dicionarios escolares ingles portugues uma proposta de definicao macroestrutural

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Dicionarios Escolares Ingles Portugues Uma Proposta de Definicao Macroestrutural

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  • DICIONRIOS ESCOLARES INGLS/PORTUGUS: UMA PROPOSTA DE

    DEFINIO MACROESTRUTURAL A PARTIR DE TEXTOS APRESENTADOS EM

    LIVROS DIDTICOS

    Isabel Cristina Tedesco Selistre

    Doutoranda PPG-Letras: Lexicografia e Terminologia

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

    [email protected]

    RESUMO: Conforme os preceitos da teoria lexicogrfica, os principais parmetros a serem considerados ao se elaborar um dicionrio so as caractersticas do usurio-alvo e a funo a qual a obra se destina. Sendo assim, podemos dizer que a macroestrutura (conjunto de itens lexicais arrolados) de um dicionrio escolar ingls/portugus, cuja principal funo auxiliar na compreenso de textos, dever atender, principalmente, s demandas lexicais do estudante do ensino mdio. Embora no tenhamos pesquisas que apontem o que se l nas aulas de lngua inglesa no Brasil, podemos supor que boa parte das atividades de leitura realizadas nas escolas tem como base textos de livros didticos, haja vista o grande nmero de ttulos que so lanados periodicamente no mercado. Neste artigo, oferecemos uma proposta para definio macroestrutural de dicionrios escolares ingls/portugus com base nos gneros textuais apresentados em obras voltadas para o ensino de ingls no ensino mdio. PALAVRAS-CHAVE: Lexicografia. Dicionrio bilngue. Macroestrutura. Gnero. Livro

    didtico.

    ABSTRACT: According to the lexicographic theory, the main parameters to be considered when elaborating a dictionary are the target-users characteristics and the function that the dictionary intends to fulfill. Thus, we can say that the macrostructure (the set of the listed items) of an English/Portuguese school dictionary, whose main function is to help in text comprehension, must attend the students lexical needs. Although we do not have researches on what has been being read in the Brazilian high schools, we can assume that the most part of the reading activities are based on textbooks, considering the number of titles that are released in the market every year. In this paper, we offer a proposal for macroestructural definition of English/Portuguese school dictionary based on the textual genres presented in textbooks used for teaching English in high schools. KEYWORDS: Lexicography. Bilingual dictionary. Macrostructure. Genre. Textbook.

  • 1 INTRODUO

    As Orientaes Curriculares para o Ensino Mdio (2006) propem que as atividades de leitura

    nas aulas de lngua estrangeira sejam efetivadas em duas etapas: (1) compreenso geral

    (pontos principais e informaes detalhadas do texto) e (2) leitura crtica e produo de

    sentido. A primeira etapa, essencial para a realizao da segunda, pode ser bastante facilitada

    se o estudante dispuser de um dicionrio para compreenso cuja macroestrutura d conta do

    vocabulrio que compe os textos com os quais ter que lidar. Considerando que o livro

    didtico uma das principais fontes de textos para leitura nas aulas de lngua inglesa1,

    decidimos formular uma proposta para definio macroestrutural de dicionrios escolares

    ingls/portugus (DEIPs) com base nos gneros textuais apresentados em obras voltadas para

    o ensino de ingls no ensino mdio.

    2 LEXICOGRAFIA BILNGUE: PRECEITOS BSICOS

    A concepo de um dicionrio bilngue - desde a seleo dos itens lexicais a serem arrolados

    at o conjunto de informaes a ser disponibilizado sobre esses itens - depende

    fundamentalmente da determinao do pblico-alvo que se pretende atingir e da funo que se

    pretende cumprir (Damim, Bugueo, 2005: 2-4). Somente essa pr-definio do usurio e da

    funo aliada observncia dos parmetros organizacionais preconizados pela lexicografia

    bilngue possibilita a elaborao de uma obra de qualidade.

    2.1. Perfil do usurio

    Um nico dicionrio bilngue no conseguir atender de modo satisfatrio: (1) as

    necessidades de grupos distintos de falantes de uma mesma lngua (estudantes do ensino

    mdio, tradutores, tcnicos, etc.), pois eles dispem de nveis diferenciados de proficincia

    lingustica na lngua estrangeira e buscam informaes especficas para realizar suas

    atividades e, menos ainda, (2) as necessidades de falantes de lnguas diferentes (ingls,

    portugus, francs, etc.), uma vez que cada grupo vai precisar de informaes muito mais

    detalhadas sobre a lngua que no domina do que sobre sua lngua nativa. Logo, o tipo de

    informao a ser disponibilizado em um dicionrio bilngue deve sempre levar em

    considerao o aspecto do usurio (Haensch, 1982: 397).

    Em razo das precrias condies existentes para aprendizagem de lngua estrangeira na

    maioria das escolas brasileiras - carga horria reduzida (duas aulas semanais de 50 minutos);

    1 Nossa afirmao baseia-se no fato de que a cada ano novos manuais didticos de ingls so lanados no mercado brasileiro.

  • um grande nmero de alunos por turma (mdia de 40 alunos por turma); domnio reduzido

    das habilidades orais por parte da maioria dos professores; ausncia de material instrucional

    extra alm do livro e do giz, etc. (cf. Moita Lopes, 2000:132-133) - poderamos dizer que o

    aprendiz de lngua inglesa que chega ao ensino mdio: dispe de um vocabulrio bastante

    restrito; no domina a gramtica bsica do idioma como os graus dos adjetivos, as formas

    contradas, a flexo de verbos, o uso de verbos auxiliares, etc.; desconhece construes como

    phrasal verbs, colocaes e expresses idiomticas; e no est familiarizado com o uso de

    dicionrios bilngues. Portanto, a partir dessas condies que um DEIP deve ser organizado.

