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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EJA 1 Profº MSc. Júnior César 2 Andrea Monteiro Santos 3 RESUMO O presente trabalho tem como tema apresentar as características e especificidade que interferem no processo de ensino-aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos - EJA. A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade específica da educação básica que tem como objetivo atender a um público ao qual foi negado o direito a educação durante a infância e/ou adolescência seja pela oferta irregular de vagas, seja pelas inadequações do sistema de ensino ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis. Também apresentar uma reflexão sobre aspectos relativos às dificuldades de aprendizagem, bem como a importância da Psicopedagogia em estabelecer diretrizes para a resolução dessas dificuldades e a responsabilidade do educador do processo ensino-aprendizagem. Palavras chaves: Dificuldades de aprendizagem, Psicopedagogia, EJA. ABSTRAT This work has the theme with the features and specificity that interfere with the teaching-learning in Education for Youths and Adults - EJA. The Education of Youths and Adults is a specific mode of education that aims to cater to an audience that has been denied the right to education during childhood and / or adolescence is the irregular supply of vacancies, either by inadequacies of the education system or by the unfavorable socioeconomic conditions. Also provide a reflection on aspects relating to learning difficulties as well as the importance of Educational Psychology in establishing guidelines for resolving these difficulties and responsibility of the educator's teaching-learning process. Keywords: Learning difficulties, Educational Psychology, EJA 1 Artigo cientifico apresentado ao Programa de Pós Graduação em Psicopedagogia Institucional da FIAR Faculdades Integradas de Ariquemes - FIAR 2 Professor orientador da pesquisa FIAR Faculdades Integradas de Ariquemes 3 Pós- graduanda do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional da FIAR.

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EJA1

Profº MSc. Júnior César

2

Andrea Monteiro Santos 3

RESUMO

O presente trabalho tem como tema apresentar as características e especificidade que interferem no processo de ensino-aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos - EJA. A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade específica da educação básica que tem como objetivo atender a um público ao qual foi negado o direito a educação durante a infância e/ou adolescência seja pela oferta irregular de vagas, seja pelas inadequações do sistema de ensino ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis. Também apresentar uma reflexão sobre aspectos relativos às dificuldades de aprendizagem, bem como a importância da Psicopedagogia em estabelecer diretrizes para a resolução dessas dificuldades e a responsabilidade do educador do processo ensino-aprendizagem.

Palavras chaves: Dificuldades de aprendizagem, Psicopedagogia, EJA.

ABSTRAT

This work has the theme with the features and specificity that interfere with the teaching-learning in Education for Youths and Adults - EJA. The Education of Youths and Adults is a specific mode of education that aims to cater to an audience that has been denied the right to education during childhood and / or adolescence is the irregular supply of vacancies, either by inadequacies of the education system or by the unfavorable socioeconomic conditions. Also provide a reflection on aspects relating to learning difficulties as well as the importance of Educational Psychology in establishing guidelines for resolving these difficulties and responsibility of the educator's teaching-learning process.

Keywords: Learning difficulties, Educational Psychology, EJA

1 Artigo cientifico apresentado ao Programa de Pós Graduação em Psicopedagogia Institucional da FIAR – Faculdades Integradas de Ariquemes - FIAR 2 Professor orientador da pesquisa – FIAR – Faculdades Integradas de Ariquemes 3 Pós- graduanda do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional da FIAR.

2

INTRODUÇÃO

A escolha do assunto deu- se baseado na dificuldade que se encontrou ao

trabalhar a escrita e a leitura com os alunos adultos no curso EJA, especialmente os das

séries iniciais. Depara-se com jovens e adultos que se encontram fora de sala de aula há

vários anos e ainda, com muita incidência, alunos que nunca freqüentaram uma sala de

aula. O Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos foi criado com a finalidade de

atender a um público que não pode ou não consegue se matricular nas escolas regulares,

por se sentirem envergonhados e/ou incapacitados de freqüentar a escola, ou por não

disporem de escolas em locais de fácil acesso.

Aprender a ler e escrever para eles é um grande desafio, parece muito difícil. As

dificuldades do processo de aprendizagem da linguagem escrita podem ser grandes,

mesmo para aqueles que apresentam um perfil normal de desenvolvimento cognitivo.

Muitos deles quando na faixa etária certa saíram da escola porque não conseguiam

aprender. Professores e familiares acreditavam que as pessoas que apresentavam

dificuldades sofriam transtornos mentais. A partir de pesquisas de teóricos como Piaget e

Vigotsky, que se dedicaram a observar o processamento do desenvolvimento cognitivo, é

que se torna possível compreender que os indivíduos aprendem de maneiras diferentes e

em tempos diferentes, pois recebem influência do meio e de outros indivíduos. Assim,

passou-se a respeitar as diferenças relacionadas à aprendizagem.

