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Dificuldades Específicas de
Aprendizagem
Definição
Do National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD) surge a seguinte afirmação: “dificuldades de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogéneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas desordens são intrínsecas ao indivíduo, presumivelmente devem-se a disfunções do sistema nervoso central e podem ocorrer ao longo da vida. Problemas na auto-regulação comportamental, percepção social e interacção social podem existir com as dificuldades de aprendizagem.” (NJCLD, 1994; cit. In Campanudo, 2009, p.22)
“As dificuldades de aprendizagem específicas dizem respeito à forma como o indivíduo processa a informação – a recebe, a integra, a retém e a exprime – tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizações. As dificuldades de aprendizagem específicas podem, assim, manifestar-se nas áreas da fala, da leitura, da escrita, da matemática e/ou resolução de problemas, envolvendo défices que implicam problemas de memória, perceptivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou metacognitivos. Estas dificuldades, que não resultam de privações sensoriais, deficiência mental, problemas motores, défice de atenção, perturbações emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes ocorrerem em concomitância com elas, podem, ainda, alterar o modo como o indivíduo interage com o meio envolvente. (Correia, 2005; cit in Correia, 2008; p.479)
“O DSM-IV (1994) distingue quatro categorias na classificação dos indivíduos por dificuldades ou síndromes específicos que são:
- Perturbações da Leitura;
- Perturbações do cálculo;
- Perturbações da escrita;
- Perturbações sem outra especificação.” (in Campanudo, 2009, p.24)
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Educação, Educação Especial
Características
“As características dos alunos com DA são por inerência, muito heterogéneas, há pelo menos alguns
denominadores comuns, independentemente de poderem surgir isoladamente ou em conjunto,
sendo certo que do conjunto dessas características resultam muitas vezes, um desempenho
académico irregular.
Entre várias características comuns possíveis, será pertinente salientar os problemas registados no
processamento de informação transmitida através de actividades baseadas na linguagem
(recepção, integração e expressão/linguagem falada e escrita); o funcionamento intelectual
muito próximo da média, na média ou mesmo acima da média e os problemas expressivos na
aprendizagem da leitura, da escrita ou do cálculo.” (Campanudo, 2009, p.24-25)
“Tal como uma criança numa cadeira de rodas necessita de uma rampa para contornar escadas,
também uma criança com dificuldades de aprendizagem necessita de meios específicos
que a ajudem a contornar os problemas, tantas vezes graves, que encontra no processamento de
informação, na memória, na leitura, na escrita, no cálculo ou na socialização. (…)
Geralmente não imaginamos que a "rampa" que um indivíduo com dificuldades de aprendizagem
possa necessitar terá a ver com ajustamentos e/ou adaptações curriculares, como, por
exemplo, mais tempo para processar a informação, ou equipamento electrónico (exemplo, um
gravador de som) para tirar apontamentos. As dificuldades de aprendizagem podem ser
invisíveis, mas são reais."
(Jane Browning, s/data in http://www.appdae.net/bibliografia.html)
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Enquadramento Legal
“O princípio da diferenciação de respostas tem expressão num conjunto de medidas, que se destacam, para além do Decreto-Lei n.º 3/2008, o Despacho n.º 453/2004, o Despacho Normativo n.50/2005 e o Despacho n.º 1/2006. Estes diplomas determinam o envolvimento de todos os docentes nas respostas a alunos com dificuldades de aprendizagem ou de adaptação à escola, resultantes de desvantagens de diversa ordem: cultural, social ou económica. Planos de recuperação, planos de acompanhamento individualizado e planos de desenvolvimento, são algumas das medidas previstas.
O Decreto-Lei n.º 3/2008 prevê uma intervenção circunscrita aos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e participação num ou em vários domínios da vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas na capacidade de comunicação, aprendizagem, mobilidade, autonomia, relacionamento interpessoal e participação social. Visa-se promover a autonomia desses alunos e levar tão longe quanto possível o potencial que possuem.” (Brocardo, J., 2009, p.10)
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Educação, Educação Especial
Assim…
“Os alunos com dislexia estão, efectivamente, abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 3/2008, de 07 de Janeiro, podendo beneficiar em consequência de vários apoios ao longo da sua vida escolar.
Entre estes apoios, estão os que correspondem a condições especiais na realização das provas de avaliação, incidentes sobre o próprio tipo de prova, os instrumentos de avaliação ou o tempo necessário para a fazer.
