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DEZEMBRO - W. 475

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Redator-chefe: M. R. de CastroPropriedade da COMPANHIA EDITORA AMERICANA

Diretor: GRATULIANO BRITORedação: Rua Visconde de Maranguape, 15, Rio de Janeiro. Endereço Telegráfico: "Revista". Telefones: Reda-çõo — 22-4477; Administração e Publicidade — 22-2550; Chefe de Publicidade: Severino Lopes Guimarães.Representante em São Paulo para distribuição e venda: Agência Zambardino, rua Capitão Salomão, 69, tele-fone: 4-1569. Representantes: — nos Estados Unidos da América do Norte: Aguiar Mendonça, 19 West, 44th

Street, New York City, N. Y.. Em Portugal: Helena A. Lima, avenida Fontes de Meio, 34, 2dt;, Lisboa. Na ÁfricaOriental Portuguesa: D. Spano, Caixa Postal 434, Lourenço Marques. No Uruguai: Moratório & Cia., Cons-iituyente, 1746, Montevidéu. Na Argentina: Inter-Prensa, Florida, 29, telefone 33, Avenida 9109, Buenos Aires.Nnjmero avulso em todo o Brasil — Cr$ 5,00. Número atrasado — Cr$ 6,00. Assinatura anual: Registrada ¦—

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MAGAZINE MENSAL ILUSTRADO — CIENTÍFICO, ARTÍSTICO, HISTÓRICO E LITERÁRIO < FUNDADO EM 1917)

Conto de

JEANNE KELLER

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L Mossfield sentia a consciência pesada. Po-rém essa não era a única razão pela qualevitava olhar para a criaturinha de cabelos

pretos, sentada diante da mesa-transmissora. Atodo instante recordava como até poucos minutosantes estivera decidido a fazer uma declaração emregra a Beth Littleton e pedi-la em casamento.Isto, porém, fora antes de saber justamente quemsla era...

Respirou fundo e lançou um olhar a série de re-lógios, alinhados na enorme parede do pôsto-emis-ser de ondas curtas, na cidade baixa de San Fran--isco. Mais vinte e quatro horas — pensou para

e Beth deixaria o postoganhar mais confiança -

para sempre!Sentou-se diante da primeira das três mesas

transmisoras. onde o noticiário irradiado dos maisdistantes países do Oriente era gravado em discepara transcrição e inclusão nos programas de rádio-difusão da "Zeus Broadcasting Company". Colocouuma folha na máquina e escreveu ao alto: Noticia-rio de Singapura. 3 horas da madrugada. 31 dedezembro. — Manipulador: Mossfield. A seguir, cc-locou os fones nos próprios ouvidos.

Piscou os olhos, bateu alguns espaços e recos-tóú-se na cadeira, com ar desolado. Pouco depois

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SU SEI TUDO 6 35.* Ano —¦ N.v 7 — Dezembro — 1953

retirando os fones, ergueu-se e foi empunhar o te-" ieíone (linha direta), colocado em outra mesa.

Sam! Singapura está na Linha Um?Está... — assegurou o engenheiro realmente

apiedado e falando do pavilhão da antena, insta-lado na costa do Pacífico — Mas você, querendo,pode tirar um cochilozinho, porque aquilo vai fi-car mesmo em silêncio, pois eles devem estar fes-

•-. tejando o Ano Novo. Como você sabe, Al, estacoisa de "Linha Internacional" referente à Data,é uma coisa intragável. Todo esse complicado mun-do festeja o Ano Novo, antes de nós. ..

Sim, mas temos um consolo... Honolulu fes-teja... depois de nós!

De fato. .. Ainda há pouco ouvi Honolulu,claro como um sino. Pena que não possamos ouviressa banda da terra e sim a outra. Suponho quevocê estará só, amanhã à noite, êh?

Não. Beth!Sozinha?

Claro. É o seu turno — respondeu Al em tom dedesafio. — Eu fiquei sozinho pelo Natal, não fiquei?

Bem. .. Porém ela é uma menina.. . Não po-derá dar conta do serviço..'.

Ligeira pausa. Depois, noutro tom, acusai ório, oengenheiro prosseguiu com mais calor:

"Você está fazendo isso ae pro^ouo! Só para:• ter um pretexto para despedir essa pequena do

emprego. Isso é um golpe baixo. Não se faz, nemmesmo sendo ela a filha do patrão! A voz dela ébonita. Que tal é ela- fisicamente? BenHJnha. hein?

Al se voltou ligeiramente para ver Beth. Com cauditivo semelhante ao estetoscópio ela pareciaalheia a tudo, e somente atenta ao noticiário quetranscrevia. Estreita nesga da nuca aparecia sobos cabelos encaracolados e tudo, nela, revelavamocidade sadia e sedução. Al comprimiu os ma?xi-lares. Aquilo era um lugar de trabalho e não...de outra coisa — pensou com crescente irritação. .

— Oh, sim... — disse êle. A seguir, para mudarde assunto, pediu:"Bem,

por favor, avise-me, logo que Singapuramelhorar... Combinado?

Desligou e foi sentar-se na extremidade da mesa.Bonita? Beth Littletcn era muito mais que isso!Era adorável!.. . Mas não para êle. ..

A mãe de Al era uma rica herdeira. Quando opai protestara: "Mas não po~so comprar um auto-móvel novo... E desse preço!", a mãe cortara adiscussão declarando "Mas eu posso!" e o auto-móvel foi comprado. Quando seu pai rosnou, fu-rioso "Não posso adquirir uma casa assim luxuosa",sua mãe respondera, com um erguer de ombrosque liquidava o assunto: "Mas, eu posso!" E assi-nou os papéis. Nesse andar não tardou a surgiro divórcio. Al, a esse tempo, já era ra^az e podiater um apartamento seu, exclusivamente. Ao mes-mo tempo, assumiu consigo mesmo o compromissode desposar uma. moça sensata, modesta, traba-lhadora, e sem mania de grandezas. Continuou, éclaro, a visitar a mãe; seria mesmo no seu esplên-dido apartamento, numa linda colina, que passariaa sua noite de Ano Novo. E, desde já, lamentavaamargamente ter que sair cedo. Mas nesse mo-mento, um "SOS" de Beth o chamou. Caminhoupara uma das mesas, anotou a notícia chegada eficou um instante, indeciso.

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nolulu! — disse Beth.

Nesse instante Beth retirou os auriculares ¦?indagou:

—- A recepção continua má?Al fêz um sinal, confirmando'.— Se continuar assim, amanhã, à noite, você

terá muita sorte, quase sem ter o que fazer. Apenas anotar o pouco que chegar. — acrescentou.

Tudo soara muito bem. Parecia que as coisasteriam que correr facilmente. Porém, mesmo assim,Al prosseguiu."Em todo caso, havendo acúmulo de serviço ouqualquer complicação, você poderá telefonar. Eiso meu telefone.

35^q Ano N.9? — Dezembro — 1951 9 Eü SEI TUDO - U;

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Obrigada, Al. -— disse ela sorrindo; por umsegundo, a consciência de Al, sentindo-se culpada,atacou-o s^m piedade. Mas nesse instante o enge-nheiro telefonou, prevenindo o início de programaspara as Lmhas Um e.Dois e ambos entraram a tra-calhar febrilmente. Eram quase três horas e Bethcomeçava a vestir a capa, para sair, quando otelefone voltou a chamar. Al atendeu.

Fel'z Ano Nove! — disse a voz do engenheiro.Al consultou os relógios e fêz uma careta. O Ano

Novo começara além, muito distante da Linha<§a Data,

Feliz Ano Novo para você também, Sam! —

disse êle. A seguir teve uma visão do globo ter-restre com a sua linha de um Novo Ano, viajandosobre a sua crosta, por espaços imensos, passandosobre as ilhas Fiji e Nova Zelândia, através doprofundo Pacífico, afastando-se da mítica "Linha

Internacional" da Data, que cruza pelo Hcrwaii. Dê um beijo em Beth por mim! Entendido?

Al se voltou ligeiramente. Ela olhava para osrelógios com olhos sorridentes.

Feliz Ano Novo, Beth.Ela hesitou, olhando-o de maneira estranha; de

pois caminhou para êle e levantou o rosto.Feliz Ano Novo, AL

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10EU SEI TUDO

Êle sentiu-lhe o hálito fresco e, rápido, muito deleve, beijou-a na fronte. Beth recuou, como se tivessesido esbofeteada. Depois, sem uma palavra, apanhoua bolsa e saiu. Al ficou ainda alguns instantes, imo-vel Depois, por sua vez, apanhou o chapéu e saiu,piscando os olhos para os primeiros albores da manha.

Comprou um jornal, foi tomar café e, pouco depois,estava na cama, onde ficou ainda por muito tempo,com a lâmpada ligada e sem ler o jornal. Quandodespertou, tarde, verificou, pelo relógio, que a meia-noite do novo ano, passara sobre a Austrália e aMandchúria, a índia, a Rússia, a África e se achavana Europa. Pouco depois, quando terminava o seuprimeiro almoço e dava um nó na gravata, o NovoÀno se encontrava em pleno Atlântico, aproximando-sede Nova York...

No seu maravilhoso apartamento, cujas varandasdominavam a baía, sua mãe, magnífica em sua íoileíredeslumbrante, recebeu-o com uma taça de champagnena mão e, a partir daí, foi uma caleidoscópica su:cessão de coisas brilhantes e adoráveis, que teriamafastado Beth dos pensamentos de Al. Porém, quandomeia-noite atingiu Chicago, êle fazia tilintar a suataça contra a de uma moça loura, que se exibia emadorável íoileíte. Entretanto, mesmo nesse instante,pensava em Beth e na possibilidade de lhe levarsandwiches. Só Deus sabia que ela não tivera tempode sair para comprar um, sequer. Quando a meia-noite passou sobre Denver, Al dançava com uma ruivade olhos amendoados. . . e imaginou o que estariaBeth fazendo então. Assim ficou êle mais algum tempo.

A meia-noite se esgueirou além, sobre as Sierras equando o enorme relógio começou a bater meia-noite,Âl beijou sua mãe; a seguir foi fazer o mesmo com aloura, a ruiva... e outras que ali festejavam o AnoNovo. Mas nesse instante, foi assaltado novamentepela lembrança de Beth. Teria levado sandwiches?Teria tido tempo de sair para comprá-los?

Pouco depois de uma hora deixou o salão e íoi parad jardim-de-invemo, com um prato sô]?re os joelhos.Mentalmente felicitava Beth por estar trabalhando bemtanto tempo. Olhou pela janela para o céu claro e jámanchado de ligeira púrpura. Devia imitar o gestode Sam e dizer também alguma coisa pela Linha Três.Lançou um olhar para o telefone; Beth não teria muitotempo mais de trabalho, agora.

Pouco depois foi chamado por sua mãe, que o fêzsentar ao seu lado, amarrotando a saia de cetim.

Alberto, meu querido, é verdade que Beth Lit-üeton está trabalhando para você?

—Ora essa! E por que não havia de estar? — disse9 consultou o relógio de pulso

'— Já passa de duas

horas!Sim... E ainda é cedo... (o rosto de sua mãe,

ouvindo-o, assumira um arzinho de incredulidade) Meufilho — disse ela com um movimento significativo decabeça — será possível que você coloque essa pre-ciosa estação acima de Beth Littleton? Numa noite deAno Novo?

Isso faz parte do trabalho dela — retorquiu êle— Mas.. . Por que ela não telefonou?

Com um risinho misterioso, sua mãe deixou-o só. Alcocou furiosamente a própria nuca. Beth não teria,simplesmente, abandonado o seu posto... Oü teria?' Ela sabia que, abandonando o posto, perderia o pró-prio emprego e também o dele. Ela ficara muito zan-gada quando a beijara... Bem... Não ficara muito,taüvez...

Al correu para o telefone e febrilmente compôs umnúmero.

Oh, Al! — exclamou ela, alegremente — Ectoutão contente por você haver telefonado! Eu perdi opapel com c número do seu telefone e quase fiqueiIcuca. ..

Êle afastou o fone do ouvido e olhou para o mesmo.Teria, por acaso, feito a ligação errada? Tentou nova-mente, desta vez com um olho no relógio. Depois dedois minutos, desligou, correu para a cabine, onde-jpanhou o chapéu e o sobretudo. Vestiu-o com gestosfrenéticos e saiu como um raio.

Gastou apenas quinze minutos, fazendo cantar os

35'fo Ano - N.Ç 7 - Dezembro 195),

pneus, subiu pelas escadas do prédio, varou o hal-e entrou no elevador, praguejando contra a molezada máquina. No quinquagésimo andar, parou paraouvir junto ' da porta da estação e, logo a seguir"abriu-a violentamente:

Beth. — disse êle.Beth, porém, não o f ouviu. Sentada diante da

Linha Um, batia na máquina, frenèticamente, parapoder atender quanto antes ao chamado da LinhaTrês! Havia um risco de lápis, atravessando toda asua fronte e outro na pontinha do queixo, enquantoas mechas encaracoladas, positivamente, ruíam portodos os lados, quase ceg^ando-a... E ela sem nadanotar! Al piscou muitas vezes os olhos, antes de cor-rer para uma das mesas. Esta e a mesa vizinha es-tavam entulhadas de noticiário, já batido a máquina,enquanto os discos continuavam trabalhando, sem pa-rar. Mas havia ordem e havia trabalho.

Finalmente, surgiu uma pausa. Beth retirou os au-riculares e ergueu-se, logo deíendo-se ao ver Al. Ha-via manchas de carbono em seus dedos, em suas fa-ces... e ela indiferente a tudo, e com um arzinho fa-tigado mas vitorioso.

E você nem ao menos tem os lábios pintados... —disse êle, maravilhado. Apertou-lhe demoradamente asmãos, enquanto íôlhas de papel se espalhavam paratodos os lados. Beth colocou tudo em seu devidolugar.

Agora há uma coisa que desejo dizer a você...disse êle, assumindo um ar sério — Eu telefonei...começou a dizer com dificuldade.

Você, vendo isto aqui- ainda acha que eu teriatempo para telefonar? — replicou ela, sentando-se efazendo girar a cadeira — Desde o instante em quedescobriu de quem eu era filha, devia ter compreen-dido que pedi este emprego. .. por algum motivo muifoespecial. Não seria pelo prazer de trabalhar, como faço,até a madrugada! Não posso impedir que você medispense do emprego, mas nunca darei um motivesério para isso, exceto se fôr para seu único prejuizo!

Ai contemplou Beth, que já voltara a bater na^ má-quina, furiosamente. Tentava imaginar sua própriamãe com os cabelos em desalinho e o rosto mancha-do de carbono e riscado de lápis; com os dedos man-chadDs e as unhas com o esmalte arruinado — peletrabalho. Depois afastou essa imagem do seu pensa-mento e viu unicamente Beth. Conseguiu aprisionar-lhe as mãos, quando as levantou para os auriculares.

Um momento, Beth. .. Peço desculpas.. .Olhou para os seus olhos marrons, a boca expres-

siva e achou que estava mais bonita do que na vés-cera, quando pretendera fazerr a' sua declaração epropor-lhe casamento. Carinhosamente afagou-lhe oscabelos:

'Posso. .. Posso dizer a você, outra vez, FelizAno Novo?

Ela hesitou, depois disse:C instante do Ano' Novo já passou: Onde estava

você à meia-noite?Nesse instante a "mesa" deu sinal, insistentemente.Al curveu-se ligeiramente para o amado perfil e

continuou passeando os dedos, amorosamente, pelocachos escuros. Nesse instante, seus olhos consultaramo relógio — quairo minutos para as três! Olhou, rá-pido, para a mesa vizinha e, então, correu para òtelefone.

Sam! Dê-me Honolulu, depressa, na Linha UmiDesligou e voiiou para junto de Beth, quase co-

mendo-a com os olhos.

Os relógios venceram um minuto, depois outro. Re-pentinamente, os dedos de Beth pararam no meio deuma cópia. Com as mãos imobilizadas sobre as te-cias, franziu ligeiramente os cantos dos olhos e ineli-nou a cabeça^, atenta. A seguir ajustou os fones e cor-rigiu o controle de volume. Então parou, ouvindo, e,vagarosamente, recostou-se na cadeira. Finalmente, re-tirou um dos auriculares e voltou-se para encontrar oolhar de Al.

— O Ano Novo ainda não passou. Ainda temos anossa meía-noiíe. .. — disse êle — Feliz Ano NovaBeth.

Os clhos de Beth, embora úmidos, sorriam.—- Feliz Ano Novo, Al.Ele se cuivou para beijá-ia, enquanto meia-noite

chegava a Honolulu, além, no Pacífico profundo, ondeo £n-^ N^vn tinha 'nv^ó. jogando o ano velho paraa obliteração e a História.

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1'^IlilMI pressa devagar"Por HELEN TRAUBEL

ÇNctável cantora, que revela o seu segredo para alcançar sucesso)

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'INHA rnãe, ClaraSíuhr, foi uma can-tora de nomeada. Po-rém, antes de tudo,

era mulher de larga visão,e com ela aprendi um se-

fundamental — através de três palavras que mequando eu era ainda uma menina: "Tenha pres--•ragar".

iria, então, o clássico desapontamento de uminício, logo seguido de sucessivos reveses,

principiava a compreender que horas e ho-, escalas, ao piano, teriam que ser observadas,^s árias, da mesma forma que muitos anos_ deprecedem as mais simples operações realiza-

das pelo cirurgião. Não há, não pode haver substi-tuto para os árduos e pacientes esforços no aprimo-ramente de uma ciência ou de uma arte, seja elacarpintaria, bailado, costura ou canto. E descobri que,depois de se aprender os rudimentos e os detalhes,e indispensável mais tempo e mais trabalho a fimde que se tenha uma compreensão absoluta de tudoe uma capacidade física para tudo o que se sabe.

Sendo humanos, temos, todos, vícios e fraquezas.Há, em nós, uma tendência natural para fazer ascoisas com facilidade e depressa.

Mas, afinal, o que devemos sempre ter em menteé que os grandes êxitos pertencem habitualmenteàqueles que cem paciência e visão tiveram pressadevagar.

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RELIGIÃO E ACROBACIA

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A PRIMEIRA VEZ...Os tempos dos pioneiros não

passaram; persistem, realmen-te, em nosso redor, com V-quebras de recordes sucessi-vos no mundo moderno, o queprova que continua a haWessa «primeira vez» que sem-pre entusiasma. Apenas paramostrar que não há novidadeem todas essas coisas, aquiestão algumas velhas «primei-ras», todas elas, verdadeirosmarcos em todos esses diase idades.

O restaurante automático éinvenção de Solomon Smith eJames Monroe, que anuncia-ram a inauguração de uns«quebra-jejum», estabelecidona estrada entre Nova Yorke Filadélfia, em 1732.

A primeira conversa telefô-nica, em dois sentidos, atra-vés de uma linha comercial,ocorreu entre Boston e Cam-bridgeport, Massachussetts.em 1876. A linha tinha o com-primento de duas milhas.

O gás natural foi posto emuso prático pela primeira vez.pelos Chineses, que o condu-ziam por encanamentos debambus no século XIV

A primeira mensagem tele-gráfica comercial foi enviadapelo Dr. E. K Kane, de Atlan-ta, para um seu irmão, resi-dente em Filadélfia, pedindodinheiro emprestado para rea-lizar uma viagem ao PoloNorte, em 1849.

A primeira irradiação deuma mensagem presidencialao Congresso, foi feita com oauxílio de linhas telefônicas,de longa distância, em 1923.nos Estados Unidos.

O primeiro Automóvel Clubefoi inaugurado em Chicago,em 1895.

Da esquerda para a direita,de cima para baixo:

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A fim de despertar maioratenção aos ouvintes de suaseita religiosa — esse prega-dor indiano apela para assuas habilidades acrobáticas...

Como vêem os leitores, o es-petáculo é realmente curiosoe capaz de prender todos osolhares. Mas não pensem qneé só isso...

No alto da esguia vara debambu, o pregador — e men-digo — munido de uma espécie de tuba, muito parecidacom a dos «encantadores» deserpentes...

. . .inicia lânguido e enervan-te «concerto», sem perder oequilíbrio e sustentando a sé-rie de pesados vasos de barro.Quer ver uma grande multi-dão em seu redor, antes deiniciar o seu discurso religio-so! E que melhor meio po^deria encontrar do que esse.

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35.9 Ano — N.o 7 — Dezembro 1951 13 EU SEI TUDO

FENÔMENO EVA PERON*/___-_%).

jornalista Virgínia Lee Warren, do The Ti-mes, e que viveu longos anos na Argentina/escreveu sobre a Sra. Eva Peron, o artigo

que, a seguir, data venia, condensamos. São ob-servações e conceitos pessoais, porém do mais altovalor considerando o renome da autora' como cro-nista e observadora da vida pan-americana.

Moveu-a, antes de tudo, a grande impressão quelhe causou o crescente poder pessoal da esposado presidente argentino, poder que recentementefoi marcado pela invasão da bela capital do paísirmão, de cartazes em policromia, fazendo propa-.ganda da Sra. Eva Peron para a Presidência daRepública, no pleito de 1952.

Na sua opinião — e, convenhamos, com muitarazão, segundo ficou provado pelos recentes acon-iecimentos que perturbaram a paz na RepúblicaArgentina — esses cartazes, longe de ajudar, pre-

judicavam a esposa do Presidente: era querer mui-to; demasiado, mesmo. Depois de ter sido a exalta-dora da obra e da pessoa do General Peron, dese-java agora sobrepujá-lo?

A reação nes estrangeiros residentes ou, sim-plesmente, de passagem pela República Argentina,foi de espanto e de hilaridade. Em compensação,muitos argentinos, bons e obedientes peronistas,acharam que tudo estava muito natural.

O importante e espantoso é que, cinco anos de-pois do início do governo de Percn, em 4 de junhode 1946, poucas pessoas, na Argentina, consideramcomo fantástico o fato da Primeira Dama do paísse mostrar desejosa de obter o Primeiro Posto Ofi-ciai da nação. Ninguém, aliás, parece inclinado ase surpreender com qualquer outra ccisa que serelacione com o casal Peron. Essa atitude parececasar muito bem com o ânimo geral num país em

ÇVA PERON em companhia do marido e de líderes trabalhistas, em Buenosdiscursando para dezenas de milhares de «descamn

Aires,descamisados».

num 1.9 de Maio,

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EU SEI TUDO

que tudo parece obedecer a esse dínamo de deter-minação e ambição que é a Sra. Eva Peron.

Tudo isso espanta mais quando se considera quea América do Sul, geralmente, é o rincão do mundoonde a mulher ocupa papel mais subserviente emencs importante. Na Argentina, principalmente,onde a mulher só ganhou o direito de vetar — perintercessão da Primeira Dama — para ter tempode pesar decisivamente nas próximas eleições. Fc-rara, para tal, cuidadosamente alistadas em umúnico'partido, o das "Mulheres Peronistas"; e^ aesposa do presidente, considerando a inexperiên-cia desses elementos femininos, logo cuidou de seeleger Presidente do mesmo Partido. Ela dirige tu-do, resolve tudo, e tudo manobra.

Atualmente permanece ela ainda inteiramentededicada ao seu espose, do qual depende, necessa-riamente, para muitas coisas.Colaboraram tão estreitamentee com tanta felicidade na cons-trução do que chamam de "a

nova justicialista Argentina",que há^ agera, o risco de fra-casso, para um e outro, caso sedispensem mutuamente. Apesarde tudo eia é considerada comoo lado mais forte e, mesmo, évoz corrente que, em caso decrise fatal a Peron, ela se sal-vara e aproveitará a ocasiãopara estabelecer seu domínioabsoluto.

Porém., se o casal conseguirmanter a posição até às próxi-mas eleições nacionais, em fe-vereiro de 1952, é bem provávelque, após um intervalo de re-traimento, a Sra. Eva Peron, íi-nalmente, "atendendo aos impe-rativos do dever e obediente àvoz do destino" aceite a suqcandidatura à vice-presidência.

Na presente situação argenti-na já é bastante significativoque muitos movam a cabeça edigam sobre essas possibilidades: "O Exército nãogostará disso. . ." Nunca se ouviu, porém: "O Exér-cito não suportará isso!" oü "O Exército não con-sentirá nisso!" E sabem por que? Simplesmenteporque, na frase de um antigo embaixador norte-americano, o exército uma vez se arvorou em árbi-tro supremo para fazer e desfazer presidentes, e,daí para cá, aprendeu a sua lição com o peronismo.

Devemos, porém, relatar um fato significativo,ocorrido há cerca de dois anos. Julgando agir nointeresse da nação, um grupo de oficiais, entre osmais influentes, procurou Percn a quem preveniude que seria, talvez, melhor para todos e prinei-palmente para o atuai presidente, que sua esoôsase recolhesse à vida privada.

Depois de se entender com a esposa e de ouvirsua opinião franca — e irritada — o Presidente vol-rou aos generais, dizendo-lhes que seu regime ti-nha raízes profundas e bases sólidas; que sua es-posa, cuidando de estabelecer uma melhoria sccial,não descuidara das famílias dos próprios soldadose terminando per dizer que, se os generais desejas-sem verificar até onde poderiam contar com a leal-dade de seus, subordinados, que tentassem obriga-

11 35.9 Ano — N.9 7 — Dezembro — 195]

los a escolher entre, os generais e os Perons. Acres-centou que, sem dúvida, dessa experiência resulta-ria uma situação interessante, cujos resultados êlepróprio conhecia e já estava preparado para acei-tar. Mais alguns dias e o povo da Argentina ercbrindado — e surpreendido — com um reposto dapaz_, no qual os mais prestigiosos vultos do Exér-cito se apresentaram em companhia de suas espô-sas, marcando esse banquete o primeiro encontredos mesmos com Eva Peron, que lhes falou livre-mente e distribuiu sorrisos para todos. O Exerciteficou sabendo, então, qual era o seu lugar no re-gime justicialista.

Nessa ocasião a Primeira Dama voltou a afir-mar que não tinha ambições pessoais e que lutaveunicamente para a realização dos desejos do seumarido. Como fêz recentemente, quando paredes e

postes das principais cidadesargentinas se cobriram de lu-xuosos cartazes de sua propa-ganda pessoal (2 de abril úl-time), a esposa do presidente en-cerrou o seu discurso, como sefalasse para os componentes daUnião dos Trabalhadores Muni-cipais, reunidos no Teatro Colón,de Buenos Aires: "Quero termi-nar, dizendo o que sempre ve-nho repetindo: Eva Peron nãotem ambições; ou melhor: temuma só ambição: deseja que al-gum dia a história argentinaassinale que havia uma mulherao lado do General Peron: umaesposa que lhe revelava os de-sejos e as esperanças do poveargentino, desejos e esperançasque o General Peron — só êle— pode converter em realida-des. E ficarei muito satisfeita, eserei muito feliz, se a Históriaacrescentar: dessa mulher sabe-mos apenas que todo o povo,entusiàsticamente, apaixonada-mente, chamava de EVITA".

E tanto ouviu o povo argentino palavras comeessas que acabou acestumando-se a essas discur-_seiras e manobras do casal Peron. Com isso, asinconsistências da Primeira Dama tornaram-se que-se consistentes.

Quando Eva Peron chegou, pela primeira vez,à Casa Rosada, em 1946, como esposa do Presi-dente, seu principal estandarte era o do maiciprepagandista de Percn, que se dividia pelo ilimi-tado amor acs "descamisados" e o seu destine..come o de Cinderela, da moça pobre que subiapara o palácio. Trabalhou ativamente, faceirande-se com vestidos e jóias e alimentando a simpatiada plebe. Nesses dias, nada desprezando que fa-Vorecesse a sua ambição, pouco repousava, mui-tiplicando-se em atitudes de defensora do povo,cercande-se de operários e de indigentes.

Hoje, não precisa mais de estar pessoalmenteatendendo às necessidades do povo, pois conto

a fanática devoção das classesjá vão longe os tempos em que

Um dos cartazes de Propaganda daSra. Eva Peron: «Evita protege a

Família»...

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maissua presença fazia cs trabalhadores se ajoelharem'Evita", lançando flores acs seus pés. Nem.-mesmo nos jornais peronistas perdura a legende:

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A Senhora da Esperança", sob os seus retratos.Mas a sua influência é ainda maior. O povo está-orno que resignado a ela, olhando-a como coisainevitável; e embora se duvide que possa aindainspirar o antigo e delirante entusiasmo e a mesmacaixão, há dúvida também de que o povo possa,já hoje, fugir á sua vontade.

per intermédio do seu monopólio social e benefi-cente, representado pela Fundação Eva Peron. éeid de qualquer modo,uma figura de influênciaindiscutível na vida daRepública Argentina. To-dos são obrigados a con-tribuir para as suas múl-iiplas campanhas e, maisainda, fazem-no com fisio-nomia sorridente. Outrossão obrigados a agradeceros benefícios recebidos. Es-sa Fundação é, talvez, omaior empreendimento dopaís, no momento, e, coma Primeira Dama dirigindotudo, pessoalmente, podeobter tudo o que deseja,dado que uma lei aprova-da pelo Congresso, garan-te-lhe 1 milhão e meio depesos, além do que lhe pre-porciona a Confederação

eral do Trabalho, comdias de salários de

jada trabalhador.Acresce notar que todo

esse dinheiro passado pa-ra a Fundação não estáseb o regime de fiscaliza-ção oficial, não apresen-tando balancetes, orçamen-tos, etc. Recentemente, oGeneral Peron, em pessoa,recebendo alguns visitan-tes norte-americanos, qua-se todos homens de nego-cios de Los Angeles, disse-lhes que o capital da Fun-dação orçava pelos doisbilhões de pesos, mas quesua esposa afirmava que.não havia necessidade deprestação de contas, dadoque tudo era doado e exe-cutado com o seu coração.Dissera mais (e essa éurna sua frase favorita),que "a caridade é coisadegradante, ao passo que a ajuda social enobrece.">ou maior auxiliar na execução desse programa

o Ministro do Tesouro, Ramon Cereijo.De qualquer maneira, a Fundação controla te-

os os nevos e modernissimos hospitais, espalha-; através do país, todos executados a baixo pre-pelo Governo; todas as novas creches e esco-

¦®$ rurais; todos os lares para velhos e inválidos.^cntrola, igualmente, todas as Escolas de Enfer-seiras, de maternidade, os lares para as jovens

trabalham e as cidades infantis. Superintendeparques recreativos, os centros de férias, etc.

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Entre outras coisas, a Fundação cuida de que,pelo Natal, cada criança, na Argentina, receba umpresente da Primeira Dama. Ao mesmo tempo pãodoce (pan dulce) e cidra são distribuídos, farta-mente, aos adultos que se apresentam nos postosda Fundação. No último Natal, o número de brin-quedos infantis, desde simples bonecas até bicicle-tas, se elevou a 5 milhões, enquanto o número depacotes de pão doce e cidra subiram a 4 milhões.

Em adição a esses presen-tes, a Primeira Dama com-parece quase diariamentea um escritório, onde, adespeito da sua oposiçãoà caridade, dá notas decinco e dez pesos a umainterminável multidão quedesfila diante da sua mesade trabalho.

Como se tudo isso nãoservisse para lhe dar bas-tante influência, tambémcontrola inúmeros jornais epercorre todo o país, emtodos os sentidos, arran-jando grupos de trabalha-dores, organizando comitêsde propaganda política,sempre, porém, como re-presentante governamen-tal. O trabalhador, nos úl-timos meses, perdeu muitodo seu ardente entusiasmopela esposa do Presidente,em razão de sua violentaintervenção nas disputas,quando o Governo surgecomo empregador (estra-das de ferro, bancos, co-municações, etc).

Que espécie de criaturaé essa que tão depressaadapta o povo aos seusdesejos? Talvez o seu tra-ço característico principalvenha a ser o seu espíritovingativo, como no casode várias firmas comerciaispura e simplesmente arrui-nadas pelo fato de have-rem recusado auxiliar asua fundação (entre elas aCompanhia Droguista Mas-sone e a Fábrica de BalasMu-Mu, para mencionar-mos apenas estas duas).A sua memória das mais

ligeiras afrontas — reais ou imaginárias — toma-aincessantemente temida, pois seu braço, se é for-moso, também é longo e atinge fundo. E o maisperigoso que tudo mais é o seu extraordinário sensode oportunismo, no qual crê com verdadeiro íana-tismo o seu esposo e presidente.

Como pessoa, é menos agradável que o Presi-dente Peron. Este pode ser mais astucioso e ambi-cioso, mas há nele maior porcentagem de humani-dade, de naturalidade, alguma capacidade de ter-nura, de compaixão e de compreensão, enquanto

aparentemente — ela não tem nada disso. Certa

üma sátira de Aldor, no «El Tiempo», de Bogotá

EU SEI TUDO 13 35.<? Ano — N.o 7 — Dezembro — m:.

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vez, a Sra. Eva Percn, com uíania, declarou a umoficial do Departamento de Estado norte-americcnc,ser uma criatura mística e uma fanática, descriçãoque é espantosamente justa e que revela a suatotal falta de sense of humour. De íato, ela nãopode entender cu sequer notar a comicidade ine-rente a certas situações ccinc, por exemplo, a sur-gida alguns meses atrás, quando, cercada per umnumeroso grupo de mulheres que nunca abriram aboca, per falta de capacidade, de ocasião ou de cc-ragem, dirigiu-se à Casa Rosada e pediu ao maridoque, para felicidade de todos os Argentinos, êlese candidatasse novamente à Presidência. Comomulher, é cada vez mais sedutora. Muitas mulhe-res reconhecem que a sua cem-binação de olhos escuros, cabelos ^yysmssymyCx^xmetálicos, pele da côr da magno- .lia branca, perfil bem desenhado '':"tf - ; . y'

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e corpo esbelto e bem feito, ia- " \-\ -:',/>'*f

bem da Sra. Eva Peron uma cria- ''yyC^CiSsCCCCyxCsitura realmente sedutora. Com .'.-'"' ^ " -'aproximadamente 33 anos de ida- *s ,"'**.>de, conserva-se fresca e sedutora.Come mulher — e para não esca-par á regra — afirma ter apenas29. Veste-se com grande elegân-cia e, quando um grupo de fa-mosos artistas de Hollywood es-teve, recentemente, em Buenos Ai-res (entre as estrelas estaVa JoanFcntaine) a Primeira Dama se des-tacou com facilidade, na opiniãodos exigentes fotógrafos.

Infelizmente, crescendo em am-bicão e em autoridade, perdeuela muito de sua deliciosa femi-nilidade e, se os homens aindahoje, se curvam e fazem mil me-suras diante dela, não é tantopor sua sedução quanto pelo po-der da Primeira Dama, que podeservir aos seus próprios interes-ses — ou simplesmente para quenão se lembre de cs esmagar ereduzir a nada. A sua inegávelbeleza está sendo subjugada pelogelo glacial que dá às suas feições, mais e mais,a ^aparência da máscara. Pode isso parecer ro-mântico para uma mulher, mas aos homens dá aimpressão, vendo-a pela primeira vez, de estaremdiante de uma enferma, sem compreender comouma tal energia pode aniquilar tudo em seu redor.

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Até os jogos de armar, infantis,reproduzem o retrato de Evita.

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Inteligente? Sim. Sem dúvida Eva Peron é inteli-gente e enérgica. Há meses, quando Edv/ard MillerJr., Secretário de Estado Assistente para as Repú-blicas Americanas, visitou a Argentina, ficou im-pressionado pelas oportunas perguntas e prontasrespostas da Primeira Dama, assim como pela ener-gia demonstrada, levando-o para baixo e paracima, sete andares, a fim de que visse suas derra-deiras salas de socorro, com leitos para indigentes.

Provavelmente não há força mais dominadora einexorável no mundo do que uma mulher realmenteambiciosa. E Eva Peron é talvez a mais ambiciosacomo a mais poderosa mulher do presente. Até mes-mo muitos norte-americanos aprenderam, não ape-

nas a respeitar esse poder como a curvar-se diantedele. Não há muito, retardou, ela, a saída de umnavio de bandeira norte-americana, simplesmentepara que nãc prejudicasse o brilho de um almoceque oferecia a um passageiro do mesmo. Mais re*centemente, no "Festival Cinematográfico", realiza*dc em março último, no Uruguai, ficou decidido nãcse exibir o filme "Ali About Eve", pelo receio deque a Primeira Dama argentina visse nesse titulequalquer alusão à sua pessoa.

Quanto dessa desmesurada ambição é para smesma e quanto para seu marido, é coisa queainda nãc pode ser medida. Fala-se muito da suocruenta luta contra a velha e sólida sociedade ar-

gentina, luta que teve começoquando, pela primeira vez, elepenetrou na Casa Rosada, que^logo se esvaziou das suas figurasmais tradicionais. A verdade, en-tretanto, é queVquem vai ganhan-do a luta é a Primeira Dama. EvoPeron adora mais os comícios quea vida social. Brinca com a politi-ca cem verdadeira paixão e umecoragem de fanática. Por issomesmo tem provocado situaçõesbastante penosas. Recentementeao encerrarem-se os "Jogos Pan-Americanos", pronunciou ela umdiscurso que deixou embaraçadosmuitos dos seus ouvintes.

Pouco depois, num espetáculode ballet, com figuras do TeatrcColón, por ocasião de uma ban-quete, oferecido nos jardins doCasa Rosada, o pano de fundepara Les Sylphides não era o ce-nário romântico habitual, mas simdois enormes retratos, feèricamen-te iluminados, de si mesma e dcPresidente, o que provavelmenteembaraçou bastante as executantes, que dançaram mal.

Eva Peron também é capaz deextravagante lealdade e, emborcpareça mentira, tem os seus mo-

mentos de sinceridade, sempre, porém, subordina*dos aos seus oportunismos. Sabe ser implacável.*friamente implacável e isso é uma das suas4orças.á qual, não tem escapado o próprio marido. Suocoragem se firma na habilidade para escapar dccrítica pelo desvio da opinião ou simplesmente pelaignorância da mesma, mesmo quando essa críticose haja manifesta em todo o mundo, como no casodo fechamento, pelo governo argentino, do únicojornal independente no país,

"La Prensa". Peron..ao contrário, é sensível à crítica, principalmente es-trangeira; mas Evita depressa o reanima. Não con-sente ela qualquer oposição à sua marcha e suo:iracibilidade é notória. Um velho e conhecido diplo-mata ouviu-a, não há muito, gritar para o Ministrodo Tesouro: "Cale-se, Cereijo! Cale-se!" Ao mesmotempo, é capaz de se mostrar romântica, cantandosuavemente para toda a nação, á meia-noite dcdia 24 de dezembro. . .

^ E' possível que Peron, se algum dia achar que-e;a se vai tornando perigosa e indesejável, procure

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35.9 Ano — N.o 7 Deszembro 1951 17 EU SEI TUDO

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A Sra. Eva Peron quando assistia a uma das reuniões da Conferência dos Chanceleres, em «Quitandinha».

controlá-la ou simplesmente anulá-la. Procure, sò-piente. Quanto a saber se conseguirá fazê-lo, érocas difícil.

Evita tem as suas simpatias e ouve-se mais emals íalar do seu único irmão, Juan Duarte. Há nele,

também, uma combinação de lealdade relativa- imente à irmá e muito oportunismo, o que o faz fer-*car a Primeira Dama a persuadir o Presidente a sa- jíisfazer os seus menores e maiores desejos. Assim,foi que obteve, imediatamente, o cargo de secreta-'

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rio particular de Peron. Juan Duarte, que é mui-tos anos mais velho que sua irmã, assumiudesde logo a prerrogativa de decidir quem oPresidente devia ou não receber em audiência,sempre — é claro — obediente às inclinações e or-dens da irmã. Com isso ganhou importância e in-fluência colossais. Hoje, depois de haver reunido— segundo se murmura — grande fortuna, conse-guiu igualmente bastante poder para transformarum dos seus velhos companheiros, antigo cantor decabaret, em embaixador na Grã-Bretanha. Fala-seque pretende obter o governo da província de Bue-bos Aires para si próprio.

Além do irmão, Juan Duarte, Eva Percn demons-ira simpatias especiais pelo Diretor de Informações'(que é importante figura no regime totalitário), RaulApold, pelo Ministro da Educação, Raul MendezSan Martin, um e outro pessoalmente indicados porBrita para cs respectivos cargos; Cereijo, Espejo,o ministre do Interior, Àngel Borlenghi e o Ministro

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35. i Ano — N.o 7 — Dezembro — midas Comunicações, Oscar Nicolini, velho amiaeste último, da genitora de Evita, Sra. Juana Ibar-guren de Duarte.

Com esse pequeno grupo cercando Peron e suaesposa, não é difícil imaginar o Presidente he--'tando e finalmente cedendo a tudo o que a e*"posa deseja.

E, se tais pedidos continuarem crescendo, talve-êle chegue a compreender por que, nas proxiihidades do 31 de dezembro de 1950, numerosos cartaze"surgiram clandestinamente, por toda Buenos Airescom a legenda: Viva Peron Viudo (Viva Percnviúvo).

A melhor interpretação para tais cartazes é a deque os^ mesmos expressavam uma tocante saudadodos métodos de Peron, antes de se resolver a çrceí-tar a companhia e os conselhos da loura e insinuamte criaturinha que é hoje a sua esposa e que, agorcpor mil e uma manobras, domina não apenas o ma-rido, mas também toda a Argentina.

ESTEJA EM DIA COM O MUNDO..

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MUITAS DAS MAIS BELAS PINTURAS do leitoooeamco e sua vida foram executadas por artistastrabalhando no fundo do mar, algumas vezes aquinze metros de profundidade. Em tais casos oSf^fJíSa Um ,?,aPacete de mergulhador, palhetade metal e espalha suas tintas a óleo por meio dSuma espátula também de metal de*^™I(ÍAND0 ^AIS DE 50° macacos, o Mosteirode Sam-ding, no Lago Yam-dro, no Tibete é a úni-ca instituição dessa espécie, no mundo? qú! tem adingri-lo uma mulher — uma,Dor-je Pa-mo£>JiH£KESI>íCABET GAEDEN, em LightwoodsPark, Birmmgham, Inglaterra, é um dos mailinte-ressantes jardins floridos, em sua espécie no mun-do, possuindo mais de 200 das 214 plan as que õbardo mencionou em seus dramas. Os visitantespodem, mesmo, ter um livro indicador, contendo oinomes e as localidades em que se encontram t£tptantas, as peças em que foram a/mesmSs m™nc?ò-mmmimm^s e até mesm° -~-

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NAS IMENSAS REGIÕESCHINESAS castigadas pelasguerras intermináveis, eramtantos os fregueses, nos res-taurantes, que abandonavamas mesas, sem pagar as con-sumações, logo que ouviamos sinais de alarma contraraides e bombardeios aéreas,que, agora, muitos restau-rantes só consentem queseus fregueses se instalem àmesa depois de obter, à en-trada, em troca de dinheiro,tantas fichas quantos sejamos pratos que pretendam.

O CASO MAIS espantosode fertilidade humana nosEstados Unidos — e possi-velmente no mundo — é orepresentado pela Sra. MaryAustin, que deu a luz a 13séries de gêmeos e seis detriplos, ou seja: 44 filhos,num espaço de tempo de 33anos. Nesse mesmo prazo,um total de 61, filhos nasciamde suas duas irmãs.

ALGUMAS ESPÉCIES deserpentes necessitam de tãopequena quantidade de ali-mento que chegam a passaraté cinco anos sem nada co-mer. Por outro lado algumasespécies de toupeiras são tãovorazes que morrem de total estarvação se ficaremdesprovidas de alimento pelo espaço de dez horas.

NENHUM ANEL NUPCIAL pode ser legalmenteusado nas Ilhas Britânicas se não contiver, em seuinterior, gravado, um dos seis registros matrimo-mais. Apesar disso milhares de mulheres, despre-zando a lei (a Wedding JBings Acta, de 1855) usamalianças sem qualquer da3 seis marcas exigidas.APESAR DE ESTUDADAS cientificamente há cen-tenas de anos. nenhuma estrela foi medida até 13de dezembro de 1920, quando o diâmetro da Metei-geuse pode ser determinado com o auxílio de umripo especial de interferômetro, no Observatório deMonte Wilson, na Califórnia.

DEVIDO A QUALQUER desconhecida condiçãometeorológica, as ondas de som muitas vezes «pu-iam» sobre grandes áreas. Por exemplo, a explosãode uma estação de munições, na Holanda, em 1923,WSíJ. ouvida a uma distância de 530 milhas, pas-sou totalmente ignorada entre 65 e 115 milhas.

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O espelho celeste, movendo-se em redor da terra a 22.300 milhas sobre o Equador, poderia ser umíiiseo ligeiramente côncavo, com uma milha de diâmetro. Os Alemães,, aparentemente, acreditaramtpie esse disco poderia focalizar raios solares (distante, à esquerda), para torrar determinadas cida-ues dos inimigos. A 22.300 milhas, a velocidade necessária para manter o espelho em nu>«imento,como um satélite, teria que ser suficiente para que o mesmo fizesse a volta completa da terra em 24«oras, pois teria que ficar sobre o mesmo ponto da terra. Os Alemães, complicando o problema,pretendiam contruir esse espelho a 5.100 milhas.

DE QUE SE LIVROU A HUMANIDADE --_.il

t\ tí ALEMÃES PRETENDIAM "TORRAR" CIDADES INTEIRAS!«sae

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Ia A poucos meses, na Alemanha, os técnicosdo Exército norte-americano fizeram esta es-pantosa revelação: os cientistas Alemães, a

serviço dos nazistas, planejavam seriamente, cons--nrir um "canhão

solar", um colossal espelho, ar-devem pleno espaço, para focalizar os redos sola-

^es sobre determinado ponto da terra,feriam eles, com esse espelho, simplesmente

as cidades inimigas, reduzindo-as a cin-°u, ainda, ferver larga parte do oceano!

Muitos leitores devem estar lembrados de que asexperiências com a "V-l" e a "V-2" seguiam emmarcha acelerada. Segundo se revela, agora, liga-vam-se elas à construção dessa terrível arma dedestruição.

Plausíveis esquemas para a construção de "es-

tações", no espaço, foram traçados por engenheirosde nomeada, muito antes da guerra. Os mais en-tusiastas adeptos dos foguetes, na Europa, inclu-sive c Dr. Hermann Oberth, que parece ter sido o

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COMO SERIA A CONSTRUÇÃO do espelho celeste.Seções pre-fabricadas, ajustadas em pleno espaço,ama após outra, üm foguete terrestre é visto, co-locando um dos blocos. Depois de ajustado na ve-locidade adequada, o espelho continuaria a girar

em redor da terra, perfeitamente equilibrado.

DEPOIS DO ESPELHO terminado, foguetes seriamenviados regularmente para uma estação em formade orifício, praticado no próprio corpo do espelho,conduzindo homens e suprimentos variados. Essesfoguetes, aproximando-se do espelho diminuiriamde velocidade, encaixando-se com toda facilidade.

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ASSIM flCARIA o foguete ajustado ao imensodisco, como um pino. No espaço, desprovido dear, os Alemães planejavam tornar a superfíciedo espelho, livre de sódio, num bom refletor,ativado quimicamente, a fim de ser usado efi-cientemente, através da atmosfera terrestre.

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GRANDES PLANTAÇÕES DE ABÓBORAS, por serexcelentes produtoras de oxigênio, forneceriam o arnecessário aos homens que trabalhassem no interior dodisco. Não havendo gravidade, os trabalhadores usa-riam sapatos solados com magneto e capacetes pro-tetores, para evitar quedas desastrosas.

-dealizadcr^ e construtor da "V-2", planejaram usar

uma estação em pleno espaço., não como uma ar-ma, mas apenas como um simples ponto de rea-bastecimento para foguetes em sua jornada atra-vés do espaço.

Essa estação viajaria em redor da Terra comouma pequenina lua artificial, obediente às leis degravitqção dos corpos celestes. A força centrífugade sou movimento poderia- contrabalançar o im-pulso de gravítação da Terra.

Como maiores detalhes, diremos que no interiordessa estação poderiam viver vários homens, res-pirando uma atmosfera artificial. O maior obstá-eu-íd seria c da construção de um foguete bastante

poderoso para atingir o ponto onde a estação fôs-se ser construída.

Se cs modernos técnicos alemães tivessem con-seguido progredir, como desejavam, na construçãodesses foguetes, talvez tivessem construído esse pa-vcroso "canhão

solar". Entretanto, se, por sua vez,.o sol realizaria o aue eles esperavam é outroassunto.

O "CANHÃO SOLAR" PROPOSTO POR ARQUI-MEDES NÃO FUNCIONOU ENTÃO... NEM AGORA

Essa idéia dos Alemães, no sentido de usar o raiosolar como arma de guerra não é nova. Segundo

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ÜMA BATERIA DE REFLETORES aproveitaria ocalor solar para produzir calor para os tubos-gera-dores. Essa força seria usada para manter luz fluo-rescente uo aboboral. As plantas não poderiam re-ceber luz solar direta, por falta de filtro-a+mosfé-

rico para livrá-las dos raios prejudiciais.

PEQUENOS MOTORES a jato, montados no espe-lho, controlariam a direção do mesmo. Mesmo aspartes laterais e as costas do disco seriam polidas,para refletir a luz solar. Em caso contrário, os raiasdo sol torrariam os ocupantes do espelho, instân-

taneamente — e tudo estaria perdido!

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A IMAGEM DO SOL, produzida por espelhos pa-rabólicos de diferentes focos de comprimento, re-vela que o focai aumenta de tamanho de confor-midade com o aumento da distância do alvo. Asdiferenças estão, naturalmente, exageradas, nagravura acima. Na verdade, a imagem do sol au-racista cerca d? uma polegada em diâmetro, por

dez pés de comprimento focai.

antigos cronistas, Arquimedes desenhara grandesespelhos — refletores com os quais — e mais aajuda do sol "pretendia

incendiar a esquadra ro-mana que sitiava Siracusa, onde o grande matemá-licó morreu, pouco depois, sob a espada de Umsoldado invasor, antes de realizar o seu sonho.

Essa lenda como os planos alemães para a cons-truçcxo desse "torrador

solar" — parece ser tísica-mente impossível (segundo opinam os técnicos nor-^e-americancs) per um simples axioma de ótica, que9 ° seguinte: a luz pode ser transportada para umdeterminado ponto com lentes ou espelhos a nâoser que se origine de algum ponto agudo de luz.Uesde que o sol aparece como um disco e não comoum ponto, o melhor que algum sistema ótico po-seria produzir seria uma imagem do disco. Um focobastante curto e concentrado torna-se progressiva-^ente maior e menos intenso (quente). À distância

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O SISTEMA DE ARQUIMEDES apontando o em-prego de um grande espelho ou lente para produ-zir calor tórrido e defender a cidade de Siracusa *incendiando a frota romana, foi ilustrado por certoartista — Kircher, no século XVII. Segundo esseplano, uma poderosa lente concentrava os raios so-lares sobre os navios inimigos. Arquimedes, supôs-

tamente, pretendia usar espelhos.

proposta pelos Alemães para a colocação do seuespelho (5.100 milhas) a imagem do sol refletidasobre a terra teria um diâmetro de aproximada-mente 40 milhas e, portanto, insuficientemente quen-te para causar danos- notáveis.

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N.o 7 — Dezembro 1951

Q.ras e táhtcs

UANDO o nosso relógio para,há, atualmente, vários recur-sos para acertá-lc — e bem —

num instante! E' só telefonar para aHora Certa áo Observatório Nacional ou, estandoem cidade distante, ligar o rádio e ouvir o speakerinformar: "são exatamente tantas h<minutos". Da mesma forma, seos aviões conservam a sua.rota. se cs navios atingem.seus penes, tudo está ligadoao controle da marcha desastros e das horas.

Para o futuro esse serviçoserá ainda maior, dependen-do cas informações radicícni-cas a segurança das cidadessob a ameaça de ataques fui-min antes do inimiga Per suavez, esses aviões serão guia-aos peio rádio, que nos diráexatamente quantos minutosteremos ainda para encontrarum abrigo, vestir a máscaracentre cases, etc,

Esse controle das heras é,neje, observado por uma altapercentagem de navegadores,que recebem informações pre-ciosas sobre a hora certa, in-dispensável para encontrar aprópria posição e o seu rumo.Além da estação do observa-lorio todas as demais infor-mam essa coisa preciosa quee a hora certa, com diferenças,_> '"talvez, de fração de segundeda hera cíicial.

QUE HORAS SÃ_ variações em sua rotação sobre o próprio eix

Eis c motivo por que, mesmo numa moderníssi*ma estação de Hora Certa, como é, por exemp]

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A TERRA MUDA DEVELOCIDADE

à Hora Certa, segundo oobservatório, é de fato EXATAna proporção de 1 para50.000.000. Por simples multi-plicaçãc, chegaremos à con-clusão de que só pede haverc erro de um segundo em ca-da 38 anos, aproximadamente.Atualmente já o erro talvez wmmmm!lmmmmnem sequer chegue àquela WÊÊÊsW^M-- .percentagem, em parte porqueos mecanismos de controle Eel°§.io de precisão, sendo ajustado pelo eng. John Delan na Estação da

.sao mais aperfeiçoados. Seus

ISc^de ano° paf W™ ^ ^ ^^ ° es,^ão W. de Nova York, se os relógios não

-M poí Z oZsTo\^VlTia, PrÓPfQ ÍÔSSem ccnstan*e-— erigidos, -gundo as dl-. e o nosso planeta, de fato, sofre terações da rotação da própria terra, provável-

RECORDES DE ALTITUDE DESDE OS PRIMORDIOS DA AVIAÇÃO ATÉ A ATUALIDADE

-^íí111^ ilustrativo, damos abaixo os recordes doalütude da classe C de aeronaves, ou sejam osaviões, nela compreendidos, de modo *eral íitnplanos, hidroplanos e antfíbios g ' lt0~Observe-se como, desde Latham, o primeiro recor-

dista, com 155 metros de altitude, até Cunninghamo atual detentor deste recorde, com 18.119 metrosa diferença é espantosa:oaJ90? ~~ Latham, França, 155; Lambert, França;J^Latham' França, 453. 1910 — Latham, França1.000; Paulham, EE. UU., 1.209; Brookins, EE. UU.-T__™; L^ham, França, 1.384; Brookins, EE. UU.1.900; Drexel, EE. UU. 2.012; Morane, França, 2.582Chavez, França, 2.587; Wynmalen, França, 2.780

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qienteO que

estariam errados de alguns segundos.ouvimos numa estação que emite a hora

xta, de minuto a minuto, é o tímpano, assinalandocada período de sessenta segundos e a própriaoulsações" dos segundos. Muita gente há que

ainda pergunta que importância tem para a vidados cidadãos essa informação, minuto a minuto.

Esquecem-se, entre-V:<*:ÍS:-.*J

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tanto, de que é con-fortável ter ao al-cance do ouvido, aqualquer instante,essa informaçãocorreta. O "pulso"

da estação informa-dora marca os pri-meiros 59 segundese, a seguir, com umtímpano, indica ofim de um minute;imediatamente vel-tamos a ouvir o tic-tac, iniciando outrominuto.

Talvez o mais im-portante uso dessafreqüência da HoraCerta esteja nocampo dos eletrôni-cos, onde os maisfantásticos graus deexatidão t ê m queser mantidos.

