desmame precoce: um exemplo de intervenção sistemática com
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
Especialização em Saúde da Família
Evelyn Lahr Sampaio Pereira das Neves
Desmame precoce: um exemplo de intervenção
sistemática com desfecho satisfatório
Rio das Ostras
2016
2
Evelyn Lahr Sampaio Pereira das Neves
Desmame precoce: um exemplo de in te rvenção s is temát ica
com desfecho sat is fa tór io
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado, como requisito
parcial para obtenção do título de
especialista em Saúde da Família, a
Universidade Aberta do SUS.
Orientador: Mário Rogério
Rio das Ostras
2016
3
Resumo
O a le i t amento materno é um impor tan te fa to r p red i t i vo de
saúde, a cu r to e longo p razo ; que apesa r de sua aparen te
s imp l ic idade é um tema de g rande d iscussão e necess i ta , a inda
ho je , de es tudo e in te rvenções que levem à sua p romoção. O
desmame p recoce é um fa to de g rande re levânc ia no cená r io
da nu t r ição in fan t i l ho je , e despe r ta aná l i se e en tus iasmo nos
p ro f i ss iona is de saúde que l idam com a temát ica . A pa r t i r de
m inha en t rada na Es t ra tég ia de Saúde da Famí l i a , a t ravés do
PROVAB, t i ve con ta to imed ia to com o fa to e a opo r tun idade de
in te rv i r d i re tamente em sua ocor rênc ia , v i venc iando a teo r ia
que se to rnou embasamen to pa ra es te t raba lho . O
en tend imento dos fa to res que in f luenc iam a dec isão e duração
do a le i tamen to materno fo i f undamen ta l para que se pudesse
p romover uma mudança de parad igma, a inda que pon tua lmen te ,
numa comun idade. Temos em v is ta que mudanças pos i t i vas e
bons resu l tados podem se rv i r de exemplo e mu l t i p l i ca r -se no
me io , t razendo desenvo lv imen to e me lho r ia de cond ições de
v ida da popu lação .
Pa lavras -chave: a le i tamento mate rno ; desmame p recoce ; ESF.
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Sumário
INTRODUÇÃO ....................................................................................
Situação Problema ..............................................................................
Justificativa .........................................................................................
Objetivos .............................................................................................
Objetivo Geral ....................................................................................
Objetivo Específico ............................................................................
REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................
METODOLOGIA .................................................................................
Cronograma .......................................................................
Recursos Necessários ........................................................................
Resultados Esperados ........................................................................
CONCLUSÃO .....................................................................................
REFERÊNCIAS ..................................................................................
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Introdução
No con tex to da E s t ra tég ia de Saúde da Famí l ia mu i tos s ão os
mot i vado res de in te rvenç ões, no sen t ido p reven t i vo , d ian te da
p rob lemát ica de uma fam í l ia . No en tan to , nenhum de les tem
pon tos de abo rdagem t ão amplos como o a le i tamen to mate rno .
A abo rdagem in i c ia l j á é fe i ta du ran te o p ré -na ta l e em segu ida
é re fo rçada na v i s i ta puerpera l e n as consu l tas de pue r icu l tu ra ,
podendo se rem fe i tas tamb ém no con tex to do P lane jamento
Fami l ia r , da Sa la de Vac inas ; l oca is onde as m ães recebem
o r ien tações re lac ionadas e o a le i tamento mate rno é fa to r
con t r ibu in te .
A pa r t i r de m inha en t rada no P rograma de Va lo r i za ção da
A tenção Bás ica (PROVAB) , o con ta to com as fam í l ias e com o
deco r re r das consu l tas ; ressa l tou aos meus o lhos o caso de
uma famí l ia que possu i f o r te v íncu lo e ass idu idade no pos to
onde t i ve a v i vênc ia do tema, seus desdobramentos e pude
in te rv i r de fo rma inc i s i va mudando o des fecho da h is t ó r ia .
Numa famí l ia f o rmada pe lo pa i ( Josemar ) , sua f i lha ( Joana) e
seu ne to ( A r thu r ) , f o i p rob lema t i zado a h i s t ó r ia que se repe te
em m i lh ões de ou t ros la res no B ras i l ; onde o pa i por mot i vos
de doença necess i ta de ixa r de p rove r a ma io r ia dos recu rsos
f inance i ros do la r , to rnando a f i l ha , que encon t ra -se em pe r íodo
pós na ta l , a p rovedo ra p r inc ipa l e levando que es ta faça o
desmame p recoce de seu f i lho , pa ra que se ja inser ida no
mercado de t rab a lho , e , in t roduz indo a l imen to impr ópr io pa ra a
idade em seu f i l ho .
