direitointernacionalprivado (1)

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Direito internacional privado

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  • 1NoesdeDireitoInternacionalPrivado1.1Assituaestransnacionais1.1SituaesTransnacionaisesituaesprivadas1.3CarcterTransnacional1.4Processoconflitual

    2Caractersticasdasnormasdeconflitosdeleisnoespao2.1NormasdeRegulaoIndirecta2.2Normasdeconexo1.3Normaformal

    2Planos,processosetcnicas2.1Processos

    NaturezadoDireitodeConflitosOrgosdeaplicaodoDireitodeConflitosFontesdeDireitodosConflitos

    ObjectoeFunodaNormadeConflitosNormasBilateraisNormasBilaterais

    a)BilateralismoeUnilateralismob)CoexistnciadebilateralismoeunilateralismonosactuaissistemasdeDIP

    c)AsfunesdasnormasdeconflitosunilateraisnoDireitoVigented)Bilateralizaodenormasunilateraise)Normasbilateraisimperfeitas

    NormasderemissocondicionadaenormasdereconhecimentoNormasderemissocondicionadaNormadereconhecimento

    ProblemadarelevnciadenormasimperativasestrangeirasProblemaPrincipaistesessobrerelvnciadasnormasimperativasestrangeirasPosiodeLimaPinheiro(iurecondendo)PosiodeLimaPinheiro(iureconstituto)RelevnciadenormasimperativasdeterceirosestadosnoquadrodoDireitomaterialdalexcausae

    AjustiaePrincpiosGeraisdoDireitodosConflitosAjustiadodireitodosConflitosOsPrincpiosdoDireitodeConflitos

    a)Preliminaresb)Princpiosdeconformaoglobaldosistema

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  • ParaLPolegisladorteridolongedemaisquantoaesteprincpio,sacrificandoaHarmoniaInternacionaldeSolues.

    c)PrincpiosdeConexoEstruturageralnormadeconflitos

    ElementosdanormadeconflitosPreviso

    FenmenododepeageEstatuio

    EstatuiodanormadeconflitosModalidadesdeconexoemgeral

    ElementodeConexoNooeFunoClassificaesdeelementosdeconexo:(nosai)

    AdeterminaodaremissoemfunodascircunstnciasdocasoconcretoCritriodaConexomaisestreitaClusuladeExcepo

    InterpretaoeaplicaodanormadeConflitosIntepretaodanormadeconflitos

    NormasdeConflitosdeFonteInternaNormasdeconflitodefontesupraestadual

    IntegraodeLacunasnoDireitodeConflitosAplicaonotempoenoespaodoDireitodosConflitos

    AplicaonotempodoDireitodosConflitosDoElementodeConexo

    PrincpiosGeraisdeinterpretaoeaplicao1Intepretao2Concretizao

    2.1aspectosgeraisdadeterminaodocontedodoconcretodoelementodeconexo

    3ContedomltiploefaltadecontedoConcretizaonoTempoNacionalidadedosindivduos,domiclio,eresidnciahabitual

    a)Nacionalidadedosindivduosb)Domiclio

    RemissoparaordenamentosJurdicosComplexosProblemaPrincpiosgeraisdesoluo

    QuandoquenormaremeteparaOjCnoseuconjuntoequandoqueremetedirectamenteparaumdossistemasquenelecoexistem?Comodeterminar,deentresossistemasquevigoramnoOJC,qualoaplicvel

    DevoluoouReenvioIntroduo

    TiposdeDevoluo

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  • CritriosGeraisdesoluoa)TesedaRefernciamaterialb)Teoriadarefernciaglobalc)Teoriadadevoluosimplesd)Teoriadadevoluointegral/foreigncourttheoryoudupladevoluoe)Concluso

    Oregimevigentea)Regrageraldarefernciamaterialb)TransmissodecompetnciasRetornod)Favornegotiicomolimitedevoluoe)Casosemquenoadmitidadevoluof)RegimesEspeciaisdedevoluog)Caracterizaodosistemadedevoluoh)Apreciaocrtica

    QualificaoEnquadramentoemtodo

    a)Generalidadesb)Operaesenvolvidasnaqualificaod)Interpretaodosconceitosquedelimitamoobjectodaremissod)Delimitaodoobjectodaremissoe)Qualificaoemsentidoestritof)Especialidadesdasnormasconflitosadhocenormasremissocondicionada

    DificuldadesintroduzidaspelofraccionamentoconflitualdassituaesdavidaProblemasespeciaisdeInterpretaoeaplicaodoDireitodosConflitos

    QuestoPrviaReservadeordempblicainternacional

    a)Reservadeordempblicainternacionalenquantoclusulageralqueveiculaprincpiosenormasfundamentaisb)OutrascaractersticasdasOrdemPbicainternacionalc)ConsequnciasdaintervenodareservadeOPI

    FraudeLeiCaracterizaodaFiguraSano

    1- Noes de Direito Internacional Privado

    1.1 As situaes transnacionais

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  • Umapluralidadedeestadossoberanosreflectesenumapluralidadedesistemasjurdicos,comautonomiaentresiequeporissopodemregulardeformasdiferentesosmesmosproblemas.Assituaesjurdicaspodeminserirseapenasnumordenamento,nosuscitandoqualquerproblemadeDIP,masevidentequeasociabilidadehumananopranasfronteirasdoestadoHojeverificaseumacrescenteinternacionalizaodasrelaessociais,quecomeousobretudonosculoXX,consequnciadainternacionalizaodaeconomia,dosmovimentosmigratrios,dasnovastecnologiasdeinformaoecomunicao.Emcertassituaes,quenascemprecisamentedestainternacionalizaodasrelaessociais,oorgodeaplicaododireitotemantesdepoderresolveroproblemaprincipal,determinarqualaleiaplicvel.Mais,hqueperceberquaisostribunaisquesocompetentesparaessaaplicaressalei,isto,hquedeterminaracompetnciainternacionaldostribunais.PorfimpodeaindaapontarseoutrotipodeproblemasqueresolvidopeloDIP,odoreconhecimentodedecisesestrangeiras(quandoumlitgioresolvidopelotribunaldopasAquestionasesepodeproduzirefeitosnaordemjurdicadopasB).LimaPinheirofalaporissonumafeiotriangulardosproblemasaresolver:determinaododireitoaplicvel,competnciainternacionalereconhecimentodedecisesestrangeiras

    1.1 Situaes Transnacionais e situaes privadas EntendesetradicionalmentequeoDIPregulasituaesdedireitoprivado,comoasquedizemrespeitoaoDireitoCivildasPessoas,dasCoisas,daFamlia,dasSucesses.Sotambmsituaesprivadasaquelasemque,estandoimplicadoumEstadoouentepblicoautnomo,estenoagenaqualidadedesujeitopblico,mascomoumparticularporqueestassituaessoregidaspelodireitoPrivado".LimaPinheiropreferefalarapenasemsituaestransnacionais,poisalgumasdassituaesnosoreguladasexclusivamentepelodireitoprivadoSituaestransnacionais:aquelasemquesecolocaumproblemadedeterminaododireitoaplicvelquedevaserresolvidopeloDIP.Esteproblemadedeterminaodejurisdiopodesercolocadoentreordensjuridicasestaduais,aordemjurdicainternacionalemesmocomoDireitoautnomodocomrciointernacional.DelimitaodassituaesreguladaspeloDIP

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  • Durantemuitotempovigorouoparadigmadaabsolutaterritorialidadedodireitopblico:odireitopblicoseriaterritorial,peloqueosorgosdeaplicaododireitodeumestadosaplicariamodireitopublicointerno.JuntavaseaestedogmaodaconcepoabsolutadaimunidadedejurisdiodosEstados,peloqualumestadonopoderiaseraccionadonostribunaisdeoutroEstado,salvoemcasosexcepcionais,eumestadonopoderiaactuaremtribunaisdeoutroestadocombaseempretensesdoseudireitopublico:oslitigiosemergentesderelaojurdicopublicaspodiamserapresentadosnostribunaisdesseestado,ondeseriaexclusivamenteaplicadoodireitointerno,mesmoqueumadaspartesfosseestrangeira.NestalgicanaosecolocavamproblemasdealicaonoespaodoDireitoPublicoEstaconcepohojecaiu,peloqueodireitopblicodeumaordemjurdicaestrangeiraquetenhasidodesignadapelanormadeconflitospodeseraplicado.Quantoaoimunidadedejurisdioesthojemitigada:osestadosstmimunidadedejurisdiorelativamenteaosactospraticadonoexercciodeactividadespraticadascomiusimperiienoparaosactospraticadosiuregestionis,(aquelesquetambmpodemserpraticadosporparticulares)DiscutesequantoadmissibilidadedepretensesformuladasporEstadosestrangeiros,comfundamentonoseudireitopblico,nostribunaislocais.LimaPinheirodefendequeaquestopodeserlivrementeresolvidapelaordemjurdicadoestadolocal,isto,combaseemvaloresdecooperaojurdicaoudesolidariedade,podemadmitirapretensodeumestadoestrangeirofundadanoseudireitopblico.Olimite,paraestaadmissibilidade,omesmoquedeterminaaimunidadedejurisdies,peloquequandoumestadogozadeimunidadedejurisdioestapossibilidadenaoexiste:fazsentidoqueumestadonoadmitianosseustribunaispretensesdeestadosestrangeirosquedigamrespeitoasituaesquespodemserobjectoderegulaonaordemjurdicadessesmesmosestados.Sepudessemosreconduzirtodososactosjuridicopublicosaosactospraticadosiureimperiipoderamosafirmarquesasrelaesdedireitoprivadoestabelecidasporsujeitospblicosdeumestadopodemserapreciadasportribunaisestrangeirosoutransnacionais,poissosactosiusimperiiestoexcludosdoDIP.Masassimno,por3razes

    oslitigiosemergentesdecertasrelaesdedireitopublico,comooscontratospublicos,soarbitrveis.Isto,quandoexistaumaclausuladearbitragemvlida,colocaseaosarbitrosaquestodesaberquedireitoaplicarmesmosendoreguladaporDireitopblico

    estado,mesmoqueactueiureimperii,poderenunciarimunidadedejurisdio:oqueacontecenumpactoatributivodejurisdioatribunaisestrangeiros.

    distinoentreactosiusimperiieiusgestionisrelevadoDIPublicoenocorrespondenecessariamenteaocritriodeclassificaodosactoscomosendodeDireitoPublicooudireitoprivadoporumadeterminadaordemjurdica.ocasodePortugal

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  • ConcluiqueumarelaoconformadaporDireitoPublicodoEstadoApodeserencaradapelostribunaisdeoutroestado,resultandodeumaactuaoiuregestionis,quenobeneficiadaimunidadedejurisdio,ouseja,queaqualificaodeumasituaocomotransnacionalnaaceporelevanteparaoDIP,nopressupenecessariamenteocarcterjuridicoprivadodamesma.Aparticipaodeumsujeitopublicosobstaaocarctertransnacionalquando

    arelaofiquedirectamenteaodireitopblicointerno quandoarelaoseinsiranaordemjurdicadeumestadoestrangeiro,porsetratar

    deumaactuaoiureimperii,notersidocelebradaumaconvenodearbitragemvlidanemterocorridorennciaimunidadedejurisdio

    EmsumaoDireitoInternacionalPrivadoportugusaplicvelatodasasrelaesque,emboraimplicandoestadosouentespblicosautnomosestrangeiros,organizaesinternacionaisouagentesdiplomticosouconsularesdeEstadosestrangeiros,sejamsusceptveisderegulaonaesferainterna.

    1.3 Carcter Transnacional ODIPregulasituaesdecarcterinternacional,isto,quetenhamcontactosrelevantescommaisdeumestadosoberano.RecorremosexpressotransnacionalparaevitarconfusescomasituaointernacionaldoDIpblico(relaesentreestadosouorganizaesinternacionaisconformadaspeloDIPblico).Sovriososfactoresquepodemdarorigemtaltransnacionalidade:

    nacionalidadedossujeitos oseudomiclioouresidnciahabitual localdoestabelecimento localdosfactos localondeseencontraoobjectodolitgio

    Ainternacionalidadedasituaogeraasuaestraneidade,faceordemjurdicadereferncia.Oselementosdeestraneidadesooslaosqueligamasituaoaoutrosestados.AtransnacionalidadejnoserchamadadeestraneidadeseestiveremcausaaaplicaodeDIPdefonteinternacional,poisestenoexclusivodeumaordemjurdicaestadual.OcritriodetransnacionalidaderelevantedependedasnormasdeDIPemcausa:podevariarconformeosectordoDIPemcausa(direitodeconflitosgeral,direitodeconflitosdearbitragemoudireitodereconhecimento).(vermelhor.estamerdatoda).

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  • 1.4 Processo conflitual ODIPregulasituaestransnacionaisatravsdeumprocessoconflitual.EntendesetradicionalmentequeoncleodoDIPsoasnormasdeconflito:preposiesqueperanteumasituaoemcontactocomumapluralidadedesociedadesestaduaisdeterminamodireitoaplicvelex:artigo50CCSendoumdireitodeconflitos,hquedistinguirdeoutrosdireitosdeconflitos:

    conflitosdesoberanias:tratasededeterminarodireitoaplicvelaumasituaotransnacionalenoregularcompetnciaslegislativas

    conflitodenormas:aindaqueoDIPpressuponhaumapluralidadedesistemasjurdicosvigentesqueapresentamdiferenasnaregulaodamesmasituao,masnaordemjurdicalocal,aplicvelnoexistequalquerconflitodenormas.

    conflitosdesistemasdedireitointernacionalprivado:quandoosdireitosdosconflitosdasordensjurdicasempresenadivergementresisobrequaldeveseraplicado,isto,quandosurgemconflitos,positivosounegativosdejurisdio.

    quandofalamosdeconflitosdeleisemDIP queremossomenteidentificaroproblemadedeterminaododireitoaplicvelgeradoporumasituaodavidaqueestemcontactocomaesferasocialdemaisdeumestado,problemaessequeresolvidopelanormadeconflitos.Odireitodeconflitosvisaregularsituaostransnacionais,atravsdeumprocessoderegulaoindirecta:regulaassituaesmediantearemissoparaodireitoaplicvel.Batiffol,adoptandooutraperspectivadamesmarealidade,defendequeanormadeconflitoscoordenaouarticulaasordensjurdicasinternacionais.MesmonaperspectivadoDireitodeReconhecimento,existeorecursoaoprocessoconflitual:asnormasquedeterminamoreconhecimentodosefeitosdedecisesestrangeiras,estabelecemascondiesemquepodeexistirotalreconhecimento,masnodisciplinammaterialmenteasituao.Aregulaodasituaojurdicomaterialresultadaremissoparaodireitodoestadodeorigem.

