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Assinaturas mensais. *Ordinária -50,00 USD * Institucional - 60,00 USD, * Embaixadas e ONG's Estr. 70,00 USD - Outras Moedas ao Cambio do dia Diário do País 1 De Segunda a Sexta-Feira, uma informação completa e imparcial no seu E-Mail: Director Editorial: Ben j amim Cumbe : Cell-84-5147965 ,82-3966059 ou 86-4159778-Reg/ GABINFO/Dispensa-Dec/2007;Sede-Av. 4 deOutubro n º 946 ; R/c; Infulene;Administração: Cell; 845147965, 82-3966059 ou 849553417; E-mail : [email protected]; [email protected] :Redacção: Cell-84-5147965 ou 84-9553417 ; Maputo-Moçambique . feira, 27 de Julho de 20l7- Edição 247 9 Ano X 0 10 Anos Caro empresário anuncie a sua empresa neste espaço. Contactos: 845147965, 864159778 e 823966059 Pág. 2 Pág. 3 Pág. 4 Aos homens e mulheres Garantir oportunidades iguais para promover crescimento inclusivo - Defende Sasha Vieira, responsável pela Incubadora de Negócios do Standard Bank A Incubadora de Negócios do Standard Bank acolheu, recentemente, dois eventos de negócios para mulheres, com vista à partilha de experiências e estabelecimento de parcerias no ramo empresarial. Lioness Lean, os dois eventos, organizados em parceria com a Shell e a Embaixada do Reino dos Países Baixos, visam a criação de uma rede de empreendedoras e coordenação de esforços para que as mulheres contribuam, de forma sis- tematizada, na geração de riqueza e crescimento económico do país. O primeiro evento foi destinado a em- presárias estabelecidas e em fase de iniciação de negócios, e o segundo concebido para estudantes universi- tárias sem nenhuma experiência empresarial por forma a despertá-las para o mundo dos negócios. Os eventos contaram com a parti- cipação de mais de 180 mulheres, entre empresárias e estudantes, e ti- veram como oradoras Filipa Carreira (fundadora e directora executiva da empresa social de alto impacto, Wa- mina) Mariana Agness (fundadora do estúdio floral requintado, House of Agness) e Eugénia Langa (funda- dora da empresa especialista em procurement que falaram sobre o seu percurso e partilharam as suas experiências na área empresarial. No fim, a fundadora da of Africa, Melanie Hawken, fez um balanço positivo e realçou a im- portância do Lioness Lean moção do empreendedorismo femi- nino. “Estes encontros têm resul- tado na criação de grandes empre- sas e marcas de renome, pois pro- movem a interacção entre as mu- lheres, o que tem concorrido para que, juntas, encontrem as melhores formas de ultrapassar diversos obs- táculos através da partilha de histórias de empreendedoras já estabelecidas”. Para Melanie Hawken, é importante que se aposte e se invista nas mulheres, que desempenham um papel impor- tante na sociedade e na economia do país, daí que o Lioness Lean tem, tam- bém, a particularidade de promover a criação de redes de mulheres em- preendedoras a nível do continente africano, o que permite a expansão e visibilidade das suas empresas e mar- cas. Por seu turno, Sasha Vieira, respon- sável pela Incubadora de Negócios do Standard Bank, explicou que a aposta do banco em iniciativas ligadas ao empreendedorismo feminino surge da necessidade de se garantir que as mu- lheres tenham as mesmas oportunida- des que os homens, pois só assim ANAC e parceiros buscam modelos adequados de co- gestão das áreas de conservação Mia Couto defende possibilidade de diálogo entre diferentes culturas e religiões Promovido pela AMOCINE em parceria com Politécnica “Deixem-me ao menos subir às palmeiras” abre ciclo de cinema em Maputo

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Assinaturas mensais. *Ordinária -50,00 USD * Institucional - 60,00 USD, * Embaixadas e ONG's Estr. 70,00 USD - Outras Moedas ao Cambio do dia

Diário do País

1

De Segunda a Sexta-Feira, uma informação completa e imparcial no seu E-Mail: DirectorEditorial: Benjamim Cumbe: Cell-84-5147965 ,82-3966059 ou 86-4159778-Reg/GABINFO/Dispensa-Dec/2007;Sede-Av. 4 de Outubro nº946; R/c; Infulene; Administração: Cell;845147965, 82-3966059 ou 849553417; E-mail: [email protected];benjamimcumbe@gmail. com : Redacção: Cell- 84-5147965 ou 84-9553417; Maputo-Moçambique.

