desflorestaçao final

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DESFLORESTAÇÃO DISCENTES: Grupo 1 Chaibande, Gercio Cossa, Priscila Pereira, Edson Tarmamade, Tarmamade

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Page 1: Desflorestaçao Final

 

 

 

DESFLORESTAÇÃO

DISCENTES:  Grupo 1 ‐  Chaibande, Gercio                   ‐  Cossa, Priscila                   ‐ Pereira, Edson                   ‐ Tarmamade, Tarmamade 

Page 2: Desflorestaçao Final

          

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   C 

 

      

    UNIVE    Faculd

Cadeira: L

  Maputo, 

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egislação e

Abril de 20

EDUARDrquitectu

D

e gestão da

010  

DO MONDura e Plan

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a cidade e 

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ÇÃO

ocentes: Ibrahimora, Carlos

scentes: de, Gercioa, Priscilara, Edsonrmamade

Page 3: Desflorestaçao Final

 Introdução ..................................................................................................................................... 1 

1. CONCEITOS RELACIONADOS COM O TEMA .............................................................................. 2 

1.1. Florestas ............................................................................................................................. 2 

1.2. Desflorestação .................................................................................................................... 4 

2. O PULMÃO DO MUNDO ............................................................................................................ 6 

3. DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA VERDE ................................................................................................. 7 

3.1. No Mundo .......................................................................................................................... 7 

3.1. Em Moçambique ................................................................................................................ 8 

4. SITUAÇÃO DO DESFLORESTAMENTO NO MUNDO ................................................................... 9 

4.1. Taxas de Desflorestamento .............................................................................................. 10 

5. SITUAÇÃO DA DESFLORETAÇÃO EM MOÇAMBIQUE .............................................................. 17 

5.1. Contextualização .............................................................................................................. 17 

5.2. Florestas sagradas a saque ............................................................................................... 17 

6. CAUSAS DA DESFLORESTAÇÃO ............................................................................................ 18 

6.1. No geral ............................................................................................................................ 18 

6.2. Em Moçambique .............................................................................................................. 18 

6.1.População, florestas e exploração florestal ...................................................................... 19 

6.1.Lei Territorial das florestas e vida silvestre ....................................................................... 20 

6.1.Ameaças às florestas – extracção ilegal de madeira ......................................................... 20 

7. CONSEQUÊNCIAS ..................................................................................................................... 22 

7.1.Consequências positivas ................................................................................................... 23 

7.2. Consequências negativas ................................................................................................. 23 

8. ABORDAGENS PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA DA DESFLORETAÇÃO ................................. 23 

8.1. Certificação da madeira ................................................................................................... 24 

8.2. ONG´s Anti‐pro‐desflorestação ........................................................................................ 24 

Bibliografia .................................................................................................................................. 25 

 

 

Page 4: Desflorestaçao Final

1  

FAPF_UEM 

Introdução O presente trabalho tem como tema de desenvolvimento a DESFLORESTAÇÃO, cujo objectivo centra‐se no conceito, causa, bem como na consequência do mesmo. 

O trabalho foi desenvolvido pelos quatro membros do grupo, e pretende abordar tanto a situação mundial bem como  o caso particular (e preocupante) de Moçambique. 

   

Page 5: Desflorestaçao Final

1. 

1.1

CONCEITO

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1. Florestas   As  flarbórebom extirá‐lo aparelh

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Fig 2: NiebCosta Rica

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FAP

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2PF_UEM 

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as  da ações, odem mento 

ontaña, , te: WWF

Page 6: Desflorestaçao Final

3  

FAPF_UEM 

Classificação das Florestas 

As florestas se dividem nos oito seguintes grupos em função do clima e do tipo de folhagem: 

1. As florestas caducifólias das regiões temperadas 

o São a formação típica de grande parte da Europa e do leste da América do Norte.  

2. As florestas monçônicas caducifólias  o são características de Bengala e de Myanmar (ex‐Birmânia), e comuns no sudeste 

asiático e na Índia.  

3. A savana tropical.  o As savanas, comuns na África e na América do Sul, são dominadas por pradarias e 

zonas com junças.  

4. As florestas de coníferas do norte o formam um cinturão ao redor do mundo nas regiões sub‐árticas e alpinas do 

hemisfério Norte. As florestas de árvores baixas predominam na região setentrional conhecida como tundra.  

5. As selvas tropicais  o são características da África Central e da bacia amazónica. 

 

6. As florestas temperadas de folha perene o estão localizadas nas regiões subtropicais da América do Norte e nas ilhas do Caribe. 

 

7. As florestas mediterrâneas o são uma variação da vegetação das regiões de clima temperado. Trata‐se de uma 

floresta esclerófila.  

8. O monte tropical baixo, algumas vezes chamado de chaparral o está localizado em regiões com precipitações escassas. 

 

Importância das Florestas  

As  florestas  tem  grandes  importâncias  na  vida  e no meio  envolvente  do Homem,  dentre  e tantas destacam‐se importância: 

1. No ciclo da água e na formação das reservas de água no subsolo 

Há uma relação muito  íntima entre a floresta e a água, as árvores funcionam como esponjas que abastecem as reservas subterrâneas. No caso de uma cobertura florestal que se manteve intacta, a taxa de infiltração de água da chuva no solo é máxima. 

Page 7: Desflorestaçao Final

1.2

A pr

Fig 3de

2.

   A  preprocesassore

3.

Pelo  sirespiraperíodventos

4.

As  flornaturamaior 

5.

São  focelulos

6.

   Nessecultos realizatorres 

2. Desflores

 

roblemát

3: Desmatame gado no Mat

Na acção a

esença  de  umsso de erosãoando os mesm

Na regulaçã

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FAP

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4PF_UEM 

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(ex.  resina, 

mo  locais de o  local para de  grandes 

por queimadaest Movement

a. t

Page 8: Desflorestaçao Final

5  

FAPF_UEM 

   A desflorestação é um acto que tem demais afectado o planeta terra criando diversos problemas  e  dentre  eles  está um problema  ambiental bastante preocupante que  é  a emissão de gases de efeito estufa.  

   Estima‐se que a desflorestação seja responsável por 10% à 35% das emissões globais anuais de gases de efeito estufa, com algumas estimativas ainda mais altas. A principal fonte global de emissões por desflorestamento é proveniente das florestas tropicais. 

   Estima‐se  também  que  as mudanças  climáticas,  que  é  uma  das  consequências  da desflorestação, possam afetar os ecossistemas e as espécies de diversas maneiras e, por esta  razão,  já  são  consideradas  uma  ameaça  adicional  à  biodiversidade.  As  florestas tropicais podem ser muito suscetíveis aos efeitos das mudanças climáticas. 