    2 - Caractersticas das normas de conflitos de leis no espao

    2.1 Normas de Regulao Indirecta

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  • Emoposiosnormasderegulaomaterial/directa,quedesencadeiamefeitosjurdicosquemodelamassituaesjurdicasdaspessoasouquedeterminamoregimeaplicvelsituaodescritanasuapreviso(ex:122e123CC.?Ouseja,asnormasderegulaoindirectamandamaplicarsituaodescritanasuaprevisooutrasnormasoucomplexosdenormas.Contudonosomerasnormasdedeciso(poroposioanormasdeconduta,quetmumafunoorientadoradacondutadaspessoas).IstoporqueLPrecusaachamadavisojudiciriadoDIP:ossujeitosdassituaesjuridicastransnacionaistmquesaberqualodireitoaplicvelparapoderemporeleorientaremasuaconduta.Ouseja,umanormadecondutaindirecta.

    2.2 Normas de conexo Conectamumadeterminadasituaodavidaaumdireitoaplicvel,medianteumelementodeconexoolegisladordeDIPcomoumpontifexquelanaaponteentresituaojurdicaeordemjurdica.Estaconexoestabelecesecomrecursoaelementosdeconexo,determinadoslaosqueoDIPconsiderajuridicamenterelevantesparaadeterminaododireitoaplicvel.Soexemplosclssicosdeelementosdeconexoanacionalidade,aresidnciaeolugardesituaodeumacoisa.Podemser:

    vinculosjurdicosqueseestabelecementreumelementodasituaoeumDireito(casodanacionalidade)

    laosfcticosentresituaoeaesferasocialdeumestado consequnciasjurdicasqueseprojectamnumdeterminadolugar(lugardoefeito

    lesivo) factosjurdicos(adesignaopelisinteressadosdodireitoaplicvel).

    Aselecodoselementosdeconexooperacionaisnoabritrria,antesobedeceaumavaloraoquefundamenteessaseleco:anormadeconexoveiculaumajustiaprpria,ajustiadaconexo,queseexprimenaescolhadoselementosdeconexomaisadequadossmateriasemcausaOquedistingueasnormasdeconexodoDIPdeoutrosdireitosdeconflitos(comoodireitointemporal,odireitointerlocal)oobjectodassuasnormasdeconexo:assituaestransnacionais.NemtodasasnormasdeDIPsonormasdeconexo.Hojeabandonouseumavisodascoisasqueexigiaqueoelementodeconexotemqueserumlaoobjectivopodesersubjectivo,comoolaoqueresultadadesignaopelas

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  • partesassim,anormaquepermiteadesignaopelaspartesdodireitoaplicvelaindaumanormadeconexo.Jnoseronormasdeconexoasnormasdeconflitocomconceitodesignativodeconexoindeterminado4Convenoleiaplicvelsobrigaescontratuaismandaaplicarleicomaqualocontratoapresenteconexomaisestreita.Estasnormasdeconflitotambmestoaoserviodajustiadaconexo,masagoratratasedeumajustiadocasoconcretoenoumaabstracta.Spoderosernormasdeconexonumsentidoamplodesseconceito,queabarquetodasasnormasaoserviodajustiadeconexo.Indiscutivelmentenoseronormasdeconexo:o33/2daLeiArbitragemVoluntriamandaaplicarodireitomaisapropriadoaolitgio.Nestecasojnoestamosperantequalquerelementodeconexo.LPconsideraquequalquernormaquedetermineodireitoaplicvelserNormadeConflitos,poisoquecaracterizaoDIPenquantoramododireitooprocessoderegulaoindirecta,eesseprocessopodesercumpridotantopornormasdeconexocomoessasoutrasqueremetemparaumdireitoaaplicarsemrecorreraqualquerelementodeconexo.Concluiporissoqueacaractersticaessencialdasnormasdeconflitooseucarcterremissivoouderegulaoindirecta.

    1.3 Norma formal Seronormasformaisporquenadesignaododireitoaplicvelnoatendemaoresultadomaterialaqueconduzaaplicaodecadaumadasleisempresena,Ocarcterformaltemquevercomocontedovalorativodasnormasemconflitosodiferentesasvaloraessubjacentessnormasmateriaisesdeconflito.Istotornaseclaribicasodasnormasdeconflitoquesejamnormasdeconexo:ajustiadaconexoatendeaosignificadodoslaosqueasituaoestabelececomosestadosempresenaenossoluesmateriaisditadaspelosdireitosdestesestados.Faltalimitesaoformalismo.

    2 - Planos, processos e tcnicas 2.1 Processos

    1. Processoconflitual/regulaoindirecta2. Processosmateriais/directos

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  • ProcessosderegulaodassituaestransnacionaisPodemosencontraroutrosprocessoalmdoprocessoconflitual/deregulaoindirecta.LimaPinheiroaponta3

    Aplicaodirectadodireitomaterialcomum Criaodedireitomaterialespecialdefonteinterna Unificaointernacionaldireitomaterial

    Professor adopta aqui uma perspectiva que contrape a regulao indirecta directa, conformehajaounonecessidadedeumavaloraoconflitual.O processo indirecto/conflitual consiste no recurso a uma norma de conflitos, ou num sentido amplo,aumavaloraoconflitualparaadeterminaododireitomaterialaplicvelNo processo directo ou material, por sua vez, procedese directamente regulao de acordocomodireitomaterial,semnecessidadedeumavaloraoconflitualPodemosencontrartrscasosderegulaodirectanaordemjurdicaestadual:1 Quando o direito material comum do foro for aplicado a quaisquer situao, independetementedecomportaremelementosdeestraneidade.2 Quando solues ad hoc ou de direito material especial de fonte interna forem aplicadas a situaes que comportam determinados elementos de estraneidade, independentemente doslaosqueapresentemcomoestadodoforo.3 Quando direito material especial de fonte supraestadual for aplicado a situaes transnacionais, independentemente de uma conexo entre estas situaes e um dos Estados onde vigora esse direito (caso das Convenes internacionais que estabelecem um direito materialunificadoaplicvelacertotipodecontratos).A regulao das situaes transnacionais na ordem jurdica estadual em regra indirecta. Os casos em que se recorre aos mtodos de regulao material so na verdade tcnicas de regulao indirecta. Assim, temos mais uma pluralidade de fontes de regulao do que um verdadeiropluralismometedolgico.Planos Tradicionalmente entendese que as situaes transnacionais so reguladas na esfera de uma ordem jurdica estadual, pelo que o nico plano de regulao considerado o que correspondeordemjurdicaestadual.

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  • PodemosdefiniroconceitodeOrdemJurdicaemduasvertentes1. Normativas:quaisasnormaseprincpiosaplicveis2. Institucional: quais os rgos competentes para aplicao do direito a situaes

    jurdicastransnacionais.Deacordocompticatradicional,assituaestransnacionaisdeviamorientarseexclusivamentepelasnormaseprincpiosvigentesnasordensjurdicasestaduais.Mais:oDireitoInternacionalPblico,oDireitoComunitroeoDireitoautnomodocomrciointernacionalsrelevamparaaregulaodesituaestransnacionaismedianteumarecepoouremissooperadapordeterminadaordemjurdicaestadual.Atendendoevoluoentretantoverificada,tornasenecessrioanalisararegulaodesituaestransnacionaisluzdestesPlanosRegulaopeloDireitoEstadual

    a) Generalidades

    Aquelaqueoperanaesferadeumaordemjurdicaestadual,i.e.emprimeiralinhareguladapelodireitovigentenaordemjurdicaestadualeosrespectivostribunaisestaduaissocompetentes.Em ordens jurdicas como a nossa, o direito aplicvel tanto pode ser de fonte interna como defontesupraestadual,comoocasodoDireitoComunitrio.O nosso sistema de direito dos conflitos formado essencialmente por um conjunto de normas de conflito bilaterais tanto remetem para o direito do foro como para o direito estrangeiro e de normas de interpretao e integrao das normas bilaterais. No direito portugusestasnormassogeralmentedefontelegal.

    b) AlternativasaosistemadeDireitodosConflitos1AplicaodirectadoDireitoMaterialComum:situaestransnacionaissoreguladascomosetratassemdesituaespuramenteinternas.Estaumatcnicaderegulaodirectaqueprescindedenormasdeconflitos.Temumavantagembviaaviamaisfcilparaosrgosdeaplicaododireito.Noentanto,somaisasdesvantagenscomprometeriaacontinuidadedassituaestransnacionais,colocandoemriscoaseguranajurdicaeaharmoniainternacionaldesolues:

    Odireitoaplicvelnoseriaprevisvel,poisiriavariarconsoanteoestadoemquequestofossecolocadas.

    Aaplicaodeumdireitodiferenteemcadaestadofomentariaadesarmonia

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  • internacionaldesolues,econduziriaincertezasobreassituaesjurdicasexistentes:duaspessoaspodiamsercasadasluzleiholandesae,chegandoaPortugaldeixariamdeoser.Istoseriaumcasogravedefrustraodeexpectativasobjectivamentefundadasdosinteressados.

    Porfim,estatcnicaincentivariaofrumshoppingeseriaincompatvelcomoDireitoInternacionalPblicoqueobrigaosEstadosareconheceraosestrangeirosummnimodeproteco.

    Algunsautoresdefendemqueseriapossvelpensarqueasnormassobrecompetnciainternacionalfossemelaboradasdemodoaqueoestadostivessecompetnciaemrelaoasituaesqueapresentemumaconexofortecomesseestadodemodoquesejustificasseaaplicaododireitomaterial.LimaPinheirosalientaquepodemexistirrazesparaumestadoatribuirumaesferadecompetnciaaosseustribunaisdiferentedaesferadeaplicaodoseudireito.Podemterinteresseemquecertassituaessejamapreciadosnosseustribunaismesmoquenoexistaconexosuficientementeforteparadeterminaraaplicaodoseudireitomaterial.Mais:oregimedecompetnciainternacionaltemdeatenderacertosfactorescomoaproximidaderelativamentespartes,aeficciaprticadadeciso,etc,quesofactoresdiferentesdosquejustificamaaplicaodeumdireitomaterial.Isto:asfinalidadesprosseguidaspeloDireitodaCompetnciaInternacionaljustificamsoluesdiferentesdasfinalidadesprosseguidaspeloDireitodosConflitos.2CriaodeumdireitomaterialespecialdefonteinternaComprecedentesnoiusgentium,osestadospodemcriardireitomaterialespecial,aplicvelexclusivamentesrelaestransnacionais.Estedireitoterdeserdefontelegal,aocontrriodoquedefendemalgunsautores,quepoderiaserdeorigemjurisprudencial,sobretudonombitodasrelaesinternacionais.Estatcnicaoferecealgumasvantagens:maisadequadaespecificidadedasrelaesinternacionais(comomaisevidentenodomniodotrficocorrentedebenseservios).MassverdadeiramenteumaalternativaaosistemadeDireitodosConflitosseforaplicvelaquaisquersituaesquecomportemelementosestraneidadeindependentementedeumaligaocomoEstadodoForo,enestescasosapresentatodasasdesvantagensassinaladasarespeitodaaplicaodirectadodireitomaterialcomumPorissoLPrecusaestatcnicacomoalternativaglobalaoprocessoconflitual,masadmitequepodeserjustificadoorecursomesmaemcertossectoresbemdelimitados.SeroconsideradasnormasdeDireitoInternacionalPrivadomaterial.

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  • Temosumexemplodestasnormasnoart54n2.Justificaseorecursoaestatcnicaquandoaactuaododireitodosconflitosseapresentardesadequada,oquesepodedeveraproblemasgeradospeletcnicaconflitualouporespecificidadesdasituao.Em regra, o Direito Material especial v a sua aplicao depender de uma ligao com o Estado do foro, pelo que no deixa de ser uma tcnica de regulao indirecta, que no prescindedenormasdeconexo.No entanto, estas norma de conexo podem ser gerais (ie, a aplicabilidade do direito material especialdependedosistemadenormasdeconflitos)ouespeciais.Noprimeirocasodizemosqueodireitomaterialespecialdependente.NestescasosoDireitomaterialespecialnoseralternativaregulaodasituaopelodireitodeconflitos.Anicadiferenaquearemissooperadapelodireitodeconflitosserparaumanormasdedireitomaterialespecialenoumadedireitomaterialcomum.Serindependentesedependerdenormasdeconexoespeciais.Estaseraregra.Oseucampodeaplicaonoespaodependededoispressupostos:umaconexocomumestadoestrangeiro(ouelementodeestraneidade)eumaconexocomoestadodoforo.EstaconexocomoEstadodoforodefinidapornormasdeconexoadhoc(normasdeconflitosunilateraisquesereportamanormasouconjuntodenormasmateriaisindividualizadas).Atendncianooaumentodarelevnciadestasnormas,massimodesenvolvimentodenormasdedireitomaterialespecialrelativamenteaquestesespecficas,casosemqueoDMErealizaumafunoquelimitaoucomplementaofuncionamentodosistemadedireitodeconflitos,porrazeseconmicas.Temosassimdoistiposdenormas

    Normasdeaplicaodependentedosistemadedireitodosconflitos(ex:2223) Normascujaaplicaoresultadenormasdeconexoespeciais(ex:normasque

    estabelecemumtratamentoespecficoparaestrangeiros.Soutilizadasnoquadrodaintervenoeconmicadoestadosobrerelaesprivadas)

    3UnificaointernacionaldodireitomaterialaplicvelParaacriaodedireitomaterialespecialunificadotemserecorridosobretudofiguradasConvenes.Paraaferirmosaimportnciadestaunificaointernacionaltemosquedistinguir3figuras.

