a jam no mam: juventude e consumo professor adjunto i – facom/ufba
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PPGCOM ESPM – ESPM – SÃO PAULO – COMUNICON 2013 (10 e 11 de outubro 2013).
A Jam No Mam: Juventude e Consumo de Música Alternativa em Salvador.1
Sergio Sobreira Araujo2
Professor Adjunto I – FACOM/UFBA
Resumo
Este estudo é um relato da pesquisa realizada como atividade prática da disciplina Oficina de Análise de
Públicos e Mercados Culturais, que integra a grade curricular do bacharelado em Comunicação Social,
habilitação em Produção Cultural. O objeto de estudo foi o delineamento do perfil do público que participa
do evento JAM no MAM, projeto cultural que realiza semanalmente jam sessions no Museu de Arte
Moderna da Bahia, também conhecido como MAM-Solar do Unhão. O estudo pretende ainda estabelecer
algumas considerações de caráter preliminar sobre as relações entre a juventude de Salvador e o consumo de
música não hegemônica, tendo em vista que o evento é de música instrumental, de predominância jazzística,
habitualmente inscrita nos circuitos culturais alternativos.
Palavras-chave: Juventude; Jam Session; Consumo de Música; Música Instrumental.
1 INTRODUÇÃO
A música é uma das expressões culturais mais disseminadas e consumidas, senão a mais
importante, entre a população mais jovem, assim entendida a faixa etária que vai dos 15 aos 29 anos
como define a Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013, que institui o Estatuto da Juventude e dispõe
sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o
Sistema Nacional de Juventude – SINAJUVE.
A centralidade da música como forma artística preferencial entre os jovens pode ser
depreendida através de diversos indicadores, como os dados econômicos sobre o comércio de
música nas diversas plataformas existentes na contemporaneidade (dentre as quais a internet avança
para a condição de meio estruturante desse mercado), as representações e imagens que o contexto
musical fornece e institui nas mídias e as hierarquias e hegemonias que são constituídas a partir dos
fluxos emanados pelo cenário musical.
1 Trabalho apresentado no GT 06: COMUNICAÇÃO, CONSUMO E CULTURA CONTEMPORÂNEA: IMAGEM,
CIDADE, JUVENTUDE, do 3º Encontro de GTs - Comunicon, realizado nos dias 10 e 11 de outubro de 2013. 2 Administrador pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, Mestre e Doutor multidisciplinar em Cultura e Sociedade
pela Universidade Federal da Bahia-UFBA. Professor Adjunto da Faculdade de Comunicação da UFBA, atua como
pesquisador em gestão, produção e economia da cultura e da comunicação. E-mail: [email protected].
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A cidade de Salvador tem uma relação histórica fundamental com a música criada e
produzida no Brasil. A primeira capital do Brasil, berço das identidades culturais miscigenadas que
formam a gênese da brasilidade, contribuiu, ao longo do século XX, com fortes influências para a
formação da estética musical nacional. São contribuições que vão das narrativas líricas praieiras de
Dorival Caymmi nos anos 40 e 50, aos impactos revolucionários do movimento Tropicalista na
década de 60, liderado pelos cantores e compositores baianos Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom
Zé, até chegarmos ao império da música de entretenimento, a partir dos anos 90, claramente
marcado pela presença das sonoridades do carnaval da Bahia, expressada pelos gêneros conhecidos
como Axé Music e Pagode Baiano, e que tem legado ao cenário musical brasileiro ídolos como
Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Claudia Leitte, Carlinhos Brown e bandas como Chiclete Com
Banana e Harmonia do Samba, para citar apenas os mais destacados pelas mídias nas duas últimas
décadas.
A despeito do fato de que alguns desses artistas venham empreendendo, intencionalmente,
trajetórias que “descolem” do referente “música baiana” em direção a outras formas de
enquadramento como “MPB” ou “Pop”, é significativo anotar que são nomes que exercem grande
poder de fascínio e influência sobre a juventude, estando entre os artistas mais lembrados,
consumidos e idolatrados por essa parcela geracional da população, não só baiana como brasileira.
Como toda hegemonia, a existência de um campo tão largamente predominante, pressupõe e
valida à existência de todo um segmento de outras formas que são constituídas como secundárias e
colocadas em nichos designados como “alternativo”, “marginal” ou “periférico”. Em Salvador,
expressões como o “tradicional” samba ou o “moderno” hip-hop, formam com outros gêneros,
como o rock e a música orquestral, o repertório de ilustrações musicais secundadas à fruição estrita
de grupos pequenos ou, ao menos, não reconhecidos pela grande mídia como componentes de
destaque do cenário musical local.