Para tomarmosdois exemplos ex-trem os, diremosque os m o d e r -nos geologistas rea-lizam suas pesqui-sas eletrônicamen-te. Nisso, portanto,são altamente au-xiliados pela infor-macão da hora cer-ta, pois ela ajuda,entre outras coisas,a encontrar as re-servas de petróleo,necessárias ao nos-so automóvel.

Da mesma forma,todo o vasto pre-grama do radar sebaseia nos eletrôni-cos. Usando o sis-tema radar, de altaprecisão e os de-

istemas de navegação, uma parte em mui-lhões poderá ser a diferença entre o revésicesso. Pois é preciso não esquecer que os

Hora Certa, de Nova York.

EU SEI TUDQ

foguetes, que um dia, talvez, tenhamos que deter.em sua marcha destruidora sobre nós, viajarão ámuitos milhares de milhas horárias!

^Com referência à estação WWV, de Nova Yoik,.so uma vez fei forçada a interrompei as sues in-formações. Tal íato ocorreu durante um "tornado",em 1946. Nenhum distúrbio por infreqüência dt-mosférica a impediu de emitir o seu sinal infor-mativo, segundo a segundo. Que aconteceu, en-tao? Bem, citaremos apenas alguns episódios,'quechegam para demonstrar a importância que pode^ter a hora absolutamente certa: o comandante de*um navio, em pleno Mar das Caraibas e o pilotede urn avião de passageiros, chamaram aflitiva-mente, por meio do rádio, pedindo o imediato du-xilio dessas emissões; do fundo de um laboratório,.na Alemanha, um sábio telegrafou, igualmente,,indignado, e, pela primeira vez, a estação da "Pa-tralha Costeira", da região dos Grandes Lagos,emitiu sinais. . . errados.

O segredo da fantástica exatidão da referida es-tação WWV, de Neva York, é um relógio de cristal,que pode errar, no máximo, ligeiríssimas fraçõesde segundo em... 10.000.000 !

Entretanto, isto ainda não é bastante satisfató-rio para os cientistas. Atualmente procuram desen-volver um ^relógio atômico. Quando o tiverem cons-truídc será ele o campeão da exatidão, pois sò-mente poderá apresentar diferenças, ainda maisinsignificantes, em... cem bilhões, ou seja: um.segundo de alteração cada trezentos anos!

E é preciso salientar que essas alterações nãopodem ser unicamente lançadas á culpa dos mo-demos maquinismos e processos de controle dahora. São, em .boa parte, segundo já mencionamosacima, provocadas por ligeiras irregularidades nomovimento de rotação da terra. Há, mesmo, quemculpe também o Sol, acusando-o de ser. . . ummau relógio!

Sobre o assunto., aliás, escreveremos, brevemen-te, focalizando a marcha do astre-rei como índicehorário dos homens.

Talvez nada disso tenha importância para oslatinos. Ou talvez não tenha tanta importânciaquanto a que lhe concedem os anglo-saxões, pro-verbialmenie citados pela exigência da exatidão.Em todo o caso, que os Brasileiros já se interes-sam mais pela hora exata, está provado pelas der-radeiras providências no sentido de indicá-la, portodas as formas e constantemente, conforme vemocorrendo entre nós. . .

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3.17719125.450Fran

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EE. UU., 2.880: Johiiètone, EE. UU. 2.960;neux, França, 3.100. 1911 — Loridan, França,Félix. França, 3.190: Garros, França, 3.910.¦ Garros, Franca, 4.900; L-egágneux, França,Garros, França, 5.610. 1913 — Perreyon,

a, 5.880; Légagheux, França, 6.120 metros;Schroeder, EstadosUnidos, 10.093 metros;- Ready, EE. UU., 10.518. 1923 — Sadi La-

França, 10.742, depois 11.145. 1927 — Cham-

piorí. EE. UU., 11.710. 1929 — Soucek, EE. UU.,11.930; Neusnhofen, Alemanha. 12.739. 1930 — Sou-cek, EE. UU., 13.157. 1932— Uwins, Grã-Bretanha,13.404. 1933 — Lanioine, França, 13.661. 1934 —- Re-nato, Itália, 14.433. 1936 — Détré, França, 14.843;Swain, Grã-Bretanha, 15.223. 1937 — Pezzi, Itália,15.655; Adam, Grã-Bretanha, 16.446. 1938 -— Pezzi,Itália, 17.085. 1948 — Cunningham, Grã-Bretanha,18.119 metros.

BISTRO

penetrara no apartamento pela escadade incêndio e uma janela. Podia ouvir, ago-ra, cs ruídos da íesia que se realizava ale-gremente nas salas da frente da residência:

um piano em que alguém executava um enervanteboogie-woogie, o canto de uma mulher, quente esincopado, além de muitas vozes e risos.

Nc escritório acanhado e às escuras, usou a sua.lanterna de pilha, e facilmente localizou o cofrede parede, per trás de um velho mapa do tempocolonial, que retirou.

O cofre era um desses cofres comuns, própriosoara as paredes residenciais. Poderia abri-lo, em-bora com algum esforço, segundo pensou. De fato,oom cs seus dedos sensíveis, depressa conheceu

mecanismo e a porta de aço foi aberta em umadúzia de segundes.

Uma rápida inspeção dc seu interior, cem o au-xílio da lâmpada revelou a existência de váriospapéis e, bem nc funde, a pequenina caixinha pró-pria para jóias. Bisíro abriu-a e magnífica pedra,presa a um simples aro de platina, brilheu alegre-mente, como se gostasse de fugir das trevas.

Nesse instante, vozes flutuaram no hall, contíguoac estúdio, e aproximaram-se. Bisiro fechou o cofree, rápido, encòlheü-se per trás do escaldar de umsofá. Alguém abriu a pena e logo calcou o cemu-íador de um abat-jour.

Uma voz feminina falou:—¦ Venha comigo; aqui pederemes

sar um minutinho., Outra vez de mulher, parecendo mais jc-

•/em, respondeu:Mas não há nada o que conversar, sin-

ceramentè. . .Porém a outra ponderou:

Quero mostrar a você uma coisa.

LADRAprar um diamante do tamanho de um ovo de pom-bo e o guardou no cofre-de-parede de sua residen-cia. Afirmam os que tudo sabem que essa jóia ma-ravilhosa êle pretende oferecer àquela que seráa linda estrela de "The Fox and the Blues"... Ninguem sabe quem ela é, por enquanto. Tudo porémestará esclarecido, logo mais, quando Don Otisreunir seus amigos num alegre "party", em suaresidência. Podemos, entretanto, adiantar, que oseu primeiro nome é SALLY".

Os sapatinhos vermelhos avançaram para cssapatinhos dourados, enquanto a voz idosa dizia:

Então? Que diz?Eu. . . Eu não tinha lido. . . Mas você não

imagina que. . .O seu primeiro nome é Sally, querida! —

acentuou a outra com vez repentinamente alegre enervosa.

—¦ Bem sei. . . Mas, você pode crer. . . Eu nuncaimaginei que. . . Nunca! Nunca levei a sério o gueDon fazia ou dizia. . .

—¦ Pois olhe que não foi por culpa dele. Bemque se tem esforçado! Você, sim, tem fechado os

Bist.ro arriscou a cabeça fera da sua "trin-cheira", porém bem rente ac chão, e viu umpar de sapatinhos vermelhos e de salto altoenfrentando outro par de sapatos, estes pc-rém, dourados. Os sapatinhos dourados risca-vam o tapete, irriquietes, mostrandoo bem molejo de tornozelos graciosos,havendo agilidade e juventude namaneira como se moviam e giravamsôbre cs saltes não tão alies comoos acs sapatinhos vermelhos. Segun-do Bistrc decidiu, cs sapatinhos deu-rades pertenciam à mulher maismoça.

A voz da mulher de mais idadedisse, nesse instante:

— Ccrtei esta notícia da seção'disse-me-disse" de um jornal de hoje.

Você leu?A mulher moça leu, em meia vez:"O conhecido e riquíssimo produ-

tor teatral Don Otis acaba de com-

Sistro arriscou a cabeça fora da sua«trincheira». . .

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Por WILLIAM BRANDON

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MEDI y 1 ¦¦ WAWÁW OCRE -5

olhos... Mas ouça, querida, sou talvez a últimapessoa neste mundo a entender ou decifrar as coi-sas que não me dizem respeito. E, no entanto, viiS£0/ desde o primeiro instante. Gosto muito devocê; tudos nós gostamos, porque você é boa, gen-til e merece o melhor neste mundo. Esse rapaz,porpm, não serve para você, de nenhuma maneira!

Os sapatinhos caminharam para o pedestal doabat-jour e a luz da lâmapada aumentou seus re-flexos dourados.

Finalmente Sally falou:Mas não é o caso de se tirar conclusões apres-

sadas... Êle sempre se mostrou gentil comigo...Só isso! Naturalmente nunca me ocorreu pensarem namorá-lo ou sequer saber.se êle me amava ounão. Entretanto, êle tem o direito de pensar comoquiser e até de me oferecer um anel, se assim pen-sar que deve fazer. Quanto a mim, tenho simples-mente que esperar que êle faça isso para decidirsobre a resposta, não é verdade?

Oh, não! Você nãa pode esperar tal. .. Essee, exatamente o ponto! Primeiro êle tonteará a sualinda cabecinha, querida, antes mesmo de vocêsaber o que está acontecendo. A notícia do jornal

&'$%- ' '''MB*^$Xmmm)ÊBnP**^W*J*^^ -~BÊ jÉftk -'*¦ '¦*:•:'¦'jft '^__r^_W%&^^^ »:•:•:•:•:•:*:•:'*:':•:• ¦¦*¦ -..**.-.. y-i ét,?;-

e o primeiro passo desse plano. Você começará aarquitetar sonhos mirabolantes, antes mesmo de terque dar uma resposta.

Qual... Essa notícia do jornal pode muitobem ser pura imaginação. .. Falta de assunto.—- Talvez você tenha razão. Foi imaginação/. .porém imaginação do próprio Don! Êle arquitetoutodo esse plano. Bem pode ser que não exista qual-quer anel esperando a hora de ser oferecido, notal cofre ou em outro qualquer lugar. Don semprefoi "golpista" e nunca deixará de ser um indivíduoperigoso. Eis a minha opinião!

Mas... Suponhamos que êle tem esse anel?Tem dá nada, Sally! Acredite em mim, que co-

nheço Don há muito tempo! Êle fará você acreditarem tudo isso. . . mas nada cumprirá. Não é homemque cumpra o que promete. Muito menos pensaráem casar com você!

Mas. . . Embora possa ter sido assim, .no pas-sado, Don pode ter mudado. Suponhamos que mu-dou... E. se tiver, realmente, esse anel anunciadopelo jornal, e pedir-me em casamento? Não sei,ainda, o que vou responder, mas estou segura deque não merece que eu o condene, antes de quetenha uma oportunidade para provar o contrário,não é mesmo?

Não. . . replicou a mulher idosa — De fato, sealgum dia Den se resolver a ser sincero e honesto,creio que não haverá outro rapaz mais simpático.

Mas receio muito —e mesmo tenho a cer-teza — de que ja-mais se corrigirá.

Nunca penseinele com idéias ma-trimoniais ou outrasquaisquer, fora dosentido artístico, istoé, de ser gentil e con-seguir um bom lugarna sua companhia derevistas. . . —• expli-cou Sally.

Pois procure fi-car nisto somente. Seêle, de fato, tiver umbelo anel de noivadopara você e se, real-mente, pedir que secase com êle. . . en-tão esqueça o que eudisse. Em caso con-trário. . . saiba apro-veitar os meus con-selhos.

Sally riu e anun-ciou:

Está combinado.Mas não julgue queeu já tenha respostana ponta da língua,mesmo que êle tenhae ofereça a mim essefamoso anel.

Isso!. .. Certifi-que-se, primeiro, doque êle quer. . . casonão tenha o anel. Eagora vamos voltarpara o salão.

EU SEI TUDO

Saíram, desligando a luz e fechando a porta.A consciência de Bistro quis brigar, enquanto

seguia o seu caminhe para fora cc apartamento,ainda peja escada de incêndio. Evidentemente,esse rapaz de que falavam as duas mulheres, Denestava regenerado. Okay! Mas o seu caríssimo

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íiirinha às direitas. E agora, ali estava êle, c maishabii iadràc aa cidade, airapalhandc um romance!Êsíe pensamento icrncu Bistro sério; sentia-seauase um monsirc ae maldade. Se c diamante fôs-

35.9 Ano — N.p i — Dezembro — 1951

se um pouquinho menos valioso e brilhante, talve-tivesse cedido à onda de sentimentalismo que ovadiu e voltado para recolocar a jóia nc cofre.

i.. -

O intrujãc era um homenzinho de nariz adun—Examinou a jóia com a lente e depois, voltando---para Bistro,. declarou:

Só posso dar dois dólares pelo aro.Rein? — disse Bistro, quase explodindo dt

indianàção - - Esta pedra é quase tão grande comvo de Páscoa!Oh, sim. . . sim. .looto rio Hc;*^''a7,'*

- replicou o inírujãoMas é falsa!

'tal.: A

(EPISÓDIO REAL)

Com muita calma e sem se apressar. Hoppy Owen«caminhou pelo quarto, num pré-dio, em S. Francisco da Galifór-nia. a fim de pro-curar o dinheiroque sabia ali es-tar. na noite de30 de outubro de1902. O cadáver,no soalho, não lhecausava o menori n c ô m o d o.Por que se impressionaria?O corpo tinha que estar ali'mesmo_ e sem movimento.Pois não o apunhalara purae simplesmente? Não o apu-nhalara para isso mesmo?Para estar livre do obstá-culo que representaria aquê-le homem, vivo?

Quando as mãos de Hoppyse fecharam sobre o pacoteo colchão.

.^*o^° aelétricade brilhai

alide dinheiro, soba única lâmpadaexistente cessourepentinamente.

Um frio suor brotou dafronte de Hoppy. porque.nesse justo instante, quando guardou o dinheiro,sentiu que a carta desaparecera! Caíra, talvez, doseu próprio bolso! E essa carta continha, não ape-nas os 100 dólares que uma sua irmã lhe havia en-viado. na mesma tarde, de Oakland. mas também oseu nome e endereço, que seriam suficientes paraque fôsse preso, caso a polícia a encontrasse na-quele quarto, juntamente- com o homem assassi-nado! Duas horas antes, encontrara-se com RufusNing. num bar de "segunda ordem, e mostrara-lhecomo generosa fora a sua irmã. enviando-lhe aquê-le dinheiro. Tinha acabado de sair da prisão, ondefora recolhido em razão de um grande roubo auehavia praticado. Entretanto, com aquele dinheiroestava decidido a recomeçar a vida... Fora entãoque Ning lhe falara de um «trabalho» que realizarae da bolada que tinha no seu próprio quarto.— Moro num quatro, na pensão da Sra. Raffer.. Écoisa indecente, mas pago muito pouco. O pior éa luz... Urna só lâmpada, e ainda assim, a velhavive gritando contra o uso da lâmpada. Mas alitenho 1.000 dólares, de um «trabalho»... Tambémfoi esse o meu último «trabalho», pois aeora pre-tendo mudar de vida.

Lá para as tantas. Ning convidou o amigo parair, em sua companhia, até ao quarto que lhe serviade morada, onde poderiam tomar alguns tragos comcalma. Hoppy aceitou o convite e mesmo esperouvinte minutos... antes de cravar o punhal às cos-tas de Ning!

O quarto estava, agora, sem qualquer luz. Sôbrèas mãos e os joelhos, examinou por todos os cantosexplorando sob os móveis e procurando no tapete'Mas não pôde encontrar a carta! Apalpou sob oslençóis, que revolveu inteiramente, a fim de encon-trar o dinheiro. Mas em vão! Não encontrou a cartaAo levantar-se. com um surdo gemido, notou quehavia luz no banheiro geral, ao fundo de um corre-dor. Compreendendo que a lâmpada do quarto ha-via simplesmente queimado, foi apanhar a outra do

banheiro, mas ao encaixá-la no suporte, não acen-deu. Estupefacto. Hoppy sentou-se na beira dacama. enxugou o suor do rosto e tratou de refletirPorém o seu cérebro recusou a funcionar. Sabiaapenas isto: com carta ou sem ela. teria que deixaraquele quarto miserável quanto antes! Estar ali.às escuras e em companhia do homem que acabarade assassinar, era mais do que podia suportar. Tra-tou de fugir, sem ser pressentido.

A estação de estrada de ferro estava repleta detrabalhadores, que procuravam condução para seusdestinos. Hoppy comprou um ticket para KansasCity e começava a se sentir mais tranqüilo quandourna pesada mão caiu sobre seu ombro.

Um homem estava ao seu lado. com uma estrelamquelada na palma da mão. Era o tenente policialSam Kronger. acompanhado por Robert Farris eWade Loper. detectives. Hoppv foi imediatamentelevado para a Central de Polícia onde, depois deconfessar ser o autor do assassinato de Rufus Ninge de assinar o necessário documento, quis conhecera «chave» do mistério, o que Kronger explicou:A velha Sra. Raffer viu luz no quarto alugadoa Rufus Ning depois da hora regulamentar, isto é,11 horas, e logo tratou de cortar a corrente ele-trica. A luz do banheiro, aue serve a todos os mo-radores pertence a outro circuito.E onde estava a minha carta, com o dinheiro?— perguntou Hoppy.

Oh... Isso é um pouquinho mais engraçado —disse Kronger — Rufus Ning era hábil batedorcarteiras. Hoppy. Por isso mesmo foi aue coiqueu você para tomar um trago, no seu própnvidoquarto. O incorrigível Ning não pôde resistir ãtentação de roubar os 100 dólares que você tinhano envelope... Achamos tudo no seu bolso...

*Hoppy Owen. condenado à prisão perpétua, mor-reu nas grades em 1909.

m «mmaim.mmmmwi imi um. 11 wi>»«^

\D. Ano - N.o 7 Dezembro 1951 27 EU SEI TUDO

OS "SANTINHOS" QUE NOS CERCAM...

O mal da minhaé que nela hátos. Muitosdos, que,

cidadezinhamuitos san-

outros mari-naturalmente.

PARKE CUMMINGS

nico:srêriiais

iomoom

erdadeiros modelos disso edaquilo. Estupendos jardineiros,Hãbilí.ssinios carpinteiros, mecâ-

de mão cheia, eletricistase todos sem defeitos;

,-ícios: obedientes às ordensVontades da «cara-metade» e

tando humilhante contrasteeste imprestável e desastra-

do cidadão e marido.E que podia eu fazer? Que po-

dia saber? Minha esposa se en-carregava de «irrá-diar» (üa e noite.todas essas «mara-vilhas», comparan-do-as — eom um ri-sinho de escárneo— com a minha inu-tilidade.

E não somente is-50. Não tínhamossó outros maridos,como os citados porminha esposa. Ti-n h a m os. tam-bem, outros filhos,de outros pais, queeram descritos mi-riuciosamente paramim. que assim osficava conhecendo,deslumbrado e hu-milhado. Essas feli-zes outras crianças,esses modelares e-mcantadoras outrosfilhos, eram. infali-velmente, gene-rosos e possuíampais generosos, in-teligentes, compre-ensivos, aparente-temente incapazesde pronunciar essedesprezível monos-sílabo: «Não».

Meu filho,, John.ganhava um dólarsemanal, para irpassear e ver o úl-timo filme? Os pais<le Tad Fuller da-vam-lhe três! Anossa filhinha, Pat-sy, tinha que irdormir às oito danoite? Betty Wilk-ms — que tinha me-nos quatro mesesdo que oi a: —se deitavadas nove.

Assim, envenena-ao por minha fami-ha, até ao desespê-ro, por suas inter.||aveis referências a todos ês-ÒVinr.o e paridos corretíssimos.ronv ?°S> «bons-Para-tudo», eu memtãfl 1e que era realmenteirnpreStavel e mesquinho.4ueoBS,»iÜa êste pont0' JuI^ueis,rvpJrrr

"lhor seria tratar de ob-e o nl-üiscretamente como eramdos eLíaziajcn êsses outros mari-rnr:nf/;'lt^JS Pais, tão enfadonha-rar rP E? íeit:os' a fim de melho-um aW^ e esf°rçar-me por ser^iida;ísopeK0Ctad(^r de suas ha-a*ues e boas ações.

Pelo que lhe afirmavatodos os vizinhos eramPorém, certoum

dia, êledeles. . .

a esposa«ffênios».conheceu

lado a lado. no ônibus, com Prank•Reynolds. Eu ouvira muita coisaa respeito de Reynolds. Fora nãoapenas citado como o modelo dosmaridos, mas ainda como um in-diyiduo perfeito. E nisso tiveraminha esposa o entusiástico teste--munho de nossos filhos. Como era

tem apenas

. Foi,contou

peloesta

êleuma so vez.

nun-antes

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WTíT / jTí / ^/i-- í f #í^',S»'::' t t z^^Tíí'''-'i'*^^^W BwtRdj3§? S '$¦*'•&& í:: 'í Í$f f ti ?¦- íJ;j|^§J; Sí.d» ? ! í :. / ^ ., \Jf -: ^ffiRSPs59 R?Vt9r!t^"!Í:,s/ / ÍfÍÍ lí f$ii'&Wí\ÍI / i I: \ ^i^^^^^B S»«l

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^a Iw&^íf^H^L d-^^ijjB P^t9 W^

uma

Pis-

,A sortfdias favoreceu-me,depois, levando-me

«Meus vizinhos! Todos sem vícios; todos prestativos,generosos, «bons-para-tudo»...

natural, esquecemos o jornal sô-bre os joelhos o conversamos...Porém melhor será que eu repro-duza o que foi esse nosso diálogo:

Eu — A família toda vai bem?Reynolds — (grunhido)Eu — O seu filho mais moço de-

ve estar contentíssimo... O meufilho, John, contou-me que vocêcomprou para o garoto um unifor-me completo para o footbali.

Reynolds — Bem... Não foibem isso. Apenas as botas e o ca-pacete... Coisa tola, e de segun-da-mão. Aliás, dei apenas um dó-

poucosa sentar

lar ao garôo resto cc

o... Jimmy arranjoum as próprias eco-

normas.. Acabou comprando coi-sa imprestável.Eu — Oh!Reynolds — Naturalmente, na-cia tenho com isso... Mas, a pro-posito. nunca imaginei que vocêdeixasse John dirigir o seu auto-movei. Creio que êleonze anos.. .Eu — Hein?Reynolds — Bom.monos, o que Jimmymanhã, durante o café.Ku —- Qual! Apenas deixei quecalcasse o botão do starter,

E a piscina? Deveestar ficandobeleza!

Reynolds —cina?

Eu — Minha mu-lhèr contou que vo-cê estava construiu-do uma... Disse quevccè havia prepara-do o terreno, abertoo fosso, colocado arede metálica e queagora dispunha ascanalizações, antesde deitar concreto!

Reynolds — Nadadisso. Uma simplesbanheirinha para ospassarinhos. E ape-nas comecei... Nãopude prosseguir. Atodo instante esta-va martelando oucortando os dedose perdendo ferra-menta. A mulher sequeixava, a todahora, de que eu fa-z:av barulho e suja-va o jardim e os ta-potes da sala, comos pés úmidos echeios de terra.. .Chamei um pedrei-ro para concluir oserviço. Mas saibaque tenho inveja devocê!

Eu — De mim?Reynolds — Da

sua habilidade ar-tística! Pintar to-do o banheiro! Mi-nha mulher me con-tou tudo. As pare-des pintadas, astorneiras conserta-das. e todo o resto!

Eu — Paredes?Oh, sem dúvida elase referiu aos doispeixinhos, recorta-dos, que eu coleisobre o ladrilho!...Mas a verdade é

que, depois desse extraordinário«serviço» regalei-me com duascervejas...

Reynolds — Como? Você bebe?•Agora somos amigos. Mas a ver-

dade é que assim clareamos umsem número de falsaá idéias quetínhamos um do outro e despedi-mo-nos como dois bons amigos:Tohau, coisa imprestável! —disse Reynolds com uma sonoragargalhada, não isenta de carinho.Adeusinho, homem inútil eranzinza! — retorqui, acompa-r^'.«mdp as palavras com um gestoafetuoso.

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r i/ turo"MATAR OU MORRER"

continua a ser o brutal moda guerra. Colocados diantede uma terceira geração demorticínio internacional, os en-genheiros norte - americanosespecialistas em armamentosdisputam uma dramática cor-rida com o tempo. Receberamordens de realizar milagres —milagres que possam bloqueare neutralizar todo e qualquerpotencial bélico inimigo.

Entretanto, pela primeiravez, um nove conceito, surgiuna mente dos estrategistas deTio Sam. O soldado infantefoi grandemente valorizado. Adespeito das novas armas quevão surgindo, quase diàiia-mente, ofensivas e defensivasos homens do Pentágono re-sorveram pensar um poucomais nos homens da infanta-ria. Isto porque chegaram aconclusão de que não há subs-tituto para um soldado de in-fantaria vivo e, por tal moti-vo, os desenhistas e técnicosde Washington estão estudan-dc os meios de tornar o scldcdc de infantaria qualquer coi-sa nunca vista ou sonhada ncmundo. Assim, quando essesengenheiros tiverem consegui-do o que procuram, o infantedos Estados Unidos será umadversário temível para o seuoponente. Não apenas estarámuito melhor equipado paramatar, como grandes seráo assuas probabilidades de semanter incólume.

A criação da última e nume-rosa série de "armas maravi-lhosas" se esconde sobo "fabrique-se" dos relatóriose dos requerimentos muita-res. O equipamento disso re-sultante poderá ser a diferen-ca entre as forças armadasatuais (que se equiparam, p°n'to por ponto, com as do ininu-go, como a posse dos segredosatuais) e a vantagem psica-lógica em todos os detalhesda guexra.

Esse novo esforço, no senti-do de preservar a vida huma-na a tudo custo, pode sobrepujar a técnica do avança oumorre, tao evidente nos assa*-

35.« Ano N.o 7 — Dezembro 1951 29

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EU SÉI TUTX>

/iao mtos-suicidas das^ tropas vermelhas na Coréia e nasondas de sacrifício adotadas pelas tropas nazistase japonesas na II Guerra Mundial. Como se sabe,um soldado ferido é dupla perda para um exército!A melhor ofensiva começa com uma ação protetora.

Trabalhando com essa intenção de "proteger o

infante", os técnicos têm conseguido alguma coisae já se encontram em vias de obter outras, melho-res ainda, para a formação de um exército desuper-tropas". Dessas realizações ou "quase reali-

zaçoes", algumas podem ser reveladas sem riscode ofensa à segurança.

:oe_Os relatórios e dados estatísticos organizados

. "

exército norte-americano revelam, sem sombrade dúvida, que a maior parte dos soldados sofreferimentos na cabeça ou no peito; desses feridos,postes definitivamente ou temporariamente fora deação, a causa foi em geral ferimento penetrante,provocado por estilhaço de granada, ou simplesdilaceração da superfície. Esses — e outros, mortal-mente atingidos no coração, pulmões ou estômago— poderão ser salves por uma armadura protetora,já hoje existente! Essa armadura, formada por com-posições de fibra de vidro e laminações de açosuper-forte, tem contra si a desvantagem do peso.Entretanto, limitando-se o seu uso para certas áreasdo cerpo e tirando vantagem da sua composiçãocomparativamente leve, já o peso cessa de ser umestorvo.

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Rádio receptor e emissor.Visor à prova de bala.Fecho do capacete.Oxigênio, e máscara contra gases.Blindagem dupla, para proteger o coração.Capacete super-couraçado.ÍTniformé que garante temperatura estávelAntena.

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Barra r,,...tronasv?sao» movidas a jato-propulsão, com lagartas de trator para galgar as praias, levarãosuper-blindadas e de terrível poder ofensivo, nas operações de invasão por mar.

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BU SEI TUDO 30 35.9 Ano N.o 7 Dezèmbi'O 1951

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a^s^í-nSfe^S**^Os engenheiros pensaram em resolver o proble-

ma, distribuindo essa armadura a fim de assegurara sua praticabilidade em piena luta. Não será elausada per longos períodos e sim apenas no ins-íante de entrar em ação. No tempo dado, essas tro-pas especialmente equipadas poderão ser trans-portadas, em viaturas, para as áreas de combate.

Uma de nossas ilustrações visualiza uma roupa-armadura que proporciona ampla proteção ao peitoe às costas, não contra uma bala de fuzil, 45, dis-parada diretamente, mas de perfeita eficiência con-tra a fragmentação habitual dos shrapnels, golpesde baioneta e fogo de armas ligeiras com defleçãoangular. Ponham sobre isso uma espécie de super-capacete e terão a idéia de um soldado da futura"infantaria super-couraçada". O capacete protegerámuito mais, as áreas da cabeça e do pescoço, e,ao mesmo tempo, incluirá um visor de vidro á pro-va de bala, máscara contra gás e um rádio re-ceptor Toda essa unidade é couraçada, a fim deproteger os órgãos vitais, permitindo, porém, livremovimento de pernas e braços. Apesar de tudo isso,é absolutamente resistente às chamas, ao calorou ao frio, mantendo-se em qualquer circunstânciaem temperatura temperada. Para completar esseformidável conjunto, é êle camuflável e pode serfacilmente reparado quando danificado.

. Tais "super-tropas" poderão ser perfeitamentecontroladas pelo rádio e, apesar dos ligeiros es-tragos que possam sofrer, permanecerão intactos emunidades compactas e capazes de desenvolver a

máxima eficiência. Por isso mesmo, somente susadas para operações táticas.

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Outro "arma maravilhosa" criada para diminuiras perdas humanas, nas ofensivas, é uma inyrc-vizada versão do "jeep", cuja ilustração os leitoresencontrarão nestas páginas. Embora nada se pos-sa saber ac ceric sobre a sua grande versatilidadee peder ofensivo, cs técnicos militares admitem queo mesmo será grande protetor dos seus ocupantesaos quais proporcionará ainda completo conforto.Como se sabe, numerosos e fatais têm sido os aci-

dentes com "jeep", em razão — principalmente —

do seu elevado centro de gravidade. Isto nac maisocorrerá. Serão eles, entre outros, os veículos^cen-dutores dos corpos blindados. E, por sua vez, essesveículos serão quase invulneráveis.

Basicamente, c "jeep" de amanhã possuirá cen-tro de gravidade mais baixo e transportará solda-dos melhor acomodados. Como se sabe, a^ fadigoé coisa que detém exércitos. Para alcançar esse ot.-

letivo, os motores estão sendo removidos para « rdo super-jeep, onde serão protegidos por blindagemanti-tanque. Com isso estarão os corpos dos se

ocuoantes melhor protegidos do fogo adversar,-Acresce notar que a super-estrutura do novo jeep

poderá receber um pequeno canhão, do tipo .teiro, bazook ou metralhadoras pesadas., Proviainda de "Schnorkel", esse jeep será anfíbio, P "

35."? Ano ]\V. 7 — Dezembro 1951¦¦ -vy '^'•••¦i*J Ji_lJ*fcW*HBB.«wwaaw^-íMife^aWM*****^;,,,;^...,^^,,^^^

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Super-jeeps, com centro de gravidade mais baixo, blindado, possuindo schnorkel, darão ainda melhorconforto aos seus ocupantes. Terão armas diversas, como metralhadoras, pequenos canhões e «bazookas».

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dendo ser útil, não só terra como em alagados, rios,etc. Entretanto, certos terrenos pedem veículos ain-da mais flexíveis do que o jeep, e por isso já existeum triciclo semi-blindado, espécie de motocicleta dealia velocidade, igualmente provido de bazooka.pequenos canhões, metralhadoras pesadas, etc.Para terrenos rugosos há um trator velocíssimo, mu-nido de metralhadoras pesadas assestadas emduas direções.

Unidades formadas por motocicletas aerodinâmi-cas serão empregadas em missões-relâmpago, ser-vindo para ajudar os tanques ou para transportar,cm alia velocidade, sangue e plasma dos bancospara as linhas de combate. Trabalhando contra o

um certo número desses veículos pode agir,loço após as batalhas, no trabalho de remover fe-nãos ou dar à vanguarda os primeiros auxílios. Deconstrução simples, seus motores podem ser muda-des completamente em minuto e meio! Em resumo:esses veículos poderão ir até onde não cheguem

aatores, jeéps e ainda os tanques.

'; Giíancío, agora, dos maravilhosos veículos sobrepara as armas náuticas: já conseguiram osamericanos tornar menos vulnerável uma'i-orc .ac de invasão, por mar.erosa? barcaças e outras embarcações fo-

acescruidas na Segunda Guerra Mundial, devi-

'a incapacidade de locomoção rápida e faci-

lidade maior de manejo. As praias, cujo fundo va-ria grandemente, provocam embaraços de todo gê-nero. Enquanto tais dificuldades não são vencidas,as tropas invasoras ficam à mercê, do fogo das ba-.terias adversárias.

Para remediar o mal já existem embarcaçõespróprias para as operações de invasão, as quais,altamente velozes, são capazes de tudo realizarcom êxito. Há vários modelos em estudo, algumascom bojo duplo e quilha escamoteável, segundo asnecessidades impostas pelo fundo do mar. Serãoprotegidas por blindagem frontal de tipo super-leve.Também possuirão lagartas de tratores, que ajuda-rão a galgar as praias, cem perda mínima de ve-locidade. Serão impelidas a jato.

Em adição a todas essas máquinas próprias pa-ra a terra, o ar e o mar, veículos realmente maravi-lhosos para a proteção dos seus ocupantes e ga-rantia de êxito nas operações, um sem número deapetrechos e armas de todos os tipos tornam, diaa dia, mais temível c soldado de infantaria. Sa-patos para evitar o congelamento dos pés, luvascom igual finalidade, etc, etc. Isto porque, emboratenham a bomba atômica e as múltiplas armas ate-micas, os Estados Unidos precisam, acima de tudo,de homens para manejá-las; precisam de tropasinvulneráveis para avançar e sustentar o terrenoconquistado. E' para isso que trabalham os técni-cos: dar ao soldado maior mobilidade, segurançae conforte na próxima guerra.

EU SEI TUDO 32 85.'-> Ano — N.v 7 — Dezembro — 3951

A verdade sobre as chuvas artificiaiA FÍSICA DAS NUVENS E SUA PRECIPITAÇÃO

yr S nuvens se formamAA pelo resfriamento

quase adiabático doar úmido, devido ao seu mo-vimento ascendente; a for-ma da nuvem depende danatureza e configuração dês-se movimento vertical. Se es-fe se estende sobre umaárea hcrizcntal considerável,de uns 10.000 km2 ou mais,a velocidade vertical se re-duz a uns cm/seg., e assimse forma uma nuvem em cg-madas (estrato). Se, per ou-iro lade, o movimento ascen-sional fór local, de apenas1 fc m2, seja a velocidadeconsiderada (até uns 1.000cm/ seg.) cu reduzida, favorecerá a formação deum amontoamento nuvoso (cúmulo). A continuidadee a conservação da massa requerem que, em am-dos cs cases, haja uma corrente descendente pró-xima á ascendente. A descida implica compres-

P. A. SHEPPARD

Estudo da formação e desenvolvi-mento das gotas das nuvens * Im-portanciá dos núcleos de formaçãode gelo para a precipitação * Cer-tas nuvens de convecção podemproduzir chuva sem prévia forma-ção de gelo * Chuvas artificiais,provocadas mediante descarga de02, de aviões, ou pela difusão porconvexão de partículas de iodurode prata * O radar permite novatécnica para exploração de nuvens

são e calor e, em conse-qüência, a evaporação dsqualquer nuvem prèviamen-te formada no ar descenden-te; tal descida é, geralmen-te, mais suave e extensa ama correspondente subida.

Esta classificação gerairequer uma subdivisão, se oquisermos adaptar a todasas diferentes formas de nu-vens que podemos observar.Assim., outros movimentesmenores estão freqüentemen-ie associados ac movimenteprincipal, provocando cem-binações de camadas eacumulações (estrato-cúmu-los, alto-cúmulos e cirre-

cúmulos), enquanto que, conforme veremos adiamte, a temperatura de formação e a extensão da cor-rente ascendente exercem profunda influência ncforma e na história da navem.

Pelos trabalhos de C. T. R. Wilson e outros, sa-

FIO. 1 -- Um exemplo de cirros (cristais de gelo), resultado datieulas de água super-resfriada (cirro-cúmulos). A transformaçãoia formação prévia de uma nuvem de £".-

parte inferior, a direita da referida area. A temperatura de formações inferiores a 409, a fase líquid»precursora não é tão facilmente apreciável.

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:{5,«. Ano N.9 7 — Dezembro — 1951 33

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FIO. 3(c), (d)

EU SEI TUDO

pode ser deduzido da figura 4, onde indica o equi-libno de umidade sobre as gotas com concentra-çoes variáveis de substância dissolvida na funçãodo seu tamanho. Dois efeitos contraditórios deíermi-nam a forma dessas curvas com picos: a diminui-çao da pressão do vapor sobre uma solução de sal,que, para uma gotícula determinada, é maior quan-te mais concentrada seja a solução, e o aumento dapressão do vapor sobre uma superfície curva deliquido puro. que aumenta ao diminuir o tamanheda gota (efeito Kelvin). Observe-se que cada curvarepousa completamente sobre ou sob a seguinte, eque o "pico" de supersaturação se dissipa para osnúcleos que contêm maiores quantidades de subs-tancia dissolvida. A condensação ocorrerá sobrequalquer gota, se a pressão do vapor no ar excedeo valor de equilíbrio para seu raio e a velocidadeae aumento do diâmetro é proporcional a esse ex-

cesso de pressão do vapore inversamente proporcio-nal ao diâmetre. O alcan-ce do excesso de pressãodo vapor dependerá, porsua vez, da velocidade deascensão e da temperatu-ra, ou seja, da quantidadede vapor de água que sejasecável, po r unidade detempo, durante a ascen-são; do número de gotaspor unidade de volume e,finalmente, dc seu diâme-tro (fig. 4b).

Na realidade, quando in-tervém uma vasta gama denúcleos, o caso se apre-senta mais complexo. To-dos os núcleos crescem ini-

- (a) Fotografia do núcleo de gotículas (grandes) de neblina, (b), cialmente, ao aumentar aFotografias de um núcleo de gotículas grandes, antes (b) e depois umidodp até n* nm^imir.^_-!_ #Tí_ 4__ô_r_a__ riV_ ____.,.,.__. ern. « AivioZs. ««_, (A \ ..,_,_...„ A ~ T_ ~ _._._. „ _. UlUlUUUtí Ulfc. Ub pi UXimiQU"

í-oemoS que as gctícuias das nuvens não se formamnc ar úmido resfriado, a menos que a umidade re-ativa se eleve a várias vezes a da saturação; en-

.a0 ocorre a condensação sobre os ions gasosos.Tais supersaturações jamais ocorrem na atmosferaporque esta sempre contém umd quantidade maiorou menor de partículas microscópicas ou ultra-microscópicas,, com mais freqüência higroscópicas,sobre as quais pode ocorrer a condensação a umi-dades relativas, ou mais ligeiramente superiores ac]00cc. Para as partículas maiores (higroscópicas),Wright e outros demonstraram que a condensaçãoocorre a umidades apreciávelmente inferiores. Al-guns desses núcleos de condensação são parti-rulas de sal comum da ordem de 1 "mu" ou menos,de diâmetro; Dessens colheu as gotículas em finasteias de aranha (Fif. 3) e examinou o seu compor-emento em uma atmosfera cuja umidade estava

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r-, —_~-^_._. »»^_ „._..__.»___,-. g __. „ __ »_ __. _._, , »....,_ ^ ... >,._¦/ v_ ^*(c e d) de secas. Observe-se a divisão em (d) — segundo Dessens.

mnirolada. Freqüentemente permanecem líquidasa umidades muito inferiores ao valor de equilíbrio-ara uma seluçãc saturada de sal; consistem, en-'ão, em gotículas de solução supersaturada. Mais'arde cu mais cedo, porém, cristalizam; quantosiaior e a gotícula tanto mais facilmente ocorre e:om violência explosiva, de forma que surgem si-Tiuí.aneamente vários núcleos menores. Simpsonaduziu aue os oceanos não podem produzir parti-cuias de sal em quantidade suficiente para propor-"íanar todos os centros de condensação neces^sá--Jc«s no ar, onde se formam nuvens e dos quais,-riais tarde, a água se precipita. Os óxidos de ni-mgenio, formados provavelmente na descarga dos:; e, mais tarde, amplamente dispersados, po-'Ivez,

proporcionar uma alternativa, emboracie centros higroscópicos, enquanto que asas de pó, aue podem ser molhadas, agem

núcleos não higroscópicos. Torna-se necessá-investigação mais a fundo para poder cia-

se problema, porém é possível procederlen snde aue na massa de ar ascendente existe-- acumulo de núcleos de condensação de tama-. Q riável. a uma concentração raramente menora&J*içumas centenas por cm3.

3sso, segundo o qual os núcleos hiaroscó-* T O p- _desenvolvem numa corrente ascendente,

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des da saturação; porémsó aqueles .cujo dissolvido

excede uma certa concentração, sãc capazes devencer o pico da curva de equilíbrio, dade que asuper-saturação. real dependerá da rapidez comque o vapor de água, disponível, seja absorvidopelos núcleos que crescem com maior rapidez. Pa-ra aqueles que passam sobre a barreira, a rapidezde crescimento ulterior depende do diâmetro se-gundo dois modos opostos; o excesso de pressãodo vapor é maior sobre as golas maiores (BB' eCCS na fig. 4b); porém, para um determinado ex-cesso de pressão do vapor as gotas menores; au-mentam o seu diâmetro, per dif irão. com maiorrapidez do que o fazem as de maior tamanho. Sóas detalhadas computações para

"espectros" dasdimensões nucleares, velocidades de ascensão etemperatura, permitem prever o resultado. Tais cál-cúlos foram realizados por Howell*-**, para veiecida-des de ascensão, reduzidas, moderadas e elevadas;assumindo uma gama de núcleos ccmo os qúe são-encontrados na prática; encontrou «le uma acem,tuada tendência para a homogeneidade, dentro deuma nuvem, desde o início da sua formação. Sócs maiores, que representam 10 a 20% dos nú-,cleos totais, são convertides^em gotas; as maioresvelocidades de ascensão implicam uma maior fra-cão dos núcleos e uma maior uniformidade no tama-nho das gotas. A última conclusão esta confirmada

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EU SEI TUDO

pela aparência dos altcs-çúmuics lentlculares, nasondas estacionárias que se formam, vento abaixo,de certas configurações topográficas. Nestas ondasocorrem velocidades verticais consideráveis, e asnuvens mostram uma iridiscência corcnaí indica-uva de homogeneidade na nuvem. Howells indicouque a super-saturação numa nuvem em desenvol-vimento é sempre pequena,, com um máximo de1%, aproximadamente, em correntes rapidamenteascendentes.

São, todavia, poucas e não muito exatas as ob-"metros e ccnoenirações das gctí-

34 35. <? Ano - N.9 7 - Dezembro — 1951

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cuias nas nuvens, geralmente, existem algumas cen-:enas de gôtàs per cm3, com diâmetres considera-velmente variáveis em qualquer parte da nuvem.No entanto, sempre existe um máximo muito bemdefinido nas curvas de distribuição dcs diâmetrose de distribuição de volume, o que preva a ten-dencia para a homogeneidade. A posição dc má-ximo varia de uma para outra nuvem e dependeyo tipo de nuvem. Verificou-se que o diâmetro dasgotículas pode variar de 2 "mu" até 50 "mu" (cumais, ainda, para nuvens em precipitação) com cdiâmetro médio compreendido geralmente entre 6'mu' e 30 "mu". A este respeito, as nuvens sãoclassificadas de maneira geral segundo esta cr-dem: estratos (mínimo), estrato-cúmulos, cúmulos,alco-cúmulos, nimbe-estratos, cúmulo-nimbos (má-ximo aistn Auiçao ao tamanho aas gotas se meai-ica nos proximidades dcs herdes da nuvem, cem anistura turbulenta cem c ar puro, c que provocar.aior gama nc tamanho e, também, até certo3 pon-

to, pelas colisões de gotas dentro das nuvens >^-cesso que exige investigação mais profunda.

Quase todos os investigadores, não obstante s*tão hoje de acordo em que as colisões são rauit-raras para poder modificar apreciávelmente a dis-tribuição básica nc curso da existência da maioriadas gotículas das nuvens, desde que não se Dreduzam gotículas maiores.

Mediante um simples raciocínio, podemos mostro-como as gotas maiores não são produzidas fàcp-mente,, segundo um processo de condensação Corsideremes, por exemplo, um caso muito favoráveno qual o ar quente de umidade relativa elevada— e portanto de alta umidade absoluta (por exer-plc, 25°, 70% de umidade), e cem um conteúdo nu-clear efetive reduzido (100 por cm3), é transpor-tade para cima até tal altitude que, praticamentetodo o vaper de água fica condensado. As gotasresultantes, que se supõe sejam uniformes, U.lGQIi-

çarãa tal como indicaremos, um diâmetro menc:de 70 "mu". Como comparação notemos que o die-metro de uma gota de chovisco é de 200 "mu" cumais. Tal elevação continuada leva, naturalmenteo ar até níveis nes quais a temperatura é muito ir.-íericr a 0o; porém um .super-resfriamento até ur.mínimo de 30° é quase geral na atmosfera, sendeassim razoável a suposição de que a água secondensa durante a elevação considerada.

Isso leva à conclusão de que as nuvens de gotosde água são geralmente estáveis e podem com.:-nuar sem produzir chuva, a menes que esteja pre-sente algum agente, até agora não considerado e

FIO. 2 —mente em

Um cúmulo-nimbo com um processo bem desenvolvido, que iá se converteu quase completa-gelo. A nuvem passou, provavelmente, para um estado de degeneração, embora ainda con-

tinue chovendo dé sua base.*

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35.<? Ano — N.9 7 —- Dezembro — 1951 35

que seja a causa da conglomeração das gotas danuvem. Um de tais agentes é o gelo.

NUVENS DE GELO

Acabamos de mencionar que as gotinhas deágua se super-resfriam na atmosfera. Também seformam sobre núcleos a temperaturas abaixo dezero, porém parece que abaixo de 40° a conden-sação ocorre sempre em forma de gelo, dando lu-gar aos belos cirros filamentosos, com halos, degrande altitude. Não obstante, os dados indicamque um cristal de gelo só se forma sobre um nu-cleo que esteja apreciàvelmente molhado numaatmosfera saturada com relação á água, ou seja,aproximadamente 50% super-saturada, a respeitodo gelo (fig. D. A atmosfera está freqüentementesuper-saturada com relação ao gelo, porém nãocom respeito á água, sem que esteja presente umanuvem de gelo. A persistente .condensação nas es-

EU SEI TUDO

os quais passam a ser ativos a uns 10°, porém emconcentrações tão baixas (1 por litro) que mão pc-diam ser encontrados na pequena câmara de ex-pansão de Fournier d'Albe. Tal como veremos maisadiante, são talvez de grande importância paraestimular a instabilidade coloidal em nuvens deágua super-resfriada. Não temos um conhecimentodefinido sobre a natureza de nenhum dos núcleosformadores de gelo, na atmosfera, porém Masonrealizou deduções preliminares. A técnica, da "cã-mara de expansão", até agora empregada para oseu exame, implica o equivalente de excessivasvelocidades de elevação de ar e, desde que Findeisen descobriu que a atividade dos núcleos de-pende da velocidade de expansão há certa dúvidaem aplicar os resultados de tal investigação direta-mente á atmosfera. Podemos deduzir, porém, quea maior parte das nuvens, senão todas, super-resfriadas, conterão porcentagem muito pequena departículas de gelo, a temperaturas entre uns 10°

E N D E A V O U R La física dc las nu bes y su prçcipitación ABRI I. 9

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. KAIO (PJ^"^ l0 RAÍO(a) (b)

FIG. 4 — (a) Equilíbrio de umidade, demonstrado como desvio de saturação sobre uma superfície pia-na, para gotas de água que contêm quantidades dadas de «dissolvido» desassociado, medido por gotas,sendo assim independente da natureza do «dissolvido» (Segundo Howells). (b) Porção ampliada de de-«envolvimento. A linha horizontal interrompida representa a umidade no meio ambiente das gotas, numinstante dado. O núcleo «M-l» está em equilíbrio com seu ambiente em «A» e não cresce; os núcleos«M-2» e «M-3» alcançaram os pontos «B» e «C» respectivamente e, estando submetidos a pressões de va-

por realmente excessivos, representados por «BB» e «CC», não podem deixar de crescer.

1 I-

eíras dos aviões prova tais afirmações. ..O escapecíe avião proporciona suficiente vapor de água pa-ra produzir uma saturação com respeito à água naesteira do aparelho; os núcleos crescem, então, eaparece uma nuvem de gelo artificial. Fournier'Albe

seguiu tal processo com um ultra-microscó-o, empregando uma "câmara de expansão" naial o ponto final pode ser controlado exatamente>m o ponto de congelaçãb ou de rocio do ar. Às-

sim verificou que, enquanto o gelo se forma a tem-peraturas inferiores a 41° graus, cristais ae gêlcaparecem ern outras mais gotículas de água, para

n-;peraturas entre 32° e 41°, quando empregado oar náo purificado. Também descobriu deis tipos denúcleos artificiais, ioduro de prata e ioduro decadmio. que possuem um umbral de temperaturas

formação de gelo muito mais elevado, (uns 7 e 870US.. respectivamente).

'indeisen já havia descoberto, antes, a existem

-¦' atmosfera, de núcleos formadores de gelo,

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e 30°; uma percentagem maior., abaixo de 30° eainda que o gelo predomine abaixo dos 41°. ondepode, certamente, chegar a constituir o 100%.

PRODUÇÃO POR PRECIPITAÇÃO

Já vimos que a umidade relativa em uma nuvemcomposta de água é, praticamente, de 100%, comrelação á água, e a presença de relativamente pou-aos cristais não pode alterar fundamentalmente talestado. Esses cristais de gêlc se encontram em umaatmosfera super-saturada e, em conseqüência, de-senvolvem-se a expensas das gctícuias deVágua,com a máxima velocidade de crescimento, ceierisparibus, tendo lugar a 12°. Sendc esse crescimentomuito rápido, não tardam a adquirir uma veloci-dade de queda apreciável, relativa às gotículasvizinhas da nuvem; e assim ocorre uma varreduraaue favorece o crescimento. Nas nuvens de tipo de

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EU SEI TUDO

capas profundas (nimboestratc) cem velocidade desubida do ar reduzida, esses elementos de precipi--ação são principalmente flocos de neve, enquantoque nas nuvens cem cenvecção enérgica (cúmulo-nimbes) é mais provável que sejam granizes bran-ios, neve glandular cu a chamada '"pedra",

pois•que tais são cs formas preferidas quando, c crês-cimento é rápido. A fusão começa tao depressacomo excede 0o durante a sua queda e, se a nuvemse .estende seb esse nível, c crescimento continuarápela açãc da simples varredura. A precipitaçãocede alcançar c selo em forma ce chuva, se a dis-•fmeia e suficiente e se a temperatura aumenta en-bre o nivel em que se encontra a 0o e o sole.

A essência destas idéias iei dada a conhecercela primeira vez per Bergercn, em 1933. Pode serrssim resumida: cada gota de chuva tem sua cri-?em em um crisial ae gelo. Recentemente iei de-menstrade que a ccncentraçãc de núcleos formado-

36 35P Ano — N.*? 7 — Dezembro — 195*

cotas

es ae geic a maiores temeerc es e :aem aeti /r/rm t*i i o o "'-,'o."v.,-tirT •>¦-*• ,*-- tvt o nr/vocer» H c c ¦— r 1í r\ c •*-*¦->

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'or exem-ic, existem provas concludentes de que algumas

nuvens de cenvexce, especialmente, nes trópicos,produzem chuva sem estender-se mais além de ni-vel de C°. Luálam indicou que esse iate pode cecr-:er quando na uma pequena íraçac ae núcleosaigrcscópiccs especialmente grandes, que crescemve forma preferenie e que, cem movimentos verti-:ais suficientes'.' permanecem per muito tempo nanuvem, para crescer até ao tamanho de gotas de:huva, mesmo muito grandes, somente pela acãcde varredura.

Ludiam, apesar cisse, sugeriu a possibilidade de..ma reação de cadeia nes cúmulc-nimbcs. O gra-nize, que, inicialmente é pequeno, pede ir reco-ihendo água em quantidade tal que c calor latente

de fusão não se dissipa completamentesuper-resfriadas se projetam em seguida aomento do granize. Estas podem crescer por suces-siva ação de varredura, passando a ser instáveis edividir-se em gotas menores e assim sueessivamen-te. Nesse caso dos cristais de gelo, que aparecemnas proximidades de um cúmulc-nimbo (fig. 2) nãc.realizam nenhuma função essencial no processo deprecipitação, embora possam explicar o chovisce n;período final de uma fermenta.

PRECIPITAÇÃO ARTIFICIAL

A noção de que a precipitação ceerre per umaação de disparo cenduziu cs recentes trabalhos sc-bre a descarga artificial das nuvens. Estes traba-ialhos seguiram deis caminhos; espalhar pequenaspartículas de anhídrico carbônico sólido, de umaviãc, no interior das nuvens super-resfriadas cuinircdueãe de núcleos de ioduro de prata, nas nu-vens. per cenvexãc, do próprio solo. As partículasde anhídrico carbônico produzem uma abundânciade cristais de gele em sua trajetória, devido a umresfriamento locai e, dessa maneira, grandes zc-nas de estratos nuvosos super-resfriados podemdispersai-se per transformação da nuvem em neve.Parece, ainda, que se converteram grandes cumu-

chuva, por processo igual, cu pela impreg-.cs envHi

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— Que? Um tonelada de alimento nara nátis;»™0 nocií-» 1 «.raio da Sra. Policarpo, outra vez! Pássaro . Desliga! E' o papa-

nação, cem loauro de prata; porem devemos ter emconta que tais nuvens podem produzir precipita-ção em qualquer case — posto que é estreita azona de temperaturas da parte superior da nuvem,ende pode ser aplicada a semeadura artificial cemantecipação á ação natural. Nc entanto, caso a se-meadura não seja o único método de fazer descer-regar a nuvem tal como indica a precipitação na-tural das nuvens nãc geladas, então as pessibili-dades para um estimule artificial aumentam. Tante

se a precipitação é natural cc-me artificial, deve haver pre-sente uma grande quantidadede água em uma coluna verti-cal, através da nuvem. Isso eauxiliado pela alta temperatu-ra na base (elevado ponto derocie do ar administrado), gran-de profundidade (grande distân-cia de queda na nuvem, paraelementos de precipitação em-brionáries) e elevada velocida-de vertical (longo tempo dequeda dos elementos de pre-cipitacãe).

NOVOS MÉTODOS DE INVÉS-TIGAÇÃO DAS NUVENS

As experiências recentes, rea-lizadas sobre o estímulo artifi-ciai das nuvens podem ser cen-sideradas cemo uma extensãodos processes correntes de la-boratÓrio físico para a-experi-mentação controlada, que mui-to raramente é aplicada à me-teprologia. Assim, seja como fôr,seu resultado com relação àprodução de chuva (ou inclu-sive prevenção da mesma), mui-

35.9 Ano — N.9 7 — Dezembro 1951 37¦-itfr- ¦iri-i,,f,.;.i,».iV^:ijl u*mkw##4**mmmm*»iwm*vtii w**_imm9<Êmtm\<iti*mm< .^:-.>m^it*m**m&mrAmwuwÊm>m <- «*#}*.