    Uniformizao:consistenacriao,porumafontesupraestadual,dedireitouniforme,ie,

    aplicveltantonasrelaesinternascomonasinternacionais.Substituiporissoodireitocomumdefonteinterna.Exemplos:LeiUniformeemmatriadeLetraselivranas(echeque)

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  • noconfundircomasConvenesdeGenebrasobreosconflitosdeeisemmatriasdeletraselivranas.EstasltimassofontedeDIPenodedireitomaterial,decidemqualodireitoaplicvel,poisasleisuniformespodemnoregulartodososaspectosderegime

    Unificao:criao,porfontesupraestadual,dedireitomaterialunificado,ie,direitomaterial

    especialdefontesupraestadual.Asprincipaisreasdeunificaosoavendainternacionaldemercadorias,otransporteinternacional,odireitosobreembarcaeseaeronaves,oDireitoMartimo,apropriedadeintelectualeasmatriasdoTestamento.

    Harmonizao:estabelecimentoderegrasouprincpiosfundamentaiscomuns.Mtodocom

    objectivosmenosambiciososqueauniformizaoouunificao.ExisteminstrumentosespecficosdaHarmonizao,comoaelaboraodeLeisModelo(corposderegrasuniformesoupropostasourecomendadasparaadoponoDireitoInternoouparaquealegislaointernanelesseinspirem)easDirectivasComunitrias.OutrosmodelosderegulaopodemserinstrumentodeHarmonizao,comoorecurosaosPrincpios(conjuntosistematizadoderegraselaboradosnumabasepredominantementecomparativa,emqueolegisladornacionalsepodeinspirar)ouaoutrosmtodospromevidospororganizaesnogovernamentais,comoosguiasjurdicos,osmodelosdecontratosetermoscontratuaisnormalizados.Qualasignificaodestesdiferentesmtodos?A Harmonizao no vem alterar nada no normal funcionamento do Direito do Conflitos, no eliminadiferenasentreordenamentos,apenasosaproxima.QuantoaodireitoUniformeeUnificado,importadistinguirseaaplicaodestesdireitosdependeounodoSistemadedireitodosconflitos.Sedepender:tratasedeumaregulaodesituaoderegulaodesituaestransnacionaispormeiodessesistemaanicadiferenaestnodestinodaremisso.IstooqueseverificaemregranoDireitoUniforme:aaplicaodasLULLdependedasnormasdeconflitoqueconstamdasCGsobreconflitosdeleisnestamatriaSenodepender:oactosupraestadualqueocriaquedefineosseuspressupostosdeaplicaonoespao.oqueaconteceemregranodireitounificado.HipotesseemqueoactosupraestadualumaConveno:Qualaesferaespacialdeaplicaodaconvenointernacional:EmprimeirolugarasConvenesdeunificaodelimitamassituaesreguladaspelodireitounificadotendoemcontamatriajurdicaemcausa.Tratasedodomniomaterialdeaplicao.

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  • Outracoisadelimitarsituaesreguladasemfunodassuasconexesespaciais,ie,doslaosqueestabelecemcomEstadosContratantes.Aquirecorreseaumrelevantecritriodeinternacionalidade(exemplo:transportedemercadoriasentreportosdedoisestadosdiferentes)eumaconexocomumEstadoContratante(lugarondeemitidooconhecimentoouondesesituaportodeembarque).Conjugandoestesdoiselementosobtemosospressupostosdeaplicaonoespo.Pode sempre Conveno dispensar conexo com Estado Contratante, reclamando aplicao Universal caso da Conveno de Haia sobre a Venda Internacional de Mercadorias. Nestes casos aplicamos a todas as situaes transnacionais que caiam no seu domniomaterialdeaplicao.Istofoimuitocriticado:

    AaplicaododireitomaterialunificadovigentenumaOJestadualasituaesquenotmlaossignificativoscomesseestadoououtronoqualessedireitovigorerepresentaumsacrifciodaseguranajurdicapartesnotinhamrazoparaorientarsuacondutaporessedireito.

    Contribuiparaofrumshopping:umadaspartespodeintentaraconumestadocontratanteapenasparaverseraplicadoessedireito,comoqualaoutrapartenodeviacontarnomomentodacelebraodocontrato.

    LegisladorinternacionaltemsidosensvelaestascrticasConvenodeVienasobreVendaInternacionaldeMercadoriassseaplicaacontratoscelebradosentrepartesestabelecidasemEstadosdiferentesquantoestesestadosoambosestadoscontratantesouasregrasdeDIPdeumEstadocontratanteconduzamaplicaodaleideumestadocontratante.Tratasenestecasodeumprocessoderegulaoindirecta,poisaaplicaodireitounificadodependedeumaconexocomumEstadoContratante.NoentantotratasedeumatcnicadiferentedoSistemadoDireitodeConflitos,poisanormadeconexoadhoc,ie,umanormadeconexocontidanumaconvenointernacional,quesereportamsnormasunificadasdestaConveno.

    Quaisasvantagensdestatcnica?

    Desde que situao transnacional caia directamente na esfera espacial e domnio material de aplicao do regime convencional eliminase o problema da escolha do sistemalocalaplicveleaplicasesempredireitovigentenaordemjurdicainterna.

    Estadoscontratantesassumemumaposiouniformesobreregulaojurdicadasituao,garantindoseharmoniainternacionaldesolueseprevisibilidadedassolues.

    Facilitaseoconhecimentodadisciplinajurdicadasituaoporpartedosinteressados.

    TcnicaparticularmenteadequadaasituaestransnacionaisquesurgememconexocommeiosdecomunicaoglobaisoucomnmeroelevadodeEstados.

    Parecesoluoptima,mastemalcancelimitado

    15

  • Porrazesprticas:processodeunificaomoroso,difciledecustoselevados Supressodosconflitosdeleissseriaatingidaseaunificaofossegeral(todasas

    matrias)euniversal(todososestados)nestemomentounificaonemgeral(certasmatriasnoseprestamunificao,porestaremdependentesdevaloraeslocais),pornosepoderempetrificar)nemuniversal

    Divergnciasdeinterpretaoeintegraododireitounificado:apesardeumforteesforonessesentido,nopossvelevitaremabsolutoquevenhamasurgirsoluesdivergentesentretribunaisdeestadosdiferentes.

    Surgeaquiumaquesto:quandoissoacontece,nosedeveratendersoluojurisprudencialmenteconsagradanoordenamentocompetentesegundoosistemadeDireitodeConflitos?LimaPinheirodistinguesejurisdiocompetenteforestadualouarbitral:seforestadual:respostadeveserpositiva.Paraissoinvocaointeressedaspartes,quesedevempoderorientarpelosistemanacionaldoEstadoqueapresentaolaomaissignificativocomsituao.Mais,estaaposioquefavorecemaisharmoniainternacionaldesolues:sergosdeaplicaoseguiremorientaointerpretativadominantenasuaOJasoluodocasosermaisvairveldoqueseatenderemorientaodajurisprudnciadaordemjurdicacompetentesegundoosistemdedireitodeConflitos.seforarbitral:ssedeverolharparaumaorientaodeumadeterminadaOJseaspartestiveremescolhidoessesistemapararegerasituao.SenoescolheremqualquerOJ,otribunalarbitraldeverpocurarsoluomaisadequada,tendoemcontaosprincpioscomunsdosEstadosConectadosc

    Natureza do Direito de Conflitos

    Orgos de aplicao do Direito de Conflitos SoorgosdeDireitodosConflitosasentidadesquenoexercciodefunesjurisdicionaisouadministrativasaplicamodireitodeConflitos.PodemserSupraestaduais(quandorelevamdaordemjurdicainternacionaloudaordemjurdicacomunitria),Estaduais(quandorelevamdasordensjurdicasestaduais)ouTransnacionais(quandonemrelevamdeordemestadualnemsefundamentamnumaordemjurdicasupranacional)(...)

    Fontes de Direito dos Conflitos 16

  • (...)

    Natureza Pblica ou Privada do DIP Teseclssicasobreobjectoefunodasnormasdeconflitoencaraacomoumanormadedelimitaodecompetnciaslegislativasqueresolveconflitosdesoberaniasestaduais,oqueapontaparaanaturezapblicadoDIP.NoentantohojeposiodominanteentendequeoDIPDireitoPrivado,umdireitoespecialreguladordassituaestransnacionais.ArgumentaseemprimeirolugarqueafunodoDIPregularsituaesprivadastransnacionais.LPnoadereaesteargumento:esteobjectoabrangesituaesque,apesardeseremconformadaspeloDireitoPblico,colocamumproblemadedeterminaoaplicvelquedeveserresolvidopeloDIP.InvocasemeemsegundolugarqueosfinsprosseguidospeloDIPseidentificam/assemelhamcomosdoDireitoPrivado.LPobjectaquenopossvelhojefazerumadistinorigdaentrefinalidadesdoDireitoPrivadoePblico.Porfim,refereseumaafinidadeentreproblemasderegulaodoDIPLPconsideraesteargumentolimitadodevidopossibilidadederemissooperadapeloDireitodeConflitosabrangernormasdeDireitoPblico.Posioadoptada:considerapredominantementeDireitoPrivado,semexcluirpossibilidadedesurgiremcertasreasemquesepodemdesenvolversoluesespecficaspararelaesquecomportemelementospblico.

    Objecto e Funo da Norma de Conflitos Objectodanorma:realidadequeregulaFuno(jurdica)danorma:qualoproblemaqueanormatempormissoresolvereoprocessoporqueoresolve.NormasUnilaterais:sdeterminamaaplicaodoDireitodoForo.

    exemplos: 3/3CCFrancsleisfrancesassobreestadoecapacidadeaplicamseaos

    francesesmesmoquevivamnoestrangeiro 38DL178/86Aoscontratosreguladosporestediplomaquesedesenvolvam

    exclusivaoupreponderantementeemterritrionacionalsseraplicvellegislaodiversadaportuguesa,noquerespeitaaoregimedacessao,seamesmaserevelarmaisvantajosaparaoagente.

    NormasBilaterais/Plurilaterais:tantoremetemparaoDireitodoForocomoparaDireito

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  • Estrangeiroexemplo:50CCformadocasamentoreguladapelaLeidoEstadoemqueacto

    celebrado.EmregraasnormasdoCCsobilaterais,comalgumasexcepes.

    Normas Bilaterais

    a) Tese Clssica e da escola nacionalista italiana UniversalistasObjectodanormadeconflitosseriamosconflitosdesoberania:naaplicaodaleiestrangeiraestariaemcausaoreconhecimentodaautonomiadasoberaniadodoEstadodeondeessaleipromana.OsinteressesemcausaseriamsobretudointeressesdosEstados.AfunoJurdicadanormaaderesolverestesconflitosdeinteressesmediantearepartiodacompetncialegislativaentreosEstados.EscolaNacionalistaItaliana(Ago)Comumentendimentodiametralmenteoposto,defendemqueasNCnotmporobjectoresolververdadeirosconflitosdelei,dadoqueimpossvelconceberumanormadedireitointernocomestafuno.Entendemestesautoresquenaordemjurdicainternasvigorariamnormasemanadasdasfontesdessaordemjurdica.Assim,anormadeconflitosumanormareguladoraderelaesinterindividuais,quenadatemavercomarepartiodecompetnciaslegislativasentreEstadosOobjectodaNormadeconflitossoasrelaesinterindividuais,eosinteressesemcausasoosinteressesindividuaisenoosdoEstado.ParaestaescolaoDireitodeConflitosregularelaesinterindividuaiscomcertoselementosdeestraneidade,queolegisladorresolveunosubmeteraodireitocomuminterno,massimreceberumdireitoestrangeirorecebidopelanormadeconflitosdoforo.Assim,afunodasnormasdeconflitosseriaincorporaraordemjurdicaestrangeiranaordemlocal,nacionalizaranorma.Estadoutrinaocupouseaindadostermosexactosemqueseprocessaestarecepo.Dividiramseentredoismodos,queaindahojesoreconduzveisaosmtodosderelevnciadeDireitoInternacionalnaordeminterna:recepoformalematerial.