É o caso da JAM no MAM, evento de Jam Session3 realizado todos os sábados a partir das
17 horas, no estacionamento do Museu de Arte Moderna / Solar do Unhão, em Salvador, onde uma
banda base composta por André Becker (sax alto e flauta), André Magalhães (piano), Bruno Aranha
(piano elétrico), Gabi Guedes (percussão), Ivan Bastos (spalla e baixo), Joatan Nascimento
(trompete e flugelhorn), Orlando Costa (percussão), Paulo Mutti (guitarra), liderados por Ivan Huol
3 Expressão oriunda do jazz norte-americano e que originalmente se referia à Jazz After Midnight, encontro de músicos
de formação jazzística em determinado night-club, que se juntavam para tocar sem ensaios prévios, na base da
improvisação, geralmente após a meia noite quando os shows previamente programados já haviam sido encerrados e a
maioria do público pagante já havia ido embora. No Brasil, teria como expressão equivalente a “canja”, participação
espontânea e improvisada de músicos em apresentação de outros artistas.
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(direção musical e bateria), realiza sessões de improvisação de música instrumental, com raras
inserções de vocais, e que conta com participações de artistas previamente convidados e outros que
se “apresentam” na hora para tocar junto com a banda. É um evento de tal forma consolidada que é
realizado, sem interrupções desde 1993, alcançando, em seus vinte anos de existência, uma
maturidade louvável para um projeto cultural inscrito fora do âmbito hegemônico.
Contudo, o que chama a atenção na JAM no MAM e motiva a produção desse artigo é a
grande afluência do público jovem, conforme foi comprovada em pesquisa realizada como
atividade prática da disciplina Oficina de Análise de Públicos e Mercados Culturais (COM-134),
que integra o 4º semestre do bacharelado em Comunicação Social com habilitação em Produção
Cultural da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. A pesquisa foi realizada
pela turma do semestre 2012.2, entre os meses de novembro de 2012 e março de 2013, atendendo a
convite formulado por Cacilda Póvoas, diretora de produção da Huol Produções, empresa que
organiza a JAM no MAM, e que contou com a anuência do titular da disciplina, autor desse artigo,
e o pleno engajamento da turma4. As principais evidências colhidas pela pesquisa em questão
subsidiam o estudo que se segue.
2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE CULTURA NA CONTEMPORANEIDADE E SUA
DIMENSÃO DE CONSUMO
Definir e situar conceitualmente “cultura”, como se sabe, não é um exercício fácil. A mais
simples pesquisa sobre tal conceito pode estabelecer uma enorme diversidade de compreensões e
ideias que podem estar relacionadas a contextos históricos, questões de etimologia, abordagens
teóricas e dilemas filosóficos sobre os quais muitos pensadores e intelectuais já se dispuseram a
discorrer, sem que, no entanto, se alcançasse unidade epistemológica, pois como estabelece Jean
Claude Passeron, cultura “é o mais proteiforme dos conceitos sociológicos [...] é o termo que leva
ao labirinto mais vertiginoso de uma biblioteca babeliana” (PASSERON In DONNAT et TOLILA,
2003, p.369).
4 Participaram da concepção da pesquisa, da coleta de dados e colaboraram com a busca documental que subsidiou à
redação desse artigo os alunos Adriana Daiana Dionizio Leal, Alana Silva Silveira, Ana Paula Barbosa Rios, Ana Paula
Bispo dos Santos, André Luiz de Oliveira Santos, Bruna Luíza Leite da Silva, Camila Helena Barbosa, Camila Hita de
Aguiar, Carine Nascimento de Jesus, Carla Galrão Barreto, Carlos Humberto de Miranda Neto, Carolina de Andrade
Leal, David Lima Barros, Driele Coutinho dos Santos, Flávia Renata Carvalho Fernandes, Gabriel Nataf Raluy, Gabriel
Ribeiro de Oliveira, Gabriela Lima Carvalho, João Marcelo Borges Cunha, Lara Dias Simões, Mariana Moreira
Guedes, Marilia Ferreira Marinho Mangueira, Nádia dos Santos da Conceição, Natália Pereira Rodrigues da Cunha,
Raquel Carvalho Rocha, Sandrinalva Santos Silva, Tamiles Santos Alves, Thamara Thais Amaral Silva e Thássio
Vinicius de Oliveira Reis
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Com quadro de tamanha complexidade é necessário fazer escolhas, ainda que, como
advertiu Foucault, na medida em que um campo escolhe seu objeto expulsa todos os outros e, por
essa razão, um campo deveria ser objeto de estudos da teratologia. Por razões operacionais e
epistemológicas, temos que estabelecer os pressupostos que norteiam este estudo. Consideremos
como base que nos reportamos ao cultural, terminologia defendida por A. Arjun, citado por Teixeira
Coelho, compreendendo que as expressões e formas culturais e suas dinâmicas e processos
cresceram tanto em importância e complexidade que constituem um sistema “como uma totalidade
de formas e conteúdos de diferentes origens fluindo em várias direções simultaneamente,
incessantemente” (COELHO, 2008, p.51). Sistema que reúne e sintetiza o vasto repertório criativo
da humanidade, este lugar onde estão inscritas a produção de sentidos e as subjetividades que
fundamentam e caracterizam a condição humana.