Contexto histórico 

   Desflorestação,  como acção,  surgiu na  Idade Média, quando o homem  já derrubava florestas para expandir as terras cultiváveis.   

   Mas, como palavra, só passou a ter uso frequente a partir da década de 1970, com o advento  da  consciência  ecológica  e  preservacionista,  que  manifestou  preocupação crescente com os efeitos destruidores de certas modalidades da produção  industrial e da agricultura e pecuária extensivas.  

   A devastação das florestas tropicais em ritmo vertiginoso, no entanto, começou muito mais  tarde. No  início da década de 1990, as  florestas  tropicais  representavam apenas nove dos 16 milhões de quilômetros quadrados de superfície originalmente ocupados. 

   O uso de  técnicas  agrícolas  e pecuárias  rudimentares, nos países pobres  (países do terceiro mundo), o consumo desenfreado e  insustentável da madeira são um conjunto dos  principais  factores  que  contribui  para  o  desflorestação,  onde  as  consequências climáticas e ambientais afectam o universo todo. 

   Dentre  os  danos  causados  pelo  desflorestação,  podemos  identificar  a  perda irreversível da diversidade biológica, que pode causar a seca, pois o derrube das árvores destrói as bacias hidrográficas e empobrece o solo.  

   Actualmente, o grande desafio ambiental do mundo consiste em: 

• Recuperar, por meio de programas de reflorestamento, o que já foi degradado; 

• Impedir que o processo de desmatamento indiscriminado tenha continuidade  

• Desenvolver projetos que, mesmo ao  incluírem a exploração econômica da  floresta, favoreçam sua recuperação gradual, com a reposição garantida do que for retirado e respeito aos ciclos biológicos das diversas espécies. 

 

Page 9: Desflorestaçao Final

6  

FAPF_UEM 

2. O PULMÃO DO MUNDO 

     A Floresta amazónia é considerada o pulmão do mundo à superfície terrestre, porque o verdadeiro pulmão do mundo são as algas azuis.  

   A  extensão  total  aproximada  da  floresta  Amazónica  é  de  5,5  milhões  de  km², sobrepondo‐se à área da bacia hidrográfica amazónica com 7 milhões de km². A floresta amazónica  distribui‐se mais  ou menos  da  seguinte  forma,  dentro  e  fora  do  território nacional:  60%  no  Brasil,  e  o  restante  (40%)  pela  Bolívia,  Colômbia,  Equador, Guiana, Guiana  Francesa,  Peru,  Suriname  e  Venezuela.      Estes  60%  correspondentes  ao  Brasil  constituem  a  chamada  Amazónia  Legal, abrangendo os Estados do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, oeste do Maranhão, Pará, Rondônia,  Roraima  e  Tocantins.      A Amazónia possui grande importância para a estabilidade ambiental do Planeta. Nela estão  fixadas mais  de  uma  centena  de  trilhões  de  toneladas  de  carbono.  Sua massa vegetal  libera algo em torno de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera, via evapo‐transpiração, e seus rios descarregam cerca de 20% de toda a água doce que é despejada nos oceanos pelos rios existentes no globo terrestre. 

   Além de sua  reconhecida  riqueza natural, a Amazónia abriga expressivo conjunto de povos  indígenas  e  populações  tradicionais  que  incluem  seringueiros,  castanheiros, ribeirinhos,  babaçueiras,  entre  outros,  que  lhe  conferem  destaque  em  termos  de diversidade cultural. Este património sócio‐ambiental brasileiro chega aos dias de hoje com  suas  características  originais  relativamente  bem  preservadas.  Actualmente,  na Amazónia, ainda é possível a existência de pelo menos 50 grupos de indígenas arredios e sem  contacto  regular  com  o  mundo  exterior.  Durante  muito  tempo,  atribuiu‐se  à Amazónia o papel de “pulmão do mundo”. Hoje, sabe‐se que a quantidade de oxigénio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumida à noite. Mas, devido às alterações climáticas que ocorrem no planeta, a Floresta Amazónica vem sendo chamada como “o condicionador de ar do mundo”.  

   A  importância  da  Amazónia  para  a  humanidade  não  reside  apenas  no  papel  que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. A região é o berço de inúmeros povos indígenas e constitui‐se numa riquíssima fonte de matéria‐prima (alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais).Os  rios amazónicos diferem quanto à qualidade de suas águas e sua geomorfologia. 

   A diversidade de  árvores na Amazônia  varia entre 40 e 300 espécies diferentes por hectare.  Das  250.000  espécies  de  plantas  superiores  da  terra,  170.000  (68%)  vivem exclusivamente  nos  trópicos,  sendo  90.000  na  América  do  Sul.  A  Amazônia  possui 3.650.000  km²  de  florestas  contínuas.      A  riqueza da biodiversidade de animais cresce a cada dia com as novas descobertas, mas  está  ameaçada  pela  caça, pela degradação  e  devastação das  florestas  e  de  seus vários  ecossistemas.  Ainda  há  muitos  animais  e  plantas  ainda  não  catalogados.  Na 

Page 10: Desflorestaçao Final

7  

FAPF_UEM 

Amazónia  só  se  conhece  30%  das  espécies  do  reino  animal.     Os habitantes da amazónia, desde o  início da colonização em 1500 até os presentes dias, dedicaram‐se a actividades extractivistas e mercantilistas,  inserindo entre 1840 e 1910  o monopólio  da  borracha.  Todo  esse  processo  de  colonização  gerou mudanças como  a  redução  da  população  indígena,  redução  de  algumas  espécies  de  animais  e plantas e outras consequências. 

3. DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA VERDE  

3.1. No Mundo   

Tabela 1: Países com maior cobertura florestal primária, 2005

 

   

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 1      Brasil    415890  2      Rússia    255470  3      Canadá    165424  4      Estados Unidos da América  104182  5      Peru    61065  6      Colômbia    53062  7      Indonésia    48702  8      México   32850  9      Bolívia   29360 

 10      Papua Nova Guiné   25211 

 1      Brasil    7880  2      Colômbia    5000  3      Madagáscar    5000  4      Belize    4000  5      Filipinas   3000  6      Bolívia    2700  7      Malásia    2650  8      Zâmbia    2621  9      Peru   2500 

 10      China    2500  11      Guiné‐Bissau    2243  12      Austrália    2100  13      Cingapura   2013  14      Brunei Darussalam  2000  15      Mianmar    2000  16      Zimbábue    1747  17      Mali    1739  18      Laos, República Popular Democrática  1457  19      Togo    1451  20      Venezuela (República Bolivariana da)   1360 

Tabela 2: Paises com maior número de espécies arbóreas nativas, 2005

 Nota:  A República Democrática do Congo deveria estar nesta lista, mas a FAO não tem dados deste 

Page 11: Desflorestaçao Final

8  

FAPF_UEM 

 1     Rússia   808790000  2      Brasil      477698000  3      Canadá      310134000  4      Estados Unidos da América      303089000  5     China   197290000  6     Austrália   163678000  7      República Democrática do Congo      133610000  8      Indonésia      88495000  9      Peru      68742000 

 10     Índia   67701000  11      Sudão      67546000  12      México      64238000  13      Colômbia      60728000  14     Angola   59104000  15      Bolívia      58740000  16      Venezuela (República Bolivariana da)     47713000  17      Zâmbia      42452000  18      República Unida da Tanzânia      35257000  19     Argentina   33021000  20      Mianmar      32222000 

 Tabela 3: Países com maior cobertura florestal total, 2005

Nota:  Inclui plantações, naturais e florestas degradadas. No ranking dos países tropicais, o Brasil encontra‐se na primeira posição. 

3.1. Em Moçambique  

   Moçambique é um país rico em recursos florestais, com uma área florestal de aproximadamente 40,6 milhões de hectares e 14,7 milhões de hectares de outras áreas arborizadas (DNTF, 2007),  dos quais: 

   As  florestas produtivas (áreas  florestais demarcadas para a produção e a extração da madeira) cobrem aproximadamente 26,9 milhões de hectares, enquanto 13 milhões de hectares  têm  sido definidos  como áreas não adequadas para a produção de madeira, principalmente onde estão localizados os Parques Nacionais e as Reservas Florestais. As florestas que têm algum tipo de proteção  legal ou estado de conservação cobrem uns 22% da coberta florestal total de Moçambique. 

   O tipo de floresta mais extenso‐ que cobre aproximadamente dois terços do país‐ é o chamado de Floresta de Miombo. Esse tipo de  floresta ocupa vastas áreas das regiões norte e centro de Moçambique sendo muito importante para a população local. 

    É usada principalmente como, 

o Fonte de lenha e carvão; o Plantas medicinais; 

Page 12: Desflorestaçao Final

9  

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o  Fnte  de  nutrientes  e  fertilizantes  do  solo  através  de  queimadas  e reciclagem das folhas;  

o Como  fonte  de  alimentos  para  os  animais  domésticos.  Por  terem geralmente solos férteis, as florestas de Miombo também são usadas para a agricultura. 

   A  floresta de Miombo está caracterizada por uma densa coberta de vegetação, com árvores  caducifólias  e  semi‐  caducifólias, que  freqüentemente  atingem  entre  10  e  20 metros. O fogo é um importante componente ecológico nessas florestas já que permite a germinação das sementes e a nitrificação do solo. No  início da estação de chuvas, os temporais  com  trovões  podem  começar  os  incêndios  da  vegetação  com  facilidade; contudo,  a  vegetação  verde  e  os  solos  úmidos  impedem  que  o  fogo  se  espalhe.  O segundo  tipo  de  floresta mais  extenso  no  país  é  a  Floresta  de Mopane,  que  ocupa especialmente  a  área  Limpopo  ‐  Save  e  a  parte  alta  do  Vale  do  Zambeze,  e  é caracterizada predominantemente pela ocorrência de árvores e arbustos. 

   Em decorrência da  inadequação dos  solos e da ocorrência de grande quantidade de fauna nas florestas de Mopane, há, em Moçambique, vastas áreas conservadas como as que formam os parques de Banhine, Zinave e Gorongosa. 

   Nota: Em geral, o norte do país tem florestas mais densas e menos exploradas do que o sul de Moçambique (Micoa, 1998). 

   Segundo  dados  obtidos  no  Centro  Terra Viva  a  nossa  floresta  está  a  ser  evadida  e explorada  a  ritmos  inconcebíveis  por  indivíduos  desconhecidos.  A  associar  com  os dados desta organização, o relatório ambiental do Estado do Mundo de 2005 refere que caso medidas não sejam tomadas, provavelmente até 2020 a província da Zambézia não tenha florestas. 

4. SITUAÇÃO DO DESFLORESTAMENTO NO MUNDO  

   Lamentavelmente os bosques estão a desaparecer por acção do ser humano. Estima‐se que  já foi destruído cerca de 80% dos bosques primários do mundo e que da superfície dos bosques original do planeta, menos de uma quinta parte permanece em seu estado natural. 

   Nos  últimos  20  anos  já  foram  perdidos  200  milhões  de  hectares  e  actualmente próximo de 15 milhões de hectares são destruídos anualmente. 

• A África perde cerca de 4 milhões de hectares de bosques por ano e os bosques da África Ocidental já foram totalmente eliminados.  

• A  Europa  perdeu  grande  parte  de  seus  bosques  durante  o  século  XIX.  Na América do Norte, milhões de hectares já foram arrasados pelo corte rasteiro.  

• Em  lugares  como  na  América  Central  a  taxa  de  desfloretamento  é  de  48 hectares por hora.  Se  continuar assim,  calcula‐se que dentro de 44  anos não 

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mais existirão bosques nessa região. Na Amazónia o maior bosque primário da Terra, o desflorestamento do seu território avança rapidamente. 

   O desflorestamento global, foi fortemente acelerado por volta de 1852. Estima‐se que cerca de metade da Terra madura de florestas tropicais, entre 7,5 milhões e 8 milhões de  km2  do  original  de  16 milhões  de  km2  que  até  1947  cobriam  o  planeta,  já  foram destruídas. 

   Alguns cientistas acreditam que a menos que medidas  importantes sejam tomadas à nível mundial  (como procurar e proteger  idade  florestas que não  foram perturbados), em 2030 haverá  apenas 10% da  floresta original e outros 10% de  floresta em estado degradado. 80% já terão sido perdidos e com elas centenas de milhares de espécies. 

4.1. Taxas de desflorestamento 

 Divergências dos dados publicados 

   As dificuldades de estimar as taxas de desflorestamento são visíveis nos dados muito diferentes  das  taxas  de  desflorestamento  da  floresta  tropical.  Alguns  grupos ambientalistas afirmam que um 1/5 da  floresta  tropical do mundo  foi destruído entre 1960 e 1990, e que as  florestas  tropicais há 50 anos, abrangiam 14% da  superfície da terra  e  foram  reduzidos  para  6%,  acreditando  que  todas  as  florestas  tropicais  irão desaparecer em 2090. 

