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DIAGNÓSTICO DE ÁREAS DE RISCO ASSOCIADAS À PRECIPITAÇÃO NO MUNICÍPIO DE BETIM, MG: ESTUDO DE CASO DOS PERÍODOS
CHUVOSOS DE 2006-2007 E 2007-2008.
Ana Flávia Mairinck Meirelles Departamento de Geografia - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
[email protected] Ruibran Januário dos Reis
Programa de Pós-Graduação em Geografia Tratamento da Informação Espacial [email protected]
O trabalho é um diagnóstico sobre as áreas de risco natural associadas à precipitação no município de Betim/MG, através de estudo de caso dos períodos chuvosos de 2006-2007 e 2007-2008. O processo de expansão urbana que se intensificou a partir da década de 70 no município ocasionou à ocupação não planejada do espaço, em áreas não propícias a habitação, como encostas de alta declividade suscetíveis a deslizamento e planícies de aluvião, suscetíveis a inundações, os quais têm essa vulnerabilidade intensificada no período chuvoso. Assim, a pesquisa busca compreender a importância da interação entre os fatores geofísicos e sociais na potencialização dos riscos, caracterizando assim o papel da precipitação na ocorrência de áreas de risco natural no município. Palavras chave: Risco natural. Deslizamento. Inundações. The work is a diagnosis on the areas of natural hazards associates to the precipitation in the city of Betim/MG, through study of case of the rainy periods of 2006-2007 and 2007-2008. The process of urban expansion that if intensified from the decade of 70 in the city caused to the occupation not planned of the space, in not propitious areas the habitation, as susceptible hillsides of high declivity the landslidthe and alluvium plains, susceptible floodings, which have this vulnerability intensified in the rainy period. Thus, the research searchs to understand the importance of the interaction between the geophysical and social factors in the potencialização of the risks, being thus characterized the paper of the precipitation in the occurrence of areas of natural hazards in the city. Key words: Natural hazards. Landslides. Flooding.
1- INTRODUÇÃO
O objetivo dessa pesquisa é caracterizar o papel da precipitação no diagnóstico de áreas de
risco naturais no município de Betim – MG, através da identificação e caracterização dos fatores
geofísicos e sociais que interferem na ocorrência de áreas de risco associadas à precipitação no
município citado.
O estudo das áreas de risco é fundamental para compreensão da dinâmica entre os elementos
físicos e sociais que compõe a superfície terrestre. Esse trabalho propõe-se a diagnosticar as áreas de
risco sob uma perspectiva sistêmica, ainda que em escala municipal, no intuito de compreender as
interações entre os processos (naturais e sociais, ou seja, as partes do todo) constituintes da realidade
betinense em dado período temporal.
O município de Betim situa-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte, dentro da Região
Metalúrgica do estado de Minas Gerais (Mapa 01). O acesso ao município se dá pelas rodovias MG
050 e MG 060 (estaduais) e pelas BR 381 e BR 262 (federais). Betim localiza-se numa posição
estratégica favorável ao seu desenvolvimento, tendo em vista as facilidades de acesso, escoamento da
produção e proximidade do mercado consumidor (BH, a RMBH e toda região Sudeste do Brasil, maior
pólo econômico nacional).
O município teve sua criação decretada em 17/12/1938, através de Lei Nº 148/38, se
emancipando do município de Esmeraldas. No entanto o território municipal ainda passou por
modificações em sua área, com o desmembramento do território atual do município de Contagem e
Ribeirão das Neves, em 1948, e o desmembramento do território do atual município de Ibirité, em
1962. Após esses desmembramentos o município passa a ter a configuração atual, com uma área de
345,8 Km² (Informativo Municipal, 2001).
O desenvolvimento econômico do município se iniciou a partir de meados da década de 40 com
a instalação de indústrias de porte significativo, e a melhoria das vias de acesso ao município. No
entanto é a partir da década de 70 que o município intensifica seu desenvolvimento, com a instalação
da REGAP (Refinaria Gabriel Passos) e criação do Distrito Industrial Paulo Camilo, onde foi
implantada a FIAT Automóveis S/A e suas indústrias satélites. Dessa industrialização municipal
decorreu uma grande aceleração do processo de crescimento populacional e urbanização da cidade.