Por outro lado, Teixeira Coelho adverte que “quando tudo é cultura, nada é cultura!” (idem).
Tomando-se de empréstimo a perspectiva proposta por Coelho (2008, p.20), deve-se perceber que
Uma distinção inicial, mínima, tem que ser feita entre o que é cultura e o que é oposto à
cultura, o que produz efeitos contrários àqueles buscados na cultura e com a cultura – em
outras palavras, uma distinção tem de ser feita entre cultura e barbárie, entre o que estimula o
desenvolvimento humano individual e, em consequência (não o contrário), o processo social,
e aquilo que o impede, o distorce e aniquila. Em todo contexto humano há elementos de
cultura e de barbárie, que não necessariamente entram num jogo dialético do qual resulta
uma eventual síntese superadora de uma e de outra na direção de uma terceira entidade: o
mais provável é que ambos tipos de elementos justaponham-se, ombreiem-se e deem origem
às consequências que podem gerar.
Neste sentido, recorremos mais uma vez à proposição de Laurent Fleury (2009) que define
que, na contemporaneidade, a palavra “cultura” expressa três sentidos heterogêneos: “como estilo
de vida, [...] como comportamento declarativo [...] e como corpus de obras valorizadas”. Portanto,
para a delimitação do quadro conceitual que subsidia este artigo, fica posto que a afluência de uma
parcela da população a um determinado produto e/ou serviço cultural, com os fins de
fruição/aquisição, é revestida das mesmas dimensões comuns às demais relações de consumo, nos
termos da noção encetada por Canclini quando afirma que o ato de consumir também tem a
potência de comunicar, pois “quando selecionamos os bens e nos apropriamos deles, definimos o
que consideramos publicamente valioso, bem como os modos com que nos integramos e nos
distinguimos na sociedade” (CANCLINI, 1995, p.21).
A irrupção da sociedade de consumo é um fenômeno relativamente recente. Com a
revolução industrial e ascensão da burguesia ao poder no mundo ocidental, o consumo sofreu um
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aumento exponencial. Apesar do ato de consumo sempre ter sido uma prática presente na história da
humanidade, é a partir dos últimos dois séculos que ele se torna uma questão que transversaliza
todas as práticas sociais, alcançando a esfera do subjetivo e da produção de sentidos que instituem a
condição humana. Como diz SLATER (2002, p.17) “a cultura do consumo (...) está ligada a valores,
práticas e instituições fundamentais que definem a modernidade ocidental, como a opção, o
individualismo e as relações de mercado.” Slater defende a 2ª década do século XX como aquela
que traz a modernização por meio do consumo.
Duas alterações são extremamente importantes nesse processo. Primeiramente porque o
próprio consumo se torna um foco crucial da vida social, na qual consumir passa a transpassar por
todos os processos, ao mesmo tempo que se torna o objetivo final de todos eles. Em segundo lugar,
porque os valores da cultura do consumo adquirem um prestígio que encoraja sua extensão
metafórica a outros domínios sociais como a extensão do modelo.
O cultural não escapou à ordem do consumo, também foi alcançada por ela. Entretanto, a
ortodoxia do pensamento econômico ainda não reconhece e estuda o consumo cultural como
componente estratégico da vida social. A dificuldade dos economistas em explicar os atos de
consumo mais “sensíveis”, que priorizam os fatores psicossociais aos ditos econômicos, tem origem
na teoria econômica que pressupõe que todo ato de consumo obedece a critérios de racionalidade.
Tal pressuposto considera que os gostos de um dado sujeito são estáveis e que a partir daí é possível
ordenar suas escolhas, levando em conta ainda e apenas as restrições de renda desse sujeito. Essa
análise essencialmente racional não é compreensiva com o consumo cultural, que envolve inúmeras
questões fora dos valores expressos em números.