A necess idade de inse rç ão no mercado de t raba lho , é um dos
p r inc ipa is mot i vos re fe r idos pe las m ães quando ques t ionadas
pe la mot i vação do desmame p recoce . Essas po r sua vez,
i n ic iam nu t r i ção inadequada aos menores podendo leva r a
d is funções o rgân icas como : a l te rações de c resc imento e
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desenvo lv imento , e p r inc ipa lmente doenças endóc r ino -
metabó l i cas .
Situação Problema
O desmame precoce mot i vado pe la necess idade de re to rno a o
t raba lho da nu t r iz , re t ra ta exempla rmente a rea l idade que
oco r re em mu i tos la res b ras i le i ros . Os d i l emas v i v idos pe las
mães t ranscendem a dec isão do amamenta r ou não , perpassam
a compreensão das va n tagens de sua manutenção e de seus
d i re i tos como mãe -nu t r i z e cu lm inam em p rá t ic as en ra izadas na
cu l tu ra da comun idade e das famí l ias dessas mães.
A in te rvenção se faz necessár ia no con tex to da Es t ra tég ia de
Saúde da Famí l ia a par t i r , da pe rcepção do impacto pos i t i vo
que a nu t r i ção cor re ta nos p r ime i ros meses de v ida pode ge rar
e , da p revenção do adoec imento a cur to e longo p razo , um d os
p i la res da ESF.
D ian te das van tagens e desvan tagens re la t i vas ao a le i tamento
mate rno , jus t i f i ca -se que o tema se ja assun to de abordagens e
de inves t idura na ESF, med ian te os a la rmantes dados que
mos t ram sua ba ixa oco r rênc ia , p r inc ipa lmente nos con tex tos
onde ta l condu ta tem cará te r de f in i t i vo pa ra o fu tu ro das
c r ianças .
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Justificativa
O a le i tamen to mate rno é comprovadamen te a me lhor nu t r ição
que os menores de 6 meses podem recebe r . Suas van tagens
são abundan temen te conhec idas e d i f und idas en t re os
p ro f i ss iona is de saúde e rep resen tam um impor tan te a rgumento
pa ra sua p romoção . No con tex to da Es t ra tég ia de Saúde da
Famí l ia , onde v isamos p romover a saúde e p reven i r as
doenças, o a le i tamento mate rno é p reponderan t e pa ra o
sucesso da mesma.
O menor número de casos de d ia r re ia , que poupam v idas em
seus p r ime i ros meses ; a p revenção da d iabe tes no adu l to e a
desnut r ição imed ia ta poupam abo rdagens cus tosas e de
redução de danos com recu rsos hum anos e mate r ia is . A
fo rmação adequada do esque le to da face e a rcada den tá r ia ,
d im inuem os a tend imentos méd icos e odon to lóg icos . A
p revenção da hemor rag ia na pué rpera , a lém do câncer de mama
na mu lhe r represen tam menor morb imor ta l i dade .
Podemos ressa l ta r a inda que d ian te de uma rea l idade
popu lac iona l de ca rênc ia e ba ixa renda , es te ap l i ca -se a inda
como de f in i t i vo pa ra assegurar a m ín ima opo r tun i dade a uma
c r iança e su a nu t r i z com poucos recu rsos f inance i ros . A
g ra tu idade, a d i spon ib i l idade e a p ra t ic idade do le i te materno ,
assegu ram nu t r ien tes e sac ie dade pa ra um se r em c resc imento
e que demanda abundante nu t r i ção .
En f im, a oco r rênc ia do desmame p recoce gera inúmeras
necess idades ev i táve is que não se jus t i f i cam no con texto da
Es t ra tég ia de Saúde da Famí l ia .
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Objetivos
Obje t i vo ge ra l
Mante r o a le i tamento ma te rno p romovendo uma nu t r ição
adequada ao menor .
Ob je t i vo espec í f ico
A in te rvenção é baseada na ocor rênc ia de :
* Acompanhamento do c resc imento e desenvo lv imento do
menor m inuc iosamente ;
* Or ien tações nu t r i c iona is adequadas ao con text o fam i l ia r ;
* Empoderamen to da mãe quanto à s ações, no con texto da
nu t r i ção , de impac to pos i t i vo na saúde de seu f i lho .
