a teoria da complexidade econômica e a escola austríaca

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A Teoria da Complexidade Econômica e a Escola Austríaca de economia Thiago Pace Escola Austríaca, complexidade econômica, economia, econometria Resumo/Abstract: Recentemente, a econometria em especial a macroeconometria recebeu uma grande contribuição por parte de Richard Hausmann, César Hidalgo et al. O objetivo é comparar mostrando semelhanças e diferenças essa contribuição aqui chamada de Teoria da Complexidade Econômica com a Escola Austríaca de economia. Falase de ambas as teorias, retratando o subjetivismo econômico, teoria de capital, teoria de informação e outros aspectos importantes em ambas as teorias. De modo breve, objetivo mas completo, relacionamse caracterísitcas principais e secundárias de ambas as teorias. Chegase, por fim, a conclusão de que há mais semelhanças que diferenças e, por consequência, os austríacos devam, em partes, adotar as novas ideias de Richard Hausmann, César Hidalgo et al. Seria papel destes últimos, por consequência lógica, melhorar as partes não desejadas dessas ideias, tentando chegar ao estado mais legítimo possível. Assim, poderiase criar toda uma nova área e âmbito na teoria austríaca de economia. Por isso, o seguinte paper pode ser de interessante utilidade a todos os “membros” e seguidores da chamada Escola Austríaca e da Teoria da Complexidade Econômica.

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A Teoria da Complexidade Econômica e a Escola Austríaca de economia Thiago Pace Escola Austríaca, complexidade econômica, economia, econometria

Resumo/Abstract: Recentemente, a econometria­ em especial a macroeconometria­ recebeu uma grande contribuição por parte de Richard Hausmann, César Hidalgo et al. O objetivo é comparar­ mostrando semelhanças e diferenças­ essa contribuição­ aqui chamada de Teoria da Complexidade Econômica­ com a Escola Austríaca de economia. Fala­se de ambas as teorias, retratando o subjetivismo econômico, teoria de capital, teoria de informação e outros aspectos importantes em ambas as teorias. De modo breve, objetivo mas completo, relacionam­se caracterísitcas principais e secundárias de ambas as teorias. Chega­se, por fim, a conclusão de que há mais semelhanças que diferenças e, por consequência, os austríacos devam, em partes, adotar as novas ideias de Richard Hausmann, César Hidalgo et al. Seria papel destes últimos, por consequência lógica, melhorar as partes não desejadas dessas ideias, tentando chegar ao estado mais legítimo possível. Assim, poderia­se criar toda uma nova área e âmbito na teoria austríaca de economia. Por isso, o seguinte paper pode ser de interessante utilidade a todos os “membros” e seguidores da chamada Escola Austríaca e da Teoria da Complexidade Econômica.

Introdução

A relação entre os austríacos e a econometria nunca foi das mais amistosas. Mesmo que os primeiros não

tenham nada contra a existência em si da segunda, reclamam de como ela vem sendo usada. Vários foram os

esforços da Escola Austríaca de parar com o empirismo e positivismo metodológico na ciência econômica e,

em geral, nas humanas. De Menger e sua Methodenstreitaté Mises e a praxeologia, essas tentativas contra o

mainstream, o pensamento dominante, não obtiveram grande sucesso. Não foram inúteis, mas ficou claro que,

até hoje, a grande meta não foi alcançada. Muito pelo contrário, mesmo que ainda existam vários conflitos

dentro dessa dominância, a metodologia permaneceu quase que inabalada. Da confusa metodologia de Keynes

e suas variadas teorias gerais até o positivismo mais formalizado de Friedman e da Escola de Chicago, o

empirismo e positivismo metodológico permaneceu forte. Variou inúmeras vezes de nome e aparência, por

vezes como historicismo, “hermenêutica, retórica, desconstrucionismo e anarquismo epistemológico” [1].

Contudo, a base teórica foi sempre a mesma: caracterização da experiência como único meio legítimo de

validação científica. Mesmo que com algumas divergências nas questões mais complexas, isso nunca mudou, e

os economistas do mainstream sempre foram assim­ com raras exceções, como Say [2].

Assim, a Escola Austríaca sempre combateu o modo como se usava a econometria em prol de certas

metodologias falaciosas e dominantes. Seria, portanto, de se esperar que suas ideias iriam profundamente

contra um pensamento que também adota o empirismo na econometria, assunto a qual muitas vezes se refere.

No caso, nos referimos a Teoria da Complexidade Econômica e suas milhões de fórmulas econométricas

complexas. Criadas recentemente por Richard Hausmann e César A. Hidalgo (que aqui, “carinhosamente”

chamarei de HH, como se fosse uma única pessoa), são, acredito eu, uma das descobertas econômicas mais

subestimadas da atualidade. Sem dúvida, muito disso se deve ao fato de que ela não se associou fortemente a

nenhuma escola e ideologia. Na verdade, como acredito eu, se o fez foi mais perto da Escola Austríaca do que

de todo omainstream. É para provar exatamente essa tese apresentada na frase anterior que esse texto foi criado

e redigido.