1 LEI QUE REGULARIZA A EJA

A lei de Diretrizes e Bases da Educação atual – LDB 9394/96, na seção V,

determina que a EJA seja destinada aqueles que não tiveram acesso ou continuidade no

Ensino Fundamental e Médio na idade própria.

- Ensino Fundamental: maiores de 15 anos.

- Ensino Médio: maiores de 18 anos.

No discurso, observa-se que a legislação é democrática e valoriza os saberes dos

alunos, propondo ações que valorizem o seu estudo, mas na prática pode-se verificar que

nem sempre é o que acontece nas escolas.

3

Os professores diante da falta de sucesso de seus alunos, fazem diagnósticos

precoces e os encaminham para atendimentos especializados. Nesse sentido, tornam-se

desafios à escola, que se sente despreparada e desmotivada para trabalhar com os

mesmos.

Na visão de alguns educadores, a dificuldade está no aluno, na sua família, ou

seja, são fatores externos à escola. Outros educadores acreditam que existem alguns

fatores que são intra-escolares, questionam o sistema escolar e sua organização de

funcionamentos.

Promover a aprendizagem de Jovens e Adultos não é tarefa fácil, pois se sabe que

eles carregam consigo uma série de experiências, de vivências que não são

sistematizadas, mas de um grande valor para enriquecer a sua aprendizagem, os

conhecimentos prévios são fundamentais para estabelecer a aprendizagem dos alunos da

EJA. Visto que a maioria dos alunos procura escola novamente porque a necessidade

social e a demanda do mercado de trabalho obrigam-nos a se atualizar para continuar

exercendo um cargo profissional ou procurar alternativas de vidas diferentes.

A diversidade em sala de aula é outro fator que implica diretamente no ensino-

aprendizagem e é inerente às ações educativas dos alunos. Uma das queixas são a

dificuldades encontradas em algumas disciplinas, para eles, essas aulas são difíceis, pois

já introjetaram uma experiência má dessas disciplinas, por esse motivo o professor deve

ser dinâmico, mostrar que elas são importantes como qualquer outra, ser criativo e

resgatar o que os alunos têm, buscar a sua vivência para trabalhar de forma

contextualizada. São tantos os desafios que essa modalidade de ensino precisa vencer

que não basta apenas teorizar as políticas, é preciso uma intervenção na adequação das

práticas pedagógicas e metodológicas e investir na formação continuada do profissional

da Educação de Jovens e Adultos.

Quando os educadores têm uma reflexão Psicopedagógica é mais fácil analisar o

porquê do seu aluno não aprender e quais os fatores que levam o aluno a ter dificuldades

no processo de aprendizagem. A dificuldade de aprendizagem é um tema que deve ser

estudado levando-se em conta todas as esferas em que o indivíduo participa (família,

escola, sociedade, etc.), sabe-se que nunca há uma causa única para o fracasso escolar

e que também um aluno com dificuldade de aprendizagem não é um aluno que tem

deficiência mental ou distúrbios relativos, na verdade, existem aspectos fundamentais que

precisam ser trabalhados para obter-se um melhor atendimento em todos os níveis de

aprendizagem e conhecimento.

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A aprendizagem está diretamente relacionada à conduta. É aprendendo que

reformulamos nossa maneira de atuar no mundo. (Soares, 2003). É importante ressaltar

toda a contribuição da Psicopedagogia, promovendo uma análise mais aprofundada de

tudo relativo à aprendizagem, proporcionando uma reestruturação e reinterpretação do

verdadeiro fator que leva às dificuldades de aprendizagem, reconhecendo-se que essas

dificuldades fazem parte de um sistema bio-psico-social que envolve os alunos, a família,

a escola e o meio social onde vive.

Como bem define o papel da Psicopedagogia e seus interesses, o Prof. João

Beauclair (2004), diz que: enquanto área de conhecimento multidisciplinar interessa a

Psicopedagogia compreender como ocorrem os processos de aprendizagem e entender

as possíveis dificuldades situadas neste movimento.

2 FATORES QUE INTERVEM NA APRENDIZAGEM

Os fatores que podem levar ao fracasso escolar têm sido examinados por vários

autores que os caracterizam de diferentes maneiras. Pamplona considera que:

Os fatores que podem levar ao fracasso (ou sucesso) escolar podem ser divididos em: psicológicos, pedagógicos, neurológicos, oftalmológicos, audiológicos, culturais, econômicos, fonoaudiológicos, biológicos, e lingüísticos, fatores esses que possibilitam uma visão ampla e total do ser humano, a partir de aspectos individuais, isto é, subjetivos articulados com fatores contextuais, objetivos. (PAMPLONA, 2002, p.64)

Estudos e pesquisas evidenciam que, sob a influência do modelo médico de

conceituação das deficiências e incapacidades, prevalece a crença de que é no terreno

individual, que se localiza as verdadeiras causas do fracasso. Se o aluno não aprende,

ele deve ter limitações decorrentes de alguns problemas pessoais, subjetivos, seja uma

lesão, seja uma disfunção que o incapacita ou outro problema, que exige diagnóstico

clínico.