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Revisão de Literatura
O a le i tamento materno é um tema de g rande re levânc ia e
a tenção , tan to para os p ro f i ss iona is da saúde quanto para os
envo lv idos na mate rn idade: mãe, pa i , avós , t ias . Os aspec tos
que o con to rnam es tão já conso l idados e a inda em avanço .
Inúmeros a r t i gos são p roduz idos cor robo rando com o que já f o i
apon tado e inúm eros ou t ros buscam most ra r ou t ras tan ta s
po tenc ia l idades , van tagens e fa tos po s i t i vos a t re lados a e le .
De aco rdo com VIEIRA (2004 ) , o desenvo lv imento
popu lac iona l apo n ta pa ra a necess idade de assegu ra r uma
ma io r qua l idade de v ida e ass im a l imen t íc ia da popu lação .
Pa r t indo des te p ressuposto , temos o a le i tamento mate rno como
pon to de des taque v i s to que es te é responsáve l pe lo fu tu ro
saudáve l de uma c r iança e p r imar iament e po r m in im iza r o
adoec imento p recoce da mesma.
De acordo com VIEIRA (2010 ) , apesa r do conhec imento já
adqu i r ido , a duração da amamentação é , em gera l , cu r ta ,
sob re tudo nos pa íses oc iden ta is . Em to rno da metade das
c r ianças no mundo é amamentada po r 2 ano s ou ma is ; no B ras i l ,
menos da me tade é amamentada pe lo menos a té os 12 meses
de idade , e apenas 1 /4 é amamen tada na fa i xa e tá r ia en t re 18
e 23 meses.
A impor tânc ia do tema to rnou -se des taque a pa r t i r de meados
de 1970 , com a exp ress iva en t rada da mu lhe r no mercado de
t raba lho , quando se obse rva ram as consequênc ias de um
desmame precoce (que v inha sendo en tão ressa l tado e
p ro fundamente incen t i vado ) ;à época , a tuou -se com a mudança
da leg is lação t raba lh is ta , de fo rma a p romover a ma io r du ração
do a le i tamento materno e a no tab i l idade de sua s van tagens
pa ra o c resc imento e o desenvo lv imento da c r iança den t re
ou t ros (ALVES,2008 ; W ARKENTIN ,2013 ) .
O c resc imen to do número de t raba lhos vo l tados pa ra o tema
t rouxe o conhec imento dos fa to res que in f luenc iam de todas as
fo rmas tan to na du ração quan to na oco r rênc ia ou não do
a le i tamento . T ra tando -se de fa to res ep idem io lóg icos , sóc io
demográ f i cos e cu l tu ra is , ex i s te a necess idade de cons tan te
a tua l i zação desses dados dev ido à ca rac te r ís t ica t rans i tó r ia
desses fa to res . Há a inda a in f luênc ia dos p rogramas que fo ram
en tão ins t i tu ídos que inc id i ram sobre os conhec idos fa to res a té
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o momento e que ge ra ram a l te rações n o pano rama da nu t r ição
in fan t i l (W ARKENTIN,2013 ) . Em es tudo de 2009, PARIZOTO
re la ta que o emprego de p rogramas de incen t i vo ao a le i tamen to
e de consc ien t i zação inc remen taram a oco r rênc ia e o aumento
obse rvado na p reva lênc ia do a le i tamen to mate rno . Es tes
achados também fo ram con f i rmados po r ou t ros es tudos como o
de VENÂNCIO & MONTEIRO em 2006 , que demons t ra ram que
há um me lho r pano rama de a le i tamento mate rno exc lus ivo em
mun ic íp ios que imp la n ta ram um ma io r número de ações
incen t i vando a amamentação , a f i rmando inc lus ive que c r ianças
nasc idas em c idades que imp lan ta ram quat ro ou ma is ações
p ró -amamentação t i ve ram duas vezes ma is chances de es ta rem
sendo amamen tadas exc lus ivamente nos p r ime i ros se is meses
de v ida . E também nos es tudos de PÉREZ-ESCAMILLA (2003)
que ana l i sa ram a evo lução da p reva lênc ia de a le i tamento
mate rno a t ravés de dados ob t idos em es tudos conduzidos en t re
a década de 80 e 90 na Amér ica La t ina e Ca r ibe , que re t ra tavam
uma tendênc ia ascendente , a t r ibu ída à in te rvenções agress ivas
em pro l do a le i tamen to , de fo rma a incen t i va r e apo ia r o mesmo.