Assim, começaremos por explicar a Teoria Austríaca do Conhecimento e outros aspectos e princípios do

pensamento austríaco. No caso, além desse tema central, falaremos do subjetivismo e teoria do capital. Assim,

Menger, Mises, Hayek e Böhm­Bawerk serão os nomes que mais nos irão interessar nessa análise. Depois,

falarei das semelhanças entre as duas teorias. Mostrarei como aspectos principais e secundários batem, dando

as devidas citações e provas. Claro que não seria uma atitude muito científica deixar por aí, então achei correto

também adicionar algumas diferenças­ em aspectos principais e secundários­, de tal forma que a análise aqui

feita esteja de acordo com a realidade e não passe de um sofisma. Posteriormente, depois de analisadas

semelhanças e diferenças, tratarei de porque HH se aproxima mais da Escola Austríaca do que de outros

pensadores e grupos. Será a conclusão, dando uma prova definitiva da tese defendida. Claro, o texto se encerra

com as necessárias fontes, referências e comentários, tentando sempre levar o leitor a um passo além.

Teoria Austríaca do Conhecimento e outras ideias

Friedrich von Hayek (1899–1992)

Jesus Huerta de Soto, um dos maiores estudiosos contemporâneos do pensamento austríaco, em seu

brilhante “A Escola Austríaca”, começa nos introduzindo sobre o princípios deste grupo. Um dos assuntos no

qual ele mais se desenvolve é sobre o papel da informação e conhecimento no pensamento dessa escola, já no

segundo capítulo. Ele se baseia em Oakeshott, M. Polanyi [3], Hayek e Mises para construir uma tabela que

sintetiza esse papel. Nela, formam­se dois grupos dividindo os vários tipos de informação. No grupo de tipo

“A”, temos o conhecimento prático ou tradicional (Oakeshott), o disperso (Hayek), tácito (Polanyi) e de

“eventos singulares” (Mises). Depois, no grupo de tipo “B”, há a antítese do grupo A. Nele, se reúnem o

conhecimento científico ou técnico (Oakeshott), centralizado (Hayek), articulável (Polanyi) e de “classes”

(Mises). Necessariamente uma informação de determinado tipo também é dos outros tipos de seu grupo­ seja A

ou B.

Contudo, o que essa série de nomes significam? Felizmente, é algo importante que é simples­ ou ao menos

segundo a forma como de Soto explica. O conhecimento prático é muito individual, próprio, no sentido de que

cada um tem o seu. Por conta disso, ele seria descentralizado, disperso, pela sociedade. Pessoal e irrepetível,

ele só pode ser não dado. Isso é um claro ataque ao pensamento neoclássico, onde, escondido e vedado nos

princípios de seus modelos matemáticos, o conhecimento é dado e os indivíduos racionais (homem

econômico), ao menos a posteriori (a chamada racionalização a posteriori). Em sua maior parte, o

conhecimento esse conhecimento é tácito e não articulável. Isso quer dizer que o indivíduo que o pratica sabe

como o fazer mas não tem conhecimento relativamente formalizado dos fatores envolvidos­ se são corretos ou

não etc (know that). Trataria­se, assim, de umhábito prático de conduta. De Soto resume um exemplo muito

útil de Polanyi para a questão do conhecimento tácito:

alguém que aprende a andar de bicicleta, mantendo o equilíbrio, movendo o guidão para o lado para o qual

começa a cair e causando desta forma uma força centrífuga que tende a mantê­lo em cima da bicicleta, tudo

isto sem que praticamente nenhum ciclista esteja consciente dos princípios físicos na qual suahabilidade se

baseia. [4] (destaque do próprio autor)

De fato, não haveria conhecimento não tácito e articulável sem o tácito e não articulável (grupo B sem A).

O próprio ato de ler, entender o que alguém fala etc é do tipo A. Assim, o conhecimento tácito seria o princípio

governante de todo pensamento e conhecimento, afirma Polanyi. Hayek e austríacos concordam, dizendo que a

ciência econômica seria uma ciência do grupo B sobre o grupo A. Isto é, ela analisa um conhecimento tácito,

prático, disperso (descentralizado) e de “eventos singulares”. Hayek diria que o erro de muitos­ inclusive do

mainstream­ em especial dos neoclássicos­ seria o de achar que é algo do B para o B.

O que seria, na verdade, esse objeto do estudo econômico, diz a Escola Austríaca? Seria a atividade (ou

também ação e função) empresarial. Alguns já poderiam ir pensando que, assim, o foco dos austríacos é um

foco no capitalista. Alguns iriam além, dizendo que, logo, só poderia ser uma escola burguesa. Outros, mais

além ainda, diriam que, por causa disso, a economia é uma pseudo­ciência (!) e que Marx jamais teria escrito

sobre economia. Sem querer ir numa discussão mais além sobre essas últimas afirmações, não culpo a ninguém

por afirmar isso. Não passa de um compreensível misunderstanding da questão e do uso da palavra

“empresarial”. Sem querer me alongar muito na questão, de Soto explica porque isso é um erro. Empresarial é

aqui usado no sentido de descobrir, ver, perceber, capturar, dar­se conta de algo. A palavra, por exemplo, já era

usada desde a Idade Média na França para homens ocupados em realizar grandes atos, como construções de

catedrais. Também não seria o uso corrente da palavra “empreender” para os mesmos significados um exemplo

disso? Acredito que sim, e que, consequentemente, esse parágrafo possa ser bastante útil.