Essa intensificação do processo de urbanização e crescimento populacional, agravado a partir
das últimas décadas do século XX, gerou um rearranjo daquele espaço antes rural, intensificação da
ocupação humana, crescimento urbano desordenado, entre outros, assim como em muitos municípios
do país, principalmente aqueles localizados nas imediações das principais capitais brasileiras.
A ocupação do solo de maneira desordenada e não planejada no Brasil, gera uma série de
problemas ambientais, principalmente no espaço urbano, extremamente fragmentado e ocupado
segundo interesses diversos. Essa ocupação não planejada acabou por ocasionar à ocupação de áreas
não propícias a habitação, principalmente, em encostas de alta declividade e com características
geológicas e pedológicas suscetíveis a deslizamento e planícies de aluvião, suscetíveis a inundações.
Em Betim essa realidade não é diferente, com o grande crescimento populacional e da
urbanização nas últimas décadas, a população foi se fixando na área urbana, em grandes aglomerados
urbanos, sem a infra-estrutura adequada e de maneira muito intensa. Nessas áreas é comum,
principalmente no período chuvoso, a ocorrência de desastres naturais como deslizamentos e
inundações, configurando essas localidades como áreas vulneráveis a ocorrência de riscos naturais, ou
seja, áreas de risco natural.
Nesse contexto o diagnóstico de áreas de risco no município é de fundamental importância,
para dar embasamento a ações que visem minimizar ou reduzir essas áreas de risco. O diagnóstico das
áreas de risco associadas à precipitação envolve a compreensão dos processos geofísicos (como a
ocorrência de chuvas intensas nas áreas urbanas, litologia local, etc.) e sociais que influenciam ou
potencializam os riscos em determinada região. Dessa forma o trabalho contribuirá para apreensão da
realidade local, assim como para desenvolvimento de pesquisas de cunho científico acerca da
importância da interação dos diferentes processos citados anteriormente e sua influência na
constituição do espaço municipal de Betim, fornecendo uma base para ações futuras que busquem
solucionar ou minimizar esses problemas urbanos que causam prejuízos de diversas ordens ao
município.
1.1- O conceito de risco
Nos últimos anos, estudos sobre riscos ambientais ganharam destaque na literatura estrangeira e
nacional em diversos setores. O conceito de risco é geralmente acompanhado por um adjetivo que o
qualifica: risco ambiental, risco social, risco tecnológico, risco natural, biológico, e tantos outros
(CASTRO, PEIXOTO & RIO, 2005).
Na literatura científica os termos risco e perigo são considerados sinônimos em quase todos os
idiomas, o que causa uma confusão no meio científico. Diversos autores fazem suas definições sobre o
termo, como Augusto Filho (2001), Cerri & Amaral (1998), Zuquette (1993), Ogura (1995), Cutter
(2001), Mileti (1999), Kovach (1995) Hewitt (1997), entre outros, embora algumas definições tenham
certa relação entre si (apud CASTRO, PEIXOTO & RIO, 2005).
Como cita Xavier (1996) ao se iniciar estudos referentes aos riscos da natureza o pesquisador
encontra um problema de terminologia, ligados à imprecisão do termo ou á tradução de diferentes
idiomas.
Alguns termos se confundem no estudo dos riscos, como “vulnerability” (vulnerabilidade em
português), “disaster” (desastre) e “natural hazards” (a tradução dessa expressão dá margens a dúvidas,
a tradução de hazard corresponde a risco, perigo, desastre, acaso, casualidade, acidente). Em francês a
expressão foi traduzida por “risques naturels” (riscos naturais em português) (XAVIER, 1996). Essa
confusão se dá devido à proximidade entre os significados de tais termos. Em razão dessa não precisão
a definição conceitual de risco é variada.
Suzan Cutter (2001) argumenta que este termo representa a probabilidade de ocorrência de um evento, de uma ameaça acontecer, afirmando que as análises de riscos dão ênfase à estimativa e à quantificação da probabilidade de ocorrência, para determinar níveis apropriados de segurança ou aceitabilidade (apud CASTRO, PEIXOTO & RIO, 2005, p.15-16).