Para efeitos de não penalização na classificação das provas de aferição e exames nacionais, pode ser aplicada a ficha A emitida pelo Júri Nacional de Exames (“Condições especiais na classificação de provas de exame nos casos de dislexia”) nos exames realizados pelos alunos com dislexia diagnosticada e confirmada até ao final do 2º ciclo do ensino básico e que exigiram apoios pedagógicos personalizados e/ou tecnologias de apoio, constantes do respectivo programa educativo individual, ao abrigo daquele Decreto-Lei n.º 3/2008 de 7 de Janeiro.” (Ministério da Educação, 2009)
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Como estrelas na terra
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Pré-requisitos para a aprendizagem da
leitura e da escrita (Bautista, 1993)
• capacidades neuropercetivo e motoras;
• bom desenvolvimento da linguagem
(compreensão e expressão);
• amplo vocabulário;
• desenvolvimento da consciência fonológica
(grafema/fonema e fonema/grafema);
• desenvolvimento harmonioso das
capacidades cognitivas, afetivas e sociais.
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Desenvolvimento Fonológico (Sim-Sim, 1998)
• 1 – 2 meses - Distinção dos sons com base no fonema
• 30 meses - Deteção de eventuais erros na produção do seu enunciado ou no dos outros interlocutores (autocorreções)
• 36 meses - Distinção de todos os sons da sua língua materna
• 3 - 4 anos - Sensibilidade às regras fonológicas da sua língua/Capacidade de reconhecem rimas e aliterações/Prazer lúdico com as rimas através de jogos de sons e de palavras
• 4 anos - Maiores dificuldades em tarefas de consciência fonémica quando comparada à silábica/Capacidade de segmentar silabicamente unidades lexicais compostas por duas sílabas /Maiores dificuldades na segmentação de palavras polissilábicas e/ou monossilábicas
• 5 anos - Capacidades metafonológicas ao nível do fonema e do traço distintivo, desde que as tarefas sejam adaptadas à realidade linguística e cognitiva da criança
• 6 anos - Domínio, quase total, da capacidade de segmentação silábica/A consciência fonológica vai-se complexificando, sendo necessário receber instruções formais que explicitem as regras de correspondência dos sons da fala na escrita alfabética (relações fonema/grafema)/Desenvolvimento da consciência fonémica
• A partir dos 6 anos - Maior desenvolvimento das capacidades metafonológicas, devido à aquisição da escrita/Domínio de todos os níveis de consciência fonológica
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Problemas Específicos de Aprendizagem
dislexia – leitura
disgrafia – escrita
disortografia – escrita
discalculia - cálculo
dislexia
Definição Etimologicamente, a palavra “Dislexia” é composta pelo prefixo “dis”, que significa distúrbio e “lexia”, que significa em latim leitura, e em grego linguagem (Pereira, 2009). Em 1887, o termo “Dislexia”, foi usado pela primeira vez, pelo oftalmologista alemão, Berlin, para descrever o caso de um paciente adulto que, após um acidente vascular cerebral, perdeu a capacidade leitora, apesar de ter mantido a visão, a linguagem e a inteligência (citado por Teles in www.clinicadislexia.com).
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dislexia
Tipos de dislexia (Citoler, 1996)
• Dislexia Adquirida (por traumatismo ou trauma): o sujeito, que já tinha aprendido a ler e a escrever de modo adequado, após sofrer uma lesão ou trauma, não é capaz de continuar a ler e a escrever sem erros
• Dislexia Evolutiva ou de Desenvolvimento (por défice de maturação) : o sujeito desde o começo da aprendizagem apresenta problemas a nível da leitura e escrita, ou seja, não consegue soletrar, ler ou escrever com facilidade
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dislexia
Causas Shaywitz (2003, in Cruz, 2007)
• factores neurobiológicos - o cérebro dos disléxicos tem dificuldade em aceder facilmente à região parieto-temporal e à região occipito-temporal. Assim, para compensar esta dificuldade, os disléxicos utilizam mais a área Broca e vai recrutar as áreas do lado direito que processam pistas visuais.
figura.docx
• perspetiva genética - a dislexia ocorre com maior frequência nas famílias que têm um dos pais com esta desordem
• perspetiva psicolinguística - aponta como causa de muitas dificuldades na leitura, um problema comum a nível fonológico onde os maus leitores revelam um vasto conjunto de défices da linguagem
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dislexia
Indicadores (Torres e Fernandez , 2001)
• Dislálias ou problemas articulatórios: confusões entre fonemas, omissões em sílabas compostas e inversas, inversões, etc;
• Vocabulário pobre;
• Falta de expressão;
• Compreensão verbal deficiente;
• Atraso na estruturação e no conhecimento do esquema corporal;
• Dificuldades senso-percetivas responsáveis pela confusão entre cores, formas, tamanhos e posições;
• Dificuldades motoras na execução de exercícios manuais e grafismos;
• Tendência para a escrita em espelho: por exemplo, p em vez de q, b em vez de d.
