desenvolvimento psicológico na segunda infância

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© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015 O desenvolvimento psicológico na segunda infância quando as crianças começam a compreender emoções, desejos, intenções e crenças Prof. Jefferson Baptista Macedo Agosto/2015

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Psicologia do Desenvolvimento

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Page 1: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

O desenvolvimento psicológico

na segunda infânciaquando as crianças começam a compreender

emoções, desejos, intenções e crenças

Prof. Jefferson Baptista MacedoAgosto/2015

Page 2: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Os estudos sobre o desenvolvimento humano na

área da Psicologia buscam compreender aspectos

relacionados às mudanças quantitativas e

qualitativas que ocorrem nos domínios físico,

cognitivo e psicossocial do ser humano, tendo em

vista descrever, explicar, prever e modificar o

comportamento (Papalia, et al, 2006).

O desenvolvimento psicológico

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Contexto

Histórico

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Século XIX

• Nascimento da Psicologia Científica...

• Wundt = a mente como objeto e a

introspecção como método...

• Surgem as primeiras propostas teórico-

metodológicas (Schultz & Schultz, 1994).

Contexto histórico

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Os primeiros 50 anos do Século XX

• Behaviorismo - o comportamento como objeto de estudo...

• Psicanálise - a mente como objeto e a introspecção como método...

• O confronto metodológico pela busca da supremacia...

• Apresentação de resultados insuficientes...

• Surgimento de uma crise de paradigmática...

• Nascimento das psicologias humanistas e transpessoais

(Schultz & Schultz, 1994).

Contexto histórico

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Décadas de 1950/1960

Em reação a esse cenário surge o cognitivismo, que inclui...

• o reconhecimento da insuficiência dos modelos teóricos existentes...

• o aparecimento e a ascensão de áreas como da Inteligência Artificial...

• as ideias inovadoras na área de linguística, de Noam Chomsky...

• um novo paradigma sobre a pesquisa científica,

pelo racionalismo crítico de Karl Popper (Schultz & Schultz, 1994).

Contexto histórico

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Contexto

Científico

Page 8: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

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O cognitivismo, buscando compreender a

mente, deu origem à Ciência Cognitiva,

integrando conhecimentos de áreas como...

Contexto Científico

Antropologia Psicologia

Neurociência

Ciências da

Computação

Linguística

Filosofia

da Mente

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A Ciência Cognitiva se caracteriza pelo estudo

científico da mente, tendo como foco a cognição

humana, como fenômeno que contempla a relação

entre os estados mentais e a produção de

comportamentos inteligentes e orientados a um

objeto ou evento (Schultz & Schultz, 1994).

Contexto Científico

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Em 1956 surgiram as primeiras publicações de

estudos importantes realizados por Jerome Seymour

Bruner (1915-), George Allen Austin (1923-1956) e

Jacqueline Jarrett Goodnow (1924-2014), sendo as

primeiras tentativas de abordar temas tratados na

Psicologia sob uma perspectiva cognitivista e

considerado o nascimento formal da Psicologia

Cognitiva (Schultz & Schultz, 1994).

Contexto Científico

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© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Um marco reconhecido na área foi a publicação, em

1967, do livro Cognitive Psychology, de Ulric Neisser

(1928-2012). A partir desta publicação, foi definida

assim...

Psicologia Cognitiva é o estudo dos processos de

tratamento de informação pelos quais a mente, por

meio da representação psíquica, assegura a gestão

do comportamento humano (Schultz & Schultz, 1994).

Contexto Científico

Page 12: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A Psicologia Cognitiva tem como objeto

de estudo os processos simbólicos

e as representações mentais que

subsidiam os fenômenos e atividades

cognitivas (Eysenck & Keane, 1994).

Contexto Científico

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© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

As representações mentais constituem o processo

pelo qual o ser humano cria na mente um modelo do

mundo real ou um estado mental relacionado a ele...

São códigos, palavras ou imagens criadas para mediar

a relação do sujeito com o meio externo, nomeando os

estados mentais relacionados aos conteúdos recebidos,

estando eles presentes ou ausentes (Eysenck & Keane, 1994).