Do elenco de fatores apresentados por Pamplona, (2002) sob a ótica do

subjetivismo e na unidirecional idade de uma análise que considera o aprendiz como um

ser histórico, poderia estar comprometido os aspectos psicológicos, neurológicos,

oftalmológicos, audiológicos, fonoaudiológicos e biológicos do aprendiz, separada ou

concomitantemente.

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Apesar das críticas que se fazem às teorias que ressaltam os fatores individuais,

porque não consideram as influências dos fatores externos como os pedagógicos,

culturais e lingüísticos, além dos sócio-econômicos, a maioria dos nossos educadores

ainda situa no educando a única responsabilidade das dificuldades de aprendizagem que

manifesta. E, quando educadores ou familiares decidem procurar ajuda, a queixa,

geralmente, vem acompanhada de um pseudodiagnóstico.

Certamente é bem mais cômodo localizar no aluno e apenas nele as dificuldades

manifestas, numa espécie de descompromisso e, como reação de Pilatos, lavando-se as

mãos.

De modo geral, as pessoas com dificuldades de aprendizagem ou com outras

limitações são representadas no imaginário social por suas “marcas”, tomando-se a parte

pelo todo. Valoriza-se a dificuldade e perde-se a pessoa em sua dimensão de

integralidade. Criam-se os preconceitos e os estereótipos que desencadeiam

discriminações, alicerçadas em juízo de valor, geralmente dicotômicos e que inscrevem

as pessoas nas categorias de boas ou más, de melhores ou piores, de contributivos ou

dependentes e assim por diante.

As baixas expectativas em relação às potencialidades desses sujeitos também

refletem o imaginário coletivo, inspirado, erroneamente, na idéia da dificuldade de

aprendizagem como característica definitiva que os colocará, quando adultos, como

cidadãos de segunda classe.

3 ADULTOS JOVENS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Segundo Smith (2001, p. 98):

Sair de casa e ingressar no mundo mais amplo da faculdade ou de uma profissão pode ser difícil e estressante para qualquer pessoa jovem, e não nos surpreende que às vezes seja ainda mais difícil para o adulto jovem com dificuldades de aprendizagem realizar com sucesso essa transição. Problemas contínuos com habilidades escolares, organização, adoção de responsabilidade e estabelecimento de uma rede de apoio pessoal podem prejudicar as tentativas do indivíduo para adquirir a independência econômica e emocional.

A fraca auto-imagem, com freqüência, exacerba o problema. Os estudos revelam

que adultos jovens com dificuldades de aprendizagem geralmente têm menores

expectativas para o futuro do que seus companheiros típicos. Eles estão menos

propensos a completar uma faculdade e mais propensos a viverem em casa com seus

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pais até a casa dos 20 e 30 anos. Quando trabalham (e muitos não trabalham os estudos

revelam que apenas 50% dos adultos jovens com dificuldades de aprendizagem estão

empregados de forma fixa) eles estão mais propensos a trabalhar em um turno parcial ou

em empregos de menor status, com salário mínimo. Os indivíduos com sérias deficiências

de linguagem, déficits de atenção e/ou hiperatividade normalmente enfrentam os maiores

riscos para baixas conquistas educacionais e subemprego.

Ainda assim, muitas pessoas jovens com dificuldades de aprendizagem realmente

conseguem ser bem-sucedidas em empregos difíceis e em instituições de aprendizagem

superior. Estudos sobre esses adultos produtivos revelam um número de fatores que

parecem relacionar-se com um desempenho efetivamente bom. Entre os mais

importantes estão:

Autoconsciência. Os estudantes com dificuldades de aprendizagem com maiores

chances de sucesso na universidade são aqueles que reconhecem suas capacidades e

compreendem e aceitam suas fraquezas. Com base nisso, eles estabelecem objetivos

realistas, buscam acomodações nas quais tendem a ter um bom desempenho. A

compreensão realista das deficiências também está ligada ao sucesso ocupacional. Os

adultos que possuem este insight escolhem profissões apropriadas e são criativos na

modificação de tarefas ou no desenvolvimento de outras estratégias de compensação no

emprego.

Uma forte ética profissional. Os adultos de sucesso com dificuldades de aprendizagem

geralmente admitem com sinceridade que tiveram de esforçar-se mais que as outras

pessoas para chegar onde chegou. Essas pessoas são caracteristicamente ambiciosas,

direcionadas ao objetivo, determinadas e criativas em relação à superação de obstáculos.