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dislexia
Erros na leitura de letras
• Substituições: /v/ e /f/
• Inversões: “m” com “”w”
• Rotações: “p” por “p” ou “b” por “q”
• Omissões: “gota” em vez de “gosta”
• Adições: “mensa” em vez de “mesa”
Erros na leitura de sílabas e palavras
• Substituições: “papá” em vez de “pai” ou “otimista” em vez de “ótimo”
• Inversões: “coar” em vez de “arco” ou “buarco” em vez de “buraco”
• Omissões: “uma vez existiu” em vez de “uma vez há muito tempo existiu”
• Adições: “mensa” em vez de “mesa”
Leitura lenta com vacilações e repetições
Compreensão literal
• Dificuldade na compreensão de palavras ou frases;
• Dificuldade para recordar factos e detalhes
• Dificuldade em sintetizar o conteúdo
Compreensão interpretativa
• Dificuldade na compreensão de relações
• Dificuldade para realizar inferências
• Dificuldade para diferenciar entre realidade e ficção
• Dificuldade para retirar conclusões.
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dislexia
Intervenção (Serra, 2007)
Na aula
• Valorizar e incentivar a participação oral
• Não o fazer ler, em voz alta, diante dos colegas
Nos testes
• Usar textos pouco extensos e com letra bem legível
• Ler sempre os textos a estes alunos
• Questionário: lacunas, escolha múltipla e ligação por setas
Composições
• Substituir a composição por outras tarefas escritas (ordenar frases e copiar, ordenar
fragmentos de texto e copiar, legendar imagens, descrever imagens, completar
lacunas
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Texto Original Ditado
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Ditado realizado no computador
A torre da ma hora
De baixo das estralas, sentado
no lancil do lago, campanelo
conta a estória da torre da ma
hora e os meninos estam de
roda escutando. E , cuanto a
sua fala vagarosa arasta todos
para longe, tira dos bolso da
jaceta e o livro de mortalhas e
enrola um sigarro.
Os olhas das crianças abrem
um silencio tao grande que so
se ouve a vos do homem que so
se hove a a vos do homem e o
dubras de papel nos dedos
grosso.
Aluno do 10º ano
21-10-11
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disortografia
Definição (Saldanha, 2011)
A disortografia constitui uma dificuldade da escrita, que pode manifestar-se independentemente de haver ou não alterações na leitura.
Conjunto de erros da escrita, feitos de forma sistemática, que afetam a palavra mas não o seu traçado ou grafia, que podem provocar a total ininteligibilidade dos escritos.
Causas (Baroja, Paret & Riesgo, 1993)
• Atraso maturacional na aquisição e utilização da linguagem (disartria e dislalias);
• Erros na perceção visual e auditiva;
• Falhas na atenção;
• Aprendizagem incorreta da leitura e da escrita na sua fase inicial (métodos de aprendizagem).
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disortografia
Características (Saldanha, 2011)
• Substituição de letras semelhantes
• Omissões e adições, inversões e rotações
• Uniões e separações
• Omissão - adição de “h”
• Escrita de “n” em vez de “m” antes de “p” ou “b”
• Substituição de “r” por “rr”
• Textos curtos, com pouca organização e com desadequada
pontuação
• Poucas ideias
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disortografia
Intervenção (Bautista, 1993)
• Prevenção e favorecimento de atividades orais e escritas desde o ensino pré-escolar;
• Exercícios de desenvolvimento da linguagem;
• Treino visuomotor;
• Treino visuopercetivo;
• Exercícios de reconhecimento oral e escrito de palavras;
• Duração acústica de palavras;
• Isolar e reconhecer sons;
• Divisão em sílabas e em fonemas;
• Exercícios de compreensão (sintaxe, elementos da oração, semântica, ...).
20 ESE Almeida Garrett - Mestrado Ciências de
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disgrafia
• A disgrafia prende-se com problemas de
execução gráfica e de escrita das
palavras. A criança fala, lê, mas apresenta
acentuadas dificuldades motoras para
escrever letras, números ou palavras (Johnson e Myklebust, 1991 , cit. in: Gil, Teresa et al, 2003).