Bourdieu, em O Poder Simbólico, apresentava o consumo cultural como uma forma dos
sujeitos e grupos se distinguirem. O imperativo da distinção tem mais poder de inferir sobre o ato de
consumo na cultura que os elementos da racionalidade econômica. Tal e qual outras esferas de
consumo, a cultura quando consumida projeta externalidades com poder de significar em que
“lugar” da sociedade o indivíduo/grupo se encontra. Só que estas externalidades estão imbricadas,
talvez até mais que outras, com componentes alocadores de pertencimento à sociedade de classes, já
que os cânones culturais ainda são perpassados por determinantes como “erudito”, “popular”,
“culto” ou “de massa”, dentre outros.
Contudo, os fluxos migratórios decorrentes da expansão de globalização e o avanço das
tecnologias informacionais aceleraram os processos de trocas entre culturas (e entre classes), de
modo que os determinantes ortodoxos de classificação sociocultural têm sido abalados e
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progressivamente reconfigurados em favor da emergência dos hibridismos culturais. Canclini, em
Culturas Híbridas (2008), já falava da desterritorialização e do descolecionamento como sintomas
da destruição dessas fronteiras canonizadas. Portanto, as métricas que fixam o “valor” em cultura
tendem a ser bem mais determinadas em função das novas dinâmicas sociais midiatizadas e
mediadas no âmbito das novas tecnologias, do que dos cânones oriundos do academicismo cultural,
do erudito e/ou das belas artes.
2.1 O consumo de cultura em Salvador
Na capital baiana, a maior parte da população, de mais de 2.675.656 habitantes, está inclusa
na classe C e, comparada a outras capitais, possui um índice altíssimo de pessoas inclusas na Classe
E, caracterizando o modelo de crescimento periférico da cidade. Mesmo possuindo o status de 2ª
capital mais rica do Nordeste, Salvador é a 9ª cidade com maior número de favelas, com 99
aglomerados habitacionais irregulares e com baixa qualidade contabilizadas até 2012.
Outra questão importante a ser destacada é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da
cidade. De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano da Região Metropolitana de Salvador,
dentro da cidade tanto possuímos IDHs semelhantes a países europeus, em bairros como Itaigara,
Pituba e Caminho das Árvores, como IDHs que se assimilam aos países mais pobres da África, em
bairros como Bairro da Paz, Cajazeiras, entre outros.
Salvador é uma cidade onde o quadro de desigualdades é revelado com crueza explícita pela
sua topografia e densidade demográfica. Os enclaves de pobreza e miséria estão incrustados em
todo o espaço urbano. O predomínio de jovens e o crescimento da população sexagenária iguala a
capital a grandes centros mundiais, onde a faixa da população economicamente ativa é alta e o
índice de expectativa de vida só aumenta com o passar dos anos. No entanto, as marcas do
crescimento desorganizado torna difícil a ascensão social e aumenta a violência e a desigualdade
entre os indivíduos.
De acordo com o artigo “Perfil dos frequentadores de atividades culturais: o caso nas
metrópoles brasileiras”, de Bárbara Freitas Paglioto e Ana Flávia Machado, o consumo de bens e
produtos culturais no Brasil é feito pela minoria das famílias. De todos os domicílios ouvidos,
apenas uma média 27% deles gasta dinheiro com este tipo de bem. No estudo citado, pode-se
perceber que em 2002-2003, Salvador ocupava a segunda colocação de consumidores entre as
principais capitais brasileiras, caindo para a quarta posição em 2008-2009, o que evidencia
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tendência de empobrecimento da Região Metropolitana de Salvador, fato já apontado em outros
estudos sobre emprego e renda na RMS. Por outro lado, no mesmo estudo pode-se inferir que
fatores como escolaridade e renda também tem papel preponderante na composição do quanto é
destinado ao consumo de cultura pelo cidadão. O mercado cultural é constituído de vários
componentes e segmentos, dentre os quais se destacam o meio artístico (artistas, produtores, agentes
culturais, empresários), a iniciativa privada e o Estado. Seu entendimento requer a delimitação
desses componentes.
3 MÚSICA, MERCADO E ESTADO
Ainda que a indústria fonográfica venha enfrentando um quadro de grave crise, a partir do
fenômeno da pirataria decorrente das novas superfícies de produção e difusão musical no contexto
da internet, o mercado musical é um setor que movimenta bastante a economia global e não seria
diferente em nosso país, principalmente na arrecadação de direito autoral. Por outro lado, o
incremento da disponibilização gratuita de música aumentou consideravelmente, e isso permitiu um
maior acesso da população a diversos gêneros musicais, que antes eram consumidos apenas pelo
interesse pessoal de acordo com sua condição. A popularização da música através da internet
também foi largamente beneficiada pelo surgimento e disseminação das redes sociais. Conteúdos
em imagem e som são líderes em compartilhamento via Youtube, Facebook e Twitter, entre outros
canais de mediação comunicação, a ponto de se constituírem em ferramenta prioritária para a
difusão cultural na atualidade.