Em es tudo de VENANCIO (2002) , fo i obse rvado que o s imp les
fa to de a c r iança te r nasc ido em um Hosp i ta l Am igo da Cr iança
(HAC) , reconhec ido po r cumpr i r os “Dez passos pa ra o sucesso
do a le i tamento mate rno ” propos tos pe la OMS (Organ ização
Mund ia l da Saúde) e Un ice f (Fundo das Nações Un idas pa ra a
In fânc ia ) , pode te r um impacto s ign i f i ca t i vo na p rá t ica do
a le i tamento materno . Nasce r em uma c idade que tenha pe lo
menos um hosp i ta l que se ja um HAC, também impacta
pos i t i vamente os í nd ices de a le i tamen to materno . Is to levando -
nos a deduz i r que es tas ins t i tu ições são impor tan tes
d isseminado res de ações pos i t i vas e de impacto .
A oco r rênc ia do desmame é jus t i f i cada po r f a to res como o choro
pers is ten te , o “ l e i te f raco ” , a necess idade de t raba lha r
precocemen te (an tes dos 6 meses ) , a idade jovem da mãe (<20
anos ) , a ausênc ia do companhe i ro , o reduz ido número de
consu l tas de p ré -na ta l , o uso de chupeta e mamade i ra , e t c .
Es tas causa s do abandono p recoce do pe i to pe la c r iança
insp i ra ram a inda a busca po r ou t ras pesqu isas que ten tam
jus t i f i ca r , ou basea r h i s to r icamen te a dec isão des tas mães,
que pe rs is tem em con t ra r ia r as ev idênc ias pos i t i vas do
fo rnec imento do le i te mate rno como exc l us iva nu t r i ção a té os
p r ime i ros se is meses de v ida e com du ração m ín ima de 2 anos
11
j á com in t rodução de ou t ras fon tes a l imen ta res
(BRASILEIRO,2012;W ARKENTIN,2013 ) .
De aco rdo com ARAÚJO (2008 ) , o desmame p recoce , de f in ido
como o pe r íodo en t re a in t rodução de ou t ras fon tes a l imen ta res
e a pa rada no fo rnec imento do le i te mate rno , so f re in f luênc ia
de va r iáve is que podem se r d i v id idas em c inco ca tego r ias : a )
va r iáve is demográ f i cas : t ipo de pa r to , ida de mate rna , p resença
pa te rna na es t ru tu ra fami l ia r , números de f i lhos , expe r iênc ia
com amamentação ; b ) va r iáve is soc ioeconômicas : renda
fami l ia r , esco la r idade mate rna e pa te rna , t ipo de t raba lho do
che fe de famí l ia ; c ) va r iáve is assoc iadas à ass is tênc ia p r é -
na ta l : o r ien tação sob re amamen tação dese jo de amamenta r ; d )
va r iáve is re lac ionadas à ass is tênc ia pós -na ta l imed ia ta :
a lo jamento con jun to , aux í l io de p ro f i ss iona is de saúde,
d i f i cu ldades in i c ia is ; e ) va r iáve is re lac ionadas à ass is tênc ia
pós -na ta l t a rd ia (após a a l ta hosp i ta la r ) : es t resse e ans iedade
mate rna , uso de med icamen tos pe la mãe e pe lo bebê,
i n t rodução p recoce de a l imentos .
A inda , BUENO (2003 ) em concordânc ia com o que d iz PÉREZ-
ESCAMILLA (2003 ) , em nenhum momento de suas pesqu isas os
fa to res sóc io -demográ f icos e econômicos ap resen ta ram
assoc iação com o desmame to ta l .
Como d i to po r SOARES (2003 ) , o uso de chupeta é também um
fa to r cons ide ráve l como causa de desmame p recoce , tendo s ido
con f i rmado em seu es tudo que as c r ianças a inda amamentadas
com um mês de idade , que usavam chupe ta , t i ve ram uma
chance 2 ,8 vezes ma io r de se rem desmamadas a té o sexto mês
- levando em cons ide ração a a l ta p reva lênc ia de seu uso : 53%
de p reva lênc ia méd ia nac iona l ( MS, 2001 ) .
Uma ou t ra fon te de dados são os es tud os qua l i ta t i vos como o
de RAMOS (2003 ) e o de NATAL (2011 ) , que re la tam as causas
de desmame p recoce a t ravés do re la to d i re to das mães que
jus t i f i cam o desmame com as segu in tes causas: le i te f raco ;
i n te rcor rênc ias de mama pue rpera l ; f a l ta de expe r iênc ia
mate rna ; f a rdo ocas ionado pe la amamen tação f ren te às
a t i v idades desempenhadas co t id ianamen te ; inadequação en t re
suas necess idades e as da c r iança ; in te r fe rênc ias exte rnas de
fami l ia res , am igos e dema is in te rações; t raba lho mate rno ;
amb igu idade en t re o que re r e o pode r amamenta r , en t re ou t ras .