21 ESE Almeida Garrett - Mestrado Ciências de
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Tipos de disgrafias
• Adquiridas – causadas por lesões
neurológicas
• Evolutivas ou desenvolvimentais –
dificuldades na aprendizagem inicial da
escrita e ocorrem na ausência de uma
razão objetiva para isso. (Campanudo, 2009)
22 ESE Almeida Garrett - Mestrado Ciências de
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Causas da disgrafia
• Causas de tipo maturativo – perturbações da lateralidade ou perturbações da eficiência psicomotora
• Causas caracteriais – factores da personalidade e psicoafetivos
• Causas pedagógicas – déficit de orientação do processo de aquisição de destreza motora, ensino rígido e inflexível, orientação inadequada da mudança de letra de imprensa para letra manuscrita, ênfase excessiva na rapidez ou qualidade de escrita, prática de escrita como atividade isolada das exigências gráficas. (Campanudo, 2000)
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Caraterísticas
Segundo Casas (1988, cit. In: Gil, Teresa et al, 2003), as possíveis manifestações da disgrafia são as que se apresentam :
- Falhas nos traços da letras, o que pode estar relacionado com: má terminação das letras; dificuldades em alguns traços horizontais; traços superiores curtos; substituição de traços curvos por retos, indiferenciação entre letras maiúsculas e minúsculas; escrita em espelho em determinadas letras, números e palavras.
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- Os traços elípticos de algumas letras são realizados de forma
inversa, ou seja, no mesmo sentido dos ponteiros do relógio.
- Deterioração progressiva da qualidade de execução da escrita à
medida que decorre o tempo de realização.
- Traçado de algumas letras e números de baixo para cima.
- Numerosos borrões para corrigir a direção das letras e números.
- Dificuldades para se manter e escrever numa mesma linha e
tendência para se verificarem flutuações da letra de uma linha para
a outra. As linhas podem aparecer fragmentadas ou ondulantes.
- Espaçamento incorreto entre as letras, palavras e linhas.
- Ausência total ou má conservação das margens.
- Grafismo trémulo ou com uma marcada irregularidade, produzindo-
se notáveis variações no tamanho das distintas letras.
- As letras apresentam um tamanho excessivamente grande ou
pequeno.
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disgrafia
Intervenção • Encorajar a expressão através de diferentes materiais
(plasticina, pinturas e lápis). Todas as tarefas que impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas.
• Levar a criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar.
• Promover situações em que a criança utilize a escrita (ex.: escrever pequenos recados, fazer convites e postais).
• Fazer actividades como contornar figuras, pintar dentro de limites, ligar pontos, seguir um tracejado, etc.
• Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem corrigir nem julgar os resultados.
http://www.appdae.net/disgrafia.html
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discalculia
Definição
Termo que se refere às dificuldades de aprendizagem especificas da matemática, sem que estejam presentes outros problemas (Citoler, 1996). As crianças com discalculia são capazes de compreender e usar a linguagem falada, podem ler e escrever, mas não conseguem compreender os princípios e processos matemáticos (Jonhson & Myklebust, 1991).
Tipos de discalculia (Garcia (1998): • discalculia verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números,
os termos, os símbolos e as relações;
• discalculia practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.;
• discalculia léxica - dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.;
• discalculia gráfica - dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.;
• discalculia ideognóstica – dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.;
• discalculia operacional - dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.
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discalculia
Características (Jonhson & Myklebust, 1991)
deficiente organização visuoespacial – dificuldade em distinguir diferenças em relação às formas, tamanhos, quantidades e comprimentos;
distúrbio ao nível da imagem corporal – conhecimento incompleto ou errado do próprio corpo;
distúrbios de integração visuomotora – soletram e formulam ideias mas têm défices na formação das letras e no alinhamento na folha;
desorientação - esquerda/direita, falta de sentido de orientação;
dificuldades na perceção social e na realização de julgamentos – maturidade social reduzida (conceção limitada de distância e tempo);
testes de inteligência – desempenhos superiores em funções verbais comparativamente às funções não verbais.
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discalculia
Manifestações de discalculia (Casas ,1988)
dificuldades na identificação de números (visual e auditiva);
incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca (contar objetos e fazer corresponder um numeral a cada um);
escassa habilidade para contar;
dificuldade na compreensão de conjuntos;
dificuldade na conservação (compreender que o valor básico de uma quantidade não muda mesmo que mude a sua forma ou disposição);
dificuldade na compreensão da quantidade (760,607 e 706 são diferentes);
dificuldades nos cálculos (memorização de tabuadas, formulas, números incorretamente alinhados para realizar operações, etc);
dificuldade na compreensão do conceito de medida;
dificuldade para aprender a dizer as horas;
dificuldade na compreensão do valor das moedas (ter noção de que uma moeda de 2 euros é o mesmo que duas de 1 euro);
dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos (+,-, >,< , diferença, soma, raiz quadrada, etc);
dificuldade em resolver problemas orais.