5ª feira, 27 de Julho de 20l7- Edição nº 2479 Ano X0

10AnosCaro empresário anuncie a sua

empresa neste espaço. Contactos:845147965, 864159778 e 823966059

Pág. 2 Pág. 3 Pág. 4

Aos homens e mulheres

Garantir oportunidades iguais parapromover crescimento inclusivo

- Defende Sasha Vieira, responsável pela Incubadora de Negócios do Standard BankA Incubadora de Negócios do Standard Bank acolheu, recentemente, dois eventos de negócios paramulheres, com vista à partilha de experiências e estabelecimento de parcerias no ramo empresarial.

Lioness Lean, os doiseventos, organizados em parceriacom a Shell e a Embaixada do Reinodos Países Baixos, visam a criaçãode uma rede de empreendedoras ecoordenação de esforços para que asmulheres contribuam, de forma sis-tematizada, na geração de riqueza ecrescimento económico do país.O primeiro evento foi destinado a em-presárias estabelecidas e em fase deiniciação de negócios, e o segundoconcebido para estudantes universi-tárias sem nenhuma experiênciaempresarial por forma a despertá-laspara o mundo dos negócios.Os eventos contaram com a parti-cipação de mais de 180 mulheres,entre empresárias e estudantes, e ti-veram como oradoras Filipa Carreira(fundadora e directora executiva da

empresa social de alto impacto, Wa-mina) Mariana Agness (fundadorado estúdio floral requintado, Houseof Agness) e Eugénia Langa (funda-dora da empresa especialista em procurementque falaram sobre o seu percurso epartilharam as suas experiências naárea empresarial.No fim, a fundadora daof Africa, Melanie Hawken, fez umbalanço positivo e realçou a im-portância do Lioness Leanmoção do empreendedorismo femi-nino. “Estes encontros têm resul-tado na criação de grandes empre-sas e marcas de renome, pois pro-movem a interacção entre as mu-lheres, o que tem concorrido paraque, juntas, encontrem as melhoresformas de ultrapassar diversos obs-

táculos através da partilha de históriasde empreendedoras já estabelecidas”.Para Melanie Hawken, é importanteque se aposte e se invista nas mulheres,que desempenham um papel impor-tante na sociedade e na economia dopaís, daí que o Lioness Lean tem, tam-bém, a particularidade de promover acriação de redes de mulheres em-preendedoras a nível do continenteafricano, o que permite a expansão evisibilidade das suas empresas e mar-cas.Por seu turno, Sasha Vieira, respon-sável pela Incubadora de Negócios doStandard Bank, explicou que a apostado banco em iniciativas ligadas aoempreendedorismo feminino surge danecessidade de se garantir que as mu-lheres tenham as mesmas oportunida-des que os homens, pois só assim

ANAC e parceiros buscammodelos adequados de co-

gestão das áreasde conservação

Mia Couto defendepossibilidade de diálogo

entre diferentesculturas e religiões

Promovido pela AMOCINE em parceriacom Politécnica

“Deixem-me ao menos subir àspalmeiras” abre ciclo de cinema em

Maputo

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27 de Julho de 2017

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Jornal Diário do País - Ano 10- Edição nº 2479

Receba o Diário do País por e-mail em qualquer ponto do Mundo.