    2.2. Funo: dicionrio ativo x dicionrio passivo

    H uma tradio no campo da lexicografia bilngue em operar com os conceitos de lngua-

    fonte e lngua-alvo. No entanto, segundo Kroman et.al (1991:2719), esses conceitos no so

    adequados para fundamentar princpios de seleo e apresentao de informao lexicogrfica

    em dicionrios bilngues, porque no consideram a competncia e as necessidades do usurio.

    Para os autores, tal fundamentao deve basear-se nos conceitos de lngua nativa e lngua

    estrangeira, uma vez que para compor um dicionrio bilngue preciso considerar: (1) que o

    usurio do dicionrio de traduo competente na sua lngua nativa, isto , ele sabe o

    significado e o uso das palavras em sua prpria lngua e (2) que a traduo pode ser feita em

    duas direes da lngua nativa para a lngua estrangeira ou da lngua estrangeira para a

    lngua nativa. Essas consideraes so a base para a distino entre dicionrio passivo e

    dicionrio ativo.

    O dicionrio passivo serve para a compreenso de textos em uma lngua estrangeira e para a

    traduo de um texto da lngua estrangeira para a nativa. O dicionrio ativo, serve para a

    traduo de textos da lngua nativa para a lngua estrangeira e para a produo livre de textos

    na lngua estrangeira (Hausmann 1977, apud Welker 2004:200). Portanto, para determinar a

    informao lexicogrfica a ser selecionada e a forma de apresent-la, de maneira que ela seja

    til para o usurio, fundamental identificar a funo dicionrio que se pretende elaborar

    (Kroman et al., 1991: 2720).

    Tomando por base o que foi dito at aqui sobre a tipologia dos dicionrios bilngues, podemos

    classificar o DEIP como um dicionrio bilngue passivo cuja principal funo auxiliar o

    estudante brasileiro do ensino mdio a compreender textos contemporneos na lngua inglesa.

    2.3 Estruturao dos dicionrios bilngues

  • Os dicionrios bilngues apresentam quatro componentes: macroestrutura, microestrutura,

    medioestrutura e outside matter (material externo).

    A macroestrutura corresponde estrutura global da lista que permite ao redator e ao usurio

    localizar informaes em uma obra de referncia (Hartmann, James, 1998, s.v

    macrostructure). Desta afirmao, podemos depreender que a macroestrutura corresponde ao

    conjunto de itens lexicais2 listados em um dicionrio (lemas; tb. entradas) e sua

    organizao.

    A microestrutura todo o conjunto de informaes sobre o item lexical arrolado na

    macroestrutura - tanto na sua condio de significante (suas particularidades fonolgicas,

    morfolgicas, etc.) quanto de significado (equivalentes).

    A medioestrutura, segundo Bugueo (2003:108), refere-se ao sistema de remisses (ou

    referncias cruzadas), isto , ao sistema que remete o usurio de um lugar a outro.

    O outside matter (material externo) a soma do front matter (material anteposto: introduo e

    guia do usurio), do middle matter e do back matter (material interposto e material posposto,

    respectivamente: explicaes semnticas ou gramaticais, ilustraes, apndices lingusticos,

    etc.).

    Na prxima seo, nos aprofundaremos nas questes relacionadas composio

    macroestrutural dos dicionrios bilngues, foco de nosso estudo.

    3 A COMPOSIO MACROESTRUTURAL DOS DICIONRIOS BILNGUES

    O processo de composio macroestrutural envolve trs etapas: (1) coleta de material, (2)

    seleo dos lemas e (3) organizao lemtica.

    3. 1 Fontes

    O primeiro passo para constituir a macroestrutura de um dicionrio decidir de onde os dados

    sero extrados. Conforme Jackson (2002:166), h trs fontes de dados possveis: dicionrios

    j publicados, citaes (coletadas por leitores previamente selecionados e instrudos para esta

    tarefa) e corpora3 eletrnicos.

    2 Empregaremos os termos item lexical ou unidade lxica para referir a todo tipo de elemento que se pode encontrar na macroestrutura de um dicionrio bilngue.. 3 corpus ( pl. corpora): Um conjunto de dados lingusticos (pertencentes ao uso oral ou escrito da lngua, ou a ambos), sistematizados segundo determinados critrios, suficientemente extensos em amplitude e profundidade, de maneira que sejam representativos da totalidade do uso lingustico ou de algum de seus mbitos dispostos de tal modo que possam ser processados por computador, com a finalidade de propiciar resultados vrios e teis para a descrio e anlise (Sanchez,1995, p. 8-9).

  • Os compiladores de dicionrios bilngues, em geral, se baseiam em dicionrios monolngues

    (cf. Zgusta, 1971: 308 e Haensch, 1982: 435) ou pesquisam em corpora eletrnicos

    (tendncia atual em funo da qualidade dos dados que podem ser gerados atravs de

    sofisticados programas de buscas (Jackson, 2002: 167))

    Pensamos que, para compor um corpus que possa servir de base para a elaborao de um

    DEIP para o ensino mdio, necessrio que se leve em conta as consideraes sobre leitura

    em lngua inglesa apresentadas nos PCNs, uma vez que os parmetros servem para orientar o

    trabalho dos professores: necessrio que o aluno tenha contato com textos -publicitrio,

    jornalstico, narrativo, dissertativo, potico, literrio, cientfico nos quais possa estreitar seu

    contato com a linguagem formal e informal [...](PCN+ Ensino Mdio, 2002:106).

    Definidas as fontes e coletado o material, passa-se etapa seguinte: a seleo dos lemas.

    3.2 Definio macroestrutural4

    A definio macroestrutural envolve critrios qualitativos e quantitativos de seleo (que tipo

    e que quantia de unidades faro parte da macroestrutura) e critrios de organizao (como

    essas unidades sero apresentadas).