Todo risco é necessariamente ambiental, visto que acontece no ambiente de vivência humana, o
espaço geográfico. Segundo Herculano (2002),
(...) risco ambiental deve ser visto como um indicador dinâmico das relações entre sistemas naturais, à estrutura produtiva e as condições sociais de reprodução humana, em determinado lugar e em determinado momento. Isto é histórica e geograficamente determinado. Nesse sentido, é importante que se considere o conceito de risco ambiental como a resultante de tais categorias básicas:
- risco natural: associado ao comportamento dinâmico dos sistemas naturais;
- risco tecnológico: definido como potencial de ocorrência de eventos danosos à vida, a curto, médio e longo prazo, em conseqüência das decisões de investimento na estrutura produtiva;
- risco social: resultante das carências sociais ao pleno desenvolvimento humano, que contribuem para a degradação das condições de vida. (HERCULANO, 2002).
Nesse texto os termos desastres naturais e riscos naturais serão tratados como iguais, visto que
não há diferenciação quanto ao tipo de fenômenos envolvidos.
Eventos desastrosos, como inundações, deslizamentos, terremotos, entre outros, são
considerados perigos no momento em que causam dano às populações (Burton, Kates e White, 1978;
Aneas de Castro, 2000 apud MARANDOLA E HOGAN, 2004a).
Nessa pesquisa o termo risco é entendido como a probabilidade, susceptibilidade,
vulnerabilidade de um determinado ambiente a ocorrência de eventos que possam causar danos e
prejuízos de diversas ordens, principalmente à vida humana.
Não se pode deixar de ressaltar que áreas de risco naturais são resultado da interação entre os
eventos dos sistemas naturais com as formas de (re)produção da sociedade materializada no espaço,
sendo necessário o estudo de ambos para compreensão dessas áreas.
Ao se propor o diagnóstico das áreas de risco associados à precipitação teve-se o intuito de
estudar áreas de risco natural onde a relevância do fator chuva fosse fundamental na definição daquela
área como sendo de risco. Por exemplo, mesmo que determinada área tenha alta declividade (relevo) e
solos espessos e pouco coesos, sem cobertura vegetal, apenas no período chuvoso é que ocorrem
desastres (utilizando aqui a palavra desastre como evento concretizado). Ou seja, são áreas onde o
elemento precipitação é fundamental na configuração daquela localidade como área de risco, pois ele
geralmente desencadeia o desastre.
Sendo assim, os eventos/desastres que se enquadram dentro dessa abordagem e que serão
examinados na pesquisa são os deslizamentos e as inundações. Portanto, realizou-se um diagnóstico
das áreas de riscos naturais associadas à precipitação, as quais são deslizamentos e inundações, no
município de Betim. Sendo assim, importante definir claramente o que significa cada um desses
eventos.
As inundações, segundo o “Glossário de Defesa Civil - estudos de riscos e medicina de
desastres”, do Departamento de Defesa Civil, são definidas como sendo:
“Transbordamento de água da calha normal de rios, mares, lagos e açudes, ou acumulação de água por drenagem deficiente, em áreas não habitualmente submersas. Em função da magnitude, as inundações são classificadas como: excepcionais, de grande magnitude, normais ou regulares e de pequena magnitude. Em função do padrão evolutivo, são classificadas como: enchentes ou inundações graduais, enxurradas ou inundações bruscas, alagamentos e inundações litorâneas. Na maioria das vezes, o incremento dos caudais de superfície é provocado por precipitações pluviométricas intensas e concentradas, pela intensificação do regime de chuvas sazonais, por saturação do lençol freático ou por degelo” (DEDEC, 1998).
Na definição consta o que é considerado inundação, além das causas que a provocam. O termo
inundação e enchente são normalmente utilizados como sinônimos, sendo assim também entendido
nesse trabalho, o qual só utilizará o termo inundação para o evento de transbordamento dos cursos
d’água. A ocupação da várzea dos rios (leito maior) não é recomendada, no entanto as populações
ocupam essas áreas a milhares de anos. Com o aumento da impermeabilização das cidades e o intenso
assoreamento dos cursos d’água, em conjunto com intensos e concentrados índices pluviométricos,
tem-se como resultado constante a inundação de áreas habitadas no perímetro urbano. Esses
acontecimentos recorrentes fazem com que a população exija do poder público obras de drenagem,
entre outras, que minimizem esses problemas. Portanto áreas de risco de inundação são locais onde há
probabilidade de transbordamento do curso d’água, colocando em risco a sociedade.