é que se pode promover o cresci-mento inclusivo.Segundo Sasha Vieira, “o Lioness

afigura-se como uma dasformas de contribuir para o sucessodo empreendedorismo feminino,pois permite a interacção entre asmulheres, a partilha de experiênciase, acima de tudo, o estabelecimentode parcerias e a criação de redesde comércio que incluem forne-cedores, clientes, entre outros in-

Relativamente aos dois eventos, a

responsável pela Incubadora de Negó-cios do Standard Bank disse ter ficadoimpressionada com a interacção entreas oradoras e as participantes, e com oentusiasmo demonstrado pelas estu-dantes universitárias, para as quais olhacomo aspirantes a empreendedoras.“Tiveram abordagens interessantes eprovaram estar com coragem e vontadede seguir em frente e concretizar as suasideias”.Instadas a tecer comentários acerca doseventos, as participantes consideraramque os mesmos constituem um espaço

de que a mulher já precisava parase afirmar. Francisca Noronha,estu-dante universitária e empreen-dedora, deu uma nota positiva

Lioness Lean, ”pois estamosnum país em que as mulheres, ape-sar de constituírem a maioria dapopulação, têm poucas oportuni-dades para empreender. Ou seja,ela é excluída. Por isso, esta inicia-tiva dá à mulher a oportunidade deocupar o seu devido lugar na so-ciedade e de participar na vida eco-nómica do país”. Redacção

Obtala expande operaçõesflorestais no país

O grupo Obtala concluiu no segundo trimestre a aquisição de umterreno com 10,5 hectares para a construção de uma nova serração emNampula, norte de Moçambique, entretanto já iniciada, de acordo como relatório trimestral de actualização dos negócios.O relatório informa que o grupodispõe ainda de uma opção paraadquirir mais 4,5 hectares e acres-centa terem os trabalhos de cons-trução sido já iniciados, estandoprevisto que esta nova unidade pro-duza 100 metros cúbicos de madeiraprocessada por dia.A época de corte de árvores já teveinício em Moçambique, prevendo ogrupo um aumento da produtividadecom a chegada ao país de novos

equipamentos e na sequência da opçãode novos processos, tendo sido apro-vados planos de gestão cobrindo umaárea de 135,5 mil hectares, que se traduzno corte autorizado de 41 mil metroscúbicos de madeira.O grupo afirma no documento mani-festa a sua concordância com as novasnormas aprovadas pelo governo deMoçambique no sentido de pôr termo aoabate ilegal de árvores e de favoreceras empresas que respeitam as regras em

vigor e que procedem ao pro-cessamento da madeira no país,adicionando assim valor acres-centado.O facto mais marcante do segundotrimestre foi a aquisição através dasubsidiária Argento da empresaWoodbois International, que dispõede uma concessão florestal noGabão com uma área de 96,8 milhectares e de uma serração comuma capacidade de processamentode 42 mil metros cúbicos/ano.Paul Dolan, Presidente Executivodo grupo com sede em Guernsey,afirma no documento que a comprada Woodbois International vaipermitir criar sinergias com asoperações florestais em Moçam-bique. Macauhub

Que respondam aos imperativos da sustentabilidade ecológica, económica e social

ANAC e parceiros buscammodelos adequados de co-gestão

das áreas de conservaçãoFuncionários governamentais, especialistas internacionais emConservação da Biodiversidade e a sociedade civil juntaram-se na últimaterça-feira, em Maputo, para criar um caminho visando a gestãocolaborativa das áreas de conservação em Moçambique. O objectivo épropor modelos adequados de co-gestão para Moçambique querespondam aos imperativos da sustentabilidade ecológica, económicae social.A co-gestão consiste em o Governo,as comunidades locais e os investi-dores entrarem em um acordoformal para co-gestão de áreas deConservação da Biodiversidade, afim de proteger e gerir de formasustentável os recursos que com-

põem a Biodiversidade. A co-gestãoinclui a criação de estruturas organiza-cionais e de trabalho necessárias, paraalém de mecanismos de participação queassegurem uma cooperação trans-parente baseada na confiança entre osparceiros.

