diversidade e descriÇÃo de macrofungos incidentes na regiÃo de urutaÍ. - romario f. rezende

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INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO DIVERSIDADE E DESCRIÇÃO DE MACROFUNGOS INCIDENTES NA REGIÃO DE URUTAÍ. Diversity and description of macrofungi incidents in the region of Urutaí. Rezende, Romário F.; Tobias, Ana C.; Paz-Lima, Milton L. IF Goiano - campus Urutaí. e-mail: [email protected] Os fungos são organismos eucarióticos, heterotróficos, na grande maioria estruturalmente formados por filamentos (hifas) e cujas formas típicas de reprodução envolvem na formação de esporos. São popularmente conhecidos como mofos, leveduras, bolores, cogumelos, orelhas- de-pau e se encontram normalmente sobre o solo, em restos de vegetais e animais mortos, ou em partes de plantas e animais vivos, parasitando ou em simbiose. Em ambientes tropicais chegam a compor 90 % da biomassa viva no solo das florestas (Alexopoulos et al., 1996; Margulis & Schwartz, 2001; Moore & Frazer, 2002; Raven et al., 2001). O primeiro documento a centrar informações sobre a biodiversidade global, incluindo a brasileira, foi elaborado por ocasião da Conferência Rio-92 (Groombridge,1992), seguido do trabalho de Mittermeier et al. (1998) que relacionaram espécies de plantas superiores, vertebrados e alguns invertebrados. Os balanços sobre a biodiversidade brasileira feitos no Brasil (Bicudo & Menezes, 1996; Canhos, 1997; Joly & Bicudo, 1998) avaliaram em cerca de 2.500 o número de espécies de fungos macroscópicos. O conhecimento sobre a diversidade micológica associado ao macrofungos do cerrado é incompleto, fragmento e ate muitas vezes inexistentes. Atualmente muitos trabalhos de diversidade microbiológico abordam a ecologia e a sistemática somente microrganismos de relevância agrícola e associados a doenças de plantas de interesse econômico, deixando de lado aspectos ecológicos de diversidade e interação (Fidalgo, 1968). O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar a diversidade de macrofungos incidentes na região de Urutaí, GO. Durante as coletas foram recolhidos 54 macrofungos, sendo 21 amostras pertencentes a divisão Basidiomycota as quais estão distribuídas em 14 famílias. A família Agaricaceae foi a que apresentou maior número de espécies sendo os principais táxons identificados Agaricus sp., Bovista sp., Chlorophyllum molybdites e Cystoderma sp. Os macrofungos identificados foram Agaricus sp., Bovista sp., Chlorophyllum molybdites , Cystoderma amianthinum, Bolbitius coprophilous, Boletus, Coprinus plicatilis, Crepidotus grumoso-pilosus, Ganoderma sp., Lentinus crinitus, Hexagonia hydnoides, Stereum rugosum sp., Lycoperdon lividum, Cyathus striatus , Polyporus arcularius, Trametes sp., Picnoporus sanguineus, Cymatoderma caperatum, Pisolithus tinctorius, Steccherinum ocrhaceum e Psilocybe cubensis. As famílias que apresentaram maiores porcentagens de incidência foram Agaricaceae, Lentinaceae e Polyporaceae demonstrando assim as famílias de maior importância e representatividade na região amostrada. Foi verificada dificuldade de obtenção da “esporada-basídias e basidiósporos” para caracterização no microscópio, tal como esta apresentou pouca variação morfológica, logo pouca relevância para distinção microscópica dos macrofungos. Por meio do coeficiente de Chao verificou-se a estimativa de riqueza de espécies na vegetação semi-descídua do IFgoiano- Campus Urutaí que variou de 14 a 42 macrofungos. Muitos desses cogumelos possuem inúmeras propriedades dentre esses serem agentes causais de doenças em plantas. Através deste trabalho foi possível descrever e analisar a diversidade de macrofungos incidentes na região de Urutaí, Ipameri e Pires do Rio, bem como criar uma chave de identificação de macrofungos incidentes na região, criando perspectivas de outros trabalhos futuros. Ano de Area Urbana e Rural de 2010 municipios de Urutaí, Pires do Rio e Ipameri, GO Coleta aleatória na seca e na chuva Exemplares removidos com canivete Fotodocumentação e levados para o laboratórios Dissecação de materiais frescos Lâminas de microscópio dos basídios e basidiosporos Secagem em estuda das frutificações Depositado no Herbário do IFGoiano Urutaí Preparo de Chaves dicotômicas e sinópticas e pranchas ilustrativas Tabela 1. Chave sinóptica e dicotômica dos fungos coletados na região de Urutaí, Ipameri e Pires do Rio, municípios do estado de Goiás, (2010). Figura 6. Aspectos morfológicos de Coprinus plicatilis A. basidiocarpo estipitado. B. região lamelar. C.Lamelas . D. poros longoexagonais (Favolóides). 20 Figura 1. Aspectos morfológicos de Agaricus sp. A. região himenial e véu universal, (Barr= µm), B. Superfície do píleo de aparência escamosa, (Barr= µm), C. Basidiósporos, (Barr= µm) D. Basidiocarpo, (Barr= µm), E. Lamelas fendidas longitudinalmente e presença de basídia, (Barr= µm). A B C D E A B C D E Figura 3. Aspectos morfológicos de Ganoderma sp. A. Basidiocarpo não estipitado (Barr= µm), B. detalhe região porosa do himênio, C. tecido do basidiocarpo filamentoso, e D. Poros circulares do himênio (Barr= µm), E. hifas escuras e filamentosas do basidiocarpo (Barr= µm), F. Hifa feosseptada (Barr= µm), F. e G. basidiósporos (Barr= µm). Figura 2. Aspectos morfológicos de Bolbitius coprophilus. A. basidiocarpo estipitado em serrapilheira (bar= mm), B. basidiocarpos emergindo a partir de uma mesma volva (bar= mm), C. himênio de coloração marron e lamelar (bar= mm), D. região do ápice da estipe e região do himêmio lamelar (bar= mm), E. basidiósporos (bar= µm). Figura 5. Aspectos morfológicos de Polyporus arcularius. A. basidiocarpo estipitado no substrato (Bar= mm), B. região himenial do basidiocarpo (Bar= mm), C. superfície pilosa do píleo (Bar= mm), D. poros longoexagonais ondulados (Favolóides) (Bar= mm). Figura 4. Aspectos morfológicos de Bovista sp. A. Basidiocarpo não estipitado, (Barr= µm), B. Corte transversal do basidiocarpo, (Barr= µm), C. Tecido fúngico localizado próximo ao píleo, (Barr= µm) D. Detalhe da espessura do tecido pileal (Barr= µm).