    3.2.1 Seleo macroestrutural qualitativa

    Ao consultar um dicionrio ingls/portugus voltado para o usurio escolar encontramos

    vrios tipos de elementos arrolados:

    a) lexias5 simples - formas cannicas: house, child, eat, good (ODEI6, 1999) ;

    b) lexias simples - formas no-cannicas (como, por exemplo, as formas irregulares): ate,

    children, best (AMI, 2004) ;

    c) lexias compostas: brother-in-law, flying saucer (LDEI, 2002) ;

    d) lexias complexas - fraseologismos: to freeze to death, by and large (MDI, 2005);

    e) formas truncadas7 : photo, ad (DCI, 2004);

    f) siglas: GCSE/ General Certificate of Secondary Education (ODEI, 1999);

    g) abreviaturas: Ltd (LDEI, 2002);

    h) formas contradas: aint (MiAOI, 2004); wont (AMI, 2004) ;

    4A terminologia empregada nesta seo (4.3.1.2) - definio macroestrutural, seleo macroestrutural qualitativa, seleo macroestrutural quantitativa e disposio lemtica de Bugueo (2007). 5Pelo fato do conceito de palavra ser muito abrangente (e, por isso, vago) e o termo lexema ser de domnio da Lexicologia, optamos pelo termo lexia (proposto por Pottier (1974)). 6Segundo a prxis metalexicogrfica internacional, os dicionrios citados aparecem sob a forma de siglas (cf. Hartmann (2001:11)).Nas referncias bibliogrficas, as obras aparecem devidamente identificadas. 7 Sobre o fenmeno de truncao, ver Peruzzo (2007).

  • i) nomes prprios: Africa, Finland (DCI, 2004) ;

    j) marcas registradas: Band-Aid (AMI, 2004);

    k) afixos: self- (MDI, 2005); anti (DCI, 2004).

    Frente a esta heterogeneidade de tipos de unidades, temos o seguinte posicionamento:

    alm da forma cannica (type) das lexias simples, tambm as formas no-cannicas (tokens), mais especificamente as formas irregulares, devem ser arroladas na macroestrutura,

    uma vez que o estudante brasileiro do ensino mdio ainda no domina as estruturas bsicas da

    lngua inglesa; pelo mesmo motivo, tambm consideramos necessria a lematizao as formas

    verbais contradas;

    as lexias compostas justapostas transparentes, como no caso de movie star, no precisam ser lematizadas, pois, se o consulente buscar os itens em separado (tendo

    conhecimento da ordenao sintagmtica em ingls adjetivo/substantivo), chegar ao seu

    significado estrela de cinema; j com os compostos aglutinados (como mudslide) no h

    como prever se o usurio ser capaz de desmembrar a unidade e, por isso, deveriam ser

    includos no dicionrio;

    as lexias complexas no transparentes devem ser apresentadas; j que o significados isolados das partes que compem a lexia no correspondem ao significado do todo;

    as formas truncadas, j lexicalizadas, como photo e ad, funcionam como lexias simples; portanto, tm que fazer parte da macroestrutura;

    os nomes prprios, pensamos, assim como Bugueo (2007: 267-268), no devem constar na macroestrutura, sendo mais funcional oferecer uma lista onomstica no back matter

    (material posterior); semelhante soluo tambm pode ser adotada para as marcas registradas

    e as siglas;

    a lematizao de afixos (sejam prefixos ou sufixos) improdutiva, pois no h como garantir que os afixos apresentaro o mesmo significado em todas as ocorrncias.

    Resumindo, os elementos que julgamos passveis de lematizao so: as lexias simples

    (inclusive as formas irregulares e as formas truncadas), as formas contradas, as lexias

    compostas e as lexias complexas no transparentes.

    3.2.2 Seleo macroestrutural quantitativa

    A seleo macroestrutural pode ser definida atravs do critrio estatstico, isto , uma escala

    de frequncia de unidades lxicas estabelecida e calcula-se um nmero mnimo de

  • ocorrncias. Consequentemente, no so includas na macroestrutura do dicionrio aquelas

    unidades lxicas que apresentarem uma frequncia menor que o nmero mnimo de

    ocorrncias pr-estabelecido (Bugueo 2005:21).

    A utilizao da sincronia como varivel um outro critrio que pode definir a densidade

    lxica a ser dicionarizada. Nesse caso, geralmente considerado o intervalo de algumas

    dezenas de anos (Bugueo 2005:21).

    Complementarmente a esse parmetro eminentemente sincrnico, pode ser empregada,

    conforme Bugueo (2007:265), uma perspectiva sintpica frente a uma diatpica (aplicada a

    acepes restritas a certas regies ou pases ingls americano e ingls britnico, por

    exemplo), uma perspectiva sinstrtica v/s uma diastrtica (incluso de termos elevados,

    termos chulos, grias), uma sinfsica v/s uma diafsica (diferenciao entre as linguagens

    formal e informal), etc.

    Em termos mais objetivos, poderamos tomar como parmetro quantitativo a sugesto de

    Richards (1999, s.v. active/passive language knowledge) que considera, para o nvel

    intermedirio de proficincia, um vocabulrio passivo de 5.000 a 10.000 unidades lxicas.

    3.3 Disposio lemtica

    O arranjo alfabtico a forma mais comum de organizao da macroestrutura e pode se dar

    de trs formas (Wiegand 1983 apud Welker, 2004:82-83):

    (a) estrutura lisa (ordem alfabtica linear): consiste em seguir estritamente a ordem alfabtica

    e cada lema aparece rigorosamente recuado esquerda.

    limitation s limitao

    limited adj. limitado

    limiting adj limitante

    LDEI (2002, s.v)

    (b) nicho lxico (ordem alfabtica com agrupamentos): a organizao espacial apresenta uma

    quebra do recuo esquerda, passando a trabalhar com blocos (ou pargrafos) que incluem um

    lema principal e um ou mais sub-lemas. Pode acontecer que, por causa da ordem alfabtica,

    sejam colocadas num mesmo bloco unidades que no tm nenhuma ligao semntica entre

    si.

    limit s limite // vt limitar *speed ~: velocidade mxima limitation s limitao limited adj. limitado

    limiting adj restritivo/a limitless adj ilimitado/a

  • AMI (2004, s.v)

    (c) ninho lxico (ordenao no estritamente alfabtica com agrupamentos) so colocados dentro de um bloco, em ordem alfabtica, itens lexicais relacionados com o lema principal,

    embora, na ordem alfabtica linear, eles devessem aparecer depois do lema principal seguinte.