Os deslizamentos são definidos também pelo Glossário da Defesa Civil como:
“Fenômeno provocado pelo escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou material de construção ao longo de terrenos inclinados, denominados encostas, pendentes ou escarpas. Caracteriza-se por movimentos gravitacionais de massa que ocorrem de forma rápida, cuja superfície de ruptura é nitidamente definida por limites laterais e profundos, bem caracterizados. Em função da existência de planos de fraqueza nos horizontes movimentados, que condicionam a formação das superfícies de ruptura, a geometria desses movimentos é definida, assumindo a forma de cunha, planar ou circular” (DEDEC, 1998).
Assim as áreas de risco de deslizamentos se referem aos movimentos de deslocamento de
material sólido (massa) ao longo da vertente, que colocam em risco a sociedade. Esses movimentos
são influenciados por vários condicionantes, como geologia, solo, declividade, uso e ocupação do solo
e fraturas.
Marandola e Hogan (2004b) definem quatro perspectivas e abordagens ao estudo dos riscos, as
quais não estão organizadas por disciplinas, mas sim pelo que eles chamam de “grandes linhas de
investigação (ou orientação), que compreende uma posição ontológica diante do risco e um recorte
analítico e complementar”. Os autores indicam as abordagens citando pesquisadores estrangeiros e
nacionais que desenvolveram trabalhos seguindo uma ou mais de uma dessas abordagens devido à
possibilidade de complementação existente entre elas (inclusive entre profissionais da mesma
disciplina), as quais são:
- Avaliação e Gestão do Risco: a análise do risco, ou seja, estudos com visão objetivista,
pragmática e utilitarista, de identificação, avaliação e gestão pra redução das incertezas;
- Percepção do Risco: relacionada à abordagem cultural do risco, que leva em consideração o
contexto social e a percepção individual, não apenas coletiva dos atores envolvidos em
situações de risco;
- Eventos e Sistemas Ambientais: estudos de risco relacionados com as características
intrínsecas dos sistemas ambientais, aos eventos naturais ligados principalmente à
Geomorfologia, à Geologia, à Hidrologia e à Climatologia, realizando estudos sobre a
vulnerabilidade, suscetibilidade ou fragilidade desses sistemas ou eventos, ou seja, se baseiam
na interação dinâmica entre os eventos e os sistemas ambientais;
- Sociedade de Risco: abordagem mais recente (segunda metade do século XX) que considera a
sociedade atual como uma sociedade de risco, o qual está inserido no próprio mecanismo de
reprodução social da sociedade contemporânea, essa perspectiva tem como teóricos
importantes Ulrich Beck e sua obra “A Sociedade do Risco” (2000) e Anthony Giddens, ambos
os sociólogos, que analisam uma mudança na estrutura da organização social, a transição da
sociedade industrial para a sociedade do risco.
As definições de Marandola e Hogan (2004b) sintetizam muito do que se discuti sobre a
questão das abordagens acerca do estudo dos riscos na literatura científica.
2. MATERIAIS E MÉTODO
Após revisão conceitual optou-se por desenvolver esse estudo dentro de uma abordagem mais
próxima do que Marandola e Hogan (2004b) definem como relacionada aos “Eventos e sistemas
ambientais”, por ser esta a perspectiva que melhor se adapta as intenções dessa pesquisa.
As áreas de risco de inundação serão identificadas com base no Mapa de Risco de Inundação,
realizado pela Prefeitura Municipal de Betim, comparado as áreas de ocorrência de inundação
registradas pela Defesa Civil Municipal e aos Índices Pluviométricos (dos períodos chuvosos de 2006-
2007 e 2007-2008) observados nessas áreas em alguns dias de ocorrência de desastre informados pela
Defesa Civil (dias 19/10/2007 e 30/01/2008).
A identificação das áreas de risco de deslizamento no município de Betim foi realizada através
da correlação dos condicionantes declividade, solo e uso da terra, para isso foi necessário a construção
dos seguintes mapas:
- Mapa de declividade do município elaborado com base nas cartas topográficas do IBGE de Igarapé,
Brumadinho, Contagem e Esmeraldas – na escala 1: 50.000 (eqüidistância das curvas de nível de 20
metros), gerado no software ArcGis, no intuito de definir as áreas de maior suscetibilidade ao risco e
para confirmar a declividade das áreas de risco informadas pela Defesa Civil municipal.
