não apenas os integrantes dessa cadeia, mas a sociedade riograndense e brasileira.

Ações apresentadas pelo estudo de caso, por exemplo, a elevação da concentração de biodiesel para 5% estão sendo incentivadas por órgão como o Ministério do Desenvolvimento, IEL, Petrobras entre outros. Os fabricantes de veículos estão em processo de certificação dos equipamentos que utilizam a composição B5. Com isso, o uso dessa mistura em caráter comercial deverá ocorrer em 2010 pelo Governo Federal.

Este trabalho abre espaço para discussões a respeito da sustentabilidade do projeto de biodiesel no país. Como sugestão de trabalhos futuros fica a idéia de um observatório de variáveis e eventos relevantes ao projeto de biodiesel, visando monitorar a evolução das

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variáveis para auxiliar a antecipação de eventos futuros. Uma segunda sugestão seria a replicação da metodologia sistêmica adotada neste caso em outros estados brasileiros.

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