Mantendo sempre p resen te em seus d isc u rsos duas questões :
a so l idão / i so lamento da mu lhe r -mãe e a necess idade de ob te r
12
apo io pa ra a consecução da amamentação . Out ros fa to res
como: a ve rgonha de amamen tar em púb l ico , sen t imen tos
amb iva len tes em re lação à dup la função exe rc ida pe la mama,
a mate rn idade na ado lescênc ia , mamop las t ia e tabus fo ram
re fe r idos em menor d imensão , porém também jus t i f i cando suas
dec isões .
No es tudo de CARVALHAES (2007 ) os fa to res obse rvados
te rm ina ram po r j us t i f i ca r a d i f i cu ldade em imp lementa r o
a le i tamento mate rno exc lus ivo quando aponta pa ra causas que
base iam-se em p rá t i cas cu l tu ra is p ro fundamente en ra izadas na
popu lação como: o uso de chupetas , o me lho r c resc imento
pondera l na c r iança co m o uso do le i te de vaca , e o uso de chás
e mates nos quadros de có l ica e a l te rações de humor e háb i to
in tes t ina l na c r iança . Contudo , é ev iden te a necess idade de se
ava l ia r os fa to res p reva len tes em cada rea l idade , de modo a
ava l ia r e in t roduzi r as es t ra t ég ias ma is e fe t i vas na p romoção
do a le i tamento materno exc lus ivo e p revenção do desmame
p recoce (DAMIÃO, 2008 ) .
A ce r teza de um mín imo e adequado fo rne c imen to nu t r i c iona l ,
a lém de p reven i r a oco r rênc ia de doenças comuns e
po tenc ia lmente le ta i s nos p r ime i ro s meses de v ida como a
d ia r re ia e a pneumon ia , d im inu i r a desnut r ição , os p rocessos
a lé rg icos e a anem ia , pode me lho ra r a sobrev ida dos recém -
nasc idos e p rematu ros , p romover es t ímu los neu ra is adequados
ao osso mand ibu la r e c resc im ento muscu la r ev i tando ma l
oc lusões ; e em ú l t ima aná l ise , reduz i r os cus tos fam i l ia res e
gove rnamenta is , se ja com a desnecess idade de t ra tamentos e
complemen tação a l imenta r a r t i f i c ia l , se ja pe la não oco r rênc ia
de comp l i cações cus tosas ao s is tema de sa úde
(BERNARDI ,2009 ; W ARKENTIN, 2013 ) .
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Metodologia
A i n te r venção baseou - se no agendamento de cons u l t as méd icas e
de en f e rmagem par a v ig i l ânc ia do c resc imen to e des envo l v imen to
do menor e p rom oç ão do a le i t amen t o mate r no c om escu t a a t i va e
p ropos t a de r es o luç ão das p rob lemát i c as t raz i das pa ra a c ons u l t a .
Fo i f e i t a o r i en t aç ão pa ra manu t enção do a l e i t amen to mate rno a inda
q ue ha ja re t o rno ao t raba lho de s ua nu t r i z e a inda , s eus d i re i t os
t r aba lh is tas re f e ren t es à s ua c ond ição de nu t r i z .
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Cronograma
Outubro/2015 Novembro/2015 Dezembro/2015 Janeiro/2016
Elaboração
do
Problema,
Justificativa
e Objeto
X
Elaboração
do
referencial
teórico
X X
Estruturaçã
o final do
TCC
X
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Recursos necessários
Notebook Asus : 1 .700 rea is
Impresso ra Lase rJe t HP : 1 .500 rea is
Resma de pape l A4 : 20 rea is
Acesso à in te rne t : 50 rea is mensa is (po r 6 meses ) .
Fo rnecedor dos recu rsos : a p róp r ia .
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Resultados esperados
Espera -se que , a t ravés de consu l tas , o desmame p recoce se ja
ev i tado , f o rnecendo à mãe os a rgumentos nece ssá r ios pa ra que
es ta to rne -se inc lus ive , d i ssem inado ra de incen t ivo e que
possam se r ev i tadas as p r inc ipa is morb idades no menor , a lém
de p romover c resc imento e desenvo lv imento adequad os ao
mesmo.
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Referências
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