EU SEI TUDO

poderemos aprender de taisexperiências meteorológicas,cm relação á física das nu-

»n:s. O radar centimétrico foiie grande ajuda para a fí-¦ ica

"das nuvens. Uma nuvem

•eflète os impulsos de radarsecundo a lei de Rayleigh,

é, com uma intensidadeporcional a (integral) (°6),

ide "n" é o número de gotasje diâmetro

"d" no conjunto.isso o radar proporcio-

na uma técnica de exploraçãoias nuvens maiores, pelo que

cde ser aplicado ao estudoio desenvolvimento da preci-oitação, pois que tanto a água:iuantc o gelo são origem de-3ccs. O ciclo de vida dosumulc-nimbos é de uma hora

pedem, portanto, ser obser-vados seguidamente de umasó estação radar.

E' ainda interessante obser-: aue o gelo sabre os aviões

m problema não só rela-vo à estrutura das nuvensorno, também, de certo modo,ro desenvolvimento dos pró-•rios elementos da precipi-

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:acao.

PIONEIROS0 primeiro Presidente nor-

le-americano a usar um auto-móvel foi William McKinley.

O primeiro jornal diárioditado nos Estados Unidos,

o The American Daily Ad-veriser, surgiu em Filadélfia,¦m 1784.

A primeira mesa-telefônicaíoi posta em uso em 1886.

0 primeiro carro-restauran-te (dois velhos vagões de pas-sageirps, convertidos em res-taurahte) foi posto em serviçopela Central de Illinois, en-rre Chicago e. Iowa Falls, em

0 dinheiro, como meio de•omércio, está mencionado pe-vv¥Sreira vez« no ^nesis,-^v^-IIIj 9, quando Abraãocomprou um terreno.

O primeiro sistema de üu-^maçaò de ruas foi tentadom Antioquia, quando lâmpa-jas.^ óleo foram penduradas';«* ios, atravessados sobre as•-^s, no século IV.

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«^ O LEITOR quo, sewas as pancadas do coração.r; um So dia> pudessem ser^KK-nsadas em uma só, enor-rav»v%Püderosa» essa pulsaçãouu .d força suficiente para lan-ra rvma tonelada a uma altu-nuatro metros?

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pirata "número um"

do Atlântico Norte,c inimigo e devas-

tador cruel dos navios quedemandavam d colonialAmérica foi, sem contesta-ção,* o maníaco assassinoJohn Teach, Edward Teach cu, ainda, John Thatch.

Em 1700, quando os ladrões do mar constituíamuma praga sobre as águas do Atlântico e ao longodas suas cestas, esse pirata se destacou entre osdemais, sendo cemumente conhecido por Barbárie-gra. Era um criminoso nato, mas também um hábilpolítico, um verdadeiro condutor de homens, umcompetente capitão, cenheoedor de todos os se-gredos do mar, e um temível pelejador dos mareslivres. Amava o dinheiro e o poder. Amava tam-bém a luta. Porém, acima de tudo, gostava de vere de cheirar sangue e também de ouvir a agoniadas suas vítimas, submetidas a mil e horrendas

mais san mm * §

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BARBANEGRA GOSTAVA DE VER SAN-GUE E SENTIR-LHE O CHEIRO. DAVA-

torturas. Esse assassino dos mares íoi, talvez, ie-mido como nenhum outro homem, mesmo entremais famosos chefes de assassinos e salteadore;que espalharam o terror sobre as águas. O íemede cair entre as suas mãos cruéis era a constanieangústia dos que se viam obrigados a cruzaroceano. Seus cativos, a não ser que pudessempagar pesadas quantias, em troca da liberdade,eram imediatamente torturados até á morte.

Por muitos e muitos anos, cpalavra Barbanegra foi umnome e uma fonte de terre:.Quase todas as histórias maiscu menos fantasiosas sobre cvida desses piratas, eterne-mente populares, tiraram as*sunto na vida de John Teach.Mesmo as fantásticas roupa-gens e aparências desses pi-ratas de ficção, super-armadesde facões, pistolas, punhais sespadões terríveis, com facasentre os dentes, foram copie-

ê das do arsenal que Bar bane-gra sempre trazia sobre o cc:-po, da mesma forma a aperencia terrível, obtida com ex-traordinários recursos de fai-xas rubras, chapéus de formasbizarras e a própria barba,única e inimitável.

Tudo isso servia para au-mentar o terror que inspiravaa adversários e comandados.John Teach fazia questão áeser horroroso ao olhar dequalquer um. Inspirar pavera um dos seusprazeres.

grandes

/.•**•y-Piratas a bordo de um navio capturado em alto mar.

Barbanegra nasceu na in-glaterra, provavelmente na c:dade portuária de Bristol.

Ainda rapazola saiu la ir.-glaterra, a bordo de um navicde comércio, pertencenteuma firma de Glasgow e cu-comandante não tardou a de-sistir da carreira legal a timde se tornar um corsário, c:mo aconteceu com muitoS ou-tros, no correr desse longo periodo de guerras e tréguasarmadas, enire a FrançaInglaterra e a Espanha.

Depois de curta carreira, e:que se distinguiu pela bravv

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;5.,? Ano jj]i 7 — Dezembro 1951 39

W/W fito AtlânticoEU SEI TUDO

Em outra ocasião, deci-diu suspender num laço deforça meia dúzia dos seushomens "para ver qualdos desgraçados custavamais a morrer".

LHE PRAZER OUVIR OS GRITOS DOS

CATIVOS A BORDO DE SEU NAVIO

Yndômita, Barbanegra chegou à Jamaica, onde jun--ou suas forças com as do Capitão Benjamin Hor-

hvgòld, outro famoso pirata das índias Ocidentais.

Mo tardou, porém, a discordar do seu sócio, deci-

dindo seguir cada qual o seu destino por conta

oróoria. O navio de Barbanegra, o Queen Anne's

Hevenge (Vingador da Rainha Anna), velejou de

Sandy Hook para Trinidad e, já nesse trajeto, o

seu nome passou a ser mais temido do que .os de•odos os demais' piratas. Uma de suas boas pre-sas, então, foi o Great Allen, '

que viajava de* Nova York

para a Jamaica. Na manhã se-

guinte a essa captura, Barba-negra ordenou que os sobrevi-ventes do cruel massacre, efe-:uado no correr da aborda-gem. fossem deixados numadesolada ilhota. Como supri-mento, deixou-lhes um peque-no barril de água e outro debiscoitos. Depois,, ao afastar-se, para sempre, aconselhou-os a que

"comessem à farta...enquanto pudessem". Mais tar-de, esse foi oseu processo fa-vorito para dispor dos prisio-neiros, e' muitos foram os vo-razes carangueijos dessas pa-ragens que se banquetearamcom os frutos desse ato desu-'mano.

Barbanegra tinha uma ima-ginação ativa e estava sem-ore inventando divertimentospara os seus comandados,quando não estavam eles mui-..to ocupados esmagando oucortando cabeças inocentes.

Certa vez disse-lhes que ti-nha inventado um divertimen-to novo e que todos iam tera impressão de viver nas "ter-ras baixas". Oficiais e tripu-lantes seguiram Barbanegraao porão do navio. Imediata-mente os alçapões e escotilhasforam fechados e Barbanegraateou fogo a uma barrica deenxofre. Os homens, semi-en-¦ ouquecidos, lutavam para res-pirar, quase sufocados pelafumaça acre, porém só depoisde ver os homens quase mor-los, o malvado deu ordem deabrir as escotilhas e alçapões.

Tinha êle, entretanto, po-derosos associados, era terra. Consta que o gover-nador Charles Éden, da Carolina do Norte, pelaproteção que dispensava ao pirata, recebia, domesmo uma boa percentagem do que Barbanegraroubava no mar. O governador garantia ao pirataum seguro refúgio na costa da Carolina, onde êlesempre viveu até mesmo melhor do que Gilbert eSullivan, do famoso romance "Rei dos Piratas".

Por muito tempo foi êle tratado gentilmente pelapopulação de Charles Town (Charleston), de Caro-lina do Sul, cujos habitantes estavam acostumadosa ver o navio pirata ancorado diante da costa,como se estivesse "na

própria casa". Depois doseu devastador raid contra Honduras, a esquadra

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«„„«, o frinnlacão de Barbanegra eram cuidado-°8 ""££& SS*SK% -lentls e cruéis.

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EU SEI TUDO

de Barbanegra voltou a ancorar à vista da cidadede Carolina do Sul.

Tranqüilizados, portanto, e sem recear qualquerhostilidade por parte do protegido, cs comercian-tes locais enviaram três navios para c alto mar, emviagens de negocies. Barbanegra protamente apre-sou cs três barcos. Um dos capturados foi o Fron-tiersman, que se destinava a Londres, com umalista de notáveis passageiros. Barbanegra não tar-dou a revelar cs motivos de sua traição. Precisavade medicamentes diversos e pretendia simplesmenteadquiri-los, trecando-os. . . peles passageiros cap-turados. Se Charles Town não enviasse trezentaslibras de material de medicina, Barbanegra prome-tia enforcar todos cs prisioneiros, homens, mulhe-res e crianças.

Quatro dias passaram sem que os remédios che-gassem e Barbanegra ordenou a seus homens queconduzissem cs prisioneiros para o tombadilho ecomeçassem a preparar as cordas. Tomados depânico os passageiros viram a si próprios pendu-rados em corda curta e balançados pela brisa dolargo. Ficaram, ao mesmo tempo, furiosos com cshabitantes de Charles Tcwn, os quais da-vam mais valor a trezentas miseráveis libras demedicamentes que aos seus pescoços. Por isso con-venceram Barbanegra de que seria melhor poupar-

35.9 Ano — N.'> 7 — Dezembro 1951

lhes a vida pois estavam dispostos a ajudá-ieassaltar e saquear a cidade. Barbanegra aceito°e o assalto estava para ser desfechado, quando rexigência foi atendida e os medicamentos checaram, com grande alegria dos cativos e despeit"de Barbanegra, que já agora preferia a segundosolução. A Contragosto, concordou em cumprir"promessa. Antes, porém ofereceu verdadeiro bonquete, regado a vinho, aos passageiros e o capitãcdc Frontiersmen. A seguir, ordenou que os cative*fossem aliviados das suas jóias, dinheiro e meihc-res roupas. Só então, descalços, semi-nus, os inflizes foram deixados numa praia distante, ásperoe de onde tiveram de caminhar dificilmente, abrir-do caminho por florestas temíveis e charcos inter-mináveis, até Charles Town.

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Barbanegra, segundo uma velha estamna NotArr. r>c k„ *-bnstão lenta «ue prendia àoíSfôoí^ft^^S^ C°m"

Pouco tempo depois disso, Barbanegra visitouFiladélfia e calmamente passeou peía cidade-"Quaker". O povo de Pennsylvania não escondeuseu assombro diante do famoso pirata. E como es-tava elegante Barbanegra! Parecia, mais, um pi-rata "made in Hollywood". Seu vestuário consistiaem um belo chapéu de feltro, uma alegre sobre-casaca de seda e brilhantes laços de fitas sobre os

joelhos. Nos pés, sapatos fino-mente acabados e rematadospor grandes fivelas de prata.Não dispensou, porém, um cin-turão com medonho facão, alémde punhais de vários tipos euma coleção de pistolas.

Mais surpresa sofreram os ha-bitantes de Filadélfia diante dabarba realmente da côr de éba-no e toda enfeitada de fitas,conforme John Teach sempreusava. E sem esquecer os bas-toes de consumação lenta, queacendia e colocava nas pontasdessa barba e dos próprios ca-belos. Para aumentar essa apa-rencia fantástica, Barbanegraarregalava os olhos e repucha-va cs lábios, para mostrar osdentes enormes e enegrecidos.Era, na verdade, uma figura es-pantosamente feia, como jamaisse viu no mais' assustador pe*sadelo. Porém c governador daPennsylvania não tinha o me-nor desejo de ser gentil com cinfame visitante. Ao contrariedo desonesto governador de Ca-rolina do Norte, o governadorde Pennsylvania não pareciater medo de Barbanegra e orde-nou que o mesmo fosse preso.Entretanto, quando a-ordem che-gou, Barbanegra já havia re-tornado ao seu navio.

De novo na costa Atlânticocom a proteção do governado;Éden, Barbanegra continuou aassaltar e a roubar navios, nosquais assassinava friamenteseus tripulantes e passageiros,

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-«.. Ano - IO 7 Dezembro 1951^w^-,m*i»mít>ppmmà*^ *», -**50rCr,

41 EU SEI TUDO

depois de submeter homens e mulheres aos pioresvexames e às mais cruéis torturas. Finalmente, de-

iè de haver capturado, quase à vista da cidade,mais um navio, cujos ocupantes íoram torturadosL'té à morte, os melhores elementos de Carolina do

:rte revoltados contra o governador, apelaramoara o auxílio da Virgínia.

0 governador Spotswood imediatamente aceitouom agrado o encargo de dar combate a Barba-:gra. Por sua sugestão,' a House of Delegates

anunciou o prêmio de cem libras esterlinas pela ca-)occx do pirata. A seguir, Spotswood armou dois

barcos, entregando-os a dois marinheiros inglesesque se encontravam em Hampton Roads. Tratava-se de deis jovens oficiais ingleses, tenentes May-nard e Brand, que se ofereceram para comandar asembarcações que atacariam Barbanegra.

Barbanegra já de outras muitas vezes íôra avi-sado de que uma expedição estava sendo prepa-rada na Virgínia contra êle; tudo, porém, simplesboatos. Entretanto, quando a pequena e corajosaexpedição saiu contra a Carolina do Norte, o se-eretario do governador Éden voltou a prevenir Bar-banegra. Desprezando o aviso, o pirata passou anoite bebendo e jogando com os seus homens.

Com os primeiros clarões da alvorada do dia 22de novembro de 1718, o pirata verificou, assombra-do, que a informação era certa. Barbanegra porém,não íêz qualquer manobra para fugir à luta, talera a ilimitada confiança que tinha na própria ha-bilidade para liquidar seus atacantes. A batalhacomeçou em Ocracoke Inlet, na costa da Carolina.

As forças do pavilhão com a caveira e as duas

tíbias cruzadas iniciaram obtendo grande varitagem, pois que os oito canhões de Barbanegra, com'certeira pontaria, puseram fora de combate o navicdo Tte. Brand. Sem hesitar um só instante, o bravoTte. Maynard procurou abordar o barco de Bar-banegra, porém seus homens foram recebidos cponta de ferro e com tamanha fúria que cerca detrinta morreram ou sofreram ferimentos. As forçasda Virgínia pareciam destinadas a um impiedosomassacre.

Receando as conseqüências, se perdesse maiscombatentes, Maynard ordenou a seu homens o re-cuo para o próprio convés. Isso foi feito não parose proteger, mas para dar a Barbanegra a impres-são de que as perdas eram maiores do que crealidade. Entusiasmado com a vantagem inicialBarbanegra gritou aos seus homens que invadis-sem o barco adversário. Julgando que a maioriados seus adversários estivesse morta ou sem con-dição de luta, os piratas desceram confiantes pareo tombadilho do pequenino barco da Virgínia. May-nard que se mantivera de pé, sozinho entre os seushomens caídos, gritou chamando por seus homens.Estes se ergueram, empunhando as suas armas. Cresultado dessa manobra foi uma mortal batalhoque depressa cobriu de sangue todo o convés dovalente embarcação, sendo as forças numérica-mente iguais.

Como nos finais dos grandes filmes de aventuras o sinistro Barbanegra e o jovem e valente ofi-ciai inglês se viram engajados num combate sin-guiar. Maynard provou ser melhor manejador deespada, nâro tardando Barbanegra a ficar ferido emdoze diferentes pontos.

COMO VOCÊ RESOLVERIA ISTO ? M

0 professor de umcolégio da costa Les-te dos Estados Uni-dos acabara de arru-mar as cópias de um«teste» que planeja-ra para apresentar naparte da tarde, quan-do foi obrigado a seausentar, por algunsinstantes, da sua salade trabalho. Ao vol-tar, tornou a contaras folhas de papei everificou que falta-vam três. O texto fô-ra mimeografado pa-ra ser entregue a ca-da aluno que, . maistarde, devolveria a- tolha que lhe coube-ra, ao professor. Ago-ra, quem quer quefosse o apanhador dasfolhas que faltavam,poderia, com toda acalma, munido de li-v r os e dicionários,responder a todas asPerguntas, corre-tamente... Êle e, talvez, muitos outros de seus co-Jègas poderiam chegar, por essas três folhas, aofmal do teste, pois que as perguntas se encadea-vam perfeitamente.

0 instrutor não tinha tempo de organizar e_preparar um novo «test» e, ao mesmo tempo, não

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resignava a ser assim ludibriado pelos alunos.dando «chance» à alguns de resolver tudo, sem es-forço Sabem os leitores como o professor resolveua situação com apenas alguns minutos mais detrabalho ?

(A resposta está na página número 97)

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J SEI TUDO 42

Apesar disse o pirata se mantinha de pé, enquan-te cs demais combatiam sobre dezenas de cada-veres. A certa altura, a espada de Maynard parte-se junto do punhe e Barbanegra, com um grito de-.riuníe, lança-se para liquidar o indefeso adversa-nc. Sua espada sobe e desce, como o raio. May-nard consegue esquivar o corpo, mas perde váriosdedos. Como Barbanegra se preparasse, novamen-te, para atacar c oficial, um acs marinheiros daVirínia o ataca per sua vez e cem um tremendogolpe quase degela o pirata. Porém Barbanegraparece ser uma criatura impossível de matar. Comuma das mãos sustentando a própria cabeça, quaseinteiramente separada do tronca empunha a pis-tola e visa Maynard, a curta distância. Com umbraço são, Maynard se críira para a frente, num de-sesperado esforço para desviar o cano da arma.Num ápice de segunde o tiro vai partir e a balavarar o peito do oficial.

Porém, antes desse instante fatal, a vida fege docorpo retalhado de Barbanegra, que cai desampa-rade sobre o tembadilhe, banhado no próprio san-gue, morte, finalmente.

Os restantes piratas., acessados cem fúria, rende-ram-se pouco depois, ac saber da perda do chefe.

De iodos es homens de Barbanegra, só um es-capou. Foi êle Israel Hands, "mestre" no navio pi-rata e que pode fugir por se encontrar em terra, naocasião do combate. Mais tarde fòi capturado eeonaenado a estrebuchar na ponta de uma corda.Nc último instante, porém, chegou o seu perdão,assinado pelo rei. Hands terminou os seus diasmendigando nas ruas de Londres.

35.9 Ano — N.9 7 — Dezembro - ior,-*

Hands deveu sua vida ao próprio Barbanegrapois, uma noite, embriagado, Barbanegra pucheda pistola e começou a disparar sem que nem paraque. Hands foi ferido no joelho. Barbanegra, a se-guir, soltando sonoras gargalhadas, declarou qu?aquilo fera apenas brincadeira. Hands teve que sé"porém, enviado a terá, para ser socorrido. Assinise livrou das espadas e das cordas dos marinhei-ros da Virgínia, vencedores.

Subjugados os piratas, Maynard acabou de cor-tar completamente a cabeça de Barbanegra, me-teu-a num saco e, triunfalmente, fêz seu retorne àságuas da Virgínia. Em Williamsburgo, treze dos nj.ratas aprisionados foram enforcados na estradapara Capitei Landing. Por muito tempo esse lugarfoi conhecido como Estrada das Gorcas, porém pas-sados anos mudou seu nome para Lovers Lane.

O pirata Barbanegra, embora repulsivo física-mente, teve quatorze esposas, em toda a sua vida.Sua última eleita foi uma linda jovem de 16 anos.A História não nos diz como Barbanegra dispôs detodas elas. Provavelmente usou os seus habituaisprocesses. Afirmam alguns cronistas que o crânicde Barbanegra, aproveitado em forma de taça edebruade a curo e prata, serviu em macabrcs° fes-tins, durante anos, pois acreditavam muitos que issoproporcionava saúde e fortuna.

Enquanto cs Virginianos celebravam mui justa-mente-a sua vitória sobre os piratas, um aprendizde impressor, em Boston, soube da morte de Barba-negra e das circunstâncias que a cercaram. Imedia-tamente escreveu uma balada,sobre Barbanegra, aqual foi cantada nas casas da cidade. O nemedesse aprendiz era Benjamin Franklin.

A "BOA RESPOSTA" DO MÊ

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Pouco depois da guerra, a vidasocial e diplomática em certa ca-pitai européia foi dominada poruma grãfiníssima senhora, espô-sa de um embaixador, cujas cons-tantes e encantadoras reuniões ejantares se desenrolavam numaatmosfera de suprema elegância,luxo estonteante e rígida etique-'ta. Tudo isso, naturalmente, con-

trastava fortemente com as ruasesburacadas e as ruinas dos pré-dios, atingidos pelas bombas ini-migas. Embora muitos dos seusconvidados habituais achassemaquilo uma exagerada ostentação,um convite da embaixatriz eraquase uma ordem.

Um jovem casal, ligado à di-plomacia, foi convidado para um

desses faustosos jantares e, porisso, embora vestindo toilette degala, lutavam por vencer as ruasesburacadas, num simples jeep,único veículo de que podiam dis-por e que, com seu duro banqui-nho e os saltos a que era obriga-do para galgar os obstáculos,maltratava muito os seus doisocupantes. A jovem senhora tinhaos cabelos desfeitos, o estômago«embrulhado» e o vestido empoei-rado. Vendo o seu estado, o ma-rido decidiu levá-la de volta paracasa e desistir do jantar.

Tão logo se viu em casa, ela cor-reu ao telefone, a fim de apre-sentar desculpas à embaixatrizpela sua ausência forçada. Em vezde receber o aviso com simpatiae desejar melhoras para a sua jo-vem convidada, a orgulhosa cria-tura disse, com despeito e ris-pidez:

; — Se foi mal para você, minhajovem amiga, para mim foi sim-plesmente desastroso, poisque assim atrapalhou toda a dis-tribuição dos meus assentos, àmesa...

— A distribuição dos seus as-sentos? — retorquiu a outra, comsimplicidade — E que pensa asenhora que aconteceu com omeu?

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35.9 Ano — N.9 7 — Dezembro — 1951 43

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cBomL NANEU SEI TUDO

Romance de J . DE LA BRÊTE

M1MB W/SSÊM mamam mmmETTETradução do NXCOIJE PASHIEK

(Continuarão)

_~ Nc te caso, êle foi rimplesmente ata-caco da man'a geral que consiste em me con-siderar como um empírico que re pode con-sultar a propósito de tudo e até mesmo semnernum propósito. Estou certa de que êlefalará de Cecilia.

Minha afrmativa entristecia Geòffroy, mas,já preparado para o fato, respondeu pacífica-mente:

— Buscarei para minha flha um outrocompanheiro de viagem. Seu dote facilitamuita coisa... Além do mais, Nanette é bas-tante inteligente e razoável para esqueceruma inci'nação pasageira.

Is^o eu sabia e estve quase a lhe contaro incidente dzs cartas queimadas, exprimindo-lhe minha estima extraordinária por umacriaturinha tão moça e com caracter tãofirme.

Mas que teria adiantado com isso? Terá,ao menos, tranquil'z?do Geòffroy? Talvez,sté o efeito tivesse sido contrário. Por issopreferi silenciar £Ôbre o corajoso gesto desua filha.

Na manhã seguinte, a uma hora e meiada tarde, raí do Bourdon cautelosamente, afim de não ser vista por Nanette e poder,

RESUMO DA PARTE JÁ PUBLICADAVivendo desde muito tempo só, numa cidado deprovíncia, passava eu a minha viuvez entregue ameus poucos afazeres e aientâ a esticar os meus

pequeninos rendimentos para que proporcionassea meus setenta anos o conforto indispensável. Assimestava eu no meu jardim, quando vi surgir o meuprimo Geòffroy Etelle, que eu não via desde muitoitmpo, dez anos pelo menos. Enviuvara também emia agora com a filha única. Nanette, que eu co-nnecera pequenina. Vinha solicitar que eu fosse re-J/air ern sua casa, a fim de fazer companhia a Na-rSífr t gli*a~Ia em idade tão per.gosa. Não deidp vUi aí,lrmativa> embora muiio desejasse mudaiVanlu Mmha resolução só foi tomada quandomuit f me endereÇ°« uma carta muito simples,Sabi anca e muito alegre, animando-me a ir.Hiimr (íUfLmeu primo vivia com grandes economias

iase

',,? !,eIh? mansão que há muitos anos pertencijIocatdtnam Náo esPerava, entretanto, que fôsscque a H

° ha^adável como me pareceu na manhã em

DiimVi' e c8uei, com os meus poucos haveres. Meus

oheia«n?S as" em companhia de Nanette foramnirprêsas agradáveis. Ela era uma criatu-para*» Ca- e muit° compreensiva e resignadalima p

SUa ldade- Nao tardei a lhe dedicar real es-Ponto nífeSnP a lhe conquistar a confiança. A taltáWra • e nie revelou ° seu grande segredo: Co-mento ]j„Um ^overn oficiai numa festa. Conheci-—ira nara-^—W^6^^^*» sa^ndo (ílie ° mesmo rapazali vivia • °i "*arroco> com o seii regimenlo e quenha" lSP'adO O tHstí» Ha^ÍWÍm cnr* o ena "mia/fri-

tranqüilizada por este lado, ir ouvir aa con-tideneias do jovem capitão.Êle se fêz esperar e eu bem teria tempo desonhar um pouco, se meu coração, este insu-

portavel coração, não estivesse dolorido.Entretanto, de ordinária, era um repousopara meu espírito antiquado, deixar-se pene-trar pela meiguice, a calma dos bosques, res-pirar o perfume das folhas molhadas e dosgravetos que meus pés faziam estalar; estaratenta aos menores ruidos indefiníveis da ra-magem e, se me mexia, ver correr os coelhosa:sustados. Mas como desfrutar de todas es-sas pequeninas obras-primas da naturezaquando, entre eles e os nossos sentidos, sur-ge a agonia dos que amamos?

O capitão Kerdulen me encontrou, sentadasobre um grande tronco de velha amoreira,eu estava mergulhada em dolorosa meditaçãopara poder ver, de longa distância, o belooficial. Estava a cinco metros de mim quan-do senti sua presença.Perdoe-me, pela demora. No momentode sair, fui detido par um oficial de Saumur,que havia almoçado na 'Minotière! Tive quearranjar uma desculpa para o deixar em bre-ves mün.utos e vir para cá.

Não tem importância. — Disse eu, ofe-recendo-lhe a mão. — Estive em boa com-panhia neste lindo cantinho de bosque. Cami-nhemos. ao longo desta senda encantadora.

A estrada tinha a ladeá-la velhos carva-

viciando com êle uma correspondência, sem

contudo revelar a sua identidade e fazendo-se pas-sar por unia senhora de idade e casada, chamadaHipóiita. Nanette lê algumas cartas para meu go-vêurio. Dessa leitura fico sabendo que o Sr. ker-dulen é homem de espirito. O pior, segundo noto,é que Nanette se deixa impressionar aie;n do nor-mai por essa correspondência, ehhisiasinandò-sepelo jovem capitão. Nesse mesmo dia, aproveitandoestar Nanette entretida em palestra com Cecilia deFaüberre, filha de um dos nossos vizinhos, vouvisitar umas ruinas históricas náo distante de Bour-don e aproveito o ensejo para visitar também o Sr.La Fade que, com^ surpresa minha, pede a minhaopinião sônre a possibilidade de êle vir a ser aceitocomo esposo por minha jovem prima. Digo-lhe fran-camente o que penso, isto é: que a (juierénça üeidade, tornava a coisa quase impossível. No mesmodia, um amigo de Etelie, Sr. Vares, direior de umgrande jornal, visita o Bourdon c, queixando-se debons assuntos para o mesmo, ouve de Geoifroy ainformação de que tem em seu poder documentosque, publicados, causariam enorme sensação. Fedeao amigo que lhe venda esses documentos e Geof-froy recusa, alegando não ser possível. Vares reti-ra-se* ^prometendo voltar na semana seguinte. Nodia imediato, recebemos um convite para tomarchá na residência dos Muscadier e Nanetie parecesuspeitar do motivo. De fato, o convite, igualmentedirigido a diversas famílias dos arredores, tinhapor fim facilitar a Kerdulen o encontro da sua ma-drinha. Notei desde logo a impressão forte causadapor Cecília Faliberre no jòvêni capitão, que parecedesejoso de descobrir ne}« a sua mistreiosa corres-pondente. Isso rae impressionou mal. Uma semana

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lhes e nela caminhávamos sobre um tapetede veludo ve.de.

Um pouco nia.s longe, o caminho se alar-

gava em uma clareira agradável, onde se es-

palhavam rochas, cobertas de linguens varia-dos. Eu esperava com paciência, observando,não .cm malícia, o embaraço do capitão.

Na verdade, eu não tinha qualquer vonta-de de ir em seu auxílio, oferecendo-lhe ajuda

para galgar os obstáculos. Apesar ce todosos meus esio-ços em contrário, ou via, aindaneste momento, a:* cinzas enegrecidas e umrosto calmo, embora ligeiramente pálido, cur-vado para o sonho desfeito.

Minha licença termina dentro de umasemana — disse-me Kerdulen. — Mas não mesinto muito disposto a retomar o serviço ativo,e espero obter uma prorrogação de mais al-gumas semanas.

O senhor parece ectar em excelente es-tado fis.co! — disse eu em tom sincero.

Oh! A aparência nada significa... Mui-,tas vezes há verdadeiras surpresas... Com aneaiastema nunca se sabe...

Qual... O cenhor não é mais neuras-tênico do que eu, capitão. E eu não sou nemum pouquinho! ...

Este seria um bom momento para armar-lhe uma pequena cilada, mas ab~tive-me deo fazer.

E que faria o senhor de todas essas no-vas fér_as? Viajaria? Ou continuaria aindacom os seus primes?

Lu falava sem. revelar grande interesse eda maneira mais natural. Por ieso mesmo êlenotou a malícia — e a maldade! Por issomesmo, enchendo-se de coragem, atreveu-sea galgar essa fionte-ia diplomática.

Maiame.., Sei que é boa; todos sabemisso, aLás. Tem um olhar que inspira confi-anca... Permita-me ccnfiâr-lhe um segredo.

85.9 Ano — N.9 ? — Üezeinbro — l§gx

Por que o dirá a mim ? — perguntei vi-vãmente. Com que intuito?

Se eu encontrar dificuldades, a senhorame ajudará a contorná-las, tenho a certeza.Sei que sempre me dará o conselho que melivrará de diticuldades.

Por que falava assim, com tantas frases,em vez de ir diretamente ao alvo? Que pre-tendia dizer? Eu mesma, sempre tive grandeconfiança nos meus sentimentos. No entan-to, nesse momento, meu velho coração entroua

' bater desordenadamente; mesmo assim,

pude esconder minha emoção sob uma calmamarmoxeana.

Neste caco, estou pronta a ouvir o quetem a dizer — dis.e eu, colhendo, à passa-gem, uma folha tenra.

E' que — disse êle com voz repentina-mente rouca — amo a Sta. de Faliberre...Oh! Amo-a tanto! Acredita, madame, que euvenha a ser aceito? Dizem que o Sr. de Fa-liberre é pessoa muito difícil; que tem gran-de fortuna e que faz questão de genro igual-mente rico. Disseram-me, até que sua in-transigência é, senão absoluta, pelo menosmuito grande.'Neste

instante, e malgrado o meu sofrimen-to injustificado,.o sr. Kerdulen me apareceusob outro aspecto. Gostei dele, sem reticên-cias. Falava com um natural, uma franquezaque aboliam totalmente a sua pose irritante.

Pobre Nanette! Ela estava mais que pre-parada para isso, eu bem sabia. Mas, na suaidade, — e até mesmo na minha — sempreesperamos.. . não sei o que. E essa espe-rança teimosa não cede senão ante o fatoconsumado.

Em todo o caso — respondi em tomindiferente — as simpatias que tem demons-trado estão acmiràvelmente. . .

Simpatias! — interrompeu êle com vi-

mais tarde recebemos convidados em Bourdon, aosquais oíerecemos um chá, a fim de pagar as inú-meras è

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gentilezas que recebíamos de üo__js vizinhos.Estava presenie o capitão Kerdulen e Nanette, tal-vez de propósito, deixou escapar uma fra_.e que re-velou ser ela a Hipóiita tão procurada. Kerdulen,surpreendido — e ligeiramente desapontado, segundonotei — agradece à minha jovem prima a sua gene-rosidade, porém,, sem insistir, enquanto lançavaolhares sorrateiros para a bela Cecilia. Nessa noiteGeoffroy insinua que não llie seria desagradávelcaso o evidente interesse de Nanette pelo capitão,fosse correspondido e, como sentpre, lamenta não terrecurso para dar um dote à fiiha. Digo-lhe então quepreferia ver Nanette casada com o Sr. La Fade.Isso irrita sobremodo a Geoffroy, qüe não admiteessa hipótese. O Capitão continua a visitar-nos, em-bora não fosse a isso obrigado e era dia a dia maisevidente, que se apaixonara por Cecilia. Dias depoisGeoffroy vai a Paris e retorna anunciando que ha-via feito, um bom negócio, conseguindo cem milfrancos de dote para sua filha. Esia, radiante coma noticia, diz que o. pai devia, antes aproveitar êssedinheiro para si mesmo. Na verdade, segundo meconfiou, Geoffroy . vendera os manuscritos ao di-retor do jornal. Quinze dias depois é iniciada apublicação ,do manuscrito e Nanette comenta co-migo essa publicação que os demais jornais ata-cam por despeito, certamente, dizendo que era umescândalo relatar assim a. vida intima de pessoasrecentemente desaparecidas. Nanette. com mágoa deGeoffroy, é das que censuram a divulgação dessascartas e" no auge da discussão afirma que tais coisas

não deviam ser feitas e que seu pai, por exemplo,jamais as faria. Geoffroy procura consolar-se co-migo e eu o amparo, como é possível. Digo-ine, paiao distrair, ser necessário que Nanette tem um üpie,pois assim facilitaríamos o seu casamento e eiequer saber o que penso da atitude do Sr. Kerdulen.Digo-lhe que o capitão, no meu entender, ania\aCecília de Faliberre e êle não esconde seu abone-cimento. No mesmo dia recebemos a visita de ce-cilia e pouco depois também a do capitão, que en-trega a Nanette as canas que esta lhe escrevera,afirmando que era por empréstimo. Eu sabia queNanette tinha cópias dessas cartas e, portanto, seas pedira ao capitão fora para experimenta-lo oupara destruir as cartas. Cecilia aproveita um m&-tante a sós, com a sua amiga, querendo saber stela vai restituir as cartas e Nanette tranquiliza-adizendo que não o faria. As visitas de Kerduieusão constantes e seu amor por Cecília eoustvado por todos. Dias depois Nanette, paüda ma*de olhos enxutos, queima todas as cartas., ^aw^porém, uma sombra no romance de Kerdulen.Sr. de Faliberre não se mostrava entusiasmado coia idéia de ter o jovem capitão como genro. ^J1.1-das reuniões surge o assunto das cartas pncadas no jornal e alguém critica severamentefato, fazendo Nanette empalidecer terrivelmente. ^F^ade, que tudo percebia, intervém e cuida de a

^viar a conversação. Kerdulen, aproveitando-seestar a sós comigo, pede-me uma- entrevista -I

ao dia seguinte, em certo trecho da estrada Ipedir-me um conselho". Sabedor do fato, Ueom sé assaltado por novas esperanças...

. ..-,-!

35.9 Ano — N.« 7 — Dezembro — 1951

vacidade. — Diga, antes, AMOR, madame!O maior, o mais sincero!

Pois bem!—continuei. — Esse séu amor,o maior, o mais sincero, está admiràvelmen-te colocado. Cecilia, criaturinha encantadora,há de ser esposa perfeita e companheira de-licicsa.

Como me faz feliz com essas palavras!Oh, sim! ela é deliciosa. Mas... como conquis-tá-la ?

Na verdade, o senhor fala como se setratasse de trabalhar nas terras de Labãopara conquistar Raquel. A coisa deverá sermuito mais s"mples. O sr de Faliberre não éassini tão terrível. O sr. Mascudier poderáfazer o pedido... e tudo correrá bem.

Seu ar intimidado, hesitante, lhe ficava tãobem, que meu cérebro se desanuviava e minhador se acalmava. ,*

Infelizmente, um oficial sem fortuna,sempre hecita e recua ao pensar em tal a ti-tude. Tenho visto muitos colegas acabrunha-dos por decepções semelhantes... Por issotenho medo.

Mas, se recular eternamente, jamais che-gará a um resultado. As situações devem serclaras. Quanto mais claras melhor. E é pre-ciso chegar a uma solução!

Sim, tsmbém penso assim... Mas, comome atrever?

Ora, vamos... Não deve esquecer quehá um deus para os namorados... — disseeu, animando-o.

Êle interpretou a minha resposta favorà-velmente a suas esperanças.

A senhora disse.. . "para os n?morados".Então. . . Acredta que a Sta. de'Faliberre ?. ..

Deteve-se, por delicadeza. Depois prós-geguiu:

—- Há momentos em que acredito que te-nha por mim uma forte simpatia. Logo aseguir volto a ter dúvidas...

Ah! Quanto a isto, meu caro senhor,neda posso informar. Cabe ao senhor ver,julgar... E ersas alternativas de dúvidas ede esperanças são as fases obrigatórias dasituação em.que se encontra. Eu me referiaaos namorados... masculinos.

Meu tom, embora contra a minha vontade— segundo receio — saiu um tanto seco. Fe-lizmente, a preocupação do Sr. Kerdulen otornava cego e surdo. Por meu lado, eu re-ceava transpirar minha secreta fraqueza, aminha grande mágua.

—- Confesso. — disse êle um pouco hesi-tante — que eu havia pensado.. . pensado emoutra coisa. Mas, a Sta. de Faliberre, desdeo primeiro dia, inspirou-me um desses senti-•mentos súbitos...

~— O amor à primeira vista! — disse eu,rindo. — E' delicioso, isso, Oh, a juventude!E> no entanto, eu o compreendo. A beleza de'Cecilia, com essa deliciosa expressão, é real-mente sedutora. Atraente! E' nisso mesmo quesempre fico pensando, quando a vejo.

Minha resposta encheu de júbilo o jovemcapitão e sua alegria provinha de diferentes

45 EU SEI TUDO

causas. Se havia receado, dé minha parte,alguma hipocrisia, minha opinião tranqüilavarria todos os seus receios.

Mais à vontade, prosseguiu, ainda assim,com hesitação.Eu vim até cá com a intenção de pro-curar uma madrinha c com a pretenção denão me deixar perder e. :.E o primeiro gesto foi o de procurar. . .

para os-lados. Mas, que •importa! Esse erronada tem que t ver com o seu casamento, quese realizará em tempo e hora, estou conven-cida.

Nada que ver.. . não sei !Nada. Absolutamente nada, renhor!No entanto, sem a presença da Sta. deFaliberre... No Márroco, como deve saber,eu havia iniciado um romance muito se-dutor. ..

Chegava o momento de administrar uma boalição a esse jovem capitão que teimava emseguir o séú caminho,' quando eu lhe indica-va, claramente, que devia seguir por outro.Romance, cujo desfecho, caso Cecilianão tivesse surgido, psra atrapalhar, talveztivesse causado uma grande desllução ao se-nhor — disce eu, com fleugma.

;— Perdão, madame, não tive a'pretenção. . .Sim, sim! Teve, sim, como sempre tem. . .

E há ocasiões em que me irrita com essesseus ares... Posso falar assim porque tenhoidade para ser sua mãe, até mesmo sua avó.

Êle sorriu, com ceu ar gentil, porque o meutom atenuava a censura.

Ah, madame! Mesmo zangada a senhoraé sempre amável e muito simpática. Mas,creia que se engana, pensando que eu sejaum convencido, ., Até detesto esse gênero dehomem.

Verdadeiramente convencido. . . não! Mastem uma pontinha da coisa, nào o negue! —disse eu, sorrindo. — Mas isco desaparecerácom a vida calma e séria do casamento.

Essa pontinha. .. é assim tão aparente?Em que a vê, madame?

Se quer um exemplo... Ai estão esses

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— Este rpcante seria realmente romântico se nãofossem os mosquitos!

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. sonhados no Marreco e aos quaisaludiu, há pouco. Crcia que se não fÔsscj um

tantínho convencido, jamais ousar.a dispor,assim, de um coração desconhecido.

— Eu nào dispunha. .. Apenas esperava...—- Sabia, neste caso, que o senhor tem boa

dose dé imaginação. Muito mais do que uma«madrinha», que apenas se distrai com umtíohre coitado, enterrado nas sohdoes cxóti-ces mas não se preocupando com qualquerromance; não dando a êle mais atenção docue a um par de pantuflas.~

Visivelmente ofendido, êle olhou para mimdo alto da sua importância; porém eu lá cs-tava ligando aos seus ares orgulhosos! O meuolhar logo o trouxe, outra vez, ao ceu devi-do lugar e, notando emfim a sua falta de tato,Kerdulen se desculpou, corando ligeiramente.

Queira perdoar, madame. Receio ter sidoiludido por mal-entendidos que não passavamde, de um... emfim, a senhora me entende,tenho a certeza.

~. Compreendo e perdôo o seu convencimen-to. E' coisa de rapaz... Falemos do senhor.

Que devo fazer, madame?Ir diretEmente ao alvo.E. se for recusado?Ficará sabendo.

Madame!... Como diz as coisas, assim,corajosamente! — disse êle visivelmente sur»preendido, pos o assunto lhe parecia o maisimportante da terra, não admitindo que fôssetratado com essa desenvoltura.

Que outra coisa resta fazer? Creio, aliás,que o senhor vencerá, embora não tenha cer-teza... O senhor mesmo sente o risco. Co-nheci, porém, um excelente homem que seviu recusado quarenta e duas vezes, antes dealcançar o que almejava!

.Ês^e homem devia ser feio de assustar, ma-d ame!

~ Ao contrário! Era até muito simpático,Pois nao- gostaria de que m aventura

ocorresse comigo — disse Ile ligeiramente ir*rítaâo,

Gosta ou nâo, terá que suportá-la, caso oâèstino lhe inílija esse suplício,

Falar desta forma a um homem tão segu-ro de causar grande efeito com sua beleza fí-sica! Mas, certos dias e diante de certas pês-***>

soas, minha lingua age sem ao menos meconsultar duas vezes.

S5.9 Ano - N." 7 - Dezembro — 1951

Suponho que ê^se censelho é o mesmo ciosMascudier. Sem dúvida já discutiu o assun-to com esses seus primos.

— Não ainda..... Eles, por certo, suspeitamdos meus sentimentos, embora jamais lenhafeito qualquer referência a eles. Entretanto,receio ter compreendido que, na opinião demeus primos, a Sta. de Faliberre não é a es-posa que me convém.

E' uma op*nião... E' possivel que mu-dem. Uma esposa tão encantadora, tão sériae educada, sempre convém, segundo peno.Princpalmente quando há verdadeiro amor.

Como é boa e generosa! — exclamou êle,apertando-me a mão.

Oh! Quando aconselhamos alguém a fa-vor de suas fantasias, sempre somos gênero-

os seus ares sonha-Kerdulen reassumiradores.

E' uma situação muito delicada... Nãotenho fortuna! No máximo quarenta mil fran-cos e o meu soldo.

Compreendo. . . e muito aprecio a suasimplicidade, falando de tal situação: é si-nal evidente de um perfeito caráter e de umcoração generoso.Acredito no que diz, madame. Mas osr. de Faliberre tem outra maneira de veras coisas. No entanto, hoje mesmo seguireio seu conselho*

so e sempre temos muita razão.

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Os

Depois de me haver cumulado de agradecimentos, pois, não sendo má pessoa, já oquecia as minhas censuras, o jovem capitíse afastou apressadamente, a fim de lano;oseu primo às garras do sr. de Faliberre.

Cam'nhando mais lentamente, voltei aoBourdon, med'tando sobre cs contrastes deuma natureza normal e boa, um pouco ma-culada por vitórias fáceis, mas direita, joveme simples, que ndo a bela estampa não se in-trometia para estragar.

•Encontrei Cecilia e Nanette, em conversa-

ção íntima. A primeira cobria os olhos comumas das mãos, enquanto a sua am'ga acari-ciava-lhe afetuosamente a outra mão. Mi*nha entrada provocou repentino silêncio.

Então? Que aconteceu? — perguntei.Cecilia permite que eu fale com Mme,

d'E^ly — di^se v'vamente Nanette, cujo rosto,muito pálido, impressionou-me pela expressãointeiramente nova e toda falta de comrera-çâo, mesclada a uma espécie ãe febre ehtusi-&3t3

Cecilia respondeu com voz enrouquecida,Como achar melhor,..Imagine, minha pr'ma, que Cecilia (un*

fessa saber que é amada pelo Sr, Kerdulen;também ela o ama...

Mas, a um gesto de tímido protesto, esbo-çsclo por sua amiga, deteve-se, continuandopouco depois, num meio sorrio:

Quero dizer: ela tem pelo sr. Kerdulenuma simpatia muito forte e sente que seriafeliz com esse casamento.

Neste ca^o, por que chorar? — per°nm-tei mas pre^cupafa com a fisionomia de Na-nette que com a emoção de Cecilia.

Por que chorar? Porque meu pai re-cusará consentir e não aceitará o pedido docapitão. A uma vaga alusão, só eu sei o queêle respondeu.

—Eu sei. . . Eespondeu como um urro Wé! — disse desabridamente a minha jovemprima. j

Oh, Nanette! — replicou Cecilia, natural-mente ofendida.

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35.? Ano - N.o 7 Dezembro — 1951¦va-^ffi*^-^^)*)*^^^ IBH9»»l)6»uWi;^3*ii

47

Perdão, minha quer*da. O sr. de Fabi-lerre é homem excelente, bem sei. Mas temlá as suac, as suas... Emfim, você sabe oque quero dizer!

~~ Espere, a:;tes ce ficar assim desolada -—dicsè eu, a Cecilia. — Julga que o pedido seráfeito por estes d as ?

—- Oh, sim... Êle deve partir dentro depouco tempo. Não creio que êle espe:e mais...Ou do contrário, estou muito enganada eô-bre os seus sentimentos — acrescentou comansiedade.

Êle falará, querids; êle falará! Não émesmo minha prima? Que diz a senhora?Eu não tinha o direito de contar a conversaoue tivera com o sr. Kerdulen. Por isso res-pondi s* mplesmente, afirmando que pensavatal corno Nanette.

Sempre será tempo, Cecilia, segundo asdmmstâneics, para você se acabrunhar...cu ficar alegre.

O tom e a frase não eram muito gentis éicso eu compreendi, muito tarde, ao notar oseu ar surpreendido.

Certamente, eu estava errada sentindo con-tra ela uma vaga irritação. Poda ela des»truir o ceu rostihho sedutor, seu corpo cie-gante, seu andar gracioso e, principalmenteessa expressão que a todos seduzia? Suasqualidades morais d mlnuiam porque o sr.Kerdulen a cmava?

Quantas vêze~% em minha vida, eu zombaradas mã:s que se mostravam enciumadas como êxito das moças rivais de suas filhas! Porque ser assim severa com £s outras, quandoatitudes feias ocorriam em nos o próprio lar?E' bem verdade que, comigo, não era o ciúme,era a afeição.

Todavia, à atitude de Nanette ehs mando»rn-3 à realidrde, encorajei e procurei consolara pobre Cecilia*.

Nfto deve fx.ar assim pessimista, minhaboa Cacilla. O sr, de Faliberre não se viu,ainda, diante de um fato podtivo, Aliás custaacreditar que êle ignor© cs sentimentos dosr. Kerdulen... E êle não lhe fêz qualquerdesfeita, nem o afastou!

~ E' verdade! — exclamou Cecilia ale-gremente.

Se o casamento com o sr. Kerdulen nãoé, exatamente aquele que deseja, nem por issoos sentimentos de vocês dois perderão a força.O sr. de Falberre, afinal, não é mau homem.

~ Oh, não, madame! Êle me adora. Masmeu pai — e isso é muito natural — fala coma sua experiência, com os seus temores quan-to ao futuro.

Tenha calma, acredite em mim e es-pere com confiança.

E' isso! — afirmou Nrnette. — E' pre-cico conf ar. Mesmo alguma dificuldade quepossa surgir, não impedirá que tudo se reali-ze conforme desejamos. O principal é .oabersustentar a sua causa e não recuar ao pri-meiro revés.

Conselho fácil de dar., o mas difícil de

mj SEI TUDOseguir. Há uma grande diferença! — disseCec lia, hesitante.

&m todo caso, não deve desanimar desdelogo. O tempo há de resolver tudo!Cec lia há de sabor valorizar os melho-res argumentos. — disse eu, em tom enco-rajador.

Ah! disse Cecilia, com o seu belo sorri-so. — Ajudararn-me bastante. Ganhei maiscor? gem., . e cou muita grata.

Ofereceu-me a mão, com um leve ar de tí-midez e de embaraço. Talvez adivinhasse osmeus secretos sent mentos? No entanto, re-tirou-se tranqüilizada pela maneira cordialcorno renovei meus votos de felicidade.

Nanette reconduziu sua amiga até a meiocaminho de la, Mou»ssaye e custou muito avoltar para casa. Eu a esperei muito tem-po, com uma angúst-a que aumentava de mi-nuto a minuto. Mas, sempre dectinada a mecausar surpresas, ela voltou como o seu arcalmo, beijou-me e apertou-me entre os bra-ços, corno se quisesse, quebrar-me ao meiosendo essa a única manifestação de toda asua emoção. Depois falou:

A senhora acredita que o sr. Kerdulenprolongue muito esta expectativa? E' homemque hesite tanto assim?

Neste momento já êle está agindo, porintermédo do sr. Mascudier. Mas, você háde compreender... Eu não podia dizer issoa ela.

Ah! Como sabe isso. «a senhora?Estive com o sr. Kerdulen «às duas horas;

tinhamos marcado um encontro, no caminhode Mousses.

Oh! Conte-me, por favor!Contei, Com um bom número de emissões,

é claro.Noto que a senhora fala do capitão com

mais simpafa. Isso me surpreende, pois nãocreio que êle tenha sabido conquistá-la de ma»neira absoluta,

Êle estava, hoje, bastante agradável, Na-nette... Minha opinião sobre êle sofreu umaalteração, da mesma forma que êle próprio

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muda de aspecto e apresenta contraste emsua atitude.

Que se há de fazer, minha prima! — re-plicou ela. — Cada um sofre a influência dascircunstâncias. O sr. Kerdulen não pode ig-norar que é muito simpático, mesmo bonitohomem, e as conseqüências agradáveis queisso provoca.

Não ignoro, também, que, aos olhos deum pai, um rosto bonito e suas conseqüênciasnão chegam para inaugurar um lar.

Coitado do capitão! E' triste não ter di-nheiro... ou ter pouco... Espero, apesar detudo, que o Sr. ce Faliberre não ponha obs-táculo a esse casamento; queria tanto que Ce-cilia e o capitão fossem felizes! Se pudessecontribuir para sua felicidade!

Eu me apressei a intervir, pois queria pa-recer aue aderira à idéia.".—

Ò" sr. de.Faliberre faria.mal criando di-ficuldades; êle não é mau homem, como jádisse, e seu amor pela filha talvez amaleça asua resistência. .

¦— Amolecer? O sr. de Faliberre? Não acre-dito muito. .E, além do .mais, é preciso viver."E, nisso, êle tem muita razão!

Depois repetiu, como se falasse para simesma:. — Gostaria tanto de contribuir para a fe-licidade deles, minha prima... Seria, eu pró-pria. tão feliz!

Infelizmente nada podemos fazer, me-nina, e não adiantaria desolarmo-nos por isso.

Quem sabe?.— disse-me ela, pausada-mente.

Avistou, neste momento, Geoffroy, cami-nhando lentamente pela grande aléia do jar-dim e deixou-me subitamente para ir ao en-contro do pai, deixando-me. supor, que se jul-gava com muita influência na família de suaamiga para advogar comi sucesso a causa de

com Geoffroy, apoiava-se terna-e-falava alegremente, com a. mais

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Cecilia.Voltando,

mente a êleviva animação. Estando a janela aberta, ouviquando disse:

Seria um casal quase.-perfeito. Muito bo-nito, por certo. Sem duvida inspiraria os poe-tas menos capazes." Não acha, meu pai?Eu, você sabe... Estou brigado com apoesia! — respondeu Geoffroy, rindo. — Igno-ro como, em tal caso, os poetas afinam a lira.

Instantes depois, a sós comigo,^ êle me di-zia, num tom maguado. "" *

Então, tudo acabou mesmo.?.. '.. ''"•

.— Mas é claro.. .....Eu sabia que Nanette não se deteriá di-

ante do irremediável; apesar disso,-fico'es-pantado com a desenvoltura com que -ela acei-ta esse desfecho.

Seu coração não fora atingido, Geoffroy!Eu bem dizia: simpatia não chega a ser amor.O coração nada tem que ver com essas coisas.

Nas circunstâncias, êle e eu éramos, afinal,os mais abatidos; eu via isso na sua expressãoe na acuidade das xninh&s próprias impressões.

Você tinha razão — concluiu Geoffroy.

Também creio que Nanette está sob a influ-ência do alívio que sentimos ao sair de umaincerteza penosa.

De fato, no seu lugar eu me sentiriaassim.

XI

Três dias passaram,, sem que vissemos aSta. de Faliberre, signo certo de uma derro-ta para os enamorados. Nanette se abstevede ir visitar sua amiga, no temor — segundome confiou — de provocar uma cena de lá-grimas que complicaria a situação.

Achava que o caracter do sr. de Faliberreexigia que se aparentasse, primeiro, ceder,curvando-se documente à sua contade, para sereerguer, em seguida, recomeçando o manejocom maior flexibilidade. Então, confirmandoa tradição, amainava-se o grande vento queacabaria perdendo as-forças, sem fazer es-tragos.

Porém o caso é extremamente sério emuito diferente das circunstâncias em queacabou vencendo o príncipe da fábula. Se eufosse a Ia Moussaye, talvez esquecesse a ati-tude mais conveniente e entrasse a falar...Esta entrada no conflito poderia ter péssi-mos resultados! E' melhor esperar. Ceciliahá de nos dizer qualquer coisa. E' evidenteque tudo caminha mal, porém ela mesma, virádesabafar-se comigo.

A resposta me fêz pensar muito, pois quedestruía minhas impressões precedentes sobrea explicação dos pensamentos de minha pri-ma, e recomecei a quebrar a cabeça para com-preender ou adivinhar um estado de espíritoindecifrável.

A esse tempo, o sr. La Fade veiu nos ver.Eu estava só, quando êle chegou. Semprecalmo, impenetrável, sentou-se com um arsat:sfeito que despertou imediatamente a mi»nha atenção.

Trocamos banalidades, segundo o costume e,seguindo por canrnhos indiretos, chegou êleao seu alvo, dizendo-me:

Em breve estaremos de novo no inver-no e muita gente deixará a região. Este nos-so cantinho vai ficar mais calmo e tudo vol-tara à ordem.

Como, à ordem? Estaremos, por acaso,em desordem?