    Assim, por exemplo, no intervalo lemtico de bath, bathe, bathrobe, bathroom, e bathtub

    teramos o seguinte:

    bath s banho v dar banho em, tomar banho de banheira bathrobe s roupo bathroom s banheiro bathtub s banheira bathe v lavar [uma ferido, os olhos], tomar banho, banhar-se

    (exemplo hipottico)

    Os DEIPs apresentam, em geral, estrutura lisa ou nicho lxico - o primeiro tipo de estrutura

    facilita a consulta, enquanto o segundo, proporciona economia de espao

    4 LEITURA EM LNGUA INGLESA, TEXTOS DE LIVROS DIDTICOS E

    DICIONRIOS ESCOLARES INGLS/PORTUGUS

    Como j dito, a elaborao de um dicionrio bilngue de qualidade prescinde no apenas da

    observncia aos preceitos lexicogrficos, mas, tambm, da ateno s necessidades do

    usurio. Por estarmos tratando da definio macroestrutural de um dicionrio bilngue passivo

    para estudantes do ensino mdio, nos itens a seguir, discutiremos a questo da leitura e dos

    textos apresentados nos livros didticos.

    4.1 A leitura no ensino mdio

    Em 1999, os Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio/ Lngua Estrangeira

    Moderna (PCNEM-LEM) estabeleceram, em linhas gerais, as competncias e as habilidades a

    serem desenvolvidas em Lnguas Estrangeiras Modernas. De acordo com este documento, o

    ensino de LE deveria desenvolver a compreenso oral, a fala, a leitura e a escrita, a fim de

    capacitar o aluno a compreender e produzir enunciados corretos no novo idioma (p. 148).

    Os PCNEM + (2002), cujo objetivo era adequar e complementar as diretrizes de 1999,

    tambm arrolam as atividades de produo na sua lista de habilidades a serem desenvolvidas,

    entretanto, elegem a leitura como a principal dessas habilidades (p.97) e incluem o uso de

    dicionrio bilngue nesta proposta (p.105).

  • As Orientaes Curriculares para o Ensino Mdio (2006), ltima verso do documento,

    recomendam que a leitura, a prtica escrita e a comunicao oral contextualizadas8 (p.87)

    sejam trabalhadas ao longo dos trs anos de ensino mdio; salientam que as leituras propostas

    devem contribuir para a formao de leitores independentes e crticos (p.113); e orientam que

    a proporcionalidade do que deve ser trabalhado nas escolas de cada regio deve ser avaliado

    regionalmente, levando em conta as diferenas locais no que tange s necessidades (p.111).

    Em relao s necessidades dos estudantes brasileiros em geral, Moita Lopes (2000:131) diz

    que a nica habilidade em LE que parece ser justificada socialmente [...] no Brasil a da

    leitura, no apenas porque no contexto das escolas pblicas brasileiras irreal se advogar o

    foco nas chamadas quatro habilidades lingusticas, em funo das condies restritas no

    meio de aprendizagem, mas, tambm, porque os nicos exames formais de LE, em nvel de

    graduao e ps-graduao, envolvem nada mais que o domnio de habilidades de leitura;

    alm disso, a leitura a nica habilidade [...] que o aprendiz pode usar em seu prprio meio,

    [...] a nica que o aprendiz pode continuar a usar autonomamente ao trmino de seu curso de

    LE.

    Considerando o texto dos parmetros e das orientaes curriculares para o ensino mdio, que

    so unnimes em recomendar as atividades de leitura, as observaes pertinentes de Moita

    Lopes (2000) e o fato de que o livro didtico uma das principais fontes dos textos lidos em

    sala de aula, decidimos verificar se os DEIPs disponveis no mercado atendiam s demandas

    lexicais do estudante do ensino mdio.

    4.2 DEIPs: seleo macroestrutural x demanda lexical no ensino mdio

    Os DEIPs utilizados para a realizao deste estudo foram: AMI (2004); DCI (2004); LDEI

    (2002); LDI (2005); MDI (2005); MiAOI (2004); MiBP (2007); MiSRI (2007); MiWD

    (2006); ODEI (1999).

    4.2.1 Metodologia

    Para avaliar a macroestrutura dos DEIPs: (a) compilamos as unidades lxicas arroladas na

    letra A em 10 DEIPs; (b) comparamos a seleo macroestrutural (quantitativa e qualitativa)

    desses dicionrios; (c) coletamos e organizamos um corpus de estudo formado por textos

    apresentados em 10 manuais didticos; (d) verificamos a ocorrncia de palavras iniciadas por

    8 A compreenso oral no aparece explicitamente discriminada nesse documento.

  • A nesse corpus atravs do WordSmith Tools9; e (e) contrastamos a macroestrutura oferecida

    pelos dicionrios na letra A e as demandas lexicais observadas no corpus que constitumos.