A discussão para avaliação dosmodelos de co-gestão ocorreu numaReunião Nacional sobre Modelosde co-gestão das Áreas de Conser-vação da Biodiversidade em Mo-çambique, uma iniciativa de parce-ria entre BIOFUND, o Programada USAID para a Facilitação doAmbiente de Negócios para o Cres-cimento Económico (SPEED+), ea Administração Nacional dasÁreas de Conservação (ANAC).BIOFUND é o promotor da avalia-ção dos modelos de co-gestão queconta com o financiamento daUSAID através do SPEED+, sendoa ANAC, como entidade nacionalresponsável pela gestão da rede dasáreas de conservação, responsávelpela implementação dos modelos.Trata-se de uma consultoria

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Jornal Diário do País - Ano 10- Edição nº2479

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27 de Julho de 2017cujo inicio foi através desta reuniãoque permitiu a partilha de experiên-cias e facilitar o subsequente aprofun-damento da pesquisa. Durante asdiscussões foram apresentadasexperiências internacionais de co-gestão e boas práticas na Conser-vação da Biodiversidade, incluindoexperiências de co-gestão de Mo-çambique, com enfoque para o Par-que Nacional de Gorongosa, Reservado Niassa, Reserva do Gilé, ParqueNacional das Quirimbas entre outros.A gestão das áreas de conservaçãoem Moçambique tem sido proble-

mática devido a escassez de recursostécnicos e financeiros que respondamde forma adequada as actuaisnecessidades de operação e deinvestimento.Dados existentes indicam que emMoçambique os custos de manuten-ção duma área de conservação estãoestimados entre 80 e 120 dólares porkm quadrado, por ano. É neste con-texto que actualmente adoptou-se onovo paradigma de gestão das áreasde conservação, permitindo o estabe-lecimento de parcerias.A reunião nacional pretende lançar

uma análise que permita, por um ladoa definição de modelos aplicáveispara Moçambique e, por outro, criarcondições que permitam atrairparcerias. Foram definidos comopassos seguintes, a adopção de umplano de trabalho, a condução depesquisa sobre modelos de co-gestãoatravés de entrevistas e visitas decampo, a elaboração do relatóriopreliminar com recomendações, adiscussão do relatório preliminar emreunião nacional e a submissão eaprovação do relatório final. Redacção

Em Mapulanguene

OSC reflectem sobre desafiosde reassentamentos

A Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (FundaçãoMASC), a Brotar Moçambique e a AJOCMA organizam uma mesa-redonda hoje, em Magude, com o tema “processo de reassentamentosem Mapulanguene: Desafios e Oportunidades para a ComunidadeLocal”.Esta mesa-redonda vai contribuirpara uma reflexão em torno doprocesso de reassentamento ocorridoem Mapulanguene e os mecanismosusados pelo Governo, Organizaçõesda Sociedade Civil (OSC) e parceiroslocais na mitigação da situação dascomunidades reassentadas e circun-vizinhas.Pretende-se, igualmente, convidar osdiferentes actores envolvidos noprocesso de reassentamento a par-tilhar as suas experiências/liçõesaprendidas/desafios encontrados aolongo do processo para mitigar osefeitos do mesmo na vida das comu-nidades afectadas; Trazer a expe-riência de outros países onde aTWIN CITY GAME RESERVEactua sobre as potencialidades eco-nómicas, culturais e turísticas que areserva oferece às comunidadesdirecta ou indirectamente afectadaspelo Projecto. Refira-se que Moçam-

bique tem sido dominado pelo Inves-timento Directo Estrangeiro (IDE),que acaba por obrigar ao processode deslocação involuntária dascomunidades situadas nas áreasafectadas pelos projectos, relegando,por vezes, para o segundo plano osoutros sectores como a agricultura,o emprego, a produção alimentar, ahabitação, os transportes bem como

as dinâmicas sociais locais. O distritode Magude, mas concretamente oPosto Administrativo de Mapulan-guene foi abrangido por um projectode instalação de um centro turísticodenominado KARINGANI - GAMERESERVE que tem como propo-nente a TWIN CITY ECO - TU-RISMO, LIMITADA.A implantação do projecto coexisteno reassentamento de, aproxima-damente, 300 famílias em duas fases,sendo que a primeira aconteceu em2013 para mais de 100 famílias naslocalidades de Honuane, Malanguenee Mangondzo, respectivamente, e asegunda que teve lugar de 2015 afinais de Março de 2017, abrangindo160 famílias do bairro 3. Redacção