Bjørn  Lomborg  , autor de O Ambientalista  Cético  ,  afirma  que  a  cobertura  florestal global  manteve‐se  aproximadamente  estável  desde  meados  do  século  XX.  De  modo semelhante, alguns alegaram que, para cada 0,4 ha de floresta tropical cortada a cada ano, mais de 20 ha de florestas estão crescendo de novo nos trópicos.  

    Estes pontos de vista divergentes são o resultado das incertezas quanto a extensão do desflorestamento  tropical.    Para  países  de  clima  tropical,  as  estimativas  de desflorestamento  são muito  incertas,  podendo  estar  em  erro,  tanto  quanto mais  ou menos 50%,   enquanto que uma análise de 2002,  imagens de  satélite  sugerem que a taxa de desflorestamento nos  trópicos húmidos  (cerca de 5,8 milhões de hectares por ano) foi de aproximadamente 23% inferior ao comummente citado. Por outro lado, uma nova  análise  de  imagens  de  satélite  revela  que  o  desflorestamento  da  floresta amazónica é duas vezes mais rápido que os cientistas anteriormente estimado.  

   Alguns grupos ambientalistas têm classificado os números da ONU como "enganosa e imprecisa",  dizendo  que  a  FAO  está  a  usar  plantações  industriais  para  compensar  os valores de desflorestamento de áreas naturais, baseando‐se em dados falsos fornecidos pelos governos que os padrões variáveis de monitoramento de florestas. 

   Apesar das críticas, os peritos da  indústria dizem que a FAO  tem os melhores dados disponíveis em praticamente todos os países do mundo.   

  Apesar dessas incertezas, há um consenso de que a destruição das florestas continua a ser um problema ambiental significativo.   

 

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Taxas 

   Taxas de desflorestamento variam ao  redor do mundo.   É difícil determinar as  taxas reais  do  desflorestamento, mas  tem  havido  várias  estimativas  feitas.    A Organização para  Agricultura  e  Alimentação  estima  que  a  perda  de  florestas  tropicais,  durante  a década de 1980 foi de cerca de 53.000 quilómetros quadrados por ano (MSU).  

• Dados de 1999 

 

 Maior velocidade de desflorestamento local % Anual

 1    Jamaica    7,4  2    Líbano  5,4  3    Haiti    3,8  4    Filipinas    3,4  5    Afeganistão  3,1 

 6    El Salvador    3 

 7    Costa Rica    3  8    Paquistão    3  9    Serra Leoa  2,9 

 10    Tailândia  2,8 

Tabela 4 – lista da velocidade de desflorestamento em 1999

 Maior desflorestamento absoluto    velocidade (em milhões de ha por ano)  

 1    Brasil    2,55 

 2    Indonésia    1,08 

 3    Congo    0,74 

 4    Bolívia    0,58 

 5    Venezuela    0,5 

 6    México    0,5 

 7    Malásia    0,4 

 8    Myanmar (Birma)    0,39 

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 9    Sudão    0,35 

 10    Tailândia    0,33 

Tabela 2 - velocidade absoluta de desflorestamento

   Globalmente,  a  FAO  conclui  que  as  taxas  de  desflorestamento  têm  caído  desde  o período 1990‐2000, mas cerca de 13 milhões de hectares de florestas do mundo ainda são perdidos a cada ano, incluindo 6 milhões de hectares de florestas primárias.  

 

• Dados de 2005 

o América Central e a Ásia Tropical 

   As  regiões  com maior  taxa  de  desflorestamento  tropical  entre  2000  e  2005  foram América Central e a Ásia tropical. 

   A América Central perdeu 1,3% de suas florestas a cada ano (ou 285.000 hectares das suas  florestas  a  cada  ano),  onde  2/3  das  florestas  tropicais  de  baixa  altitude  foram transformadas em pastagens desde 1950, e 40% de  todas as  florestas  foram perdidos nos últimos 40 anos. 

    Ásia  Tropical  perde  cerca  de  1%  das  suas  florestas  a  cada  ano.    Segundo  a  FAO, Vietname perdeu cerca de 51% de suas florestas primárias entre 2000 e 2005. Os dados mostram que a floresta primária de Camboja cobria cerca de 356.000 hectares em 2000, passando para 122.000 hectares em 2005. 

o América do Sul   

   As  grandes  extensões  da  floresta  amazónica  têm  sido  derrubadas  para  fazendas  de gado e plantações de soja ‐ sofreu a maior perda líquida de florestas entre 2000 e 2005 de cerca de 4,3 milhões de hectares por ano.  Em 2005, a Amazónia sofreu a seca mais grave na história, deixando rios secos. 

o África  

    África sofreu a segunda maior perda líquida de florestas com 4,0 milhões de hectares, apuradas anualmente.   Nigéria e Sudão  foram os dois maiores perdedores da  floresta natural  durante  o  período  de  2000‐2005,  em  grande  parte  devido  às  actividades  de subsistência.       Em 11,1%, a taxa de desflorestamento anual da Nigéria de floresta natural é a   mais elevada  do mundo  e,  neste  ritmo  corre  o  risco  de  perder  quase  toda  a  sua  floresta primária  dentro  de  poucos  anos.    Malawi,  tem  a  4ª  maior  taxa  mundial  de desflorestamento.  

o Os Estados Unidos  

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    Os Estados Unidos tem a sétima maior perda anual de florestas primárias no mundo, segundo a FAO.  No período 2000‐2005, os Estados Unidos perderam uma média de 831 quilómetros quadrados  de terras.     Mas por outro  lado, os Estados Unidos ganham uma área de 614 milhas quadradas (159.000  hectares)  de  floresta  por  ano.   O  relatório  da  FAO  sugere  que  as  florestas primárias dos Estados Unidos estão a perder terreno para as florestas plantadas. 

 

 

 

   

Gráfico 1: Maior média anual de desmatamento de florestas naturais, 2000-2005, por área

 

 

 

Gráfico 2: Países com a pior taxa de desmatamento de florestas primárias, 2000-2005

Nigéria  Vietname Camboja Sri Lanka Malawi 

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A Nigéria tem a taxa mais alta de desflorestamento do mundo, o Brasil perde a maior área de  floresta anualmente, e o Congo consome mais carne de animais  selvagens do que qualquer outro país tropical.  

 

o Os  países  com  as  maiores  taxas  de  desflorestamento  no  mundo  

1.  Honduras: ‐37%  

    Hoje, cerca de metade do que resta (52%), com apenas 16% sobre o existente em uma floresta de fronteira do Estado.  Entre 1990‐2005, Honduras viu um declínio de 37% em sua cobertura florestal.  

