diagramação reportagem ponto final
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Diagramação da reportagem de Allan Fernando para a revista Ponto Final em Adobe InDesign CS3/CS5TRANSCRIPT
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O dia de Monteiro Lobato
Dia Nacional do Livro Infantil comemora o nascimento de
Monteiro Lobato, escritor que marcou a literatura infanto-
juvenil brasileira
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Certa vez um grupo de estudantes de História procurou o pesquisador Léo Pires Ferreira, que há 50 anos estuda a vida de Monteiro Lobato, para questionar-lhe como poderiam retratar a escravidão com alguma história do consagrado autor de “O Sítio do Pica Pau Amarelo.”
“Sobre a escravidão o Lobato não tem nada”, foi a resposta que os estudantes ouviram de Ferreira, que logo emendou um conselho: “Mas o grande legado que Monteiro Lobato nos deixou é sobre a liberdade. Vocês po-dem trabalhar a escravidão sob o ponto de vista da liberdade”.
É a liberdade, portanto, o tema que deve servir de reflexão para o último 18 de abril, data que marcou o nascimento de Monteiro Lobato (1882-1948), visionário escritor de literatura infanto-juvenil brasileira, e tam-
bém o Dia Nacional do Livro Infantil, atribuído em sua hom-enagem.
Em Londrina, a data foi comemorada com exposições e intervenções cênicas, mas foi no evento promovido por uma loja de brinquedos da cidade que se encontravam Léo Pires Ferreira e o grupo Fio da Meada, junta-mente com muitas crianças. Pesquisador e apaixonado pelo universo criado por Monteiro Lobato, Ferreira atualmente se dedica com a promoção de pal-estras Brasil afora visando à dis-
seminação do legado do autor.“Em todas as histórias infan-
tis existe a figura do bem e do mal. Não há isso nas histórias do Lobato. Para ele, o mal se chama ignorância e o bem é o conheci-mento. Isso tudo é muito mal difundido pelo Brasil.” afirma o pesquisador.
O resultado de tantos anos de trabalho sobre a vida e obra do escritor traz profundidade para a discussão, possibilitando críti-cas de Ferreira até mesmo para o atual sistema educacional brasil-eiro: “Falta Monteiro Lobato nas escolas. Ele ensina o ser humano a pensar. Ele transforma aquela criança, aquele adolescente, aquele adulto, em um ente pen-sante [...]. Para nossos educa-dores é muito mais fácil ensinar alguém que diz “sim, senhor” e “não, senhor” do que alguém que raciocina, questiona. Isso é liberdade, liberdade de conheci-mento, de expressão”.
O grupo Fio da Meada, forma-do por Rafael Rosa, Guiomar Pi-
Allan Fernando
Loja de brinquedos promoveu evento em comemoração
ao Dia Nacional do Livro Infantil
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men-tel e Dodô Bertolli foi o re-sponsável por entreter as crianças com histórias, é claro, baseadas no “Sítio do Pica Pau Amarelo”. Próximo de comple-tar um ano de criação, seus inte-grantes reforçaram a importância do autor para o país e, sobretudo, para os pequenos: “Monteiro Lobato revela o povo brasil-eiro. Ele traz personagens como se fossem arquétipos da cultura brasileira”, conclui Rafael Rosa.
Ao término do evento comem-orativo ao Dia Nacional do Liv-ro Infantil, Léo Pires Ferreira, emocionado, dizia que “esse país tem jeito. Para isso é necessário trabalhar o pensamento huma-no”. Ninguém melhor, pois, que o próprio Monteiro Lobato para complementá-lo: “um país se faz com homens e livros. Os livros não mudam o mundo. Mudam os homens. Os homens é que mu-dam o mundo”. Foto
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Pais e filhos se atentam para
a apresentação do grupo Fio da Meada baseada nas histórias de Monteiro Lobato