Elas aceitam a necessidade de empregar mais tempo e esforço para o término de

algumas tarefas que outras pessoas (podem não gostar de ter deficiências, mas superam

o ressentimento e a autocomiseração)

Uma personalidade positiva. As características pessoais de otimismo, adaptabilidade,

curiosidade e tenacidade estão fortemente associadas tanto à conquista escolar quanto

ao sucesso no emprego. As pesquisas revelam que a autoconfiança (definida como a

crença na própria capacidade para causar mudança) também tem um imenso impacto

sobre o desempenho. Os indivíduos com uma forte ética profissional e uma atitude de

“posso fazer isso” prosperam, apesar de graves deficiências e educação limitada. Embora

alguns aspectos da personalidade sejam inatos, a autoconfiança e as atitudes sobre o

trabalho são, com maior freqüência, aprendidas com os pais e com outras pessoas que

servem de modelo.

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Uma rede de apoio efetiva. O apoio dos familiares e de outras pessoas significativas

(professores, conselheiros, namorado (a), marido/esposa e outros mentores) é em geral,

citado por adultos jovens com dificuldades de aprendizagem como essencial para seu

sucesso. As famílias são muito importantes, no sentido de ajudarem as pessoas jovens a

desenvolver visões de seu futuro, a estabelecer objetivos razoáveis e a fazer planos

específicos para a conquista de tais objetivos. Tanto os familiares quanto os amigos

oferecem conselhos e apoio emocional, quando os adultos encontram obstáculos ou

sentem-se desanimados. Normalmente a disponibilidade desse tipo de apoio separa os

indivíduos que “dão a volta por cima” dos contratempos ou das derrotas daqueles que

desistem.

Uma experiência escolar positiva. As pesquisas demonstram que a satisfação com a

experiência do indivíduo do Ensino Fundamental está relacionada às expectativas para o

futuro e ao entusiasmo com a educação superior. Os estudantes que obtiveram algum

sucesso no Ensino Médio tendem mais a ver a si mesmos como competentes e no

controle de seus próprios destinos. A conquista escolar, as atividades extracurriculares e

as interações sociais contribuem para a satisfação na escola (um aluno que tem um papel

na peça da escola, uma posição no diretório estudantil e muitos amigos, por exemplo,

pode sentir que tem sucesso, apesar das notas sofríveis). Porém, o trabalho árduo pode

transcender as situações escolares desastrosas.

Até mesmo uma olhada superficial nesta lista torna óbvio que as pessoas jovens

com deficiência, mas que crescem em famílias que lhes mostram valores positivos,

apóiam a individualidade e a autonomia infantil e defendem adequadamente seus direitos,

têm uma imensa chance de sucesso. As pesquisas indicam que elas conseguem ter

sucesso mesmo quando as forças destrutivas da pobreza, da discriminação, as más

condições de saúde e as oportunidades educacionais limitadas estão presentes.

Ocasionalmente, os indivíduos sem apoio da família são capazes de encontrar mentores

e modelos em outro local (pessoas jovens com características pessoais de otimismo têm

uma capacidade particularmente boa de atrair pessoas que desejam ajuda-las).

Entretanto, o indivíduo que não se sente amado ou aceito e que não possuem defensores

e conselheiros efetivos, com freqüência, entretanto, continuam enfrentando duras

batalhas em muitos aspectos de sua vida adulta.

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4 DIFICULDADES OU PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM?

Moojen afirma que,

Ao lado do pequeno grupo de pessoas que apresentam transtornos de aprendizagem decorrente de imaturidade do desenvolvimento e/ou disfunção psiconeurológica, existe um grupo muito maior de pessoas que apresenta baixo rendimento escolar em decorrência de fatores isolados ou em interação. As alterações apresentadas por esse contingente maior de alunos poderiam ser designadas como “dificuldades de aprendizagem”. (MOOJEN, 1999, pg. 105)

Participariam dessa conceituação os atrasos no desempenho escolar por falta de

interesse, perturbação emocional, inadequação metodológica ou mudança no padrão de

exigência da escola, ou seja, alterações evolutivas normais que foram consideradas no

passado como alterações patológicas.

Pain (1981, citado por Rubinstein, 1996), considera a dificuldade para aprender

como um sintoma, que cumpre uma função positiva tão integrativa como o aprender, e

que pode ser determinado por:

1. Fatores orgânicos: relacionados com aspectos do funcionamento anatômico como

o funcionamento dos órgãos dos sentidos e do sistema nervoso central.

2. Fatores específicos: relacionados às dificuldades específicas do indivíduo, os quais

não são passiveis de constatação orgânica, mas que se manifestam na área da

linguagem ou na organização espacial e temporal, dentre outros.