2.  Nigéria: ‐36%  Cerca  de  metade  das  terras  na  Nigéria  costumava  ser  coberta  de  árvores. Nigéria eliminou 36% de suas árvores nas últimas duas décadas.  

3. O Brasil: ‐32%   

4. Benim: ‐31%     Menos de 4% das florestas originais permanecem, e nenhum em um estado de fronteira da floresta.   

5. Gana: ‐28%   Cerca de dois terços do Gana já foi coberta com floresta, e agora, menos de 10% do que resta da cobertura florestal e nenhum como floresta de fronteira.  A taxa de desflorestamento acentuado iniciou em 1990.  

6. Indonésia: ‐26%  Grande parte do sudeste da Ásia foi inteiramente coberta por florestas, cerca de 65% do seu território era coberto por florestas, onde cerca de 29% da mesma era  de fronteira.  Mas o índice de desflorestamento é grave na medida em que a cobertura florestal ao longo das últimas duas décadas não mostra sinais de diminuição.  

    É também um país incrivelmente grande, e há condições locais que ficam minimizados nas estatísticas.  Por exemplo, em Bornéu (terceira maior ilha do mundo) entre 1985‐2000 foram derrubadas mais toras que em toda a América do Sul e da África, combinados. 

7. Coreia do Norte e  Nepal: ‐25%   Nepal tem cerca de 22% de sua cobertura florestal original remanescente, não do que é considerado floresta fronteira ‐ nas duas últimas décadas assistiu‐se à um declínio de 25% na cobertura florestal.  

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   Grande parte da superfície da Coreia era florestada, mas em 1990 deu‐se o início da grande redução da área florestal.  

8.  Equador e Haiti: ‐22%      Equador foi originalmente em grande parte constituído por florestas, mas hoje tem cerca de dois terços do que a cobertura florestal remanescente. 

    O Haiti teve um declínio de 22% na cobertura florestal nos últimos vinte anos e aproximava‐se para uma perda de 99% da sua floresta original. 

Importância das taxas 

   A  informação  sobre  a  taxa  de  desflorestação  é  importante  para  planear  acções  de combate à desflorestação em escala  regional. Contudo,  somente  informações  sobre a taxa  de  desflorestação  são  insuficientes  para  o  monitoramento  e  controle  da desflorestação na escala  local  ‐ é também necessário saber onde a conversão  florestal ocorreu e acompanhar as tendências da desflorestação. 

Desflorestação na Amazónia 

   A floresta amazónica está a desaparecer a um ritmo cada vez mais veloz. Só entre Agosto de 2003  e  Agosto  de  2004,  a  desflorestação  atingiu  o  segundo  valor  mais  alto  de  sempre, afectando  mais  de  26  mil  quilómetros  quadrados  no  espaço  de  um  ano.  O  balanço  foi avançado pelo governo brasileiro. 

    De acordo com a BBC, a desflorestação da Amazónia ao  longo destes 12 meses representa um aumento de 6% em relação ao ano anterior. Na origem do abate de milhares de árvores está,  entre  outros  factores,  o  objectivo  de  aumentar  a  área  de  plantação  de  colheitas. No Estado  de  Mato  Grosso,  ‐  onde  ocorreu  quase  metade  desta  desflorestação  ‐,  a  exótica vegetação amazónica deu lugar a campos de soja. Uma cultura que, em 2004, atingiu recordes nas exportações brasileiras para a China e a Europa. 

   O  novo  balanço  oficial  surpreendeu,  no  entanto,  o  próprio  governo  brasileiro,  cujas estimativas apontavam para um aumento na desflorestação da Amazónia de cerca de 2%. Em vez disso, a área desflorestada entre o Verão de 2003 e 2004 atingiu os 26 130 quilómetros quadrados. O valor mais alto de destruição da floresta ‐ desde que o Brasil iniciou o estudo do problema, em 1988 ‐ remonta ao período entre Agosto de 1994 e Agosto de 1995, com 29 059 quilómetros quadrados. 

   Numa  reacção aos números divulgados, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, citada pela Lusa, destacou o elevado crescimento económico do país em 2004 como um dos factores que contribuíram para o aumento da desflorestação. No entanto, a governante considerou o cenário "indesejável" e admitiu que as medidas adoptadas por Brasília para inverter a situação não produziram efeito.  

   Causas 

   As florestas estão a ser queimadas com a finalidade de criar de forma rápida pastagens para suportar a indústria de carne. Principalmente para a produção de carne enlatada . 

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   Necessidade de aplicar novas técnicas agrícolas para o aumento da produção (ex.rotação de culturas).     Corte e abate de árvores por motosserras e outros processos devido à valiosidade das madeiras tropicais, a “madeira dura tropical”, vendida aos países mais ricos.     As florestas estão a ser substituídas por barragens hidroeléctricas para fornecimento de energia, a terra é invadida para a produção de electricidade.     O rápido crescimento populacional, leva a uma constante pressão no sentido de ser permitido às populações estenderem‐‐se para áreas marginais. O crescimento populacional leva assim à necessidade de se criarem novas habitações, obrigando à destruição das florestas tropicais, como a Amazónia.      Uma causa directamente relacionada com o abate de árvores é o facto de a Amazónia apresentar habitantes com hábitos diferentes:  

• os índios nativos (originais), que têm um impacto muito reduzido no meio ambiente; •  os descendentes de portugueses e de espanhóis; •  e índios que têm a designação específica de caboclos.  

   Os caboclos, apesar de índios, têm uma cultura do Mundo Ocidental, vivendo da agricultura e da pesca. Possuem um grande impacto destruidor já que utilizam o sistema de desmatar, queimar, plantar e abandonar quando a terra deixa de ser rentável, ou seja, após um período máximo de 5,6 ou 7 anos desde o início do cultivo da terra. 

    O segundo grupo de pessoas tem uma capacidade de destruição muito superior aos grupos anteriores e é um grupo relativamente recente na Amazónia, são os exploradores de ouro, os cortadores de madeira e os criadores de gado. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig 5: Desflorestação do Amazonas Brasileiro, 1998‐2009 

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5. SITUAÇÃO DA DESFLORETAÇÃO EM MOÇAMBIQUE  

5.1. Contextualização      Em Moçambique a energia da biomassa representa cerca 80% de consumo doméstico. A maior parte das  famílias  residentes em  zonas urbanas utiliza  combustíveis  lenhosos (lenha e carvão) como  fonte de energia primária e  todas as  famílias  rurais dependem destes  combustíveis  para  satisfazer  as  suas  necessidades  em  energia  doméstica  e incrementar a sua renda. 