Assim, a Escola Austríaca, pode­se concluir, tem um foco na atividade empresarial, entendida como o ato

econômico de descobrir, perceber­se e capturar oportunidades ainda não aproveitadas ou parcialmente

aproveitadas. Trata­se, essencialmente, de algo do tipo de conhecimento do grupo A­ tácito e não articulável,

prático e técnico, descentralizado e de “eventos singulares”. Isso é o maior exemplo do caráter subjetivista

dessa escola. É um enfoque nos homens e nas relações humanas, não vendo a economia como mera ciência de

alocação, maximização e optimização. Isso, pelo contrário, seria uma visão objetivista da questão, muito

adotada pelo pelo mainstream. Esse é o “princípio­mor” de toda essa tradição e pensamento. Logo, o homem

que iniciou tudo isso foi aquele que também iniciou essa visão subjetivista. Carl Menger é seu nome.

Posteriormente, essas bases também serão importantes para Mises argumentar que a ciência econômica é uma

ciência praxeológica­ que trata da ação humana.

Como “princípio­mor” de tudo, o subjetivismo econômico baseou os pensamentos dos austríacos na

economia e outras áreas (pois, embora o nome “Escola Austríaca de economia” seja empregado, muitas vezes

corretamente, essa tradição vai além). Enquanto Menger foi o símbolo da primeira geração dos austríacos,

Eugen von Böhm­Bawerk foi seu maior seguidor na segunda geração. Foi ele que desenvolveu a Teoria de

Capital da Escola Austríaca. O contexto dele é importante para nos o entendermos. Ao mesmo tempo em que a

Revolução Marginalista mudou toda a economia, possibilitando avanço de Menger e seus seguidores, também

possibilitou o mesmo com uma visão diferente. Nos referimos aos economistas neoclássicos, hoje bastante

importantes e correspondem a boa parte do que na atualidade se poderia chamar de “liberalismo econômico”

ou­ mesmo que o termo seja profundamente mal usado e sua pouca rigorosidade não o ajude­

“neoliberalismo”.

Um nome relativamente importante desse início de movimento neoclássico é John Bates Clarke. Suas ideias

seriam profundamente seguidas por Frank H. Knight, Stigler, Milton Friedman e toda a Escola de Chicago. O

que nos interessa saber aqui é o que Böhm­Bawerk­ ao criticar Clarke­ chamou de conceito mítico de capital.

Para o último, produção e consumo seriam instantâneos: ao mesmo tempo que um ocorre, outro também. (Não

seria isso, segundo a interpretação keynesiana­ criticada pelos austríacos, comoMises [5]­, a lei de Say?). Isso,

afirmaria Böhm­Bawerk, seria um claro exemplo de objetivismo econômico. Uma visão subjetivista do

assunto­ tal como ele faz­ veria que, na verdade, todo o processo de capital é feito em etapas. Por vezes, um

longo tempo seria necessário para a produção de algo­ isto é, para, a partir de certos recursos, torna­se um bem

acabado pronto para ser consumido. Nisso se baseia a Teoria de Capital austríaca. Clarke e seus seguidores,

por outro lado, teriam, um conceito falso e ilegítimo do capital­ um conceito, como diz Böhm­Bawerk, mítico.

Isso é a análise necessária do que os austríacos pensavam para que possamos progredir. Outros aspectos­

em especial a metodologia­ também serão posteriormente mais explicados, mas por enquanto isso é

desnecessário. Tendo uma ideia melhor sobre a teoria de conhecimento, capital e subjetivismo austríaco, essa

primeira etapa de nossa tese é terminada. No geral, é isso que será preciso para que se entenda a essência da

tese. As referências, fontes e explicações dadas no fim do texto, contudo, servem­ sem dúvida alguma­ de um

meio para o leitor ir além até o ponto que achar necessário e conveniente a si.

A Complexidade Econômica de HH e semelhanças com a Escola Austríaca

“The Atlas of Economic Complexity”

Como já explicado parcialmente acima, a Teoria da Complexidade Econômica­ apresentada em “The Atlas

of Economic Complexity” e noutros papers separados [6]­de HH é uma das mais geniais descobertas

econométricas. Sem dúvida, uma das realizações científicas mais importantes do século XXI. Contudo, ela não

teve o reconhecimento que merece. Muitos, por conta disso, ainda desconhecem as importantes ideias que ela

nos dá. Cabe aqui explicar um pouco sobre a questão. Ao mesmo tempo, iremos comparar essa teoria com o

que dizia a Escola Austríaca. Primeiro, apenas nas semelhanças e, numa próxima etapa, as diferenças.