3. Fatores psicógenos: é necessário que se faça a distinção entre dificuldades de

aprendizagem decorrentes de um sintoma ou de uma inibição. Quando

relacionados a um sintoma, o não aprender possui um significado do inconsciente;

quando relacionado a uma inibição, trata-se de uma retração intelectual do ego,

ocorrendo uma diminuição das funções cognitivas que caba por acarretar os

problemas para aprender.

4. Fatores ambientais: relacionados às condições objetivas ambientais, que podem

favorecer ou não a aprendizagem do indiviíduo.

No entanto, é difícil encontrar, nos dias de hoje, um defensor de causas

neurológicas que descarte completamente a importância dos diversos determinantes

ambientais, assim como que quem enfatiza a importância dos fatores puramente

acadêmicos não pode ignorar a influencia de certos processos psiconeurológicos e

ambientais.

Nesse sentido, Scoz diz que:

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[...] os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou psicológicas, nem a análises das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multimensal, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. Tanto quanto a análise, as ações sobre os problemas de aprendizagem devem inserir-se num movimento mais amplo de luta pela transformação da sociedade. (SCOZ, 1994, p. 22)

As conseqüências dessas dificuldades são conhecidas em termos sociais e

individuais, sendo preocupantes as implicações familiar e escolar. As dificuldades de

aprendizagem podem ter uma repercussão da falta ou carência de oportunidades,

enquanto as desordens de aprendizagem equivalem a problemas mais severos, como as

incapacidades de aprendizagem.

Nas desordens ou incapacidades de aprendizagem, a identificação de disfunções é

clinicamente constatada, porque existem anomalias neurológicas expressivas ou lesões

cerebrais facilmente detectadas pelos processos convencionais.

Nas dificuldades de aprendizagem não surgem sinais severos, apenas sinais

disfuncionais ligeiros com mais implicações exógenas que endógenas.

A criança/adulto com dificuldades de aprendizagem, recebendo intervenções

pedagógicas e enriquecidas quanto ao processo-aprendizagem, adquirem informação e

desbloqueiam suas dificuldades, podendo modificar todo o seu potencial dinâmico de

aprendizagem.

As D.A sugerem um comprometimento no processo de informação, com uma

pequena desordem psiconeurológica que afeta a função cognitiva.

De que modo o cérebro aprende é um dos grandes enigmas da ciência atual, pois

não se sabe precisamente como o faz, existindo apenas inferências.

Sabe-se que para aprender é necessário perceber, compreender, analisar,

armazenar, chamar, elaborar, exprimir informação. Ao mesmo tempo é indispensável

avaliar e observar quais áreas fortes e fracas do individuo nas seguintes funções do

processamento: atenção, percepção, memória, planificação e psicomotricidade.

Com uma avaliação dinâmica dessas funções, ficará mais fácil entender as causas

das dificuldades de aprendizagem, e assim poderão surgir estratégias de intervenção

mais adequadas aos seus estilos cognitivos de aprendizagem.

Os fatores de exclusão, para estabelecer o paradigma das dificuldades de

aprendizagem, são:

deficiências sensoriais – visual e auditiva;

deficiências mentais educáveis, trináveis e dependentes;

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deficiências motoras espásticas, atetósicas e atáxicas; e

deficiências culturais – privações e diferenças socioculturais, situações de pobreza

e miséria.

5 TIPOS DE DIFICULDADES

A identificação e o diagnóstico das dificuldades de aprendizagem são problemas

complexos, visto que devem basear-se em fatores psiconeurológicos e a investigação

deve ser fidedigna.

Vitor da Fonseca, op. cit. p.199, subdivide e compara as dificuldades de

aprendizagem em primárias e secundárias.

Quadro 1 – Tipos de dificuldades de aprendizagem

Dificuldades de Aprendizagem

Primárias

Dificuldades de Aprendizagem

Secundárias

1. Quando não se identifica uma causa

orgânica específica.

1. Quando resultam de condições,

desordens, limitações ou deficiências

devidamente diagnosticadas em

deficiências visual, auditiva, mental,

motora, emocional ou privação motora.

2. Compreendem perturbações nas

aquisições especificamente humanas,

como a linguagem falada (receptiva e

expressiva), a linguagem escrita

(receptiva e expressiva) e a linguagem

quantitativa.

2. Compreendem perturbações nas

aquisições não especificamente

humanas. As dificuldades de

aprendizagem são a conseqüências

secundárias de deficiências nervosas,

sensoriais, psíquicas ou ambientais.

3. O potencial sensorial, intelectual,

motor e social está intacto e é, portanto

norma.

3. O potencial sensorial, intelectual,

motor e social é atípico e desviante.