Bem.. . Teremos menos movimento, me-nos d:scussões. .. Por exemplo, discutiu-setanto a respeito das cartas da princesa! Es-tou farto! Agora, felizmente, voltamos àcalma.

Pois saiba que sempre tenho visto ascoisas muito calmas. Semelhantes discussões,de que fala, servem para distrair, mesmoquando se tornam um tanto vivas. O essen-ciai é que não têm grande importância oumesmo nenhuma.

Para o público, talvez; êle não se mostradiretamente interessado.

Um silêncio sublinhou penosamente esta de-claração sincera e justa. -. —

~~ Todo fim de estação é 'sempre

maravilho-

mgg, ^o — N.» ? — í)ezembro — 1951 49

sot _- disse eu — Desejaria que se proion-gasse eternamente!

a- Oh, sim. Magnífica!__ o senhor mesmo... Creio que também

vai viajar?Oh.«. Viajar! Coisa á-tôa... Apenas dois

ou três dias. Passarei a maior parte do in-verno em Saint Maur. Estou iniciando umasreformas. E Paris me aborrece.

Ah!Novo s.lêncio; La Fade não se sentia muito

encorajado a galgar as fronteiras.Estive com Kerdulen, ontem. Também

vai partir. O capitão foi visitá-lo, para apresentar

despedidas ?Não. . . Por que faria isso? Encontrei-o,

por acaso, como quase diariamente acontecenum lugar pequeno. Acho detestável essecapitãozinho.

Ouvindo-o falar dessa maneira não pudeesconder uma expressão divertida.

Está rindo, minha amiga?Oh, sim. E não é justo que assim faça?Acha que estou enciumado?Não há qualquer motivo para que te- ;

nha ciúmes.. . Mas não é isso uma razão,e creio, realmente...

Seu olhar não éra tenro, fitando-me, e con-trastava cômicamente com o seu gênio cal-mo e a sua habitual bondade.

Pobre Nanette! — disse êle entre dentes.Como ? Por que diz Pobre Nanette ? Por

que esse ar de pieaade, referindo-se à nossadespreocupada Nanette?

Despreocupada! — repetiu êle, erguendoos hombros, para logo em seguida se descul-par. — Conheço essa pseudo — despreocupa-ção. Conheço... desde sua infância!

Reconheço que tem razão. Sabe tantoquanto eu e, talvez, até mais do que eu...

Claro que sei !Posso, porém, saber por que se eondoeu

da sorte de Nanette ?—• Quero que saiba, desde logo, que não fiz

qualquer ligação entre esse comentário e apartida do jovem tolo que é Kerdulen. Deresto, êle vai desposar Cecilia de Faliberre.Ê, pelo menos, o que se afirma em todos ossalões.

—- E com muita razão; creio que esse casa-mento se realizará. Mas não respondeu àminha pergunta...

Malgrado a nossa cordial intimidade e aliberdade habitual da nossa troca de idéias,eu temia que êle se aventurasse a enveredarpelo segredo das minhas mais dolorosas preo-cupações. Porém a entrada de Nanette livrou-toe da sua resposta.

Nanette havia terminado um vestido cujofeitio eu desaprovava e, a despeito das mi-nhas críticas, vinha ela agora oferecê-lo à mi-nha admiração. Minhas idéias de um outrotempo não impediam que a toilette, de fato,me ficasse muito bem; e foi essa a impres-^o do sr. La Fade, cuja fisionpmia, fitando

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KU SEI TUDO

minha jovem prima, passava por todas as nu-ances do encantamento.

Ah! Bom dia, senhor e amigo! Veio vermeu pai? Êle saiu.

Não vim ver especialmente a seu pai ououtra qualquer pessoa desta casa. Vim...porque gosto de vir. Está um encanto esseseu vestido, Sta. Nanette. Fica-lhe muitobem.

Tanto melhor — disse ela com o seu ardistraído.

Nanette recebia, antes, nosso visitante comuma familiaridade mesclada de vaga condes-cendência. Suas relações de longa data, au-torizavam a familiaridade que temperava anatural reserva de bon ton, inseparável de tô-das as atitudes de Nanette. A condescendên-cia era mais calculada e tomava raizes na vi-são clara, outrora desdenhosa, dos sentimen-tos do sr. La Fade.

Digo "outrora", porque, de algum tempo,para cá, fosse por causa do gracejo que eume atrevera a fazer, fosse por outro motivoqué eu ignorava, ela o recebia com mais ce-rimonia, hão' "se " mostrando natural. Neste'dia, particularmente, sua atitude cerimoniosa,quase

* intimidade, causou-me' a maior sur-presa.

La Fade não era.homem a quem escapas^se essa transformação; além do mais tinha êlealguma idéia que eu muito desejaria conhe-cer. Êle, Geoffroy, Nanette, estavam todosperseguidos por uma idéia que eu não con-seguia definir e que, por isso mesmo, me en-terrava em - singular inquietação. Geoffroy,pobre homem, eu acreditava saber a razão;mas Nanette positivamente me desorientava.E eis que, agora, La Fade se juntava a eles!

Sua visita foi curta; segundo anunciou, par-tia para Blois- na manhã seguinte e não podiaficar mais tempo palectrando. conosco.

— O senhor vai partir em plena vindima?— perguntou Nanette. — O senhor, que faztanta questão de vigiar esse trabalho?

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— Mas diga-me: se diz nunca ter visto, antes,uma nota de 30 cruzeiros, por c^e, então, sabe queessa é falsa?

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Voltarei em três dias. Minhas uvas nâovão- sofrer, pois tenho um bom édmin.strador.Como lhe cou boa sociedade, êle se esforça-rá para que tudo corra bem.

Como sou curiosa, gostaria muito de sa-ber por que abandona a vind.ma. Serei indis-creta ?

Absolutamente não. Eu ia mesmo dizer,pois, segundo cre.o, todos aqui conhecem anoiva. ..

Que noiva?Vou ao casamento de um bom amigo de

infância.Um amigo de infância? — repetiu Na-

nette surpreendida.Sim... Um pouco tarde para se casar,

não acha, supondo que a felicidade possa de-pender do tempo ?

Bem... Ás vezes pode ser ridículo —respondeu Nanette com a sua habitual e in-domável franqueza. — Mas seria mais ridí-culo ainda deixar passar a felicidade sem aapanhar. Cada um deve agir segundo pen-sa que é melhor. O senhor disse que eu co-nheço a noiva?

Pelo menos já a ouvi pronunciar o seunome.. . Trata-se da Sta. Delambre.

Mas. .. Ela tem a minha idade! E é mui-to bonita, ao passo que o seu amigo. . .

Deteve-se repentinamente, com um arzi-nho embaraçado.

La Fade que a observava, sorriu com in-dulgêr;eia.

Por que hesita em continuar? Pode dizero que pensa, sem receio de me ferir. Eu...não tenho qualquer sedução. Porém o meuamigo é um belo cavalheiro, homem elegan-tissimo e que sabe agrad2r, pode crer!

Oh! — replicou Nanette, enrubecendofortemente. — Não faço qualquer ligação. . .Apenas fico pensando se a minha jovem ami-ga será. feliz.

Minha boa amiguinha — respondeu LaFade com a naturalidade e a gentileza que otornavam adorável. — Esses casamentos des-proporcionados em geral dão muito bom re-sultado. Uma forte afeção. em que se con-fudem um sentimento um tanto paternal, adedicação, a ternura constante, não tem oprestígio das paixões da juventude e eu acha-ria absurdo comprar duas coisas tão diferen-• tes. Mas uma mulher .razoável e boa podeser feliz sem encontrar a realização completados seus sonhos.

Nanette, os olhos semi-cerrados, ouvia semnada comentar.— Sei — disse La Fade caminhando para a

porta — que o meu amigo é homem bom.Por isso tenho confiança. E agora, despeço-me realmente, pois já estou um pouquinhoatrasado.

Beijou galantemente a mão que lhe oferecisorriu para Nanette e lá se foi com passovivo e elástico, que favorecia o seu físico ain-da nrjço e de linhas agradáveis.Sem dúvida, falara a fim de dar a Nanette

assunto para reflexões. Na verdade, conser-

35.* Ano - N.9 7 ~ Dezembro 19 Oi.

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vava uma esperança e ali fora unicamentepara defender a sua causa. Por que esse re-torno ce esperança?

Movendo raivosamente a minha agulha >~>usondava inütmente o mistério. Cheguei a^tabelecer uma correlação ent e a. piedade de LaFade por Nanette e sua magnífica discerta-ção sobre o casomento chamado "de conve-niêneia".

Que tivesse conhecimento do negócio reali-zado por Geoffroy, em todos os seus detalhesera coisa quase impossivel, mas que suspei-tas~e da sua existência, eu não tinha maisqualquer dúvida. Assim raciocnando, vim apehsor que, penetrando mu to bem a naturezade Nanette, êle temia que o ato de Geoffroynão a fizesse sofrer exageradamente e espera-va que, não existindo mais a rivalidade deKerdulen. êle, o amigo que amava ternamentea pobre Nanette, seria, chamado a consolá-la.

Essas idéias, porém — pensava eu a seguir—¦ tomavam sua origem num espírito alerta ovoltado sempre para um mesmo ponto.

Mas. .. Senhor! Esse "rubi" provocava umapequenna revolução em nosso redor! Sua íii-fluência, até aqui, mostrava-se desastrada oGeoffroy, taciturno, fechava-se em seus pen-samentos amargos. As censurai violentas ti-nham ferido bem fundo a sua natureza deli-cada. Sentia-se que êle vergara sob o fardo.Além do mais, s:fria talvez mais por não oo-der conversar com a filha sobre suas inquie*tações e suas dúvidas. Nrnette também so-fra silenciosamente, sem se decidir a falar.E eis que, nessa dificuldade toda, La Fade viabrilhar uma estrela. . .

A chegada de Cecilia interrompeu os meusensaios de mirífica psicologia. Por seu lodo,tudo era muito smples. O pedido do sr. Ker-dulen fora recusado e a pobre mocinha julga-va estar com o seu futuro perdido. Nanettea ouvia consternada., mas, por trás da suaconsternação, eu observava essa espécie deentusiasmo que já me impressionara.

A Sta. de Faliberre falava com uma digni-dade que me agradava bastante; seu ar nãodeixava qualquer dúvida sobre o seu desgostoe sua reserva inspirava multa simpatia.

O sr. de Faliberre não há de querer quevocê seja infeliz — disse-lhe a sua amiga. —Tenho a certeza de que mudará de opinião.Não acredito. . . a menos que surja al-gum imprevisto.

O imprevisto pode surgir a qualquermomento! — respondeu Nanette em tomfirme.

Cecilia se voltou para mim, com um iníciode alegria:

Nanette é espantosa. Há um cantinho deremanesço em sua alma. Eu, ao contrário,sou mais p:sitiva e só creio no que é normal.

Conteve a súbita emoção que a .'nvadiu, eN:nette, observando as própras mãos, umtanto rugosas, respondeu com ar distraído;

(Continua no próximo número)

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UMA DESCOBERTA RECENTE. CONFIRMANDO FATOSHA MUITO SUSPEITADOS. REVELA O MECANISMO DEMUITAS "PEQUENAS MISÉRIAS" DA PELE.

E'.o que os especialistasclamam o pH, isto é, o nu-mero de ions ácidos ou deions alcalinos livres, pre-sentes no meio conside-rado. Mede-se o pH coma ajuda de uma escalaque vai de 1 a 14, sendoa cifra 1 correspondenteao grau de acidez máxi-ma, enquanto a 14 aograu de alcalinidade má-xima. O ponto "neutro",o da acidez e da alcali*nidade se equilibrando, ó.o pH-7.

P sangue humano temum pH de 7,35 (isto é,significando que é êle li-

Ef pelos «rasgões» do «manto ácido» da ge ramente alcalino)- ar*ele que penetram as doenças cutâneas. r. __ . 'saliva, um pH de 6,8 a

AINDA O pH — Recentemente,iiuma nota "solta", revelamos aosnossos leitores a importância deuma nova noção, ainda- pouco co-nhecida, mas que, dia a dia, ga-ahava maior importância, pare-cendo destinada a revolucionaro conhecimento de inúmeras en-íermidades, notadamente — talvez

o mecanismo da produção doàncer: a acidez das urinas.

Porém essa noção da "acidez",dissemos então, não é especial-mente das urinas, que apenasrefletem ou traduzem de algummodo a acidez geral do organis-mo. De fato, o funcionamento dês-te repousa, entre outros mecanis-nos, sobre" o equilíbrio existente,

lios órgãos e humores, entre aacidez e a alcalinidade. Desde-lue esse equilíbrio seja prejudi-ado, surge o terreno favorável aoda sorte de moléstias.

?\"/fADA UM DOS NOSSOS "HU-

'ORES" TEM O SEU pH — Cadasrgão, cada "meio" (sangue, uri-jas, etc.) -— a que os antigos mé-ücos chamavam de "humores" —©m, assim, o seu grau de acidez'•-i de alcalinidade determinado.

7,2; o suco intestinal, umpH de 7,7; as urinas, um pH va-riável normalmente entre 6 e 8,5.

O "meio" mais ácido do orga-nismo é o suco gástrico, que che-ga ao pH formidável de 1,3: o dosácidos mais concentrados.

Até ao presente, considerara-se apenas a acidez ou a alcalini-dade dos líquidos do organismo.Mas, eis que um sábio dermatolo-logista, o professor Marchionini,acaba de chamar, a atenção dosmédicos sobre uma noção nova,que explica muitas das enfermi-dades ou perturbações tão fre-quentes em nossos dias: a acidezda pele.

O "MANTO ÁCIDO" — O pro-fessor Marchionini e seus alunosdemonstraram, realmente, que apele era normalmente ácida, eque muitas moléstias da pele (der-mites, dermatoses, eczemas, etc.)provêm do fato da pele haverperdido seu grau de acidez, in-dispensável à saúde, tornando-se mais ou menos alcalina.

Os trabalhos do sábio italianologo despertaram grande interes-se entre os dermatologistas, e nu-merosos médicos, a seguir, con-firmaram os seus trabalhos. Aqui

está como podem ser resumidasas descobertas do professor Mar-chionini.

. . A pele, normalmente, é muitoácida e seu pH varia, segundo ospontos dc corpo, entre 8,2 e 5,5,com uma média de 4,5, grau deacidez que corresponde ao que,aproximadamente, daria uma so-lução de algumas gramas de áci-do por litro. Essa acidez, capital— conforme veremos adiante —para a saúde da pele, protege-acontra os micróbios e as moles-tias, formando uma verdadeiracouraça ou melhor, um manto,pelo que o professor Marchioninia chamou de "o manto ácido dapele".

Mas, como toda couraça, o"manto ácido" tem seus pontosfortes e seus pontos fracos. Aacidez da pele é, de fato, manti-da em seu estado constante pelosprodutos secretados pelas glân-du.las sudoríparas, ao mesmo tem-po que o suor. Ora, sabemos quea secreção do suor é desigual se-

, gundo os locais do corpo.. .

O "COMPLEXO DAS RUGAS'EXPLICA MUITAS MISÉRIAS —Nas costas, na fronte, na face ex-

..terior dos membros, a pele apre-senta o seu máximo de acidez:pH 3 a 4,5. Essas regiões são,realmente, largamente, expostosao ar livre, e o suor se evaporamuito depressa nas mesmas; ora,o que se evapora, no suor, é aágua, mas os ácidos, secretadosao mesmo tempo, ficam, sem dú-vida, sobre a pele, e mantêm amesma acidez elevada.

Ao contrário, nas "rugas" dccorpo (axilas, rugas labiais, sobos seios, virilhas e, em geral, nasregiões onde a evaporação dosuor se faz mal) a secreção ácidaó mínima; ocorre, com o tempo,uma maceração que torna a peleneutra ou alcalina.

Ora, foi demonstrado fartamen-* -te que a grande maioria dos mi-cróbios se dão bem na alcalini-

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52

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EU SEI TUDO

dade, enquanto a acidez lhes é desfavorável Des-

sa ío-ma os maiores dos inimigos da pele, o sta'hyiococo

e o streptooooo (agentes da acne, da

2£ela e de numerosas dermites), tornam-se ul.

^Ícs entre os PH de 7 e 8, isto e num,'..{. rwA^-r^nci pm um pH ácido, ao con-

meio alcauno. Ccoca^s em uiu ^^trário degeneram e desaparecem depressa.

Ês=es dois íenòmencs: aicannidade aas rugas e

preferencia aos micróbios ceios meios alçamos,

àcolicam numerosos acidentes cutâneos, notada-

Snis "cs

crae os dermatológicas agrupam sc» o

nome-imacem de "complexo das rugas , que sao

caracterizados pela inflamação das rugas do corpo.

irritação das "dobras" nos icgos dos braços e das

pernas, cortes ca pele, etc.

A DOENÇA ENTRA PELOS RASGÕES DO MAN-

TO £CTDO~ Da mesma ícrma, numerosas en-

{anuidades da pele sãc provocadas ou agravadas

por uma íenda dc "mante ácido" da pele, que se

torna neutra ou^alcalina.Assim o acne se desenvolve principalmente nc

terreno "seberréico", que vai de parelha com uma

acidez cutânea insuficiente. Os suores malodcran->=s des cés nãc têm, em geral, outra causa Assim

r-mbém~cs mil e um pequeninos "inales dq pele:

íurúncüloB, craves, impetige, certas formas de ec-

zèma Entre as crianças de colo, o "capacete sebor-

réico", também chamado "cresta de leite" e devido,

principalmente, a uma acidez insuficiente.Ocorre c mesmo entre as mulheres, que apre-

sentam irritações da pele, craves, etc Estes sae,

exatamente, devidos a uma maceraçao alcaLna. A

mulher, em geral usa muitos cremes e pos, que

prèiüdicam a evaporação e a secreçao do suor.

Com isso favorecem a maceraçao alcalina da pele.Também elas sãc, pois, vítimas do pH.

Toda vez, em suma, em que o "manto ácido"

da pele apresenta um rasgão, a moléstia por êle

se escueira e se instala.

A ACIDIFICAÇÃO DA PELE — Um fato curioso:outrora, auendo a higiene era menes observada.que cecra, cs enfermidades da pele nao eramassim tão freqüentes. A causa dessa anomalia seexplica facilmente á luz da descoberta do profes-sor Marchionini.

De fato, esse eminente médico demonstrou que aacidez normal da pele, era destruída pelas lava-

gens freqüentes e que o maior responsável peles"rascões" e "portões" abertos no manto ácido era,justamente, o... sabonete.

Depois de uma boa lavagem cem sabão medi-cinaL a ceie só recupera a sua acidez normal aofim de seis heres — e de quarenta e cito heras, sea lavagem foi feita cem sabão preto: isto porqueesses sabonetes sãc alcalmos e cs corpos alcali-nos. uermanec°ndo sobre a pele, neutralizam osácidos secretados com o suor.

O mesmo fenômeno explica a produção de eeze-mas profissionais, tão dolorosos e tão rebeldes aostratamentos antigos: eezema das lavadeires (de-vides aes alcalinos cáustices, contidos na espuma);dos crue lidam com cimento, (produto extremamen-te alcalinc), dos cirurgiões (provocada pelo abusedas

"lavagens). Todas essas moléstias são curadas

qna^e miraeulesamente cer um tratamento ácidolocal, que hoje é realizado facilmente.

Da mesma forma, a "terapêutica ácida" supri-me todos os acidentes certamente devidos à alça-

35. <? Ano — N.<? 7 —' Dezembro ~- i^

Unidade e que enumeramos acima: seberréia €.suas conseqüências, furúnculos, cravos, inflamação das rugas e maceraçao dos pés e das axicrostas das crianças de colo, etc.

Em resumo, essa é uma verdadeira revolução nctratamento das enfermidades cutâneas, que acabode provocar — cem a noção da acidez — a des-coberta do professor Marchionini. Revolução pcfica, certamente, mas da qual surgirá um grandebem: a cura de muitas enfermidades da pele. . emelhoria da beleza fem.n.na, ficando a mulherbertada de mil e um acidentes cutâneos que agorcserão evitados.

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ESTE SOBREPUJOU «TTROT.ESA»! — Aqui estoo cavalo milionário dos Estados Unidos, E. comose compreende, milionário, lá é muito mais endi-nheirado qu- o miMo-ário do Brasil. Trata-se de«Citaüon», o famoso animal que é o expoente dotnrfo Tior^^-americx^o. Já ie^«^*ou, em preirnos.1.085.760 dólares, (mais de 30 milhões de cruzeiros!)

ACHADOS E PERDIDOS

Em Porto Alegre Milner; viajante comercial, pe-diu <?cfoe:o» a um estranho, na rua, a fim de acendeio próprio charuto e verificou que o desconhecido,gentil apres^ntavà-lhe um «isqueiro» — o mesrneque Milner havia perdido, três anos antes, quandoem passeio por Montevidéu!

Em Washington, a polícia telefonou para RonaldBro-wn, de 14

"anos. informando que aquilo que na-

via perdido fora finalmente encontrado, mas queera necessário que se ppresentasse, pessoalmente,para receber o achado. Ronald pôde, assim, recupe-rar sua serpèhte-negra. de metro e meio^ de com-primento e que havia fugido de sua residência.

Em Buffalo, Nova York. Ben McKinney, funcio-nário postal, perdeu os óculos, numa de suas cami-nhadas, enquanto entregava a correspondência, m:cebeu-os, porém, alguns dias depois, via-correio.enviados d^ San Francisco da Califórnia, isto e,da outra banda do território norte-americano.

Em Huzzah, Estado de Montana, Purl Richa^|perdeu dois dos seus cavalos e anunciou o tato nt^jornais de sua localidade. Não recuperou os s|^cavalos, porém um seu irmão, que o procurava^,de 17 anos antes, som êxito, leu o anúncio e P<'ir abraçá-lo.

Em Sacramento, Califórnia, o Travelers H°tel,costuma expor numa vitrine especial, diferent^ ^jetos encontrados esquecidos em seus diferente _^^partamentos. não tardando a surgir os legixn -donos. Recentemente uma enorme cabra "^

^ali ficou exposta várias semanas, não apartquem a reclamasse.

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- *. Ano — N.o 7 — Dezembro — 1951

'Cidadezinha querida". — Imperador Juliano,

362 Antes de Cristo.

'Oue onda de prazeres nos invade o coração,ianc}o temos a felicidade de visitar Paris, o Pa-

^iso do Mundo!" — Richar of

3ury, 1268-1345.

Não pode haver uma boa

oalestra fora de Paris". — Fran-

Jois Villon, 1430-1484.

E' uma boa cidade paraviver; mas não para morrer.-- Rabelais, 1494-1553.

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BU SEI TUDO

"Os Norte-americanos vão a Londres para con-ferenciar, assinar "pontos" sociais ou negociar es-tradas de ferro; a Roma para se saciarem de arte;a Berlim para economizar; a Paris, entretanto, vãoapenas para viver e ter divertimentos." — Richard

Harding Davis.

MILÊNIOResumo dos comentários e opi-niões sobre Paris, em seui 2.000anos de existência, compilado por

Francês Rodman.

"Paris é uma metrópole francesa, uma cidade italiana, como também uma cidade belgasuíça e russa; é mesmo umecidade inglesa, porém uma aldeia norte-americana". — Rcbert Rorrest Wilson.

'Em Paris nunca cessam os ruídos. Nem mesmo;. noite." — Villeneuve, 1511-1553.

"Paris vale bem uma missa". — Henrique IV.

Paris conquistou o meu coração, desde a in-anciã; e deu-me muita coisa boa; quanto maisvejo outras cidades, mais e .mais beleza encontro5m Paris; amo-a com ternura,idorando mesmo os seus de-leitos." — Montaigne.

"A cidade de Paris — on-de os melhores tesouros danatureza e das artes se ofe-recém dáriamente à contem-fiação; uma cidade-mundialmde o simples cruzar de umaponte ou de uma praça re-:orda o grandioso passado emde cada rua e cada es-íuina ostenta, uma peça his-.órica — é simplesmente semqual". — Goethe.

' Paris é o teto da raça hu-.nana". — Victor Hugo.

"Não conheço outra cidadeac mundo onde seja maisagradável sonhar..." — George Sand.

Reconheço que toda esposa tem o direito deinsistir para que o marido a leve a conhecer Paris.

Sydney Smith."Enquanto você puder viver em Paris, mesmo

xm o . indispensável para não morrer de fome,*ião terá o direito de se dizer infeliz" — Grimodde la Reynière.

Paris excita a febre do espírito e do coraçãocomo o café. Fora de Paris parece que o relógioic tempo marcha muito vagaroso." —- ArseneHoussaye.

'Gostaria que fosse possível, sucessiva e infin-

iàvelmente, entrar em Paris pela madrugada...-orno se fosse pela primeira vez; mas desde quehão pode ser, deixem-me dizer que o prazer de re-'ornar a Paris pelo amanhecer é uma das coisas'-iue nem a pena do escritor nem o pincel do artistaem o poder de descrever". — E. V. Lucas.

"Paris pode ser comparado

com uma linda mulher, que teve louco e tempes-tuoso passado e cujas faces apresentam os vesti-gios de sua tormentosa carreira." — Ralph Nevili.

"O verdadeiro amante de Paris sempre desejoretornar a ela pelas seis horas da manhã; nessahora Paris está fresca e adorável, com o rocio danoite; fresca como a própria aurora." — Jan Gordon

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"Positivamente não há estação do ano em queParis não se mostre aleq.e e sedutora; porém no

verão é simplesmente um encanto." — LouiseChandler Moulton.

"Enquanto os homens lutarem por sua liberdadecontra a compulsão social; enquanto tentarem pro-teger seus direitos contra a escravização; enquantoopuserem suas personalidades contra o utilitarismo

que os cerca, continuarão a considerar Paris como

um lugar de peregrinação." — Friederich Sieburg.

Qualquer pessoa pode caminhar pela Rue de la

Paix com os cabelos pintados de verde e as barbas

d- marrom uma perna da calça de tecido verme-

lho e outra de tecido dourado. Ninguém prestaraatenção a essas coisas." - Frank Word 0'Mal_ey.

"Paris tem quatro mil ruas e, se conhecermos a

sianificacão dos seus nomes, ficaremos sabendo

toda a sua história. E não apenas a historia da

cidade, mas de toda a França, dos Franceses e de

muitos países". —-John Brangwym

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EU SEI TUDO o4 -35,0 Ano — N.e 7 — Dezembro 1961

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Conto de JOHN D. MACDONAL

Afinal, foram muitos os «conspiradores»

LOGO pela manha, à hora áa primeira refei-

çãc^ minha irmã, Ginny, íêz uma careta paraa xícara de café, declarando que o mesmo

estava horroroso. Papai e Mamãe discutiam sobrea distribuição de. posse do automóvel e decidindoquem o teria pela manhã e à tarde. Logo que oassunto íoi resolvido, o "velho"

perdeu o nariz en-tre as páginas do jornal. Ginny murmurou entredentes:

Isso é um verdadeiro trust.A seguir, nada mais disse, limitando-se a olhar,

carrancuda, para o café.Eu notei, entretanto, que a coisa ficara em desen..volvimento na cabeça de papai. De fato, um minuto

depois, tudo transbordou. Parou repentinamente deler. dobrou o jornal, pondo-o de lado e, voltando-se para*-minha irmã, disse:

Agora estou querendo saber o r^to... Quequeria dizer com esse negócio de "trust"?Ginny levantou a cabeça, como se fosse picadapor uma vespa, e empalideceu repentinamente.Oue disse, papai?Sim, você mesma disse, há pouco, qualquer

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coisa a respeito de "trust". .. Mas não conpletou a frase, segundo penso.

Oh, isscl Bem, eu acho, eu estava pensando a respeito de regras de direitos, dc-maneiras de agir. . . Acho que, se alguén.tem direitos sobre outras pessoas, não chegcesse direito ao extremo de manter os suboi-dinados fechados em prisão ou coisa porecida.

Há aqui alguém aprisionado? — perguntou papai com voz suave mas que escondia um grande furor.

Ginny desatou a rir, o seu risinho hab:>tual, que gastava diariamente, ao telefone.

Bem. . . Isso é coisa puramente rela-tiva, não acha?

Quer ouvir a minha opinião, de umo.vez por todas?

Naturalmeite, papai — disse Ginnycom frieza. (E tudo piora repentinamente emnessa casa, quando Ginny assume esse tom,'

O limite de uma hora da manhã, pareeslar de volta, é uma regra que não admitediscussões. Se quiser experimentar, poderádesrespeitá-la. Mas sofrerá as conseqüêr.*cias. Entendido?

E' claro, papai... Estarei de volta òuma hora. . . — disse Ginny, toda açúcar.Sabia que o momento era se como Papa:tivesse lançado a bola de goM. .. e errade

Qualquer discussão ou resistência serviria parepiorar a situação.

Êle permaneceu ainda alguns instantes, observando-a severamente. Ginny sorveu o café, osolhos muito abertos, mais violetas que nunca, eperdidos em alguma visão distante. Papai voltoua abrir o jornal, muito sério e vermelho.

Logo que recomeçou a ler, Ginny disse:—- Isto até lembra um filme. ..Papai dobrou imediatamente o jornal.¦— Que filme? -— perguntou com voz ameaçadoraGinny explicou, muito calma:

Oh. . . Um filme qualquer! A mocinha cam:-nhando pelas ruas desertas, às cinco da manhã,com uma trouxa de roupas. .. Talvez seguida porum homem de enormes bigodes. . .Rcnny nunca terá bigodes assim! —. disse eu

Faíscas saltaram dos olhos de Ginny.Você, pirralho, não se meta! — disse ela comcólera mal contida.

Que disse Joe de mais? — perguntou papaiO^ senhor ainda o defende?Não o defendo. Sei apenas que você procure

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Roniny e Ghmychesraram às duashoras

desobedecer à mi-nha vontade.

D^ novo explodiua risada telefônica.'

-r Oh,.papai! Seimuiio bem que éimpossível desobe-decer. Pretendo sercomo Cinderela. Lo-yo que o relógio co-meçar a bater a ho-raiatal, fugirei dosalgo e embarcareina minha abóborasobre rodas!

Virgínia! —*írovejou papai, se-vem — Você temsé dezesseis anosl~ Graças aDeus, .papai! Deus

me livre de ter mais idade! Fi-car velha deve ser horrível, peloque vejo. , ,

Papai mordeu os lábios duas vêzes, antes de dizer:,

— Quero que você não esqueçade que sou o advogado, na famí-lia. Tenho o dever,,de desenvolveiargumentos lógicos. Por isso nãc

.?"."¦*¦- -

SU SEI TUDO 56

aprovo certos lugares, certas atitudes e certasliberdades. ..

Tcrnou a desdobrar o jornal e avisou, com vozcarregada de ameaça:

Mais uma palavra, pirralha, e, de uma hora,•descerá para meia noite o limite do seu bailareco.

Virginia lançou ao jornal um olhar agon.ado. Co-meçcu a se erguer lentamente. Os seus lábiostremiam.

Essa seria uma grande maldade... Umagrande maldade... O senhor parece decidido a meíazer infeliz!

Papai amarrotou o jornal, lançando-o sobre amesa, com gesto irado. Quando ia abrir a boca,mamãe entrou em cena:

Hal! Ginny!Os oihos violetas se encheram de Jágrimas e

•' Ginny saiu da sala quase correndo. Mamãe entãoponderou:

Você, meu caro, às vezes, é, de fato, irritantee teimoso. Meia-noite não deixa de ser um horárioabsurdo!

E uma hora? Acha, também, absurdo?Bem... Não deve gritar assim comigo tam-

ém, não acha? Na verdade, não estou compre-indendo você, hoje. Afinal, esse é um baile todoespecial. Ronny estará aqui às nove e meia, para

i Aevai Ginny..'.,*-. — Marta; na lei, uma decisão assim pode esta-belecer um precedente perigoso e eu tenho aobrigação. . .

Ela é sua filha, Hal; não um caso de tribunal...Não quis fazer essa comparação. Apenas per-

gunto: que importância pode ter uma ou mesmoduas horas a mais, com Ronny Bowman? Não exijoque ela vá às nove e meia e volte às dez!

-r Vai brincar, Joe! — disseram eles, quase.'ao mesmo tempo, e compreendi que desejavam

] conferenciar "secretamente"! Já era, aliás, hora de

; pensar na melhor maneira de aproveitar o sábado.| Telefonei para um colega de colégio e combinamos

passar junto do rio, pescando e tomando banho.

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Mal pisei o jardim, Ginny, surgindo não sei deonde, segurou-me por um braço:Espere-me na rua. — intimou.Mas, tenho um encontro marcado, Ginny!Espere... du.se arrependerá!

Resignei-me. Ela não tardou a aparecer, levan-io-me para um lado.Quer ganhar cinco dólares?Você tem cinco dólares? — perguntei, as-íCmhraao.Isso é comigo, bobo! Responde de uma vez-quer? ' '"

Se quero! Mas... Que devo fazer?Você não vai sair esta noite?—- Apenas a um cinema...r- Ótimo. Quer dizer que estará de volta às dezlenho uma servicinho para você. O relógio doquarto de papai como, o da sala, é elétrico. Quan-do a corrente para, êle também para. Quando énovamente ligada êle recomeça a andar... Não8 ISSO?

Claro. E há outro na cozinha..*- Você ficará acordado, Joe;' e quando a luz

35.* Ano - N.9 7 - Dezembro - U)5ldo quarto dele íôr desligada, você descerá ao -rão e desenroscará o fusível de cima, à direita ^o que corresponde ao quarto de papai Ent~aguardará uma hora- inteirinha, antes de recehç^o fusível. Vou dizer a Ronny que 'podemos^

hcZno baile até mais tarde e chegar aqui às duasiOh... Issc é perigoso. Se o velho descobrir

vai haver barulho grosso.Êle não descobrirá, porque, depois de chegai

e de trocar de roupa, eu corrigirei os relógios. 0melhor, trocarei o fusível bom por outro, queimadodos que estão atirados no fundo da caixa. Assimêle não saberá em que instante o fusível queimoue nãc haverá perigo. . .

Ginny! Tenho a certeza de que êle descobrirá]Isso ó quase um crime.

Nada disso, bobo! Tenhc que conseguir ficaiaté duas! Outras moças ficam até mais tarde. Queiou não os cinco dólares?

O risco era grande, mas cinco dólares era muitcdinheiro.

Passe c dinheiro. — respondi, resoluto.

O filmo era um "abacaxi" e, assim, meu colegae eu saímos dc-z minutes antes e voltamos paracasa.

Ac chegar encontrei papai de pé, esperando-me:— Sua mãe já foi dormir — disse êle — Se quer

leite trate de tomá-lo logo, pois também tenho sono,Assim foi feito e papai foi para a cama.O único modo de eu ficar acordado foi manten-

do-me de pé, junto da janela. Pelo meu re^qio,eram onze e meia, quando a luz do quarto de pa-pai se extinguiu. Imediatamente tratei de retirar ossapatos. Apanhei fósforos na cozinha e desci aoporão. Retirei o fusível indioado por Ginny e logcpensei em fugir para o meu quarto. Aquele serviçoestava parecendo' superior a cinco dólares. Maseu havia prometido!

Esperei, no escuro, muito tempo. Quando me pareceu haver decorrido uma hora, risquei um fósforoe consultei o mou relógio. Quinze para meia-noite!Apenas vinte minutos haviam decorrido. .. — Fi-quei pensando se alguém pedia ficar acordadotanto tempo. Risquei outro fósforo e vi, empilhadas a um canto, revistas velhas. Acendi a lâm-pada do porão e li coisas inúteis e desinteressantes.Assim fiquei, até meia-noite e trinta. Então tornei acolocar o fusível, a fim de fazer o relógio andar novãmente. Feito isso, voltei para a cama, que jul-guei ser a melhor deste mundo.

Um milhão de anos mais tarde, alguém sacudiu-me sem muita consideração. Papai estava de pé,junto da minha cama e seu ar era furioso.

— Venha comigo, até o meu quarto, pirralho!Senti um frio nc coração. Oh! Que me reserva

ria mais aquela noite? Saltei da cama e caminhei,tendo-o nos meus calcanhares, com o seu passopesado. Logo ao entrar pude ver Ginny, ainda corrio seu belo vestido de baile. Tinha os olhos verme-lhos de chorar. Mamãe estava sentada na própriacama, protegida por um chambre, e tinha o cjcompungido.

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.— Agora, rapazinho — disse papai — conte-me^c|a essa história da sua excursão ao porão,"Voltei-me

para Ginny. Ela, com voz chorosa,explicou:

..— Tive que confessar, Joe... Sinto muito.Da próxima vez eu farei um favor melhor a

! — disse eu, fulo de raiva.Mas, Joe! — exclamou Ginny — Eu não pude

sar, porque você já havia saído, para o cinema.Antes de eu sair para o baile, papai veio a mim esegredou-me que podia ficar na festa até ás duas!

Êle não me contou nada dissol — protestoumamãe, escandalizada.

— Bem, Marta, eu. ..Você nada disse para não ferir o próprio or-

gulho, para não reconhecer que o seu cérebro tãosólido., tao super-legal tinha recuado, tinha feitoconcessões! — trovejou mamãe, implacável,

Papai ficou rubro de vergonha.Oh, sim! Você é quem tem firmeza, hein? Você,

que — segundo tenho toda a certeza, andou cochi-chando ao ouvido de Ginny que podia ficar atéàs duas! E' bonito isso? Não seria melhor procurarconseguir esse prolongamento do horário com ra-zões e discutindo, do que com traições e sub-teríúgios?

Mamãe quase deu um pulo da cama,Discutindo? Ah! Ah! Tem muita graça! Co-

nheço você. . . Conheço a sua teimosia. . . Acheimuito mais prático aconselhar Ginny a ficar até ásduas e, logo que fosse possível, atrasar o ponteirodo relógio uma volta inteira. Fiz tudo com cuidado,no escuro!

Olei para o relógio. E só então compreendi!Quando c "velho" acabou de ler, apagou a luz e,no escuro, caminhando pé-ante-pé, foi atrasar o

ponteiro uma volta inteirinha. .. Para não ficar,desmoralizado... Pouco depois, mamãe, também-no escuro, atrasava o ponteiro mais uma volta! Po?minha vez, no porão, eu cortava a corrente elétricapelo espaço de mais uma hora]

Nessas condições, quando Ginny chegou, todafeliz, ás duas horas, os três olharam para o reló-gio... e, assombrados, viram que, embora fun-cionando, êle marcava onze horas!

Se há uma coisa que eu deteste — disse pa-pai — é a desonestidade!

Os três nos voltamos para êle, num movimento.Ele foi corando, pouco a pouco, até ficar rubro,Procurou sustentar nossos olhares com ar severo,depois foi cedendo, cedendo e começou a caretear,Um segundo depois, estávamos, os quatro, rindoperdidamente a ponto de sermos obrigados a pro-curar amparo nos móveis, para não cair.

Mamão foi a primeira a se controlar novamente-Recuperando a voz, disse:

Empatamos! Não houve vencedor. . . nemculpados! Agora, para a cama, que vai ficandotarde.

No corredor ainda ouvi Papai falando com Ginny:Você há de compreender, Virgínia, que isk

não servirá de precedente...Como sempre Ginny não hesitou:

Naturalmente, papai. . . — disse com o seu cnzinho todo açúcar — Só para os bailes especiais..,

Fiquei ainda algum tempo, deitado e sem pode?dormir, bocejando desesperadamente. Uma coisa.era certa, em tudo isso. Ela não pagaria, nuncamais, os cinco dólares!

•T^t"1CHEM OS OLHOS, MENINAS!

(EPISÓDIO DA ÚLTIMA GUERRA)

Minha prima Francês foi umadas primeiras a se al.star no CorpoAuxiliar Feminino,no distrito de No-va York. A organização que se re-velou utilíssima para as forças com-batentes foi, de início, enviada parac campo de estudos e treinamentoem Nnrthampton, no Estado deMassachussetts.

ico depois da chegada, as mo-ças foram conduzidas para umgrande edifício e instaladas numasala imensa e comprida, que tinhaapenas duas pcrtas, uma em cadaextremidade, a dos fundos dandopara o dispensario, onde o médicoe inúmeros enfermeiros se prepara-vam para receber e examinar, umaa uma, as recrutas, a fim de organizar a ficha íi-sica das quetão relevantes serviços iriam prestarao Exército. Trêmulas, acanhadíssimas, as recrutas,todas jovens, inteiramente despidas e descalças,Postaram-se em fila, segurando os uniformes entreos braços, a espera de que fossem chamadas/

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' Repentinamente a porta do dispensario foi .abei*-

ta, nela surgindo um dos enfermeiros, que, sem

qualquer hesitação ou cerimônia, foi entrando, e

dizendo:— Fechem os olhos, meninas, porque eu «vfis

passar!

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_WÊ_Ú______¦¦~**, ¦ mi SEI TUDO „._,.,7,^r_ .-...,. ,. rr--HArArr~F' — Dezembro tm_¦__ .Mimi- —m* .mi.:-±- Cm ¦ ¦************¦¦ n ¦hiiimi um- nii n 1 tt—ti i T n*TTiTTrT^rraTWM«fWllWi^ / 'Sm^lÜt ["''VtòVlfffTi-hi-i WiHiMi^TISHIfÉi^lTHliirT^^SJj-Ml-g^ J__^!*t«fe^"*™iivf__iiÍi.^ li *- S**_*y*^^^^?w*!Í_lTã __9^'^C^-m,«r :HF*'WHFjrJ^'* A.^. v- jm. B>7r_)gi&_ftn-ff|

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(EPISÓDIO REAL)

A

lanterna, urna lanterna-brinquedo, para ^criança, estava pousada, como um sinalacusador, junto ao corpo do riquíssimo e ve-

aho Henry* Smith,-quando o inspetor Marshall e o•' sargento Nutkins, de Scotland Yard, chegaram ao

local do crime.A cabeça- dò morto, caído no tapete, junto do

¦? leito, estava coberta com uma velha bolsa de lonae os pés fortemente amarrados com uma longa cor-da. Os assassinos tinham matado o desgraçado,

' batendo-lhe repetidamente, na cabeça, com dois' "pés-de-cabra", '

que tinham sido abandonados,cheios de sangue, ao lado da vítima.

Uma rápida investigação indicou que o "traba-

lho" fora executado por ladrões profissionais. Ti-.*. nham penetrado na mansão, onde o velho Sr.\ Smith,.homem de 80 anos, vivera só, durante mui-'¦ tos anos, pela janela do andar térreo, carregando

com uma fortuna em prataria e jóias, calculada emcerca de 100 mil dólares, além de ?0 mil dólaresem dinheiro, sem deixar impressão digital.

Um estude dos hábitos diários do assassinado re-velou que ali vivera, como recluso, na imensa

. residência, situada em Muswell Hill, agradável su-::búrhio londrino, desde que a sua esposa havia•.morrido, quinze anos antes, em 1883. Recusara per-¦mitir que seu único servidor, George Jason, per-manecesse na casa, à noite.

Entretanto, o excêntrico ancião fizera Jason ins-talar uma verdadeira rede de sinais elétricos, dealarma, contra ladrões.% Além disso, uma velhaespingarda de caça fora postada, voltada para aentrada principal, e disposta de maneira quequalquer visitante noturno no abrir a porta, seriapura e simplesmente üusiiado.

Durante anos, Jason tudo ligara e preparara, ca=da ncite, antes de deixar a casa. E, justamente, foralascn, o criado, quem descobrira o corpo do velho.

Em razão dos matadores terem previamente, des-,rú ligado,.. inutihzcrndo os sinais de alarma e também

m<M tem^veÍ; espingarda de caça,, tornou-se evidente^'^^^^^^o^0Í(^^ as habituais precauções do

assassinado contra os visitantes indesejáveis. Porémuma mais minuciosa investigação afastou Jason detoda cumplicidade no selvagem crime. Foi essa umaprova valiosa e que o inspetor Marshall conside-

c.

rou suficiente. Os nós da ordeque prendiam as pernas deSmith tinham sido dados podeis homens, postados urn decada lado do corpo. Pela ma.neira como haviam sido dadosverificava-se que um era dextroe o outro canhoto.. Trabalhandonessa base, a polícia fêz cuida*doso inquérito no b-as-faná lon.drino, interrogando figuras ccnhecidas no. cenário policial, edescobriu que um conhecido canhoto, com muitas entradas nccárcere, Pete Fowler, e seu habitual comparsa, Bert Milsom.haviam desaparecido da cir*culação desde o dia imediatcao crime de Muswell Hill.

Dias depois, examinando alanterna, o' inspetor Marshalldescobriu que a mecha fora mu*dada pouco tempo antes d6Smith ser assassinado. A nova

mecha, de simpies flanela, parecia ter sido cortadade uma saia de mulher. Se, realmente, Fowler eMilson tinham trabalhado juntos, nesse crime, o ins*peter opinou que Milson, sendo o mais inteligente,fora o arquiteto do drama. Por isso apanhou a lan*terna e íoi visitar o East End, onde Bert Milscn residira com uma irmã. Observando os hábitos dessagente, Marshall pôde saber que Billy, sobrinho dsMilson, garoto de nove anos de idade, era mandadodiariamente, fazer compras num armazém próximo.

Revelando ao vendeiro os seus planes, o inspe-tor deixou a lanterna sobre o balcão e retirou-separ-T nn r.rrrn\n discreto da loja. Quando Billy apa-receu não tardou a ver a lanterna.

Onde o senhor apanhou esta lanterna, Mr.Henderson? — perguntou ao vendeiro — Essa lan-terninha é minha. Meu tio Bert foi quem a levou,um dia, emprestada. . . E nunca mais restituiu!

-— Por que você diz que esta lanterna é sua?— indaaou o vendeVo — Há muitas lanternasiguais a esta, em Londres.

Digo que é minha, por causa da mecha — ei-plic.oü o menino — Quando a primitiva acabou ei:fabriquei essa que aí está.

Imediatamente, Scotland Yard intensificou as suasbuscas à cata de Milson e Fowler. Descobriu quearr-y-c* +**»-«-brTihav~m atualmente, num pequeno cir-co, Fowler se exibindo como "hércules".

Surpreendidos e presos, foram submetidos a inter*rogatório, tendo Milson admitido que tomara alant-r.-na em^resfada ao sobrinho. Mas insistiu afir-mando que Fowler matara o velho sozinho.

rowier íoi atacado de indescritível furor quandosoube das declarações do seu comparsa, indicandoque era êle o único culpado do crime. Declarou queMilson fora o idealizador e que o ajudará a mataio velho.

A lanterna, de fato, servira muito para a políciaapanhar os criminosos, porem o ponto de paradapara a solução do problema fora a indicação dosnós, provando que um era dexíro e o outro canhoto.

Fowler e Milson, acusados de crime de primeirograu, foram -enforcados no mesmo dia, juntamentecòm outro criminoso, William Seaman, no últimotríplice enforcamento realizado na Inglaterra,

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HITLERNascido de uma iniciativa nor-ie americana, conservado durantevários anos nos arquivos do De-'oartamento de Estado e nos "dos-siers" pessoais do Presidente Tru-man, o documento que estamospvbíicando — e que íoi até recen-temente confidencial — pertence,de íato, à História. Descreve o'homem que íoi um dos enigmasdo nosso século, ao mesmo tempoqup um dos ílagelos do mundo:Adolí Hitler.

(Opina um técnico francês co-mentando declarações do co-mandante Hein Schaeffer, dosubmarino alemão "U-977",

quese entregou às autoridades ar-gentinas de Mar dei Plata, emagosto de 1945, após passar 3meses misteriosos em pleno mar)

(CONCLUSÃO DO TESTA-MENTO POLÍTICO)

"A iim de dar ao povo um go-vêrno composto de homens ho-nestos, capazes de cumprir atarefa de continuar a guerrapor todos os meios, como chefeda nação designo os seguintesmembros do novo governo: Pre-sidente — Doenitz; chanceler —-Dr. Goebbels; ministro do Par-lido -— Bormann; ministro dosNegócios Estrangeiros — Seyss-inqüart; ministro do Interior —-o gauieiter Giesler; ministro daGuarra — Doenitz; comandantesupremo do Exército — Schoe-ner; comandante supremo daMarinha — Doenitz."Oue

tenham consciência danova tarefa; instituir o EstadoNacicnal-Socialista. representa aobra dos séculos futuros e obri-ga iodo in divíduo a servir sem-Pre os interesses comuns antesdos seus próprios. Peço a todosos Alemães, a todos" os nacio-nais-socialistas, homens e mulheres, a todos os sol-dados das forças armadas, lealdade e obediência

E 0 MISTÉRIODi SUA MORTE

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Hitler e Mussoliniconhecimento, por

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«liipmÍtZ eia ° sucessor designado por Hitler e foiij P^soalmente, organizou a fuga do Fuehrer.

inspecionam o território soviético num avião de reocasião da visita do Duce ao Q.G. de Hitler, em 1941

ao novo governo da nação e rogo ac povo manteras leis raciais até ao fim e resistir sem fraqueza?ao veneno que aniquilo todas as nações, o judais-mo internacional. — Berlim, 29 de abril de 19454 ho^as. — Assinado: Ad"ií Hitler. — Testemunhas:Joseph Goebbels, Wühelm- Bargdorí. Martin Bor-mann. Hans Drebbs."

No apêndice ao testamento político de Hitler, Jo-seph Goebbels, ministro da Propaganda nazista,desianado no documento como novo chanceler doReich, deixou explicadas, por escrito, cs razões queo levavam a permanecer junto do Fuehrer.

O curto testamento, priva io de Adclí Hitler. estaredigido como segue:

"Apesar de, nos longos anos de luta, haver acre-ditado que não podia assumir a responsabilidadedo casamento, agera, antes de acabar cem a vida,decidi tomar per esposa a mulher que, após lon-aos anos de verdadeira amizade, veia a esta ci-dade sitiada, movida pelo seu próprio desejo departilhar o meu destino.

"Ela ira à morte comigo, per sua espontânea

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recusou dar mais amplas in-formações sôbrè o assunto,mas supôs-se nos meios mili'tares aliados, que cTex-aju-dante de campo de Bormanntentara entregar o testamentoe a certidão de casamentocom a fotografia citada, aosparentes de Eva Braun. Segundo um oficial do 3.° Exer-cito norte-americano, a seme-lhança desse menino cora cex-Fuehrer era espantosa. Ti-nha o mesmo rosto e a mesmaexpressão -de Hitler, quandoeste era menino.

Embora o Serviço de Infor*mações aliado tivesse afirma-do que os documentos eramautênticos, surgiram dúvidas arespeito, sendo iniciado vastoinquérito, que confirmou, final-mente, aquela opinião. Testa-mento e certidão eram do-cumentos autênticos.

Hitler não pôde embarcar em Oslo. Esse é um porto de fácil vigilância,sendo muito provável que notassem a sua passagem...

vontade, como minha esposa, e isso compensará,para nós, o que perdemos enquanto eu trabalhavaa serviço do meu povo."Minha esposa e eu decidimos morrer para fugirà vergonha da queda ou da capitulação. Nosso de-sejo é que nossos corpos se-Iam incinerados imediatamen-te, no próprio local onde reali- Yzei a maior parte do meu tra-balho quotidiano, no correrdos doze anos que passei aserviço do meu povo."Berlim, 29 de abril, às 4horas. Testemunhas: MartinBorman, Dr. Goobbels, Niko-laus von Below. — Assinado:Adolf Hitler."

A essa certidão de casa-mento juntava-se uma fotogra-fia representando um meninode aproximadamente 12 anos,cuja semelhança com AdolfHitler surpreendeu às autori-dades aliadas. Zander-Paustin

...Mas nas anfratuosidadesdos inumeráveis fjords, ondeos submarinos alemães tinhamo hábito de procurar refúgio.

FALA UM POSTO CL ANDESTINO — Sem dúvida, otestamento de Hitler é o uni-co documento verdadeiro exi-bido pelos nazistas em todoo processo. Da primeira à úl-tima linha, Mein Testament éo corolário do Mein Kampf,Tem as mesmas habituais re-petições do Fuehrer sobre asintenções pacíficas, estandosaturado desse ódio concen-trado contra os judeus, que éo leit-motiv da estranha car-

reira do ditador nazista. E' autêntico e íoi redigidopor Hitler a fim de convencer os Aliados de suamorte e criar um mito em redor de sua pessoa naAlemanha. Escreveu-o com a intenção indiscutívelde o fazer publicar, o que foi largamente conse-

seguido, segundo os latos demonstram. A facilida-dè còm que forani encontrados salta aos olhos. Fo-xam encontrados porque alguém queria que issoacontecesse.. . naquele momento dado. Quem eraesse "alguém"? Bormann ou o próprio Hein Lorenz?Inclinamo-nos a acreditar que

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n-outro.

O testamento é a prova maispalpável de que o indivíduoque fêz suas despedidas no re-fúgio da Chancelaria, na ma-drugada de 30 de abril ou 1 demaio, não era o verdadeiroFuehrer. Como acreditar que ês-se semi-paralítico, que pareciadopado e tinha os olhos vidra-dos possuísse um dia ou dois,antes, (o testamento está datadode 29 de abril) uma lucidez men-tal suficiente para conceber eredigir um documento seme-íhante?

Não. Esse homem não eraHitler. Era o seu "doble". O au-íêntico Fuehrer, após redigir eassinar essa mensagem de ódioconcentrado e de fria vingança,que se encerra com um paté-tico apelo ao espírito nazista,abandonou a "ratoeira",

que setornava perigosa para a sua se-gurança e fugiu, como o fize-ram Keitel, Jodl, Ritter vonGrein e outros. Voou do aero-porto de Gatow ou da larga Charlottenburger numavião rápido, deixando a Bormann, Goebbels eStumpfegger, o cuidado de realizar a cena macabrada cremação do seu "doble" assassinado. Reali-zada a tarefa, esses três homens fugiram por suavez. Goebbels e Stumpfegger podem ter escolhido,entre diferentes decisões, a de juntar-se a Hitler,

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Eva Braun e outros, em local combinado, enquantoBormann preferiu permanecer algum tempo na Ale-manha, para encabeçar o movimento secreto e di-rigir a execução dos planes para a conclusão dessamistificação colossal: o desaparecimento de Hitler.

O crepúsculo dos deuses ter-minara. O pano descera e osprotagonistas, em vez de mor-rer nas chamas do mundo emruínas, deixaram o palco, des-piram seus disfarces de heróise saíram do teatro pela portados fundos, pela

"saída dos ar-tistas". Porque tudo era falso,desde o início!

Finalmente, a 26 de junho de1945, quase dois meses depoisda fuga do ditador nazista, avoz de um posto emissor de rá-dio clandestino, rompeu repen-finamente o silêncio, para anun-ciar:

»¦— "Atenção, Alemães! Hitlerestá vivo e se encontra em local

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^^wt m®j0*^ seguro!"

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1A prova escrita de que o submarino«U-977» transportou passageiros, é ocertificado de passagem acima, man-.dado imprimir pelo seu comandante.

Tratava-se de uma "emissão-relâmpago". Durou um minutoapenas e, dessa forma, não foipossível descobrir a sua prove-niência. Durou, entretanto, tem-po suficiente para que o miste-rioso "speaker" alemão anun-ciasse aos ouvintes: "Os falsosamigos que cercavam Hitler oenganaram, mas todos morre-

ram ou morrem nas prisões, e o poder pelo qualse entregaram a tantas maquinações, foi efêmero.Ao contrário, o Fuehrer vive cercado por algunsdos seus mais leais compatriotas e colaboradores"fora do alcance do inimigo". E terminou assim asua mensagem: "A luz surgirá, mais uma vez, dastrevas".