HH começa seu Atlas nos dando uma breve introdução sobre a teoria em si. Ele nos afirma que existem

duas formas de ver como as coisas são feitas­ e, por consequência, a própria riqueza na sociedade­:

1. Argumentando que as coisas são feitas por e de produtos materiais, como máquinas, materiais in

natura (i.e., commodities em sua maioria), trabalho etc.;

2. Essencialmente, de conhecimento necessário para produzi­las.

Uma primeira pausa será necessária para a também primeira comparação com a Escola Austríaca. Essas

duas visões são, visível e basicamente, um claro exemplo de caso de objetivismo econômico e, do outro lado,

de subjetivismo. A primeira visão é claramente objetivista. Ela dá foco mais a bens materiais ao que as

relações humanas­ e, no geral, a própria ação humana, como diria Mises e seus seguidores. Assim, a ciência

econômica não passa de uma “mera ciência de alocação, maximização e optimização” (tal como afirma a

definição de Robbins e outros neoclássicos do mainstream). Contudo, isso não ocorre na segunda

interpretação, essa sim que dá foco às relações humanas e nada mais. A única exceção ao objetivismo na

primeira visão é o trabalho­ essa sim uma relação humana importantíssima, mas que também acaba sendo

abrangida na segunda interpretação.

Aqui, portanto, já percebemos uma semelhança entre Escola Austríaca e HH. De fato, a Teoria da

Complexidade adota esse segundo pensamento, indo­ ao menos nesta ocasião­ mais perto do subjetivismo

austríaco do que do objetivismo de outras escolas. Como Paulo Gaia, professor na FGV­EESP e um dos

maiores estudiosos brasileiros sobre as ideias de HH, nota, essa não é uma abordagem de todo nova. Os

economistas sempre pensaram e refletiram sobre “a riqueza das nações”, muito antes de Adam Smith e,

portanto, de toda a Teoria da Complexidade. Os teóricos clássicos do desenvolvimento, por exemplo, já

adotavam essa segunda visão. Contudo, HH nos deu uma abordagem mais moderna e atualizada da questão,

possibilitando com que se possa medir a complexidade econômica [7].

A relação entre HH e os clássicos vai mais além. Ele explica como nós devemos a Smith a ideia de que a

divisão do trabalho é o segredo para the wealth of nations­ a riqueza das nações. Essa divisão, numa visão

moderna, acrescentaria conhecimento a sociedade. Seria o melhor método de alocar a nova informação, e

assim avançaríamos. Com ela, nos tornaríamos coletivamente mais sábios, e é com essa dessas conexões de

conhecimento produtivo permitidas pela especialização que a sociedade funcionaria. Desse modo, o

conhecimento de uma sociedade não depende do que os indivíduos em si conhecem, mas da variedade de

conhecimento disponível dentro de uma sociedade.

Mas, afinal, o que seria esse tal de conhecimento produtivo? Ele poderia ser explícito, ensinado nas escolas

e faculdades, de fácil e rápido aprendizado? Seria, assim, não tácito, científico/ técnico, centralizado e de

“classes”­ isto é, faria parte do grupo B austríaco? HH trata desse assunto, e nos responde que não. Seria, como

ele diz, algo tácito, difícil de ser transmitido e, por isso, não seria de fácil e rápida aprendizagem. Não seria

algo que se poderia ensinar nas escolas, mas algo aprendido com a experiência de trabalho (por isso que muitas

empresas, para empregar alguém, exigem determinado tempo de experiência, e não só escolaridade). Ora, não

seria esse um pensamento totalmente austríaco e anti­neoclássico? A função empresarial não seria algo

explícito, mas tácito. O conhecimento, na Teoria da Complexidade, é, portanto, não dado. Isso possibilita a

explicação de uma série de fenômenos, como a visão de mercado e concorrência como um processo dinâmico

(como a Escola Austríaca vê) e muito longe de ser estático (como neoclássicos afirmam, mesmo que escondido

em seus modelos matemáticos, capazes de vedar más ideias). Processos como, por exemplo, a inovação podem

ser assim compreendidos com facilidade. A partir dai também é deduzível que a informação na economia­ ao

menos nas mais complexas­ é dissipada­ e nisso consiste uma importante parte da teoria hayekiana sobre

conhecimento e cálculo econômico.

Assim, ao informar­ mesmo que não intencionalmente e de modo indireto­ que a ciência econômica é um

conhecimento do tipo B sobre A, HH concorda com os austríacos em uma série de ideias básicas e outras

conclusões que podemos deduzir delas. Fica, assim, evidente um subjetivismo nas bases da Teoria da

Complexidade. Com esse princípio­mor já semelhante entre os dois, é plausível que se esperem várias outras

características iguais. Isso que continuaremos a expor aqui.

HH se aprofunda mais na questão do conhecimento tácito. Ele seria a causa da especialização do trabalho,

pois, como seu aprendizado é árduo, necessitamos nos especializar. Ele denomina de capacidades todo o

pedaço de conhecimento tácito que temos dentro de nós. Toda capacidade, seria assim, numa interpretação

austríaca, de grupo A. O único jeito de alocar tanto conhecimento numa sociedade mais complexa seria

dividindo­o “em vários pedaços”. HH dá nome a esses pedaços de “personbytes”. Quanto mais complexo um

produto, mais personbytes necessários e mais gente e especialização. Especialização esta, claro, que ocorre

dentro e entre as variadas firmas. Quanto maior a diversidade e quantidade dessas firmas, maior o “knowhow”

(como fazer)­ conhecimento tácito produtivo.