    4.2.2 Anlise da macroestrutura dos DEIPs: resultados

    4.2.2.1 Definio macroestrutural qualitativa

    a) h uma tendncia em se optar pela incluso das formas verbais flexionadas apenas 03 dos

    10 dicionrios no as arrolam na sua macroestrutura e das formas contradas somente 02

    obras no as incluem (tendncia que consideramos positiva por facilitar a consulta daqueles

    estudantes que ainda no dominam a conjugao verbal nem as forma contradas);

    b) somente 02 dos 10 dicionrios no arrolam nenhum topnimo; os que decidiram incluir

    estas unidades fazem escolhas particulares; poucas, como vimos, coincidem (fato que refora

    nossa posio em apresentar os topnimos em uma lista no back matter);

    c) o nmero de marcas registradas e de antropnimos encontrados pequeno - 03 ocorrncias

    de cada tipo assim como o nmero de obras que os apresentam 02 DEIPs > marcas; 03

    DEIPs> topnimos (tambm estas unidades poderiam fazer parte do back matter);

    d) a maioria dos dicionrios disponibiliza apenas aquelas formas truncadas que tendem a se

    converter em lexias simples (o que nos parece coerente);

    e) as siglas com maior nmero de ocorrncias so aquelas que fazem parte do vocabulrio

    mais geral: AD (Anno Domini) e a.m. (ante meridiem) > referncias temporais; asap (as soon

    as possible) > frmula usada em correspondncias; e ATM (Automated Teller Machine ) >

    caixa eletrnico; (deciso, em nossa opinio bastante apropriada).

    Embora algumas das solues adotadas sejam bastante razoveis, no se mantm por todo o

    intervalo analisado.

    4.2.2.2 Definio macroestrutural quantitativa

    Para efeitos de quantificao da macroestrutura:

    (1) levamos em conta somente aqueles elementos que foram arrolados como lema principal

    em pelo menos um dos dicionrios, uma vez que no visamos descrever minuciosamente a

    nominata dos DEIPs selecionados, mas, sim, verificar se a seleo das unidades est baseada

    em algum tipo de critrio;

    9 Ferramenta computacional para anlise de corpus, criada por Mike Scott e lanado pela Oxford University Press nos anos 90 (Berber Sardinha, 2004: 86)

  • (2) as lexias compostas cuja variao se d apenas no espaamento das unidades (air-

    conditioner = air conditioner; air force = airforce), foram considerados, na contagem, como

    um s elemento;

    (3) as demais variantes (com adio, excluso ou alterao de letras) foram computadas

    individualmente, pelo fato de alguns dos dicionrios apresentarem todas as formas e outros

    no.

    Total geral dos lemas: 2.134 100%

    Total de lemas arrolados em

    todas as obras

    273 12,8%

    Total de lemas arrolados em

    apenas uma das obras

    561 26,3%

    Os resultados apurados - o nmero de elementos em comum (273) corresponde a menos da

    metade do nmero de elementos selecionados em apenas uma das obras (561) - revelam que

    as decises em relao seleo macroestrutural so expressivamente divergentes.

    4.2.2.3 Densidade macroestrutural

    Para avaliar a questo da densidade macroestrutural, consideramos todas as 504 unidades

    encontradas no intervalo a-advertise dos dicionrios pesquisados e chegamos aos seguintes

    nmeros:

    a advertise

    504 / 100%

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Total de unidades 258 170 210 204 137 314 363 381 311 205

    Percentual % 51,1 33,73% 41,66% 40,47% 27,18 62,30 72,02 75,59 61,70 40,67

    A variao entre o maior nmero (381) e o menor nmero de unidades arroladas (170) de

    44,62%; um percentual significativo se considerarmos que essas obras tm como alvo o

    mesmo usurio.

    As decises quanto definio macroestrutural quantitativa, assim como as decises em

    relao definio qualitativa, nos parecem aleatrias; no conseguimos definir nenhum tipo

    de critrio.

  • 4.2.3 Elaborao do corpus de estudo e extrao de dados

    Os textos com os quais formamos nosso corpus foram extrados dos seguintes manuais

    didticos: Advantage 1 (2007) - primeira srie do ensino mdio, Advantage 2 (2007) -

    segunda srie do ensino mdio, Advantage Vestibular (2007) - terceira srie do ensino mdio;

    Challenge (2005), Compact (1998), Ingls: Amadeu Marques(2003); Ingls: de olho no

    mundo do trabalho (2007); Ingls para o ensino mdio (2003/2006); Keys (2006) e Stand

    Up (2006/2008) volume nico para o ensino mdio.

    Com este conjunto de textos obtivemos um corpus com aproximadamente 16.000

    ocorrncias10.

    Utilizando a ferramenta WordList ordenao alfabtica, do Word Smith Tools geramos uma

    lista de unidades iniciadas por A para ser comparada com a macroestruturas dos DEIPs em

    questo.

    4.2.4 Anlise Comparativa: dicionrios x manuais didticos

    Utilizamos como parmetro para nossa anlise comparativa a Oxford 300011 uma lista

    contendo 3.000 itens lexicais, extrados do British National Corpus e do Oxford Corpus

    Collection. Conforme o texto introdutrio do material, esta lista contempla os itens mais

    frequentes que ocorrem em um variado nmero de contextos (considerando as variedades do

    ingls americano e do ingls britnico); critrio, em nossa opinio, que deve nortear a seleo

    macroestrutural de um dicionrio bilngue passivo (ingls/portugus).

    4.2.4.1 Oxford 3000 x DEIPs

    A Oxford 3000 apresenta uma lista com 257 unidades lxicas iniciadas pela letra A. No

    quadro abaixo demonstramos o nmero de ocorrncias destas unidades nos DEIPs

    pesquisados.

    03 unidades da Oxford 3000 foram arroladas em dicionrios

    03 01

    08 02

    05 03

    08 04

    10 O valor total aproximado porque efetuamos a conferncia das ocorrncias apenas no grupo de unidades iniciadas pela letra A. 11 A Oxford 3000 est disponvel no site: http://www.oup.com/elt/catalogue/teachersites/oald7/oxford_3000/oxford_3000_list?cc=gb

  • 02 05

    04 06

    04 07

    18 08

    45 09

    157 10

    Dos 257 itens listados na Oxford 3000, apenas 157 (61% do total) esto arrolados nos 10

    DEIPs. Se incluirmos aqueles itens que foram apresentados em 09 dos 10 DEIPs, teremos

    202 (78,5% da total). Mesmo assim, o nmero de itens no comum aos dicionrios bastante

    alto: 55 (21,40%).