Contexto Científico

Page 14: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

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O campo de pesquisas que têm como foco as questões

pertinentes às representações mentais e sua relação

com comportamentos externalizados é denominado de

Psicologia Cognitiva Experimental...

Constitui-se como uma das correntes da Psicologia

Cognitiva, dentre outras que existem (Neufeld & Stein, 2011).

Contexto Científico

Page 15: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A Psicologia Cognitiva Experimental é

influenciada por movimentos teóricos, perspectivas

filosóficas e recursos tecnológicos provenientes de

áreas como a Neuropsicologia Cognitiva, a

Ciência Cognitiva Computacional e a

Neurociência Cognitiva, dentre outras (Neufeld & Stein, 2011).

Contexto Científico

Page 16: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

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As pesquisas

com crianças

Page 17: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

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Sob uma perspectiva histórica, a

respeito do conhecimento sobre a

mente das crianças, pode-se

destacar 3 fases principais de

investigação na área da

Psicologia Cognitiva (Flavell, 2004).

As pesquisas com crianças

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A primeira fase, na década de 1950, direta

ou indiretamente, resultou das teorias e

investigações realizadas por Jean Piaget

(1896-1980)...

Piaget a acreditava que quando as crianças

começavam a se desenvolver cognitivamente,

incialmente são egocêntricas, não conhece

domínios conceituais, perceptuais ou afetivos (Flavell, 2004).

As pesquisas com crianças

Page 19: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A segunda fase, a partir início dos anos de 1970,

incluía teorias e pesquisas sobre o desenvolvimento

da metacognição em crianças, com destaque para o

pesquisador John Flavell (1928-)...

Metacognição é a habilidade de reconhecer os

próprios processos cognitivos e controlá-los, monitorando,

organizando e modificando-os para realizar tarefas

específicas como ler, calcular, raciocinar, dentre outras e,

sozinho, selecionar e usar a melhor estratégia para

executá-las (Flavell, 2004).

As pesquisas com crianças

Page 20: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A terceira fase começou na década de 1980 e

teve como foco estudar os processos cognitivos

elaborados pelas crianças que a permite interpretar

as informações que recebe do meio e teorizar sobre

as situações sociais, fazendo previsões e

antecipando novos eventos (Flavell, 2004).

As pesquisas com crianças

Page 21: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A compreensão que crianças desenvolvem, nos

primeiros anos de vida, sobre estados mentais como

desejos, emoções, intenções e crenças, que a

possibilitará criar hipóteses e prever as ações de

outras pessoas em diferentes situações...

Essa habilidade considerada essencial à adaptação da

vida social foi denominada na literatura científica como

teoria da mente (Wimmer & Perner, 1983).

As pesquisas com crianças

Page 22: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

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Teoria da

Mente

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Desde seu surgimento, o termo teoria da mente passou a

ser utilizado para se referir a 3 diferentes fenômenos...

• uma estrutura cognitiva que leva ao desenvolvimento de

certas habilidades...

• uma perspectiva teórica que busca explicar esse

desenvolvimento sociocognitivo...

• uma área de pesquisa e investigação

dessas habilidades.

A teoria da mente

Page 24: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Quando a criança desenvolve uma

teoria da mente torna-se capaz de...

• identificar manifestações de emoções...

• interpretar desejos...

• reconhecer intenções...

• formar conceitos sobre crenças

verdadeiras ou falsas (Dunn, et al, 1991).

A teoria da mente

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© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Mesmo ainda sem ter a

linguagem desenvolvida,

pesquisas revelaram que muito

precocemente crianças entre

15 e 18 meses já conseguem

distinguir emoções simples de

outras pessoas das suas

próprias (Flavell, 1999).

A teoria da mente

Page 26: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Entre 3 e 6 anos, as crianças percebem

que pensamentos são atividades

internas, não se confundem com ações

físicas ou outros objetos e eventos

externos (Flavell, 1999).