Note­se que essa visão apoiadora da divisão do trabalho também é presente na Escola Austríaca e em todo o

pensamento liberal­ hétero ou ortodoxo. Mises vê esse fator como “o princípio do desenvolvimento social” [8].

Assim, poderia­se fazer uma melhor alocação e maximização das capacidades (vide mais abaixo para entender

melhor o que se diz com isso) e talentos. Como Mises afirma:

O fato de o trabalho ser dividido possibilita um maior aperfeiçoamento do talento individual, o que por si só

já faz com que a cooperação seja ainda mais produtiva. Por meio da cooperação, os homens são capazes de

alcançar aquilo que estaria além de suas capacidades enquanto indivíduos, e até mesmo o trabalho que um

indivíduo é capaz de realizar sozinho se torna mais produtivo. [8]

É exatamente isso que HH diz. Não somos, numa sociedade desenvolvida, capazes de adquirir tanto

conhecimento quanto o que existe no mundo econômico. A divisão do trabalho é a única­ e, portanto, melhor­

maneira de dividir e melhorar esse conhecimento. Como veremos mais tarde, isso também significa que a

divisão do trabalho serve como um caminho e motor para a prosperidade (o que Mises, representando a Escola

Austríaca, também concorda). De fato, essa visão sobre a questão é muito parecida entre boa parte dos

economistas, mas nem por isso deixa de ser relevante e útil.

A complexidade econômica vem para, de certa forma, medir tudo isso. Seria um meio de medir o quão

“intrincadas” são as conexões econômicas, analisando, daí, o conhecimento econômico disponível numa

sociedade. O que, contudo, HH usaria para medir algo tão­ como o nome já afirma­ complexo? Ele se baseia

em dois conceitos:

1. A diversidade, relacionada a quantos produtos uma nação exporta;

2. A ubiquidade dos produtos, isto é, a quantidade de países que podem os produzir. Se muitos países

podem produzir pão, isso significa que o pão é muito ubíquo. Se poucos produzem diamantes, o diamante é

pouco ubíquo.

Quanto mais diversa e quanto produzir produtos menos ubíquos, mais complexa ela é. HH afirma que não é

possível compreender a complexidade econômica sem usar ambas as medidas. Diamantes, por exemplo, são

pouco ubíquos, e nem por isso economias que o exportam são necessariamente mais complexas. Então, a

diversidade chega para tornar a medida mais verídica. Ela por si só, contudo, também não serve. Uma

economia pode se especializar muito num só produto pouquíssimo ubíquo, mas nem por isso é menos

complexa que uma economia diversificada em produtos altamente ubíquos. Diversidade e ubiquidade,

consequentemente, só nos servem juntas para medir a complexidade econômica. Vide a imagem abaixo como

mais um exemplo da questão.

Esquema do Atlas comparando a diversidade de três países e a ubiquidade de cinco produtos [8]

É por esses dois conceitos que HHmede a chamada “Economic Complexity Index” (Índice de complexidade

econômica)­ ECI. Também há um método de analisar a complexidade dos próprios produtos, com o “Product

Complexity Index” (Índice da complexidade do produto)­ PCI.

HH, contudo, não deixa por ai, só jogando uma série de conceitos a toa. Como já dito, a complexidade

econômica é um jeito de ver a riqueza. Na verdade, ela (no caso, ECI) seria um importante indicador de

riqueza e prosperidade. Empiricamente, HH nos mostra como, quanto mais ECI, maior o PIB per capita.

Também apresenta­ brevemente­ uma explicação não empírica, afirmando que, quanto maior o ECI, também

maior será o income­ o rendimento. Países onde a primeira variável é maior que a segunda tenderiam, assim, a

crescer de modo mais veloz­ de tal maneira que o incometende a se equiparar com o índice, muito refletido

pelo próprio rendimento. Como ele precederia a prosperidade (segundo, mais uma vez, uma afirmação

empírica), ECI seria mais que um mero sintoma desses momentos, mas um tipo de causa, um carro­chefe.

Paremos mais uma vez. É necessário retomar o fato de que a função empresarial austríaca é um

conhecimento de tipo do grupo A. Assim, é essencialmente descentralizada. Um incremento dela levaria, sem

dúvida, a uma maior complexidade econômica. Desta forma, tanto para austríacos quanto para HH­ mesmo que

indiretamente e segundo nossa interpretação­, a função empresarial e complexidade econômica resultam em

descentralização e consequente avanço. Uma semelhança um tanto óbvia, mas acredito que necessária.

Essa tese apresentada no parágrafo acima pode ser mais bem explicada e fortalecida com outras ideias de

HH. Ele avança em seus estudos sobre a própria movimentação da produção e capital. Afirma que, para

expandirmos as economias e o conhecimento nelas­ e, logo, sua complexidade­, temos que enfrentar um

problema. Ele chama ele de “chicken and egg problem” (problema da galinha e do ovo). Ao mesmo tempo que

não se pode criar indústrias numa economia em que certas capacidades não estão suficientemente disponíveis,

há pouco incentivo a que essas capacidades cresçam sem mais indústrias (note­se que esse é o recorrente

problema no pensamento econômico sobre a relação da oferta e da demanda, mas, no caso, aplicado a demanda

de capacidades e sua oferta). Por isso mesmo, para diminuir esse problema, as economias tendem a se expandir

em áreas mais próximas aquelas que já foram desenvolvidas a determinado nível. Daí deriva o conceito de

“Complexity Outlook Index” (Índice de perspectiva de complexidade)­ COI. O COI influencia fortemente no

ECI, podendo até mesmo prevê­lo.