- Mapa do Solo, o qual foi fornecido pela Prefeitura Municipal de Betim, realizado pela Fundação
Centro Tecnológico de Minas Gerais (1994) para conhecimento dos tipos de solo do município e sua
suscetibilidade ao deslizamento. O mapa foi feito a partir da vetorização desse mapa em formato “.jpg”
no software ArcGis, pois a imagem não fornecia uma visualização adequada da informação.
- Mapa de Uso da Terra foi gerado a partir da interpretação de imagens de satélite CBERS 2B
(INPE), na Órbita-Ponto 155-122 de Junho de 2008, com o método de crescimento de regiões do
software SPRING 5.0, através de classificação primária, esse mapa é importante, pois as formas de uso
e ocupação do espaço interferem significativamente na suscetibilidade de uma área a riscos de
deslizamento, também foi realizada pesquisa sobre os demais Instrumentos de Planejamento do espaço
municipal (Plano Diretor, Lei de Uso de Ocupação do Solo). - Mapa Pluviométrico que foi elaborado a partir de dados fornecidos pela Defesa Civil municipal, os
quais foram coletados através de estações pluviométricas da mesma, instaladas em várias localidades
do município, relativos aos anos de 2006 e 2007, com a finalidade de perceber a distribuição da
precipitação no município e se existe relação entre essa distribuição e a configuração de determinados
locais como áreas de risco de deslizamento (seriam utilizados também os dados de 2008, no entanto a
defesa Civil Municipal teve um problema e os dados se perderam, não sendo possível então utilizá-
los);
- Mapa de Áreas Suscetíveis ao Risco de Deslizamento foi realizado a partir do cruzamento dos
dados obtidos através da elaboração do Mapa de Uso da Terra e Mapa de Declividade, para identificar
as áreas no município com Suscetibilidade a Área de Risco de Deslizamento e para cruzar essas áreas
com as áreas de risco de deslizamento definidas pela Defesa Civil do município de Betim, as quais
foram definidas pelo critério – ocorrências registradas pelo órgão -, com o objetivo de perceber se as
áreas são coincidentes, para elaboração de tal mapa foi necessário auxílio do Analista de Sistemas
Àdamo Príncipe Meirelles Gomes, para a manipulação das informações no Banco de Dados
PostgreSQL com a extensão PostGis e Quantum GIS e Grass GIS. Para interpolar os dados foi
necessário atribuir pesos as classes de declividade e uso da terra, o qual foi realizado através de matriz
boleana:
Dessa forma, foi possível caracterizar a importância de cada fator envolvido na constituição de
determinado local, como uma área de risco de deslizamento.
Após identificação das áreas de risco de inundação e de deslizamento, foram discutidos todos
os fatores geofísicos e sociais envolvidos, que permitiam a compreensão da dinâmica dessas áreas no
espaço, sua localização, suas causas e as demais considerações pertinentes, como as medidas públicas
que já foram e estão sendo adotadas para solucionar o problema, assim como algumas sugestões de
soluções para minimizar ou erradicar as áreas de risco.
Assim, foram elaborados mapas de identificação das áreas de risco associadas à precipitação e
texto de análise e síntese das características geofísicas e sociais das áreas, os quais foram construídos a
partir dos dados já citados, obtidos no decorrer da pesquisa.
3. RESULTADOS
No município de Betim as áreas de risco natural se concentram nas regiões de maior densidade
populacional e onde habitam as populações com menor renda, o que geralmente resulta em baixo
padrão de habitação, em bairros com infra-estrutura deficiente, em becos, com saneamento básico
inadequado, dentre outros problemas. A maioria das áreas de risco natural se localiza também em áreas
de risco social, devido aos altos índices de criminalidade e á baixa renda, padrões de habitação
precários, etc., sendo que os eventos de desastre – deslizamento e inundações – ocorrem em quase sua
totalidade no período chuvoso, ou em dias onde há um considerável acumulado de precipitação.