   A  principal  fonte  de  energia,  tem  sido  as  florestas  naturais,  visto  que  nos  últimos tempos  tem  se  verificado  o  desflorestamento  das  áreas  florestais  devido  a  pressão exercida pelas comunidades rurais na procura de  lenha e produção de carvão para uso como  energia  e  fonte  de  renda  respectivamente.  O  uso mais  intensivo  da  biomassa como energia está concentrada nas regiões Sul e centro do País. É neste contexto, que o Ministério da Energia através da DNER tem estado a promover as novas tecnologias de produção  de  carvão  (fornos melhorados)  e  de  utilização  de  lenha  e  carvão  (fogões melhorados) a nível doméstico e institucional (escolas, hospitais, quartéis, etc.) no país, com  vista  a  preservar  estes  recursos  de modo  a  permitir  que  as  gerações  vindouras 

possam beneficiar do mesmo. 

5.2. Florestas sagradas a saque    As áreas madeireiras de conservação, consideradas  sagradas, no país estão a 

ser  ilegalmente  exploradas  na  zona  centro  e  norte,  situação  que  está  a 

contribuir, em  larga medida, para a degradação do ambiente, disse a directora 

Executiva do Centro Terra Viva, Alda Salomão, abordada pela nossa Reportagem 

por ocasião do dia Internacional das Florestas, assinalado esta quarta‐feira, 21 de 

Março  de  2007. A  legislação moçambicana  prevê,  através  do  decreto  número 

10.99 de 7 de Julho a protecção das florestas e da fauna bravia, impondo multas 

e outras medidas coercivas aos que transgridem o preconizado na lei. 

       Alda Salomão diz que é  responsabilidade do Estado controlar este cenário, 

uma vez dispor de mecanismos próprios para o efeito. 

  (http://www.me.gov.mz/prt/)

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6. CAUSAS DA DESFLORESTAÇÃO   

6.1. No geral    As causas da desflorestação podem‐se dividir em causas directas e indirectas. Causas directas: 

• A exploração madeireira dos bosques. A madeira quando se leva a cabo com fins industriais, é realizada em grande escala, convertendo‐se em uma das principais causas de desflorestação a nível mundial;  

• A substituição dos bosques para a agricultura e o gado. O solo dos bosques é um solo pobre para ditas práticas, porque com o passar do tempo, ele se transforma  numa terra totalmente degradada;  

• A urbanização;  

• As minas e a actividade petroleira;  

• A construção de infra‐estruturas, baragens hidroeléctricas onde se inundam áreas de bosques, estradas, etc.;  

• Os incêndios florestais;  

• A chuva ácida.  

• A crescente dívida dos países subdesenvolvidos ao mundo industrializado encoraja à exploração de todos os recursos naturais existentes, num esforço para conseguir moeda forte a curto prazo.  

   As causas indirectas, são aquelas que permitem que as causas directas existam, nomeadamente: 

• Os modelos de produção e consumo, que originam uma grande demanda de madeira, principalmente nos países desenvolvidos;  

• Políticas económicas e sociais equivocadas, algumas delas estimulando a substituição dos bosques pela agricultura e pelo gado em larga escala, com fins de abastecer o mercado internacional, outras, ao contrário, forçam a muitos trabalhadores rurais pobres a destruir os bosques para poder cultivar a terra e sobreviver;  

• A industrialização descontrolada que provoca contaminação e ocasiona as chuvas ácidas.  

 

6.2. Em Moçambique 

   A desflorestação no país tem como diversas causas especificamente: 

• exploração florestal ilegal; 

•  queimadas descontroladas; 

•  agricultura não sustentável; 

•  alterações climáticas e outras situações. 

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   Outra causa mais séria, é a corrupção praticada por funcionários do Estado no sector, 

permitindo que grandes quantidades de madeira sejam cortadas e exportadas em forma 

de  touros. Relativamente à exportação dados não  confirmados  indicam que existe na 

Zambézia  e  Cabo  Delegado  touros  prontos  a  serem  exportados  avaliados  em  vários 

milhões  de  dólares. 

   A  fragilidade no sistema de  fiscalização e a  falta de consideração do dano ambiental 

também  são  outras  causas  que  concorrem  para  o  desmatamento  das  florestas. 

   O sector de florestas em Moçambique tem uma grande importância sócio‐económica e 

ambiental. Cerca de 80% da população vive em áreas  rurais e depende da  lenha para 

cozinhar. Entretanto, menos de 10% recorrem ao carvão. 

   A produção e utilização de todas as formas de energia têm associadas consequências 

ambientais. A combustão de  lenha, por exemplo, contribui para o desflorestamento, a 

destruição das florestas reduz a capacidade da região de refrear as alterações climáticas, 

uma vez que as florestas actuam como colectores de dióxido de carbono. 

(Redacção de "O País" ‐ 22/03/2007) 

6.3.População, florestas e exploração florestal 

   Mesmo  que  Moçambique  tenha  incrementado  seus  índices  de  crescimento econômico, “as diferenças  também estão  incrementadas, sendo que a maior parte do crescimento no PIB vai para os 20% de cima, enquanto a quantidade de pobres, muito pobres e extremamente pobres está aumentando” (Hanlon, 2007). 

   A maior  parte  dos moçambicanos  vive  em  áreas  rurais,  dependendo  dos  recursos naturais para seu sustento diário. A agricultura de subsistência é praticada pela maioria da população  rural pobre, e  a  comercialização dos produtos  só é possível quando há excedentes  de  produção.  Cerca  de  7%  da  população  tem  acesso  à  eletricidade‐  o restante usa  lenha,  carvão, gasolina e gás. A  coleta de  lenha e  a produção de  carvão para cozinhar e se aquecer representa 85% do total do consumo energético no país. 

   Madeiras de todo tipo inclusive as de alto valor são usadas pelas comunidades para a construção  de moradias  e  para  artesanato,  especialmente  entalhes  e  esculturas.  Os produtos  florestais  não  madeireiros  (NWFPs)  incluem  plantas  medicinais,  juncos, bambu,  canas e alimentos das estepes  como hortaliças  silvestres,  frutas e  tubérculos, entre  outros.  A maioria  desses  NWFOs  não  são  comercializados  pelas  comunidades locais, devido principalmente à  falta de  infra‐ estrutura e às dificuldades de acesso às cidades e mercados. O  resultado é que as esteiras,  cestos, cadeiras e  camas  feitas de gramíneas são vendidas principalmente ao longo das estradas principais. 