Para entender o que foi dito no parágrafo anterior e a própria teoria de capital­ pois, sim, trata­se disto­ de

HH, podemos usar do product space (algo como “espaço do produto”). Ele mostra uma série de áreas e

produtos, podendo nos servir de guia para entender a ECI­ e até mesmo seu crescimento. As várias áreas são

interligadas, mostrando a suas relações. As nações, assim, iriam se desenvolver avançando até as áreas mais

próximas. Países desenvolvidos e mais complexos, com mais tipos de produção já desenvolvidos, poderiam se

expandir mais fácil para novas áreas, enquanto países pobres teriam dificuldade, já que são menos complexos.

HH nos dá um ótimo exemplo comparando as economias com florestas,

where every product is a tree. Trees that require similar capabilities are near each other, while distant trees

require very different capabilities. (…) we can think of firms as monkeys that live on trees, meaning that they

exploit certain products because they have the requisit capabilities. Countries differ in the number and

location of the monkeys they have (…) Monkeys would prefer to make short jumps to nearby trees because this

would minimize the chicken and egg problem of having to accumulate several missing capabilities at once.

[10]

Como mais um exemplo do pensamento de HH sobre a questão, veja, aqui, o próprio product space das

exportações mundiais em 2013:

O space product de exportações no mundo em 2013 [11]

Aqui, devemos por uma última vez parar e analisar. Acredito que essa análise, dando exemplo e uma

imagem ilustrativa, seja suficiente para uma comparação essencial. Como já foi explanado, a teoria austríaca

de capital segue o subjetivismo econômico, considerando os processos econômicos em etapas. Espero que

tenha ficado claro que o mesmo ocorre com a Teoria da Complexidade Econômica de HH. As árvores da

floresta e os pulos dos macacos representam essas etapas. Não se tratam de processo simultâneos e

instantâneos, mas algo que exige tempo e outros requisitos. Essa visão em etapas já existe desde Menger, que

separava os bens entre ordens. Quanto maior a ordem dele, mais próximo da etapa do consumo. Isso é também

visível na teoria de HH. Ideia esta de Menger que, aliás, foi criticada por Knight, seguidor de Clarke e um dos

principais nomes da Escola de Chicago. Portanto, a semelhança final entre HH e a Escola Austríaca­ mais

especificamente Böhm­Bawerk­ é a falta de um “conceito mítico de capital”.

Assim, imagino que desenvolvi o suficiente o que era aqui necessário para entendermos as maiores

semelhanças entre a Teoria da Complexidade Economia e a Escola Austríaca. Claro, nos restringimos aqui a

determinado campo bibliográfico e de pesquisa. Há muito a dizer sobre os dois assuntos­ e, sim,

posteriormente mais poderá ser acrescentado ou até retirado­, mas acho que isso foi o necessário. O importante

mesmo é ter a noção de que o que HH fez foi mais que uma mera ideia que bate com o que os austríacos já

diziam. É uma complementação, quase que uma nova área e âmbito de pesquisa. Acredito, assim,­ e isso será

mais desenvolvido na conclusão­ que essa quarta­ ou até mesmo uma hipotética quinta­ geração dos austríacos

deva entender, estudar e posteriormente, mesmo que a seu modo, absorver essas teorias. Um grande avanço

seria, não tenham dúvida.

Diferenças

Como afirmamos na introdução deste texto, não seria uma atitude científica mostrar uma grande quantidade

de semelhanças e deixar por ai. É um fato que também existem algumas desavenças, e elas são o objetivo desta

seção. Como, de certa forma, também já adiantamos na introdução, um dos principais pontos de discordância é

a metodologia.

No que apresentamos sobre a Teoria da Complexidade, houveram, de fato, casos de uso do método

empírico, mas omitimos a parte onde ele é mais usado. Na seção 4 de seu Atlas, HH compara o ECI com

outros indíces. Compara, por exemplo, com o GCI (Global Competitiviness Index­ Índice global de

competitividade), com aqueles baseados em educação, em governança etc. Para provar que o ECI seria

superior, o método empírico é quase que onipresente. Mesmo que não diga diretamente e de modo mais

formalizado, vendo isso podemos concluir que HH concorda com esse método. Independente de qual vertente,

detalhes metodológicos ou coisa do tipo, isso é um fato. Nisso fica visível uma diferença entre HH e os

austríacos. Com princípios já um tanto distintos desde seu início, a Escola Austríaca avançou a ponto de ter

uma metodologia completa e bem definida e delineada. Uma das mais brilhantes sínteses desse pensamento foi

a do professor Hans­Herman Hoppe, a já citada “A Ciência Econômica e o Método Austríaco”. De suas

contradições até erros mais visíveis, uma grande e objetiva crítica é feito ao método empirista e suas variantes.