    Recepomaterial/remissomaterialoureceptcia:aoremeterresoluodocasoparaleiestrangeira,crianaOJnacionalumanormacomcontedodanorma

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  • estrangeira RecepoFormal/normasobrefontes:conferesfontesdaOJparaaqualremete

    valordefontenaordeminternaParaAgo,spodeserentendidanestesentido,umavezqueocontedodasnormasdedireitodeestrangeirodesignadospodeserdeterminadocomrecursoatodoosistemajurdicoestrangeiro.Aodefenderquenormadeconflitosnormadefontes,podemosentenderque,naaplicaodasnormasestrangeiras,devemosobservarosentidoevalorquelheatribudopelosistemadeorigem.b)PosioadoptadaNacionalismoitalianodeuumaprimeiraresposta,tornandoclaroquenoestemcausaumproblemaderespeitapelasoberaniaestrangeiraosconflitosdeleinuncaperturbaramrelaesdepolticaexternanemsequerprovocaramomaislevefranzirdesobrolhodeumdiplomataAubry.Tratasederegularumasituaoprivada,medianteadeterminaodaordemjurdicaquevaiforneceradisciplinamaterialaplicvel.AochamaroDireitodeumestadocombasenumdeterminadoelementodeconexo,novemdeterminarquesesseestadotemcompetncialegislativa.ParaLPoobjectodanormadeconflitosomesmodoDIP:asituaotransnacional.EscoladeCoimbratementendimentodiferenteparaestesoobjectodanormadeconflitosseriamnormasmateriais,porqueasnormasdeconflitossoentendidascomonormassobrenormasenocomonormasderegulaoindirecta(vermelhor).Quantoteleologiadanormadeconflitos,osinteressesateremcontanosoapenasosinteressesdosEstados,massimsobretudoarealizaodajustiadoDireitoPrivado.Nestepontoescolanacionalistaitalianademasiadoextrema:nosepodeexcluirquenadeterminaodoDireitoaplicvelentrememjogosinteressesdacomunidadepolticaefinsdepolticalegislativaoprprioDireitoprivadomaterialtememcontainteressesquenosoexclusivamenteprivados.Funotcnicojurdicadanormadeconflitos:regulaodassituaestransnacionaismedianteprocessoconflitualouindirecto.Noconcordacomescolaitalianaquandodefendemnormadeconflitoscomoumanormadeincorporaododireitoestrangeiro:issolevariaanegarexistnciadenormasdeconflitoquesremetemparaodireitodoforo,comosoasnormasunilateraisenocorresponderealidadequeanormadeconflitossseapliquessituaesquesosubmetidasaoDireitoEstrangeiro,eque,porconseguinte,odireitomaterialportugusseapliquedirectamentes

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  • restantessituaesestrangeirasaaplicaododireitomaterialportugusasituaestransnacionaistambmdependedaremissooperadapelodireitodosconflitos.Talresultadoreconhecimentopelaordemjurdicaportuguesadacovignciadeordensjurdicasestrangeirasedafunoreguladoradodireitodosconflitos.Emconcluso:osistemadeDireitodeconflitosdebasebilateralreconheceimplicitamentequeordensjurdicasestrangeirasexistemautonomamente,comumadadaesferaespacialdevigncia,independentementedaremissooperadapelanormadeconflitosdoforo.EstaposiosegundoLPajustasemelhorrealidadedacomunidadeinternacionalqueaconstruodeAGO.

    e) Dupla Funo Tcnico Jurdica das normas de Conflito Asnormasdeconflitos,normasderegulaoindirecta,operamatravsdaremissoparaumDireito,geralmenteparaumaordemjurdicanacional.Atravsdaatribuiodecompetnciaaestaordemlocalanormadeconflitosserveparareconhecerdeterminadaesferadeaplicaonoespaoqueraodireitodoforoqueraodireitoestrangeiro.Mas:reconhecerumacertaesferadeaplicaodoDireitoEstrangeironoomesmoquedizerqueregulacompetncialegislativadoEstadoEstrangeiroapenasatribuiumacertarelevncianaordemjurdicaportuguesa.Deveser(tambm)porissorecusadaateseclssica.Posioadoptada:duplafunotcnicojurdicadasnormasbilateraisconsistenoseguinte

    1. normadeconflitosdeterminaoDireitoaplicvel2. aoremeterparaumdireitoestrangeiroouextraestadual,conferelheumttulode

    aplicaonaordemjurdicainternaQuantosegundafuno:Aocontrriododefendidopelaescolanacionalistaitaliana,anormadeconflitosparaLPnoactuacomonormaderecepo:noumarecepomaterial,poisanormanotratadacomosefosseportuguesa,antesconsideradacomopartedoseusistemadeorigem,peloquedevemosrecorreraoseusistemadefontesedeinterpretao.Notambmumanormaderecepoformal,afonteestrangeiranoincorporadaaordemjurdicadoforo.OcontrrioseriadefenderqueporviadasnormasdeDIP,umordenamentoviriaacompreendernoseuseiotodasasdisposiesdeDireitoPrivadodetodosospasesdomundo.Assim,reconduzestasegundafunodasnormasadarumttulodeaplicaoaodireitoestrangeiroouextraestadualnocontextosistemticodaregulaodocasopeloDIP(...).EmSuma,aremissooperadapelanormadeconflitosnorecipienda,aproposiojurdica

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  • estrangeiranosetransformanumelementodaordemjurdicadoforoenquantocritriodeconduta/deciso,aplicadocomoDireitoEstrangeiro(vermelhor)

    Normas Bilaterais a) Bilateralismo e Unilateralismo SistemasUnilateralistas:osuniversalistasdefendiamaexistnciadeumsistemadeDIPcomvalidadeinternacionalqueseimpeaosordenamentosnacionais.Comoreacoaestatesesurgiramosparticularistas/nacionalistas,comoFranzKahneBartin,quedefendiamquenoexistiaumsistemauniversalmasumapluralidadeDireitosdeConflitosdefonteinternadiferentesentresi.Noentantonodivergiamdosuniversalistasquantofunoderepartiodecompetnciaslegislativasentreosestadodanormadeconflitoscomosepoderiadefenderestafunoeaomesmotempoasuanaturezainterna?SurgiuporissonofimsculoXIXnaAlemanhaumacorrentequedefendiaqueolegisladordoDIPdeveunicamentefixaroslimitesdeaplicaodoseuprpriodireitomaterial.Ouseja,todasanormasdeDIPdeveriamsernormasunilaterais.Devecontudoserfeitaaressalta:aopopornormasunilateraistantonaAlemanhacomoemFranadeveusesobretudoaoutrasrazes,dendolehistoricaepoltica.TendnciasmaisrecentesnocampodoUnilateralismosurgiramnosanos30,jbaseadasnonaconcepoclssicasobreobjectoefunodoDIPmasnavocaodanormamaterialparaumdeterminadodomnioespacialdeaplicao.Defendiamquecadanormamaterialconteriaumdomniomaterialdeaplicao,mastambmoslimitesdasuaaplicaonotempoenoespao,eignorlosseriaumafalsificaodanorma.Esterenovardounilateralismosurgetambmligadosinterveneslegislativasqueacompanhamamudanadeconcepeseconmicas,polticasesociaisestadelimitaododomniodeaplicaodasleisnoespaoseriamaisadequadaqueosmtodostradicionaisdoDIP.QuadriargumentaaindaqueosistemaunilateralistaseromaisconsentneocomofimdoDIP,desalvaguardaraestabilidadeecontinuidadedassituaesinternacionaisatravsdoseureconhecimentoemtodosospases.Porfim,ounilateralismo,aotomaremcontaavontadedeaplicaodaleiestrangeira,serviriamelhorapromoodaharmoniainternacionaldesoluesqueobilateralismo.LimaPinheirorebateestesargumentos:

    1. Ideiasegundoaqualtodaanormamaterialintegranasuaprevisoelementos

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  • espaciaisetemporaisincorrecta,porquecomrespeitograndemaioriadenormasmateriaisajustezadaconsequnciajurdicaindependentedequalquerelementoespacialoutemporal.Adeterminaododireitoaplicvelobedeceavaloraesautnomasssubjacentessnormasmaterias,peloquenohumaligaomecnicaentrenormasmateriaisenormasdeconflito

    2. VantagemdounilateralismoquantoprossecuodovalordaHarmoniainternacionaldesoluesspodeserinvocadaquantoaordenamentosquerecusemadevoluo:atravsdestaossistemasbilateralistaspodemteremcontaavontadedeaplicaododireitoEstrangeiroquandotalforjustificadoparapromooharmoniainternacional.

    Osistemabilateralseroquemaisgaranteoequilbriodesolues,dadoqueaaplicaododireitoestrangeirodecorredomesmoelementodeconexoquedefineaaplicaodaleidoforo.Isto,odireitodeconflitosdoforotraaummbitodeaplicaonoespaoaoseudireitomaterialigualaoquetraaaodireiroestrangeiro.Quantoaounilateralismo,maisprovvelqueleveaumfavorecimentodaesferaaplicaododireitodoforo,oqueconduzdesarmoniainternacionaldesolues,poisaumentaoriscodeostribunaisdosdiferentesestadosapreciaremdeformadiferenteamesmaquesto.OutracrticadeLPaounilateralismoqueoseuquadrodesoluesmaisaparentequerealpensesenumcasoemqueasituaoficadeforadaesferadeaplicaodaleiforo,peloque.deveriamosatenderaoDireitoqueseconsiderassecompetente.Podeacontecerquea)nenhumdireitoseconsiderecompetente,oub)quedoisdireitosestrangeiroreclamemasuaaplicao.Pararesolvermosestaquesto,sobpenadedenegaodejustia,ojuzterquede,no1caso,dechamarumdosdireitosaplicao(apesardosdoisserecusarem)ou,no2caso,dedecidirqualdosdoisaplicar.Pararesolverestaquestooquesetemverificadoqueosestadosintegramaslacunasmedianteumabilateralizaodasnormasunilaterais,isto,ficcionasequeanormaunilateralbilateral.exemplo:segundoo3/3doCCfrancs,odireitoaplicveldosfrancesesquantoaquestesdeestadoecapacidadesempreleifrancesa.Seoproblemapostonumtribunalfrancsfossecomumportugus,anormaseraodireitoaplicvelaosportuguesesquantoaquestesdecapacidadeeestadosempreleiportuguesa.

    b) Coexistncia de bilateralismo e unilateralismo nos actuais sistemas de DIP Noh,comoassinalVischersistemaspuramenteunilateralistasnempuramentebilateralistas:desdeofimdaIIGuerraMundial,aimportnciadepolticaseconmicasesociaisnoseiododireitoprivado,eodesenvolvimentododireitopblicodaeconomiaforamreforandoounilateralismo,poisolegisladornestesdomnioquisassegurarqueassuaspolticaslegislativasseriamprosseguidasemsituaesqueapresentassemconexocomoestadodoforo,aindaquenofosseumaconexorelevanteparadeterminaraaplicaododireitodoforoporviadenormasbilaterais.Outradasrazesparaaescolhadesolues

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  • unilateraispodeseracomplexidadedasmatriasemcausaouocarcterinovadordecertosregimes(casodoCVM,emquelegisladornosearriscaaformularregrasdeconflitosbilaterais,apenasestabelececonexesdasquaisdependeaplicaodalei.Esteunilateralismodiferentedounilateralismoclssico:nopretendeserumaalternativaglobalaosdireitodosconflitosbilateral,apenasumcomplemento.NormasUnilateraisPodemsergeraisouespecias.

    Geraisreferemsenormalmenteaestadosoucategoriasderelaesjurdicas(3/3CCfr)

    Especiais:encontramsenumarelaodeespecialidadecomoutrasnormasdeconflitos,bilateraisouunilaterais.Podemassumirquantosuapreviso,3modalidades

    Normasquesereportamaestadosoucategoriasderelaesjurdicas,queseencontremnumarelaodeespecialidadecomoutrasnormasquesereportamacategoriasnormativas.ex:3/12partedoCSCfaceprimeirapartedopreceito

    Normasunilateraisquesereportamaquestesparciaisqueemprincpioestariamenglobadasnodomniodeaplicaodeoutrasnormasdeconflito.ex:normaunilateralrelativavalidadedeumadeterminadaclasulacontratual

    normaquesereportaaumanormaouleimaterialindividualizada(tambmdesignadanormadeconflitosadhoc).ex:37LeiArbitragemVoluntria.Estetipodenormastemnormalmenteumapreocupaojurdicomaterial,oquedeterminaaaplicaodedeterminadaleinosertantoumavocaointrnsecaparaumdeterminadocampodeaplicaomasumaintencionalidadenormativa(...).

    Estasnormasunilaterais,tendoemcontaasfinalidadesqueprosseguemnodeixamdefazerpartedosistemaportugusdedireitodosconflitos,peloqueasregrassobreinterpretaoeintegraodasnormasdeconflitosbilateraissolhesaplicveis.LPparecedefenderquesocomplementonecessriodosistemadedireitodosconflitosdebasebilateral,masdepoisafirmaquesedevefavoreceroseuenquadramentosistemtico,mediantegeneralizaoebilateralizaoNormasAutolimitadasAquelanormamaterialque,apesardeincidirsobresituaesreguladaspeloDIP,temumaesferadeaplicaonoespaodiferentedaqueresultariadaactuaodosistemadeDireitodeConflitos.Estasituaopoderesultardofactodestanormamaterialseracompanhadadeumanormadeconflitosunilateraladhoc,quesereportaexclusivamenteaumanormaoulei,oudeumavaloraocasustica,feitapelointerprete.