A entrada do «hall» do refúgio subterrâneo de Hi-lIÍ *\ na Chancelaria do Reich, atingido pelo fogoateado pelos homens da tropa «SS»

A sala de conferências, de Hitler, onde Goebbels esua esposa supostamente, praticaram o suicídio, es-tava semi-devastada, mas sem vestígios de sangue.

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Dessa forma MartinBormann começava a semanifestar.

HITLER VOGA PARAUMA "TERRA ALEMÃ"...— Como anuncia comjactância, em seu testa-mente político, Hitler nãose considerava batido,mas simplesmente traído,e tinha sede de vingan-ça. Desejava preparar asua volta, recomeçar to-da a obra, como o íizeranos dias funestos de1923, quando c fracassodo famoso "putsch" o ícr-oara a recemeçar a suacampanha com novesmétodos e processes.

Em inúmeras circuns-tâncias, Hitler comparouessa vasta luta, empre-endiáa para alcançar opoder, com a luta trava-da, mais tarde, para do-minar o mundo inteiro. . .No entanto, desta vez, as UM DOCUMENTO ESMAGADOR; .^^u *ir

o^.. a . j i „„ rou no seu processo: «Se cu quisesse ou\ ir os>conseqüências da derro- Ale^lães> teria fugido com eles, em submarino!»ta seriam outras. Em 1923igualmente, êle puderafugir, mas tinha sido capturado seis meses depois,por não haver tomado precauções suficientes. Es-se revés não foi esquecido e êle desejava poderdispor de um abrigo seguro, depcis da derrota,pois não ignorava que desta vez, em lugar de umaprisão relativamente confortável, era a forca queo aguardava. Tais deduções são muito lógicas. Tc-davia, antes de chegarmos a conclusões exatas,podemes responder a uma pergunta que, sem dú-vida, cs leitores farão:

— Existe prova de queAdolf Hitler fez prepara-tivos, com o fim de esta-belecer um refúgio ondepudesse ficar escondidodepois da derrota?

A resposta é: SIM!Existem várias provas deuma tal precaução. Em-bora os preparativos te-nham sido feitos nomaior segredo, existemprovas cujo valor difícil-mente poderia ser nega-do. Algumas são circuns-tanciais, embora conclu-dentes. Outras, entretan-to, são provas concretas,e que não podem serafastadas, cemo se verámais adiante.

Antes de tudo convémrecordar que, em fins de1943, o almirante Doe-nitz anunciou: "A frotasubmarina alemã se or-gulha de haver construí-do um paraíso teri .sire,;uma fortaleza inexpug-nável, para o Fuehrer,em alguma parte domundo". •

Tal notícia, em tom de faniarronada, embora ti-vesse causado surpresa, não provocou senão ligei-ros comentários na imprensa mundial. Outros acre-ditaram que cs submarinos alemães, no correi desuas viagens peles mares do globo, tinham desço-bartr* ou "re-descoberto alguma aessas unas-:an-itasmas, qu< são um tema de eternas discussees

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Outros viram nessaenfissão implícita de que a sorte dascomeçavam a declinar, nas estepes

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Papéis espalhados e móveis quebrados restam doque foi salão de conferências dos estrategistas tra-

balhando em contato direto com Hitler.Na confortável «ratoeira» de Hitler os Norte-arne-rieanos encontraram essa «Madona e o ^^"íj.ignsus», (do século XVI) roubada do Museu de Jttiw-

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A entrada do «Bunker» de Hitler. Um feio e escuro bloco de concreto com pesada porta de aço, abrindopara um jardim. Ã direita, o torreão blindado onde os homens das «SS» davam 24 horas de serviço.

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da Rússia e que os chefes nazistas pensavam emfugir. De qualquer medo, essa notícia foi esquecidadepressa e nem sequer foi mencionada quando oalmirante Doenitz assumiu o poder em l.° de maiode 1945. Essa mensagem que poderia fornecer dadoprecioso para os inquéritos relativos ao desapare-cimento de Hitler, foi posta de lado. E, no entanto,bem valia a pena empreender pesquisas para ve-ríficar o seu alcance. A 10 de setembro de 1945, otraidor norueguês Vidkun Quisling, perante os jui-zes» numa desesperada deíesa, declarou que

"acre-ditava" haver lutado por uma causa justa e nãoquisera fugir às responsabilidades mesmo quandoos nazistas, pouco antes do desastre final, lhe oíe-reciam uma ocasião para fugir, em submarino, paralocal secreto e seguro".

Sem dúvida, o submarino era o meio de locomo-Çao de que poderia valer-se o Fuehrer para deixaro continente europeu. O avião, abstração feita doâeu raio de ação limitado, não era o veículo se-guro, dada a superioridade aérea dos Aliados. Ha-via ainda o "radar", formando verdadeira rede noscéus do Reich. Ao contrário, o submarino podia terraio de ação infinitamente maior e gozava de umaimunidade quase absoluta desde que não se entre-gersse a atos de guerra. Desde o segundo ano daguerra,^ numerosos submarinos alemães operavam

Pacífico e, alguns, permaneciam distanciados de

sua base durante cerca de um ano. Podiam descera duzentos metros e navegar durante semanas in-teiras, sem voltar à superfície, segundo o testemu-nho do Almirantado inglês.

Seria absurdo imaginar que o almirante Doenitzignorava esses planos de fuga e seus preparativos.Üma tarefa dessa natureza, para a qual seriam ne-cessadas muitas unidades, não poderia ser reali-zada sem a autorização e ajuda das autoridadesnavais supremas do Reich. Doenitz estava ao cor-rente de tudo e talvez tenha sido o organizadorgeral desse plano grandiloqüente do fim de 1943.Devemos levar em consideração que Doenitz, longede ser esse "marinheiro de coração simples e bene-volente", como o quiseram representar, era um dospersonagens mais temíveis do III Reich. Implacável,fanático, experiente e de uma atividade fantástica,era o mais nazista de todos os chefes da frota deHitler. No mês de agosto de 1942, O' jornal sueco"Stockolms Tidnigen", tratando da personalidade deKarl Doenitz, então vice-almirante, afirmou qúe essechefe gozava da maior confiança de Hitler e queera visto "entrar e sair, no Quartel General doFuehrer, como se fosse filho deste último".

Segundo o testemunho britânico. Doenitz era umdos "homens misteriosos" da Alemanha nazista. Du-rante muitos anos, suspeitaram de que era êle, narealidade, .o enigmático almirante Canaris, cuja ver-dadeira identidade ninguém conhecia,

E havia fortes razões para essa suspeita. Du-

rante a Primeira Grande Guerra, Doenitz fora um

dos mais hábeis comandantes de submarino, na

frota de von Tirpitz. Apesar disso, foi aprisionado

pelos Inalêses, quando seu barco foi destruído num

audacioso raid em 14 de outubro de 1917. Foi en-

viado para um campo de prisioneiros, em Man-

chester, onde pôde simular sintomas de loucura in-

curável. Seis meses mais tarde, foi restituído à Ale-manha, com um grupo de inválidos e grandes fe-rides. Mal desembarcou em solo-alemão a sua "lou-

cura" desapareceu como per mágica.Por mais estranho que possa parecer, ninguém

deu atenção à extrema importância desse fato: aderrota do III Reich dependera, no instante supre-mo, do que sé poderia chamar de "uma solução na*,vai", em vez de "uma solução militar", aérea oupolítica, que todos esperavam. Quando Hitler seeclipsou, o poder supremo foi assumido per um mo.-rinheiro e não por um militar ou um civil. Os teimos do armistício não foram negociados por voKeitel ou von Ribbentrop, mas pelo almirante Doenitz, comandante geral das forças navais do Reic]Era preciso que fosse êle, Doenitz, quem dominassea situação durante esses dias caóticos, a fim de as-segurar o êxito da fuga de Hitler!

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«EPISÓDIO REAL)

São conhecidas muitashistórias fantasiosas, depura ficção — e tambémalguns fatos reais — sobos salvamentos de conde-nados, conseguidos nosderradeiros instantes queantecedem as execuções.Porém poucos, com cer-teza — sejam fatos oufantasias — conterão tan-tos elementos de dramae suspense como o quese refere à sorte de JohnLee,

Lee era um dos cria-dos da Sra. Emma Key-se, velha e riquíssimaviúva, residente no De-vonshire, na Inglaterra.Eram três, apenas, osresidentes na faustosamansão, sendo a tercei-ra uma criada, chamadaEliza Neck, quase tãoidosa e enferma como asua patroa.

Uma certa manhã, aSra. Keyse foi encontrada assassinada. A gargantatora cruelmente rasgada, quase de orelha a orelha,ficando a cabeça quase separada do corpo.

Consideradas a idade e a fragilidade de Eliza. apolícia não perdeu tempo em considerá-la suspeita.Quanto a Lee, por certo, a coisa mudava de aspecto.

Tratava-se de um rapaz calmo, falando devagar,e eonhecido por seu fanatismo religioso. Mostrou-se acobardado e hesitante, quando a polícia o in-terrogou e com isso caindo em repetidas contradi-ções. Insistiu, porém, afirmando ser inocente.

Apesar disso, dada a sua fraca defesa e totalfalta de álibi, foi formalmente acusado de haverassassinado a velha ricaça e depressa condenadoNão pareceu perturbado, quando, finalmente, osjurados retornaram da sala de conferências, com overedicto; nem tampouco quando se levantou, co-mo habitualmente é feito pelos condenados, paraouvir a indagação do juiz sobre se tinha declara-ção a fazer ou se desejava apelar da sentença.Direi apenas que sou inocente. — respondeu,com calma —- Não tenho medo. Deus não consentiráque enforquem um inocente.

E continuou a repetir essa frase para os carcerei-ros, enquanto esperava, no cárcere, o dia da exe-eução. Correram os dias, velozes, e, longe de sealarmar, Lee parecia ganhar mais e mais confiança.A verdade me protegerá! — afirmava, comuma segurança que chegou a impressionar os guar-das — Nunca me enforcarão! Vocês vão ver...E sua íé, robusta e inabalável, continuou firme

quando raiou a manhã em que, segundo a sentençateria que seguir para a eternidade. Sorriu para oexecutor quando este passou a corda em redor doseu pescoço e enfiou o capuz de pano preto, sobrea sua cabeça.O, executor afastou-o para um canto e experimen-tou o alçapão. Tudo trabalhava perfeitamente Vol-tou a conduzir o condenado para o local próprioe moveu a alavanca.Porém, pára assombro dos assistentes, nada acon-

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teceu. O alçapão não funcionou. Dos lábios do con-denado, apesar do capuz, surgiram estas palavras,em tom vitorioso:

Eu sabia que isto não funcionaria! Nunca meenforcarão, porque sou inocente!

O executor voltou a movimentar a alavanca. De~pois, tentou uma terceira vez. E uma quarta, Eoutra mais. Em vão! O alçapão recusou funcionar

Porém agora, a surpresa da multidão se transfor-mara em medo supersticioso, logo traduzido emprotestos violentos. Forçando o cordão de guardas,avançou contra o cadafalso.Não podem enforcá-lo! — gritavam — Êle ti-nha razão! A verdade o protege, pela vontade deDeus!

O oficial responsável pela execução, não sabiaque atitude tomar. Finalmente resolveu adiar aexecução, a fim de solicitar instruções de seus su-pèriores. Tornaram a levar o condenado, aparentemente nada surpreendido com o que acontecia, d*volta para a sua cela.

A notícia de que um condenado fora salvo pela fé,já com a corda no pescoço, espalhou-se ràpidamen-te pelo país. Logo surgiu um pedido, que não podiaser recusado, forçando as autoridades a transformar a sentença de morte em prisão perpétua.Lee aceitou tudo, estoicamente, como já o fizera,ao ouvir a sentença de morte; apenas disse: «Nãoficarei muito tempo preso...» E acrescentandomais uma vez: «Vocês vão ver...»

E assim foi, realmente. Menos de dois anos depois, Eiiza Neck adoeceu gravemente. Informadade que não podaria salvar-se, confessou ter assas-sinado a sua patroa, para roubar. John Lee estavainocente! E provou o que dizia, revelando o localonde escondera o que havia roubado. Tudo, de fato,foi encontrado, no local que indicou.Lee foi imediatamente libertado, sendo ainda pre-miado com uma pensão para toda a vida. Viveuainda 45 anos, durante os quais entregou-se àsatividades religiosas. Morreu — na cama e não nocárcere ou na força — em 1932.

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Don Juan de Bourbon sonha,om uma Espanha monárquica.

A França está iora do alcance doConde de Paris.

CINCO PRETENDENTES EM BUSCA DE TRONOSem dúvida, vai grande distan-

ãa entre a instituição monárqui-ca dos Césares, Tzares ou Kai-sers __ palavras que representama mesma idéia através de ligeirasdiferenças lingüísticas '— e a dosreis constitucionais, cuja sabedo-ria está condicionada pelo sábioprincípio de que «O rei reina, masnão governa».

Esta fórmula de progresso poli-tico entusiasmou aos nossos avós¦> tataravós, custou rios de san-gue, e foi sempre propícia a vio-íações por parte dos monarcas,que, embora acrescentassem aoconceito clássico: Pela Graça deDeus, as três palavras rituais: E•a Constituição, o faziam, em ge-ral de má vontade e com a avessaintenção de esquecê-las tão logoas circunstâncias permitissem.

Esse esquecimento sistemáticoprovocou graves incidentes, cau-sandò aos povos tremendíssimascatástrofes, ao mesmo tempo que.desacreditavam a realeza; e esse,descrédito foi deixando tronos va-gos, demonstrando ao mundo oquo um famoso orador republica-no expressava na seguinte fra-se, com que costumava encerrartodos os seus discursos de pro-paganda: Os reis, meus amigos,tião podem viver sem os povos.(Pausa) Porém os povos, oh! ospovos vivem perfeitamente sem osreis!

Acreditamos que o orador tinharazão, e as ovações com que o po-yo soberano premiava a referidafrase anti-monárquica, não deixa-xavam lugar a dúvidas.

No entanto, em todos os paísesonde ocorreram vacâncias de tro-nos restam sobreviventes monár-quicos e seus íervorosos adeptos^unidos à multiplicação de pala-cios reais vazios, vêm criandozímb nova classe de desemprega-dos, que aumenta dia a dia a pon-TV de, em breve, possivelmente,vir a ser organizada em sindicato.i>erá o sindicato dos arpirantes

Que sorte reserva o futuro a ês-t-e novo sindicato de trabalhado-res sem trabalho? Desde já po-demos afirmar que não constitui-rao carga pública... enquantoPermanecerem como estão. Aq

contrário dos seus companheirosdos demais sindicatos, estes de-sempregados começarão a ser gra-vosos — e talvez perigosos — lo-go que encontrem emprego. E',portanto, muito interessan-te que tratemos de procurar des-cobrir, entre as trevas políticasdo mundo atual, que oportunida-»des têm de encontrá-lo, os qua-tro ou cinco mais destacados as-pirantes a tronos, do momentopresente.

Oto de Habsburgo e Lorena, aquem os nazistas batizaram como nome de Oto, o último, tem co-mo principal súdito devoto, suaprópria mãe, a ex-imperatriz Zita,que continua dando ao filho o tra-tamento de majestade e tinha, atépouco tempo, ilusões de fundarum império democrático, católicoe danubiano, quando Hitler pas-sasse para melhor vida: porémem seus caminho surgiu Stalin e,embora Oto possa continuar comas suas ilusões, o mais provávelé que continue com o seu o seusúdito único.

O conde de Paris, atual hóspe-de da família real brasileira, àqual está ligado por estreitos la-ços políticos e de sangue, tambémabrigava esperanças de recupprara coroa, que os franceses arreba-taram a Luís Felipe, há quase umséculo, quando fosse organizada aNova Europa. O empenho foi, du-rante lustros totalmente visioná-rio, sem outro amparo além dasbufonadas dos «camelots du roi»,as invectivas de Maurras e Dau-det contra a Terceira República,e o respeito decorativo que osgauleses conservavam pela nobre-za. Porém, agora, o Conde trope-çou com a República robustecida,onde surgem homens como DeGaulle, que pretende reencarnar,metaforicamente falando. Joanad'Are e George Clemenceau, tudonuma só peça; é muito difícil,pois, que o de Orleans, por maiorque seja a coragem indômita quelhe foi contagiada pelos indígenasdo Marrocos, onde residiu porlongos anos, possa vencer o tigreem estreita comunhão com a don-zela da gesta francesa.

Restam Don Juan de Bourbon eBattenberg, que deseja retornai

Oto de Habsburgo e Lorenadeseja reinar no Danúbio.

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Seu o*har reconstrói a ambicio-nada corte portuguesa

D. Pedro quer ser soberano riaAmérica. . * Ambição disparatada?

triunfalmente a Madrid, e DomDuarte Nuno, que aspira passarsob os arcos de boas-vindas ar-mados na Praça do Rocio lisboeta.Don Juan parece esquecer queseu pai abandonou o Palácio do

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DIA CHEIO NA PRAIA. .. Por GEORGE WOLFE

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Oriente, contêsmènte dísacreditado pelo povó %%panhol e que os mona?quicos espanhóis — atXde os clássicos carlistí2té SP** c.asticos aehhórSde Madrid - estão aiígados pelo esmagadornumero de camisas velhas e camisas novas falangistas.

Quanto a Dom Duartemurmura-se que seiímais firme apoio ó o dopróprio ditador OliveiraSalazar. Assim o dedu-zem do empenho de Sa-lazar em que Dom Duar-te contraísse matrimôniono solo lusitano da Em-baixada Portuguesaquando o pretendente sécasou, no Brasil, tronoque deseja ocupar DomPedro, para reintrodüzira monarquia nas Améri-cas, coisa que já é fran-camonte disparatada.

Nem Dom -Juan, nomDom Duarte dão a im-pressão de despertar en-tusiasmo no que real-mente importa, que sãoseus povos; porém nãoestão, por certo, tão de-finitivamente afastado?como Habsburgo e Or-leans.

Volverá, por acaso, ovelho solar ibérico, adar empregos de reis'?

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PERSEGUINDO O «17»Recentemente, os jornais

anunciaram que em todcsos cassinos de Monte Car-lo, em nenhuma roleta.saíra o número 17, duran-te quatro dias. Imediata-mente, das cidades próxi-mas e distantes da Eurc-pa, houve um colossal"rush". Todos os jogada-res tomaram aviões, trens,automóveis, etc, às deze-nas de milhares, para nãcdeixar passar essa chanceadmirável, segundo o cál-culo de probabilidades aque obedecem todos os fa-náticos do jogo. E com is-so lucrou a municipalida-de local... e lucraram o?cassinos.

. GREVE ORIGINALEm Nova York os opera-

dores cinematográficos de-sejavam um aumento desalário; que íoi negada.Um deles teve, então, umaidéia, que os colegas jul-garam interessante. Namesma noite, passaram osfilmes... ao contrário!

No dia imediato; os pre-prietários entregaram

"os

pontos", isto é, pagaramo aumento solicitado1.

A pobreza pode ter umaorigem tão inconfessávelcomo a riqueza.

m— Traumatismo da vis-

ta. Tem a mania de serna praia. . .

35.* Ano — N.<? 7 — Dezembro 1951 67 KU SEI TUDO

EXPLORANDO BRASIL(CONTINUAÇÃO)

MERIDIONALCaçamos até depois do meio-dia, seguindo o

mais possivel a direção que nos fora dada, ora

por dentro do capinzal que nos chegava à cintura,cheio de saracuras e codornas — ora margeandoum brejo, matando narcejas e siriemas, cuja ali-mentação parecia ser, exclusivamente, rãs e sapi-nhos — ora gozando as delícias que as sombras de

| um bosque de pinheiros nos oferecia, quando oatravessávamos. Esses lugares eram muito frequen-tados pelos picapaus pintados, que vimos, pelaprimeira vez, no alto da Serra do Mar, e também

por gaviões grandes e pequenos, que faziam dobosque o centro de suas operações ofensivas. Grandenúmero entrava e saía constantemente para ocampo vizinho. Não houve, portanto, monotonianeste dia de viagem e as horas passavam rápida-mente.

A uma hora da tarde fizemos uma parada numouteirò da campina, e nos abrigamos sob umarocha arenosa, de onde corria um fio de deliciosaágua fresca. Aí almoçamos codorna e saracurafrias, enchemos nossos cantis com água fresca dafonte e depois nos entregamos ao prazer de contaras aves que havíamos matado até então, apre-ciando ao mesmo tempo, do elevado ponto emque estávamos, a região que nos cercava.

A sacola estava pesada e com grande variedadepara satisfazer o mais exigente paladar. Haviacinco saracuras, dezenove codornas, diversos pa-

pagaios e picapaus, dois grandes gaviões cinzentos,duas garças côr de ardósia e seis narcejas. Alémdesses, havia um ou dois pássaros pequenos, quematamos para ficarmos como um exemplar.

Olhamos em todas as direções, pelo bino-culo, para ver se conseguíamos avistar a cara-vana. Todavia, não nos foi possível. Algunsbois, mais ou menos bravos, vieram olhar-nos.Podíamos ver, ao longe, outros pastando numaencosta. A uma distância de cerca de duas milhas,vimos uma chácara isolada na imensa campina,situada num morro que dominava toda aquelaextensa região, e cercada de árvores que pareciamser laranjeiras. Foi a primeira casa que encon-tramos naquele dia.

Umas aves grandes, chamadas caracará, quevimos em grande número em Curitiba, acompa-nhavam a manada de bois, algumas vezes nóchão, entre os animais, outras pousadas no seulombo. Os bois não se preocupavam com elas.embora lhes dessem bicadas nas pernas, quandoestavam no chão. Têm a aparência nobre da águia,a cauda é listrada, como a do falcão, com pontaspretas. Na cabeça elas têm um penacho preto, e osseus olhos brilham, com a verdadeira expressãodo falcão.

De ura modo geral pode-se dizer que são avesbonitas, e parecem merecer uma ocupação menosignóbil que a de seguir o gado. Em Curitiba elas

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Pânico sobre a ponte

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EU SEI'TUDO

são protegidas pela lei, como também, o urubu,

uma ave asquerosa do tamanho do caracara. Am-

bas são comedoras de carniça e são encontradas em

grande número nos arredores de Curitiba.

Há exemplares do caracara no Jardim Zoolo-

gÍCO .Depois de uma hora de descanso, reiniciamos as

nossas operações andando em linha reta, sem nos

desviarmos para a direita ou para a esquerda.

Poucas vezes saíamos da nossa rota. Só o fazíamos

quando uma saracura se ocultava. Para que nossa

caçada fosse perfeita, precisávamos, tambem, de

uns dois perdigueiros grandes, que pudessem ser

vistos mesmo no capim alto, pelo menos nos lu-

gares onde o capinzal vinha até a altura dos

joelhos. Embora Perigo fosse branco, ficava, ge-ralmente, invisível no capim, sendo com dificul-

dade que podíamos seguir os seus movimentos, quesó eram percebidos pelo ondular do capim com-

prido, por onde êle caminhava. Para a espécie de

caçada que estávamos fazendo, o trabalho de uns

dois perdigueiros bem altos seria o ideal.Grande parte da caça foi sacrificada por causas

independentes das nossas espingardas. Enquantoaos entregávamos à tarefa de encher as bolsas,apareceu um bando de gaviões esvoaçando sobreas nossas cabeças e procurando levar as aves quematávamos com sacrifício. Todas as vezes queuma codorna levantava vôo, se errássemos o tiro,caía fatalmente nas garras de um gavião. Quandoeste a via, mergulhava vertiginosamente e ela, di-ficilmente, se livrava de tão temível inimigo. Era

- emocionante ver a luta que se seguia entre per-seguido e perseguidor, nestas ocasiões. No mo-mento em que a codorna descobria que estavasendo perseguida, fechava as asas e se arremessava

para o capim, caindo como se tivesse sido atingida

por um tiro. Mas tão rápidas eram as arremetidasdesses gaviões que, geralmente, pegavam a presaantes que esta tivesse tempo de chegar ao solo, edepois voavam, levando-a para uma casa de cupim,nas cercanias, onde estraçalhavam-na, devorando acarne ainda palpitante. Talvez fosse devido a pre-sença, em grande quantidade, desses gaviões, queas saracuras e as codornas nos deixassem apro-ximar tanto. Elas não levantavam enquanto o cãoou o caçador não chegasse a um passo de distância,quando então voavam do capim, uma a uma. Defato, elas nos dão a idéia de que a vida lhes éum martírio, quando consideramos a presença da-queles impiedosos inimigos, sempre esvoaçandopor ali, prontos para lhes saltar em cima se pu-serem uma única pena para fora do capinzal.Estas codornas são de uma espécie diferente dasque temos na Inglaterra. São ligeiramente maiorese de plumagem semelhante à perdiz "guinchadora".Provamos sua carne e achamo-la deliciosa. A carneda saracura tem um paladar mais insípido do quea da codorna. Nossos tropeiros não gostavam denenhuma das duas, dizendo que a carne seca, oucharque, que na ocasião eu achava a comida maisrevoltante, era muito melhor. Chegou uma ocasiãoem que eu preferi o charque à carne de caça, damesma maneira que um homem faminto prefeririaum pedaço de pão a um punhado de rebuçados.

Passou outra hora ou mais, o sol declinava rà-pidamente e ainda não havíamos avistado a cara-vana. Nossa sacola ficava cada vez mais pesada4 estávamos tão cansados que o capim parecia

68 35.o Ano — N.9 7 — Dezembro — 1951

agarrar-se às nossas pernas, mais ainda do quenas primeiras horas. O tempo passava e o medode ter que dormir ao relento, sem cobertas, semfogueira ou comida, substituía a vontade de caçar.Até os pequenos bosques e os arvoredos, cuja abundância e variedade havia distraído a nossa visãodurante a marcha da manhã, tinham agora de-saparecido, cm seu lugar aparecendo a monotoniada campina.

Combinamos que um de nós devia montai acavalo e descrever ura amplo semicírculo de duasou tres milhas de raio, para a frente e para oslados, procurando descobrir o caminho da tropa,

pois achávamos que a caravana havia se adiantadomuito.

Empreendi esta tarefa, e comecei a olhar parao sul isto é, numa direção quase em ânguloreto com o percurso que tínhamos feito duranteo dia. Cavalguei aproximadamente, duas milhasnesta direção, atravessando o cavalo a nado umvalão fundo, mas não largo, e depois subindoa uma elevação do lado oposto, a uma distânciade cerca de uma milha, até chegar ao cume, ondedesmontei para sondar a paisagem.

Para meu grande alívio, distante, noutra ele-vação. vi uma caravana. Com. auxilio do binóculo,

que tinha sempre em meu poder, pude distinguiruma tropa de burros e, além disso, reconheci S

pela sua maneira toda especial de montar. Vitambém uma longa fila de pedestres acompa-nhando-a. Isto confirmou ser realmente a nossatropa.

Ainda não havia perdido Curling de vista. Êleachava-se a uma distância de duas milhas paraa esquerda, enquanto a tropa era visível em igualdistância para a direita. Fiz sinais de "tudo

bem" para Curling, depois cavalguei um poucomais, tendo o cuidado de não perder a tropa dcvista, pois precisava ter a direção certa, que eraem sentido diagonal a nós. Daí voltei para ondeestava o meu companheiro; o cavalo foi, então, en-tregue novamente a Adams; ainda uma vez mu-damos a direção da caminhada e em pouco maisde uma hora chegamos à trilha dos burros, quelogo reconhecemos por causa das pegadas dasbotas ferradas dos europeus. Aí, depois de urnúltimo tiro numa codorna, que levantou vôo porentre as pernas de um cavalo, e na qual dei taorápido e certeiro tiro que no semblante do nosso

• empregado se estampou um sorriso de satisfação,fomos seguindo a trilha por onde a nossa tropa

passara.O tropeiro teve razão quando disse que a nossa

marcha seria longa, pois o sol estava se escondendoquando avistamos as lonas brancas das tendas, armadas numa clareira perto de uma mata. Não meenvergonho de confessar que naquele dia as minhaspernas estavam cansadas e, ao chegar ao acampamento, atirei-me ao chão, esperando que a Providência me enviasse o jantar.

Estava terminado o dia. Os homens, os animaise até as aves vinham recolher-se neste pequenobosque. Papagaios aos bandos voltavam de suasexcursões aos pomares ou inatos vizinhos,pica-pau pintado do prado e as siriemas abriga-vam-se as dezanas e vintenas, reforçando, pela ca-maradagem, a união contra os gaviões. Urubus,abutres e gaviões, grandes e pequenos, vindostodos os lados, dirigiam-se para este bosque 0

... ...

~ 1951 69%y Ano -- N.<? 7 — Dezembro -

barulho, leito principalmente pelos papagaios emca-paüs, com o grito ocasional do gavião cin-/pnto. era, naquela hora, ensurdecedor.

Quando o sol mergulhou no horizonte e a es-«uridão quase tudo cobriu com seu manto, o clamorcessou e dentro em pouco a tranqüilidade da noitereinava sobre o ambiente. Assim, neste grandecampo primitivo, a noite e o dia ainda regulamtoda a Criação animada, sem excetuar o própriohomem.

CAPÍTULO IX

Um homem de caráter. + Um músico curioso.Um'longo passeio no prado. * A lura da co-

ruja. ic Curiosidades da vida em Ponta Grossa.% Origem e história da cidade. — Visita a um,'ompalriota. * A lavragem no prado. * O cavalomglês. * Observações gerais. * Continuação datriagem. * Pernoite na campina. * Amigos na ne-•essidade. * Acampamento à margem do Tibagi.

Uma cobra venenosa, i^ Noitebòs. * Caçadate porco do mato em canoa. * Queimada durante

a dia. * O instinto notável dos gaviões. -fcPreconceitos dos nacionais, ic A balsa.

Depois de viajar e vaguear durante muitos anospor terras sem civilização, cheguei à conclusão deme, para um viajante, o momento mais feliz de«ma vida é meia hora depois de ser dada a ordemie acampar, quando as tendas já estão armadas,as camas ou redes preparadas, os cordões dasbotas desatados, camisa limpa no corpo e o jantarUientinho no fogo.

Chegara agora o momento supremo daquelasinte e quatro horas e todos esses luxos ou já

vram fatos ou estavam em perspectiva imediata.Eu estava reclinado na minha cama de campanha,a porta da tenda, olhando um caldeirão que seachava pendurado sobre o fogo, cujo conteúdo eraum guizado de saracuras, codornas, narcejas, pa-pagaios e pica-paus, além de vários legumes, comobatatas e cenouras que levávamos. A comida erafeita por Miles, que estava mexendo o conteúdo•om um pau, sob a orientação de Curling, que*ava as instruções deitado em sua cama.

Miles era um homem de caráter e merece umareferência especial, embora ligeira, principalmenteporque êle foi o único inglês que não nos aban-tonou, nem foi dispensado, durante as longas pri-ações, contra as quais o Grupo n<? 2 estava des-

unado a lutar «laboriosa e tenazmente, nos primeiroslezoito meses, após ter iniciado o trabalho. Eraum rapaz de cerca de vinte anos de idade, de pe-mena estatura, franzino, mas fiel como um cãoiurante aquele tempo e sempre pronto para oaosso serviço. Coitado, recebeu o pagamento quando> grupo foi dissolvido, dirigiu-se para o Rio deJaneiro, onde gastou suas economias de dois anos(<iue importavam em quase cem libras) em quinzehaS e depois morreu de febre amarela.

Agora, Miles, põe o jantar na mesa. Se asopa e 0 peixe não estiVerem prontos, não faz mal.WlI(^i que gostava desta brincadeira, dava, semMostrar descontentamento, uma resposta navaí

yetAyei Sir", fazendo a continência respectiva.você, Miles, esqueceu de pôr a toalha.na mesa.

poi para lavar, senhor — respondia prontamenteratífiT* MUae *_t*nnAi. r* cfáti > Um

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rapaz. Miles, acende o gás.

EU SEI TUDOmomento, senhor. Deixando a panela por umcurto espaço de tempo, o engenhoso rapaz, agar-rando o sólido e pesado pão-de-fôrma que já estavana mesa para o nosso repasto, fazia-lhe dois furoscom uma faca, colocava uma vela em cada orifício,acendia-as e colocava o pão triunfanteméhte namesa da cantina improvisada. Com um empregadodesse tipo para nos servir, quem não ficaria con-tente?

A despeito da labuta diurna, eu não me recolhiimediatamente depois do jantar. Sentei-me pertodo fogo, com uma manta sobre os ombros, numdelicioso estado de repouso onírico, fumando e es-forçando-me para trocar idéias com os tropeiros dcpele acobreada, que acham grande prazer em pa-lestrar em volta do fogo depois do anoitecer, aque-cendo os pés descalços e as pernas descobertas,fumando seus cigarros preguiçosamente e sorvendoo mate quente (um substituto do chá) t numa cabaça.

A noite estava fria, embora não tanto quantoo habitual. Nem o sopro de uma leve brisa sesentia e todo o acampamento se achava sob umprofundo silêncio. De repente, ouviu-se um gritolamentoso como o gemido de uma criança doente,vindo, aparentemente, de uma distância de algumasjardas. A princípio, cheguei a acreditar que fosseo grito de uma criança mas, com a continuação,percebi que era musical demais. De fato, noteinunca ter ouvido um som musical mais puro eperfeito. 0 efeito agradável sobre o ouvido aindanão havia diminuído, quando descobrimos o animal que o produzia. O vocalista era uma rã; logooutra, num local mais afastado, juntou-se à pri-meira e ambas cantavam, ora em solo, ora em coro.

Cheio de curiosidade para observar esta rã mu-sicista, apanhei um archote e fui procurá-la. Che-guei ao lugar de onde vinha o som mas, quandoestava abaixado procurando-a no capim, a má-sica pareceu vir de outro lugar, há algumas jardasde distância. Andei mais um pouco e o som tam-bém afastou-se, não podendo, em parte alguma,descobrir de onde vinha. Procurei durante quaseum quarto de hora sem poder localizá-lo, desis-tindo, por fim, desesperado.

O fato é que este batráquio é ventrííoquo conhe-cido e vulgar. Desde então, muitas vezes o ouvicoaxar em dia claro, e a virtude do ventriloquismoé, sem dúvida, para êle, uma proteção contra asinúmeras siriemas e outros inimigos. Esses batrá-quios teriam, de outra forma, sua espécie com-pletamente extinta por estes inimigos. Durantehoras após eu ter voltado da busca, o som cho-roso de seus gritos lamentosos e monótonos encan-tavam o ar tranqüilo da noite.

Distávamos, agora, cerca de seis léguas o meiade Ponta Grossa, segundo as afirmativas de nossostropeiros, e isto, para nós, significava vinte e quatromilhas. Quando eles garantiram que se podiachegar àquela cidade em um dia, viajando esco-teiro, isto é, sem os burros de carga, eu e Curlingresolvemos viajar assim, para ver se chegávamoslá meio dia antes da caravana, a fim de mandarreservar acomodações e, sem demora, procurar outratropa que prosseguisse a viagem conosco, daliem diante.

Os nossos tropeiros se haviam comprometido anos levar até Ponta Grossa. Em Curitiba não pu-demos encontrar tropa que nos levasse direto a Co-

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EU SEI TUDO

lonia Teresa, a não ser por preços exorbitantes,

que davam para comprarmos os burros. Pagamos

12$000, ou seja, cerca de 1 libra e 5 shillmgs por

animal, até Ponta Grossa, que era a metade do ca-

minho, e o dono da tropa queria quarenta mil

réis, ou melhor, mais de quatro libras por cabeça,

para nos acompanhar a viagem toda, dizendo não

ser possivel cobrar menos porque as estradas, de-

pois de Ponta Grossa, eram tão ruins que os seus

burros iriam ficar inutilizados para qualquer tra-

balho durante, algum tempo, depois de fazer esta

parte da viagem. Veremos daqui por diante se êle

tinha razão ou não, recusando continuar a viagem

conosco.Montamos a cavalo logo depois do sol nascer e

partimos, deixando S— encarregado da tropa.

Eu e Curling cavalgamos nas selas que trouxemosda Inglaterra, mas Robertson, o intérprete que veio

conosco, teve de se contentar com uma sela brasi-leira, com o assento incômodo que o machucavamuito, e estribos que somente deixavam entrar o

dedo grande do pé. Levei comigo a espingarda ecerca de meia dúzia de cartuchos, a fim de não

perder alguma caça excepcional que aparecesse nocurso de nossa longa marcha.

Não nos foi dificil seguir pela estrada certa, poissó havia apenas uma bifurcação que nos podiater desviado da rota, o que não aconteceu porquefomos informados da sua existência. Depois deviajar duas léguas, vimos mais uma vez os quaseesquecidos sinais da civilização. Distante, à nossaesquerda, há umas vinte milhas em linha reta enum nivel de talvez mil pés abaixo do local ondeestávamos, aparecia um aglomerado de pequeninospontos brancos, na campina.

Era a cidade de Palmeira, situada no vale su-perior de um braço do Tibagi. Neste ponto, aestrada, sobre a qual nos haviam chamado a aten-ção, tomava outra direção. Nossa estrada não pas-sava à vista desta cidade em outro ponto, sendoesta a única vez que a vimos durante a viagem.

Cerca de duas milhas mais adiante, atravessamos,a vau, um riacho maior do que todos os outrosque tinhamos encontrado até ai, depois de sairdo planalto de Curitiba. Descobrimos mais tardeque ai começava o rio Tibagi, que tem a sua nas-cente no meio daquelas regiões altas de campinas,e até este ponto recebe apenas as pequenas con-tribuições de alguns ribeiros e regatos, ignorandoassim o grande destino que o aguardava. Nem eu,a este tempo, sonhava ser o primeiro a exploraros seus mistérios. Quando, portanto, dois anosmais tarde atravessei este mesmo lugar, olhei commuito mais interesse do que antes este valão, cujocurso, cheio de acontecimentos, tinha então última-mente percorrido por trezentas milhas, através demajestoso cenário de montanhas e florestas vir-gens, lindo como o próprio Éden, caindo em cas-catas e cataratas, até que, por fim, suas águas seconfundiram com as de um rio ainda mais cauda-!oso: o Paranapanema.

Depois de atravessar o dito riacho, a configu-ração da região sofreu uma grande mudança. Aselevações do terreno tornaram-se menores e assimpudemos passar o cavalo do passo normal paraum meio galope. Daí a pouco notamos que Ro-bertson estava ficando cada vez mais para tráse, aparentemente, não podia nos acompanhar. Pa-ramos, então, para ver o que havia.

35.9 Ano — N.? 7 — Dezembro 1953

nósÊle se aproximou de nos com uma expressatristonha no semblante e, sentado desajeitadamentena sela, demonstrava um certo mal-estar. Queixou-sede que vínhamos galopando alegremente todo utempo e de que, tentando nos ^acompanhar, haviasofrido tormentos ocasionados pelos ângulos pon-teagudos da sela, combinados com o trote duicda besta, que lhe arrancavam a pele em cada pas-sada. Pensando no que também acontecera comigo.deixei de galopar e voltei a um passo firme decerca de três milhas e meia por hora, contandohaver muito tempo para chegar a Ponta Grossaantes de escurecer, se os cálculos dos tropeiro*sobre distância não falhassem. Depois de cavai-garmos mais duas horas, chegamos a uma chá-cara que ficava à margem do caminho, com umlaranjal atrás e um curral onde se via um bandode gansos.

Paramos aí e pedimos alguma coisa para beber.O fazendeiro nos fêz entrar e nos ofereceu umprato fundo cheio de leite e outro de farinha demilho, para nos servirmos à vontade.

Nós, então, perguntamos a que distância esta-vamos de Ponta Grossa. — "Quatro léguas, senhor".Quatro léguas! e já eram duas horas da tarde!Já havíamos viajado, pelo menos, cinco léguasAí daquele que tem fé na palavra dos tropeiros)

— "O senhor tem certeza?" - - perguntamos, no-vãmente. — "Tenho certeza. Os senhores poderãover a cidade do alto do próximo morro e, de lá.verificarem se estou ou não certo."

Durante esta conversa conduzida por Robertson.este ficou com o rosto mais comprido pelo meno?»três polegadas. Infelizmente, não era possivel evi-tá-lo — êle teria de sofrer por mais algum tempo.,ou então ficar atrasado. Essa última hipótese no?seria muito inconveniente, porque nosso conheci-cimento da língua do país era muito limitado cnão podíamos dispensar o auxílio do intérprete,quando tantas combinações tinham que ser feitas.

Montamos novamente, e em pouco tempo che-gamos ao morro que o fazendeiro mencionou. Dflá pudemos ver a cidade de Ponta Grossa, situadano ponto extremo de uma linha divisória de águas,entre dois vales. Não podia acreditar que tivessequatro léguas de distância, pois podia ver nítida-mente as casas brancas e quadradas sobre o cume.

Que poderia ter induzido uma ou mais pes-soas de senso a fundar uma cidade, ou mesmouma colônia, no alto, quando havia tantos outroslugares mais próximos de Curitiba, com as mesmascondições, e com a grande vantagem de ficar maisperto do mundo civilizado uns dois ou três diaspelo menos?

Aos não iniciados, como nós, o aparecimento deuma grande cidade no meio da campina deserta,com quatro dias de marcha distante dos lugarescivilizados, parecera-nos quase tão curioso e ip;congruente quanto o aparecimento de uma aldeiaflorescente no meio das planícies áridas do de-serto do Sahara.

Nunca foram as distâncias tão ilusórias quantoneste dia. Viajamos horas e mais horas num passofirme, e contudo não paxecíamos chegar ao fn»da jornada. Depois de algum tempo, eu já naopodia agüentar a monotonia daquele passo vaga-roso. Portanto, desmontei e dei meu cavalo a Ro-bertson, para que êle se livrasse de sua sela p®algum tempo. Eu preferi andar um pouco a p*

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33

N.* 7 Dezembro 1951.15.9 Ano ¦

<> ver sc conseguia matar um exemplar de alguma

ve que ainda não havia conseguido. Peguei mais

luas novas espécies de gavião, uma enorme si-riema côr de ardósia e duas corujas do campo.

Estas últimas não eram raras. Posso dizer que,le cinco em cinco casas de cupim, sobre uma delashavia uma dessas aves pousada, ereta, parecendoum cavalheiro de fraque, com as mãos para tráse aparentemente absorto no estudo do cenário cir-cunjacente. Quando eu me aproximava muito, le-vantavam-se com o peculiar vôo instável do tordo(inteiramente diferente do vôo firme da nossa co-ruja), ficando muito próximo ao chão até chegarem a outra casa de cupim, ou então mergulhavamdc repente e desapareciam no buraco, que ficava

por baixo do monticulo, ao qual já me referi antes.Ficavam ali até terem certeza de que não havianinguém perto. De vez em quando, eu as viasair do buraco para pegar um inseto em plenovôo, e voltar ao mesmo lugar, imitando assim

>s movimentos das nossas aves papa-môscas. Oseu pio era estridente e metálico, mas não fre-quente. Observei uma ou duas delas ocupadas emcavar um buraco, o que fazem com as garras.Contudo, os nativos dizem que aquele orifício éfeito pelo tatu. Confesso que ainda não estou certonara afirmar se é a ave ou o desdentado mamí-fero o furador daquelas luras. Mas, qualquer queseja, não há dúvida de que tanto o tatu quanto acoruja usam-nos como esconderijo.

Por volta das cinco horas, tínhamos chegado àsvizinhanças da cidade de Ponta Grossa, e passa-vamos a primeira casa, construída no mesmo es-tilo moderno adotado rios subúrbios de cada ci-dade que tínhamos, até então, visitado no Brasil.Pode-se descrever a sua fachada como um parale-lograma pintado de branco e guarnecido de pi-lastras lisas brancas, vitrais — que devem tercustado uma pequena fortuna para chegar a estaparte do interior — e persianas verdes ortodoxas.

Viemos a saber que o proprietário da dita casaera um dos sócios do armazém principal ou lojada cidade. A firma negociava sob a razão socialde Ribas & Oliveira. Como nunca pude saber qualdeles era o dono da casa branca, escolhi, segundominha opinião, o Sr. Oliveira.

Ainda não íamos muito longe, quando encontra-mos aquele cavalheiro montado num cavalo fo-•goso e bem tratado, voltando, sem dúvida, de suavasa comercial. Dirigimo-nos a êle, por intermé-dio de nosso intérprete. Quando soube quem éra-mos, voltou delicadamente conosco para a cidade,$ fim de ajudar-nos a obter acomodação, poisPonta Grossa ainda não tinha hotel. Com o au-xilio oportuno do Sr. Oliveira, conseguimos umacasa grande vazia, com espaço bastante para todosdo nosso grupo e para nossa bagagem quando chegasse. Conseguimos, também, pensão para os chefesdo grupo na casa de um certo padeiro, cujonome infelizmente esqueci, pois êle bem merecereferências (1*.) . Todas as nossas necessidades ime-

— A conta do padeiro, para fornecer pensãopara cinco pessoas — duas refeições diárias —durante nove dias, foi 80 libras! O' preço do custopara ele era de cerca de 15 libras. Sou argumento

pi de que não era nosso "escravo". Disse quemm, direito a dar preço ao seu trabalho. Estaíamura de argumentar, dizendo nâo ser escravo,'piamos, mais tarde, ser muito comum na pro-

71 EU SEI TUDO

diatas foram satisfeitas, tendo o nosso amigo pro-metido enviar-nos cobertores e colchões de suaprópria casa.

Depois de termos tirado os arreios dos nossosexaustos animais e de havê-los soltado no cercadopróximo, onde deviam esperar a chegada dos seusdonos, fomos jantar na casa do padeiro. Já haviacorrido, pelos quatro cantos da cidade, a notíciada nossa chegada. Ainda não estávamos sentadosà mesa há muito tempo e os curiosos começarama chegar aos dois e aos três, para nos olhar.Nenhum deles pensou pedir desculpas por entrarali na hora de nossa refeição e nós, posso dizer,ficamos espantados com a sua conduta. Daí apouco o nosso amigo, senhor Oliveira, entrou nasala e só êle mostrou ter noções de costumes doslugares civilizados. Nós nos havíamos afastadomuito do mundo civilizado, desde que saímos deCuritiba.

Vendo que a multidão na sala, que felizmenteera bem espaçosa, crescia cada vez mais a cadaminuto, e que os indivíduos que a compunhamcontinuavam a fitar-nos sem dizer palavra, excetoquando cochichavam alguma coisa no ouvido do vi-zinho, perguntamos ao Sr. Oliveira o que aquilosignificava. — Oh! — respondeu rindo o Sr. Oli-veira — eles vieram fazer-lhes uma visita e cum-primentá-los.

Este foi o primeiro exemplo que tivemos de umcostume, que dai por diante descobrimos ser co-mum em todas as cidades e povoações distantesda província do Paraná. O passeio, como é deno-minado este desagradável processo, é o grande di-vertimento popular de todas aquelas povoações,que, podemos dizer, estão situadas nas fronteiras entre a civilização e o barbarismo. Descobrimos, emnossas viagens posteriores, que os índios selva-

gens do sertão do Ivaí seguiam um costume seme-Íhante e, sem dúvida, o passeio deve a eles a suaorigem. Os índios, contudo, são verdadeiramentesinceros, confessando que o fazem para satis-fazer a própria curiosidade. Seus discípulos, osbrasileiros, dão outro motivo, — que eles trou-xeram do outro lado da fronteira — e dizem queisto é para homenagear a pessoa visitada! Quando,contudo, é demonstrado o objetivo da visita só

por um prolongado processo de olhar firmemente,

pode-se dizer que a honra conferida é imaginária.Confesso que me senti irritado em ser assim mo-

lestado na hora da minha refeição e que desejeimais de uma vez a liberdade da vida campestre.

O próprio Sr. Oliveira não se apiedou de nosso

cansaço, pois, no momento em que percebeu queo nosso apetite diminuía, tirou as coberturas das

suas baterias, até então silenciosas, e abriu sobre

nós um cerrado fogo de perguntas — quanto ao

propósito de nossa vinda ao país, quantos éramos,^

se íamos construir a estrada de ferro imediatamente,*

quanto tempo demoraria a sua construção e se pas-saria pela sua cidade.

Esta última pergunta era, evidentemente, o clímax.

Nossa resposta a êle, por intermédio de Robertson,

foi recebida com ceticismo e censura — "Nao há

a mais leve possibilidade de passar a estrada a

uma distância nem mesmo de umas duas léguas

da sua cidade.''Quando expliquei que a razão disso er

tureza da região não permitir, uma a na-

cavalheiro er-

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gueu-se entre a multidão, declarando que nós es-távamos enganados, pois êle conhecia perfeita-mente toda a região. Sabia que existia um atalhode Curitiba para Ponta Grossa, o qual diminui-ria seis léguas de distância na estrada por ondehavíamos vindo, que esta rota oferecia uma pia-nicie perfeita entre os dois extremos e que nãohaveria transtorno nenhum se fosse construída aestrada por este itinerário.

E' quase desnecessário explicar que o dito ca-valheiro nunca vira uma estrada de ferro e, pro-vàvelmente. nem mesmo uma estrada de carroças,não tendo, portanto, competência para formar umaopinião independente do assunto. Afinal, depoisde uma prolongada exposição do assunto e deresponder a uma série de perguntas e observaçõestolas, pudemos escapulir para a nossa casa, ondeencontramos descanso e paz durante à noite.

Ponta Grossa transporta perfeitamente a seme-lhança da altura em que a cidade está construída,especialmente quando vista do lado de Curitiba.E' uma cidade nem velha nem grande. Sua ori-gem pode ser remontada a muito poucas geraçõesatrás, ao tempo em que era apenas um aglomeradode chácaras, suas construções pertencentes a umhomem que da mesma forma possuía toda a regiãocircunvizinha, que era então fazenda de criaçãode gado. A razão da altura em que está situadaa presente cidade fica assim explicada. Todasas casas das grandes propriedades eram, na época,e ainda continuam a ser. construídas nos mais altoslocais, com o fim de ser obtida uma vista de todo

vasto território que lhes pertencia.Deve-se lembrar que as propriedades nesta região

são avaliadas, não pelo número de acres, mas pelonúmero de léguas quadradas e, antigamente, umapropriedade de cinqüenta léguas quadradas de ex-tensão era comum.

Quando o dono da fazenda Ponta Grossa morreu,deixou a propriedade inteira para todos os seusfilhos. O resultado foi que Ponta Grossa se de-senvolveu rapidamente em uma pequena colônia.E, embora com vida própria a princípio, em breveiniciou um. pequeno comércio próprio, comprandoem Curitiba e vendendo aos fazendeiros e às pe-quenas povoações nas regiões ainda mais distantes.Assim, com o tempo, perdeu completamente o seucaráter primitivo e se tornou o que agora é, oponto comercial intermediário entre Curitiba e a.spopulações espalhadas que existem para o oeste.

Sua população atual conta cerca de 4.000 almase já se tornou a causadora de uma colônia nasmargens do Tibagi, chamada Conchas, que visiteium ano ou dois depois. Ponta Grossa não mudoumuito desde a sua fundação. Seus edifícios e ruasnão ofereciam nada de notável. Havia, natural-mente, a habitual praça grande, com uma igrejade

paredes caiadas de branco a uma extremidade.As casas, na maioria, não eram assobradadas.

Nossa tropa só chegou vinte-e-quatro horas de-pois de nós, desmentindo assim os cálculos dedistância que os tropeiros fizeram. Em lugar deserem seis léguas e meia do ponto onde havíamosnos separado, parecia que eram nove.

Sabendo que havia um compatriota nosso, cha-mado Edenborough, estabelecido numa fazenda nmpouco afastada da cidade, arranjamos um tempinhopara ir fazer-lhe uma visita. No dia seguinteao de nossa chegada, portanto, apanhamos nossas

35.9 Ano — N/*' 7 — Dezembro — íqjm

espingardas, pedimos um perdigueiro emprestado tpartimos com a intenção de conhecer o fazendeiroinglês e, no caminho, caçar um pouco. Nosso cãonão valia grande coisa, porque não havia sido trei-nado pa^ra "bater a caça"; portanto, contentava-seem seguir em linha reta na nossa frente, chegandoa adiantar-se uma milha de nós. Quando eslava aessa distância, tínhamos, freqüentemente, a satis-facão de vê-lo amarrar uma caça e, correndo na-quela direção, chegávamos lá somente para encon-trar uma simples codorna, ao passo que havia,provavelmente, dezenas de aves bem perto di nós.que poderíamos abater com muito mais facilidade.Não matamos muitas porque o capim era :urto enão oferecia cobertura suficiente para a caça, em-bora houvesse muitas aves de rapina, que voavamcontinuamente. Contudo, isso não diminuiu nossasatisfação: a gente encontra prazer até no respirar o próprio ar dos campos.

Ao chegar mais perto da casa de nosso compa-triota, vimos a primeira tentativa de cultivo dacampina, que ainda não tínhamos visto nesta re-gião. Uma área de cerca de dois acres, na frenteda casa, cercada por uma vala, ostentava uma ve-getacão verde e brilhante; era um refrescante con-traste com o castanho sem vida do prado circun-vizinho. Era uma plantação de centeio ainda novee o terreno onde estava plantado tinha sido pre-parado e arado à moda da Inglaterra .

Logo chegamos à casa da fazenda, passando pri-meiro por um laranjal, estando todas as árvore-*carregadas de frutos dourados e maduros. Mr.Edenborough, um corpulento rapaz, feito eviden-temente de bom material, nos recebeu no tradicionalestilo inglês e, em poucos minutos, já nos conhe-ciamos perfeitamente. Êle nos contou que já es-tava no Brasil há uns sete anos e que neste períodode tempo fora à Inglaterra uma vez, trazendo, devolta, alfaias agrícolas, além de grama e outrassementes, pondo mãos à obra para ver o que po-deria conseguir na campina. Até aquele momento,dizia, não tinha o tempo suficiente para falar comautoridade sobre a possibilidade de êxito do em-preendimento. Contudo, deu-nos a entender o seuarrependimento por ter sido tão precipitado ao em-pregar dinheiro no terreno, quando êle podia terescolhido um local melhor, perto das florestas, ondea terra teria produzido dez vezes mais. Aquele pe-daço de terra, a seu ver, era bem pobre e toda aregião em Ponta Grossa era sujeita à secas queduravam meses. Neste local elevado os intensosnevoeiros, que nas regiões mais baixas preservama vegetação durante a estação seca, eram mui*»mais leves. Mr. Edenborough também nos disseque já havia empregado muito capital em construções de casas, na abertura de vales e nas capina*e não podia desistir agora.