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discalculia
Intervenção(Garcia,2000)
Permitir o uso da calculadora e da tabuada;
usar caderno quadriculado;
elaborar perguntas claras e diretas;
reduzir ao mínimo o número de perguntas;
o aluno deve realizar os testes sozinho, sem limite de tempo e com um professor que se vá certificando de que entende o que pedem todas as questões;
evitar corrigir o aluno frequentemente diante da turma, para não o expor;
não forçar o aluno a fazer as tarefas quando estiver nervoso por não ter conseguido;
usar situações concretas, nos problemas;
o aluno poderá resolver o exercício oralmente.
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Diagnóstico (Pereira, 2011)
• Sinalização do Professor(perfil de leitura e escrita)
• Anamnese.
• Exame visual, audiograma e timpanograma.
• Teste cognitivo (e.g. WIISC).
• Teste emocional.
• Avaliação da maturidade percetiva (e.g. Reversal Test).
• TIL (teste da idade de leitura).
• Tale (teste de avaliação da linguagem escrita).
• DECIFRAR (aferir a idade de leitura da criança).
• PEDE (Programa exploratório de dislexia específica).
• Teste de Memória Visual – Figura de REY
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Papel da Escola (Serra, 2007)
• Detetar casos roteiro.checklist dislexia.pdf e proporcionar atividades de reeducação.
• Desdramatizar: aceitação (pais, professores,...)
• Envolvimento diferenciado (maior apoio, incentivo e reforço).
• Adaptar a avaliação (Decreto-lei 3/2008).
32 ESE Almeida Garrett - Mestrado Ciências de
Educação, Educação Especial
Sugestões em TIC
Correção ortográfica Word
Criação de exercícios – http://puzzlemaker.discoveryeducation.com/
Estimulação cognitiva – http://www.wartoft.nu/software/sebran/portuguese.aspx
http://www.ribatejo.com/hp/passatempos/actividades.asp
http://ajudaalunos.blogspot.com/2009/01/mais-jogos-de-matemtica-e-cincias-da.html
http://nonio.eses.pt/eusei/index.htm
http://espacoeducar-liza.blogspot.com/search/label/Disgrafia
http://www.centrodefonoaudiologia.com/disgrafia/
www.eudactica.com
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Em conclusão...
http://www.youtube.com/watch?v=DKoAYz2Phqo&feature=related
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Educação, Educação Especial
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
• BROCARDO, J. (2009), Educação Inclusiva: da Retórica à Prática – Resultado do Plano de Acção 2005-2009, Lisboa: DGIDC.
• CAMPANUDO, M. J. (2009), Representações dos Professores sobre Dificuldades de Aprendizagem Específicas: Leitura, Escrita e Cálculo” Dssertação de Mestrado, Porto.
• CITOLER, S. D. & SANZ, R. (1997), A Leitura e a Escrita : Processos e Dificuldades na sua Aquisição. In R BAUTISTA. Necessidades Educativas Especiais (pp111-136), Lisboa: Dinalivro.
• CORREIA, L. M. (2008), Dificuldades de Aprendizagem Específicas, Porto: Porto Editora.
• CRUZ, V. (1999), Dificuldades de Aprendizagem. Fundamentos, Porto: Porto Editora.
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• FONSECA, V. da (1984), Uma Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. Lisboa: Editorial Notícias.
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• PEREIRA, R. (2011), Avaliação em Dislexia, Ação de Formação, Ourém.
• REBELO, J. A. S. (1993), Dificuldades da Leitura e da Escrita em Alunos do Ensino Básico. Rio Tinto: Edições Asa.
• SALDANHA, A. (2011), Apontamentos cedidos na disciplina de Perturbações da Comunicação e do Sistema Cognitivo, Lisboa
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• TORRES, R.; FERNANDEZ, P., (2002), Dislexia, Disortografia, Disgrafia ;Mc Graw Hill.
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• www.appdae.net/bibliografia.html
• www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.html
• http://www.youtube.com/watch?v=mx3_iAWU5ko
35 ESE Almeida Garrett - Mestrado Ciências de
Educação, Educação Especial
Perturbações da Comunicação e Sistema Cognitivo
Ana Mourão
Célia Cruz
Clara Henriques
Cláudia Freire
Odete Mendes
Susana Ferreira
novembro de 2011
36 ESE Almeida Garrett - Mestrado Ciências de
Educação, Educação Especial