    4.2.4.2 Oxford 3000 x corpus de manuais didticos

    O nmero total (types + tokens) de unidades lexicais iniciadas pela letra A no corpus que

    elaboramos foi 890. Para comparar os dados gerados pelo WordSmith Tools, consideramos

    todos os types e aqueles tokens passveis de lematizao (formas flexionadas, contradas,

    truncadas); desconsideramos os topnimos e os antropnimos. Assim, nossa lista foi reduzida

    para 680 itens.

    Das 257 unidades da Oxford 3000, 241 (35,44% dos 680 itens) foram encontradas no corpus

    dos manuais didticos. Se considerarmos os DEIPs que apresentaram os melhores resultados

    202 unidades das 241, teremos ainda 39 unidades no arroladas - um nmero de unidades

    bastante expressivo para um dicionrio escolar.

    4.2.5 Concluso

    Acreditamos que os resultados acima comprovam que um nmero considervel de dicionrios

    bilngues escolares disponveis no mercado, alm de no apresentarem as informaes

    lexicogrficas de forma sistematizada, no do conta da demanda lexical (mnima) do

    aprendiz do ensino mdio, ou em outras palavras, no do conta do vocabulrio dos textos

    apresentados nos livros didticos. Em funo desse resultado, pensamos em propor uma

    definio macroestrutural para os DEIPs baseada nos gneros textuais apresentados nos livros

    didticos de ingls.

  • 5 DEFINIO MACROESTRUTURAL BASEADA EM GNEROS TEXTUAIS

    5.1 Gneros textuais x tipos textuais

    O conceito de gnero e tipo no consenso entre os tericos que se ocupam dos fenmenos

    textuais. Para a realizao de nosso estudo, optamos pelas concepes propostas por

    Marcuschi (2003, p.22):

    tipo textual designa: uma espcie de sequncia teoricamente definida pela natureza lingustica de sua

    composio (aspectos lexicais, sintticos, tempos verbais, relaes lgicas). Em

    geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dzia de categorias conhecidas

    como: narrao, argumentao, exposio, descrio e injuno.

    Ao passo que gnero textual uma: noo propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos

    em nossa vida diria e que apresentam caractersticas scio-comunicativas

    definidas por contedos, propriedades funcionais, estilo e composio [...] os

    gneros textuais so inmeros.

    Tendo definido a noo de gnero textual que adotamos para nossa pesquisa, passamos

    questo da constituio de um corpus para elaborao de um DEIP.

    5.2 Constituio de um corpus para elaborao da macroestrutura de um DEIP

    Para Berber Sardinha (2004, p.19), os princpios de escolha dos textos que iro compor um

    corpus devem, alm de seguir as condies de naturalidade (os textos no podem ter sido

    criados em linguagem artificial, tal como linguagem de programao de computadores ou

    notao matemtica) e autenticidade (os textos devem ser escritos por falantes nativos),

    obedecer a um conjunto de regras estabelecidas por seus criadores de modo que corresponda

    s caractersticas desejadas.

    Como nosso objetivo constituir um corpus que possibilite a seleo de itens lexicais para

    fazer parte da macroestrutura de um DEIP, nos parece coerente partir dos textos apresentados

    nos livros didticos de ingls para o ensino mdio.

    O total aproximado de itens lexicais que obtivemos com o corpus formado por textos

    extrados de 10 obras para o estudo-piloto exposto na seo anterior foi de 16.000.

    Comparando esse resultado com o tamanho de corpora considerado mnimo por Berber

    Sardinha (2004, p. 99) - 5.495.048 itens chegamos concluso de que a soluo para

  • ampliar nosso corpus de estudo seria incluir outras fontes cujos textos se assemelhassem aos

    dos manuais usados pelos escolares.

    Para selecionar essas novas fontes, realizamos um estudo dos gneros propostos nos livros

    didticos.

    5.3 Metodologia

    5.3.1 Seleo do corpus

    O corpus de anlise foi composto por 05 livros didticos de ingls12 para o ensino mdio:

    (1) Challenge (2005), editora Moderna/Richmond;

    (2) Keys (2006), editora Saraiva;

    (3) Ingls: de olho no mundo do trabalho (2007), editora Scipione;

    (4) Ingls: srie ensino mdio (2003), tica;

    (5) Stand Up (2008), editora IBEP.

    Todas as obras foram editadas aps 2002 (ano em que os PCNs + para o ensino de ingls no

    ensino mdio foram lanados) e apresentam o contedo das trs sries do ensino mdio em

    um volume nico.

    5.3.2 Instrumento para coleta dos dados

    Para realizar o levantamento dos dados, utilizamos uma ficha (Anexo 1) onde registramos,

    no apenas os gneros, mas tambm os temas apresentados nas obras.

    5.3.3 Resultados

    a) Gneros

    L1 L2 L3 L4 L5 Total

    1.Anncio 1 1 4 1 7 14

    2.Artigo 34 27 31 26 4 122

    3.Biografia 4 5 1 5 3 18

    4.Capa de livro 1 1

    5.Carta pessoal 1 1 2

    6.Carta leitor 1 1 2

    12 Assim como os dicionrios citados neste artigo, os livros didticos que selecionamos figuram na lista dos mais vendidos no pas (cf. site Livraria Saraiva: www.livrariasaraiva.com.br).