Qualquer um que lesse suas palavras, mesmo sem entender seus argumentos, compreenderia que Hoppe e a

Escola Austríaca são grandes adversários de todas essas metodologias. Trata­se, assim, da mais crucial e

importante desavença entre austríacos e a Teoria da Complexidade Econômica. No fim do texto, veremos o

quão isso pode afetar nossa teoria inicial sobre a semelhança entre os dois.

Também há outra diferença importante no modo de como provar e expressar argumentos que separa

austríacos e HH. No Atlas (vide a imagem abaixo), por exemplo, temos algumas fórmulas que expressam

informações relativamente importantes. Fica, assim, visível uma quantidade razoável de formalização

matemática na Teoria da Complexidade. Presume­se, portanto, que HH concorde com seu uso. Boa parte se

refere a econometria, mas outra não. Seria isso algo que os austríacos concordaríam?

Technical Box 2.1 do Atlas, falando sobre como medir o ECI e PCI [12]

Não, dificilmente­ com exceção dos casos de econometria­ o fariam. A Escola Austríaca luta desde seu

nascimento contra o uso exagerado­ e, por muitas vezes, de qualquer uso, a não ser que essencialmente

necessário­ da formalização matemática. Um grande erro dessa formalização, afirmammuitos austríacos, é que

torna homogêneos processos temporalmente heterogêneos. Um exemplo seria a “lei da igualdade das utilidades

marginais ponderadas pelo preço” (!) neoclássica. Segundo ela, os indivíduos comparam simultaneamente as

variadas utilidades dos produtos ofertados. Isso, contudo, seria um claro exemplo de objetivismo econômico,

no qual austríacos combatem com máximas forças. A Escola Austríaca prefere, portanto, a formalização

verbal. Trata­se, logo de uma diferença entre HH e os austríacos.

Acho também conveniente comentar mais sobre a relação entre austríacos, HH e os economistas clássicos

do desenvolvimento, tal como definido por Gala. De fato, tal como o mesmo relata em seu blog, sob

determinada interpretação as ideias de HH servem como justificativa para esses teóricos clássicos [13]. Boa

parte dessa justificativa seria empírica, dado fato que o Atlas é muito mais que uma obra teórica, mas sim uma

ampla exposição empírica da economia global. Dentre esses economistas “clássicos” (do desenvolvimento),

incluem­se pessoas como Prebisch, Singer, Furtado etc. Independente do que estes teóricos digam sobre

variados assuntos, temos um foco aqui. Ele é de relacionar austríacos e Teoria da Complexidade, tanto em

casos que se aproximam quando não, i.e, quando HH se aproxima de outros pensadores. Tendo isso emmente,

não acho que essa interpretação apresentada nesse parágrafo possa prejudicar o que tenhamos dito aqui. Assim,

não nos diz muito respeito e, por isso, não continuaremos com uma explicação tão elaborada e avançada.

Claro, existem diferenças secundárias. Para Mises, por exemplo, “A desigualdade de riqueza e de renda é

uma característica essencial da economia de mercado”[14]. Logo, como defensor dessa economia, a

desigualdade seria um efeito natural. HH, por outro lado, afirma que ECI é um gerador de igualdade e, como

ele também é um indicador de prosperidade, ele defende tanto mais complexidade econômica quanto mais

igualdade. Contudo, tratam­se de diferenças não muito importantes, mesmo que ainda existentes (tendo, claro,

visto o limite de nossa abrangência de conteúdo e bibliográfica aqui apresentado). Essas duas são, sem dúvida,

as maiores diferenças entre austríacos e HH. Indiretamente, as ideias dos primeiros criticam os segundos e,

mesmo de um modo menos desenvolvido, vice­versa. Ainda assim, isso foi a exigência de uma postura

científica que aqui adotamos. É a parte final de nossa teoria, só nos restando, portanto, uma conclusão.

Porque os austríacos e não os outros

Alfred Marshall (1842–1924), importante figura do pensamento neoclássico e criticado por Böhm­Bawerk por

seu suposto objetivismo

Por que HH estaria mais próximo da Escola Austríaca do que de outras escolas, pensadores e grupos? Como

vimos, são várias as semelhanças importantes entre Escola Austríaca e a moderna Teoria da Complexidade

Econômica. São poucas as diferenças importantes. Essa breve explicação já nos responde a própria pergunta

inicial. Podemos, contudo, nos desenvolver um pouco mais.

As principais diferenças listadas envolveram metodologia e formalização. Seria uma grande limitação

criativa não dizer, aqui, que são diferenças “contornáveis”. De grande dogmatismo e ingenuidade seria dizer o

contrário. A Teoria da Complexidade pode ser facilmente explicada sem o método empírico­ inclusive suas

comparações com outros índices­, tanto que, por algumas vezes, já o é, mesmo que brevemente. Poderia­se

simplesmente tirar a formalização matemática desnecessária e deixar a que envolva econometria. Uma escola

que por tanto tempo mostrou­se capaz de grandes descobertas­ corretas ou não­ não poderia se limitar a olhar e

rejeitar toda uma teoria parecida e enriquecedora que é a de HH. Enriquecedora pois, como já dito, não é só

uma teoria simples e pronto. É uma complementação que cria quase que toda uma nova área e gama de

pesquisa.