O empresariamento e empreendimento mercadológico da música “correu atrás do prejuízo”
para se adequar às novas formas e possibilidades de comercialização e, pela primeira vez desde
1999, registrou o primeiro aumento de sua receita bruta, com o pequeno crescimento de 0,3% da
arrecadação mundial do mercado musical, decorrente da expansão das vendas digitais, sobretudo
em plataformas como o iTunes5, e a expansão da economia global através do aumento da
participação das economias emergentes neste mercado, tanto como produtores, mas, principalmente,
como consumidores.
A agilidade de reorganização e reordenamento do mercado expressam características que são
próprias de contextos econômicos onde o fundamento é o lucro. Por outro lado, componentes que
5 Reprodutor de áudio (player) desenvolvido pela Apple, gigante do ramo da tecnologia informacional, tem na iTunes
Store seu braço de comercialização de música em arquivos digitais. A facilidade de uso e ampla compatibilidade com
várias sistemas operacionais para computadores pessoais e smartphonnes tem acelerado sua popularização e
consolidação na liderança do segmento de música digital.
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não apresentam vantagens comerciais imediatas ou promissoras em cenários mais ampliados,
tendem a não ser assimiladas pelos meios produtores, como é o caso da música instrumental, por
exemplo.
O Estado poderia (e deveria, até por princípio sociopolítico e mandamento constitucional)
evocar para si a tarefa de fomentar e apoiar as estéticas musicais não hegemônicas (ou não
mercadológicas), mas o que habitualmente temos, nos casos brasileiro e baiano - as políticas
culturais brasileiras são, no mais das vezes, federativamente alinhadas - é a adoção de programas e
ações governamentais que revelam a atuação estatal de forma pontual, às vezes episódica, em
proporções muito modestas, sempre escudadas nas alegadas limitações orçamentárias.
É no vácuo entre o desinteresse mercadológico e a omissão estatal que se dá o curioso
fenômeno da emergência de circuitos alternativos de criação e produção musical, cuja existência
revela também o desejo de consumo dos públicos da cultura em busca, por exemplo, de outras
estéticas sonoras. Ainda que a JAM no MAM tenha passado nos últimos anos a se beneficiar de
recursos oriundos de mecanismos de fomento estatal, o que sustentou o empreendimento durante
muito tempo, além da ferrenha disponibilidade de seus realizadores, foi o fato de que havia um
público constante e consistente formando sua plateia. Daí que a aquisição de um produto cultural
cuja tônica é a fruição de uma forma musical não hegemônica, justamente pela parcela da
população lida como consumidores de primeira linha e que formam as tendências que irão nortear
os mercados presentes e futuros, é uma relação promissora de significados e leituras.
4 A JAM NO MAM
O termo jam, que em inglês também significa geléia, vem das iniciais Jazz After Midinight.
Nos EUA, a partir da década de 1950, ao saírem dos seus concertos nas Big Bands, os músicos
passaram a se reunir em night-clubs para fazerem sessões de improvisação. Era um encontro
musical de caráter recreativo e efêmero para o qual não havia uma preparação específica nem
repertório previamente escolhido. Por permitir e estimular o exercício virtuoso dos talentos e
habilidades em tocar instrumentos e criar variações rítmicas e melódicas a partir de canções
originais, as Jam Sessions se popularizaram entre os músicos de todo o mundo. Apesar de informal,
tornou-se um evento bastante estruturado socialmente, atraindo o interesse dos músicos para dele
participar.
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A Jam Session é um acontecimento cultural eminentemente urbano, sendo assim, acontece
em locais como clubes noturnos ou bares, preferencialmente pequenos, de forma a proporcionar
intimidade entre os músicos e a minimizar a interferência do público, pois este não é o primeiro
destinatário da performance , está ali apenas para testemunhar o desenrolar dos acontecimentos, de
modo que a Jam Session cumpre primeiro funções intrínsecas ao seu metier: servir como
instrumento de educação musical para jovens músicos que podem apreciar e aprender com a
virtuose de músicos experientes, criar bases e células sonoras que servirão de inspiração para
compositores, formar identidades musicais entre os músicos e na relação destes com o público.