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  • Podemserdivididasem4categorias

    1. NormasquetmesferadeaplicaonoespaomaisvastadoqueaquelaquedecorreriadoDireitodeconflitosemgeral.Estasnormassoaplicveissemprequeodireitodoforochamadopelodireitodeconflitoseaindanoutroscasos.. 1

    2. NormasquetmumaesferadeaplicaaoquesempartecoincidecomaquelaquedecorreriadoDireitodeConflitosemGeralaplicamseemalgunscasosqueodireitodoforochamadopeloDireitodeConflitos,masnoemtodos,enoutroscasosemqueodireitodoforonocompetente 2

    3. AsquetmesferadeaplicaonoespaomaisrestritadoqueaquelaquedecorreriadoDCgeral

    4. AsnormasquetmumaesferadeaplicaointeiramentediferentedaquedecorreriadoDCgeral.

    Umadasformasdeactuaodasnormasautolimitadasatravsdanormadeaplicaonecessria.Estaspodemprosseguirumagrandevariedadedefins,peloquesodefinidaspeloseumododeactuaoporindicaoexpressadolegislador,sobrepemseordemjurdicachamadapeloDireitodosConflitogeral.DadoquesorarososcasosemqueolegisladorestabeleceumanormadeconflitosadhocparanormasouleisindividualizveisdeDireitoComum,adoutrinatemcolocadooacentonoestabelecimentodaautolimitaoporviainterpretativa,comrecursoaumcritrioteleolgicoqueatendaaofimpolticojurdicoprosseguidopelanormamaterial.Colocamsealgumasquestesnestaautolimitaoporviainterpretativa:i)emprimeirolugar,difcil,dainterpretaodeumanorma,retirarconclusesquantosuaesferadeaplicaonoEspao.Apesardoseucontedoefimpoderemdarpistas,noserporsisuficiente.Temqueserfeitoumraciocnioconflitual,umaavaliaodoslaosquesituaoestabelececomosdiversosestadosempresenaNormasautolimitadassusceptveisdeaplicaonecessria,noconstituemumaalternativaaoprocessoconflitualouderegulaoindirecta,masumamaniferstaodeumcertounilateralismo,quecolocaoproblemadodireitoaplicvelemfunodenormasindividualizadas.

    1exemplo:artigo38DL178/86oregimeportugusdacessaodocontratoseraplicvelaocontratoemduassituaes:a)quandocontratoforreguladoporleiportuguesaeb)quando,apesardereguladoporumaleiestrangeira,sedesenvolvaexclusivamenteoupreponderantementeemterritrionacional,setalregimeformaisfavorvelaoagentequeocontidoemlei2DL275/93:determinaqueasdisposiesmateriasdoseudiplomadevemseraplicadas,qualquerquesejaleireguladoradocontrato,quandoimvelestiversitoemPortugal.EmcertoscasosleireguladoraseriaaPortuguesaporviadasCRI4/3,maspodiaseroutra,nomeadamente,seaspartesodesignassem.

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  • Seanormamaterialdependedeumanordmadeconflitosadhocoudeumavaloraoconflitualcasustica,estanormanodirectamanteaplicvel,peloquenodeixadeseresteumprocessoderegulaoindirecta.AdiferenaparaosistemadeDireitodosConflitosnodeProcessomassimdeTcnica.PorestarazoadoptaLPaexpressoaplicaonecessriaemvezdeaplicaoimediata. 3QuestoFundamental:quandoqueointerpretedeveentenderquenormaautolimitada?Arespostafcilselegisladorformularexpressamenteumanormadeconflitosadhocsendonormadeconflitosespecial,prevalecesobreageralProfessoradmite3vias:

    1. Infernciadenormadeconflitosadhocimplcita2. CriaodeNormadeconflitosadhocluzteoriadaslacunasnalei3. Vignciadeumaclusulageralquepermitacolocaroproblemadaaplicabilidadeda

    normamaterialemfunocircunstnciasdocaso.Oprimeiromtodoestsujeitoadirectrizesmetedolgicasestritas:deveinferirsedasproposieslegaisoudeprticasacompanhadasdeumaconvicodevinculatividade.Casosetratemdenormasrelativasconcretizaodededireitosfundamentais,podeserinferidadanormadeconflitosespecialquetenhasidoestabelecidacomrespeitoaplicaonoespaodaregraconstitucionalqueconsagreodireito.Osegundomtodoimplicaquesejanecessrioacriaodeumasoluoconflitualpelointerprete,pornoexistirnormaimplcita.Ouseja,necessrioconstataraexistnciadeumalacuna.Temqueserumalacunaoculta,poisasituaoencontrarseiacobertaemprincpiopornormadeconflitosgeral,quenoseraplicadaporviadeumainterpretaorestritivaoureduoteleolgicadessamesmanorma.Estaoperaopodeserjustificadacomacircunstnciadeanormanotutelarovalorsubjacentenormaouleimaterialemcausa,quandoestafaltadetutelaseapresentecomofalhadosistemaconflitual(enoquandoolegisladordeliberadamenteexcluiuarelevnciadessevalor).

    exemplo:AsnormasdoR1,emboraaplicveisaoscontratosarrendamentosdeimveis,noatendemaofimdeprotecodapartecontratualmaisfracaquesubjazaoregimeportugus.PeranteaaplixaodoR1podeserdeterminadoqueaplicvelleiestrangeira.Ora,oR1confererelevnciaprotecocontratualdepartemaisfracanocasodosconsumidoresetrabalhadores.Anorelevnciaquedeuaestevalornocontratodearrendamentotersidoporqueadesigualdadedaspartesnotpicanageneralidadedosordenamentos.PodemosporissodefenderaexistnciadeumalacunanoDireitodosConflitosGeral,quedeveserintegradaporsoluoadhoc,quedetermineaaplicaode

    3Tambmnoadoraovocbuloautolimitada:oslimitesnosointrnsecosmasextrnsecos.

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  • normasprotectorasdoarrendatrioatodosarrendamentossituadosemPortugal.Aterceirapossibilidademaiscontroversa,eLPrecusamesmoaexistnciadetalclasulageralquepermiteaointerpretevaloraocasustica.Consideramesmoquenoseriarecomendvel:amissodolegisladoradeformularnormasdeconflitosadhocapropriadas,nopassarumchequeembrancoaostribunais.Ocontrrioprejudicagravementeacertezaeprevisibilidadejurdicaelimitamuitofunoorientadoradodireitodosconflitos.Assim,nafaltadenormadeconflitosadhocouderevelaodelacuna,ointrpretenopodeatribuiraumaregramaterialocarcterdenormaautolimitada.Ouseja,asnormasautolimitadassoexcepcionaisenopodemosafirmarqueconsubstanciemalternativaaosistemadedireitodeconflitossoumlimiteaoseufuncionamento.

    c) As funes das normas de conflitos unilaterais no Direito Vigente Tambmtmporfunorealizarumprocessoderegulaoindirectadesituaestransnacionais,mas,porqueapenasofazemchamandoodireitodoforo,nopodemteraduplafunodasnormasdeconflitosbilaterais.Afunodenormadeconflitosunilateraldiferentequantosuanaturezageralouespecial:nonossoordenamentonotemosnormasdeconflitosunilateraisgerais,peloquecabeanalisarasespeciais

    28CC:acapacidade,emprincpio,regidapelaleipessoal25CC.Porm,nonegciojurdicocelebradoemPortugalporpessoaquesejaincapazsegundoleipessoalcompetente,aanulaonopodeserrequeridacombasenaincapacidadesealeiportuguesadeterminarqueessapessoacapaz.Anormadepoisbilateralizadapelon3.

    3/12parte:aplicaseleiportuguesanasrelaescomterceiros,casosedetenhaadministraonoestrangeiroesedeestatutriaemPortugal.

    normasdeconflitosadhoc:aquicabemasnormasunilateraisligadassnormasdedireitomaterialespecialenormasqueautolimitamnormasdedireitomaterialcomum.

    Afunodestasnormasseremprimeirolugardelimitaraesferadeaplicaonoespaodasnormasaquesereportam.

    d) Bilateralizao de normas unilaterais Quandoencontramlacunasaoaplicarnormasunilaterais,ostribunaisprocedemgeralmentesuabilateralizao.Noentantoestaoperaonemsemprepossvel:soquandoregra

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  • unilateralvalhacomorevelaodeumprincpiogeral,ie,comoconexoadequadasituaoouquestoparcialemcausa.(verposioIMC,sobregeneralizaodaratiosubjacente)ParaLPoproblematemdesercolocadoemdoisnveisdiferentes.1Saberseexistedefactoumalacuna.Paraquepossamosresponderaestaquestonecessriodistinguirosdiferentestiposdenormasunilaterais:

    quando,relativamenteacertosestadosoucategoriasderelaesjurdicas,umsistemanodispedenormasbilaterais,massomentedenormasunilaterais,surgelacunasemprequenosejaaplicvelleidoforo

    questotornasemaiscomplicadaquandoasnormasunilateraisnoaplicveissejamespeciaisfaceaoutrasnormasdeconflitosbilaterais,comoserocasodo3/12partecoCSC:hlacunaoudevemossimplesmenteaplicarnormageral?

    exemplo:quandotenhaquesedeterminarodireitoaplicvelaoestatutopessoaldasociedadenasrelaescomterceiroseasociedadetenhasedeestatutrianumpasestrangeiroquenoaqueleondesesituasededaadministrao.Devemosaquibilateralizaranormaunilateralespecial,deformaarelevarasedeestatutriaestrangeira?LPentendequeolegisladornestanormaquisdarprotecoconfianadepositadaporterceirosnacompetnciadaleidasedeestatutria,quetambmdevesertuteladaquandosedeestatutriaestejasituadanoestrangeiro.Consideraporissoquehlacunaenormadeveserbilateralizada.

    Paradeterminarseexistelacuna,devemosteremcontatodasasvaloraeseprincpiosdosistema.

    podemsurgirdvidasquandoasnormasdeconflitosunilateraissereportamaquestesparciais,queemprincpio,estariamenglobadasnodomniodeaplicaodenormasdeconflitosbilaterais.

    senormasereportaranormaproibitiva:licitudedoactodeveserapreciadopelanormadeconflitosgeralnohlacuna.

    Podemosrecorreraquiaoexemploofecidopelavalidadeformaldotestamentocelebradoporportugusempasestrangeirocomobservnciadaformaprescritapelaleilocal:supondoquenoexistianormacomo65/2,poderiacolocarseaquestodesaberseaformadotestamentocelebradoporumestrangeiro,numpasquenoodasuanacionalidade,emconformidadecomleilocal,seriaexclusivamenteregidopelodireitoapliccelsegundoregradeconflitodeleisgeral,ousedeveramosaplicarnormasemelhantedo2223queexistissenodireitonacionaldoestrangeiro.ParaLP,o2223temsubjacenteaideiadequedevemserrespeitadasasexignciasrelativasformadotestamentoquealeipessoaldoautordasucessoformulemesmoem

    27

  • relaoatestamentoscelebradosnoestrangeiro:afaltadeumanormadeconflitosquepermitisseaplicarpreceitossemelhantesaodo2223constituiriaumafalhanoplanolegislativo,peloquedeveriaexistirumabilateralizaodanormaunilateral.2Osegundomomentoodaintegraodalacuna:detectadalacuna,deveserpreenchidadomesmomodoqueasuscitadapelasnormasunilateraisgerais,ie,pelasuabilateralizao?Emprincpiosim,mastemosqueteremcontanormaunilateralemcausaefinalidadesporelaprosseguidas.Quantoanormasunilateraisadhoc,quesereportamanormasmateriaisdeterminadasbilateralizaoterquesercondicionadaexistncianosistemadesignadodenormaseregimescomomesmocontedoefuno(?).Outraquestosabersetemosdeteremcontavontadedeaplicaodenormaseregimesmateriasestrangeiros.LPentendeque,deacordocomosvaloresdeharmoniainternacionaleconfianaobjectivamentefundadadaspartes,epelofactodeexistiremcertoscasosumaimpregnaodanormaunilateraldepreocupaesmateriais,sepodedefenderqueabilateralizaodanormasejaconsubstanciadanaformulaoderegrasderemissocondicionada.Quaisosimpedimentosquesepodemcolocarbilateralizao?

    circunstnciadenoseteremgeneralizado,noutrossistemasnacionais,regimescomcontedosefinalidadessemelhantes

    nexoexistenteentrecertasactividadesrealizadaspeloEstadoeoutrosentespblicosnombitodagestopblica

    desgniodeprotegerinteressespblicoouprivadoslocais,peranteinteressesestrangeirosouemfunodecondieslocaisespecficas.

    Asnormasunilateraisinsusceptveisdeserbilateralizadassodesignadaspornormasdedelimitao.Abilateralizaodenormasunilateraisadhocenvolveumprocesso,queLPdesignadeGeneralizao,equeenvolvedoisprocessos

    alargamentodapreviso:necessrioqueasuaprevisosejareformulada,paraqueabranganormasmateriaisestrangeiascommesmocontedoefuno

    bilateralizao

    e) Normas bilaterais imperfeitas Soaquelasnormasque,podendodeterminaraaplicaoquerdodireitodoforoquerdodireitoestrangeiro,limitamoseuobjectoacertoscasosquetmligaoespecialcomo

    28

  • EstadodoForo,nofornecendosoluoparasituaesdomesmotipoabstacto,masemquefaltareferidaligao.

    exemplo:1107CdigoSeabraSeocasamentoforcontradoempaisestrangeiroentreportuguseestrangeira,ouentreestrangeiroeportuguesa,enadadeclararemnemestipularemoscontraentesrelativamenteaseusbens,entenderse,quecasaramconformeodireitocomumdopaisdocnjugevaro.Oelementodeconexoquedeterminaaleiaplicvelanacionalidadedomarido,ealigaoespecialOJportuguesaanacionalidadeportuguesadoscnjuges,peloquenormanadadispesobredireitoaplicvelquandoestemcausacasamentodoisestrangeiros.Damesmaformaquestionasequantoaos51/1e2.Existindolacuna,admissvelaaplicaoanalgicadanormabilateralimperfeita.(vermelhor)

    Normas de remisso condicionada e normas de reconhecimento Normas de remisso condicionada ParaPierreLaviveserquandoregradeconflitosincorpora,enquantocondiodeaplicao,aposioassumidapeloDIPdaleidesignadaocasodo47CC(desdequeestaleiassimodetermine).Wengleradoptaumconceitoderemissocondicionadaquepermitepensarquecondiopodesimplesmenteseroresultadomaterial.exemplo:normaquecondicioneaaplicaodaleidesignadaapenascircunstnciadeestaleiadmitirvalidadedeumnegciojurdico.ParaesteautoraremissocondicionadavontadedeaplicaodoDireitoEstrangeiroapenasotipodenormaderemissocondicionadamaisimportante.LPadoptavisomaisrestrita,segundoaqualnormaderemissocondicionadaaquelaquetememcontacompetnciadaleiestrangeirasegundoorespectivoDIP,oquepermiterelacionarestasnormascomreforoactualdounilateralismo.Noentantoadmitequearemissopodesercumulativamentecondicionadaaumdeterminadoresultadomaterial.Seronormasderemissocondicional:

    28/3 31/2 36/1infine

    29

  • 45/3 47 65/2.