Mia Couto defende possibilidade dediálogo entre diferentes culturas e religiões

Com uma exposição intitulada “Os deuses dos outros”, o escritormoçambicano Mia Couto procedeu à abertura do ciclo de conferênciasda 11ª edição do projecto Fronteiras Braskem do Pensamento, tidolugar recentemente em Salvador, no Estado da Bahia, no Brasil.Na sua intervenção, Mia Couto re-feriu-se à influência de Jorge Amadona literatura moçambicana e a emo-ção que sentiu ao visitar o MemorialCasa do Rio Vermelho, onde o es-critor baiano viveu com sua esposa

Zélia Gattai. Também mencionou asua admiração pelos artistas CaetanoVeloso, Maria Bethânia e João Ubal-do Ribeiro, para além do seu amorpela cultura brasileira.Na conferência, que decorreu

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sob o tema “Civilização – A socie-dade e seus valores”, o autor moçam-bicano defendeu a possibilidade dediálogo entre diferentes culturas e religiões. Miaapresentou ao público casos nosquais encontros entre nativos ecolonizadores protagonizaram situa-ções de interacção, com diferentesresultados.Destacou a interacção entre dife-rentes tempos (o presente e o pas-sado), as nossas raízes africanascomo caçadores e a interacção coma natureza e o sagrado, algo que, se-gundo ele, forjou a nossa capacidadede contar histórias.Num outro desenvolvimento, eleressal-tou que é necessário combatera intole-rância religiosa e as forçasque, em nome de alguma religião,têm uma intenção claramente po-lítica.Após sua exposição, o escritor mo-çambicano respondeu às perguntasdo público. Entre elas, estava a per-gunta Braskem, seleccionada a partirde questões enviadas pelos segui-dores do Fronteiras do Pensamentonas redes sociais: Nos tempos deindividualismo, de “modernidadelíquida” e da era da “pós-verdade”,há espaço, fora da ficção, para quesejam ouvidas as vozes situadas àmargem? Mia Couto indicou que ”Sempre foi assim. Não vejo quehouvesse um tempo em que a litera-tura não fosse algo feito contra acorrente, ou fosse uma actividade dealguém que se colocou numa margempara mudar o mundo. Quando secoloca numa margem é no sentido dever o mundo melhor, a partir de umter um pé dentro e outro fora. Achoque esse espaço sempre foi arran-cado à força. Nunca foi dado a umescritor como uma coisa oferecida debandeja”.Em relação ao seu processo de tra-balho, Mia considerou-o de caótico:“Normalmente, começa com umencontro com as pessoas, que são aspersonagens que constroem a mim ea história. Nesse momento, perceboque há ali uma coisa que faz com quehajam três caminhos, ou isso vai serpoesia, ou vai ser conto, ou se tem

uma coisa mais complicada que vaiser um romance”, frisou.Ainda neste evento, patrocinado pe-

Grupo Odebrecht, e pelo governo da

taria da Fazenda e Secretaria de

Cultura do Estado da Bahia, estátambém prevista a participação

dos direitos das mulheres e crianças,a moçambicana Graça Machel, paraencerrar o ciclo de palestras, no mêsde Setembro. Redacção