A JAM no MAM, realizada em Salvador desde 1993, surgiu inicialmente no pátio do
Instituto Goethe. Em face de sua grande aceitação, o espaço logo ficou pequeno e naquele mesmo
ano, aceitando convite da direção de Museu de Arte Moderna de Salvador/Solar do Unhão, se
transferiu para aquele espaço, sendo realizada aos sábados no pátio em frente a antiga capela
daquele conjunto arquitetônico colonial. Em 2001, a Jam deixou o museu passando a ser realizada
em outros locais da cidade, retornando ao MAM em 2007, onde se encontra até hoje, só que, desde
então, ocupando um espaço maior – o estacionamento – e passando a cobrar um valor praticamente
simbólico (R$ 2,00) de ingresso. Antes, o evento era gratuito e seu surgimento se deu de forma
bastante despretensiosa:
Para seus criadores, a JAM no MAM surgiu de uma necessidade de se fazer música fora dos
formatos habituais do mercado baiano. Mercado esse que, ao mesmo tempo em que emprega
e estimula a mão de obra local, tira de circulação a figura do músico idealista, que se dedica
a um tipo de música considerado “fora dos padrões” das rádios, festas e casas de espetáculo
locais (JAM no MAM, 2013).
Figura 1: Visão do espaço para plateia da JAM no MAM
Foto: Márcio Lima
Fonte: http://www.jamnomam.com.br
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Desde seu surgimento, a Jam no Mam inverteu o fluxo das tradicionais jam sessions: aos
invés de acontecer tarde da noite, ela se realiza a partir do pôr do sol, antes dos músicos saírem para
tocar nas inúmeras festas e shows que acontecem na cidade. Graças a sua regularidade, o evento
alcançou esse ano a invejável marca de 393 mil pessoas em sua plateia, com público médio de cerca
de duas mil pessoas por sessão nos últimos anos.
Nesses vinte anos de realização, a JAM no MAM:
[...] construiu algumas peculiaridades musicais que a diferenciam de outras jam sessions
espalhadas pelo mundo. Graças à forte tradição percussiva da música baiana e à riqueza de
ritmos da cultural popular local, as performances no MAM oferecem um mix de baião,
samba, frevo, salsa, blues e swing, trazidos para um universo que tem como tônica a
improvisação. (JAM no MAM, 2013).
Com tais matizes e características, a JAM no MAM tem prestado importantes contribuições
para o cenário musical baiano. Seja na formação de gerações de novos instrumentistas, seja por
servir como trincheira de resistência à tendência de pasteurização do meio pela presença
avassaladora de determinados gêneros nas mídias e nos circuitos comerciais, a JAM no MAM é um
lócus que preconiza diversidade e pluralidade.
5 O PÚBLICO DA JAM NO MAM
A disciplina Oficina de Análise de Públicos e Mercados Culturais (COM 134) tem como
ementa:
Apreciação e análise crítica de públicos e mercados culturais, observando tendências
contemporâneas e novas perspectivas. Estudo dos públicos culturais. Procedimentos de pesquisa e
de sondagem de públicos culturais. Públicos culturais e produção cultural. Públicos culturais como
diferencial importante para a imaginação e realização de projetos culturais. Públicos e mercados
culturais. Os mercados culturais e a produção cultural. Estudo dos mercados culturais. Economia da
cultural e da comunicação. (FACOM/UFBA, 2013)
A pesquisa de campo é o instrumento estratégico para a construção do ensino-aprendizagem.
A cada semestre, um objeto de estudo é identificado e escolhido para ser pesquisado, contemplando
desde formas artísticas (teatro, samba) a territórios identificados (bairro do Rio Vermelho) como
espaços de cultura, passando por segmentos de público (consumo de cultura na melhor idade).
O processo de escolha, do qual participam os alunos regularmente matriculados na
disciplina, tanto pode se dar pela sugestão dos integrantes da turma quanto por demandas externas,
quando solicitações são feitas nesse sentido por artistas, produtores, gestores culturais, etc. É o caso
da JAM no MAM. A diretora de produção do evento, Cacilda Póvoas, procurou o titular da
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disciplina para se informar sobre a possibilidade do evento ser estudado como atividade de prática
de pesquisa da disciplina. A relevância do evento e o fato de aliar características tão diversificadas,
facilitou e determinou o processo de escolha.
As opções metodológicas e o detalhamento do corpus da pesquisa são estruturados através
de ampla busca textual e documental, de modo a contextualizar com precisão o objeto e o modo
como será abordado. Na pesquisa sobre a JAM no MAM, a demanda era identificar o perfil do
público e algumas de suas práticas de consumo relacionadas ao evento. A observação atuante dos
produtores em duas décadas de projeto embora permitisse inferir algumas estimativas sobre as
características do público, em face da inexistência de estudo sistemático e organizado para esse fim
específico, impedia que algumas decisões de produção pudessem ser tomadas com maior
assertividade, como por exemplo, a efetividade das ações promocionais ou a prevalência de
determinados extratos geracionais sobre outros.