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Page 1: DIVERSIDADE E DESCRIÇÃO DE MACROFUNGOS INCIDENTES NA REGIÃO DE URUTAÍ. - Romario F. Rezende

INTRODUÇÃO

MATERIAL E MÉTODOS

RESULTADOS E DISCUSSÃO

CONCLUSÃO

DIVERSIDADE E DESCRIÇÃO DE MACROFUNGOS INCIDENTES NA REGIÃO DE URUTAÍ.

Diversity and description of macrofungi incidents in the region of Urutaí.Rezende, Romário F.; Tobias, Ana C.; Paz-Lima, Milton L.

IF Goiano - campus Urutaí. e-mail: [email protected]

Os fungos são organismos eucarióticos, heterotróficos, na grande maioria estruturalmente formados por filamentos (hifas) e cujas formas típicas de reprodução envolvem na formação de esporos. São popularmente conhecidos como mofos, leveduras, bolores, cogumelos, orelhas-de-pau e se encontram normalmente sobre o solo, em restos de vegetais e animais mortos, ou em partes de plantas e animais vivos, parasitando ou em simbiose. Em ambientes tropicais chegam a compor 90 % da biomassa viva no solo das florestas (Alexopoulos et al., 1996; Margulis & Schwartz, 2001; Moore & Frazer, 2002; Raven et al., 2001).O primeiro documento a centrar informações sobre a biodiversidade global, incluindo a brasileira, foi elaborado por ocasião da Conferência Rio-92 (Groombridge,1992), seguido do trabalho de Mittermeier et al. (1998) que relacionaram espécies de plantas superiores, vertebrados e alguns invertebrados. Os balanços sobre a biodiversidade brasileira feitos no Brasil (Bicudo & Menezes, 1996; Canhos, 1997; Joly & Bicudo, 1998) avaliaram em cerca de 2.500 o número de espécies de fungos macroscópicos. O conhecimento sobre a diversidade micológica associado ao macrofungos do cerrado é incompleto, fragmento e ate muitas vezes inexistentes. Atualmente muitos trabalhos de diversidade microbiológico abordam a ecologia e a sistemática somente microrganismos de relevância agrícola e associados a doenças de plantas de interesse econômico, deixando de lado aspectos ecológicos de diversidade e interação (Fidalgo, 1968).O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar a diversidade de macrofungos incidentes na região de Urutaí, GO.

