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Desenvolvimento Rural e
Cadeias Produtivas
Larissa Bueno Ambrosini
Carlos Alberto Oliveira de Oliveira
Pesquisadores – Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária
Porto Alegre, 21 de novembro de 2012.
O debate sobre Desenvolvimento
• Desenvolvimento nos últimos 60 anos
– Trinta gloriosos: sob a égide da possibilidade de
desenvolvimento
– 1990: marcado pela impossibilidade do desenvolvimento
A era do Desenvolvimento
• 1948: Política externa americana
• Contexto: Guerra fria
• Desenvolvimento enquanto crescimento econômico
• Teórico : W.W.Rostow (1960). Os estágios do desenvolvimento
econômico, um manifesta não-comunista - The stages of economicgrowth, a non-comunist manifesto
O aumento da riqueza não impede o da pobreza
• PIB não serve como indicador de melhoria das condições de vida das pessoas
• Desenvolvimento : crescimento econômico x desenvolvimento desigual
• Continuum entre subdesenvolvimento e desenvolvimento é ilusório
• Teórico: Milton Santos (1975). A Periferia está no Pólo: o Caso de Lima, Peru
A impossibilidade do desenvolvimento
• 1980:
– segundo choque do petróleo
– “a década perdida”
– Relatório Brundtland (1987)
• 1990: Eco 92
• Repensando o modelo
A era do Desenvolvimento no mundo rural
• Revolução verde
• Difusionismo
• Agricultura baseada em
– alta tecnologia
– alta concentração de insumos
– produtividade crescente
A era do Desenvolvimento no mundo rural
• Consequências negativas do modelo intensivo de produção agrícola:
– Diminuição da mão de obra empregada
• Problema: quando a atividade econômica urbana é incapaz de absorver a mão de obra excedente
– Aumento do uso de insumos
• Problema: modelo agrícola de alto custo, margens de lucro para o agricultor diminuem (treadmill tecnológico)
• Problema: Contaminação de solo e água
• Repensando o modelo
Paradigmas territorialistas do desenvolvimento
• Teóricos. Bagnasco; Trigilia; Brusco. – BRUSCO, S. (1982) The Emilian Model: Productive
Decentralisation and Social Integration. Cambridge Journal of Economics. 1982.
– Releitura dos Distritos Industriais de Alfred Marshall
– Rompimento com o estruturalismo e a teoria determinista à la Rostow
– Pesquisas baseadas no desenvolvimento endógeno marcam a emergência do território como unidade de análise de arranjos econômicos
– Clusters, Distritos Industriais, APLs, SPLs, SIAL, Regiões inovadoras
Paradigmas territorialistas do desenvolvimento
• Diferença em relação a abordagem de cadeias e das teorias
clássicas da economia espacial:
– Além de atributos naturais do local e do custo de
transporte:
– Relações horizontais no território
– Trama de relações sociais, identidades históricas,
configurações políticas que desempenham papel pouco
conhecido no desenvolvimento econômico
– Formas de cooperação entre produtores, empresas
Esquema dos Distritos Industriais
Fonte: Adaptado de Felizes, 2005
Esquema da evolução dos Clusters
Fonte: Adaptação de Felizes, 2005
Desenvolvimento Rural
• um modo de desenvolvimento para a agricultura (Ploeg, Long, Banks, 2002, p. 13), onde a esfera produtiva deve estar considerada dentro da criação e consolidação de novas relações entre a agricultura e a sociedade, na criação de respostas para os problemas decorrentes do período de modernização e na reconstituição dos recursos rurais
• Objetivo : trabalhar com processos “visando valorizar a diversidade de recursos de um território, para melhorar o bem-estar de sua população” (Sebillote, 2000, p. 537)
Desenvolvimento rural
• Conciliar modos de produção e sustentabilidade
ambiental
– valorização de modos de produção baseados em pequena escala
– inserção diferenciada no mercado (cadeias curtas, utilização de
selos, IG)
– manutenção de sistemas agrícolas que promovam a sinergia dos
fatores naturais, sendo menos danosos ao meio ambiente
• Teórico. Terry Marsden (2003). The condition of rural
sustainability
Desenvolvimento rural
Desenvolvimento rural no Brasil
• Brasil: debate incipiente
– Segurança alimentar
– Balança comercial
– Padrão demográfico
– Contaminação de solo e água
– Desmatamento
– Perda da biodiversidade
Desenvolvimento rural
• Multidisciplinaridade
– Dissertação : Sistema Agroalimentar do Queijo Serrano: estratégia de reprodução social dos pecuaristas familiares dos Campos de Cima da Serra
– Tese : A contribuição da Gestão ao Desenvolvimento Rural: estudo de caso sobre os produtos alimentares de montanha
Produção de alimentos
Fonte: aveworld
27-09-2012
Ambiente institucional
Fonte: Estadão/política
17-10-2012
Ambiente organizacional
Fonte: globo rural
14-08-2012
Sinais dos mercados
05-11-2012
Fonte: G1 RS
Sanidade animal e mercados
Quantidade e valor exportado de carne de frango in natura para a União Europeia.