A construção do questionário, instrumento de coleta de dados adotado nessa pesquisa, foi
concebida em duas vertentes: o estabelecimento do perfil do público através de dados censitários e
o delineamento de suas práticas e relações de consumo relacionadas ao evento. Os dados coletados
e tabulados seguem abaixo, com algumas anotações de caráter analítico:
5.1 Sexo:
Feminino Masculino
48,8% 51,2%
Há um equilíbrio entre os gêneros. A discreta predominância masculina não é relevante
estatisticamente.
5.2 Idade:
14-17 18-25 26-35 36-50 50-65 Acima de 65
0 40,8% 39,3% 13.6% 6,3% 0
80% do público composto por jovens, o que reforça a identificação e vínculo do evento com
o público entre 18 e 35 anos.
5.3 Orientação Sexual:
Heterossexual Homosseuxal Bissexual N.R.
82,3% 10,1% 4,8% 2%
Quanto à orientação sexual, os percentuais encontrados refletem a média histórica de outras
pesquisas sobre comportamento sexual.
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5.4 Status:
N.R.
Solteiro Rel. Estável Casado Divorciado Viúvo
57,4% 24,9% 13,4% 3,3% 0,5% 0,5%
A predominância de solteiros corrobora com um dado identificado na observação de campo:
o evento favorece a paquera, muitos dos jovens presentes ao evento admitiram que a JAM no MAM
estimula o flerte, os encontros, os contatos, etc.
5.5 Escolaridade:
Fundamental Médio Superior Pós Graduado
1% 13,9% 66,6% 20%
A majoritária presença de pessoas com nível escolar superior (86,65) reflete a atratividade
do evento com a população com presumida formação intelectual mais qualificada.
5.6 Classe (renda)
A B C D E N.R.
3% 19% 39% 17% 12% 10%
Maior parte do público pertencente às classes médias (B e C), etc.
5.7 Residência
As respostas foram alocadas pelo zoneamento da cidade de Salvador. A maioria – 67 % -
reside em bairros de classe média de Salvador (orla atlântica e região central). Há uma presença
importante de turistas – 10% do público total do evento, o que em parte pode ser creditado ao fato
da pesquisa ter sido realizada na alta estação turística (verão).
5.8 Ocupação profissional
Há uma presença significativa de estudantes, o que converge com a faixa etária
predominante no evento. A maioria possui nível superior e ocupação profissional declarada
compatível com a formação escolar.
5.9 Com que frequência você vai a JAM no MAM?
1ª vez 1x no mês 2x no mês Toda semana Esporadicamente N.R.
25,5% 17,2% 15,8% 6,7% 34,9% -
A taxa de fidelização é da ordem de 39,7% (parcela de público que vai toda semana somada
àquela que vai de 1 a 2 vezes por mês). Havia uma significativa presença de público indo pela
primeira vez ao evento (25,3%), sinal de interesse em atratividade para novos públicos.
5.10 Meio de locomoção utilizado para acesso ao evento?
Coletivo Carro Próprio Táxi Moto A pé N.R.
26.8% 52,6% 12,0% 3,3% 4,8% 0,5%
PPGCOM ESPM – ESPM – SÃO PAULO – COMUNICON 2013 (10 e 11 de outubro 2013).
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O fato de a maioria utilizar veículo próprio converge com o perfil socioeconômico de
população de classe média. A presença de público que se dirige ao evento a pé, reflete a relação de
proximidade espacial com a zona central da cidade, onde parte do público reside. Apesar da
ausência de ponto de ônibus nas proximidades, a quantidade de público que usa os transportes
coletivos, é considerável (26,8%).
5.11 Qual o Gasto Médio?
R$11 a 20 R$21 a 30 R$31 a 50 R$51 a 100 Acima de 100 N.R.
47.4% 26,3% 18,7% 2,4% 3,3% 1,4%
Pelas próprias características do evento (de custo baixo), o perfil de gasto é correspondente.
5.11.1 Consome Alimentos e Bebidas?
Sim – 85,6%
Não – 14,5%
O evento é de caráter recreativo, característica que somada a sua duração enseja o consumo
de alimentos e bebidas no local.
5.12 Como ficou sabendo da JAM NO MAM
Tv Rádio Jornal Internet Dica de Amigos Banners Outros
0 1 3 9 181 1 14
A quase totalidade do público presente atribui à indicação de amigos (boca-a-boca) o
mecanismo mais eficaz e influente de divulgação do evento.