O mesmo não pode ocorrer com outras escolas, grupos e pensadores. Fazer isso seria contraditório com seus

princípios e bases, não podendo ser cientificamente legitimado. A Teoria da Complexidade Econômica só pode

ser adotada­ em última instância­ por aqueles que tem aquelas bases austríacas já citadas. Não necessariamente

precisa ser algum seguidor dessa escola, mas alguém com princípios iguais já basta. Cabe unicamente a essas

pessoas estudarem, entenderem, complementarem e aperfeiçoarem a teoria de HH. Um presente alheio a um

pensamento tão rico não pode ser ignorado. A parte de todo esse dogmatismo ridículo de “Ain, não cite Marx

pois ele é comunista”, resta terminar com uma importante lição de Marx, que cabe perfeitamente para a lição

desse texto:

Os filósofos apenas interpretaram o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá­lo [15]

Referências

1. Hans­Herman Hoppe,“A Ciência Econômica e o Método Austríaco”,Instituto Ludwig von Mises

Brasil, 2010, p. 45. Disponível em:http://migre.me/tdmrv.

2. Para mais, vide: Ubiratan Jorge Iorio,“Jean­Baptiste Say: o que realmente pensava este grande

economista”, Instituto Ludwig von Mises Brasil, acessado em 13/3/2016. Disponível

em:http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1678.

3. Note­se: Michael e não Karl Polanyi. É uma confusão a ser evitada quando se almeja a precisão.

4. Jesús Huerta de Soto, “A Escola Austríaca”, Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010, p. 37.

Disponível em: http://migre.me/tdmJx.

5. Para uma avaliação mais aprofundada das possíveis distorções keynesianas do pensamento de Say,

vide: Mark Skousen, “ A verdadeira Lei de Say — e não a distorção keynesiana”, Insituto Ludwig vonMises

Brasil, acessado em 13/3/2106. Disponível em: http://migre.me/tdniA. Note­se também que o autor não faz

nenhuma decisão imparcial nesta passagem, apenas comparando a interpretação keynesiana com a neoclássica

da Escola de Chicago.

6. Graças a um instinto pouco ganancioso­ e, não tenha dúvida, bastante científico­ de HH e outros,

maior parte de essas obras (incluindo o Atlas) está disponível em: http://atlas.media.mit.edu/publications/.

7. Sobre isso e outras contribuições do mesmo autor, vide: Paulo Gaia, “Construindo complexidade: uma

nova maneira de encarar o processo de desenvolvimento econômico”, acessado em 13/3/2016, e Paulo Gaia,

“Livro: Construindo Complexidade”, acessado em 13/3/2016. Ambos os textos, respectivamente, estão

disponíveis em:http://www.paulogala.com.br/?p=2500 ehttp://www.paulogala.com.br/?p=3124.

8. “A divisão do trabalho e a prosperidade”, Ludwig von Mises, publicado no Instituto Ludwig von

Mises Brasil, acessado em 19/3/2016. Disponível em: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1273.

9. “The Atlas of economic complexity”, Richard Hausmann, César A. Hidalgo et al, Massachusetts

Insitute of Technology and Center for International Development, Harvard University, 2013, p. 21. No caso, a

imagem foi retirada de Paulo Gaia, “Como medir complexidade econômica?”, acessado em 13/3/2016. O texto

também oferece uma explicação da imagem. Ambos os textos estão, respectivamente, disponíveis

em:http://atlas.media.mit.edu/static/pdf/atlas/AtlasOfEconomicComplexity_Part_I.pdf e

http://www.paulogala.com.br/?p=3985.

10. “The Atlas of economic complexity”, Richard Hausmann, César A. Hidalgo et al, Massachusetts

Insitute of Technology and Center for International Development, Harvard University, 2013, p. 53. Disponível

em:http://atlas.media.mit.edu/static/pdf/atlas/AtlasOfEconomicComplexity_Part_I.pdf (já citado).

11. Retirado do próprio site da OEC (Observatory of Economic complexity), acessado em 13/3/2016 .

Disponível em:http://atlas.media.mit.edu/en/visualize/network/hs92/export/wld/all/show/2013/. Note­se que a

OEC, uma organização do MIT, é o principal site de dados sobre comércio internacional. Pode ser muito útil

ao leitor interessado.

12. “The Atlas of economic complexity”, Richard Hausmann, César A. Hidalgo et al, Massachusetts

Insitute of Technology and Center for International Development, Harvard University, 2013, p. 24. Disponível

em:http://atlas.media.mit.edu/static/pdf/atlas/AtlasOfEconomicComplexity_Part_I.pdf (já citado).

13. Para mais sobre essa interpretação, vide “A vingança dos estruturalistas”, Paulo Gala, visitado em

17/3/2016. Disponível em:http://www.paulogala.com.br/?p=1803.

14. “Ação Humana”, Ludwig von Mises, Instituto Ludwig vonMises Brasil, 2010, p. 347. Disponível em:

http://migre.me/tedNj.

15. “A Ideologia Alemã”, Karl Marx e Friedrich Engels, Boitempo Editorial, 2011, p. 539. Disponível em

outra versão em: http://migre.me/tedNj.