Promovido pela AMOCINE em parceria com Politécnica“Deixem-me ao menos subir às palmeiras”

abre ciclo de cinema em MaputoO Departamento de Cultura da Universidade Politécnica emcolaboração com a Associação Moçambicana de Cineastas(AMOCINE), assinaram em Maio último um memorando decooperação para apoiar e divulgar o cinema moçambicano.Para comemorar oficialmente acolaboração entre a UniversidadePolitécnica e a AMOCINE será pro-jectado na próxima terça-feira, ofilme “Deixem-me ao menos subir àspalmeiras” do realizador Lopes Bar-bosa.O filme abre em grande um ciclo deprojecções intitulado “Passos deCinema Moçambicano”. A projecçãoserá no CREISPU - Centro Recrea-tivo Estudantil da UniversidadePolitécnica.O filme “Deixem-me ao menos subiràs palmeiras” é o primeiro filme deum ciclo intitulado “Passos de Ci-nema Moçambicano” para dar opor-tunidade aos estudantes e amantesdo cinema de conhecer as obras quecontam a história do cinema moçam-bicano.Além de ser uma pedra importantena cinematografia moçambicana, ofilme “Deixem-me ao menos subir àspalmeiras” tem uma história incrívelpara contar e no dia da projecção orealizador Lopes Barbosa irá conqui-tar a plateia com os contos ligados arealização desta obra “clandestina”porque realizada ainda em tempocolonial e antecipador da revolta afri-cana. O filme “nasceu, morreu erenasceu” porque inicialmente foicensurado pela Pide. A pelicula desa-pareceu mas depois da independên-cia voltou nas salas de cinema e,depois de ter sucesso, a pelicula ori-ginaria desapareceu para muitosanos.“Deixem-me ao menos subir às pal-meiras” é o primeiro filme a contar

temáticas africanas, no 1972 em umMoçambique ainda ocupado, embranco e preto, em língua Ronga,legendado em português, realizadocom o apoio de artistas moçambi-canos como um jovem Malangatana,presente também no filme.“Deixem-me ao menos subir àspalmeiras” tive a coragem de contaro sofrimento dos trabalhadores Mo-çambicanos empregados nas ma-chambas.A sétima arte, o cinema, foi utilizadocomo forma de crítica e denunciacontra o poder e a arrogância do sis-tema colonial.Questionado sobre o que era a sétimaarte para si, Lopes Barbosa respon-deu nos seguintes termos: “A sétimaarte é uma forma de expressão dasrealidades concretas que sinto edeviam chegar a todos, como umaespécie de murro no estômago.Actualmente, a definição que dou aocinema é que deve ser uma frentede guerrilha, actuando o mais positi-vamente possível contra os tabus, asmorais duvidosas e os lugares-comuns bafientos e anacrónicos”.Em Cinema Novo Português 1960-1974, José de Matos-Cruz escreveque o projecto da realização de“Deixem-me ao menos subir àspalmeiras” surgiu da vontade deLopes Barbosa de “ transpor para ocinema uma temática e uma estéticaafricanas”.Monangamba, do poeta angolanoAntónio Jacinto (1924 - 1991), poematransformado em libelo canção anti-colonial por Rui Mingas,descreve

27 de Julho de 2017Jornal Diário do País - Ano 10- Edição nº 2479

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Mt-Coroa/Noruega

Mt-Iene/Japão

Mt-Libra/Inglaterra

Mt-Coroa/Dinamarca

Mt-Dolar/Canada

Mt-Dolar/Zimbabwe

Mt-Kwacha/Zâmbia

Mt-Shilling/Tanzania

Mt-Lilangueni/Swazilandia

Mt-Kwacha/Malawe

Mt-Rand/RAS

Mt-Dolar-Estado Unidos

BM-Boletim nº071/27.07.2017Moedas Compra Venda

Mt-Euro-U. Europeia

60,60 61,74

4,64 4,73

4,64 4,73

84,59 86,18

6,87 6,99

48,43 49,348,97 9,14

78,94 80,437,59 7,73

63,38 64,57

542,01 552,21

7,37 7,51Mt-Franco/Suíça

Mt-Coroa/Suécia

9,48 9,66

Mt-pula/Botswana 5,93 6,04

Mt-Real/Brasil 19,10 19,46

Mt-Rememb/offshore China

70,51 71,84

Mt-Rupia/Mauricias 1,81 1,84

27,13 27,64

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27 de Julho de 2017

160,32 163,33

Fine Graphic, ldaSomos uma empresa vocacionada na área gráfica, serigrafia e impressão digital,produção de livros,flyers,papel timbrado, envelopes timbrados, cartões de visita, crachás em pvc,convites(casamentos,aniversários etc). serigrafia estampagem e bordados de camisetes e bonés. Impressãodigital: Banners, Vinil, Roll up e posters.Localizada no Bairro de Magoanine CMC, próximo da paragem Bila para quem vai ao CMC. Fornecemostrabalho com qualidade em menos tempo, preços irresistíveis. Apostem na nossa empresa não irão searrepender. Contactos 843635525 ou 822235920