  • 7.Cartum 9 20 5 34

    8.Classificado 2 2

    9.Conto 2 1 3 6

    10.Convite 1 1

    11. Crnica 1 1

    12. Debate 2 2

    13. Declaraes 2 2

    14. Dilogo 11 13 24

    15. Dicas 3 1 4

    16. Ensaio 1 1

    17. Entrevista 1 1

    18. Fbula 1 1 2

    19.Fofoca/celebridade 2 2

    20. Formulrio 2 2

    21. Grfico 3 3

    22. Horscopo 1 1

    23. Instrues 1 1 1 3

    24. Lenda urbana 2 2

    25. Letra de msica 2 1 3

    26. Mapa 1 1 2

    27. MSN 1 1

    28. Notcia 1 1

    29.Novela 3 1 4

    30.Orientaes(p/profisso) 10 2 23 35

    31. Pgina Internet 1 1 2

    32. Photolog 1 1

    33. Piada 1 2 3

    34. Placas 1 1

    35. Poema 1 4 3 3 11

    36. Proposta de emprego 1 1

    37. Provrbio 1 1 2

  • 38. Receita 1 1 2

    39. Relato 3 6 2 1 12

    40. Resenha filme 2 4 2 8

    41. Resenha livro 1 1

    42. Sumrio 1 1

    43. Testes (quiz) 1 3 1 5

    44. Trocadilho 1 1

    45. Verbete enciclopdia 2 2

    TOTAIS 84 95 83 50 39 351

    De um total de 45 gneros identificados:

    apenas 03 constam em todas as obras: anncio (4% do total de 351 textos), artigo (34,75%) e biografia (5,12%);

    02 esto em 04 dos 05 livros: poemas (3,13%) e relato (3,42%); 06 aparecem em 03 manuais: cartum (9,68%), conto (1,71%), instrues (0,86%),

    orientaes (9,85%), resenha de filme (2,28%) e testes (1,43%).

    Os demais gneros figuram em 02 ou 01 livros didticos.

    b) Temas

    L1 L2 L3 L4 L5 Total

    1. Adolescncia 3 1 2 1 7

    2. Alimentao 1 2 5 3 1 12

    3. Ativ. fsica/ esportes 6 5 1 12

    4. Cincia 2 3 5 1 11

    5. Cultura geral 3 10 1 2 16

    6. Consumo 1 3 2 6

    7. Cotidiano 7 1 6 9 23

    8. Educao 2 1 4 3 10

    9. Entretenimento

    (msica, livros, cinema)

    4 10 6 3 8 31

    10. tica 5 2 7

  • 11. Futuro 2 2 1 5

    12. Humor 19 3 22

    13. Lazer 1 2 3

    14.Lngua/Comunicao 9 6 15

    15. Meio ambiente 9 8 4 6 1 28

    16. Mercado de trabalho 12 2 32 2 48

    17. Povos: costumes 1 1 2

    18. Poltica 1 1 2

    19. Problemas sociais 4 3 2 4 2 15

    20. Relacionamento 13 12 2 2 2 31

    21. Sade 4 6 2 4 3 19

    22. Tecnologia 2 3 5 10

    23. Turismo 3 1 4 5 13

    24. Vrios13 1 2 03

    TOTAIS 84 95 83 50 39 351

    Dos 24 temas:

    apenas 06 aparecem em todos os livros: alimentao, entretenimento (msica, livros e cinema), meio ambiente, problemas sociais, relacionamento e sade;

    07 constam em 04 das 05 obras: adolescncia, cincia, cultura geral, cotidiano, educao, mercado de trabalho e turismo;

    esto em 03 manuais : atividade fsica/esportes, consumo, futuro e tecnologia; 06 figuram em apenas 02 livros: tica, humor, lazer, lngua/comunicao,

    povos/costumes, poltica.

    5.3.5 Proposta para constituio do corpus

    Com base nos resultados descritos acima, para compor nosso corpus selecionaremos:

    a) textos dos seguintes gneros14 (considerando a proporcionalidade em relao ao total dos

    textos e o nmero de obras em que aparecem): artigo, biografia, anncio, relato, poema,

    orientaes, cartum, resenha de filme, conto, testes e instrues;

    13 Num mesmo texto, mais de um tema abordado (caso das placas, por exemplo). 14 No consideraremos aqueles gneros que apareceram em menos de 03 obras.

  • b) textos escritos nos gneros citados acima que tratem dos seguintes temas15 (considerando o

    nmero de vezes em que aparecem nos manuais): alimentao, entretenimento (msica, livros

    e cinema), meio ambiente, problemas sociais, relacionamento, sade, adolescncia, cincia,

    cultura geral, cotidiano, educao, mercado de trabalho, turismo, atividade fsica/esportes,

    consumo, futuro e tecnologia.

    6 CONSIDERAES FINAIS

    A anlise dos gneros textuais combinada com o levantamento dos temas apresentados nas

    obras didticas nos parece uma metodologia bastante coerente e produtiva para a seleo

    macroestrutural de um dicionrio bilngue que tenha como usurio-alvo o estudante do ensino

    mdio, pois boa parte das consultas que faz ao seu DEIP tem como objetivo a compreenso de

    textos que esto no seu livro escolar.

    REFERNCIAS BERBER SARDINHA, Tony. Lingustica de Corpus. Barueri, SP: Manole, 2004. BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros Curriculares Nacionais Ensino Mdio. Braslia: SEF/MEC, 1999. ______. Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica. PCN + Ensino Mdio Orientaes Complementares aos Parmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias. Braslia: MEC; SEMTEC, 2002. ______. Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica. PCN + Ensino Mdio Orientaes Curriculares para o Ensino Mdio. Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias. Braslia: MEC; SEMTEC, 2006. BUGUEO, F. Cmo leer y qu esperar de un diccionario monolingue (con especial atencin a los diccionarios del espaol).Revista de Lngua e Literatura, Frederico Westphalen, v. 8/9, p. 97-114, 2003. _____________. O que o professor deve saber sobre a nominata do dicionrio de lngua. Revista Lngua & Literatura. Frederico Westphalen, v.6/7, (17-31), 2005. ______________O que macroestrutura no dicionrio de lngua? In: Isquierdo A.N.; Alves, I.M. (Org.). As Cincias do lxico: Lexicologia, Lexicografia e Terminologia. Vol.III, Campo Grande: UFMS, 2007.