Portanto a seguir serão identificadas as Áreas de Risco no município de Betim associadas à
precipitação, em particular os deslizamento e inundações.
Ao iniciar os trabalhos de pesquisa sobre a existência de Áreas de Risco de Deslizamento em
Betim, foi fornecido pela Defesa Civil municipal a indicação de áreas aonde nos últimos 3 anos vem
ocorrendo constantemente desastres como deslizamentos, queda de muro, desmoronamento, dentre
outros, os quais foram classificados assim pelo recorrente número de registro de ocorrência de
desastres pelo órgão, assim como por identificação através de estudos realizados pelo poder público
municipal, para construção do Plano Diretor Municipal (Diagnóstico Ambiental do Município de
Betim, CETEC -1994). Dessa forma foi realizada uma análise desse material produzido, em conjunto
com relatórios de ocorrências registradas pela Defesa Civil de Betim e que culminaram na
identificação de 15 Áreas de Risco de Deslizamento, devido aos seguintes fatores:
- Solo suscetível aos processos de fluxo gravitacional de massa, por apresentarem pacotes
espessos de solo, com presença de argilas;
- Declividade acentuada das encostas ocupadas.
- Uso da Terra inadequado ao tipo de substrato do local, ao grau de declividade do terreno, em
espaços urbanos não planejados e com precariedade de infra-estrutura urbana, na maioria das vezes as
áreas de risco se encontram em aglomerados urbanos organizados em becos que sobem e descem
encostas íngremes, em edificações com baixos padrões de construção e com a presença de mais de
um pavimento.
- Precipitação – as chuvas são na quase totalidade dos casos a agente deflagradora do evento
de desastre, os quais se concentram conseqüentemente no período chuvoso. A distribuição da
precipitação no município pode ser observada no Mapa 02, referente aos anos de 2006 e 2007 e
demonstram que algumas áreas de risco de deslizamento coincidem com as áreas de maiores índices
pluviométricos e outras não;
Mapas 02 e 03– Áreas de Risco de Deslizamento: Precipitação em 2006 e 2007
A partir de trabalho de campo realizado nos dias 04 e 10 de Julho de 2008, com o
acompanhamento de um Engenheiro da Defesa Civil (Josué), as 16 áreas de risco foram então
identificadas através da coleta de suas coordenadas com o GPS Garmin. Com essa informação foi
elaborado o Mapa 04 - Áreas de Risco de Deslizamento, com a distribuição das áreas no município de
Betim.
As Áreas de risco de deslizamento se localizam nos bairros: Área 1 – Parque Fernão Dias; Área
2 – Marajoara / Olhos D’água; Área 3 – Santa Inês II; Área 4 – São Caetano; Área 5 – Vila Cruzeiro
(Reg. Citrolândia); Área 6 – Icaivera; Área 7 – Vila Navegantes (Reg. Citrolândia); Área 8 A e B –
Alterosas 2° Seção; Área 9 A, B e C – Jardim Teresópolis; Área 10 – Salomé; Área 11 – Jardim
Brasília; Área 12 – Guanabara e Área 13 – Campos Elíseos.
Quanto as Áreas de Suscetibilidade ao Risco de Deslizamento, foram identificadas através do
cruzamento do Mapa de Declividade (com as classes e pesos descritas na Tabela 1, IPT, 2002) com o
Mapa de Uso da Terra (segundo as classes e pesos atribuídos na Tabela 2, IPT 2002) no município de
Betim, no intuito de analisar as áreas com maior vulnerabilidade ao risco de deslizamento com base
nos fatores geofísicos citados.
Tabela 1 – Declividade Tabela 2 – Uso da Terra Declividade (°) Classes Peso
0 - 8 Baixo 0
8,001 - 16 Baixo 1
16,01 - 24 Moderado 2
24,01 - 30 Alto 3
30,01 - 45 Alto 3
45,01 - 89 Muito Alto 4
Através do cruzamento dessas informações foi possível obter áreas no município que se
configuram como mais suscetíveis a riscos de deslizamento, o Mapa 05 – Áreas de Suscetibilidade ao
Risco de Deslizamento foi construído a partir da matriz boleana descrita na Tabela 4.