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1.2 Mts por 1000 unidades moeda

2.1 Mts por unidade moeda

Mt-Rememb/China 8,97 9,14

as duras condições de vida dostrabalhadores negros contratados einspirou o futuro cineasta.Em Moçambique, esta influência foi

acrescentada por Dina, conto pu-blicado em “Nos matámos o cãotinhoso”, de Luís Bernardo Hon-wana.

“Deixem-me ao menos subir àspalmeiras” é uma obra feita comcoragem, demonstrando que a grandearte é a arte que arrisca. Redacção

Ragendra de Sousa louvainiciativa ‘Quero Ser Formal’

O vice-ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa,reafirmou o compromisso do governo em dar todo o apoio ao sectorinformal. “O Estado, com a responsabilidade que tem, criou oInstituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas(IPEME), como braço do governo, para lidar com o sector informale torná-lo formal. O vosso tema é “Quero Ser Formal”.Esta é uma iniciativa louvável. Nós,como Estado, estamos sempreabertos para vos ouvir” – disseRagendra de Sousa, na Conferênciado Sector Informal, organizadarecentemente, na sede do BCI, pelaCâmara do Comércio e IndústriaJuvenil de Moçambique (CCIJM-MP), com apoio do BCI e outras ins-tituições parceiras. O vice-ministroencorajou o envolvimento dosprivados, desencorajando, contudo,qualquer tipo de aproveitamento nãobenéfico ao sector. “As iniciativasprivadas de transformar o sectorinformal em formal são bem-vindas.O governo não está disponível paraque usem o sector informal para oenriquecimento de poucos. Estamosatentos e tudo faremos para ajudaro sector informal a sair do ciclo depobreza e não ficar amarrado àratoeira da pobreza”. Aludindo àassinatura de marca do BCI, o vice-ministro rematou: “Este vossoseminário é o melhor exemplo dapolítica de inclusão do governo.Estamos aqui com o sector informal,estamos aqui com a banca que éformal, estamos aqui com o senhorEmbaixador da China, que faz

negócios de milhões e biliões; mastambém estou aqui com a senhoraque faz negócios de 5 mil Meticais”.Já o embaixador da China, Su Jian,fez uma exposição sobre o estágioactual das relações bilaterais entre aChina e Moçambique. Referiu que“os produtos agrícolas, pesqueiros emineiros de Moçambique são muitoprocurados no mercado chinês. Ocomércio bilateral promoveu muitointercâmbio entre os nossos doispaíses. Na primeira metade desteano, quase 50% dos moçambicanosque viajaram para a China são co-merciantes ou com objectivo comer-cial. Pode-se dizer que o sector infor-mal de Moçambique desempenha umpapel muito importante na promoçãodo comércio e da cooperação econó-mica bilateral entre os dois países”.Mais adiante, Su Jian anunciou que “a embaixada da China em Moçam-bique está pronta para apoiar os tra-balhos da Câmara do Comércio e daIndústria Juvenil de Moçambique,designadamente fornecendo facili-dades na emissão de vistos a favordos empresários comerciantes daCâmara; estabelecendo plataformaspara a troca de informações/negó-

cios; e continuando a apoiar a re-estruturação da economia informal deMoçambique, no sentido de apoiar odesenvolvimento coordenado socio-económico do país.Refira-se que esta conferência reuniudiversos segmentos do sector informal,assim como representantes de diver-sas instituições públicas e privadasnacionais. Redacção