    Qualdiferenaentreremissocondicionadaedevoluo?Devoluo:seleidesignadapelonossosistemadeconflitos,peloseuDireitodeconflitosremeterparaleiportuguesa(retornodecompetncia)ouparaterceiralei(transmissodecompetncias.Aceitamosadevoluoseaplicarmosaleiportuguesaoualeiterceira.ParaPierreLalive,adistinocomadevoluoestemquenaremissocondicionadanoseabandonasoluoaoDIPestrangeiro,masapenasseadmitetomloemconsiderao,dentrodelimitesdefinidosPosioLP:

    nunscasos,aconsideraodoDIPestrangeiroparecelimitarsevontadedeaplicao.Nestescasosteremosumaabordagemunilateralista,distintadadevoluo.

    exemplo:47CC:mandaaplicarlexreicapacidadeparaconstituirdireitosreaissobreimveis,desdequeessaleiassimodetermine.Seestalexreisitaenoseconsiderarcompetente,aplicaseleipessoal

    noutroscasos,designadamenteaquelesemqueseprefiguraumdeterminadoresultadomaterial,oDIPestrangeiropoderseraplicadoilimitadamente.

    ex:31/2CC(vermelhoroexemplo)Atcnicaderemissocondicionadapodejustificarseemdoistiposdesituaes:

    1. quandoseadmitaumdesvioexcepcionalleinormalmentecompetente,quessejustificaquandosituaoestejaligadapordeterminadoelementodeconexoaoutroestadoeordemjurdicadesseestadoseconsiderecompetente.

    a. exemplo:28/3(interessadosconfiamnaaplicaodessaOJ)ou47(quandoOJestejapriviligiadaparaimporoseupontodevistasobreasoluodocaso

    2. NoquedizrespeitoremissoparanormasouregimesimperativoscontidosnumaOJestrangeira

    Norma de reconhecimento LP:aquelaqueestabelecequedeterminadoresultadomaterialouqueefeitosjurdicosdeumadeterminadacategoriaseproduzironaOJdoforocasoseverifiquemnoutrodireitoSerocasodasnormasdereconhecimentodeefeitosdesentenasestrangeiras.NormadeReconhecimentononormaderecepo:direitoestrangeironorecebidocomofontenaOJinterna

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  • NormadeReconhecimentonormaderemisso:determinaaaplicaodoDireitoestrangeiroproduodeefeito.MasparaLPanormadereconhecimentonoumasimplesnormaderemisso:distinguesedasnormasderemissogeraisporquesereportaaumresultadomaterialouaumacategoriadeefeitosjurdicoseporqueconservaummaiorcontrolosobreasoluomaterial.Isto,anormadereconhecimentopodesereportaraumresultadomaterialespecfico,epodemesmomodelaraconsequnciajurdica,demodoaquenoexistaumarecepopuradefeitosjurdicosproduzidosnaOJestrangeira.Podeserounoumanormadeconexo:

    serodeconexosecondicionaremoreconhecimentoexistnciadeumaconexoadequadaentreoEstadodeOrigemdadecisoeasituao.

    Podemterporobjectoefeitosdesencadeadosporumactopblicoestrangeiroconstitutivo,modificativo,extintivo.Podemserusadaspara:

    favorecimentoderesultadosmateriaisdeterminados(comoavalidadedonegcio) reconhecimentodesituaesjurdicasestrangeirasfixadasporactospblicos

    estrangeirosreconhecimentodeefeitosdesentenasestrangeiras.

    Problema da relevncia de normas imperativas estrangeiras Problema Emquetermosdeveserdadarelevnciaanormasautolimitadasdeordenamentosestrangeirosquenosooschamadospelosistemadedireitosconflitos?Oproblemacolocaseespecialmentecomrespeitoaoscontratosinternacionais,quandoesteviolanormasimperativasdeordenamentoterceiro.Noentantotemumalcancemaisgeral:relacionasecomounilateralismoecomaquestodabilateralizaodenormasunilateraisadhoc.Aregrageralqueasnormasimperativasestrangeirasspodemseraplicadasnaordemjurdicalocalporforadottulodeaplicaoqueumanormavigentenestaordemlheconceda.Podemosdepoisdistinguirentrenormasimperativasdalexcausaeenormasimperativasdeterceirosordenamentos:asnormasimperativasdalexcausaseroaplicadaspordecorrnciadottulodeaplicaoconferidopelanormadeconflitosgeral.

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  • Mashquemdefendaqueaaplicabilidadedecertascategoriasdenormasimperativas,asnormasdeinterveno,quepeemcausainteressesconflituaisespecficosdiferentesdostuteladospelasnormasdeconflitosgerais,devedependerdenormasdeconflitosespeciais.Comoasnormasdeconflitosespeciaislimitamodomniodeaplicaodenormasdeconflitosgerais,asnormasdalexcausaequesejamreconduzveiscategorianormativaprevistananormadeconflitosespeciaisnoseroaplicadas.

    exemplo:casoseentendaquesoaplicveis,peloquetocaaoseuefeitosobrevalidadedeumcontrato,normasdedefesadaconcorrnciadoestadoemqueocorramprticasrestritivasdaconcorrncia,noserochamadasnormasdedefesadaconcorrnciadodireitoreguladordocontrato.Snoserassimseexistirumaconexocumulativa,porformaaquetaisnormasimperaticassejamaplicveisquercomopartedalexquerquandovigoremnaOJdoestadoqueapresentaespecialconexocomasituao.EsteraciocniopressupequeexistaumanormadeconflitosespecialouquehajapossibilidadedeointrpreteintroduzirumdesviosnormasdeconflitosgeraismediantecriaodenormaadhocOutradificuldadepodesurgirquandoasnormasimperativasdalexcausasejamautolimitadaseexcluamasuaaplicaosituaoquesochamadasadisciplinar.PararesolverestadificuldadeLPapresentaduasregras

    1. seanegaodeaplicabilidadenopeemcausaacompetnciadaOJ(nomeadamente,porseraplicvelnormageral),aautolimitaodeveserrespeita

    2. senegaopeemcausaacompetnciadaordemjurdicaaquepertence,spoderelevarnoquadrodasregrassobredevoluo

    Quantosnormasimperativasestrangeiras,temosquesaberseaordemjurdicalocallhesconfereumttulodeaplicaomedianteproposiesjurdicasespeciais,ouse,deoutromodo(?),permiteasuatomadaemconsiderao.exemplodenormasobrerelevnciadenormasimperativasdeterceirosordenamentos:7/1CR(9RRI)sobreobrigaescontratuais.Dopreceitodecorrequesnormasdeaplicaonecessriaserotidasemconta,noentanto,paraLPestarestrionofazsentido.Paraoautoroproblemadizrespeitorelevnciadequaisquernormasimperativasestrangeirasquenoestejamintegradasnaordemjurdicadodireitocompetentesegundolexcausa.(vermelhor).

    Principais teses sobre relvncia das normas imperativas estrangeiras

    32

  • 1TeoriadoEstatutoObrigacionalNormasimperativasestrangeirassrelevaroquandointegremlexcausae.Normasdeterceirosordenamentosspoderorelevarenquantopressupostosdefactodenormaslexcausae2TeoriadaConexoEspecialWengler:clusulageralsegundoaqualsoaplicadas,almdasnormasjurdicasquepertenamaoestatutoobrigacional,asquequalqueroutraOJ,dispostasaaplicarse,desdequeexistaumarelaosuficientementeestreitaentreOJemcausaeocontrato,tendocomolimiteasuaconformidadecomordempblicadoforo.Utilizaoconceitoindeterminadorelaoestreitaecontmumaremissocondicionadavontade.Soluoconsagradanoreferido7/1daCRLP:

    quantoteoriadoestatutoobrigacional:levadassuasltimasconsequncias,impediriaqualquerdesenvolvimentoeaperfeioamentodosistemapelajurisprudncia:estariavedadoodesenvolvimentodenormasdeconflitosespeciaisoudeclusulasgeraiscomcarcterbilateral,mesmonocasode,naordemjurdicadoforo,olegisladorhouverconsagradonormasunilateraisadhocouumaclsulageralcomrespeitoaplicabilidadedenormasmateriaisdoforo.Estaatitudecontrriatendnciaactual,quereconheceopapelcriativodajurisprudnciaecinciajurdica.Dificilmentesevrazoparajustificarquesenegueapossibilidadedeointrpretefazerumabilateralizaoquantosnormasunilateraisadhoc.

    quantoteoriadaconexoespacial:asclusulasgeraissobrerelevnciadas

    normasimperativasdeterceirosestadosintroduzemumacertamargemliveedeapreciaoaointrprete,comacorrespctivaperdadeseguranasobreregimejurdicoaplicvel.

    Maiorcertezaeprevisibilidadespossvelcomadeterminaodeconexesrelevantesedasexignciasquedevemserpostasaocontedoefimdasnormasimperativasestrangeiras,oqueapontaparaodesenvolvimentodenormasdeconflitosespeciais.Poderparatalapostarsenabilateralizaodassoluesconsagradasparanormasautolimitadasoucriaodenormasdeconflitosbilateraisindependentementedeumprocessodebilateralizao.

    Posio de Lima Pinheiro (iure condendo) DprefernciacriaodenormasderemissocondicionadaacertascategoriasdenormasimperativasvigentesememEstadosqueapresentamdeterminadaconexocomasituao.

    33

  • Remissosercondicionadadisposioaaplicarsedasnormasemcausa,quersetratemdenormassusceptveisdeaplicaonecessria,ououtrasnormasimperativasquereclamemaplicaoporforadorespectivosistemdeDireitodosConflitos.(vermelhor)

    Posio de Lima Pinheiro (iure constituto) NovigoranaOrdemJurdicaportuguesaqualquernormasobrearelevnciadenormasimperativasdeordenamentosterceiros.TodaviaoDIPportuguscontmalgumasnormasrelevantesemcertosdomnios:

    16ConvenodeHaiasobreleiaplicvelaoscontratosdemediaoerepresentao:

    23/2doRegimedasClusulasContratuaisGerais 69/1Lei107/2001(consagraolegislativade 60/8DL275/93

    Encontramosaindaalgunscasosdenormasderemissocondicionadaquepermitemteremcontavontadedeaplicaodenormasestrangeiras:

    36/1infine 45/3 47 65/2

    Foradestedomnios,osorgosdeaplicaodoDireitoestoemprincpiolimitadosaaplicarasnormasimperativasdaleicompetente.Ointrpretepodercriarsoluesconflituaisespeciais,queatribuamumttulodeaplicaoanormasimperativasdeDireitoEstrangeiroapenasquandoencontrarlacunaporviadeumainterpretaorestritivaoureduoteleolgica.Serfacilencontrarlacunanoscasosemqueolegisladorintroduziulimitessnormasdeconflitosgeraiscomrespeitoanormasautolimitadasdoforo(pormeiodenormasunilateraisadhoc.Emprincpiodesuporqueasnormasunilateraisligadassnormasautolimitadasdoforoconsagram,soluesqueserevelamadequadasparatodasasnormasqueapresentemcontedoefunesequivalentes,quersejamnormasdoforo,quersejamnormasestrangeiras.

    exemplo:emmatriadeprotecodedadospessoais,naLei67/98olegisladorformulouumanormaadhoc,segundoaqualaleiseriaaplicvelaotratamentodedados

    34

  • pessoaisefectuadosnombitodasactividadesdeestabelecimentosituadoemterritrioportugues4/3a).Estanormabilateralizvel,porformaaquepoderemosaplicarnormasdeprotecodedadospessoaisdopasestrangeiroemqueestejasituadoumestabelecimentoqueefectueoseutratamento,mesmoquenopertenamleiaplicvelaodireitodepersonalidadeemcausaporforadodireitodeconflitosgeral.Noentanto,noserpossvelumageneralizao,porviaanalgica,doqueconstado16daConvenodeHaiaolegisladorportugus,aoformularreservasobre7/1daCRfoiclaro.Edasvriassoluesheterogneasanalisadassupranosepoderetirarqualquerprincpiogeralsobrerelevnciadenormasdeterceirosestados.

    Relevncia de normas imperativas de terceiros estados no quadro do Direito material da lex causae MesmoqueOJlocalnoatribuattulodeaplicaoanormasimperativasdeterceirosestados,estaspodemterrelevncianoquadrododireitomaterialdalexcausae.Estatomadaemconsideraoverificasenoscasosemquenormaconsideradapressupostodefactodeumanormamaterialdalexcausae.

    exemplo:relevnciadanormaproibitivadopasdeexecuodocontratocomofactogeradordeimpossibilidadedecumprimento.Vignciadanormapodeconstituirumimpedimentoefectivoexecuodaprestao.Outrocasopodeseroproblemadasconsequnciasqueadvmparavalidadedenegcio,dacontrariedadedoseuobjectooufimanormasproibitivasdeterceirosordenamentos.LPentendequeestecontratopodesernuloporcontrrioaosbonscostumes.

    A justia e Princpios Gerais do Direito dos Conflitos

    A justia do direito dos ConflitoS Aideiadejustia,numsentidoamplo,surgecomounificadoradetodososvaloresprosseguidospeloDireito.Noentanto,asvaloraessubjacentessnormasdeconflitossodiferentesdasvaloraesdasnormasmateriais,oquereconhecidonasnormasdeconexo:estasfundamentamsenumavaloraoquetemporobjectoosdiferenteselementosdeconexoquepodeserutilizadosparaindividualizarodireitoaplicvel,comvistaadeterminaroelementodeconexomaisadequado.Ouseja,ajustiadeconexo,atendeaosignificadodoslaosestabelecidosentresituaoeestadosempresena,nossoluesmateriaisdadasporestes.