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6.4. Lei Territorial das florestas e vida silvestre 

   Duas  legislações  controlam  e  protegem  as  partes  envolvidas  com  os  recursos florestais: A Lei Territorial de 1997 e a Lei das Florestas e a Vida Silvestre de 1999, com regulações  aprovadas  só  em  2002.  A  Lei  Territorial  (1997)  reconhece  e  protege  os direitos tradicionais à terra,  inclusive às  florestas. A Lei das Florestas e a Vida Silvestre (1999)  descreve  os  direitos  e  benefícios  das  comunidades  locais  que  dependem  das florestas,  tais  como:  o  uso  dos  recursos  para  a  subsistência,  a  participação  no  co‐ manejo  dos  recursos  florestais,  a  consulta  à  comunidade  e  a  prévia  aprovação  de concessões  de  direitos  de  exploração  a  terceiras  partes,  os  benefícios  do desenvolvimento decorrentes da produção madeireira sob um sistema de concessão. 

   A Lei Territorial de 1997 reconhece os direitos comunitários à terra e obriga à consulta à  comunidade  quando  ocorrer  a  alocação  de  direitos  de  uso  a  uma  segunda  parte. Também  faz  um  reconhecimento  limitado  dos  direitos  consuetudinários  de  forma  a defender os direitos das mulheres (Negrão, 1999). Mesmo que as comunidades possam usar  os  produtos  florestais  para  seu  próprio  consumo,  não  são  permitidos  de comercializar esses produtos sem uma licença (Norfolk et al., 2004). 

   A Lei das Florestas e a Vida Silvestre visa ao manejo sustentável dos recursos florestais, e à criação de uma estrutura mais efetiva para a geração e distribuição da arrecadação fiscal correspondente. Para essa  lei, é essencial o conceito de Manejo Comunitário dos Recursos Naturais  (CBNRM), que tem sido amplamente adotado no sul da África como um  “processo  de  descentralização  que  visa  dar  às  instituições  populares  o  poder  de decidir e o direito de controlar seus recursos” (Nhantumbo et al., 2003). 

   Um dos maiores defeitos da Lei Florestal é que não inclui os critérios de ocupação em relação às comunidades que reclamam os direitos aos recursos. A lei só oferece alguma proteção em relação às atividades de subsistência. É preciso concluir então que as duas leis controlam o uso da floresta se contradizem substancialmente, já que a Lei Territorial possibilita  a  transferência  de  direitos  autênticos  à  terra,  enquanto  a  Lei  Florestal restringe o uso de recursos à subsistência não comercial (Norfolk et al., 2004). Assim, a Lei Florestal coloca no mesmo terreno de  jogo às comunidades  locais e às companhias internacionais  e  do  setor  privado,  o  que  significa  que  elas  devem  solicitar  licenças  e 

implementar planos de manejo da mesma forma que o faz o setor privado, a despeito do fato de elas não terem recursos técnicos nem financeiros para fazê‐ lo. 

6.5. Ameaças às florestas – extracção ilegal de madeira 

   Conforme o inventário florestal nacional de 2007, a principal causa do desmatamento no país é a pressão humana que provoca as queimadas das áreas  florestais para abrir áreas de cultivo, coleta de lenha e produção de carvão. O índice de desmatamento anual no país está na casa de 219.000 hectares ao ano, equivalente a uma mudança de 0,58% ao ano. (DNTF, 2007). 

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   Apesar  de  o  inventário  sugerir  que  os  índices  de  desmatamento  estão  diretamente relacionados  com  a  quantidade  de  população  por  província,  há  vários  estudos  que indicam que as principais causas de desmatamento são a extração ilegal e insustentável de madeira, e em menor medida, as queimadas florestais. 

   Contudo, as queimadas provocadas pelo homem  têm  se generalizado no país, até o ponto de terem modificado o período de rotação, a frequência e a intensidade do fogo nas  florestas  de  miombo  do  norte  de  Moçambique.  Essas  acções  têm  importantes impactos nos índices de sobrevivência das sementes e das plantas mais jovens, já que o período entre as queimadas  foi  reduzido drasticamente. Além disso, o baixo  índice de crescimento da  floresta de miombo  faz com que as plantas sejam  incapazes de atingir um tamanho seguro antes da próxima queimada. 

   A exploração  ilegal das  florestas é um problema bem documentado e, com base em estimativas de um estudo  feito pelo DNFFB e a FAO (2003), a produção clandestina de madeira  em Moçambique  pode  ser  responsável  por  50  a  70%  da  produção  nacional total.  

   O mecanismo  de  encaminhar  20%  dos  rendimentos  florestais  para  as  comunidades locais  tem  sido mal  implementado, e apenas umas poucas  comunidades  receberam o dinheiro. Há  várias  restrições  a  respeito desse mecanismo,  sentidas  tanto pelo  SPFFB (Serviços Provinciais de Floresta e Fauna Bravia) e as comunidades locais tais como: 

o os altos custos envolvidos no processo, o  a débil difusão da lei, a excessiva burocracia, o  a falta de comunicação entre os diferentes atores,  o os  rígidos  mecanismos  bancários  para  as  comunidades  locais  abrirem  uma 

conta, o  a débil sociedade civil, entre outros.  

   As  comunidades  que  eventualmente  recebem  os  20%  também  enfrentam  os problemas relacionados com sua capacidade de lidar com o dinheiro e com os eventuais projectos que pretenderiam implementar. 

   A capacidade governamental para aplicar as  leis é extremamente fraca. O corte  ilegal de madeira  está,  portanto,  generalizado,  e  os  operadores  florestais  frequentemente cortam  mais  do  volume  permitido  pela  licença,  transportam  as  toras  sem documentação,  cortam  árvores  com  tamanho menor  do  diâmetro  legal,  e  arrancam árvores para exportação. 

   Em  uma  entrevista  com  o  diretor  provincial  de  alfândegas  (Customs  Provincial Directorate, Pemba, 21 de agosto de 2007), ele comentou sobre a corrupção do sistema, que  inclui a declaração de volumes menores, o  falso  registro da  carga e das espécies madeireiras, e a exportação ilegal de toras de espécies (4) de madeira de primeira classe ou maiores que o tamanho legal de 10 cm. 

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    Os exportadores asiáticos dominam o mercado e estão mais interessados nos troncos porque o destino principal (China) não impõe taxas (ou são muito baixas) aos troncos, e sim  impõe  taxas  significativas  sobre  a  madeira  processada.  Vários  entrevistados comentaram que as taxas na China foram a principal razão pelo interesse em troncos, e não  a  alta  ineficiência  das  plantas  processadoras  (cerca  de  50%)  em  Moçambique, porque  as perdas  são  cobertas pelas plantas processadoras e não pelos  compradores asiáticos, que pagam por volume de produto final. 