Fonte: Alves, 2008.
Preços agrícolas
08-2012
AGRIBUSINESS
“A soma das operações de produção e distribuição de suprimentosagrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, doarmazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas eitens produzidos a partir deles” (Davis & Goldberg, 1957).
INSUMOSPRODUÇÃO
RURALINDÚSTRIA COMÉRCIO
Agronegócios
REFERENCIAIS DE ANÁLISE
Agricultura, pecuária e pesca;
Indústrias agroalimentares;
Distribuição agrícola e alimentar;
Comércio internacional;
Consumidor;
Indústrias e serviços de apoio.
SAI – Sistema Agroindustrial
O SAI envolve todo o conjunto dos setores da economia presentes no agronégocio.
Não está associado a nenhuma matéria-prima ou produto final específico.
�Complexo de Produção Agroindustrial-
CADEIA PRODUTIVA DO BISCOITO
COMPLEXO AGROINDUSTRIAL TRIGO
Níveis de análise do sistema agroindustrial
Fonte: Rossi & Neves, 2001.
Abordagem sistêmica
A abordagem de cadeia produtiva remete à visão
sistêmica do processo como um todo, englobando todos
os agentes envolvidos desde a compra de insumos para
produção, até a venda do consumidor final.
Modelo geral de uma cadeia produtiva
Elementos das cadeias produtivas
• Sucessão de operações de transformação dissociáveisRelação de encadeamento técnico
• Relações ComerciaisFluxo de Trocas
Informações e capitaisFornecedores e Clientes
• Ações EconômicasValoração dos meios de produçãoArticulação de operações
• Formulação e análise de políticas públicas e privadas;
• Metodologia de divisão setorial do sistema produtivo;
• Ferramenta de descrição técnico-econômica;
• Ferramenta de análise das inovações tecnológicas e apoio à tomada de decisão tecnológica;
• Metodologia de análise da estratégia das firmas.
Usos para o conceito de cadeia de produção
Fonte: Morvan, 1988.
Indústria de
insumos e máquinas
Produtores
Indústria de
processa-mento
VarejoConsumi-
dores
Oligopólio Concorrência Oligopólio Oligopólio
Ferramenta de descrição técnico-econômica
CSA - Commodity System Approach
Escola americana
O ponto de partida da análise é a matéria-prima
agrícola específica.
Analyse de filière
Escola francesa
O ponto de partida da análise é o produto
final.
Métodos de análise
Ponto de partida da análise - CSA
Ponto de partida da análise - Filière
Aplicação do conceito de cadeia produtiva
Multidisciplinaridade
Bibliografia com enfoque sistêmico da pesquisa
ARBACHE, J. S. Comércio Internacional, Competitividade e Políticas Públicas no Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, 2002.
BATALHA, M. O. Gestão agroindustrial: GEPAI: grupo de estudos e pesquisas agroindustriais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
DAVIS J. A. & GOLDBERG, R. A. A concept of agribusiness. Boston, Harvard
University,
1957.
GOLDBERG, R. A. Agribusiness coordination. Boston: Harvard University, 1968.
MORVAN, Y. Fondements d’economie industrielle. Paris: Economica, 1988.
ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M. F. (Coord.). Economia e gestão dos negócios agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000.
Larissa Bueno Ambrosini
Carlos Alberto Oliveira de Oliveira
Pesquisadores – Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária
Porto Alegre, 21 de novembro de 2012.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!