Durante as coletas foram recolhidos 54 macrofungos, sendo 21 amostras pertencentes a divisão Basidiomycota as quais estão distribuídas em 14 famílias.

A família Agaricaceae foi a que apresentou maior número de espécies sendo os principais táxons identificados Agaricus sp., Bovista sp., Chlorophyllum molybdites e Cystoderma sp.

Os macrofungos identificados foram Agaricus sp., Bovista sp., Chlorophyllum molybdites , Cystoderma amianthinum, Bolbitius coprophilous, Boletus, Coprinus plicatilis, Crepidotus grumoso-pilosus, Ganoderma sp., Lentinus crinitus, Hexagonia hydnoides, Stereum rugosum sp., Lycoperdon lividum, Cyathus striatus, Polyporus arcularius, Trametes sp., Picnoporus sanguineus, Cymatoderma caperatum, Pisolithus tinctorius, Steccherinum ocrhaceum e Psilocybe cubensis.

As famílias que apresentaram maiores porcentagens de incidência foram Agaricaceae, Lentinaceae e Polyporaceae demonstrando assim as famílias de maior importância e representatividade na região amostrada.

Foi verificada dificuldade de obtenção da “esporada-basídias e basidiósporos” para caracterização no microscópio, tal como esta apresentou pouca variação morfológica, logo pouca relevância para distinção microscópica dos macrofungos.

Por meio do coeficiente de Chao verificou-se a estimativa de riqueza de espécies na vegetação semi-descídua do IFgoiano-Campus Urutaí que variou de 14 a 42 macrofungos. Muitos desses cogumelos possuem inúmeras propriedades dentre esses serem agentes causais de doenças em plantas.

Através deste trabalho foi possível descrever e analisar a diversidade de macrofungos incidentes na região de Urutaí, Ipameri e Pires do Rio, bem como criar uma chave de identificação de macrofungos incidentes na região, criando perspectivas de outros trabalhos futuros.

Ano de Area Urbana e Rural de 2010

municipios de Urutaí, Pires do Rio e Ipameri, GO

Coleta aleatória na seca e na

chuva

Exemplares removidos com

canivete

Fotodocumentação e levados para o

laboratórios

Dissecação de materiais frescos

Lâminas de microscópio dos

basídios e basidiosporos

Secagem em estuda das frutificações

Depositado no Herbário do

IFGoiano Urutaí

Preparo de Chaves

dicotômicas e sinópticas e

pranchas ilustrativas

Tabela 1. Chave sinóptica e dicotômica dos fungos coletados na região de Urutaí, Ipameri e Pires do Rio, municípios do estado de Goiás, (2010).

Figura 6. Aspectos morfológicos de Coprinus plicatilis A. basidiocarpo estipitado. B. região lamelar. C.Lamelas . D. poros longoexagonais (Favolóides).20

Figura 1. Aspectos morfológicos de Agaricus sp. A. região himenial e véu universal, (Barr= µm), B. Superfície do píleo de aparência escamosa, (Barr= µm), C. Basidiósporos, (Barr= µm) D. Basidiocarpo, (Barr= µm), E. Lamelas fendidas longitudinalmente e presença de basídia, (Barr= µm).

A B

C D

E

A B

C D

E

Figura 3. Aspectos morfológicos de Ganoderma sp. A. Basidiocarpo não estipitado (Barr= µm), B. detalhe região porosa do himênio, C. tecido do basidiocarpo filamentoso, e D. Poros circulares do himênio (Barr= µm), E. hifas escuras e filamentosas do basidiocarpo (Barr= µm), F. Hifa feosseptada (Barr= µm), F. e G. basidiósporos (Barr= µm).

Figura 2. Aspectos morfológicos de Bolbitius coprophilus. A. basidiocarpo estipitado em serrapilheira (bar= mm), B. basidiocarpos emergindo a partir de uma mesma volva (bar= mm), C. himênio de coloração marron e lamelar (bar= mm), D. região do ápice da estipe e região do himêmio lamelar (bar= mm), E. basidiósporos (bar= µm).

Figura 5. Aspectos morfológicos de Polyporus arcularius. A. basidiocarpo estipitado no substrato (Bar= mm), B. região himenial do basidiocarpo (Bar= mm), C. superfície pilosa do píleo (Bar= mm), D. poros longoexagonais ondulados (Favolóides) (Bar= mm).

Figura 4. Aspectos morfológicos de Bovista sp. A. Basidiocarpo não estipitado, (Barr= µm), B. Corte transversal do basidiocarpo, (Barr= µm), C. Tecido fúngico localizado próximo ao píleo, (Barr= µm) D. Detalhe da espessura do tecido pileal (Barr= µm).