4. Se há perturbações, elas dependem

de alterações mínimas, tão mínimas que

não são detectadas pelos exames

médicos (neurológicos, psiquiátricos

etc.) tradicionalmente mais utilizados,

4. Se há perturbações, elas dependem

secundariamente de deficiências

sensoriais, neurológicas, psíquicas ou

envolvimentais ou ambientais, como por

exemplo, privação cultural, desvantagem

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porque são insuficientes para identificar

distúrbios simbólicos e problemas no

processo de informação intra e

interneuro-sensorial.

socioeconômica, fatores ecológicos, má

nutrição, envolvimento afetivo,

facilidades de estimulação precoce,

expectativas, etc.

5. As aquisições da linguagem falada, da

linguagem escrita e da linguagem

quantitativas estão primariamente

perturbadas.

5. As aquisições da linguagem falada, da

linguagem escrita e da linguagem

quantitativa estão secundariamente

perturbadas.

As dificuldades primárias não estão relacionadas com fatores médicos, pelo que

suas causas são desconhecidas, exigindo um diagnóstico mais aprofundado.

Já as dificuldades secundárias estão mais relacionadas com fatores médicos,

sendo as causas bem conhecidas.

A concepção da aprendizagem (entendida como um processo de obtenção de

conhecimento) inerente à psicologia genética supõe, necessariamente, que existam

processos de aprendizagem do sujeito que não dependem dos métodos (processos que,

poderíamos dizer, passam “através” dos métodos). O método (enquanto ação específica

do meio) pode ajudar ou frear, facilitar ou dificultar; porém não pode criar aprendizagem.

A obtenção do conhecimento é um resultado da própria atividade do sujeito. Um sujeito

ativo é aquele que compara, exclui, ordena, categoriza, reformula, comprova, formula

hipóteses, reorganiza etc. em ação interiorizada (pensamento) ou em ação efetiva

(segundo seu nível de desenvolvimento).

A escola se dirige a quem já sabe, admitindo de maneira implícita que o método

está pensado para aqueles que já percorreram, sozinhos, um longo e prévio caminho. O

êxito da aprendizagem depende, então, das condições que encontre o indivíduo no

momento de receber o ensino.

Os que se encontra em momentos bem avançados de conceitualização são os

únicos que podem tirar proveito do ensino tradicional e são aqueles que aprendem o que

os professores se propõem a ensinar-lhes. O resto são aqueles que fracassam, os quais a

escola acusa de incapacidade de aprendizagem ou de “dificuldade de aprendizagem”

segundo uma terminologia já clássica (talvez houvesse que precisar a definição em

termos de dificuldades para aprender o que o professor se propõe a ensinar, nas

condições em que ensina). Porém, atribuir as deficiências do método à incapacidade da

criança/adulto é negar que toda a aprendizagem supõe um processo, é ver déficit ali onde

12

somente existem diferenças em relação ao momento de desenvolvimento conceitual em

que se situam. Isso porque nenhum sujeito parte de zero ao ingressar na escola.

6 RELAÇÕES INTERPESSOAIS: ALUNO-PROFESSOR

Se o enfoque for na dificuldade em aprender, outro direcionamento tem que ser

dado a esse aluno, por exemplo, ajuda da Psicopedagogia ou Psicologia. Se a dificuldade

for na assimilação dos conteúdos pode ser que o método de ensino utilizado em sala de

aula, não esteja sendo adequado para aquela turma, e então, é o professor quem precisa

de ajuda da escola (professores, pedagogos, outros educadores). A forma de ensinar é

uma maneira pessoal de cada um demonstrar o que é como aprender (resultado) e a

forma de apreender conhecimentos também.

Atualmente a forma de ensinar e de aprender não é mais a mesma que outrora,

tudo é realizado de forma muito rápida, pois “não se pode perder tempo”... Com isso, o

saber fica limitado, pois tem que ser rapidamente processado e nem todas as pessoas

conseguem absorver os conteúdos da maneira como previsto pela escola, sendo taxadas

de “lerdas e burras”. Segundo Pinto (2003, p.82) “O educador tem que considerar o

educando não como um ser marginalizado, um caso de anomalia social, mas ao contrário,

como um produto normal da sociedade em que vive”, principalmente, pelo fato do aluno

da Educação de Jovens e Adultos ser uma pessoa que começou a estudar tarde ou ficou

ausente da escola a médio ou a longo prazo. É alguém, que pode ser desestimulado

facilmente, por isso é importante e conveniente, que os educadores não o depreciem

(autoestima), valorizando o seu conhecimento empírico, de modo a não ocasionar evasão

escolar, uma vez que o alto índice de insucesso escolar, cuja ocorrência pode ter a ver

com este fato (preconceito/discriminação). A percepção do valor do discente fica bem

esclarecida no pensamento do autor, que diz:

O educador tem que considerar o educando como um ser pensante. È um portador de ideias, dotado frequentemente de alta capacidade intelectual, que se revela espontaneamente em sua conversação, em sua crítica aos fatos, em sua literatura oral. O menosprezo pela educação dos adultos, a atitude de condená-los definitivamente ao analfabetismo (de parte de sua profunda imoralidade) incide no erro sociológico de supor que o adulto é culpado de sua própria ignorância. Não reconhece que o adulto não é voluntariamente analfabeto, não se faz analfabeto, senão que é feito como tal pela sociedade com fundamente nas condições de sua existência. (PINTO, 2003, p. 83).