    15 No consideraremos aqueles temas que apareceram em menos de 03 obras.

  • DAMIM, C.P.; BUGUEO, F. Elementos para uma escolha fundamentada de dicionrios bilngues portugus/ingls. Entrelinhas, So Leopoldo, v. 2, n. 3, 2005. HAENSCH, G. Aspectos prcticos de la elaboracin de diccionarios. In: Haensch, G. et. al. (ed.), La lexicografia de la lingustica aplicada a la lexicografia prctica, Madrid: Gredos, 1982. HARTMAN, R.R.K. Teaching and researching lexicography. London: Longman, 2001. ________________; JAMES, G. Dictionary of lexicography. London: Routledge, 2001. . JACKSON, H. Lexycography an Introduction. London / New York: Routledge, 2002. KROMAN H.-P., RIIBER T., ROSBACH P., Principles of Bilingual Lexicography. In Hausmann F.J., Reichmann O., Wiegand E., Zgusta L. Wrterbucher / Dictionaries / Dictionnaires. Ein internationales Handbuch zur Lexikographie / An International Encyclopedia of Lexicography / Enciclopdie internationale de lexicographie.Vol.III , Berlin-New York: De Gruyter, pp. 2711-2728, 1991. MARCUSCHI, L.A. Gnero textual: definio e funcionalidade. In: DIONSIO, A.P.; MACHADO, A.R.; BEZERRA, M.A. Gneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2003. MOITA LOPES, L. P. Oficina de Lingustica Aplicada: A Natureza Social e Educacional dos Processos de Ensino-aprendizagem de Lnguas. Campinas: Mercado das Letras, 2a. ed. 2000. PERUZZO, Marinella Stefani. Como lidar com os neologismos no texto jornalstico. Dissertao (Mestrado), Programa de Ps-Graduao em Letras. Porto Alegre: UFRGS, 2007. POTTIER, B. Gramtica del espaol. Ed. Alcal S.A. Madrid, 1974. RICHARDS, J.C. Longman Dictionary of Language Teaching and Applied Linguistics. Essex: Longman, 1999. SANCHEZ, A. (1995) Definicion e historia de los corpus. In: Sanchez, A. et al (org.). CUMBRE Corpus Linguistico de Espanol Contemporaneo. Madrid: SGEL. WELKER, Herbert Andreas. Dicionrios: Uma pequena introduo lexicografia. Braslia: Thesaurus, 2004. ZGUSTA. L. Manual of Lexicography. The Hague/Paris: Academia, Mouton, 1971. Dicionrios pesquisados AMI. MARQUES, Amadeu. Dicionrio: Ingls/Portugus Portugus/Ingls. 1a.ed. So Paulo: ATICA, 2004.

  • DCI. Dicionrio Collins: ingls/portugus - portugus/ingls. HarperCollins, So Paulo: Martins Fontes, 2004. LDEI. Longman Dicionrio escolar ingls/portugus - portugus/ingls, Harlow, Longman, 2002. LDI. HOLLAENDER, Arnon; SANDERS, Sidney. The landmark dictionary: English/Portuguese - Portuguese/English. 3. Ed. So Paulo: Moderna/Richmond, 2005. MDI. Michaellis- DicionrioEscolar Ingls/Portugus - Portugus/Ingls. So Paulo: Melhoramentos, 2005. MiAOI. OLINTO, Antonio (Aut). Minidicionrio Antonio Olinto Ingls/Portugus Portugus/Ingls. 6a. ed. So Paulo: Moderna, 2004. MiBP. Minidicionrio Blingue Prtico Ingls/Portugus Portugus/Ingls. Curitiba: Ed. Positivo, 2007..

    MiSRI SILVA RAMOS; CAMPOS JR.. Minidicionrio Ingls/Portugus Portugus/Ingls. So Paulo: FTD, 2007. MiWD. Mini- Websters Dictionary: English/Portuguese - Portuguese/English. So Paulo: Ed. Record, 2006. ODEI.Oxford Escolar Dicionrio escolar para estudantes brasileiros de ingls. Oxford, Oxford University Press, 1999. Manuais didticos ADVANTAGE Vestibular. So Paulo: Moderna, 2007. ADVANTAGE 1 . So Paulo: Moderna, 2007. ADVANTAGE 2 . So Paulo: Moderna, 2007. AMOS, Eduardo; PRESCHER, Elizabeth; PASQUALIN, Ernesto. Challenge. So Paulo: Moderna, 2005. AUN, Eliana; PRETE DE MORAIS, Maria Clara; SANSANOVICZ, Neuza. Ingls para o Ensino Mdio. So Paulo: Saraiva, 2006. FERRARI, Mariza; RUBIN, Sarah G. Ingls: De olho no mundo do trabalho.So Paulo: Scipione, 2007. GURIOS, Floriano; CORTIANO, Edson; RIGONI, Fernanda. Keys. So Paulo: Saraiva, 2006. LIBERATO, Wilson. Compact. So Paulo: FTD, 1998. MARQUES, Amadeu. Ingls- Srie Novo Ensino Mdio. So Paulo: tica, 2003.

  • PACHECO, M. Cristina G. Stand Up. So Paulo: IBEP, 2008.

    ANEXO 1 Ficha para coleta de dados

    Referncia:

    Texto p. Gnero Tema

    2 LEXICOGRAFIA BILNGUE: PRECEITOS BSICOSbath s banho v dar banho em, tomar banho de banheira bathrobe s roupo bathroom s banheiro bathtub s banheira