    35

  • TratasepoisdeumaJustiaFormal/Conflitual,facejustiamaterialNemtodasasnormassobreadeterminaododireitoaplicvelsonormasdeconexo:

    normascomconceitodesgnativoindeterminado:aindaestoaoserviodajustiaconflitual,masumajustiaconflitualdocasoconcreto,poisnoestabelecememabstractoqualelementodeconexomaisadequado,remetemparainterpreteessavaloraoconflitual

    normasqueremetemparadireitomaisapropriadoaolitgioouparaoDIPblico:jnosoreconduzveisjustiadaconexonostermosemquefoidefinida

    Noentanto,ajustiadoDireitoInternacionalPrivado,ouJustiaConflitualmaisamplaqueajustiadeconexo:

    JustiaConflitualpodeexprimiradequaodeumdireitosupraestadual,comooDIPblico,oudeumdireitoparaestadual,comoalexmercatoria,semqueestejaemcausaqualquerlaoentresituaoemcausaeumEstado

    JustiaConflitualpodeatenderaconsideraesjurdicomateriais,porexemplo,adequaomaterialdeumdireitoestadualpararegerdeterminadacategoriadesituaesjurdicas

    Mesmoquandoactuaatravsdastradicionaisnormasdeconflitos.oDIPnosedesinteressacompletamentepeloresultadomaterial(verlimitesaocarcterformaldanormadeconflitos)

    Porviadareservadaordempblicainternacional,osprincpiosfundamentaisdaordemjurdicadoforoactuamcomoPrincpiosdoDIP,limitandoaaplicaododireitoestrangeirocompetente.OmesmosepodedizerquantoaoslimitesimpostospeloDIPblicoepeloDireitoComunitrio

    Ouseja,LPconcluiqueacontraposioentreJustiadaConexoeJustiaMaterialseesbatequandoconsideramosaJustiaConflitualnoseuconjuntoQuandoquesejustificaofavorecimentodeumresultadomaterial?Emprimeirolugar,exigesequenoDireitoMaterialInternohajaumafinalidadesubjacenteaumramododireitoouauminstitutoquequeapontenessesentido.SeriacontraditrioqueoDIPproseguissefinalidadesmateriaisquandonodireitointernofossemsecundria.(...)

    Os Princpios do Direito de Conflitos a) Preliminares

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  • Princpio:proposiojurdicacomelevadograudeindeterminabilidadeque,exprimindodirectamenteumfimouvalordaordemjurdica,constituemumadirectrizdesoluoOuseencontraconsagradonalei,outemqueserobtidoapartirdeumexamedasrazesquejustificamvriassoluesparticulares.NoDIPtemosquerecorreraestaopero,poisnoseencontramlegalmenteconsagradosFunes:

    resoluodeproblemasdeinterpretao integraodelacunas reduoteleolgica

    TesedeBAPTISTAMACHADO/MOURARAMOS:osprincpiosprevalecemsobreasnormasdeconflitossingularmenteconsideradas.SeriamportantoestasmeroscritriosintrumentaisquecederiamperanteteologiaintrnsecadoDIPfacescircunstnciasdocasoconcreto.EstateselevaadefenderquevigoranoDIPumaclusuladeexcepogeral.LPnoaceita:asnormasdeconflitossotoimperativascomoasnossasmateriais.Defenderqueasnormasdeconflitossomerasdirectrizesinterpretativasssepodefazernoplanododireitoaconstituir,eimplicapartirdaideiaqueasnormasdeconflitonosonormasdecontuda(oqueLPnoaceita).Assim,paraLP,osvaloreseprincpiossubjacentessnormasservemapenasparasuainterpretaoepodemjustificaraextensoanalgicaouareduoteleolgica,masnuncaparaderrogaodenormaslegaisassimoimpeoprincpiodadivisodepodereseodeverdeobedincialei.OsprincpiospodemserrelativosescolhadasconexesrelevantesouscaracteristicasglobaisdoDIP:

    b) Princpios de conformao global do sistema AseguranaecertezajurdicasovalorespredominantesnoDIP.Porisso,oPrincpioFundamentaldoDIPai)HarmoniaJurdicaInternacionalSegundoesteprincpio,deveseromesmoodireitoaplicadoaumasituaoqualquerquesejaestadoemquevenhaaserapreciada.Implica:

    37

  • adopodeumsistemadeDIPdebasebilateral normasdeconflitosestabelecidasporcadalegisladorestadualdevemser

    universalizveis naescolhadoselementosdeconexo,deveatendersesuadifusointernacional deveseaceitaradevoluoquandopermitaalcanaraharmoniadesolues deveadoptarsereconhecimentodeactospblicosestrangeiros.

    Apesardeseracolhidononossosistema,temlimites:emregraonossoordenamentonoadmiteadevoluo,praticandorefernciamaterial,oqueseexplica:

    pelaimportnciaquesepretendedarcompetnciadaleipessoal,emmatriadeestatutopessoal17/2e18/2

    pelobenefcioquesepretendedaraofavornegotii19/1Outroprincpioodaii)HarmoniaMaterialouInternaEsteprincpiotraduzaideiadeunidadedosistemajurdico,eimplicaauniformidadedevaloraodasmesmassituaesdentrodaOJ.Porexemplo,nosepodedarumtratamentodiferenteaocasamento,conformequestosecoloqueanvelprincipalouincidental

    Postulatambmacoerncianaregulaodassituaoesdavida,evitandocontradiesnormativas(matriatratadanaAdaptao)

    Apontanosentidodeumalimitaododepecage(fraccionamentodasituaodavida),paramanteraunidadederegulaodecadasituao.Entraassimemtensocomaexignciadeadequaodoelementodeconexo(queimplicaaformulaodenormasdeconflitosparadiferentessegmentosdeumamesmasituao).

    Aconselhaaquequestesinterdependentessejamsubmetidasaomesmodireito.Porexemplo,emmatriadaresponsabilidadecivilextracontratual,seexistirumarelaoprviaentreaspartes,deveseraleidessarelaoachamadaaresolveraquestodaresponsabilidade.

    iii)ConfianaImplicaque:

    sejadadarelevnciaasituaesjurdicasduradourasvlidasfacedeumdireito,que,emboradiferentedoprimariamentechamadopelodireitodeconflitosdoforo,sejacompetentesegundoodireitodeconflitosdeumestadoqueapresentaconexoespecialmenteimportantecomasituao31/2

    justificaalgunsdesviosleinormalmentecompetente11daCRe28CC,3/1infineCSC

    exigeorespeitopelaestabilidadeecontinuidadedassituaesjurdicas,quandoatalnoobstemrazesponderosas.Oqueseconcretizanaescolhadeelementosde

    38

  • conxeoespecialmenteestveisemmatriadeestatutopessoal,quevigoreoprincpiodairretroactividadeecontinuidadedassituaesjurdicas

    InfluenciatambmoDireitodeReconhecimentoiv)EfectividadeSegundoesteprincpio,naresoluodosconflitosdeleishqueatendercircunstnciadecertosestadosestarememsituaopriviligiadaparaimporemasuaregulaoPodeimplicar:

    escolhadoelementodeconexoprimriocasodaregradaleidasituaodacoisaemmatriadedireitosreais46CC

    Desviosleinormalmentecompetenteocasodo47quantocapacidadeparaconstituirdireitosreaissobreimvelouparadispordele.Nestavertentefalaseemprincpiodamaiorproximidade,comacolhimentoescassononossoordenamento:oDIPportugusnoabdicadoseucritriodeconexosporqueleidasituaodosimveisseconsideracompetente.

    v)FavorNegotiiDevemserfavorecidosavalidadedosnegciosealegitimidadedosestatutos.

    levaparalisaodadevoluonoartigo19/1 fundamentaautonomamenteadevoluonasquestesrelacionadascomaforma

    36/2e65/1infine

    ParaLPolegisladorteridolongedemaisquantoaesteprincpio,sacrificandoaHarmoniaInternacionaldeSolues.vi)PrincpiodareservajurdicomaterialODIPnooperasemlimitescolocadospelajustiamaterial,isto,ajustiadoelementodeconexocedeperantejustiamaterial,quandoestejaemcausanormaseprincpiossupraestaduaisoufundamentaisdaordemjurdicaportuguesa.FormaseassimumareservajurdicomaterialdosistemaportugusdosistemadeDIPportugus.NosoPrincpiosdoDIPportugus:

    boaadmininstraodajustia:estatenderiaapriviligiarodireitodoforo,parafacilitarvidaaostribunais,emdetrimentodoprincpiodaparidadedetratamentododireitodoforoedodireitoestrangeiro.

    39

  • c) Princpios de Conexo i)ConexomaisEstreitaEsteprincpiopodetraduziraprpriajustiadaconexonoseuconjunto,abrangendotodososelementosdevalorao.Isto,oprincpiodaconexomaisextreitapodeserprincpiogeraldoselementosdeconexo,sendoosvrioselementosdeconexosuasconcretizaes.Podetambmexprimirajustiadaconexoobjectivaemmatriadecontratosobrigacionaisver4/1CR(4/3e4RRII).TemseaquiemvistaumoutrosentidoaaplicaodoDireitocomqueosinteressadosestomaisligados.SassimpodeoDireitoexercerasuafunodeconformaodecondutas:partesssepodemguiarpordireitoquejulguemaplicvelOprincpio,altamenteindeterminado,tantocontribuiparafundamentarnormadeconflitoscomcontedoespecialmenteindeterminado,clusuladeexcepo,ouparaaconsagraodeumdeterminadoelementodeconexo.Masemregranoapontaparaumelementodeconexocomonicoconflitualmentejusto.

    exemplo:emmatriadeestatutopessial,oprincpioindicanosqueoelementode

    conexorelevantedeveserumqueexprimeumaligaontimacompessoa:podeseranacionalidade,odomiclioouaresidnciahabitual.Masnonospermiteemdefinitivosaberqualomaisjustoii)PrincpiodaPersonalidadeEnquantodecorrnciadoprincpiodadignidadedapessoahumana,implicaorespeitopelapersonalidadedosindividuos.Manifestase:

    Nanoodeleipessoal:certasqualidadesesituaesjurdicassoatributos/irradiaessubstanciaisdapessoahumana,edevemserreconhecidasportodasasordensjurdicas.Daquidecorrequeoinciodapersonalidade,acapacidade,asrelaesdefamlia,osdireitosdepersonalidade,devemserregidospelodireitoindividualizadoporumelementodeconexoqueexprimaumaligaontimaepermanentecomosinteressados,comoanacionalidade,domiclio,eresidnciahabitual.

    Orespeitopelacompetnciadaleipessoalpodemesmolevaraosacrifciodaharmoniainternacional,quesealcanaatravsdadevoluo17/2e18/2(oqueLPparecenoconcordar)

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  • 3PrincpiodaTerritorialidade?Vigoraumprincpiodaterritorialidade?UmaleiterritorialquantoaosorgosdeaplicaoquandosaplicadapelosorgosdoEstadoqueaedita.Umaleiterritorialquantossituaesreguladasquandoseaplicaatodasassituaesquetmconexocomoterritriodoestadoqueasedita.esteosentidousadono24/1Aterritorialidadenovigoranoprimeirsentido.Quandoaosegundo,averdadequenodomniododireitopatrimonialamaiorpartedoselementosdeconexoutilizadospeloDIPapontamparaumlugarnoterritriocomoformadedesignarleiaplicvel.Noentanto,ofactodeseadmitiradesignaopelosinteressadoseaflexibilizaodoscritriosdeconexo,atendendoatodososlaosignificativoslevaLPaafirmarquetalPrincpionovigora

    4PrincpiodaAutonomiaPrivadaEnquantoprincpiodeescolhadasconexes,actuaadoisnveis:Emprimeirolugar,exprimesenautlizaodeelementosdeconexocujocontedoconcretopodesermodeladopelaspartesistoverificasenodomiclio,naresidnciahabitual.Relevaportantoanvelindirectoaliberdadedaspartes.Emsegundolugar,aliberdadededesignaododireitoaplicvel,emmatriasobrigacionais(RRIartigo4/1),naarbitragemvoluntria(33/1antigaLVAV)emesmoemmatriasextraobrigacionais(RRIIartigo14).Nestaliberdadededesignaododireitoaplicvelmanifestasedirectamenteaautonomiadaspartes.Parajustificartalfaculdadeinvocamserazesdecerteza,previsibilidade,efacilidade,ligadasprotecodaconfianarecproca.Presumeseaindaqueadesignaopelaspartesexprime,numaconcretasituaodavida,asoluomaisadequadaaosinteressesdaspartes.LPentendecontudoqueestaliberdadedeviasermuitomaislimitadanasrelaesindisponveis,comoasmatriasdoestatutopessoal.5IdeiadefavorecimentodepessoasmerecedorasdeespecialprotecoNosetratadeumprincpio,apenasumaideiaquesemanifestaemcertassolues.

    favorecimentodomenor57CCe

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  • favorecimentodoconsumidroRI favorecimentodotrabalhadorRI favorecimentodolesado7RII

    Estrutura geral norma de conflitos Elementos da norma de conflitos Previso Objectodanormadeconflitos:aprevisodanormadeconflitosdefineosseuspressupostosdeaplicao.Atravsdestespressupostos,aprevisodanormadelimitaoseuobjectoedelimitaalcancematerialdaremisso.Oobjectodanormaserasituaotransnacional(ouumseuaspecto).AsnormasdeconflitosdotipoutilizadonoDireitodeConflitosGeraldelimitamoseucampodeaplicaocomrecursoaconceitostcnicojurdicos,queatendemaocontedotpicoeanotasfuncionais.

    exemplo:normadeconflitosdo25reportaseaestado,capacidade,ado46aposse,propriedade,EstasnormasdeterminamaaplicaodecertaordemjurdicaaumacategoriadesituaesouaumadadaquestoAdeterminao/indeterminaodosconceitosutilizadosirdependerporregradonmerodenormasdeconflitoexistentesnumordenamento:conceitostendemateralcancemaisvastoemsistemascompoucasnormasemaisrestritoemsistemascommaisnormas,maisespecializados.Hquetercuidadosquantoextensodoobjectodanormadeconflitos,poisseestaimplicaumaremissocombasenoelementodeconexo,importaassegurarqueaprevisodeumanormadeconflitoscompreendaapenasassituaesparaasquais,segundoojuzodevalorlegislativo,adequadaaconexo.