A teoria da mente

Page 27: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Por volta dos 3 anos, as

crianças demonstram entender

que, assim como os desejos, o

pensamento faz referência a

objetos presentes, ausentes ou

não reais e pode ser

representado por termos que

expressam esses estados

mentais (Flavell, 1999).

A teoria da mente teoria da mente

de 1ª ordem

Page 28: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Por volta dos 3 anos, as

crianças demonstram entender

que, assim como os desejos, o

pensamento faz referência a

objetos presentes, ausentes ou

não reais e pode ser

representado por termos que

expressam esses estados

mentais (Flavell, 1999).

A teoria da mente teoria da mente

de 1ª ordem

teoria da mente

de 2ª ordem

Page 29: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Por volta dos 3 anos, as

crianças demonstram entender

que, assim como os desejos, o

pensamento faz referência a

objetos presentes, ausentes ou

não reais e pode ser

representado por termos que

expressam esses estados

mentais (Flavell, 1999).

A teoria da mente teoria da mente

de 1ª ordem

teoria da mente

de 2ª ordem

teoria da mente

de 3ª ordem

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Palavras que representam estados mentais

relacionados a emoções, desejos, intenções

e crenças, são verbos que buscam

expressar estados internos não acessíveis

diretamente à observação, como sentir,

desejar, querer, achar, são denominados

termos mentais (Flavell, 1999).

A teoria da mente

Page 31: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Os termos mentais compõem a denominada

folk psychology, um paradigma das

ciências psicológicas que se caracteriza pelo

uso de um vocabulário em que conceitos

mentais, como os já citados, são utilizados

de modo que se possa compreendê-los e,

com isso, descrever e prever o

comportamento humano (Dennett, 1997).

A teoria da mente

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Assim, a folk psychology adotando conceitos

provenientes dos estados mentais, possibilita

que os mesmos sejam passíveis de verificação

semântica, ou seja, avaliação de seu conteúdo

proposicional e sua relação com o comporta-

mento, este sim, observável (Dennett, 1997).

A teoria da mente

Page 33: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

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A inserção social da criança apoia-se no principal

instrumento de representação e mediação simbólica,

que é linguagem...

É a linguagem, como função executiva, que possibilita

a representação de estados mentais.

Crianças que já possuem desenvolvidas certas

competências linguísticas, comunicam e interpretam

estados mentais como mais facilidade (Astington & Baird, 2005).

A teoria da mente

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A teoria da mente

É no convívio social, por meio das

interações linguísticas, que a

criança aprende a diferenciar situações

que envolvem emoções, desejos,

intenções e crenças de outras pessoas

e interagir com elas frente aos seus

próprios estados mentais (Astington & Baird, 2005).

Page 35: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

O termo teoria da mente entrou para a

literatura científica pelo menos por duas vias

diferentes. A mais conhecida remete a por David

Premack e Guy Woodrulff (1978), que usaram o

termo nas investigações que realizaram com

cognição em primatas, definindo-o como um

sistema de inferências que podem ser

usados para prever o comportamento de

indivíduos, atribuindo estados mentais a eles (Astington & Baird, 2005).

A teoria da mente

Page 36: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A pesquisa em

Teoria da Mente

Page 37: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Dois procedimentos metodológicos se

destacaram nos meios de pesquisa sobre a

compreensão de estados mentais:

• a abordagem sócio-interpretativa

• a abordagem cognitivo-causal

A pesquisa em teoria da mente

Page 38: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Na abordagem sócio-interpretativa

os pesquisadores buscam analisar os fatos

em meio às interações que ocorrem em um

contexto social concreto...

Os dados analisados contemplam

observações de expressões linguísticas e

termos mentais que crianças utilizam

comumente em situações de

brincadeiras de faz-de-conta.

A pesquisa em teoria da mente

Page 39: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Na abordagem cognitivo-causal, os

dados são coletados a partir dos resultados

apresentados em atividades controladas

(tarefas) que incidem às crianças a mobilizar

a habilidade a ser analisada de forma mais

pontual e precisa, possibilitando uma

pesquisa de caráter experimental.