13

Em países como o Brasil, marcados por grandes desníveis sociais, pela situação

de pobreza de uma grande parcela da população e por uma tradição politica pouco

democrática, baixos níveis de escolarização estão fortemente associados a outras formas

de exclusão econômica e politica. Famílias que vivem em situação econômica precária

enfrentam grandes dificuldades em manter as crianças na escola, seus esforços nesse

sentido são também mal recompensados, já que as escolas que tem acesso são pobres

de recursos e normalmente não oferecem condições de aprendizagem adequadas.

A abordagem mantida até o momento, construída sobre as diferenças, é uma

tentativa de se fazer uma análise em relação à Educação de Jovens e Adultos. O assunto

é polêmico. Após analisar as diferenças de uma forma geral, conclui-se que assim como

as funções biológicas do organismo, que apesar de diferentes, têm um só objetivo que é

de manter o indivíduo vivo e saudável, a Educação de Jovens e Adultos deve aprender

com as diferenças, para que um ambiente harmonioso e criativo se estabeleça na escola,

através da valorização do modo de ser e de aprender de cada discente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Intentou-se desenvolver um trabalho em vista de mudanças qualitativas da

condição humana dos participantes, a partir de uma apropriação mais significativa do

saber pelos mesmos. Para tanto, as atividades desenvolvidas na alfabetização deveriam

ultrapassar o domínio da forma mecânica da leitura, da escrita, para atingir o

alfabetizando como um todo e inscrito na sua realidade.

Um fato também muito importante na EJA é a diferença de idade, sendo que a

EJA, tem sido alvo da escola regular. Um dos assuntos abordados no fórum da Educação

em maio/2010, foi sobre essa diferença. Quem é considerado jovem (faixa etária). O

jovem não é adulto? Se não, quando passa a ser? Os mais jovens não tem muita

responsabilidade, brincam durante as aulas, não levam os estudos a sério, enquanto os

mais idosos se queixam do barulho e sabem a falta que faz os estudos.

Todo aluno que não desenvolve suas capacidades de aprendizado é empurrado de

forma indireta para a EJA. Diante do assunto exposto, este aluno sofre pressão

psicológica ao deparar com a realidade de não conseguir acompanhar na sala de aula as

atividades propostas. O educador procura fazer um trabalho diferenciado de modo que

desperte o desempenho de suas habilidades. Contudo na maioria dos casos não se

14

obtém sucesso, devido este aluno conhecer o processo de uma sala de aula que não

consegue despertar nele o interesse pela escola. Portanto, quando o mesmo chega na

EJA, encontra-se cansado, massacrado, desmotivado, convencido de que não consegue

mais aprender, Isto porque o aluno já teve conhecimento de uma escola do passado,

onde o ensino era totalmente tradicional e hoje ele confronta com uma escola nova, com

desafios a vencer.

Essa nova atitude da vida implica uma revisão de tomadas de posição frente a

soluções já estereotipadas, faz-se necessário analisar minuciosamente os alunos que

freqüentam essas aulas, pois jovens e adultos possuem uma história devido a qual os

levaram para fora da escola e agora os trouxeram de volta.

Nesse caso, o educador sabendo das expectativas do educando adulto deve

ampliar seus interesses mostrando que uma verdadeira aprendizagem exige muito mais

que atenção às exposições feitas pelo professor e atividades mecanizadas de

memorização.

Uma das principais razões para o fracasso escolar está na baixa auto-estima.

Deve-se estimular nossos alunos a desenvolverem sua autoconfiança. Se o aluno gosta

de si mesmo e acredita, vencerá todos os desafios.

Desde que não exista lesão cerebral, toda dificuldade de aprendizagem é

superável. Basta que se crie no adulto a expectativa de sucesso, compreensão, se

desenvolva sua alto-estima e principalmente se aprenda com ele – é preciso descobrir de

que maneira ele pode aprender e depois ajudá-lo para que construa seu conhecimento.

Dados mostram que a evasão escolar, a repetência e vários problemas estão

relacionados sempre com algum tipo de aprendizagem, e é verdadeiro afirmar que,

resolvendo o problema das dificuldades, pode-se resolver vários problemas sociais.