Referindo-se à plantação de centeio, disse quetornar arável terra de campina será quase o mesmoque transformar regiões de matas, na Inglaterra,em campos lavrados. Nenhum arado podia operarali, sem que cada moita de capim, com suas pro-fundas raízes, fosse, primeiro, arrancada à mão.O que também concorria para aumentar as des-pesas, continuou êle, era a abertura de valas queserviam de cercas e se destinavam a evitar a en-trada do gado na plantação. Os gastos com estasúltimas eram tão elevados, em proporção, quedinheiro indispensável para abrir uma vala, àe

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359 Ano — N.9 7.—- Dezembro — 1951 73

^iirn p profundidade necessárias para cercar uni

6daço quadrado de terra de 150 acres, corres-^oiidia ao custo original das terras. E se fosse

eciso lotear o terreno, o que era mais certo, osdos com a mão-de-obra ultrapassariam o valor

\\ tprras Deduz-se, pelo exposto, que cercar umtias u/iAi-u

..> de terra por uma vala de tamanho comum'¦listaria cerca de oito vezes o valor inicial do

dito acre.E» verdade que estas proporções variavam de

acordo com as localidades, dependendo do preçoias terras e do custo da mão-de-obra. Mas em«úalqüe.r região, como os prados do Paraná, onde

terra é barata e a colocação de cercas de ma-

deira é inadmissível, por causa das queimadasanuais, um colono não se deve deixar iludir pelobaixo preço aparente das terras, mas, sim, lembrar!

<je que as terras não cercadas não tèm, prática-mente valor para fins agrícolas, assim como tam-

bém não se deve esquecer de que, se tentar cer-cá-las terá de gastar uma importância superior

a que pagou pelas terras propriamente ditas. Ocusto da mão-de-obra, na abertura de valas, podeser calculado em ls. por jarda. E esse é o preçoreai das terras de campina, para qualquer pessoaque esteja interessada em comprá-las. A seguir,vem a questão do que produzirá ela. Também, aeste respeito, deu-nos Edenhorough algumas in-formações.

Os próprios brasileiros dizem que a campina éboa somente para pastagens. Mas essa opinião émeramente comparativa, porque a idéia que elestêm de agricultura é limitada à produção de trêsartigos, isto é, feijão preto, milho e arroz. E'verdade que a terra em questão geralmente não

produz nenhum desses artigos, ou, para falarmais acertadamente, não compensa cultivá-los ali(exceto, talvez, só para o gasto, sob certas condi-ções), quando a terra da mata, dez vezes maisrica, é, como nesta província, sempre encontradanuma distância razoável. O caso, contudo, podeser diferente com grãos como trigo, centeio, aveiae cevada. Todos esses, informou Mr. Edenborough,dariam muito bem nas terras como as dele. Ocapim de procedência inglesa não teve o desen-volvimento que êle esperava. Mas, como as ex-periências de nosso informante nesse sentido ha-viam sido, nesta ocasião, prejudicadas pela ri-gorosa seca, que foi além do tempo habitual, é pos-sível que mais tarde o capim inglês ainda venhaa ser plantado, em grande escala, no campo. Seisso se der, a terra terá mais valor do que atual-mente, porque a criação de gado, e não a agri-cultura, deve ficar sempre como sendo o traçocaracterístico destas extensas campinas. As terrasmais ricas das florestas são, obviamente, as maispróprias para a plantação de cereais e de outrasproduções semelhantes.

Já fiz, em outra parte deste livro, referência aoscavalos pequenos desta região. Mr. Edenborough,impressionado com a grande possibilidade de me-!hora que havia na reprodução destes, trouxe con-sigo, de volta da Inglaterra pela segunda vez, umcavalo de corrida de puro sangue. — "De nadatenho a me arrepender*', disse êle, "pelas despesasque üve com este animal". — Tão grande era aProcura do seu cavalo, pelos fazendeiros, para a

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EU SEI TUDO

reprodução nas suas fazendas, que por três vezesêle aumentou o preço do aluguel.

Os brasileiros, que gostam muito de corridas decavalo, ficaram loucos pelo cavalo inglês, poisnem um dos seus melhores cavalos podia enfren-tâ-lo, quer na corrida rasa, quer na de obstáculos;o grande cavalo inglês era único. Mesmo dandovantagem era invencível. Os nacionais nunca apre-sentaram um cavalo que o vencesse. Então, depoisde muitas derrotas e de muito dinheiro perdido,excluíram o cavalo inglês do hipodromo. Assim,retirou-se êle coberto de louros, para dar ao seuproprietário uma renda anual, como garanhão,livre dos riscos que são permanentes no turfe.

Antes de nos retirarmos, fomos até ao pomar ex-perimentar as laranjas. Achamos deliciosas as di-ferentes qualidades e ficamos surpresos quandosoubemos que eram cultivadas para os porcos.Mr. Edenborough disse-nos que esses animais gos-tam muito de laranjas e que no tempo destas (istoé, julho e agosto) eles engordam comendo, exclu-sivamente, este fruto. Privamos os. ditos porcos dealgumas dúzias das deliciosas frutas, levando-as nobolso para chupar durante o resto da caçada. De-pois de nos despedirmos do dono da casa, parti-mos com destino à cidade, onde chegamos à horado jantar.

Nos dias que se seguiram procuramos nos distrairtanto quanto possível, enquanto esperávamos aoutra tropa de burros, que nos deveria levar aoponto final, Colônia Teresa. O Sr. Oliveira con-tinuou a ser nosso bom amigo e intermediário emtodos os negócios que tínhamos com os nacionais,sempre vindo nos visitar, uma vez por dia.

No lado sudoeste da cidade há um mato ondenasce um afluente do rio Tibagi. Este mato e asfontes que ali se encontram fornecem lenha eágua aos habitantes de Ponta Grossa. No ladooeste deste capão existe um brejo coberto de ve-getação rasteira, onde se encontra grande quanti-dade de animais semelhantes ao porquinho daíndia. Certo dia matamos alguns destes e man-damos prepará-los na casa do padeiro. A carneera comível e igual à do coelho.

Durante a nossa estada neste lugar, guardei umregistro dos mais altos e baixos graus de tempe-ratura que ocorreram em vinte-e-quatro horas enotei que, durante os oito dias, de 17 a 24 deagosto, a média da temperatura diária era de 44*a 72<? F. Isto dará ao leitor uma idéia exata datemperatura média na maioria dos prados do Pa-raná, nesta época do ano, que corresponde aos pri-mórdios da primavera, na Inglaterra. Ocasional-mente, o termômetro cai para o ponto de congela-

ção, mesmo nos últimos dias de agosto, para su-bir logo depois. Mas estas variações de tempe-ratura são como a nossa geada em junho, poucase espaçadas. Fomos informados de que, de vez

em quando, cai neve, no mês de julho, em quan-tidade suficiente para cobrir o chão.

A dificuldade que tivemos, para conseguir a

tropa que nos deveria levar a Colônia Teresa, foi

igual à de Curitiba. Contudo, depois de muita

luta, apareceu uma e no dia 25 de agosto, dez

dias após a nossa chegada a Ponta Grossa, a nossa

bagagem foi colocada no lombo dos burros e mais

uma vez nos pusemos em marcha.Uma ou duas caixas que, pela embalagem, nã<?

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EU SEI TUDO 74

ofereciam muito jeito para serem amarradas à can-

galha, foram rejeitadas, no último momento, pelostropeiros encarregados. E desta vez não houve ar-

gumentos que os convencessem de levá-las. Comoo seu conteúdo fosse peças muito importantes, não

podíamos deixá-las, absolutamente, em Ponta Gros-sa, por tempo indefinido. Combinou-se, portanto,qll'e s— ficasse, a fim de ver se conseguia alugarou, se fosse necessário, comprar animais paratransportá-las o mais depressa possível.

Logo depois que partimos, soubemos que o ca-

pitão Palm havia chegado à cidade, naquele mo-mento". Eu e Curling, por conseguinte, voltamos, a

galope, ao armazém do Sr. Oliveira. Ao chegarmos,vimos, do lado de fora, quatro burros cansados e,ao entrarmos, encontramos o capitão Palm comseu fac-tótum Danberg exaustos da viagem. De-

pois de cumprimentá-lo e de saher das novidades,despedi-me e parti para me juntar à tropa. Curlingresolveu ficar mais uma noite em Ponta Grossa,para continuar a viagem no dia seguinte.

Com essa minha demora, a tropa já se haviaadiantado umas duas horas. Fiquei a pensar noque estariam fazendo aqueles europeus na nossaausência. Esporeei o cavalo e sai a galope, naesperança de alcançá-los antes do anoitecer. Aindanão havia percorrido uma milha, quando encon-trei dois homens da nossa turma cambaleando,em estado de embriaguez. Fiquei indignado. Umpouco mais adiante estava outro, sentado no chão,nas mesmas condições. Com alguma dificuldadefiz todos voltarem, depressa, para a cidade. Se euassim não precedesse, eles seriam surpreendidospela noite, em plena campina e sofreriam severa-mente as conseqüências. Fiz, assim, voltar, nadamenos de seis homens, todos mais ou menos bê-bedos. Provavelmente, eles haviam parado em al-guma venda, um pouco fora da cidade, enquantovoltávamos para falar com o capitão Palm, ali seentregando à fatal cachaça.

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Encontrei mais dois homens, isto é, Adams eMiles. Como estes estivessem mais ou menos só-brios, e estando a cidade a uma distância de maisou menos uma légua, permiti que eles continuas-sem comigo, andando, porém, o mais depressa* pos-sivel. O sol se escondeu sem que nós. até então,vislumbrássemos um único sinal da tropa. Du-rante mais de uma hora, viajamos na escuridão.Meu cavalo tropeçava e quase caía em cada passoque dava. A. todo momento eu esperava lobrigara fogueira no acampamento, até que, afinal, vimosuma luz vermelha lá em baixo, à nossa direita,à uma distância aparente de meia milha. Gri-tamos e tivemos como resposta o ladrar de umcão. Gritamos mais uma vez e, novamente, nãoobtivemos resposta. Devem estar dormindo, pen-samos. Dei, então, um tiro com a minha espin-garda de dois canos, o qual ecoou estrondosamenteem todos os recantos da região — mas ainda dessavez não obtivemos resposta — ouvindo, novamente,apenas o ladrar do cão.

Eu já estava cansado de viajar naquele dia. Demanhã cedo estive tão ocupado, preparando atropa para partir, que esquecera de comer e, na-quele momento, sentia-me indisposto e fraco, de-pois de viajar tantas horas sob um sol abrasador.

35. v Ano — N.9 7 — Dezembro —- 1951

Receiando que o acampamento não fosse nossomas, ao mesmo tempo, sem vontade de prosseguirdirigimo-nos ao lugar, guiados pela luz vermelha.Depois de tropeçar em diversos formigueiros e terde voltar uma vez por causa de um brejo, conse-guimos aproximarmo-nos suficientemente para falarcom um indivíduo, cuja voz já se podia ouvir,segurando o cachorro e o mandando calar. — "Boanoite, senhor, nós nos perdemos de nossa tropa"

disse eu, no melhor português que me foi pos-sivel. — "Os senhores podem chegar" — foi a res-posta que tivemos, dada num tom convidativo, eacompanhada de um: "Deita, cachorro do diabo!"

pois este mostrava desejo de nos atacar, Che-gamos até à fogueira e aí pudemos ver que está-vamos num acampamento de tropeiros, consistindoem uma pequena tenda, dois homens e um cão.A tenda estava cheia de sacos de farinha e can-galhas. Os homens pretendiam dormir no lado defora, em volta do fogo. Pedi qualquer coisa paracomer e logo eles nos ofereceram tutu de feijão(uma mistura gordurosa de feijão com farinha).Eu ainda não tinha aprendido a apreciar esteprato brasileiro, tão comum. Depois de comer al-guns bocados senti-me satisfeito, e a única coisaque desejava era encontrar uma cama para medeitar.

A noite estava muito fria, estabelecendo umgrande contraste com o calor escaldante que haviafeito durante o dia, e eu só tinha a roupa docorpo. E esta mesma que, durante o dia, enchar-cara-se de suor, estava agora tão fria que me pa-recia gelar os ossos. Os tropeiros trouxeram trêscouros duros dobrados ao meio, com o lado dopêlo para fora, dizendo que eram as nossas camas.Levei um deles para perto da fogueira e meti-medentro, deixando o lado da abertura virado parao fogo. Assim deitado e usando a sela como tra-vesseiro, procurei esquecer a falta de conforto, ten-tando adormecer. 0 frio, contudo, não deixou queeu realizasse tal desejo, e passei uma noite horrível,com a cabeça latejando, os dentes batendo e osossos doendo. Invejava os meus hospedeiros aga-salhados em seus ponchos, roncando a noite toda.Jurei nunca mais viajar sem cobertor, manta ouponcho preso à sela.

Muitas experiências, afora a desta noite, ensi-naram-me que viajar nesta região, sem manta deviagem ou cobertor, é quase o mesmo que tentaro suicídio; mas os valentes nativos conhecem muitobem este perigo.

Ao despontar do dia, saí das dobras do courode boi, dando graças por terminar aquela noiteexaustiva. Para esquecer as sensações desagrada-veis, que acreditava serem mais em conseqüênciado frio e da noite sem dormir, pus ao ombro aminha espingarda e fui dar uma batida, na parteque ficava entre o acampamento e a estrada, paraver se encontrava codornas, enquanto preparavamo almoço. Senti-me melhor, depois que comecei afazer movimentos. O sol, que agora despontavaradioso entre os morros, ajudava a aquecer °-sangue frio nas minhas veias. Completei depoisa cura tomando um banho refrescante no peque"0regato que passava perto do acampamento.

(Continua no próximo número)

íS o Mio — N.o 7 -* Decombro — 1951 T5 frfítí. SIÔX TUDO

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Por DAVID HUME

(Continuação do número anterior)

— Estou inquieto a respeito desse pessoalque está no hotel, diz Mick. Muito lhe agra-decia se você mandasse vigiar as imediações,montando guarda até meu regresso. Meu pai,Gribble e Wild estão comigo aqui em Win-chester. Penso que estamos numa pista.

Vou imediatamente lá para o hotel.—- Muito grato. A^ssim estarei mais tran-

quilo.Cardby volta ao hall e retoma a leitura do

seu jornal. Agora, que estava certo de queos seus companheiros teriam a necessária vi-gilâneia, podia esperar com menos imp&ciên-cia. Miss Crosby já estava com vinte minu-tos de atraso.

De súbito ouviu Mick a porta abrir-se eviu surgir a jovem filha de Milsom.

Miss Crosby havia perdida aquele porte deimportância pessoal da primeira vez que Micka vira. Já náo parecia tao imponente, deixan-dò transparecer certa inquietude em seus ges-tes. Em passo algo hesitante, ela se dirige

para o detetive e se inclina ligeiramente.Sentou-se numa poltrona face a face a Micke parecia sentir frio, apesar do alentado casa-co de pele que trazia envolvendo o corpo.

Quer tomar alguma coisa para aquecer-se? — Ofereceu Mick.

Sim. E muito lhe agradeço. Tomareide bom gosto um pouco de gin com limão,respondeu com voz sumida.

A senhorita chegou atrasada, notouMick. A esta hora já eu pensava em voltar.Espero que nada cie mau lhe tenha sucedidoem caminho.

Meu chofer se equivocou no caminho.Um absurdo! Fico satisfeita por ver que osenhor não voltara, e me desculpo por tê-lofeito esperar tanto, O senhor foi muito gen-til ao ter aceito este encontro, apesar doque lhe disse eu da última vez que nos vimos.

Recordo-rne muito bem, e confesso quetive grande surpresa quando a senhorita sedirigiu ao nosso escritório, pedindo esta en-trevista a fim de a ajudarmos. Espero que

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RESUMO DA PARTE JA PUBLICADA

tinha umaior espécie

0 Sr. Milsom Crosby, bastante rico,mania: toda vez que delinqüentes aasaiam da penitenciaria de Ashburtou, ia êle até i«e os conduzia a propriedades suas, dizendo queestava fazendo obra de aíta humanidade: prepa-rando os ex-sentenciados à vida social. Isso des-penou a curiosidade dosíirma Cardby & Filho, osvestigar. Inesperadamente,em contato com Milsom,pessoalmente por sua filha,

detectives Cardby, daquais começaram a in-um telefonema os pós

que manda falar-lhescohsultandb-os se que-

rem tomar conta de um caso de desvio de rendasnuma de suas empresas de Barcelona. Mas os doisdetectives não aceitam o encargo e começam a in-vestigar a vida que esse Crosuy estava mesmo ie-vando. A esse tempo estavam, pai e filho, tra-balhando para descobrir grande derrame de cé-dulas falsas, tâo perfeitas que se confundiam çomas legais. Milsom Crosby não se conforma com anegativa dos detectives e os convida para conversaríjm sua própria casa, o que se dá, encarecendo omesmo Crosny a necessidade que tinha de entregaro caso dos furtos de Barcelona a detectives daíarna dos Cardby. Mas os policiais nâo aceitame! voltam para seu escritório, deixando Crosby in-dignado. Nesse Ínterim, um antigo sentenciado, denome Kent, que estava sob a regeneração de MilsomCrosby, ao voltar para a companhia de seu pai,L.alcanÇado por um auto em disparada e morre.*uck e o velho Cardby suspeitam de uni crime:o rapaz fora morto para não falar. E vão os dois,apressadamente, até à casa do pai de Kent, averi-©uar se há possibilidade em tais suspeitas. Em^^ de Carter, pai do operário assassinado e ex-sentenciado que vivia sob a proteção de Crosby,n

(1ois detectives examinam as circunstâncias epnr ?ni Pr<>ceder a exames químicos de manchasjeontradas numa das mãos do morto. Os anali-anirles disseram> em seguida, que se tratava decidi

na* Pe suspeita em suspeita, pai e filho de-

woorfanV\ dar uma busca nos arredores de Ring-uu<*. u rapaz morto no acidente, e que estava na

companhia de Crosby, dava ao velho Carter, seupai, o endereço de New-Forest, perto de Ringwood.Para tomar o trem ou telefonar ao velho, Kent seservia da estação de Watèrioo. Tomando seu carroMick foi, em companhia do pai, averiguar os ar-redores e descobriram o quartel-general de MilsomCrosbv. Com as maiores precauções, chegaram aum muro alto e Mick, subindo a uma árvore queservia de escada, olhou para o pátio. Viu entãouma cena sensacional: um jovem passeava ao arlivre com um ancião de roupas surradas que tinhaas mãos presas a correntes. Era um carcereiro como seu preso. Depois de localizar o casarão, vol-taram ao escritório e decidiram renovar a visita,mas naquela mesma noite. Assim fizeram. Hos-pedaram-se num hotel dos arredores e, íaltandoum quarto para as dez, êíes seguiram para a casade Milsom. Depois de várias peripécias, conse-guiram escalar o muro. Estavam em investiga-ções quando Milsom chega em companhia de outroscomparsas e, desconfiando que os detectives esta-vam por ali, pelo fato de ter Milsom descobertoo carro de Mick escondido sob umas moitas, mandasoltar os cães e dão uma batida por todos os lu-sares. Um dos homens de Milsom é posto forade ação por Mick, eom violento golpe de cassetete.Os cães também não podem fazer nada porqueMick esparge um liquido especial para anular ofaro dos cachorros. Milsom se enfurece com o in-sucesso e sai fora cio muro na certeza de que osdetectives estão por iâ. Suas ordens são para que,fogo que avistem os dois ou um deles, atirem paramatar Pai e filho não se atemorizam e entram nocoviif Estavam os dois naquele compartimento

quando ouviram ruído é aos. pouco. »ZZ Vmímecou a fender-se, separando-se em duas. uma

fôvem apareceu e eles a surpreenderam. Assustada,Jnnfessoii aue era prisioneira, com o pai, naquele"tõ

detectives resolveram obter informes por?ntermtóio deli e começaram a dar buscas peloscorredores e outros saiões e quartos do subterrâ-1' Graças à moça, puderam descobrir que o velho

aue' Mick vira antes passeando, algemado, no jar-3™m era o pai da jovem e a quem Milsom Crosby

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EU SEI TUDO

me dê explicações a respeito do assunto, missCrosby.

_ Não tenho muita coisa a dizer-lhe. Meupai deixou, ontem, o no;so apartamento, di-zendo-me que estaria de volta no dia seguin-te pela manhã. Em vista dis:o, passei a noi-te em casa de amigos, tendo deixado nossacasa ainda cedo. Pela manhã procurei falarpelo telefone lá para o apartamento, a fimde prevenir que estaria de volta dentro depouco tempo, mas, com surpresa, não pudeobter comunicação. Por diversas vezes ten-tei ligação, sem nenhum re ultado. Finalmen-

I te. mandei um repórter até lá, para ver reobtinha melhor resultado, mas o meu enviadoregres:bu dizendo que não pudera ver nn-guém, e que a casa estava vazia. Fiquei alar-mada.

Miss Crosby parou um instante enquantolevava o copo aos lábios, sorvendo um gole dabebida. Mick a ouvia sem interromper. Atéàquele instante esse relato correspondia -aoque lhe dissera Gribble.* — Deoois desse malogro, telefonei a to-dos os lugares onde pensava poder falar a

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meu pai continua a uvem mas em ne-hhurn canto pude obter noticias dele. Esta tar-de já começava eu a desesperar. Súbito me pas-sou pelo espírito uma idéia: sempre ouvi opapai dizer que tinha muita conf anca na ::ir-ma Cardby & Filho em matéria de invei~tiga-ções. Ass'm, o melhor que eu faria era diri-gir-me aos senhores para conseguir socorro.

35> Ano — N> 7— Dezembro —- I&51

Novamente se detém e leva o copo aos lá-bios. Parec a que ela estava esperando queMick falasse. M;s o detetive continuava mudosó ouvindo. A proporção que ela ia falando',a desconfiança de Mick tomava corpo. Tudoo que ela dizia parecia muito inofensivo, mui-to natural, e dava a impressão cie que ela re-petia uma lição perfeitamente decorada.

Eotou certa de que o senhor poderia aju.dar-me, se quisesse, imistiu ela. Posso pe-dir-lhe que descubra onde está meu pai?

A senhorita me surpreende, miss Crosby,replica o rapaz. Seu pai não é qualquer cri-anca capaz cie perder-se ao sair de casa, ecreio que ele pede defender-se muito bem,por si só. Ajunte a irso o fato de que êle estáausente apenas há algumas horas, e a senho-rita pode muito bem compreender o motivopor que estou surpreendido. Mesmo em cir-cunstâncias mu to perturbadoras, parentes depessoas desaparecidas não recorrem à poli-cia ou a detetives se não depois de passadoum tem/00 razoável. Por isso eu não encon-

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tro explicação muito natural para o seu es-tado de intranqüilidade.

— Vejo que o senhor não tem confiança emmim; Sr. Carby, o que muito lastimo. Eume ofendi muito e estive contra o senhor,quando ouvi o que dizia diante de Queen'sHall; mas agora eu lhe peço muito sincera-mente, que venha em meu auxílio.

Seu pai deve estar a estas horas entrea senhora não cenhece. Êle tam-

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amigos que

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incumbira de preparar as tintas para o dinheirofalso. Depois de várias diligências, dominando osvigias e outros auxiliares do criminoso-mor, pai efimo vollaraai para o lueal üa parede que seabria e pediram a moca que a acionasse. Mas, eomsurpresa, o motor nào iuiicionou e êms lucaramprisioneiros no subsolo, Um dos capangas de. Mil-som, que fora ferido quando procurava reagir, co-meçou a rir da situação dos deíecaves. O velhopai' da moça se lamenlava, enquanto outros cativos,que trabalhavam à força para o falsário, se resig-navam com a sorte. Iriam todos morrer cie lua.u.Com certeza, Milsom descobrira o que se passava eprendera os detectives como numa ratoeira. MasMick não perdia a esperança e, depois de müilOcalcular e procurar uma salda, remexendo pmtodos os iados, chamou o químico que trabalhavacomo um dos escravos. Não havendo outro recursodo que recorrer a um processo violento para es-capar à morte lenta peia fome, Mick combina como fisico Talbot a preparação de um expiosivo. e,meia ( hora depois, coui as maiores camelas, vaicóiocá-lo à beira da parede que daria passagempara fora da prisão. Todos aguardam, temerososo desfecho do piano de Mick. Foi aceso um pãV.ufeito com cordões de sapatos de prisioneiros e, maisou menos à hora prevista, deu-se o estouro, ha-recia que tudo vinha abaixo. O ambiente se cobriude pó e a parede fatal veio abaixo, arrastando largotrecho de soalho do andar superior. Mick mòbili-

dozou os homens e êle mesmo chefiou a remoçãoentulho a fim de abrir passagem. Depois de* horasde luta, com as vestes eneg.*ee»das e as mãos san-grando, êle conseguiu chegar a um buraco no andaide cima. Mas era tanta quantidade de es-01...,.osobstruindo a passagem quc ele desanimou. Falouem particular ao seu pai. Esperaram que Gribble,aa.ra.d-:> pelo estrondo, os viesse socorrei*. Mas emvão. O tempo urgia. Era preciso sair daquela tocaem desordem. Mick redobrou de esforços com oshomens que podiam ajudá-lo e conseguiu meLer-sí.pela fenda. Mas recuou, há em cima lavrava pe-rigoso incêndio c o compartimento por onde po-deriam escapar estava cheio de fumo e as chamas

crepitavain do lado de fora, não t«svauisseui aquêie quarto. Mick voi

tardando que in-tou a faiar ao

Muniu-semesmo pro-

seu pai. Eia preciso agir sem demorade um grande lenço de Seda e com otegeu a ijoea e as narinas contra a sufocação. luuosficaram perplexos. Ü veiuo Üardny procurou chs-suadi-io ua ..enierária aventura. Que esperasse peiasprovidências da poncia, pois eslava avísad; tiíque, se demorassemseu socorro. Mas o

aie a madrugada, Viessem einrapaz não concordou e se ati-

Quaseiem ai

sufocadoque iazia.

rou pelo buraco do soaino e enfrentou as chamas.pelo turno denso e o caior m-

com o seu cassetete arreoeiiioiiuma janela queimou-se nas mãos e conseguiu sairdo ammeme.. Ao chegar ao pátio, viu que os boin-beiros ficaram admirados ae sua aparição, pois,das pe.-,quisas fehas por eles ao chegarem, pareciaepie não havia ninguém uo casarão. O detectivepediu que salvassem imediatanieme as outras pes-soas que estavam lá dentro, deixando para_ darexplicações depois. E, êle niesmo, comandando bombeiros e policiais, fêz introduzir na fendade metal e retirou, um a um,

dcum

onde se haviam hospedado na |ek estava imraiiqLrilo eoiii a sor..*. J

um caboos condenados à

morte. üs criminosos comparsas de Crosby ioramlevados para o posto policiai do distrito, enquantoMick e seu pai, conduzmdo os prisioneirosCrosby, iam almoçar, limpar-se e descansarpouco no ho.ehnoite anterior. Mie- ......-...,.- .dos seus protegidos, temendo alguma cilada aeMilsom Crosby. ü telefone tocou e êie foi atender.Era sua secretária comunicando que a filha deMilsom desejava falar-lhe. Mick deu instruçõesa Miss llayne e cornou ao velho Cardby o quse passava. Bastame ansioso para saber o quedesejava dele a moça filha do grande criminoso,marcou com ela um* encontro longe da cidademando todas as precauções, temendo traiçãojovem lhe expôs então que o pai estava desapa-recido e que ela vinha pedir a Mick que a aju-dasse a descobrir-lhe o paradeiro; mas, quanauela lhe disse que podia cornar muita coisa qu-detective ignorava, Mick se dispôs a ouvi-laquele hotel de Winchester.

to-A

na-

N.* 7 Dezembro — 3.95135,0 Ano-'

, poderá ter s;do chamado a atender al-<n;m negócio ou, falando mais claro, talvez>teia em alguma parte em circunstanciasCC

prefere não sejam do conhecimento daE eu me escuso de explicar melhor

11 IU- SEI TUD

quesenhoritaesta minha suposição. Não ponho dúvidas nainquietarão do seu espírito e justifico o desejonue tem de encarregar-me de descobrir o pa-¦-'deiro de seu pai. Mas isso poderia revolta-

lo contra a senhorita.J Mas o senhor não compreende, então,

aue meu pai nunca se ausentou de-ta m^nei-ra? Fstou certa de que ihe sucedeu algumadesgraça.

Mick se firmou na mesa e fixou a jovem comum olhar penetrante:

Tenho um meio de ajudá-la, diz ê^e. pico eternamente grata por todo o con-

curso aue o senhor me trouxer.~_ Vou entrar em entendimentos com os

meus amidos da Scotland-Yard, continuou olelentamente, sem deixar de olhar a moca, fir-memehtei. Eu transmitirei tudo o que se pas-sa e pedirei que alertem a polícia e lancemum chpm?do de S. O. S. em todo o pais,a fim de que seja descoberto o paradeiro deseu pai;

À jovem estremeceu e aioertou o copo nuetinha ent^e as mão^. Baixou as palpebras,como se deseiasse esconder seu rosto ao olharpenetrante de Mick* aue continuava a obser-vária atentamente. Quando ergueu novamen-te os olhos, sua fisionomia r-ão exprimia ?^a.isctue enorme desencorajamento. Por f:m,falou:

Eu lhe agradeço muito: mas não achaqu.e essa previdência seria um tanto prema-tura? Quero dizer que as circunstância" de-vem ser particularmente graves para enviar-lhe uma mensagem de O. S. S. por interme-dio dn Scotland Yard. Não é verdade ?x

—¦ Sim, é expito. Mas. segundo o oue a re-nhrrita me disse, remato ave ^e trata de umcaso multo sério. Compreende o^e, quandoperto de sete milhões de habitantes ouWemo anêlo de S. O. S., haverá muita probabi-lidade ou chance de que seja encontrado seupai.

Mick para e, em seguida, acrescenta de-pois de -ref/etir:

Evidentemente, o^ que souberem pobreseu rn-i nroeederín como de háb'to, Isto é,ntregarâo seus relatórios à Scotland Yard,$

M*as Crnrbv bebia sen sin a neouenos tra-£cs; sua mão tremia. Mick se ajeitou na pol-trona e a<ruard^u a resnosta da mora.

-— Veio oue o senhor não tem. realmente,a intenção de ajuda--me. di^se ela. por fim.Serei obn>pd° a d^ri^r-rne a nm outro' dote-tive. Desculpe-me tê-lo feito perder seutempo.

— Está bem ce^ta de que me disse toda averdade, miss Cro^bv?-— Certíssima, replicou a iovem com indig-Raeâo. Acha que eu tenha feito esta viagemapenas para contar-lhe mentiras? Pensa que

estaria aqui se não tivesse precisão de suaajuda?A vida é muito estranha, e eu não tenhoo po:.er de caber o que se passa na cabeça

de uma mulher. Por que a ausência de seupai a perturba tanto sssim? O que faz suporque lhe possa ter sucedido uma desgraça?De que perigo pode êle estar ameaçado?

Não posso explicar, de maneira alguma,nem sua ausência, nem seu silêncio.

Tem êle outros parentes além da se-nhorita?

¦— Nenhum, que eu SR*ba.A mãe da senhorita é falecida?Sim. Morreu abando eu ra~oi. Por isoo

não tenho nenhuma lembrança dela.Já foi a senhorita, ale;uma vez, até à

propriedade que seu pai possui em New-Forrest ?

New-Forrest? Meu pai não possui ne-nhuma propriedade por lá.

•— Verdade? Então estou enganado. Crêa senhorita que seu pai esteja, atualmente,em companhia de algum dos condenados queêle protege?

Não creio, pois que êle devia estar estanoite na cidade, a fim de falar rmma reu.mãode Queen^s H-H. Nãn tem o hábito de fa^ara es'as reuniões. Sei do seu interesse poressas questões.

E' possível que êle já esteja lá na reu-nião.

•— Estou certa que não.Ccmo pode estar tão certa d:sso, quan-

do o que sabe é que êle des:pareceu e ignoraonde possa estar?

A moça pareceu perturbasse de novo. Emseguida se inclinou para Mick:-

~~ Po so contar-lhe várias coisas que o se-nhor não sabe, murmura ela.

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O QUE DISSE MISS CROSBY

Eu lhe ocultei certas coisas; mas vejoagora que não tive rs sào de assim proceder,disse ela. Sinto muito, pois eu deveria com-preender que, de jeito nenhum, poderia enga-ná-lo.

Mick não respondeu nada. Êle ouvia suaspalavras com visível desconfiança.

Tenho mais de um motivo de estar in-quieta a respeito de meu pai. Vou explicar-lhe. Êle me fala, muitas vezes, de seus ne-gocios acho mesmo que sou eu sua únicaconfidente. Ocupa-se êle de um grande nü-mero de empresas diferentes. Ontem me dis-se que estava com dois negócios muito im-portantes e que êle devia regularizá-los ^estasemana. Devia encontrar-se, esta manhã, àsonze horas, com iim certo Mr. Clews, para umdesses negócios. Telefonei ao mesmo MrClews, e êle me respondeu que meu pai nãocomparecera ao encontro marcado, fato quejamais acontecera. Antes de deixar Londres,ainda telefonei a Mr. Clews, mas este metornou a dizer que não mais havia visto meupai.

E continuou, apreensiva:<— Este simples fato demonstra aue se pas-

sa algo de anormal. Se não lhe disse isso an-tes, é porque não queria falar a ninguém sô-

. bre negócios de meu pai. Mas vejo agoraque fiz mal.

E quem é esse Sr. Clews e de que nego»cios se ocupa, êle?

Não tenho idéia nenhuma. Tudo o queposso dizer-lhe a respeito de Clews, é que êletem escritório na cidade, em AldersgateStreet, 37.

Disse-lhe êle o motivo por que seu paio queria ver?

Nâo. naturalmente. Suponho que êle ha-verá pensado que isso não era de minha conta.

Er justo. Que me ocultou ainda a se-nhorita ?

Um fato quase semelhante, diferenciando-se apenas porque o encontro terá lugar ama-nhã, pela manhã, às onze horas, e diz respeitoa um segundo negócio. Se meu pai não com-parecer a esse "rendez-vous", não posso maisduvidar de que qualquer coisa de muito sê-rio lhe sucedeu,

Se aeha que devo ajudâ-la, a senhoritafaria bem não me escondendo cousa algumade tudo o qua sabe a propósito disse segundoencos*!?®.

Nâo posso dizer-lhe mais do que certasparticularidades. Meu pai deve encontrar-secom o capitão de um vapor, o "Milsom-Mai<3,nos altos de Hanover Stairs, em Rotherhithe, esei que essa entrevista é muito importante.

—- O Msom-Maid... Deve ser um barcoque muito interessa ao seu pai. Pèrtence-lhe ?~ Não tenho certeza; mas é possivel.Tem idéia do motivo desse encontro?

35.* Ano — N.« 7 ¦— P*rònbrb'*I'iggiNâo. Sei apenas que meu pai tinha o

maior empenho em'não faltar ao mesmo.Compreendo. Quer dizer-me, agora, exa-

tamente, o que a senhorita espex*a de mim ? *

Quer, verdadeiramente, ajudar-me?Estou quase certo de que meu pai não

se oporá a que nossa firma se encarregue deprocurar seu pai; mas devo falar-lhe antesde uma decisão.

E vai tratar disso, agora?Sim. Mas desejo que me diga, como

deverei proceder. *Isto f;ca mais a seu cargo do que ao

meu, Sr. Cardby. Não tenho nenhuma expe-riência desse gênero de negócios. Como quero senhor que eu dê conselhos a um "expert?"Naturalmente que irei dar-lhe todo o meuconcurso, se o senhor tomar conta do caso,

Muito bem. Que espera fazer, a come-çar daqui?

—¦ Por que me pergunta isso?¦— Porque, se aceito a missão que a senho-

ra me confia, desejo poder comunicar-me coma senhorita seja em que momento fôr, e issopode encerrar certos problemas que somentea senhora pode resolver.

Sim. Compreendo. Não ouso voltar paracasa; isso me seria perigcso ficando comple-tam ente só. Assim, arranjei alguns negóciospessoais e me instalei no Warwick Hotel, noPiccadilly, e ali ficarei até que o senhor des-cubra onde e^tá meu pai. Está bem assim?

Muito bem, miss Crosby. Pode indicar-me, entre as ma;s próximas relações de seupai, aquelas que me permitiriam entrar em con»tacto com êle?

Eu já procurei fazê-lo, informando-mejunto aos mesmos, porém sem resultado.

Seja como for, preciso de seus nomes.Pois não. Organize rei uma lista e lh'a

remeterei ao escritório. Parece-me que o se-nhor viaja muito, não é mesmo, Sr. Cardby?

Sim, bastante.Volta a Londres esta tarde?

--- W possivel. Mas só o saberei com cer-teza, dentro de uma hora.

O senhor é um homem muito misterioso.Muito menos do que outras pessoas. Co-

nhece o distrito de New-Forest, miss Crosby?Fui até lá. algumas vezes, de auto, quan-

do estava em Bournemouth.EJ uma região muito linda, com recan-

tos encantadores. Descobri ontem um solar verdadeiramente delicioso denominado Mar»pie. Conhece-o?

A moca estremeceu, mas imediatamente aeefez, dizendo:

Lembro-me de que jâ ouvi falar nessanome; mas não posso situá-lo...

j£ pena. A senhorita devia ir até lá comseu pai, Esse local o encantaria. Poderia fa-zer ali uni grande centro de convalescençapara seus amigos de Dartmoor.

A filha de Milsom enrubesceu um poucoe mordeu o lábio.

Por que detesta assim a meu pai? rr-Perguntou.

Vi

^,<» Ano <—•• N.* 7 *~ 3>«B«mbro — 18€1

Quer tomar alguma coisa mais, missCrosby ?

E* uma maneira artifíciosa de não res-pender à mmha pergunta.

Foi o meu intento. Isso tem a vantagemde prevenir a outrem de não repetir a per-pinta. Bem. Compreendo. A propósito: comoquer receber o pagamento para iniciar êsteserviço ?

Noutro momento falaremos disso. Estábem certa de que não pode dar-me uma indi-cação segura? Não conhece mesmo ninguém,por intermédio de quem pudesse eu entrarem contacto com seu pai?

Acho que não. Penso que sua firma estáperfe" tamente a par desses negócios, de ma-neira que não precise de ajuda de seus clien-tes para proceder a investigações. Sei que osenhor nâo precisou de nenhuma ajuda paraencontrar a filha de lord Morne, Não foi?

Ainda não escrevi minhas Memórias atal respeito, disse Mick.Em todo caso aquê-le episódio não se parecia em nada como odesaparecimento de seu pai. Tem a senhoritaa intenção de deixar-me completamente livreem minhas pesquisas, ou também vai dar pas-sos psra o encontrar?

Mas eu farei tudo o que puder para ai-cançar o objetivo. Por que me faz semelhantepergunta ?

—Porque eu me pergunto a mim me^mo,como ^á a senhorita agir nessa investigação.

Não tenho disso a menor idéia. Pareceque estamos a sondar-nos durante todo essetempo.

E* um bom exercício, miss Crosby.Para os que têm o espírito fértil. Para

mini, não. Não é o meu caso.Então a im:tação é perfeita.~- Acha que devo inclinax-me agradecendo

a lí&onja?Uma pessoa tão sedutora como a senho-

rita deve estar já muito habituada a fazerreverências ao recebê-las.

o senhor está pilheriando comigo, sr.Cardby ?

Deus me livre! Haverá ainda algumacoisa que possamos discutir juntos?Está com muita pressa de desembaraçar-se de mim? Infelizmente terei que ficar aquipara jantar,—' Lamento não poder também ficar. Te»nho um outro encontro.

Para que desculpar-se? E* preferívelao estragar uma refeição a discutir, © qua,aliás, sucederá, fatalmente.Começo a crer que lhe sou antipático.Penso que é recíproco. Que foi isso em

suas mãos?H^ck lança um rápido olhar para suas mãos

ahxda envoltas em gs?ze. Caçando — respon-ueu êle. E* um esporte muito perigoso.•— Isso deve ter-lhe agradado muito, sr.Cardby, pois acho que o senhor gosta muitodo perigo.

Sim, quando sou pago para isso. O

...eu mi TUDO

perigo tem tanta significação para mim, comoo pao e a manteiga, uma cama e um passeiode quando em quando.r~ Tudo isto é muito pouco romântico. Eagora vou deixá-lo, pedindo que faça tudo oque poder em meu favor.A moça se ergueu, cstendendo-Ihe a mãoMick se inclina. Ambos esboçam ares de sor-riso, mss tem qualquer amenidade. Mick co-nhecia as mulheres perigosas. Sabia que elaseram muito mais difíceis de dobrar que oshomens. E esta também sabia que Mick tam-bém era um homem perigoso; mas, com sua

graça e beleza, os homens não lhe infundiammedo.—- Que esquisita conversação tivemos aeora'Disce êle.

Sim, e muito interessante. Espero queme traga novidades quando do nosso próxi-mo encontro.-— Também o espero.Mick apanhou o chapéu e saiu.Lá fora fêz sinal ao sargento — detetive

que estava sentado ao volante do seu carro.O outro se levantou e o seguiu até a um re-canto do hotel.Reparou bem nessa jovem que chegou

ao hotel em uma soberba limusine ? Eem. Eladisse que vai ficar aqui para o jantar. Queroque a siga logo que eia se fôr. Eu apanhareio inspetor Gribble e os outros em meu autoe cs conduzirei novamente de volta. Mas olhelá! Não a perca de vista! Diz ela que estáhospedada no Warwick Hotel, no Piccadilly,mas poderá muito bem ficar aí pelo caminho.Logo que tiver tirado isco a limpo, telefone-me. Gribble lhe confirmará estas instruções,caso você ache preciso. Comunique-lhe queêle virá no meu carro. Compreendeu tudo oque eu disce?

Claro! Não perderei de vista a limusine.Não esqueça que esse carro da moça

é muito posssnte, e que dificilmente se deixa-rá alcançar.

Fique tranqüilo, sr. Cardby, pois o meu"Squad" não se deixará distanciar.

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Por que você sempre há de bater com aporta, ao sair?

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EU SEI TUDO to

Cinco minutos mais tarde, Mick rodava pataRin^vood com seu pai e Gribble. Este ulti-

mo cerrava os dentes equilibrando-se no seuassento*. O aspecto de Mick, que ia chispado,fazendo curvas sem frear, o inquietava, e atodas as suas lamentações M'ck respondiade tal maneara que êle ainda ficava mais preo-cupido. Enfim, M'ck deixa de brincadeiras e

pas-a a contar-lhes o que ocorrera na en-trevista* aue mantivera com íris Crosby. Seupai e Gribble estavam perplexos.

_ Tudo isto não me induz a pensar quees-a moca esteia inocente, disse o velho de-tetive. O que ela está fazendo, meu filho, étrabalhar em favor do pai, e o seu maior de-sejo é o de te ver morto. Como pensam eles

que selas ass<m tão tolo, que te deixes cairna cilada de Rctherhithe?

¦— E^a parece pensar que você é um anão-zinho, Mick! Diz Gribble.

Talvez que miss Crosby tenha razão,resnondeu Mick, dando uma guinada no carroa toda velocidade. Fm todo caso. não perde-rei de vista esse encontro de Rotherhíthe.

Perdeste a cabeça, rapaz? — Perguntaseu pai.

_ E' possível. Mas quero pegar M;lsomCrosbv, e o melhor local para o sesrurar éjustamente onde êle me armou uma arapuca,irei oU-*°r-lhe a ca^a.

Não rei a assim tão louco, meu filho! ~—Pronuncia o Dai com voz grave, — E' o mes-mo oue escolher o seu nrónrio caixão! Vocêjá correu uma porrão de riscos; mas não deveesnerar sempre sair vencedor dessas coirme-ticões. Um bQlo dia a chance se acaba e seráentão o seu fim.

Mas o caso é que aindg. estou vivo. pa-pai. e isso é o principal. íris Crosby me co-nhece banta nte para saber que eu não es-quecerei a data fixada, e seu pai também os*be. H°verá. talvez, uma fuzilaria lá. emRotherhíthe, ma" Crcsbv não será o único a' us^r do seu revólver. E se alguém tern ouemorrer na batalha; este não será, fatalmen-te, qu^rn lhes fala.

Pode estar certo de que eles tomaramtodas as disposições r>?ra aue o morto sejavocê, e não um dos bandidos.

Réus planos não são semnre Infalíveis,pi? ^afiaram-nos e eu não cmpró oue eles d'=w&m nue a firma Cardbv & feukò não levouem consideração o desafio. Nos já nos torna-

-•mos homens mnis perisrrós aos crmm-~sosdo aue eles a nós. e o oue já fizemos torna-remos a fnzer para o futuro.

c ¦— Cuidado! -~ Gnta Or^bbie. a escorregarem seu assento ornando Mick deu uma viradav:o"!enta. — Se você não toma cautela riu macurva dersns, morrerá sem intervenção de Mil-som Crosby! -

Não se aflija, meu ami^o, o temor nãofaz bem à saúde, faz empar decer o rosto eembr?nouece os cabelos. Tudo terminarábem, verá. Mas como custa checar a Ring-wood! Acho que os senhores* se sentiriamlizes se bebessem alguma coisa, não?.

m

35.» Ano ~N.» 7 — Dezembro— 1951

Os dois homens se entreolharam e levan-taram cs ombros.

— ¦Você está com medo, Gribble, disse ovelho Cardby.

Absolutamente, responde Gribble.Nesse ponto a conversa cessou..Mck pensava em Jeanne Lasser. Habitual-

mente, as mulheres não tinham influência emMick, especialmente as que ze mostravam co-quetes. Mas a verdade é que aquela possuiaqualquer coisa de estranhamente atrativo nasua simplicidade, e, o -que era o melhor, êleficara reconhecido pela confiança que neleJeanne depos'tara.

Acho que você está arquitetando um fimatroz para Milsom Crosby, ironiza o pai, En-trevejo pela expressão feros do seu rosto.

Mick enrubesceu um pouco e se apoiou sô-bre a dreqão:

Tem o senhor toda rszão, papai.Eu bem que o adivinhei imediatamente,

tornou o velho detetive.Mick lhe lança um olhar de soslaio e con-

tinua a carreira pela estrada, mas em silên-cio. Ao chegarem a, Ringwood, os três se di-rígem ao bar.

Tem alguma novidade para mim? —Pergunta Mick ao hoteleiro.

Sim. Quer telefonar ao ceu escritório?Que? A esta hora?...Deve esta-ce passando algo de anormal,

diz o velho.Certamente. Vou chamar miss Rsyne.

Mick pede ligação e espera ansiosamente.Aqui é Mick Cardby, diz êle. Está bem,

miss Payne?Sim, sou eu mesma.

•— Que carta recebeu esta manhã?Que está d'zendo?

Mick repetiu á senha:— Perguntou-lhe: que carta recebeu

manhã?Não sei de que carta está o senhor a

falar!Sus interlocutora não era nurs Rayne!

Agora percebia porque a voz lhe parecera es-tranha. A resposta ao código não lhe dei»xava nenhuma dúvida. Mas Mick refletiu ra-pidamehte e falou:

Bom, isso não tem lá muita importância,disse êle. Eu tratarei disso na minha volta,Que deseja dizer-me?

Alguém veio até aqui, faz uma meiahora. com uma mensagem dum certo MilsomCrosby. O tsí mensageiro me pediu que 3hêdissesse o^e, se o senhor não abandonasse ocaso Crosby, que poderia mirto bem fazeruma viagem da qual jamais se volta.

Foi tudo o que d;sse?Ainda não. Disse ainda que tinha o se-

nhor minutos para refletir.* — Só isso ?

Ainda não. Acrescentou aue, se o senhornão ebandonar este assunto, êle aplicará umgolpe do qual o senhor; jamais retornará paracontar a hirtória. Êle não parecia estar fa-lando de brincadeira.

esta

* Ano— N.« T— Dezembro ~» 1951

Como poderei dar-lhe uma resposta àiv}£j£t-rioite •

Kie lhe telefonará para Ringwood.Mick franze as sobrancelhas, lussa conver-

sa começava a inquietá-lo._— A senhora lhe deu o número do telefone

do hotel ? — Indaga Mick.Não. Êle já o conhecia.

¦d- Que disse mais, êle?Que o senhor não devia tomar em consi-

derãção uma só palavra de tudo o que lhedisse hoje misj dosby, lá em Winchester.

Muito interessante isso, miss Rayne. Vairetirar-òe agora?

Sim, caso o senhor não precise mais demim. Até logo.

—- Até logo e muito agradecido pela comu-nicação.

Mick coloca o fone no gancho e, entrandono bar, ch:ma seu pai:

Alguém que nos é estranho se apoderoudo eser-tório, murmura êle. Uma das com-parsas de Crosby acaba de falar-me.

Capítulo XV

O velho Carby deixou estampar-se na faceum ar de perplexidade.

Que diabo quer isto dizer? Acha vocêque alguém se tenha feito passar por missRayne ?

Sim, e falou de nocso escritório. Deveter-se introduzido lá uma hora após a saídade miss Rayne. Com certeza ficou de ata-ia.a.

Mick narra ao velho toda a história queacabava de ouvir pelo telefone. O pai de Mickestava inquieto.

Até aonde Crosby quer chegar, Mick?Não compreendo absolutamente o que quer.Não pode êle pensar que vamos cruzar osbraços para que nos amarre a ceu modo.

Se êle procura deter-nos no programa,terá que enfrentar-nos, o que não é muito fá-cil, como talvez pense. Com certeza estarápensando que estamos alarmados e a estou-rar os nervos.

Porque não telefonar a Bow Street, afim de pedir auxílio, enviando-se um policialpara rondar o escritório e, talvez, deter a pes-soa que lá esteja ainda?—- Não acho bem isso, papai. Deixemostudo tranqüilo como ainda está neste mo-mento. Cedo ou tarde eles serão obrigadosa descobrir o jogo que lançam à mesa. Essetelefonema da meia-noite me intriga. Vamosfalar a Gribble. Talvez pudessem prevenir àCentral Telefônica para que de lá re°Hstr*s-sem a origem. E, enquanto estamos em con»versa, pudéssemos manaar a poneia ueitar anião no patife.

O velho Cardby balança a cabeça, com arde dúvida:

-~ E' quase imporsível, Mick. Se, como su-Ponho, nos vão telefonar de Londres, não te-femo.s ten^Po de movimentar a polícia antes determinar a conversa. Crosby deve ter previs-

jffiü SEI TUDOto tudo nos menores detalhes, file não é ho-mem para empreender alguma coisa sem es-tar seguro do resultado.

~~ Como pode ter êle feito tudo isso comtanta certeza? E' provável que queira blefar,mas não com absoluta certeza. Espero queêle venha pe:soalmente ao telefone. Terei en-tão muita coisa a dizer-lhe, quando êle meadvertir de minha triste sorte. Mas estou es-pantado com miss íris Crosby. Por que seráque seu pai manda d*zer-me que não dê ne-nhuma atenção ao que ela me disse?

Creio que posso muito bem explicá-lo,Mick. Êle mandou transmitir-lhe esse recado,porque pensa que você virá ainda mais entu-siasmado a Rotherithe, já que, com a sua pre-sença, ainda mais incomoda a Crosby, por umarazão qualquer. Compreende o que digo?

Sm, perfeitamente. E' uma idéia dignadele. Em tedo ca o, isso em nada altera osmeus planos. Desejaria apenas conhecer suaspossibilidades. Pelo tempo que coleciona cri-minosos, já deve possuir um pequeno exércitodeles. A parte que esteve lá em Marple nãopoderá perturbá-lo, Não temos nada que fa-zer até a me a-noite. Entremos. Eu partirei àssete horas da manhã; terei, assim, margemsuficiente para chegar a tempo a Rotherithe.

¦— Espero que chegues a tempo de não cairem armadilhas deesas feras. Por que teimasem ir até ao covil desses selvagens?

Simplesmente porque eu creiotempsic cse, e alsruma coisa me diz

na me-que fui

Daniel em incarnações passadas.Toda vida pensei que os leões de Daniel

eram camaradas, e estavam prisioneiros. ECrosby não é a mesma coisa.

Logo que êle pas.ar alguns anos emDartmoor, ficará mansinho. Ai então poderáêle gozar cia companhia de seus amigos semnenhum incômodo.

Oh! O otimismo da mocidade!Vá dizer isso a Gribble! E agora entre-

mos. Meu estômago está reclamando alimentopara um faminto.

E' sobretudo sua cabeça que me inquieta,—- suepira o pai ao entrar na sala de jantar.

Jeanne Lasser presidia a mesa, tendo aos

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— Não há pressa Policarpo! Faltam ainda trêshoras para mamãe apanhar o trem...

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EU SEI TUDO

lados os seus companheiros de Marple. A jo-vem tinha o ar de quem já estava repousada,e as cores de suas faces haviam retomado osseus lugares."'—

Boa tarde para todos, diz Mick, fazendouma saudação geral com a mão. Posso tomar

parte no festim?Jeanne afasta um pouco a cadeira, a fim ae

deixar um lugar ao seu lado.Como vão suas mãos? — Pergunta ela

com solicitude.Não podem ir melhor. Todos já estão com

ares perfeitamente felizes. Sem dúvida porhaverem escapado de Marple, não? Ninguémtem medo do grande lobo mau?

Já eram quase dez horas quando se levan-taram da mesa. O velho Cardby se dirigiuao bar, enquanto Mick parou perto da porta.

Posso dar uns passos aí fora? — Per-gunta Jeanne. Fiquei encerrada no quarto du-rante todo o dia, e tenho vontade de respirarum pouco de ar fresco, depois de minha vidade reclusa no subterrâneo de que o senhorme libertou. Não demorarei muito.

Nesse caso pêço-lhe me permita acom-panhá-la, respondeu Mick. Não ouso deixarque enfrente, sozinha, a agitação noturna des-ta cidade. Vista o manto e saiamos.

Êles passearam lentamente ao longo da es-trada que atravessa as três pontes de Avon.De volta, êles pararam na ponte central e-fi-caram no parapeito. As sombrias águas doAvon refletiam as estrelas e o ar estava im-pregnado de sentimentos primaveris.

Em urna noite como esta! — ComeçouMick a declarar, fazendo com a mão um ges-to circular.

Não, Mick, interrompeu Jeanne. E* as-sim: "Por uma noite assim..."— Não ofen-da a obra prima de Shakespeare.

Você tem melhor memória do que eu.Já esqueci tudo.

Não é de admirar. O diálogo de Jessicae Lorenzo está muito pouco em relação como seu trabalho.

Ficaram silenciosos mais uma vez; Mickbatia com a mão no parapeito. Aquela atmos-fera romântica o tornava um pouco nervoso.Êle pousa a vista em Jeanne e a surpreendea olhá-lo fixamente.

Você já está com um semblante muitomais agradável, diz êle. Dentro de mais doisou três dias terá esquecido Milsom Crosby,e poderá recomeçar sua vida no mesmo lugarem que ela foi interrompida,

Quem sabe? — Respondeu sonhadora-mente a jovem. Mick não insistiu, O terrenoera pirigoco.Tem medo de morte violenta, Mick?Não. Eu sabia o que estava fazendo aoescolher esta profissão, Tenho apenas preo-cupação quanto a meu pai. E' trabalho mui-to duro para um homem de mais de cinqüenta

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anos.««mb?

m-Mas, por que não se aposenta?

— Não poderia. As pesquisas policiais sãopara êle como o cheiro da batalha para um

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35.$ Ano — N.o 7 — Desembro '***-* i%\

velho cavalo de guerra. Há pessoas que seretiram da Seotland-Yard para cultivar rosas.Meu pai jamais poderia fazê-lo. Sentir-se-iatão infeliz na imobilidade como as pedras.

Esse meio de vida, essa ocupação nãolhe conviria muito mais, Mick?

Não, Jeanne. Prefiro a vida aventurosa.Mas a noite estã-se tornando fria. Vamosvoltar ?