5.13 Qual o grau de satisfação com o evento?
Satisfeito Parcialmente Satisfeito Indiferente Parcialmente Insatisfeito Insatisfeito
167 35 4 1 1
A maioria do público está plenamente satisfeita com o evento. O grau de insatisfação é
muito baixo, somente duas pessoas fizeram tal indicação, sendo uma delas parcialmente.
5.14. Qual o fator de atratividade do evento?
Seis itens foram avaliados: serviço, preço, localização, atrações, instalações e público. O
serviço e a instalações foram os mais bem avaliados, seguidos da localização e do público. O evento
é bem estruturado e ocorre em um local muito bonito, a beira-mar, a partir do entardecer, o que lhe
confere uma aura muito especial.
Foi analisado ainda o gosto musical dos entrevistados que responderam sobre os gêneros e
artistas de preferências, constituindo o habitus da amostragem populacional estudada. Nesse ponto
da pesquisa, emergiu um conjunto de informações que corrobora com todo o delineamento
prefigurado: foram raríssimas as citações a artistas que integram o mainstream, enquanto que
cantores e bandas dos circuitos alternativos foram frequentemente citados, ou seja, o evento atrai e
PPGCOM ESPM – ESPM – SÃO PAULO – COMUNICON 2013 (10 e 11 de outubro 2013).
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aglutina uma parcela da população que, de fato, se interessa por sonoridades e estéticas musicais
não hegemônicas.
6. CONCLUSÕES
Apesar da crise que assolou a indústria fonográfica nos últimos quinze anos, o
reordenamento do setor e de seus fluxos e arranjos econômicos permitiu que a hegemonia das
chamadas majors – conglomerados controladores dos sistemas de produção, distribuição e consumo
de música – fossem mantidos, agora com adoção dos novos suportes de difusão e comercialização,
sobretudo aqueles inerentes à ambiência digital. O download digital licenciado, através de
plataformas como o iTunes, permitiu a retomada da indústria na liderança do mercado musical,
agora em processo de recuperação de margens de lucro, perdidas nos últimos anos com a pirataria.
A existência de um modelo de negócio para a música privilegia determinados gêneros e
formatos, sobretudo aqueles que tenham maior potencial de entretenimento, enquanto que todo o
leque de estilos e estéticas sonoras não integrantes dos formatos adotados pelo negócio, tendem a
ficar circunscritos em circuitos limitados de exibição, fruição e consumo, já que a aliança
consolidada entre indústria cultural e empresas de mídia, só alça à condição de visibilidade
privilegiada os artistas da música que interessa ao negócio, dando um tratamento de menor
exposição e noticiabilidade limitada aos demais.
A internet tem contribuído para que esse “bloqueio” seja furado por fenômenos que
irrompem graças a ações quase espontâneas de viralidade obtida em redes sociais, possibilitando
que os alternativos venham a ser pautados pela grande mídia e, na maioria das vezes, assimilados e
integrados ao mainstream. Nesse embate entre os diversos componentes do meio musical, o
consumidor tem um papel fundamental, ainda que ele não exerça com consciência o poder que lhe é
inerente, levado que é a considerar como seu, a identificar-se com imagens e contextos que, em
verdade, lhe são fornecidos por estratégias promocionais muito bem estruturadas que moldam os
gostos e formam as preferâncias de boa parte da população.
A avidez pelo novo, qualidade própria da população jovem é o elemento de renovação que
pode (e de fato é o que muitas vezes possibilita) alterar esse quadro de hegemonias muito bem
controladas. Um evento de música instrumental tão frequentado pela população jovem de Salvador
como é o caso da JAM no MAM, reflete essa disponibilidade, sobretudo quando se contrapõe a uma
PPGCOM ESPM – ESPM – SÃO PAULO – COMUNICON 2013 (10 e 11 de outubro 2013).
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realidade em que a maioria da juventude dessa mesma cidade tem preferido consumir e se
identificar com os artistas consagrados.
A existência dessa parcela populacional resistente à hegemonia tem seu correspondente em
músicos que não se limitam a atuar apenas no mercado musical consolidado, sustentando e
viabilizando um evento que, com saudável longevidade, tem permitido assegurar na cena musical
baiana o espaço para outras sonoridades além daquelas largamente conhecidas pela relação que têm
com o carnaval da Bahia. A JAM no MAM e seu público jovem são elementos vitais para que o
consumo de música em Salvador mantenha traços de diversidade e pluralidade.
Referências:
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http://www.cultura.ba.gov.br. Acesso em março de 2013.
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