A pesquisa em teoria da mente

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© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Heinz Wimmer e Joseph Perner (1983), da

Universidade de Salzburg, Áustria, foram os

primeiros a realizar estudos com crianças e,

inspirados nos estudos de Premack e

Woodruff (1878), desenvolveram uma

atividade experimental que foi denominada

de tarefa de crença falsa, inaugurando

assim, um importante paradigma de pesquisa

experimental no campo da cognição social (Astington & Baird, 2005).

A pesquisa em teoria da mente

Page 41: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A tarefa de crença falsa consiste em um

procedimento no qual conta-se à criança uma história em

que o protagonista possui uma crença que claramente

não condiz com a realidade conhecida por ela...

O objetivo é verificar se a criança consegue distinguir

crença e realidade, ou seja, diferenciar o pensamento de

uma outra pessoa que pode estar enganada em relação

aos fatos da realidade conhecida por ela (Astington & Baird, 2005).

A pesquisa em teoria da mente

Page 42: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A tarefa da crença falsa original criada por

Wimmer e Perner (1983) é considerada clássica e,

desde os primeiros estudos, variações da tarefa vêm

elaboradas e utilizadas com o intuito de verificar,

com mais precisão, os aspectos relacionados à

compreensão de estados mentais.

A pesquisa em teoria da mente

Page 43: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Na tarefa de crença falsa de Wimmer e Perner

(1983) uma história é narrada, na qual, claramente,

o protagonista tem uma crença incompatível com a

realidade...

Pede-se, então, à criança para predizer o que o

protagonista irá fazer naquela situação...

Originalmente, a tarefa de crença falsa criada por

Wimmer e Perner (1983) conta, com o uso de

maquetes e bonecos, a história de Maxi:

A pesquisa em teoria da mente

Page 44: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

“Maxi foi fazer compras com a

sua mãe, ao chegar do mercado,

ele a ajudou a guardar o que

tinham comprado...”

A pesquisa em teoria da mente

Page 45: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

“Maxi guardou o chocolate

no armário verde e saiu

para brincar...”

A pesquisa em teoria da mente

Page 46: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

“Maxi guardou o chocolate

no armário verde e saiu

para brincar...”

A pesquisa em teoria da mente

Page 47: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

“Enquanto Maxi estava fora, sua mãe

pegou o chocolate do armário verde e

colocou no armário azul.”

A pesquisa em teoria da mente

Page 48: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

“Enquanto Maxi estava fora, sua mãe

pegou o chocolate do armário verde e

colocou no armário azul.”

A pesquisa em teoria da mente

Page 49: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

“Maxi fica com fome e

resolve parar de

brincar para comer um

pedaço do chocolate...”

A pesquisa em teoria da mente

Page 50: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Após contar a história, pergunta-

se à criança...

“Ao chegar na cozinha onde

ele irá procurar o

chocolate? No armário

verde ou no armário azul?”

A pesquisa em teoria da mente

Page 51: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

O esperado é que a criança

responda que Maxi irá procurar o

chocolate no armário verde,

indicando distinguir a sua crença

da crença falsa de Maxi.

A pesquisa em teoria da mente

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Page 52: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

A Escala de Tarefas em

Teoria da Mente

Page 53: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Alguns aos depois, Henry Wellman e David Liu (2004)

realizaram uma meta-análise sobre as tarefas aplicadas

nas pesquisas sobre a compreensão de estados mentais...

Identificaram 7 categorias de tarefas e, com base nelas,

criaram uma Escala de Tarefas em Teoria da Mente,

organizada por ordem de dificuldade apresentada nos

resultados obtidos nas pesquisas.

A pesquisa em teoria da mente

Page 54: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

1 – Tarefa de desejos diferentes

Consiste na criança fazer um julgamento para

predizer a ação do outro em uma situação em

que ela própria e esse outro têm desejos

diferentes relacionados aos mesmos objetos(Repacholi & Gopnik, 1997; Wellman & Wooley, 1990).