Jeanne suspira e ambos se dirigem para ocaminho do hotel. Mick ia despreocupadoquando se viu, subitamente, focalizado pelosfaróis de um auto que atravessava a ponte.

Essa gente deve estar com muita pres-sa de chegar, disse êle, designando o carroem disparada. — Fies. ..

Não pôde acabar a frase e solta um grito:a viatura descreveu rápida e violenta curvasobre êles.

Sem perda de um segundo, Mick agarrouJeanne pelas espáduas e a arremessou sobreo parapeito. No mesmo instante em que êletambém pulava para livrar-se da morte certa,o auto subia ao passeio, com um ruído deroda3 e ferragens que raspavam a varanda.Mick cai nágua, jurando pegar o tratante, ese prepara num instante para correr atrásáo adversário.

Mas já o motorista havia reposto o carro iaposição normal e, acionando o acelerador vio-lentamente, desaparecia na sombra da noite.Mick, pálido e com os lábios cerrados, volta-separa Jeanne, que também cairá nágua, masela já sairá por sua vez. Dá-lhe o braço, aju-dando-a a subir novamente à ponte. A moçatremia, chorava convulsivãmente, e se abra-çou ao detetive como se quisesse ter a certe-za de que estava vivo.

Aí está. Não é isto magnífico? —Per-gunta êle.

Mas, que significa isso? — Indaga ela,sem deter os soluços.

Nada... O auto derrapou, explicou êleesforçando-se por parecer calmo.

Ambos subiram à ponte e se encolheramcomo dois pequenos cães molhados. Jeannetremia de frio e nervoso. Uma onda emocio*nal a sacudia dos pés à cabeça.

Pobre pequena! — Exclama o rapaz,Voltemos depressa ao hotel. Tenho roupa quedá para mudar esta, e penso que lá arranja*remos vestidos para você. Vamos!

Durante o trajeto de regresso, Mick ia apensar no grande perigo que ambos passa-ram, na morte de que escaparam. Me tinhaa certeza dí3 que o fnisterioso motorista nâohavia sido vítima de nenhuma derrapagem>Tudo aquilo não passou de um atentado. 0fato não foi involuntário. Mas, como aquelehomem podia saber que êles estavam em Ring-wood? Como poderia saber o chofer que ele,Mick, estava a passear pela ponte? Teria omotorista a disposição de desembaraçar-se deJeanne? Isso, porém, não lhe parecia prova-vel, uma vez que a jovem nenhum perigo po-deria apresentar a Milsom Crosby.

(Continua no próximo número)

Ano . N.v< 7'~ Dezembro — 1951 rgg

REVELANDO O BRASIL AOS BRASILEIROS

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sim, ex-capital s m fe SergipeIGNEZ MARIZ

Resoiuçãó hf 413, de 17 de março de 1855

tó a .aíefforfa ^ cWe o podado de S(mío .....dn.o „„ Antcuju> M BajTQ rfflíingmba,' com a denominação de — CIDADE DO ARACAJU.

Inácio Joaquim Barbosa Oficial da Imperial Ordem da Rosa, bacharel formado em Ciêiiíiias Juridtcas e Sociais pela Academia de São Paulo, , presidente da Província de SeriinFaço saber a todos os seus Itabttanies aue Assembléia Legislativa Provincial decretou eeu sancionei a Resolução seguinte: 3 u uu L

Art. 1 -Fica elevado à categoria de cidade o Povoado de Sanlo Antônio do Aracaju nuBarra da Cotinguiba, com a denominação de — CIDADE DO ARACiJü 'Art, 2 -O município da Cidade do Aracaju será o dá-Vila do Socorro, sendo sua sedena referida cidade.Art. 3 — As reuniões da Assembléia Legislativa Provincial celebrar-se-ão desde já c deova ern diante na mesma Cidade do Aracaju.Art, 4 — Fica transferida desde já da Cidade de São Cristóvão para a do Aracaju a Ca-Ditai desta Provincia.Art. 5 — Revogam-se as disposições em contrário.Mando portanto a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida lie-

solução pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nela se contém.O Secretário desta Provincia a faça imprimir, publicar e correr.

Palácio do Governo de Sergipe, aos 17 de março de 1855, trigèsimo quarto da Independênciaa do Império.

Ignacio Joaquim Barbosa{Lei votada debaixo de um cajueiro) ,

praia dc Aracaju fazia parte dosdomínios do cacique Serizy. Mais

tarde os brancos modificaram essenome para Serzype, e o termo ficou ser-vindo para designar, não apenas o litoral,mas lòda a Capitania de Serzipe d'El-Rei.Com o perpassar do tempo o apelido in-aigena passou a Sergipe e não sabemosse amda virá a transformar-se algum dia,pois os vocábulos são pedras eternamente¦* roíar na boca do povo, modificando-seao sabor de cada época, ou mesmo,<W^, ao gosto de cada fornada da Aca-<leraia Brasileira dc Letras.Aracaju, também tupi, segundo TeodoroSampaio, quer dizer — cajueiro de pa-PWaios-. Martius prefere a tradução -ugai $os cajueiros. Qualquer das hipó-cses vem provar que a terra nasceu sob osigno do delicioso fruto.lJm J590, por falecimento do gover-,;'">'' Manuel Félix Barreto, governava in-t namente a Bahia o Provcdor-Mór da'u™ Real, Cristóvão ¦% Barros, auan-

l'L?'7'')eu ordens do rrf Felipe, II dc"refroir ° • í,c PortuSal. para que fosseos m - °? insultos (íos ferozes selvagens,c-.iko, lncorPorados com os franceses¦« sa ii por todo Q vastQ distrito de S(M..' lpar^ danos mais desastrosos."qneíe r, tÓYãò ^ê Barras, porque na-J>po os governadores ocupavam

,"_3PBf postos perigosos, à frente de suas tropas.Eram comandantes na realidade e nãoapenas no apelido.

Muitos habitantes da Bahia, empolgadospelo espírito de aventura, resolveramacompanhar o governador.

Dominados os franceses e rechaçado o

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Mapa doMunicípio deSão Cristóvão

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elemento índio para o alto sertão, foi le-vantada, na praia de Aracaju, uma cida-

i aue foi chamada -São Cristóvão dt

b:SM^shtàr5í%"i:ortaieza era mudada paraum morro próximo à barra do rio Poximporque nessa atalaia tornava-se mais tacilv-igiar os inimigos que pretendessem en-trar pelos rios Serzipe e Vasa-barns.

Tempos depois, resoivia o governado!mudar o arraial, que se formara em tornodo forte, para um local de ótimas águas,a dezenove quilômetros do mar. Ali loifundada uma povoação que tambem re~cebeu o nome de bao Cristóvão, ate hoieconservado. .,,_ f ;

Criado distrito da Bahia em Lbl7> loiSão Cristóvão elevado a município era1675.

Sergipe livrou-se do jugo baiano atra-/és do decreto de Dom João Vi, datadode 8 de julho de 1820, que dizia assim:''Convindo muito ao bom regime desteReino do Brasil e à prosperidade a queme proponho elevado, que a Capitania deSergipe d^El-Rèi tenha um governo m-dependente do da Capitania da Bahia; heipor bem isentá-la absolutamente da su-jeição em que até agora tem estado dogovêrno da uahia, declarando-a mdepen-dente totalmente, para que os governadores dela a governem na forma praticadanas demais capitanias indepenuentes."

O primeiro governador, nomeado em1820, tomou posse em 1821. Chamava-seCarlos César Burlamaque e era Briga-deiro. São Cristóvão, a vila mais impor-tante. ficou sendo capital, mas só seriaelevada à categoria de cidade por cartade lei de 8 de abril de 1823,

Como capital chegou a 1855? ano emque lhe foi armada uma traição... cí-viça, mas nem por isso menos traição.

Governava Sergipe o Dr, Inácio Joaquim Barbosa, que resolvera mudar a sededa Província para a beira do raar5 ondese tornaria mais fácil o escoamento dosprodutos regionais. Decerto ouvira êlefalar nas agruras que sofrerá o presi-dente de Alagoas quando intentara coisasemelhante, e vendo as barbas do vizinho.Arder pos as suas de molho. Sob pre-texto de não querer passar o carnaval nacidade, foi para um engenho e de lá con-vocou os deputados, que se reuniram de-baixo de um cajueiro, na praia de Ara-caju, e votaram uma lei mudando a ca-pitai da Província para o povoado deSanto Antônio do Aracaju, "Povoado" eraforça de expressão, pois ali havia, ape-nas, algumas casinhas de pescadores.

Tomando conhecimento da dolorosaverdade, o povo de São Cristóvão reagiupateticamente. A representação, que aCâmara Municipal da cidade enviou aDom Pedro II, é documento que vale eppna ser divulgado, pelo muito que ou

cerra do velho destemor sertanejo. A luda mudança era inconstitucional e istoíoi lembrado ao Imperador, apesar de saber-se que êle não poderia desconhecer o&Artigos do Ato Adicional. Vejamos alguuj,trechos da desesperada mensagem: vSe-nhor: A Câmara Municipal da Cidade dtSão Cristóvão, ex-capital da Província deSergipe, sempre solicita em promover obem público de seu município, e o damesma Província a que pertence, vemcom o maior respeito e acatamento antea augusta pessoa de Vossa Majestade Imperiai e Constitucional, representar e suplicar o bem, que de Vossa Majestade Imperiai, como pai comum dos brasileiros,deve esperar."Tendo o bacharel Inácio Joaquim Baibosa, atual presidente desta Província,mudado desta cidade para as praias doAracaju a capital da mesma Província,esta Câmara, testemunhando tantos absur-dos e injustiças, faltaria a um dos seusmais sagrados deveres, se deixasse dílevar este pensamento ao soberano conhecimento de Vossa Majestade Imperial, d«quem o povo oprimido desta cidade .Província espera saudáveis providênciasque o ponham a salvo dos incalculáveismales que podem provir dessa ilegai, precipitada e ahsurda mudança!

"O presidente de que se trata, Imperia.Senhor, abusando do poder que a lei lhtconfere, das puras intenções de Vossí,Majestade Imperial, que são convergidasa prol do bem-estar de seus súditos, abandonou esta cidade, e a pretexto de passa.o carnaval no engenho "Brejo", apresentou-se no da "Unha de Gato", propriedade do Barão de Maruim, e aí, no db17 de março, fêz por cartas oficiais assinadas por ambos, reunir os deputado-provinciais e deliberou que estes se passassem às ditas praias e ali fizessem suasessão ordinária, contra a disposição ü.o>Artigos 59 e IO9 do Ato Adicionai."Reunidos os deputados, logo para al)transportou-se o presidente, e quando nbboa-fé almeja a capital o seu regresso, aecretou êle a precipitada e nula mudança,como deve constar de uma lei inconstitucionaímente feita e promulgada nas r<-feridas praias do Aracaju!"Sim, Imperial Senhor, quando esta Lamara declara nulo e insubsistente semelhante ato, é baseada na razão de ter sicU-êle praticado contra a letra da Lei rundamental do Estado, para cuja infraçãocoadjuvaram esses deputados, cuja maioria foi composta de suplentes, porque a)guns, de número, honestos e amantes dat-instituições do país, se escusaram de fazeiparte do ilegal e absurdo congresso, brr.conseqüência do que, logo mandou, o presidente conduzir para aquele terreno de-serto os arquivos da Secretaria Presidenciai, Tesouraria Provincial e pe850^*^pectivo, desprezando assim um paláciodos melhores do Império, onde esse ai-quivo estava, para sepultado em uma

SSXÀno N.« ? Dezembro — Í951 86

siniiola sem segurança, tendo igual des-tino os cofres provinciais que ali estãosem a menor garantia.

''Outro tanto pretende fazer com os co-fres da Tesouraria Geral e Correio, queoor fortuna ainda permanecem em umótimo edifício de grossas paredes de pe-dra e cal, livres do menor risco. Parece,imperial Senhor, incrível tanto desacatoà lei e às conveniências públicas! Mas*d estão os fatos, que mostram com evi-dência os nossos sofrimentos!

4<E' desta forma, Imperial Senhor, que.*e abusa das boas intenções que a nossorespeito nutre Vossa Majestade Imperial,•só*'por diferenças a alguém que, por terterras perdidas no Aracaju, quer apro-veitá-las!!! Lá, nessa praia, está o pessoaldas repartições sofrendo horríveis priva-ções, para não ser-lhe tirado o pão, eperseguido, como já a alguns se temfeito!! 1"Esta Câmara, Imperial Senhor, deplora* consternação dessas famílias desterra-das em uma praia inóspita, sem abrigo,só porque assim o quer e o manda umpresidente que, abusando da bondade eda missão que lhe confiou Vossa Majes-tade Imperial, pisa com alarde a umpovo manso e pacífico, e para isso con-seguir, despreza a Constituição dopérioü!"

A lei de mudança da __-capital de Sergipe foi, |^';-;rr.7 \"realmente, inconstitucio- |tial, pois o Artigo 5V do jUo Adicional diz o se-

«guinte: "A sua primeirareunião (de qualquer As-tembléia Provincial) far-se-á nas capitais das Pro-vínci.as, e as seguintes noséagares que forem desig-Mudos por atos legislativosprovinciais'*. . „ etc

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Lei nenhuma autorizarareunião de deputados nasareias das praias...;

0 historiador Dr. Fe-Hsberto Firmo de OliveiraFreire, no seu livro "His-tória de Sergipe", censurao governador Inácio Bar-*>osa por ter tirado a ca-pitai de uma cidade deterraS férteis e clima sau-davel para atirá-la em«olo arenoso, que em re-mentes períodos geológi-<'ps servira de leito dofio Cotinguiba, e que,de não poder ofe-r^fr base para grandes«cações, era doentio,excessivamente epidêmicol>_! ¦ grande quantidade de'manos ali existentes.

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Confiando nas providências do Impe-redor, mas confiando mais no santo desua devoção, o povo cantava os versinhos;

São Cristóvão passageiro,Santo de fazer milagre,Pelo amor dos sergipanos.Fazei voltar a cidade!

Mas a hegemonia não voltou.Dizem que a mudança da capital sedeveu a influências do Barão de Maruira,

e fazia parte de seus planos de represa-lias políticas, Pelo que a Câmara man-dou dizer ao Imperador, havia tambémum plano de valorização de terrenos,.,

Certo dia do mês de maio daquele mes-mo ano de 1855, triste notícia cortou deponta a ponta a cidade de São Cristóvão;:gente do governo acabava de chegar, com.ordens terminantes de levar "o resto!"

A população saiu toda para a rua è-assistiu, chorando, ao desfile dos carrosde boi, que passavam gemendo ao pês&dos últimos arquivos, que se mudavam de-finitivamente para a nova capital. Cen-tenas de vozes se elevavam em desespero,e muitos rogavam pragas ao governador.

Ura líder popular, João Bebe-Água, queadquirira este apelido porque só bebiaágua que passarinho não bebe, iniciou

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Contornos do Estado de Sergipe, vendo-se assinaladas «velha capitale a moderna, as anais distam dezenove quilômetros uma da outra

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uiíia( tentativa de revolta, juntando qua-trocentas pessoas na praça da matriz.

Mas relembrando o caso dè Alagoas, osniais sensatos aconselhavam calma aosimpulsivos. , -.-

A mágoa popular, muito proímula, co-meçou então a extravazar em versos sa-líricos, que o folclore sergipano conserva:

Quem fôr, para AracajuLeve terço pra rezar,Que .Aracaju é a terraOnde . as almas vão penar.

-.'.'*•

Nas.praias de AracajuTem caranguejo ç. tem lama,Tem febres, não tem peru,

acaeo sobe na rama.

o o r*sMvii\ijro 'iyc\>-

iri, •'., ., !

,,.¦' As ,águas de São Cristóvãov - Mais parecem de cristal;

-;,,: As águas de Aracaju ,Só parecem

"rosargal".

O governador. Inácio Joaquim Barbosamorreu sete meses depois da mudançada capital, vitima das . febres palustres.Acreditam alguns supersticiosos que issoteria ocorrido em conseqüência das pra-

-gas, que lhe rogaram na passagem dosarquivos pelas ruas da velha capital,

0 tempo se encarregaria de fazer-lhejustiça. Quem conhece Aracaju é de opi-nião° que êle merece ser perdoado portíír sancionado, debaixo de um cajueiroe contra o Artigo 59 do Ato Adicional, alei que abre esta reportagem. Moderna,de lindas ruas e praias maravilhosas, Ara-caju é bem o símbolo da fôrça-de-vontadedo seu povo indomável. Quando um aviãosobrevoa a capital do Estado, que é o me-norzinho da Federação apenas no tama-nho "material, um filho da terra apontaa paisagem magnífica e, parodiando odito holandês, repete cheio de orgulho:

i^nDeus fêz o mundo e o sergipano fêz Ara-pm.

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•Su ..

W verdade, mas. . .Acabamos de ler o seguinte nos jornais

semana: os representantes de Ser-gipe conseguiram mobilizar as simpatiasliò Plenário, em favor de um emenda doSenado, que elevou de um e meio milhãoIpara cinco milhões de cruzeiros a verbadestinada ao aeroporto de Aracaju. Istoporque aquela capital está praticamentesem porto, em virtude da obstrução pro-gressiva da barra de acesso.

Diante de notícia tão expressiva, é opor-tuno relembrar o temor das areias, hátantos anos revelado pelo sábio historia-dor Felisberto Firmo. Parece que o soloonde se encontra Aracaju já serviu mesmode leito para o rio Cotinguiba, que hojedesaba ali perto. Atualmente, as areiasestão tomando posição, fazendo reivin-dicações...

São Cristóvão é a irmã mais velha, quenão guarda rancores da mais nova' porser mais rica e mais bonita. Vive da rú.cordação dos tempos áureos, a velha cupitai, e é hoje uma das meninas dos olhosdo Serviço de Patrimônio Histórico e Ar-tístico Nacional, o qual não consente quelhe mutilem as belas construções \|0tempo colonial.

Q recenseamento de 1950 encontrouneste município, a população de 17,52(jhabitantes, para uma área de 419 quilo-metros quadrados. Densidade demográ-fica: 41 habitantes por quilômetro qua-drado. Muito boa.

BEZERRO COM DUAS MÃES

Recentemente contamos o fato de um bezerro,nascido no Winsconsin, Estados Unidos, nove me-ses depois de morta a sua verdadeira mãe.

Ei-lo, satisfeito, mamando em sua segunda mãe.O óvulo, fertilizado, que daria esse bezerro, foi re-tirado de sua verdadeira mãe. . . e transferido paraoutra vaca. Breve essa operação será coisa banal evacas das melhores raças poderão ter muito maiscrias anualmente, pelo processo de transferênciados óvulos, fecundados por touros também de raça*para outras vacas, de qualquer raça, que produ-zirão os mesmos bezerros de alta qualidade.

Nos Estados Umdos existem olectrormãs verda-deiramente colosais, capazes de levantar até 50 to-neladas de ferro. São empregados para o embar-que de sucata nos cais e gares.

SIMPLES "MÉDIAS"

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Quando as flores enchem os jardins e os prados,uma abelha operária pode produzir, em média,uma colherinha como as de chá. de mel, nas seissemanas de sua afanosa vida.

Num ano normal, 1,5 por cento das pessoas commais de cinqüenta anos, casam-se, nos EB. UU.

A capacidade média de todas as refinarias de pe-tróleo nos Estados Unidos é do. aproximadanxutn.5.000.000 de barris diários.

Num ano norma] os Estados Unidos produzem me-tade de todo o milho colhido no mundo.

xüm média, em um ano, morrem acidentalmente800 caçadores, nos Estados Unidos, enquanto cercade 3.000 sofrem ferimentos mais ou menos graves.

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A banana, produto dos trópicos, cheg;a ao seu destino embarcos da «Great White Fleet»

riu BANANEIRAS EDI FICAMUM..V A STO..IMPÉRIO

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UANDO Paulinho, ura níquel na inão,pede ao seu. vendeiro uma banana, su-

ponhamos, em Nova York, ao aproximar deseus lábios o delicado e dourado fruto, está es-crevendo, sem suspeitar, a culminância de umahistória, metade epopéia, metade odisséia, tecidacom a trama e a urdidura de projetos e traba-lhos nos quais intervieram uma compacta e vas-tíssima rede de maquinaria, de trens, de navios,de animais e de armazéns, contribuindo, em es-cala sincronizada, para proporcionar a Pau li-nho tão delicioso bocado.

Mas antes de escrever, embora sumariamente,as diversas atividades que precederam ao des-frute, nos climas frios, de tão saboroso produtotropical, convém acentuar que a palavra "cèn-tavo" a empregamos em sentido figurado. Narealidade, é tão grande a escassez de bananasern muitas regiões dos Estados Unidos, e tãoelevado o custo de cultivá-las, colhê7las e em-barcá-las • que, uma vez chegadas ao seu destino.*ào revendidas não por dúzia mas por libra, adoze ou mais centavos a libra e até a quatro ouseis centavos por nm só fruto!

Mimo um só hectare de uma boa plantação'Ie banana pode muito bem produzir até 20.000quilos de fruta (compare-se com um rendimento

nm hectare de plantação dé milho, que vemdea ser Je uns 3.000 quilos) a soma relativamentealta que paga hoje o consumidor, por- quilo dvbanana, basta para pôr em movimento a grandecadeia que, começando no trópico, com o la-wador, acaba na zona de ei ima moderado, com0 consumidor.

ljok o ponto-de-vista comercial; sâo as bananastartura única, porquanto nma só variedade

na quase que exclusivamente o comércio.

^ahurria outra pode competir eom a (iros Mi-' u* < quanto à boa qualidade, produção, sabor,

qualidade para agüentar os riscos de em-Cada bananeira alcança de cinco a nove

^6t,ros cle altura e produz de 400 a 800, ou mais.de fruta, por hectare, anualmente.

ríl^il produz mais de 50.000.000 de cachos

por ano; o México mais de 25.o00.000; vem einseguida Honduras eom, aproximadamente, ..,",16.000.000, um pouco mais que a Jamaica. Se-gem-se Colômbia, Panamá, , Guatemala, Cuba eCosta Rica, países nos quais a colheita alcançade .. 000.000 a 9.000. QÔQ de cachos, anualmente..,

Na eulade hondurenha de La Lima, próximoa San Pedro Su.la.te.m sua sede; a maior em-presa agrícola de dòda a América,• .organizaçãocujo fim principal é cultivar, embarcar e' pro-cçder à venda pbr atacado, de bananas. De humilde inicio, há uns 50 anos, com escritórios emBoston, Estado de Massaehusetts, ?*a United FruitCompany leva a cabo, hoje, uma assombrosa va-riedade de atividades cujo exercício primordialgira em torno da eultivação de banana, açúcar,cacau e fibras, sem descuidar, no entanto, do.constante bem-estar de seus milhares e milharesde empregados. E come» parte integrante de sensprojetos para o futuro, encontra-se a experimentação contínua de diversos cultivos eom o fimde desenvolver novas e mais amplas bases quese possam traduzir em incessante nrosperidrule

SUA FUNÇÃO NA ZONA TóMlDA v

Dentre» de sua seção tropical a companhia

possui e beneficia 188.500 hectares de lei]renoem Honduras, Guatemala, Costa Rica, Panamá;,Nicarágua, Colômbia é Cuba, bem eomo na Ja*

maiea e na Republica Dominicana, tudo sob a

direção do geren tc-geral W. E. Turnbuli, qm;conta eom dois áeroplanos Beéchcraft e quatrfaviadores para facilitar a inspeção constante |pessoal deste vastíssimo império. Assim que corre

a notícia de que um vapor se aproxima pnracarregar a fruta, os grupos de colhedores se apres?

sam em cortar cachos de madure/a conveniente

r a transportá-los em burricos ou mulas aoj

Ianques junto à estrada de ferro, nos quais re-

cebem um banho de uma solução de ácido nau-

riático para retirar-lhes as manchas causada*

pelo resíduo do caído bordalés, que foi usai©

para combater a sigatoka, enfermidade da fô%.

qne prevalece em muitas terras de bananais»

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88S3TJ SEI TUDO

Uma vez lavados em água clara, são os cachos

colocados em vagões de estrada de ferro em

cinco camadas sobrepostas, mas com seções semi-

cilíndricas de tronco, para que a fruta nao se

danifique no seu trajeto ao litoral. Umas má-

cminas de carga, de cadeia sem fim, transpor-

tam os cachos dos vagões ao navio, onde, com

o maior cuidado e esmero, são transportados a

mão aos porões, nos quais a temperatura e a

umidade podem ser reguladas com exatidão, de

forma que, ao chegar aos mercados, a fruta se

/ encontre em ótimo estado. #Mas, antes de ser a fruta colhida, é necessária

uma grande concatenação de operações. Deve

o terreno ser limpo, fazer-se sistemas de irri-

gações e de esgoto, utilizando maquinaria de

virar terra e de bombear água, fazer a plan-tação, colocar encanamento para aspersões, cons-

truir caminhos, vias férreas, pontes e embarca-

iouros. E, além disso, deve-se contar com habb•tações, escolas, vendas, hospitais e igrejas, quetomarão a si o encargo de suprirem as necessi-

dades dos empregados e suas famílias, pois eles-,

com seus braços e o suor de sua fronte são

elementos indispensáveis da cadeia que põe em

movimento o legítimo desejo do nosso Pauli-nho.

O litoral setentrional hondurenho, graças à Na-tureza, acha-se dotado de uma porção do melhorterreno do mundo para o cultivo de bananas.lias, desde o inicio a United Fruit achou queo rio Ulúa, em suas etapas de desenfreadas en-Chéntes, prejudicava grandemente, os bananais.Após muitos anos de experiências, os engenheirosda companhia encontraram a maneira de con-verter tais desenfreadas torrentes, de prejudiciais-em proveitosas. Hoje, mediante planos bem cal-CUlados, conseguem dominar as enchentes des-Fiando do leito do rio às águas geradoras de

36.9 Ano -¦-¦¦ N.o 7 — Dezembro —¦ 19Bi

limo, e fazendo-as correr de um lado para eulr*por várias regiões, a velocidades tão lentas q\y.sua carga, rica de limo, vem a ser dessa fonmdevolvida aos pântanos e campos.

A um custo de $250,00 por hectare calcula-^

que é possível atesourar-se um depósito de limode 45 ems. no fim de cinco anos, do que podeuresultar campos virgens de um valor, conservativamente, de $7.500.00 por hectare. Nos primeiro-doze anos, fertilizaram-se dessa forma, com dt

pósitos de limo de Ulúa, de 15 ems. a 3 mtsde espessura, dois mil hectares. Até ao preseni*foram já reabilitados mais de seis mil hectare-à custa de um trabalho prodigioso de drenagemmovimento de terra, construção de diques e abertura de uns cento e vinte quilômetros de cana!*de descarga. Segundo cálculos, mediante processo-semelhantes de sedimentação, podem-se converte-em campo fértil, com o tempo, trinta a quarenl»mil hectares de lugares pantanosos inúteis.

Esta enorme tarefa de desviar a corrente fli*.vial oferece outro aspecto de grande promessafutura, visto que a temível enfermidade chamada "do Panamá" forçou o abandono de grasdes extensões de bananais.

A doença do Panamá (Fusarium cubense) Ua "maldição" dos primitivos plantadores de banana. Quando umas quantas plantas se tornavanamarelas e morriam, os cachos das exuberante-

plantas vizinhas raras vezes chegavam a am*durecer, porquanto pereciam, eles também, prematuramente. Uma vez infectadas algumas da?

plantas, as esporas se disseminavam ràpidamentr

pela terra. Em poucos anos, os proprietário*desses bananais viram-se obrigados a abandoná-los e a procurar terrenos virgens, não ídfectados. Isso implicava na mudança não apena-das vias férreas, instalações portuárais, casas f

1 -•1 -

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Depois de uma concatenação na qnal entram em jogotm pródiga zona tórrida, o esforço tenaz do trabalha-dor, a dedicação infatigável do técnico e a nobre cons-Ciência humanitária de uma organização ingente, estedelicioso fruto regalará o paladar de povos distantes.

Sem as devidas pulverizações abanana não teria essa sã e lindalouçania que a distingue em te-dos os mercados consumidores

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tô * Ano N.o 7 Dezembro - 1951 «?,»>

EU SUI TUDO

;?

1&WM& A canalização das águas de rega torna-se indispensa-vel à adequada regularem do desenvolvimento destas

árvores e ao saneamento dos bananais.

mmW^^MmV^--"dÊÊÈmmW&:- 'Emgm 1Para se retirar do fruto os resíduos4o caldo bordalês aue se lhes apli-eon contra a Sigatoka, são eles, en-tão, banhados numa solução de

ácido muriáticoo

vendas, mas também dos trabalhadores e suasfamílias.

0 bananal foi aceito como um cultivo móvel,ootivo pelo qual as instalações das plantações

(«ram também de caráter o mais móvel e provi-sório possível. Tornou-se, assim, mais difícilencontrar-se terrenos fértei«s para plantações efoi preciso contar com instalações dispendiosaspara irrigação e pulverização, com o fim de com-bater a Sigatoka e obter boas plantações. Tudoisso aumentou os investimentos de capital porparte das empresas plantadoras e o custo de seutransporte para novos lugares. Não existirá, poracaso, um tratamento capaz de matar as esporasia enfermidade do Panamá e de reabilitar otçrreno para novas plantações após alguns anos?

NOVOS PROGRESSOS

Os bananais hondurenhos, de La Lima a Tela,representam práticas adiantadas quanto à pro-iução desse fruto. À temível enfermidade Si-gatoka foi posto um freio eficaz mediante umeonsciencioso plano de pulverização com caldobordalês, o qual é aplicado à razão de 300 libraspor polegada quadrada, por um sistema de en-canamento disposto de tal maneira que, gruposic trabalhadores providos de mangueiras e bo-inilhas aspersoras, possam alcançar todas asPlantas. Os operários pulverizadores podem serfacilmente distingüidos pelas manchas de côrazul que se formam em seus chapéus, devidas aosulfato de cobre da substância desinfetante. En-laiou-se, também, a pulverização por aeroplanos.

Mediante outro sistema de encanamento perma-«ente é a água fornecida para as irrigações porUmas hoquilhas que vão girando no alto dastorres-depósitos3 espaçadas de maneira que cada

uma possa regar uma área de 90 metros, endiâmetro.

Bombas Whorthington acionadas por motoresDiesel proporcionam água à razão de dois millitros por minuto a cada torre que esteja funcionando.

A seção hondurenha deste império de bananeiras, sob a direção de Mr. J. F. Aycock, beneficia 166.105 hectares de terra e conta com 560

quilômetros de via férrea estreita e com umemédia de vinte-e-dois mil empregados. Como osterrenos de bananeiras requerem um trabalho dtrestôlho, fertilizantes, irrigação, pulverização (colheita, o número de trabalhadores varia poucodurante o ano, salvo nas épocas de construçãoespecial de via férrea, caminhos e canais,

TRABALHO SOCIALA companhia segue um programa de grande

liberal idade no que se refere ao bem-estar df

seus empregados, proporcionando-lhes, gratuita-mente, escolas, igrejas e meio de recreação, como

clubes, piscinas de natação, cinemas, bem como

hospitalizacão e análises periódicas de sangue,

para combater o impaludismo. Quatro caminhões

puxados a tratores levam muitos dos seus no*

vecentos alunos às escolas da companhia, esco

Ias cuja manutenção atinge a um custo anual

de $59,000.00. Um armazém de propriedade da

companhia fornece em cada povoação, ao preço

de custo, quantos comestíveis possam os empre-

gados necessitar.Em La Lima mesmo, o Clube de Sala possui

e dirige um hipódromo no qual se realizam cor-

ridas freqüentemente. Estimulam-se os empregado*,

para que se tornem proprietários das residen-

cias nas quais se acham incluídos oito hectares

de lerra, uma vivenda, suínos e sementes, tudo

por um preço exíguo ou quase nulo. O horário

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EU SEI TUDO 90 35. <> Ano — N'i-0 7 -— Dezembro 19f. •í"y-

normal de trabalho é de oito horas e a escalade salários é o dobro ou mais que a que possaexistir nas comunidades vizinhas. Conseqüente-mente, suas relações com os trabalhadores sãoexcelentes, havendo grande procura de serviçce sendo muitos os empregados cujos salários sãode índole, vitalícia.

Com um capital de mais de «$700,000.00 atêa presente data, a United Fruit Company em-preendeu um plano docente realmente extraordi-nário, em Zamarano, a uns trinta quilômetros deTegucigalpa, onde o renomado e altamente bemquisto Dr. Wilson Popenoe tem cerca dc 160alunos procedentes de vários países íbero-ameri-canos. Todos os anos graduam-se aproximada-mente 60 estudantes, depois de terem recebidotrês anos de estudos e práticas agrícolas, tudo

•inteiramente às expensas da Companhia. E' uniexemplo destacado de ajuda construtiva e práticaencaminhada no sentido de fomentar o bem-estardos países dos quais tira seus lucros a referidacompanhia.

DIVERSOS MI.lnS DE LUCROConvencida, também, do preceito de que a di-

.versidade de cultivos resulta em maior estabili-dade e, tendo aprendido por experiência própriaque os terrenos podem tornar-se inúteis ao cul-tivo da banana pelas doenças das plantas e poroutros motivos, a United Fruit Company es for-ça-se constantemente por introduzir outras fon-tes dc lucro. Xas comarcas hondurenhas de UnLima, San Alejo e Lancetilla. estão sendo le-vadas a cabo plantações experimentais com <>fim de estabelecerem novos cultivos capazes tlemelhorar a economia dessas regiões. Em anosanteriores, todo o esforço para estabelecer plan-tações lucrativas de coco fracassou. Atualmentevão tomando incremento' as extensas plantaçõese experiências feitas com palmeiras africanasoleaginosas e uma Extratora Anderson beneficia,já, em La Lima, óleo de palmeira em quantidadescomerciais. Já funcionam duas fábricas, nas quaisse estão ensaiando as possibilidades comercia ifede lucro derivado da erva cidréira < (iymbopoyannarduas), do capim limão (C. ciiralus) e d"outras plantas produtoras de óleos essenciais.A plantação de árvores de king oleaginosas(Aleurites tribola e A. trisperma) de amendoim.rami, timo, kudzu, mandioca e feijões, vão sen-do incentivadas. Estão sendo experimentadas as

ervilhacas e outros cultivos melhoradores cl,,terra, entre eles, pastos. Um viveiro extenscuida da criação de árvores madeireiras, espreialmente de acaju antilhano. A manga, o n...mão, o abacate e outras frutas vão sendo cuitivadas para distribuição gratuita.

Em Lancetilla existe um extenso c cxcelerit.viveiro de árvores iniciado há 20 anos pelo I),Popenoe, hoje sob a direção do Dr. y, (Dunlap e de Mr. J. C. Permar, no (piai se le.a cabo um grande, trabalho de pesquisa sôbr.cultivo e árvores.

Esta sucinta descrição do trabalho - que um..companhia está realizando com o objetivo <j,fomentar os recursos e a produtividade de muito--*terrenos não seria completa se não mencionassem os outras.

Em Guatemala, Honduras e Panamá, a United'Fruit vem, desde o começo da guerra, mantendgrátis, para o Governo dos Estados Unidos, qUatigrandes (instalações construídas pelo mesmo Governo para limpar e abastecer fibra de abac..tão necessária para a manufatura ile cordoalh,.e cabos para navios. Com uma grande eompanhi..produtora de alimentos, a United Fruit colaboi;;em vários e novos experimentos radicais visam!o melhoramento e a aceleração do beneficiamentdo café e do cacau..

Para completar a cadeia que integra todo èsitrabalho monumental de fomento c produção

derivados das riquezas naturais da terra, a cóiiipanhia possui e dirige uma numerosa frota i\<excelentes navios, muitos deles da mais moderria construção. Desses vapores, 37 se destina;1.ào transporte de bananas, cada um provido ci'equipamento refrigerador para manter a frutoem ótimas condições durante as travessias, euquanto 12 outros barcos se dedicam a transportar açúcar. Seis embarcações gêmeas podei•transportar 99 passageiros cada uma, e mais tf-zoito barcos para mercadorias, completamente refrigerados, podendo levar cada um deles, tanbem, 12 passageiros, principalmente entre bsportos dos Estados Unidos e da América Cenirai. A United Fruit Company, com suas muitiplas e diferentes atividades, sua organização oextensíssimas ramificações, suas infindáveis teiras, sua maquinaria, seus navios e equipamenlde toda classe é, sob todos os aspectos, uma eupresa notável e única.

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considerainvós os tiovos métodos de 'presen *•ção e transporte de frutase legumes, que ràpiâlimente se aperfeiçoam, é é>:se esperar que, dentro enbreve, os Pauíinhos d imundo inteiro possam teia mai oi* fartura desses ricos e saborosos frutos.

— Arranjei, hoje, outra briga para voo<\ Papai!

NOTA: As fotos (jVieilustram êste artigo foramobtidas por cortesia dUnited Fruit Company cde Charles PerrV Wein.r;

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An0- .__. jnj/j 7 —1 Dezembro 1951 91 EU SEI TUDO

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ESCRITÓRIO e LOJARUA CAROLINA MEYER, 24 (Meyer)

Fones: 29-3734 — 49-3582Escrit. — 49-1221

*

FILIAL (Edifício próprio)AV. SUBURBANA, 5.743-A

END. TELEGRÁFICO «ROSAYRES.

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H3U SEI TUDO92 35.* Ano — N.» 7 — Dezembro — 195»

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NOS DOMÍNIOS DR GRAMÁTICA"NSo se trata de engendrar oradores ou ho-

mens d° feiras de qualquer ouíra espécie: trata-Tède mostrar os caminhos aos que desejam me-Eo^r o uso que fazem da palavrai taladaouescrita. Melhorar é dado a todos que tennamverdadeiro amor à língua.

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MIUDEZAS LEXICOLÓGICAS E SINTÁTICAS

À linguagem cotidiana apresenta erros e duvi-

-ias cujo afastamento é dever dos que prezam a

língua vernácula. Falar e escrever corretamente,-aperfeiçoar a expressão, para que esta traduza

com fidelidade o que pensa e o que sente, e dever-omezinho de quem não sò cultua a Pátria, em suas

diversas manifestações, mas também se preza a si

próprio, e, per isso, busca aperfeiçoar uma das prin-

cipais formas de exteriorização do espirito.

Há miudezas lexicológicas e sintáticas, desde o

feio e, hoje, inevitável cadê (corruptela de que e de-até o não menos ridículo pego (em vez de pegado)H o comprometedor devido a (em vez de por causa

4e) as auais merecem a atenção das pessoas ca-

prichosas. Mesmo sem curso de especialização, mas

através de alguma leitura e de pequenos estudos,-é possível dar lustre à linguagem usual.

Comum é omitir a preposição antes do pronome-relativo. Diz-se, com grave erro: o lugar que as-

oiro. O verbo aspirar, no sentido de ambicionar,desejar, é transitivo indireto. Diga-se, pois: o lugar

• a que aspiro. Pode omitir-se a preposição antes da-onjunção integrante (assíndeto — preciso (de) quevenhas), mas, antes do relativo, não, porque a pre-aesição lhe dá função sintática.

Substitua-se o haja visto por haja vista ou hajam-vista: haja vista o progresso, hajam vista os acon-vecimentos.

Peçam-se ovos estrelados, não ovos estalados.

Há descrição e discrição. Descrição é composi-;ão, seqüência de aspectos; discrição é forma deprocedimento, reserva.

Diga-se: está na hora de o trem partir. A prepo-íição de rege, no caso, o verbo partir, e não o

-irem, que é sujeito e não deve ser preposicionado.Também: a salvação consiste em o homem dizera verdade (não no homem dizer),

Carnegão, não; carnicão é que é; também cogote,v>m vez de cangote.

Substitua-se ao par disso por a par disso; a lo-cução prepositiva é a par de; ao par é locução ad-íetiva: cambio ao par.

Estada é permanência, ato de estar; estadia é apermanência de navio no porto, para carga e des-

• carga. Diga, pois: durante a minha estada em SãoLourenço.

Preciso falar consigo. Errado. Corrija-se: precisoialar com você, ou com o senhor. Os pronomes si,

--consigo são reflexivos da terceira pessoa, aplica-

veis, por extensão, ao tratamento você, o senhos,V. Excia., etc. As variações si e consigo devem seiempreaadas em relação ao sujeito que admite cverbo na terceira pessoa, e respectivas variações

g possessivos: êle levava consigo^ um livro; êlecomprou um chapéu para si (para êle); você tinheconsigo um objeto; meta-se consigo.

Incidente é o que ocorre de maneira imprevisto

é briga, discussão; acidente é queda, atropela

mento, desastre.Tráfego é o movimento de veículos; trafico e c

comércio de pessoas.Faça a lista das roupas; compre roupa listrada

Lista é relação> rol, enumeração; listra são traços

linhas paralelas.Barriguilha, não; diga-se braguilha, que nqg s*

deriva, como parece, de barriga. \

O presente do indicativo do verbo vir e vimos;

nós vimos cumprimentá-lo. Nós viemos e preterito perfeito. ,

Fusível ó o que se coloca no quadro do relogic

da eletricidade; é o que funde, como o chumbe

Não confundir com fuzil arma de foge.

Pasmo é substantivo, como admiração. Não s*

diz estou admiração, mas estou admirado? assin.

também estou pasmado, e não estou pasmo.

Escreva-se ânsia, ansiedade, ansioso, com 5:

também espontáneo,estranho, estrangeiro.

Incipiente, com céo que começa, o que inicia,

insipiente, com s. é o que não sabe. Existem ais

nos incipientes e alunos insipientes.

Vultoso é o de vulto (quantia vultosa); vultuoso é

inchado, intumescido (nariz vultuoso).

O criminoso pode ser preso em flagrante. Fro

grante é aromatico, perfumado, cheiroso.üiga-se: para eu ler; o pronome eu é sujeito de

ler, porque a variação pronominal não pode fun

cionar como sujeito.

CORRESPONDÊNCIA

G. T. (Rio) — Concordo com o leitor. A gthrnática precisa ser revista, atualizada e... simplificada. E' necessário, sobretudo, uniformidade ns

terminologia, a fim de que os livros de portuguêsfrancês, inglês, latim e espanhol, línguas estudadas no curso secundário, guardem a convenientedisciplina. O que aí existe acarreta confusão e

desânimo. ^A iniciativa pode ser do Ministério da Educação

que nomearia quatro ou cinco técnicos para a ela-boração de sistema a ser recomendado aos autorese professores. Que se não fizesse uma gramática.mas que se estabelecesse um sistema de análise,com unidade de terminologia, seria uma graisxUpasso,

JOSÉ RICARDO NETO

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Jfi, V Ano - -N.v í Dezembro —- 1951 93 EU SEI TUDO

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í'i¦mjttlm REDAÇÃO: MARANGUAPE, 15 - RIO

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EU. SEI TUDO.... „• ''PiXítTr^i^A7 — Dezembro,— 1951

OLHA NDO O MUNDO HÁ SESSENTA D I AS

MENTOde EU SE T UDOOS FATOS OCORRIDOS EM OUTUBRO DE 1951

- SEGUNDA-FEIRA: A radioemissora dasNações Unidas no Extremo-Oriente adverte aos

, oinunistas de que deverão escolher entre um ar-liislicio honroso na Coréia ou os horrores e os re-

vcses militares de mais um terrível inverno, -y\ Inglaterra cede ante o "ultimatum" do. Irã,no sentido de que retirasse os 300 técnicos da re-fiüaria da Anglo-Iranian Oil Co., em Abadan,no momento em que o Conselho de Segurança daípN.U. m<% reúne para tomar conhecimento dasiipercarregada disputa petroleira. — O Primeiro-Ministro Clement Attlee declara que a política

Qpêlo nasy?i pernas, bra-ços e axilascomprometem asua presença narua, nas praiase nas reuniõeselegantes. Pa-ra eliminar ospêlos super-fluos não usenavalha: useRACÉ, o mara-vilhoso e eficazdepilatório empó perfumado.Elimina com in-crível rapidezos pêlos incô-modos.

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NOME

HUA

CIDADE

ESTADOE.S.T. — R — 12

externa britânica se baseia no direito interna-cional e condena os conservadores que, segundoêle, falam da política "forte" do passado. — OPrimeiro-Ministro russo, Josef Stalin, está-sepreparando para solicitai' nova reunião dos"quatro grandes", num esforço supremo para de-ter o rearmamento ocidental e pôr fim à guerrana Coréia. — O Presidente Juan Peróri acusa óex-Embaixador dos Estados Unidos na Argentina,Sr. Spruille Braden, como inspirador da abortadarevolta de 28 de setembro.

2 —TERÇA-FEIRA::—- Jornais londrinos ata-cam o senador norte-americano, que aconselhouo uso da bomba atômica na Coréia, afirmandoque "não devemos atrapalhar as negociações queestão próximas de êxito". — Tanques norte-americanos penetram no setor comunista maisimportante da resistência adversária, ocupandoposições de grande importância estratégica.Churchill ataca violentamente a atitude do go-verno trabalhista, dizendo ser urgente "retirar

homens tão calamitosos do poder". — Tiroteioentre tropas inglesas e policiais egípcios, sendomortos quatro policiais. — A imprensa de Was-hington diz que "o ditador argentino está batendonuma tecla já desafinada, ao voltar a acusar osEst-ados Unidos de interferência èm sua políticainterna". — O Presidente Trunian ordena aosdoqueiros da costa oriental que "retomem o tra-balho imediatamente, no interesse da defesa na-cional". — Acrescentou que a greve nos portosde Nova York e Boston "tinha praticamente pa-ralizado todos os movimentos de material e equi-

pamento dos quais a defesa nacional tinha ne-cessidade vital". —- Os estivadores, todavia, nãoaceitam o pedido.

3 - QUARTA-FEIRA: — O governo Traba-lhista inglês parece não ter muita confiança nosresultados das próximas eleições gerais. Pelomenos é o que opinam alguns jornais de Lon-dres. — O Presidente Truman declara que é

perigoso acreditar nas boas intenções russas,

quando sonda a possibilidade de uma novareunião dos Quatro Grandes. Revela-se que aSra. Eva Perón está gravemente enferma, neces-sitando de absoluto repouso, a fim de podersofrer uma perigosa intervenção cirúrgica.Novas prisões de agitadores comunistas em di-versas cidades argentinas, havendo grande mo-vimento de tropas de reforços nos pontos estra-tégicos da capital. — Arrasador "raid1' de super-fortalezas voadoras contra os entroncamentos fer-roviàrios dos comunistas na Coréia. — Revela-se(jue o Egito denunciará oficialmente o seu tratadocom a Inglaterra.

4 QUARTA-FEIRA: — Alto funcionário do go-verno iraniano declara que o Irã abandonará a

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(Bj^^Batatawt^wi^ogwwyy-*

eu SEI TUDO

cessão do Conselho de Segurança, em Nova York,

se esse organismo dns Nações Unidas se julgar

competente para discutir a queixa da Grã-Bre-

tanha contra a nacionalização do petróleo.O General Ridgway, Supremo Comandante aliado,

repele nova oferta dos comunistas para reinicio

das conversações de armistício em Kaesong. -

A comunicação da Casa Branca de que a Rússia

fêz explodir outra bomba atômica dá origem a

artigos na imprensa de Washington, dizendo que

armas atômicas podem vir a ser empregadas na

Coréia, se recomeçarem as operações em grande

«scala — O Conselho Supremo das Forças Ar~

madas argentinas condena o General Bcnjamin

Menendez, líder da fracassada rebelião, a la anos

4e prisão. — O Presidente Truman, afirmando

«ue -noventa e cinco por cento de nossas infor-

mações secretas" foram reveladas em jornais e

revistas, apela para os proprietários de jornais> de estações de rádio no sentido de que rete-

nham a divulgação de informações militares se

iretas, qualquer que tenha sido sua fonte.

96 ;i5.v Ano — N.o 7 — Dezembro 1951

FOGÕES E FOGAREIROSgás de óleo cru ou querosene

i

A venda nas boas casas do ramoINDÚSTRIAS "REI*RUA DAS MARRECAS, n.° 5

IRO ELÉTio

*i»rf»4'jraa"=wi»ír- r*

õ — SEXTA-FEIRA: — O líder socialista KurtSchemacher, prega a rejeição da proposta aliadaem devolver à Alemanha a sua soberania em trqc?>de sua participação ativa no plano defensivo di^Europa Ocidental. — Ainda em manobras a^forças norte-americanas na Alemanha. — A im

prensa londrina responsabiliza os Estados Unido*

pelo fracasso da Inglaterra na disputa com c»Irã. O gabinete britânico esteve reunido pan-.examinar a situação. — Um dirigente iraniamdeclara que qualquer que seja a atitude do Conselho de Segurança, o Irã dentro em breve reiniciará a exportação de petróleo. — O PrimeisMinistro De Gasperi faz perante o Parlamentuma exposição sobre a sua recente viagem ae>Estados Unidos, detendo-se principalmente b*

questão de Trieste. -— Naufraga o cargueinnorte-americano "Southern Isles", perecendo aproximadamente 20 pessoas. — Inaugura-se em Lim>a Convenção Rodoviária Norte-Americana.

6 — SÁBADO; — O Sr. Stalin, em entrevisU

ao "Pravda", confirma que foi feita recentementeuma experiência com um tipo de bomba atômichna Rússia. Disse o "Premier" soviético que sèx«

país não tem qualquer intento agressivo. As dtclarações do Sr. Stalin provocam grande repeí

cussão entre as nações aliadas. — O caso angioiraniano é explorado pelos conservadores na caro

panha eleitoral em curso na Inglaterra. — 0Sr, Éden critica a decisão do governo trabalhistaem retirar os técnicos britânicos de Abadan. -

Parte para Nova York, onde assistirá à reunia*

do Conselho de Segurança, o Primeiro MinistraMossadegh. — Noticia-se que importantes pos!ções-chaves foram conquistadas pelas forças da*Nações Unidas, em sua campanha na Coréia. -

Unidades navais aliadas canhoneam redutos vitais do inimigo. — Diversos congressistas norte

americanos exortam o Presidente Truman a autorizar o emprego da bomba atômica. — AssassInado de emboscada, na Malaia, o alto comissêrio britânico Sir Henry Guerney. — Instaiadhoje, no Vaticano, o Congresso Mundial do Apo*tolado Secular.

7 __ DOMINGO: — O Primeiro Ministro Nahi*-Pachá apresenta ao Congresso um decreto de denúncia do Tratado anglo-egípcio e um outro doclarando o Rei Farouk, Rei do Egito e do Sudão— Londres declara que a denúncia não terá validade por ser unilateral e que os sudaneses deverão decidir de seu próprio destino. — Noti-ciado que um avião norte-americano foi alvejad*

por uma belonave que arvorava bandeira vermelha, ao largo da costa chinesa. — Nas elei

ções cantonais, realizadas na França, o PartidComunista local sofreu fragorosa derrota.

¦^PKv° >i.< *;&-> w/ ¦KeSSsSS&rSsSSS!

_ j^.v 7 — Dezembro — 1951"j^ CNW^^^^HyJftcniíiJMWMIWMHWWB ÍI«teu*!fci^i«-«»'"^'»2*«^^7!,-llV ***'**

<6,v AiiO

g — SEGUNDA-FEIBA: — 0 General Ridgwa?'ta a proposta do comando sino-coreano apon-

tando a cidade de Pan Mun Jon, a 8 quilômetross Kaesong, para local das conversações dc ar-'¦.-.

ficio. As operações militares prosseguemfavoravelmente aos aliados, que conquistam novas

posições estratégicas. — Pedidas explicações à

Força Aérea norte-americana acerca da divulga»

rao de informações que deveriam ser mantidas

decretas, sôbre o projétil dirigido denominado^Matador". — O Primeiro Ministro Mossadegh>hega a Nova York, onde pede o apoio dos norte-

americanos na pendência, dizendo que há 50

mos seu país é explorado por uma Companhia"cruel e imperialista".

9 — TERÇA-FEIRA: — A Inglaterra reage enèr-

ocamente à atitude do governo do Cairo denun-

ciando o tratado anglo-egipcio e declara que a

Inglaterra não reconhecerá o ato e manterá todos

)S seus direitos. — No Cairo realizam-se ruidosas

oianif estações antibritânicas. — A Liga Árabe

apoia o governo egípcio. — Os comunistas pe-iem o envio de oficiais aliados a uma nova en

trevista, a fim de que recebam uma mensagem

io comando sino-coreano dirigida ao General

aidgway — O avanço aliado é contido em alguns

oontos da frente de batalha. — Inaugurados os

trabalhos da 7* Assembléia da Sociedade Inter-

Vmericana de Imprensa. — Todos os delegados

ios jornais peronistas se retiram da Conferên-

da, alegando violação dos princípios democra-

ticos e estatutários. — Também 14 jornalistasbrasileiros dexam de participar da Conferênciaie Montevidéu. — O líder comunista Palmiro

íogliatti critica a política externa do governoitaliano, atacando principalmente ao programaie rcarmamento. — Jornais gregos exortam o

governo de Atenas a apresentar reivindicações*ôbre cs ilhas de Chipre.

ÍO QUARTA-FEIRA: — O Ministro do Exterior

ío Egito diz que "os egípcios estão inteiramentelentro de seus direitos, ao se esforçar poidfastar os britânicos da zona do Canal de Suez".— Dean Acheson, Secretário de Estado Americano,condena a proposta egípcia para a anulação doTratado Anglo-Egípcio de 1936. — A liberdadeie imprensa sofre sérios e trágicos reveses du-rante os últimos doze meses, na América — diz.m resumo, Jules Dubois, do "Chicago Tribune",

ao ier, perante a Assembléia da Associação Inter-Americana de Imprensa, o relatório da ComissãoIe Liberdade de Imprensa da Associação. — OGeneral Ornar Bradley faz uma advertência contra o uso da bomba atômica na Coréia, por en-

quanto, uma vez que êle considera que estão me-iborando as perspectivas de uma trégua coreana.

97 ÜJÜ tíEI TUDu

cOMO VOCÊ RESOLVERIA ISTO?(Resposta da página 41)

O professor cortou uma tira com cerca de um cen-límetro, da base de todas as folhas restantes sobre* sua mesa e, mais tarde, terminada a aula, quan-do as folhas foram resíituídas à sua mesa, jun-toa-as cuidadosamente e com toda facilidade sur-giram as três mais longas e que êle logo conside-r«w como provas nulas, punindo imediatamente o*"il&adofif

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CAIXA POSTAL. 3747 -

Telet-rráfico: «GARIBALDI»

11 QUINTA-FEIRA: — Ocorrem no Cairo

novas manifestações eontra a Inglaterra. -- A

Grã-Bretanha entrega ao Egito nma nota queresponsabiliza o governo e-gípcio por todo dano

que vier a verificar-se nos bens britânicos neste

país. — Apresentado um relatório do Delegadoda Colômbia sobre a situação do papel de im-

prensa e sintetizando estatísticas e informes sobreo assunto. Notícias chegadas a Bogotá confirmama demissão do Presidente da Junta Governativada Venezuela, Sr. Germano Suarez Flamerida csua substituição pelo Major Marcus Perez Jime-

,nez, Ministro da Defesa. — O Vice-AlmiranteConde Mountbívtten of Burma é nomeado Co-mandante-Chefe das forças britânicas do Medi-terrâneo em substituição ao Almirante Sir JohnEdelsten. A Rússia informa às potências ociden-tais que está disposta a tomar em consideração asupressão das restrições contra a Itália existentesno tratado de paz italiano, sempre que êsse

país sc afaste do Pacto do Atlântico e não per-

mita o estabelecimento de bases milhares estran-geiras em seu território. —¦ O Congresso concedeao General Perón seis meses de licença incon-dicional, conforme o pedido do Presidente. aConferência dos Chanceleres Centro-Amerieanosresolve criar uma organização dos Estados Centro-Americanos.