Tabela 4 – Suscetibilidade ao Risco de Deslizamento
Uso da Terra / Declividade 0 - 8 8,01 - 16 16,01 - 24 24,01 - 30 30,01 - 45 45,01 - 89 Peso / Suscetibilidade Corpos d'água 0 0 0 0 0 0 0
Mata 0 0 0 1 1 1 1 Campo/Capoeira 0 0 1 1 1 1 2
Cultivos 0 0 1 1 1 1 2 Solo Exposto 0 1 1 1 1 1 3
Áreas Urbanas 0 1 1 1 1 1 3
Analisando o mapa nota-se que é considerável o número de áreas de suscetibilidade ao risco de
deslizamento no município de Betim/MG, essas áreas geralmente resultam em terrenos de altas
declividades – acima de 24° - e em locais onde a forma de uso e ocupação do solo os torna mais
Uso da Terra Classes Pesos Corpos d'água Nulo 0 Mata Baixo 1
Campo/Capoeira Médio 2
Cultivos Alto 3
Solo Exposto Muito Alto 4
Áreas Urbanas Muito Alto 4
Mapa 05 – Áreas de Suscetibilidade ao Risco de Deslizamento
vulneráveis a ocorrência dos deslizamentos. No entanto é importante ressaltar que para um melhor
resultado seria necessária a interpolação de outros dados geofísicos para maior refinamento da
informação.
O mapa possibilita concluir que a suscetibilidade ao risco de deslizamento se distribui por todo
o município, embora haja uma maior concentração na área mais urbanizada de Betim.
Acerca das Áreas de Risco de Inundação identificadas em Betim a realidade é semelhante à
vivenciada em todo o país, onde se constata a ocupação no leito maior do rio, gerando em
conseqüência o surgimento de áreas de risco de inundação nessas localidades inadequadas a ocupação,
mas que vem sendo cada vez mais ocupadas.
As Áreas de Risco de Inundação em Betim foram identificadas através do Mapa de Risco de
Inundação, produzido pelo CETEC (1994), e também por dados de ocorrências de inundação no
município nos últimos três anos, fornecido pela Defesa Civil municipal os quais indicam as áreas
aonde vem ocorrendo constantemente desastres dessa natureza. Dessa forma foi realizada uma análise
desse material produzido, em conjunto com relatórios de ocorrências registradas pela Defesa Civil de
Betim e que culminaram na identificação de 2 Áreas de Risco de Inundação principais: Área de Risco
1- Bairro Colônia Santa Isabel e Área de Risco 2 - Bairro Recreio dos Caiçaras-, embora o leito maior
dos cursos d’água seja considerado área de inundação e conseqüentemente áreas de risco visto que
muitos deles estão ocupados e sofrem com inundações. Nesse trabalho se definiu prioritariamente
essas duas áreas mencionadas, por serem as que apresentaram maiores problemas de inundação nos
últimos anos.
É importante ressaltar que as áreas de maior ocorrência de inundação, nas últimas décadas
foram à planície aluvial do Rio Paraopeba (recentemente no mês de dezembro de 2008 houve várias
inundações as margens desse rio, inclusive na Área de Risco no bairro Colônia Santa Isabel), o Rio
Betim e do Riacho das Areias.
A partir de trabalho de campo realizado nos dias 04 de Julho de 2008, com o acompanhamento
de um Engenheiro da Defesa Civil (Josué), as 2 áreas de risco foram então identificadas através da
coleta de suas coordenadas com o GPS Garmin. Com essa informação de campo e da Defesa Civil de
Betim, e a informação do Mapa de Risco de Inundação (CETEC, 1994) foi elaborado o Mapa 06 -
Áreas de Risco de Inundação em Betim/MG, com a distribuição das áreas de risco no município, com
enfoque para as áreas no Bairro Colônia Santa Isabel e Recreio dos Caiçaras.
4- CONSIDERAÇÕES
O município de Betim apresentou acentuado processo de urbanização e crescimento
populacional a partir da década de 70, o que ocasionou um ocupamento não planejado do espaço
municipal, resultando em ocupação de áreas inadequadas a habitação, sendo, portanto, consideradas
áreas de risco - planícies aluviais e encostas de acentuada declividade.