   Ao mesmo tempo, parece que o país está agora direcionando os esforços em direção ao desenvolvimento de estratégias para a produção de agrocombustíveis e plantações. Em uma visita  recente através de Moçambique,  ficou evidente que a maior parte das províncias,  postos  administrativos  e  municípios  estão  ávidos  por  projectos  de agrocombustíveis,  que  são  vistos  como  uma  forma  para  sair  da  pobreza.  Há  vários planos para a produção de agrocombustíveis e etanol, principalmente a partir de jatrofa e cana‐de‐açúcar. Dependendo da escala e a localização desses planos, podem se tornar uma das maiores ameaças de desmatamento em Moçambique, já que as áreas florestais serão substituídas por plantações, e as comunidades rurais dependentes da agricultura e a coleta de produtos florestais ficarão ainda mais marginalizados. 

   Já foi dito que se os índices de desmatamento continuarem crescendo, os recursos se esgotarão em um período de 5 a 10 anos.  Isso  forçará às comunidades  locais a migrar para terras degradadas, colocando em risco o seu sustento. Serão providenciados meios de vida alternativos para a população  rural pobre? Poderão as cidades moçambicanas receber uma imigração maciça? 

   A necessidade de proteger as  florestas moçambicanas e, portanto, o sustento  local é uma questão urgente e deveria ser uma prioridade na agenda do Governo, em vez de desenvolver planos de  reflorestamento e projetos de agrocombustíveis, que acabarão concorrendo  pela  terras  florestais,  enquanto  colocarão  em  risco  as  comunidades dependentes das florestas. 

7. CONSEQUÊNCIAS   A análise das consequências da desflorestação suscita questões positivas e normativas. 

o Da  perspectiva  positiva  interessa  caracterizar  em  termos  geo‐  ecológicos  e socioeconómicos  o  equilíbrio  (estacionário)  de  longo  prazo.  A  questão fundamental,  nesse  sentido,  é  a  existência  de  um  equilíbrio  sustentável  das características essenciais do ecossistema. 

o Do ponto de vista normativo, as  consequências dos  cenários alternativos  sao comparadas em termos de bem estar social o que necessariamente  implica na analise de problemas de equidade e julgamentos de valor.  

 

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7.1.Consequências positivas 

o Tornou possível a construção de comunidades.  o sócio  ‐  culturalmente,  a desflorestação  significa  conversão de  terra  florestal  a 

terra habitável e produtiva; o Economicamente,  contribuiu  muito  em  dar  a  muitas  comunidades  a 

oportunidade de fazer mudanças positivas em suas vidas;  

7.2. Consequências negativas • Destruição da biodiversidade, devido a perda do seu habitat; 

• Genocídio  e  etnocídio  das  nações  indígenas,  devido  a  perda  da  sua  fonte  de sobrevivência; 

• Erosão  e  empobrecimento  dos  solos,  o  que  leva  a  um  empobrecimento  dos solos,  como  resultado  da  retirada  de  sua  camada  superficial  e, muitas  vezes, acaba inviabilizando a agricultura; 

• Enchente  e  assoreamento  dos  rios,  como  resultado  da  elevação  da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, muitas vezes, trazer dificuldades para a navegação; 

• Diminuição  dos  índices  pluviométricos,  devido  ao  desequilíbrio  do  ciclo hidrológico; 

• Elevação  das  temperaturas,  como  consequência  da maior  irradiação  de  calor para a atmosfera a partir do solo exposto; 

• Desertificação, devido à combinação dos fenómenos de diminuição das chuvas, elevação das temperaturas, empobrecimento dos solos e, portanto, acentuada diminuição da biodiversidade; 

• Proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrios nas cadeias alimentares.  Algumas  espécies,  geralmente  insectos,  antes  em  nenhuma nocividade,  passam  a  proliferar  exponencialmente  com  a  eliminação  de  seus predadores, causando graves prejuízos, principalmente para a agricultura. 

8. ABORDAGENS PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA DA DESFLORETAÇÃO 

Existem duas posturas clássicas e extremistas: 

•  Uma que  acredita não haver alternativas para evitar a desflorestação, e, até, acredita  que  algumas  florestas  (como  a  amazónia)  deveriam  tornar‐se  o graneiro  do  mundo  ‐  inaceitável,  quando  se  considera  as  consequências socioeconómicas, ambientais e climáticas; 

•  Outra que entende que o Estado deve garantir que ninguém toque nas florestas ‐  irrealista, quando se  lembra que os Estados  tem hectares com comunidades que moram nas florestas). 

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8.1. Certificação da madeira    Conscientes  dos  problemas  da  desflorestação  e  suas  consequências,  em  1993  se reúnem  em  Toronto,  Canadá,  representantes  de  organizações  ambientalistas, organizações  indígenas,  indústrias madeireiras,  comerciantes  de  produtos  florestais  e outros grupos e instituições, pertencentes a 25 países. 

   Criou‐se o sistema de certificação florestal FSC, cujas siglas em inglês significam Forest Stewardship Council (Conselho de Administração Florestal), com propósito de melhorar o manejo dos bosques para tentar salvar o planeta da desflorestação‐ 

   Certificação da madeira É um sistema de monitoramento que certifica que os produtos de  origem  florestal  foram  extraídos  de  bosques  após manejo  adequado  do  ponto  de vista ambiental, económico e social, a partir de certos standards estabelecidos. 

   Hoje em dia existem diversos sistemas de certificação, tanto regionais como nacionais (Pan  European  Forest  Certicate  –  PEFC,  Canadian  Standard  Association  –  CSA,  etc.), porém é o FSC o mais importante e reconhecido dentre eles, e é o único aplicável a nível internacional. 

8.2. ONG´s Anti‐pro‐desflorestação    Para muitas ONG’s a certificação não vai na direcção correcta,  já que se concentra 

basicamente  na  maneira  de  devastar  e  depende  de  que  os  consumidores  queiram comprar madeira  certificada  para  que  o  sistema  seja  vitorioso,  quando  realmente  se deveria tratar de reduzir o excessivo consumo de madeira no mundo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

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Bibliografia 

• e‐mail: [email protected]. A versão na íntegra desse artigo está disponível em:http://www.wrm.org.uy/countries/Africaspeaks/Overview_problems_Mozambique_forests.pdf 

• www.memoriaviva.org.br 

• http://dn.sapo.pt 

• http://campus.fct.unl.pt