12 — SEXTA-FEIRA: — Os comunistas afii-mam que as Nações Lmidas violaram a sede dasnegociações de Paz, em Pan Mun Jon, antes mes-mo que as delegações tivessem oportunidade. d<reatar ali as conversações interrompidas. oMinistro das Relações Exteriores britânico, Her-bert Morrison, adverte o Egito de que a GrãBretanha empregará a força se se procurar e.\-pulsar da zona do Canal de Suez a guarniçãobritânica. A delegação britânica apresentouao Conselho de Segurança das Nações Unidas umprojeto de resolução pedindo aos governos inglêse iraniano qüe reiniciem suas negociações sôbnd conflito do petróleo. — Fontes do Ministériodos Negócios Estrangeiros da Itália, qualificamde "absurda1' a oferta da Rússia de aceder à re-visão dò Tratado de Paz com a condição de quia Itália abandone o Pacto do Atlântico. — ijLíbano pede a inclusão na ordem do dia chipróxima sessão da Assembléia Geral das NaçõesUnidas, a realizar-se em Paris, da "violação

pelaFrança dos princípios da Carta e da Declaraçãodos Direitos do Homem". — Aprovado em pri-meira discussão o projeto que manda reverteiá ativa o Sr. Marechal Mascarenhas de Morais

13 — SÁBADO : — Os embaixadores dos Es-tados Unidos, França, Grã-Bretanha e Turquiavisitam, em Alexandria, o Ministro do Exteriordo Egito, para convidar êsse país a participaide uma organização de defesa do Oriente Médio.— Em alocução difundida pelo rádio, o Ministrodo Interior da Venezuela, Sr. Llò-vcra Paez, acusaos partidos da Ação Democrática es Comunista deterem preparado planos subversivos, visando im-pedir a normalização constitucional do país. OsEE. UU. sugerem à Grã Bretanha que ponhade lado seu orgulho e procure reatar negociaçõescom o governo de Teerã. — As tropas das NaçõesUnidas entraram quase duas milhas dentro dalinha de defesa de inverno chinesa, na CoréiaCentral. — Recebido pelo Sr. Presidente da Re-pública no Palácio do Catete o Sr. Edgard Fauce,Ministro da Justiça da França.

14 — DOMINGO: — Como se esperava, o Pailamento egípcio aprova a abrogação do Tratadode aliança com a Inglaterra, a qual declarou enèr-

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EU SEI TUDO

gicâmentè qne nâo aceitará a decisão unilateraldaquele país. — O governo do Cairo recusa ne-tfoçiar uni pacto de defesa do Oriente Médio pro-posto pelos aliados ocidentais. Noticiou-se

que dentro de breves dias será divulgado o pro-tocolo pelo qual a Turquia e a Grécia serão iri-ciuidas no Pacto do Atlântico. — Nenhum pro-acesso houve nas conversações de armistício quese realizam em Pan Mun Jon. — Os aliados, emsua ofensiva, conquistam importantes posiçõesestratégicas. — Chega a esta capital o Sr. Pierredc Gaulle, Prefeito de Paris.

15 __ SEGUNDA-FEIRA: — O embaixadornorte-americano em Teerã critica a decisão da 'Inglaterra em levar o caso para a O.N.U. — 0Irã protesta contra as medidas econômicas bri-tânicas tomadas em seu prejuízo. — A questãoanslo-iraniana é objeto de debates riò Conselhode Segurança, tendo defendido o ponto-de-vistapersa o Primeiro Ministro Mossadcgh e, da ín-glaterra, o Embaixador Jebb. — Os resultadosdas eleições cantonais na França acusam maisuma derrota para o Partido Comunista local,que conquistou apenas 42 cadeiras. As conver-sações que se realizam cm Belgrado entre o Ma-rechal Tito e o Chefe do Estado-Maior do Exércitonorte-americano se prendem ao reforço potencialmilitar da Iugoslávia. — Realiza-se, em Petró-polis, a sessão solene de instalação do I Con-gresso da União Latina. —- Instala-se a Bolsa deGêneros Alimentícios. — Prosseguem os traba-lhos do I Congresso Brasileiro de Esterilidade. —Comemora-se nesta Capital o "Dia do Mestre".

16 — TERÇA-FEIRA: — Tumultuosas mani-f estações antibritânicas em Ismaila e Alexan-dria havendo mortos e feridos em conseqüênciados choques ali havidos. — Tropas inglesas sãoobrigadas a intervir para debelar as manifesta-ções. — O Chanceler Morrison declara que, emvista do governo local se encontrar impotentepara controlar a situação, pede a remessa detropas inglesas para o Egito. — Assassinado,quando falava num comício da Liga Muçulmana,o Primeiro Ministro do Paquistão Ali Khan. —Por esse motivo o governo local decreta luto na-cional durante 40 dias. —- Na Guatemala rea-liza-se uma grande manifestação anticomunista.— O Presidente Perón é desafiado para um.duelopelo antigo deputado Ernesto San Martino, quese encontra exilado no Uruguai. — Apesar darecusa do Egito, prosseguirão as negociações entrea França, Inglaterra e Turquia, visando a con-elusão de um Tratado de Defesa do OrienteMédio.

17 - QUARTA-FEIRA: — O Egito mobilizatoda a sua policia e reservas e envia 1.200 ho-mens armados para a zona do Canal de Suez,onde os britânicos estão reforçando sua ameaçadaguarnição de dez mil soldados com mais 3.000pára-quedistas. — Dean Acheson concita o Egito

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EU SEI TUDO100 35. v Ano Nn 7 — Dezembro 1951

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a reconsiderar cuidadosamente sua rejeição as

propostas relacionadas com a criação do Co-

mando do Oriente Médio. - Winston Churchill,

falando num comício político, adverte que e pos-

sivel que ainda venha a correr mais sangue no

Egito e pede que o governo defenda os direitos

da Grã-Bretanha ali. — No Conselho de Segu-

rança o delegado norte-americano Warren Austin

declara que as Nações Unidas têm plena autor,-

dade para agir na disputa anglo-iraniana, que

poderá pôr em perigo a paz e a segurança in-

ternaoionais. - O Sr. João Carlos Muniz, Pre-

sidente do Conselho de Segurança das Nações

Unidas, diz que o Brasil apoia a proposta bri

tânica no sentido de serem reiniciadas as nego

ciações com o Irã. - As forças colombianas e

norte-americanas estreitam o cerco em torno de

centenas de comunistas chineses encurralados na

região montanhosa ao sul de Kumsong, depois

de° haverem ocupado um monte que domina a

única rota de fuga que restava aos soldados ver-

melhos. — O General Douglas Mac Arthur de-

ciara na convenção da Legião Americana que"nada se lucra em negociar com os comunistas"

e pede o emprego de maior força militar na

guerra da Coréia.

18 — QUINTA-FEIRA: — O Presidente Truman

declara que k'os acordos com a Rússia não valem

o papel em que são escritos". — O comandantedo navio britânico "Berylstone" declara que essa

unidade mercante foi atacada a bombas pelaaviação soviética, ao largo de Arcanjel, enr águasrussas. — Mais 10 cidadãos tchecoslovacos refu-

giam-se na zona ocidental da Alemanha, alegando

que não puderam suportar o regime reinante emsua pátria. — Pelo mesmo motivo, procuram

asilo na Suíça 22 cidadãos iugoslavos. — O cien-

tista sul-africano Max Tneiler ó contemplado

com o Prêmio Nobel de Medicina. - Falece

ex-Vice-Presidente da Argentina, Sr. Elpídi

Gonzalez. — Descoberto um novo planeta pehObservatório de La Plata. — O Partido Dem,,

cràta da Argentina defende-se das acusações pe-ronistas. —- Tropas britânicas isolam a zóm,

do Canal de Suez. — O Subsecretário Dean Acho

son aprova a decisão britânica de manter tropas

no Egito e adverte esse pais que seus esforços

para expulsar essas forças daquela região "nã ,

podem ter um fim construtivo". — Novas ma-

infestações antibritánicas no Cairo e em outra,

cidades egípcias. — Divulgadas as notas vei

bais trocadas entre o embaixador norte-ame-

ricano na Rússia e o chanceler soviético, no in-

tuito de se encontrar uma fórmula para solo

cionar os problemas internacionais.

19 — SEXTA-FEIRA: — A Grã-Bretanha envia

ao Egito uma nota em que exige indenizações

pelos °danos

causados à propriedade britânica du

rante as recentes desordens verificadas na zonn

do Canal de Suez. O Egito acusa a Inglaterra

de maneira formal, de cometer atos de "agressão"

na zona do Canal de Suez, ao mesmo tempo pio

que uma organização extremista, conhecida con,

o nome de irmandade, Muçulmana, anuncia seus

planos de formar "colunas de choque" anti

britânicas —A artilharia aliada investe sobre

Kumsong, que está em chamas, chegando a doi,

quilômetros do importante centro dc abaste:,-

mentos comunistas. - O Conselho de Segurança

adia a discussão sobre a controvérsia petrolíferaanglo-persa até que a Corte Internacional cie

Justiça tenha decidido se a disputa se enquadra

ou não na jurisdição da Corte. - A União So-

viética envia uma nota à França alegando, ao

que consta, que a participação francesa no Pacto

do Atlântico Norte e sua aprovação no rear-

mamento da Alemanha Ocidental violou o Pacto

Franco-Soviético de 1944. - Os Estados Unidos

estão examinando medidas e. serem postas em

prática contra a ocupação, pelos comunistas, dc

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uai distrito do setor norte-americano de Berlim.Realizam-se várias solenidades comemorativas

da "Semana da Asa", destacando-se as promo-vidas pelo Touring Club do Brasil e RotaryClub.

20 — SÁBADO: — O aumento da tensão rei-nante no Egito obriga a decretação do estado deemergência total no Cairo, enquanto reforçosbritânicos continuam sendo enviados para a zonado Canal de Suez. — "Tanks" aliados entramoin Kumsong e lutam durante uma hora para pe-netrar no entroncamento rodoviário e centro deabastecimentos vermelho. — O Presidente Tru-man nomeia o General Mark Clark como o 1<?Embaixador dos- Estados Unidos no Vaticano.

O Secretário-Geral da O.N.U., Sr. TrygveUe, manifesta a esperança de que a próximasessão da Assembléia Geral da O.N.U. "justi-ficará a confiança dos povos" na organizaçãomundial. — Embarca em Nova York, de regressoao Brasil, o General Góis Monteiro. — Instala-sea Conferência dos Embaixadores da França naAmérica Latina. — Em Sáo Paulo inaugura-sea I Exposição Bienal de Arte Moderna no Museude Arte Moderna.

21 - DOMINGO: - Diz Washington que aspropostas do Chanceler Vishinsky visando umasolução para a tensão internacional poderiamter sido motivadas pela falta de êxito nas expe-riências atômicas realizadas na Rússia. — OSr. Alfredo Palácio, do Partido Socialista, re-tira a sua candidatura*^ à Presidência da Repú-blica Argentina. A polícia dispersa à bala umareunião comunista em Buenos Aires. — Opi-niões favoráveis e contrárias à decisão de Tru-man em nomear um embaixador junto ao Va-ticano pelos círculos norte-americanos. — Emdiversas cidades houve protestos por parte dasIgrejas Protestantes. —~ Os efeitos e ruídos daexplosão verificada, são bem diferentes das de-mais experiências realizadas. A Casa Brancaanuncia que ocorreu uma terceira explosão ato-mica na Rússia.

22 — SEGUNDA-FEIRA: — Concluído o acordeentre comunistas e aliados para o reinicio dasconversações de armistício. — O referido acordofoi ratificado pelo Almirante Joy, chefe da de-legação aliada. — Anunciado que as negociaçõesde paz poderão ser reatadas dentro das próximas24 horas. — O General Mark Clark, o primeiroembaixador nomeado para a Santa Sé, dá a en-tender que não aceitará o cargo se isso acar-retar a sua reforma como general do Exército.

Noticiada a realização de provas de experien-cias com novo tipo de bomba atômica em LasVegas. — Sob a presidência do Sr. Ministro daaeronáutica, instala-se o I Congresso Brasileirode Direito Aeronáutico.

2 °, TERÇA-FEIRA: — O Ministério do Arbritânico comunica que aviões da R.A.F. pa-

9 segredo da conservação dos móveisreside na aplicação de óleo de peroba.

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'¦ trulham permanentemente a zona do Canal ._ie

! Suez vigiando as unidades do Exército egípcio.

t - Rumorosas manifestações antibritâmcas ver-

ficam-se no Cairo e Alexandria, provocando ener-

| gea nota de advertência do Ministro do ínterim

do Eaito - 150 aviões comunistas atacam 101.

¦ superfortalezas voadoras que bombardeavam um

I. aeródromo sino-coreano. Aviadores russos esta-

vam pilotando os aparelhos comunistas. Cm

. porta-voz do "Quai d'Orsay" declara que, em¦

vista do conteúdo da última nota soviética en-"^'Viada

à Franca sobre a questão alemã, o go-

yéráo francês declara que é inútil prosseguir nos•+ Vr.+ipií.-<;p one 43 tremores

debates a respeito. — Noticia sc quede terra ocorreram na Ilha Formosa, ocasionando

mais de 120 mortos. A cidade portuária de

Hwalien ficou reduzida a cinzas.

estado de guerra com a Alemanha. — O Senado

ail

n

24 __ QUARTA-FEIRA: Anuncia-se que

França, a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e

Turquia informarão aos paises árabes que,

despeito da recusa do Egito, as quatro po-

tencias continuarão preparando a organização dn

defesa daquela parte do mundo, objetivo que visa

igualmente defender os países árabes. — Os re-

presentantes militares aliados e comunistas reu-

nem-se em Pan Mun .on, reiniciando-se assim

as negociações de trégua na Coréia. — O Presi-

dente Truman qualifica os dirigentes da União

Soviética de "extremamente tolos" por se opo-

rem ao desejo unânime dos povos, que é a paz. 0 presidente Truman põe fim oficialmente ao

do Uruguai aprova. o projeto de lei relativo

criação de um governo composto de nove mem-

bros e suprimindo a presidência da República.— O Embaixador do Brasil nos Estados Unidos,

Sr. Maurício Nabuco despede-se do Presidente

Truman, por se achar de partida para o Rio

de- Janeiro, onde se aposentará da carreira di-

plomática.

2a - QUINTA-FEIRA: Realizam-se as elei-

cões gerais na Inglaterra, adiantando-se que 35

milhões compareceram às urnas. — Numa ci-

dade próxima a Versalhes falece, aos 86 anos

de idade, a Rainha D. Amélia soberana dos pro-tuguêses de 1890 a 1908. Registra-se novo in-

cidente na rodovia Cairo-Suez, no qual pereceum egípcio. — Noticia-se que os súditos egípcios

estão evacuando a zona do Canal de Suez. — Um

porta-voz da Chancelaria egípcia declara que seu

país está negociando um tratado de amizade c

assistência mútua com a Rússia.

26 — SEXTA-FEIRA: — "O Sr. Clemente R*Attlee foi recebido pelo Rei, às 17 horas, en-

tregou sua demissão do pôsto de Primeiro -Ni'nistro e da pasta de Primeiro Lord da Tesoi

Dc novo brilho e nova vida aosmóveis aplicando óleo dc peroba.

seus.

35. o Ano —- N.o 7 -— ãDezembro — 1951 103 BU SEI TUDO

raria. O Hei aceitou a demissão". — O Sr.Winston Churchill foi nomeado Primeiro Minis-•_ro, devendo organizar seu gabinete depois deamanhã. — Assinado uni convênio comercial

entre a Argentina e a Alemanha Ocidental. —

Reiniciam-se as negociações de paz entre os doiscomandos, em Pan Mun Jon. — Os delegados daO.N.U. rejeitam as propostas comunistas rela-fi vãmente à retirada de suas tropas numa exten-¦ião de 15 milhas ao longo de toda a frente co-ceana. — Oficiais norte-americanos que estiveramno Brasil durante a última guerra perstam umahomenagem ao Sr. Embaixador Mauricio Na-buco. Chega a Paris o Sr. Luis Pereira Fer-reira de Faro, primeiro Embaixador do Brasilaa Alemanha Ocidental. — O Ministro do Exte-rior do Egito, Salah ãEl Din Pashá, declara

que seu pais não participará de nenhuma orga-nização x de defesa ocidental enquanto as tropasbritânicas não abandonarem o Eigto e o Sudãoe fôr reconhecida a unidade do vale do Nilosob a coroa egípcia. — Diz, também, que aAlfândega egípcia tinha instruções para impedira passagem de belonaves britânicas pelo Canalde Suez, mas que todos os navios mercantes po-derão fazê-lo, desde que não transportassem "con-

trabando" para Israel. — A Frota Britânica doMediterrâneo deixa Malta com destino ao Q.G.inglês em Fayd, enquanto se informava reinarcalma na.zona do canal, embora os trabalhadoresegípcios continuassem a abandonar a área. —

O Presidente Truman suspende a ajuda militare econômica dos Estados Unidos aos países queexportem equipamento bélico ou outros mate-riais estratégicos para a União Soviética ou paísescomunistas.

27 _ o Egito notifica oficialmente ao novo

govêrno inglês, que a Grã-Bretanha não tem ne-nhuma autorização para manter suas guarni-ções militares na zona do Canal de Suez. — SuaSantidade o Papa dirige uma carta apostólicaao epicospado e clero da Tchecoslováqu.ia, na

qual acusa o govêrno de Praga de "privar a re-ligião católica de sua legítima liberdade". — OPrimeiro Ministro Winston Churchill nomeia-sea si mesmo ministro da Defesa, escolhendo outrosmembros de seu gabinete. — Ao Sr. AnthonyÉden, Churchill encomenda a tríplice tarefa desecretário do Exterior, Primeiro Ministro auxiliare líder da Câmara dos Comuns. — A infantariaaliada ocupa uma elevação dominante a suestede Kãumsong. e manda suas patrulhas cerca dedois quilômetros a nordeste da esfacelada basevermelha. -- Proclamado o estado de emergên-cia no Cairo, enquanto cresce a tensão no paiseni conseqüência da volta ao poder do homemforte da Grã-Bretanha, Winston Churchill.

"28 — DOMINGO: -— Noticia-se que Churchill

dará importante pasta para ser preenchida peloPartido Liberal. Ao mesmo tempo a Presidênciada Câmara dos Comuns será dada a um tra-balhista. — Noticia-se que Kumsong, baluarte co-

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162 — Copacabana — Av. N.S. de Copaoaba-" na n* 1 292, loia — Glória — Rua do Cateteno 2^8-A — Madureira — Rua Carvaiho deSouza no 299 - Méier — Av Amaro Cava-canti n<? 95 — Ramos — Rua Lepoldma m 78

São Cristóvão — Rua Figueira de Melon 9 o60 __ Saúde — Rua Livramon^o no 63 —

Tijuca — Rua General Roca no 661 — Tira-dentes — Av. Gomes Freire no 196.

4%

4%%

5%

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... .._. ___^,p-í«S-C_^3_~-*sí"-*

EU SEÍ TUDO. 104 .)D. Ano — N.o 7 — Dezembro — 1951

3:1

aliaunista, foi arrasado pelos bombardeiros5'uspens i o Iráíi-g i -'-1-'" no Canal {í<'

Suez, devido a falta dc colaboração dos traba-

lhadores locais. Soldados britânicos abrem

contra um ônibus, matando uma mulhe— Fala-se num próximo enconlro entre

mtios

fofíO

Sr

íjíS:

egípcia. —Churchill c Truman. Anuncia-se que o

Anthony Éden irá a Paris- chefiando a delegação

britânica na Assembléia das Nações Unidas.

29 — SEGUNDA-FEIRA: — Tropas chinesas

chegam à frente de batalha para reforçar as

posições comunistas. - Reiniciado o trabalho

no porto de Nova York, após a intervenção do

Governador Dewey. — Em Santa Fé ocorre um

choque entre peronistas e membros do Partido

Radical. — Setenta mil trabalhadores declaram-

se em greve no Equador. — Lançada a candi-

datura do Sr. José Antônio Reinou, atual chefe

de policia, à presidência do Panamá. — O Fundo

Monetário autoriza a desvalorização do peso co-

lombiano para as transações com café. — O

Banco Internacional de Reconstrução concede um

empréstimo à Nicarágua.

30 — TÊRÇxA-FEIRA: — Divulgada a consti-

tuição definitiva do Gabinete conservador, querealizou a sua primeira reunião, sob a presi-dencia de Churchill. — Resolvida a redução dos

honorários de todos os membros do governo. —

As forças aliadas prosseguem avançando a no-

roeste de Yonchon. sem encontrar grande resis-

tencia. Noticia-se que explodiu, nas provas de

Las Vegas, uma bomba atômica do tipo "Bi-

kini'\ — Noticiado que novas experiências ató-micas foram realizadas na Argentina. — Assas-

sinado, quando dormia, o Alto Comissário da

França em Cambodge, Jean de Raymond. — Com-

panhias de navegação canadenses e nonte-ame-ricanas anunciam o aumento de fretes para os

portos da costa atlântica da América do Sul.

31 QUINTA-FEIRA: — O Comandante dasForças Britânicas no Egito pede ao governo egip-eio autorizar a policia a participar do controledos viajantes nos diferentes pontos de acesso dazona do Canal de Suez. As autoridades egípciasrecusam cooperar com os britânicos. — A nova.Câmara dos Comuns realiza sua primeira sessão,de caráter preparatório, tendo os deputados con-servadores tributado grande ovação ao PrimeiroMinistro Winston Churchill. — O Marechal Tito,em sua primeira entrevista à imprensa em doisanos, declara que a Iugoslávia, militarmente forte,está pronta para ficar ao lado dos Estados Unidose do Ocidente, caso a Rússia ataque. — Os co-munistas fazem uma nova concessão nas con-versações para o estabelecimento de uma linhade trégua na Coréia, que trouxe renovada espe-rança de acordo. — O Secretário de Estado norte-americano em exercício, James Webb, declara quealgum progresso foi alcançado nas conversaçõessobre a controvérsia petrolífera anglo-iraniana^realizadas em Washington com o Primeiro Mi-nistro Mohammed Mossadegh. — O General Perónabandona temporariamente a presidência da Re-pública Argentina, para permitir que outra pes-

._soa presida as maiores eleições da história desse

I- I - ü 1 I- 1 BC 11 1

VINHO CHICO MINEIROc*,, :.x inteligente! não espere engordard^mai'* tom'p d<* hoje em diante VINHOCHICO MINEIRO que conservará o seunorte elegante. A perda de peso é natu-ral não faz mal e não provoca rugas.Insista no tratamento e depois do tercei-;.

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SAO PAULORemessas pelo Reembolso

pais em que êle mesmo é candidato à reeleiçâ— A Princesa Elizabeth e seu esposo, o Duqu.de Edimburgo, chegam a Washington, onde ten

um caloroso acolhimento do mundo oficial <

da maior parte da população da cidade. <->Presidente Truman assina a lei de ajuda ao es-

trangeiro, no valor de 329 milhões de dólares e

com a qual se auxiliará o rearmamento dosaliados dos Estados Unidos e se reforçará, a<

mesmo tempo, suas economias, a fim de qu<melhor possam resistir à agressão comunista.Procedente dos Estados Unidos, regressa a estaCapital o Sr. General Pedro Aurélio de Gói*Monteiro, Chefe do Estado Maior Geral das Fôr-cas Armadas. — Encerram-se os trabalhos do

Congresso Brasileiro de Direito Aeronáutico.

Os seus móveis velhos adquirem novnvida com óleo de peroba.

35.* Ano — N.«? 7 Dezembro 1951 105

A CEU SEI TUDO

CASDiretor: DR. LAVEUD — Secretário: DABLIü — ANO XXXIV — N. 6 — Novembro — 1951

Dicionários adotados nesta seção: Simões da Fonseca — Hildebrando — Gustavo Barroso, Pequen*Brasileiro, 5.* edição — Japyrassu, Monossílabos — Sylvio Alves, Brevicrrio — Dicionário de Nomes

Próprios, de Lidaci — Provérbios Originais, do Dr. Eavrud.Toda correspondência sôbre charadas deve ser dirigida para a redação de EU SEI TUDO — Rua vis-

conde de Maranguape, 15 — e endereçada ao redator desta seção.

4.9 TORNEIO — OUTUBRO-DEZEMBRO CHARADAS NOVÍSSIMAS

ENIGMAS

Ao grande e distinto Atenas:

106> -

W

108

109

nn

Na mulher a embriaguezc pov todos condenada.E será maior revésquando um pobre camponêsvê a choça abandonada.

Mário Noval (Bissau, Guiné)

Vi no meio da fronteira.Da Fazenda do Feitosa.Uma mulher criminosaSagaz, astuta e ligeira.

Luferra (Palma res, Pe.)

Maltrapilho e esfomeado,Com a barba bem crescidaJá mendiga, rebaixado,O valente até a comida-!

Pele Vermelha, T.B.

Se ali se mudasse o SPor C, veriam somente,Uma mulher tão formosaApareceu de repente.

Heliotròpio

(Sâo Paulo)

(Porto Alegre)

(Póstumo i

Fomos juntos cm passeioRemar no pequeno lago.De beijá-la eu tinha anseio.Aspirava a um seu afago!

Mas dos fados a pirraça,Me causou profunda mágoa.O remo e ela, da barcaça,Mergulharam dentro d'água l

Cume Preto

111 — Uma-duas — Pouco depois do médicpcomparecer acabou-se a doença.

Alô Tropina (H.C.);*

Para a renovação dos seus móveis,torna-se indispensável a aplicação do óleode peroba.

A BELEZA DM SJDOS SEIOS D L L " nQuando o busto fôr insuficiente ou sem fir-meza, use BÉL-HORMON n.o 1; e quandotôr, ao contrário, demasiadamente volumoso,use BÊL-HORMON n.o 2. BÉL-HORMON, &base de hormônios, é um preparado modernís-simo, eficiente, de aplicação local e resultado»imediatos. Adquira-o nas farmácias e dro-

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9

BU SEI TUDO 106

______________________________________________________ *** ^^^^^g00gi^&*^

ÍS.? Ano — N.1*1 7 — Dezembro

CHARADAS CASAIS

1951

123 — Duas — O mentiroso levou pancadase foi posto fora do navio,

Üonatila borba (Cresciúma — S.(.'...

124 Quatro — Não pude me defender doassalto, visto que fui atacado de improviso.

Adolfo Tüchman (Rioj

112 — Duas-uma — Joguei na torrente um

sabonete que ainda estava bom para uso na pia.Iza Abel (Bio)

125 Três — Foi com uma seta de quatrofaces que se at-irava com a besta que ele furoua parede.

Dis Uva (Manaus!ENIGMA FTr.TTRADO 15G

(Póstumo) f ..

113 _ Duas-uma — Entrei na fila para com-

prar toda produção de tecido de linho para a

minha familia.Guilherme Tell (Rio)

pili — Duas-duas — Refeição grátis para

desamparado e não para matar fome (íe mar-

pnanjo.Dr. J o fran (Rio)

A S

115 — Uma-uma — Para agradar a deusaegípcia, basta oferecer-lhe um burro de um ano.

Gato Preto (Alagoinhas)

Emauro (Rio•

Mantenha os seus móveis bem Lustrososaplicando, com uma flanela. óleo de pe-roba.

\. lie — Duas-uma — Celebra em verso1*

as sutilezas da tua lábia!Jayreis (Bahia)

í 117 — Duas-duas — Para um novatoòs defeitos surgem em grande cópia nosieus trabalhos.

Í! K.T.Q.Z. (S. Paulo)

I 118 — Duas-duas — O debrum resistemelhor quando o tecido já traz a orhtda fábrica.

diária nuncaesquecida a sua

ENE ÍNTIMA

1: Nomisio Nnno (Feira de Santana)

Pjí 119 — Duas-uma — Luta o homem de

a^tráter atè ao auge da sua vida.\\

Levon (S. Paulo.)

p 120 — Três-duas — Quem colaboraéim seção charadistica e persiste em apre-sentar composição sem mérito, não che-

rá a ser mestre.

Mats.uk.. (Riyj

?121 — Duas-duas •— Não precisa fingir®;mudar de direção, pois eu sei que foiquebra fraudulenta

Roazo (Maranhão

122. — Uma-uma-úma — Alegre, pus-lite o anel no dedo, pois para mim ocasamento não significava prisão.

Zytho (Rio)

£ÊÈÊ$ssW&&%J&t0 w ¥ Ix. j jf QffaLL M&W-mm¥mmsssss9mr t^#!a^ã«^^^.«:,^^:^a»<xr^^s. Wm&my&Ti WmAYWm&Zfàüir _*

Bi /^^^mm^mS^mm «^if/??¥3%r £#.&_ S- wÇCK^/^-^^A/J^ 7 It* B *«'írX<ll

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-7*1 mar

ÂNTISSÉPTSCADSTRINGEBACTERIC

35.Q Ano — N.9 7 — Dezembro — 1951 Ml EU SEI TUDO

1 /t/J dJi l/v" ^

126 — Quatro —¦ A con-versa de namoro da raapura a janela sc profere comvoz trêmula.

Centauro (S. Paulo *

^^^^^g^C^ Q?v \

127 — Tres — Para al-cançares o pico da monta-nha c coisa difícil, jvoyser o caminho íngreme.Trinca P-dntàíimq (Salvador)

128 — Tres — Consían-temente o cachorro do vi-zinho entorna a lata de/ ixo.

E. de Souza (Riov

129 — Três — Não mal-í

digo o teu defeito.Ed Vep (Maceió)

130 — Duas — Quantomais rico em vitaminas éo alimento tanto mais nutreo organismo.

Farani (Salvador)

À inteligente Miss Tila:

131 — Três Cinzasquentes de um amor vivido,ainda dão calor no meuperdido lar.

Fusinho (Bangu, Rio)

(Provérbios do Dr. Lavrud)

132 Duas :

O uso transforma o homem."Novo, ainda não nasceu"."Homem calado diz muilo''."Deus deu, 'mas não pro-

[meteu."Heliotrôpio (Porto Alegre;

¦\133 —- Dtias l 'ii es

gentil, rapaz, mas tua caranão é nem bonita nem feia.

.1anota (Santos)

134 — Três Guardacom cuidado a preparaçãofarmacêutica coni plantasc açúcar.

Joleno (S. Paulo:;

11-

135 - Duas O eacliorro esfomeado transpõe obstáculos a procura dc alimento.

M. de Jiquitaia, Alagoinhas

*m*^^Ê*^dm9***^^^^wÈ.^m^mà

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,„». JL JSHI>

I JfCABELOS 1(^RANCOSJ

JUVENTUDEALEXANDRE

Mm ^1DA |^mocidadeiWCabelosi

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Jri >^v Tth ^®l ¦•'••. •• ^\)| £frl X ^,

ppwwífiH^*^-**

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EU SEI TUDO

2 3(3 ___. Três — Todo indi-víduo experiente tem uma con-i>ersação atraente.

Rafinha (Porto Alegres

108 35.9 Ano N.o 7 Dezembro — 1951

r37 _ Duas — Aquele lio-

mem, o que è baixo, não seacostuma ao trato social.

Spartaco <_S. Luis, Maranhão >

1R8 — Três A latada cs-tava fechada por um arbustoramos o.

Tuíankámon - T.G. (Rio*

f^5ks?£r~Z sà \\ 1 \\<?7%^ ^YSr \\\\v fc.

QUANDO SE SENTífíNAUSEADA...

Recorra ao ENO, há makd® 70 anos consagrado co-mo a melhor c^íesa contraas inío3ácaçõ«*» do sistemaintestinal, £NO resiitú© obem estar, oíim nando a pr!-sâo de ventre ENO é la-xante suave © seguro, alçalinizante © estomacal.

!39 __ Três ,— A {jarra dasaves de rapina é em forma de

foice.

Pele Vermelha (S. Paulo t

/#*CJ "* T FRUCTA"

i.40ÍS — Duas — Da papada navio avistei ao longe aenseada na costa.

Donatila Borba (Cresciúma)

--' d de Ho.-- p-cysa do ENO

CHARADAS ANTIGAS

V4-i — O plantador de mandioca, —

Distúrbios sempre provocaNo interior daquele bar,Apesar de prometer — 2Que largará de beber,Para o seu nome limpar.

Gil Virio (Andradina)

ENIGMA PITORESCO 157

142 — Êste mundo se consome, — 2Em face de tanta fomeA mimar o corpo humano.Aplaca a mágoa, Senhor, — 1Neste orbe seco de amorE tão repleto de engano'

?

Mascobei (O. Brejinbos;

CHARADAS SINCOPADAS

143 __ Três (duas) — O indivíduo com a kientidade de posição social definida aparta-se <ielementos comprometedores.

Conde de la Fere — A.C.C.B. (Salvador

3—- -*¦* C" [ "¦ -—-X"-"

144 — Três (duas) — Pessoa baixa e gordaprecisa usar cinto.

Cejotace (Camaquã, R. G. S.

El Campeador (Campo Grande, M. G.)

145 — Três (duas) — A cerimônia do taua-p(realiza-se na quinta-feira santa, e não na quarta-feira de trevas.

Conselheiro (S. J. de Mipibu)•

Os seus móveis velhos poderão ficarnovos se aplicar em sua limpeza óleode peroba.

CONSERVE A SUA PELE tf% g ft ^ A D ^^^^^^SI

9mw.vâ____.w_!nwsnfius^^

10j46 Três (duas) - A realidade é esta; sejatte e a vida é sua !

Jorge de Guimarães (Maceió)

t47 Tres (duas) — Pelo buraco da fecha-lura avistei uma família cm excesso de avidez.

Fiote (Cuiabá)

QUALIDADE Dt 00BRANC4

3,43 Três (duas) — Cavalgando um cavalondho sem prestimo, viajava o feiticeiro.

J. A. Pimentel (Itapaci, Goiás)

^49 Três (duas) — Coisas que são de lo-ara.da.uro público caracterizam épocas e costumes.

Lutércio — H.C. (Rio)

1§q Três (duas) - E' justo que um tolo

íepressa se desacredite.\ilva (Rio)

151 (Três (duas)força*

Nunca tive lucro em fazer

Malba Tantan (Santos 1

r52 — Três (duas) — Pessoa que tem topetenão recomendo a ninguém.

Nostradamus C.E.S.-C.E.C.-G.N.C. (Santos)

i53 __ Três (duas) — Quem tem mâ-sorte, não

O Sineiro G.C.N.-C.E.C. (S. Paulo)

-lo amigo Coringa:154 Três (duas) Quebrou-se o meu almo-

fnriz an sair da pedreira.Santorum (Rio)

355 __ Três (duas) — O equilíbrio instávelios corpos provocou uma bela explicação do:nestre.

Tony (Perdizes)

PALAVRAS CRUZADAS

PROBLEMA N9 5

Para o Nomísio Nuno

fp ""15

|8 J9 TO Ij ll

1 *&¦* tS

Como o Carnoval, Con-tinental éuma prefe-rência na-cional

^U-sj y->—JD 11

«*^T. . *r~^j\ >,. } vi, *¦¦> ',^j^^ ^.'¦¦ri:C^r

«ü»r T_J«wPvIII5|y^iTSH^^BJmcmTq *¦• .^fr:=::^^^csoulnL_ J—'-^^*^?^^^^^leèi^Lji&S^à' ^jS^^HHHC-BHH;

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TAMBÉM fl*^&f$ DE

UMA PREFERI

NACIONAL HA MAS5

DE 15 ANOS

.4 n/onio C. Pma (Paramirim) UM PRODUTO SOUZA CRUZ

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C 88 ORO

ittm£*i»!Wit!>:!'**'***am^v^-?^^*'*Vm

EU SEJ TUDO 110 K>. Ano — N.o 7 — Dezembro — 1951

SUA PELE B *¦ Jj2| qh »» fpso spg> «» „_. «^ (_! «JMSr *$K%^?v*«t Wx::;LIMPA E MACIA . . IN fl || ULDfl O Tf A ft ^^TT^^^^HSURDAS, ESPINHAS E MANCHAS l2!Lz,™"

' 'nUJÊfcJKÈ

Horizontais: 1 — Procuraxia; Dèm iriov.

mento a; 3 — Folhas dispostas duas a dua1-*nos ramos; 4 — Guinas; 5 — Guisado de gali-nha, azeite de dendê, pimenta e pevide de abo-

hora (pl) ; 0 — Esbelta.Verticais: 1 — Inteligência; 7 — Embalai; S

Colorir; 9 — Ajusto (corridas de cavalos);10 Pequenas porções; 11 — Deprime.

PROBLEMA N<? 0

Isa Abel (Rio>

Horizontais : 1 — Versiculo da missa entre aEpístola c o Evangelho; 8 — Diálogo entre ma-rido c mulher; (.t* — Sol dos egípcios; 10 Modo:11 —- Garantia de pagamento dada por terceiro;K! llocha; 16 — Cofre dos japoneses; 17Suf. designativo de agente; 18 — Canoa de casca

de madeira usada pelos índios do Amazonas.

21 ~~ Atriz; 2'.\ D resto; 21 — Pessoa eximiu

om qualquer atividade; 25 — Embarcação afri-

cana e asiática muito comprida e estreita; 28- Que côa ( fem. ) .

Verticais: 1 — Medida japonesa; 2 — Pouco

vulgar; 3 Terra arroteada e própria para cu!

tura; 4 -- (Ad. antigo) Dai; 5 — Praticar; G

Medonho; Tela rara e fina; 11 — Estreita;

12 Corre velozmente; 14 - Indicativo de di-

ferentes relações como companhia, instrumento,

ligação, etc; 15 — Ora; lí) — Aparelho vegeta

tivo de cogumelos, algas e iiquens; 20' — Can-

dilho; 21dumCr!sl>; 21

Elemento ou base para formaçãouuzo; -2 . Empunhar; 25 Antes dc

j ii da Franca e da Suiça

DECIFRADORES DE IVÍÀIÓ*

Janota .Julião Rim mot; Ò Sineiro, Carlino,Ziul, Lutércio, Piá, Nii vá, Nostradamus, Canta-

Saio, Dr. Kean, Oicaroh, Dom Roal, Durmel, Jo-

toledo, Irahydes, Eulina Guimarães, El Principe.imara, Dupla Joriza, Jayreis, Seamva, PoínpeuJúnior, Tony, Zytho, Dr. Zinho, Toberal, Sefton.Fararti, Major Agá, Buridan, Matzuk, Emidlej.R.A.C.H.A., Thisbe. Walter T. Chaves, Naná.Mosquito, Ranzinza, Waltinho, Dalwa, Ro-San,Malha Tantan, Caboclo, Edpim, Jotoracio, Sertanejo II, Bigi Neto, Violeta, Arpetra, Lupe,Johanes Latium, Xisto, Aglaé, Ycaro. Ronega, Al-

Quanto mais velhos forem os seus mo-veis mais bonitos se tornarão com óleo(lc peroba.

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35.° Ano N <? 7 — Dezembro 1951 111 EU SEI TUDO

9l0!^esàsí^

_^«sfl_-Ptf<*'^\_r_r__ fiA_tS V t_T tn aV il '* ••? ^SjFWy

vasco, Radge, Sônia, Sam, Alô Tropina, Zèzt-nho, Ed Vep, Kinsos, Chico Bacamarte, Binasto,Hafinha, Alguém, Édipo, Lujoca, Varetas, LeiriaDias, Ruvina, Antero, Envergonhado, Jocali, Or-disi, O Janz, Jucá Pirolito, Padre Chagas, Naini,Eva Dio, Iza Abel, Segon, Tencel. Viviane, Oi-dalch, Mi lon, Debrito, Roazo, Spartaco, Júpiter,Lidaci, De Souza, Paraná, Diamante, Raivo Uvas,Sinhô, Ueniri, Centauro, Pele Vermelha, Paço,R. Kurban, Raul Petrocelli — 54 pontos; Condede la Fere, Gato Preto, Aufergo 53; Mambirade Jiquitaia, Gil Virio, Argonauta 52; Lord,Régito — 50; Seu Teixeira, Sphynx, PlutarcO.Donatila Borba 49; Botucarahy 47; No-mísio Nuno •— 44; Notrya, Welton, Zizinho 39;Dr. Barreto Cardoso — 38; Bisilva, Zuncronitano

31; Sertaneja, Magali — 27; fros 21.

DESEMPATE DO 1" TORNEIO DE 1951}<? LUGAR:. Janota 001 a 009; Julião Rimínot

010 a 018; Major Agá 019 a 027; Chico Baca-marte 028 a 036; Mâtsúk 036 a (145; Sertanejo 11046 a 054; Durmel 055 a 063; Oicaroh 064 a 072;Oom Roal 073 a 081; Jotoledo 082 íi 090; Eu-

*

A ornamentação do lar resume-se nabeleza dos móveis, e conservaiido-os cornóleo de peroba.

lina Guimarães001 a

' 099; O

Sineiro 100 a108; Cysneireu-se 109 a 117;5-iul 118 a 126; !

Tencel 127 a135; Mixto 130a 144; Imara145 a 153; Jo-hanes Latium154 a 162; Car-lino 163 a 171 ;Malha Tanta i172 a 180; Ira-hydes Costa 181a 189; El Prin-cipe 190 a 198;Pompeu Júnior199 a 207; Ju-rity 208 a 216;Atilo Lebre 217a 225; Sam 226a 234; Bigi Ne-to 235 a 243;Jàyreis 244 a252; Fararíi 263a 261 ; Dr. Nc-so 265 a 270 ;Aufergo 271 a279; Emidlej280 a 288; Con-de de la Fere289 a 297; R.A. CHA. 298 a306; Thisbe 3*.7a 315; Naná 3 30a 324; Walter

T. Chaves 325

a 333 ; Ranzii-..__.

334 a 342; Mos-

UM BOM PENTEADOw&^i-tâig^i.&MhLt+&. ma H|J|

Cabelos sedosos, brilhantes e bempenteados completam a elegânciado homem e da mulher. Com ousq_çonstante de FIXBR1L assegu-

rara V. S. aquela incon*fundivel elegância, pro-pria das pessoas de bom

gosto e apurada distinção. Alem deconservar o penteado durante todoo dia, E1XBRIL evita a caspa e aqueda do cabelo.

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*_/8E isto por-que mamãecombateuminha debi-lidade com Emulsão d»Scott. Hoje tenho viva-cidade, boas cores, sin-to-me forte e sadia .Emulsão de Scott é o tò-nico ideai pois não con-tém álcool e se constituía mais perfeita combi-nação das vitaminas doóleo de fígado de ba-calháu com cálcio e fós-foro I Emulsão de Scottcalcifica os ossos, vita-miniza o organismo edá fósforo ao córebro.Quando vocô sentir-sedebilitado, anêmico ofraco, tome Emulsãode ScvDtt!

EMULSÃO

Tônico das Gerações

f^figgljtas^.»xisfrsa^imam^

EU SEI TUDO112 M.v Ano — IO 7 Dezembro 1951

^^H WmB^ [§ j-mm, *-**-^^^MI BHI '

•Safei'SEwi.'

JJSwê*

SANGUEpara gozar perfeita saúde, ser forte:er bôa disposição; para combater «reumatismo e todas as doenças do sangue; para ter filhos robustos e normaispara auxiliar o tratamento da sifilis isuas manifestações; ulceras, feri daidartros, dores nos ossos e articulaçõesTome SALSA, CAROBA e MAN ACADb HOLLANDA, um depurativo de plantas medicinais usado com sucesso.h*mais de 60 anos! O sangue é a bas«dá saúde; depure seu sangue oop

SALSAAROBA

DE HOLLANDA?«** • npíiçSRifl PBSilJO FR ÍT5S g CII.

quito 343 a 351; Dalwa352 a 360; Marlene 361 a369; Waltinho 370 a 378;Ycaro 379 a 387; Violeta388 a 396; Farani 397 a405; Tio Sam 406 a 414;Dupla Jorisa 415 a 423;Mambira de Jiquitaia 424a 432; Seamva 433 a 441 ;Dr. Kean 442 a 450; Dr.Zinho 451 a 459; Centauro460 a 468; Milon 469 a477; Dopasso 478 a 486;Buridan 487 a 495; Seu•Teixeira 496 a 504; Gil Vi-rio 505 a 513; Lord 514a 522; Piá 523 a 531; Ln-tercio 532 a 540; Nilva 541

a 549; Régito550 a 558 ; De-brito 559 a567; Radgs568 a 576; Sò-nia 577 a 585;Zoraco 586 a594; Oidaleli595 a 603; Ar-petra 604 a012; Lupe 613a 621 ; Toberal622 a 630;T u t a n k á-mon 631 a639; PadreChagas 640 a64S; Ü. Janz649 a 657;Júca Pirolito658 a 666; Al-vasco 667 a675 ; Piloto676 a 684; To-ny 685 a 693;Radskin 694a 702; Nos-tradamus 703a 711; DeSouza 712 a720; Paraná721 a 729;Lidaci 730 a738; Raivo

Uvas 739 a 747; Sinhô 748 a 756; Ueniri 7S7 a 765;

Seamva 766 a 774; Dr. Barros 775 a 783 ;PeleVermelha 784 a 792; Paço 793 a 801; Raul Pe-

troceili 802 a 810; R. Kurban 811 a 819; Alguém

820 a 828; Antero 829 a 837; Dick 838 a 846;

Édipo 847 a 855; Envergonhado 856 a 864; Jo-

cati 865 a 873; LuJocá 874 a 882; Ordisi 883 a

891; Ruvina 892 a 900; Varetas 901 a 909; Ro-

nega 910 a 918; Zepénha 919 a 927; Arauto

928 a 936; Spartaco 937 a 945; Júpiter 946 a

954; Eva Dio 955 a 963; Segon 964 a 972.

2<? LUGAR: Paulistinha 01 a 15; Iza Abel 16

a~30; Edpim 31 a 45; Jotoracio 46 a 60; Ca-

boclo 60 a 75; Satierf 76 a 90.

3<? LUGAR: El Dani 01 a 04; Luferra 05 a 08;

Dr. Jofran 09 a 12; Argonauta 13 a 16; Welton

17 a 20; Notrya 21 a 24; Zèzinho 25 a 28; Botu-

carahy 29 a 32; Joleno 33 a 36; Donatila Borba

37 a 40; Plutarco 41 a 44; Sphynx 45 a 48;

Sefton 49'a 52; Nomisio Nuno 53 a 56; Heliotró-

pio 57 a 60; Dr. Barreto Cardoso 61 a 64; Zun-

cronitano 65 a 68; Cantagalo 69 a 72; íris 73

a 76; Magali 77 a 80; Joferro 81 a 84; Joferra

85 a 88; Bisilva 89 a 92.49 LUGAR: Sertaneja.

Desempate no dia 5 de dezembro.

VISITAS

Estiveram em nossa redação no mês passadoos charadistas: Janota, de Santos; Major Agá, de

Itajubá; Lidaci, Sylvio Alves, Lutêrcio. Agenor

Costa e Emidlej, nosso confrade

que aqui esteve a passeio.

de Salvador.

CORRESPONDÊNCIAGuilherme Tell (Rio) — A 9* edição do Pe-

queno Brasileiro será adotado no 2<? torneio de

1952, abril a junho.Joleno (S. Paulo) — Como se ve, tomamos nota

do seu novo endereço.Heliotrpio (Porto Alegre) — Recebemos e agra-

*

Para manter os seus móveis vivos elustrosos é indispensável o uso do oleode peroba.

COMO APRENDER A DANÇAR

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*

35^ Ano — N.<? 7 Dezembro 1951' ¦

113 FU SEI TUDO

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decemos os logogrifos e mais trabalhos. Pa-rabéns pelos dois prêmios.

Major Atjá (Itajubá) — Estamos sentindo afalta de seus bons trabalhos.

Chico Bacamarte (Pelotas) — A sua justa re-í-lamação foi satisfeita, como verá neste número.

Alvasco (Recife) — Estamos esperando novosortimento dos seus bons trabalhos.

Todos os colaboradores — Temos a máximasatisfação em publicar trabalhos de todos os co-laboradores, fazemos mesmo um rodisio, comoé notório, e quando não aparece o nome de algumé porque faltam trabalhos seus. Pedimos, pois,colaboração, lembrando que os trabalhos devemser rigorosamente de acordo com os dicionáriosadotados e evitado o mais possível os chamadostermos de colepino (plantas, geografia, etc).

Cydar (Belém, Pará) — Quando deixarmos de

publicar um trabalho recebido é porque há qual-quer senão. Os logogrifos devem ter no mínimo

quatro conceitos pessoais, repetir a metade dasletras, »e fôr ímpar, mais uma; assim pmonão aceitamos subtítulos, como, por exemplo:Dar cópia de si = receber visitas.

Mantenha os seus móveis bem lus-irosos, aplicando, com uma flanela, óleode peroba.

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AVJRIG.LUIZ ANTÔNIO.4 289^5. PAULOPeça pro s p e c t o s

PRAZO

Para as soluções de cada mês, Distrito Fe-

deral e Niterói, 45 dias; demais Estados, 90.Toda a correspondência para esta seção deve

ser dirigida ao seu diretor,DR. LAYRUD

PRATAS E FILIGRANASPORTUGUESAS

Importação eExportação

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ALMERINDO GOMES Cr IRMÃO LTDA.RUA URUGUAIANA, 16 — TELEFONES: 32-2170 e 22-6181

END. TEL. "ALMAGO" — RIO DE JANEIRO

N.° 415 DOANO XXXV

N-° 7 - 1951DEZEMBRO

¦¦

tui"

SUMÁRIO:

A "Nessa" Meia-Noite — (Conio — cores) • • •

Tenha pressa devagar ¦ • • •

Religião. . . e Acrobacia ....A "Primeira vez" O Fenômeno Eva Percn Esteja em dia cem c Mundo ^De que se livrou c Mundo: cs Alemães pretendiam

"terrar"

cidades inteiras! Que horas sãc? I' ' ' '',Recordes de altitude desde cs primórdies da Aviação ate

a atualidade Ladrão Medíocre — (Conto) A Carta dc Mcrtc (Episód'c real) Os "Santinhos" que nos cercam Os soldados d: futuro nãc morrerão A verdade sobre as chuvas artificiais Pioneiros Homens!O mais sanguinário Pirata dc AtlânticoComo você resolveria iste? A "Boa Respusta" dc Mês O Dcte de Nanette — (Rcmance — continuação)O "Manto Ácidc" Este sobrepujou "Tirolesa"

Achados e Perdidos Bi-Milênio Ouem parou este relógio? — (Conto — cores)Fechem os olhes, meninas! A lanterna de brinquedo (Episódio real) Hitler e c mistério da sua morte (Continuação) Nunca me enforcarão! (Episódio real) Cinco pretendentes em busca de trono Dia cheio, na praia Perseguindo c "17"

Greve original Explorando c Brasil Meridional (Continuação) Prisão Aberta — (Rcmance — continuação)O ambiente campestre, na cidade Revelando o Brasil aos Brasileiros (São Cristóvão, ex-ca-

pitai do Estado de Sergipe) Nos Domínios da Gramática . . . .,A Vida do Campo (Plantio e cultivo das Bananeiras)Memento (Outubro de 1951)

71112121318

1922

22242627283237373841424351525253545758596465666666677586

COBRES ONDÊNC1A

83888995

A CAPA — «Glória a Deus nas Alturas e Paz. na terra, aos homensde boa vontade.» Assim anunciou o Anjo aos pastores o nascimento deJesus Salvador da Humanidade. A festa do Natal de Jesus, que aIgreja celebra, este mês, com as mais justas pompas, é das mais an-tigas. Já no século II, várias eram as teofanias celebradas. O nasci-mento do Menino Deus, o seu batismo no Jordão e a sua manifes-tação aos Magos. E' no Martirológio Filocaliano, de 336. «VIII Ka-lend. Jamarii. natus Cristus in Bethlem Judae», que aparece a pri-meira -indicação da data de 25 de dezembro, dia em que os Romanosfestejavam a «Natalis invicti». Desde então nos vem o costume dacelebração de três missas no dia de Natal, a primeira a meia-noitena própria gruta de Jerusalém, onde Jesus nasceu, (depois transfe-rida para a Basílica de Sta. Maria Maior, onde havia um' oratóriocom os restos da mangedoura de Belém), «ad gali cantum» (daí o seunome de «missa do galo» com que se popularizou). Essas três missassimbolizam o tríplice nascimento de Cristo: eterno, no seio do Pai-temporal, no seio de Maria e espiritual, no coração dos justos peiasua graça. O mistério do Natal, que este mês celebraremos é datacara a todo o mundo cristão e aos festejarmos mais uma vez o nas-cimento de Jesus Cristo bom será que meditemos profundamentesobre a significação das palavras do Anjo que anunciou o seu nas-cimento aos simples: «Glória a Deus, nas alturas e Paz, na terraaos homens de boa vontade».

Alberto Caribe da Rocha — SâoPaulo — Queira enviar o seu en-derèço completo à Cia. EditoraAmericana (Rua Maranguape, 15.Rio) : os números do seu interes-se são os d? maio de 1950 até ja-neiro de 1951. Ao todo, oito nú-meros.

Dionys Price — São Paulo —Concordamos inteiramente com asua opinião. Infelizmente, fomosforçados a suspender essas pu-blicações forçados pela morte doilustrador. Mas recomeçaremos omais breve possível. Gratos porseus bons votos.

Alberto A. Jordão — Fortaleza— Ceará — Mais tarde esperamoster mais espaço e com prazeratenderemos. — Sim: a reporta-gem é baseada om documentosautênticos, obtidos em fontes mi-litares anglo-americanas. — A suapergunta vale bem outra: E oamigo? Que acha? -

Maria de Lourdes Maranhão —Rio Preto. Estado do Rio — Leia.por obséquio, a primeira respostaque damos ao Sr. Alberto A. Jor-dão.

Felício Sampaio Viana — TrêsRios. Estado do Rio — Se pos-s^uirmos os exemplares que dese-ja. por certo enviaremos. Indique-nos. por obséciuio. os números quelhe faltam. E. por favor, escreva-nos indicando o seu endereçocompleto.

Raul N. Koop — D. Federal —Já procurou obtè-los em nossa re-dação? Procure-nos, à rua Ma-ranguape, 15, térreo (Lapa).

Albertina Magalhães — D. Fe-deral —- Creia que será inútil pro-curar em outra fonte. O romancenão está ainda publicado em vo-lume. Quanto ao seu segundo pe-dido, a administração escreverápara o seu endereço, dando umasolução possivelmente favorável.

ATENÇÃO! — A obra «EXPLO-RANDO O BRASIL MERICIO-NAL», que estamos publicandoem «cadernos», foi iniciada no nú-mero de EU SEI TUDO de JU-NHO do corrente ano. Os nume-ros atrasados podem ser encon-trados nesta redação. Pedidos àCompanhia Editora Americana —Rua Visconde de Maranguape, 15Rio de jFaneiro.

O preço desta revista, em todoo Brasil, é CINCO CRUZEIROS<Cr$ 5,00). Os agentes recebem arevista com um grande descontopara vender pelo preço acima m-dicado, com lucro.