É preciso estimular a investigação Psicopedagógica e apoiar projetos de formação

que permitam conhecimentos específicos, para fornecer aos educadores a condição de

detectar previamente os problemas de aprendizagem.

15

REFERÊNCIAS

BEAUCLAIR, João . O que é Psicopedagogia?. Rio de Janeiro, 2004.

COLL, C; Palacio, J. & Marchesi; A. Desenvolvimento Psicopedagógico e Educação – Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1995. FERREIRO, Emília. Psicogênese da Língua Escrita. Emília Ferreira e Ana Teberosky; Trad. Diana Myrian Lichtenstein, Liana Di Marco e Mário Corso. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. FERREIRO, E, Palacio, Margarida Gómez. Trad. Luiza Maria Silveira/Coord. Os Processos de Leitura e Escrita: Novas Perspectivas – 3.ed. – Porto Alegre: Artes

Médicas, 1987. FONSECA, Vitor da. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. 2ª ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1995. PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre a Educação. São Paulo. Cortez, 2003.

SOARES, Dulce Consuelo R. Os Vínculos como passaporte da Aprendizagem. Rio de

Janeiro, Caravansarai, 2003. MOOJEN, S. Dificuldades ou transtornos de aprendizagem? In. Rubinstein, E. (Org). Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. SCOZ, B. Psicopedagia e realidade escolar, o problema escolar e de aprendizagem.

Petrópolis: Vozes, 1994.

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ANEXOS I

Questionário/Pesquisa

Curso de Pós-graduação em Psicopedagogia Institucional/FIAR – Machadinho D’Oeste -

RO.

1 – Na série em que você trabalha existem adultos com transtorno de aprendizagem?

2 – Que tipo de dificuldades de aprendizagem você observou nesses adultos?

3 – Como você classifica essas dificuldades de aprendizagem?

4 – Quais soluções você buscou ao detectar essas dificuldades?

5 – Essas dificuldades foram resolvidas dentro da escola?

6 – Quais as conseqüências das dificuldades não resolvidas?

7 – Qual o tratamento dado a esses adultos e suas dificuldades?

8 – Nos adultos que apresentaram dificuldades de aprendizagem, foi observada pela

escola sua condição familiar?

9 – Se foi observada, especifique qual a condição.

10 – Você tem algo a acrescentar sobre o assunto?

Nome: ______________________________________________________________

Cargo: ______________________________________________________________

Nome da Escola: _____________________________________________________

Cidade: _____________________________________ Data: _____/______/______

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ANEXO II

Ficha de Identificação de Dificuldades de Aprendizagem para o

professor do Ensino Fundamental - EJA

Nome do Aluno: ______________________________________ Data: ___/____/___

Série: _____ Idade: _____ Professor (a)

LEITURA

Lê palavra por palavra Leitura inferior ao nível da classe Pronuncia mal as palavras Dificuldade na produção de vogais Confunde associação som/símbolo Não rima palavras Não recorda palavras Troca palavras na leitura Escreve o que leu ESCRITA

Não copia do quadro para o papel Copia as letras numa orientação errada Espaços impróprios entre letras Mantém o caderno numa posição incorreta enquanto escreve Esquece a formação das letras Dificuldade em escrever nas linhas Troca letras enquanto escreve CÁLCULO Não conhece as horas/minutos Não recorda números até 10 Não recorda números até 20 Aritmética inferior ao nível da classe Usa dedos ou objetos para contar DITADO

Confunde os sons das sílabas Coloca as letras fora de ordem quando ditadas Esquece rapidamente palavras ditadas Escreve palavras de duas maneiras diferentes no mesmo texto Ortografia inferior ao nível da classe Tem problemas de linguagem (pronúncia, articulação, substituição) TOTAL DE PONTOS

1. Adaptado. Victor da Fonseca, op.

cit. p. 233.

Nunca Ás vezes Freqüente Sempre

1 2 3 4

18

Turma do 1º ano – CEEJA/PAULO FREIRE – Machadinho D’ Oeste – RO da Professora Janete Gaeski.

Turma do 1º ano – CEEJA/PAULO FREIRE – Machadinho D’ Oeste – RO da Professora Janete Gaeski.

19

Turma do 1º ano – CEEJA/PAULO FREIRE – Machadinho D’ Oeste – RO da Professora Janete Gaeski.

Turma de Alfabetização – CEEJA/PAULO FREIRE – Machadinho D’ Oeste – RO da Professora Zaíra Sandes Siqueira.

20

Turma de Alfabetização – CEEJA/PAULO FREIRE – Machadinho D’ Oeste - RO da Professora Zaíra Sandes Siqueira

Turma de Alfabetização – CEEJA/PAULO FREIRE – Machadinho D’ Oeste - RO da Professora Zaíra Sandes Siqueira.