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  • NaformaodosconceitosutilizadosolegisladordeveatenderaoDireitoComparado,parapromoveraharmoniainternacionaldesolues,mastambmparagarantirqueabarcaageneralidadedosinstitutosjurdicos,mesmoosnossosdesconhecidos.Quantoanormasunilateraisadhoc,quesereportamaplicaododireitomaterialunificadooudedeterminadasnormasouleisdefonteinterna,tmporobjectoigualmentesituaesdavidaouaspectosdesituaesdavida.Noentanto,nasprimeiras,adelimitaodassituaesdavidafeitapornormassobredomniomaterialdeaplicaodaConveno(exemplo:4/3e4daLei67/98)enquantonosegundocasopelaprevisodanormamaterialcujaaplicabilidadeestemcausa.EmcertasConvenesdeunificaodoDireitodosConflitos,utilizasenaprevisodanormanoconceitostcnicojurdicosmassimeminentementefcticos,paraevitardifuculdadesdeinterpretaoresultantesdautilizaodosconceitosmaisjurdicos.Osconceitosutilizadosnodesempenhamapenasafunodedelimitaodoobjectodanorma,tambmdelimitamoalcancematerialdaremisopoisnormadeconflitosschamaaplicaoasnormaseprincpiosmateriaisquesejamreconduzveisaessesconceitos15CC(vermelhor)

    Fenmeno do depeage Muitasnormasdeconflitosnosereportamasituaestpicasglobalmenteconsideradasmasapenasacertosaspectosparcelares/questesparciais:regulamporexemploapenasaformadonegciojurdico36.Omesmoaconteceemmuitasnormasdeconexoadhoc:exemplodo23LCCGMesmonocasodenormasdeconflitoquesereportamacategoriasderelaesjurdicaspodemlevaraofraccionamentonaregulaodassituaesmateriais,dadoqueumamesmasituaopodesuscitarocruzamentodediferentedomniosdodireitomaterialporexemplo,naregulaodaCV,concorremnormasgeraissobreonegciojurdico,normasdedireitodasobrigaesenormasdedireitosreais.ParadefiniradisciplinaaplicvelaumadeterminadaoperaodeCV,necessriorecorrersnormasdeconflitosrelativassubstnciadocontrato,formadomesmoeaosefeitosreaisnormasessasquepodemremeterparadireitosdiferentes.QuantomaisespecializadoforoDireitodosConflitos,maisnormasexistiroeporissomaiscasosdestespodemocorrer.UmfenmenodenominadoDpeage(fraccionamentodassituaestransnacionaispelodireitodosconflitosAregranoactualDIPdequecadarelaodavidainternacionalsusceptveldeserreguladamediantearemissoparaumapluralidadedeDireitos.LPadmitequesesacrifica

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  • umpoucoaharmoniamaterial,noentantoamelhorformadeobtersoluesmaisadequadasmatria.Oriscopodeseratenuado,seconceitosrespeitarem,tantoquantopossvel,asnidadesderegulaoemqueestoinseridasasnormassingulareseosconjuntosnormativosinterdependentes.Noseafastaporcompletooriscodeantinomias,peloqueseexigedoDIPareconstruodaunidadeecoernciaperdidascomofraccionamentododireitoaplicvel,mediantraconjugaodosdiferentesestatutos.

    Estatuio Estatuio da norma de conflitos estatuiodamosonomedeconexo,ecorrespondeaochamamentodeumoumaisdireitospararegularemasituao.Aestatuiocarecedeconcretizao,queresultadaconcretizaodoelementodeconexoquecogeradordaconsequnciajurdicaconcreta(???)Comojvimos,normadeconflitoscorrespondeumaduplafunotcnicojurdica.Podemostambmconsiderarqueanormadeconflitosdeterminaumaduplaconsequnciajurdica?

    Porumlado,remeteparaumDireito.Aestaconsequnciadamosonomederemisso(questionaseaquisearemissoabrangetambmoDIPdaordemjurdicadesignada,etambmqualoconcretoalcancedaremisso,quaisasproposiesjurdicomateriaisquesochamadasporestanorma.

    Poroutrolado,quandoremeteparaumdireitoestrangeiroouextraestadual,produzseumasegundaconsequncia,aatribuiodeumttulodeaplicaoaodireitomaterialestrangeiro

    Conjuntodeproposiesjurdicomateriaisquesochamadasporumanormadeconflitosgeralmentedesignadaporestatuto.Apalavraestatutopodetambmservirparadesignaroconjuntodeproposiesjurdicomateriaisquesochamadaspelasvriasnormasdeconflitosqueregulamdeterminadombitodematrias.

    Modalidades de conexo em geral Podeser:

    Singular:quandosdesencadeiaaaplicaodeumdireitopararesolveraquesto simples:anormadeconflitosdesignadeformadirectaeimediataumnico

    direitoaplicvelquesto(ex:46CC

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  • subsidiria:normadeconflitosdispedeumasriedeelementosdeconexoqueoperamporordemsucessiva,peloqualaactuaodoelementodeconexoseguintedependedonopreenchimentodoelementoanterior(exemplos:25+31+323e4CR52CC(

    alternativa:cntmdoisoumaiselementosdeconexo,susceptveisdedesignaremdoisoumaisdireitos,sendoaplicdoaquelequenocasoconcretosemostrarfavorvelproduodedeterminadoefeitojurdico(exemplo36ou65CCnopuraconexoalternativaporquecontmumareservaafavordaleidasubstncia

    optativa:dispededoisoumaiselementosdeconexo,susceptveisdedesignaremdoisoumaisdireitos,masavontadedeumadeterminadacategoriadesujeitosquevaodecidirdireitoaplicvel(exemplo:artigo7regulamentoR2)Nestasexisteumapreocupaocomoresultadomaterial,maisdoquecomaautonomiaprivada,dadoqueaescolhavaicaberapenasaumadaspartes.Porregra,quandopensamosemescolhadeleiaplicvelpensamosnoscasosemqueaspartesentresiacordamaescolhadeumalei

    Plural:quandodesencadeiaaaplicaodemaisdeumDireitopararegularquesto simples:normadeconflitosexige,paraqueseproduzacertoefeitojurdico,a

    concorrnciadedoisoumaisdireitos,ouseja,oefeitotemdeserreconhecidopordoisoumaisdireitos(exemplonormado33/3cc).Simtricaconexoalternativa:enquantoestavisafavoreceraproduodeumefeitojurdico,aquelavisadificultaraproduodesseefeito.Noentantoestedesfavorecimentonosempreintencional,poderesultarapenasdeproblemasespecficosderegulaoocasodo33/3:legisladornotemrazoparadesfavorecerapersonalidadecolectiva,masnoseriaaceitvel,luzdosfinsprosseguidospelanormadeconflitosemcausa,quepersonalidadesubsistissequandoleisedeanteriordeterminasseaextino,nemquandoaleidasedeactualnoareconhecessse.

    condicionante:nohumaatribuiodecompetnciaparitriaadoisDireitos,chamaumcomoprimariamentecompetente,eoutrocomumfunolimitativaoucondicionantequantoproduodecertoefeito(exemplo,60/1e2+n4).Podetersubjacenteumjuzodesfavorvelproduodecertoefeito,masmaisfrequentementeencontrarsuajustificaoemcertosproblemasespecficosderegulaoounapromoodaharmoniainternacionaldesolues(necessidadedeconjugarestatutos)oupodeteraindasubjacenteapreocupaodenocriarsoluescoxas,i.e.,noreconhecidasnumdosestadoscomoqualtenhaconexomaisestreitaserestaajustificaodoartigo60:querseevitaraconstituiodovnculodeadopoquandoaleireguladoradasrelaesentreadoptandoeseusprogenitoresnoconheaoinstituto.

    Podemtambmser:

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  • autnomas:anormadeconflitosdispedeelementodeconexoqueoperaochamamento

    dependentes:necessriorecorreraoutranormadeconflitosparadeterminardireitoaplicvel

    Elemento de Conexo Noo e Funo Nootradicional:laoentresituaodavidaeumdadoordenamentodeumEstadoSoberanoqueseentendeserodeterminanteparaescolhadoordenamentoaplicvelLPcritica:asituaodavida,enquantorealidadesocial,encontrasenumplanodarealidadediversododasOrdensJurdicasOelementodeconexopodeporissoconsistir:

    laofcticoentresituaodavidaeumdeterminadolugarquepermitaindividualizarodireitoavigenteexemplo:olugardasituaodacoisa

    vnculoouqualidadejurdicaquepermitaindividualizaroDireitoqueoestabeleceexemplo:nacionalidadeedomiclio

    consequnciajurdicaqueseprojectanumdeterminadolugarnoespao,possibilitandoaindividualizaododireitoavigente

    factojurdico,comoadesignaododireitoaplicvelEnquantoaconexochamaumaoumaisordensjurdicas,oelementodeconexofazaponteentreasituaoeordemjurdicaaplicvel.Oelementodeconexotemumcarcterbifrontal:1paraestabeleceraponte,temquemergulharassuasrazesnasituaodavidaemcausa

    exemplo:25e31/1CCsubmetemoestatutopessoalleiindividualizadapeloelementodeconexonacionalidadeanacionalidadeumadasqualidadesdaspessoasvisadasnoartigo25,umadasdeterminaespossveisdoobjecto.o36remeteparaleidesignadapeloelementodeconexolugardacelebraoassimanacionalidadeouolugardecelebraosooselementosquerelevamfacenormadeconflitoscomofactoresdeindividualizaododireitoquehderegeroestatutopessoalouaformadonegciojurdico.2Poroutrolado,oelementodeconexoservetambmaestatuio:oartigo25chamaleidanacionalidade,o36chamaaleidolugardacelebrao.Oelementodeconexoessencialnasnormasdeconexo,masnonasnormasdeconflitos(entendidasestesnostermosamplosemqueLPasdefine).

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  • Classificaes de elementos de conexo: (no sai) Podemser:

    Pessoais:referemseaossujeitosdarelao exemplos:nacionalidade,domiclio,residncia,sede

    Reais:referemseaoobjectodarelao,afactosmateriais olugarondepraticadoodelito,olugardecelebraodoacto

    Noclassificaoexaustiva:noenglobaporexemploadesignaopelaspartes.Deacordocomomodocomoelementosdeconexorealizasuafunodedesignaododireitoaplicvel:

    porviadirecta:quandoelementodeconexoapontadirectamenteparaodireitoaplicvel,semnecessidadedemediaodeumpontoprecisono

    A determinao da remisso em funo das circunstncias do caso concreto UmadastendnciasrecentesdoDIPaprocuradesoluesmaisindividualizadoras,paraumajustiadocasoconcreto.Deacordocomtallinha,adeterminaododireitoaplicvelnodependedaconcretizaodoelementodeconexo,masdecritriosflexveisquedeixammargemdeapreciaoaointrprete.Ossistemaspositivos,aindaqueconsagremcertasnormasmaterialmenteorientadas,noadmitemumaescolhadodireitoaplicvelexclusivamenteemfunodoresultado.JnoutroscasosseadmitequesejainteiramenteumajustiadocasoconcretoadeterminaroDireitoaplicvelnoRegulamentoRII,nafaltadedesingaopelaspartes,aplicaseaocontratoaleidoestadocomoqualtenhaconexomaisprxima(vermelhor)Estatendnciareflectesenousodenovostiposdeproposiesconflituais,emquenoencontramosumelementosdeconexo,masumconceitoaltamenteindeterminado,comootaldeconexomaisestreita,oucentrodosprincipaisinteressesdodevedor.Soconceitosquetmdeserpreenchidosporrecursoaumavaloraoconflitual.Algumasdestasproposiespodemserclassificadascomoclauslasgerais,dadoqueasuaprevisoigualmenteampla,nosereportandoacategoriasdesituaesjurdicasouquestesparciaisexemploLAVquemandaaplicaraolitgioodireitomaisapropriado.Emsentidoopostoencontramosnormasquedelimitamoseucampodeaplicaoacategoriasderelaesjurdicas,masquedepoisutilizamosconceitosindeterminadosparadeterminardireitoaplicvel.

    Critrio da Conexo mais estreita

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  • Surgenonossoordenamentospelo4/4doRR1,no52/22partee60/2infineumconceitocarecidodepreenchimentovalorativo,quepodeatenderaosvrioslaosexistentesentreasituaoeesferasocialdosestados.ProblemadainterpretaodesteconceitomatriadeDIP2

    Clusula de Excepo Normaquepermiteafastardireitoprimariamentechamado,quandosituaoapresenteligaomanifestamentemaisestreitacomoutroestado.Aquiajustiadocasoconcretointervmnummomentosecundrio,paracorrigiradesignaododireitoaplicvel

    exemplo:15Leisuia19CdigobelgadedipNodireitoportugusnovigoraclusulageraldeexcepo.Noent