discurso…...identidade, construção de significados, inclusão social: o papel das línguas...
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DISCURSO…...identidade, construção de
significados, inclusão social: o papel das línguas estrangeiras
Herik Zednik Rodriguese-mail: [email protected]
Lentes Diferentes ...
Qual é a cor do elefante?
Discurso...NOSSAS LENTES...
• constroem a NOSSA percepção da realidade (nossos ‘mundos’)
• representam nossos pressupostos - as categorias pelas quais entendemos a realidade
• não são neutras nem transparentes• são construídas em nossos contextos• são influenciadas pelos conjuntos de
significados aos quais estamos expostos (culturas, classe social, genero, etc…)
• são as ferramentas que herdamos para conhecer/construir nossos mundos
Discurso...LÍNGUA ENQUANTO DISCURSO...
• A língua concebida como discurso deixa de ser uma estrutura ou código a ser decifrado.
• A língua é percebida como constituindo o mundo do indivíduo, e não como um meio transparente e neutro de dar nome aos fenômenos que percebemos e vivemos no mundo.
• A língua é espaço de construções discursivas, de produção de sentidos e visões de mundo, indissociável dos contextos em que ela é produzida e inseparável das comunidades que a constroem e são construídas por ela.
DIRETRIZES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS
Discurso...LÍNGUA ENQUANTO DISCURSO...
• Deixa de lado suas supostas neutralidade e transparência para adquirir uma carga ideológica intensa, e passa a ser vista como um fenômeno carregado de significados culturalmente marcados.
• É repleta de sentidos a ela conferidos por nossas culturas, nossas sociedades, a língua organiza e determina as possibilidades de percepção do mundo e estabelece entendimentos possíveis.
• “Toda língua é uma construção histórica e cultural em constante transformação” (BAKHTIN, 1992; FOUCAULT, 1996).
DIRETRIZES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS
Conjuntos de Significados...
Discurso...
PRESSUPOSTOS RECORRENTES…• "As pessoas não tem opção: precisam se adaptar à
nova ordem mundial." • "As pessoas querem falar a língua do mundo."• "As pessoas querem falar o inglês por causa da
globalização."• "As pessoas querem status social." • "As pessoas querem acesso a 'alta cultura'"• "As pessoas querem acesso a informação."• "As pessoas querem acesso a um emprego ou a
melhores salários." • "As pessoas querem se comunicar com o mundo."
(Andreotti, 2004)
Discurso e Poder...PRESSUPOSTOS RECORRENTES (sobre
pessoas do ‘terceiro mundo’)…• “Eles estão 50 anos atrás…”• “Somos mais avançados porque somos culturalmente
superiores: mais organizados e mais esforçados.”• “Eles precisam da ‘nossa’ educação e cultura para nos
alcançar.”• “Quando bem educados tornam-se QUASE tão bons
quanto a gente.”• “Precisamos ajudá-los.”• “Já tentamos ajudar no passado e não adiantou nada.
Eles continuam ‘atrasados’.”
(Andreotti, 2005)
Discurso e Poder...
IMPLICAÇÕES:• Construção da identidade: quem somos e quem são
‘os outros’ - homogenização - como nos sentimos em relação a nós mesmos e em relação aos ‘outros’
• Relações sociais (ética): negociação de relações (solidariedade, respeito, tolerância,benevolência, etc…)
• Distribuição de trabalho, renda e recursos: quem é mais indicado a fazer o quê, quem é mais valorizado no mercado e quem ‘merece’ acesso aos recursos disponíveis
• Construção do significado: o que é real e ideal, bom ou ruim, bomito ou feio - o que vai ser reproduzido e o que vai ser contestado ou transformado no conjunto de valores
• Política: quem tem mais voz e poder de decisão
CAPACIDADE CRÍTICA
Abordagem Crítica...
DE ONDE ESTAMOS VINDO
PARA ONDE ESTAMOS INDO
ANÁLISE DE ORIGENS E IMPLICAÇÕES DE PRESSUPOSTOS
(LENTES/DISCURSOS)
Ensino da Língua e Discurso...
OPPORTUNIDADES E POSSIBILIDADES •ENCONTRO DE LENTES DIFERENTES• PERCEPÇÃO DA PRÓPRIA LENTE• ANÁLISE DE ORIGENS E IMPLICAÇÕES DE AMBAS AS LENTES• ABERTURA DA POSSIBILIDADE DE CONSTRUÇÃO DE OUTRAS LENTES (VISÕES DA REALIDADE) E IDENTIDADES
Ensino da Língua e Discurso...
É na língua (e não através dela) que se percebe e entende a realidade e, portanto, a percepção do mundo está intimamente ligada às línguas que se conhece.
DIRETRIZES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS
Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Língua Estrangeira ModernaRepresentação e comunicação• Escolher o registro adequado à situação na qual se
processa a comunicação e o vocábulo que melhor reflita a idéia que pretende comunicar.
• Utilizar os mecanismos de coerências e coesão na produção oral e/ou escrita.
• Utilizar as estratégias verbais e não-verbais para compensar as falhas, favorecer a efetiva comunicação e alcançar o efeito pretendido em situações de produção e leitura.
• Conhecer e usar as línguas estrangeiras modernas como instrumento de acesso a informações a outras culturas e grupos sociais.
Investigação e compreensão • Compreender de que forma determinada
expressão pode ser interpretada em razão de aspectos sociais e/ou culturais.
• Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/contextos mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de produção/recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e propagação de idéias e escolhas, tecnologias disponíveis).
Contextualização sócio-cultural• Saber distinguir as variantes
lingüísticas.• Compreender em que medida os
enunciados refletem a forma de ser, pensar, agir e sentir de quem os produz.
A rotina atrasa o seu desenvolvimentoUm lenhador era famoso pela sua força e habilidade para cortar árvores. Ele entrou para uma empresa e no início se destacava dos demais lenhadores. O tempo foi passando e, gradativamente, o lenhador foi reduzindo a quantidade de árvores que derrubava. Um dia, se nivelou aos demais e, logo depois, encontrava-se entre os lenhadores que menos produziam...
O capataz, que apesar da sua dureza, era um homem vivido, chamou o lenhador e o questionou sobre o que estava ocorrendo.- Não sei – respondeu o lenhador. –Nunca me esforcei tanto e, apesar disso, minha produção está decaindo.Quando o capataz olhou para o machado do lenhador, viu que estava cheio de dentes e sem o fio de corte, e perguntou ao lenhador:Por que você não afiou o machado?
Surpreso, ele respondeu que estava trabalhando muito e, por isso, não tinha tido tempo de afiar a sua ferramenta de trabalho. O capataz ordenou que o lenhador amolasse o machado imediatamente. Quando retornou à floresta, com o machado amolado, percebeu que tinha voltado à forma antiga, conseguia derrubar as árvores com uma só machadada.
Moral da históriaMuitos de nós, preocupados em
executar nosso trabalho, ou, pior ainda, julgando que já sabemos tudo que é preciso, deixamos de “amolar o nosso machado”, ou seja, deixamos de atualizar os nossos conhecimentos. A experiência não é a repetição monótona do mesmo trabalho, e sim a busca incessante de novas soluções, tendo coragem de correr os riscos que possam surgir. É preciso empenhar tempo para afiar o nosso machado
“Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, eu
passaria seis horas afiando o machado”