Foram então identificadas no município de Betim 16 Áreas de Risco de Deslizamento e 02
Áreas de Risco de Inundação (embora nesse caso seja importante ressaltar que praticamente toda
planície aluvial ocupada é considerada área de risco) em Betim. Essas áreas de risco se encontram
geralmente em regiões com uso e ocupação do solo em área urbana, em locais de alta e média
densidade demográfica e com baixa renda salarial mensal, em zonas consideradas de risco natural e
risco social.
As áreas de risco de deslizamento em sua maioria estão assentadas sob latossolos vermelho
amarelo álico câmbico ou álico podzólico, pacotes de solos espessos e bastante intemperizados, muito
suscetíveis aos processos de erosão. O relevo das áreas é ondulado a fortemente ondulado, com
ocupação de toda a vertente, as quais geralmente apresentam declividades acentuadas, em locais onde
a cobertura vegetal foi suprimida acelerando os processos erosivos atuantes no ambiente. Um fator que
interfere muito na ocorrência dos desastres nas áreas é o baixo padrão construtivo das residências, em
outros pontos da cidade têm-se áreas com declividades similares as constatadas nas áreas de risco, mas
que, porém não são consideradas de risco, uma vez que por possuírem residências com alto a médio
padrão construtivo, não se configuram como áreas de risco.
As áreas de risco de inundação estão localizadas em terraços fluviais com domínio de um
gleyssolo, um solo geralmente mais saturado de água, onde o lençol freático aflora a menores
profundidades, numa região considerada o leito menor dos cursos d’água de cada área, ou seja, são
áreas de inundação natural, que foram indevidamente ocupadas devido aos processos de apropriação
do espaço que segregam as populações de menor poder aquisitivo a ocupar porções menos valorizadas
do espaço municipal e que muitas das vezes se configuram como locais que apresentam restrições a
ocupação.
Através da interpolação da declividade e do uso da terra no município foi possível ainda
elaborar um mapa que define as áreas mais suscetíveis a ocorrência de deslizamentos no município,
levando em consideração uma análise quantitativa dessas informações. Essa análise demonstra a
existência de uma concentração do risco de deslizamento na região mais urbanizada e de maior
adensamento populacional da cidade. A interpolação não foi totalmente satisfatória, uma vez que para
se chegar a um resultado mais preciso seria necessário mais fatores a serem interpolados.
Dessa forma a partir da análise de todos os fatores geofísicos e sociais levantados na pesquisa
foi possível concluir que a precipitação é a principal agente deflagradora dos eventos de risco de
deslizamento e inundação no município de Betim, tendo em vista que no período chuvoso é que são
registrados os desastres relativos a esses eventos na cidade. Devido à dificuldade de obtenção de dados
pluviométricos em uma maior série temporal não foi possível identificar um limiar de precipitação que
potencialize os riscos em Betim, no entanto, através da análise de imagens de satélite de dois dias de
ocorrência de desastres foi possível constatar a atuação de uma frente fria sobre o município, o qual
pode no caso potencializar a ocorrência de desastres. Algumas medidas estruturais foram sugeridas
como forma de minimização das áreas de risco de deslizamento, como: criação de muros de contenção,
retirada das famílias localizadas em pontos críticos e preservação dessas áreas, implantação de
melhorias na infra-estrura (saneamento básico, urbanização de becos, etc.), revegetação dos taludes
sem cobertura vegetal. Para as áreas de risco de inundação foi proposta a criação de bacias de detenção
à montante das áreas de risco (medida mais adequada para a área de risco no bairro Recreio dos
Caiçaras, a ser implantada no Riacho das Areias, visto que no Rio Paraopeba a criação de bacias de
contenção não é tão adequada em razão do porte do curso d’água), implantação de diques (às margens
do Rio Paraopeba, no bairro colônia Santa Isabel) e criação de bacias de alívio (“piscinões”) a
montante das áreas de risco. Nas áreas de risco de deslizamento e inundação é indispensável também o
desenvolvimento de trabalhos de conscientização ambiental com as comunidades, no intuito de se
preservar os ecossistemas característicos de cada região, prevenindo assim desequilíbrios ao ambiente
que possam potencializar os riscos em cada área, e propiciando uma visão de mundo mais integral,
onde a população se conscientize da urgente necessidade de preservação do meio ambiente, como
única forma de se preservar e manter a qualidade de vida das espécies que habitam a Terra.
5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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