A pesquisa em teoria da mente

Page 55: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

2 – Tarefa de crenças diferentes

A criança faz um julgamento da ação do outro,

quando ela apresenta crença diferente do outro

sobre os mesmos objetos, sem que ela própria

saiba se a crença do outro é falsa ou verdadeira (Wellman & Bartsch, 1989; Wellman, et al., 1996).

A pesquisa em teoria da mente

Page 56: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

3 – Tarefa de acesso ao conhecimento

A criança, sabendo o conteúdo de uma caixa, avalia o que

outra pessoa sabe sobre o conteúdo dessa caixa, tendo

ciência que essa outra pessoa não conhece o conteúdo da

caixa (Pillow, 1989; Pratt & Bryant, 1990).

A pesquisa em teoria da mente

Page 57: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

4 – Tarefa de crença falsa: conteúdo

A criança sabe o conteúdo de uma caixa e faz um

julgamento sobre a crença falsa de outra pessoa sobre

esse o conteúdo dessa caixa (Perner, Leekam & Wimmer, 1987).

A pesquisa em teoria da mente

Page 58: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

5 – Tarefa de crenças diferentes

A criança deve responder antecipadamente em que

local a outra pessoa irá procurar um determinado

objeto, depois que este é mudado de local sem que

essa pessoa saiba (Siegal & Beattie, 1991; Wellman & Bartsch, 1988).

A pesquisa em teoria da mente

Page 59: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

6 – Tarefa de crença e emoção

Consiste na criança julgar a emoção de outra

pessoa quando na situação de uma crença

equivocada (Harris, et al., 1989).

A pesquisa em teoria da mente

Page 60: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

7 – Tarefa de emoção real-aparente

A criança deve julgar, em uma situação específica,

como uma pessoa se sente e como ela demonstra se

sentir (Harris, et al., 1986).

A pesquisa em teoria da mente

Page 61: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

As respostas das crianças nas tarefas de crença falsa são

pontuadas por valores nominais, através do seguinte critério..

(1) = resposta correta ou esperada

(0) = resposta incorreta ou não esperada

Os resultados são computados a fim de se compor um escore

com todas as tarefas da escala, indicando quantitativamente

o nível de desenvolvimento da compreensão de estados

mentais.

A pesquisa em teoria da mente

Page 62: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Compreendendo melhor a si

mesmo e o outro, a criança regula

boa parte de suas próprias ações

e comportamentos, o que

favorece sua aprendizagem

e ajustamento no mundo das

relações sociais (Dunn, et al, 1991).

A teoria da mente

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Page 63: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

Astington, Janet Wilde & Gopnik, Alisson. (1991). Theoretical explanations of children's understanding of mind. British

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Eysenck, M. W. & Keane, M. T. (1994). Psicologia Cognitiva: um manual introdutório. Porto Alegre: Artes Médicas.

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Referências

Page 64: Desenvolvimento Psicológico Na Segunda Infância

© Prof. Jefferson Baptista Macedo / 2015

O desenvolvimento psicológico

na segunda infânciaquando as crianças começam a compreender

emoções, desejos, intenções e crenças

Prof. Jefferson Baptista Macedo

Doutorando em Psicologia da Educação-PUCSP. Mestre em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação. Graduado

em Pedagogia e Pós-graduado em Psicopedagogia pela Universidade Braz Cubas e Pós-graduado em Liderança e Gestão

de Pessoas pelo Leadership Training Ministry-LTM (CAN). Membro do CONSU 2010-2012 da Universidade de Mogi das

Cruzes. Coordenador Acadêmico dos Cursos de Pedagogia, Letras e História e Coordenador do Apoio Psicopedagógico da

Universidade de Mogi das Cruzes/Campus Villa-Lobos até 2013. Coordenador Pedagógico do Programa Alfabetização

Solidária na Universidade Braz Cubas até 2009. Coordenador do Projeto África/Moçambique pelo Instituto Shaddai desde

2001. Professor convidado do LTM - Leadership Training Ministry - Alberta/Canadá desde 2001. Professor dos cursos de

Psicologia, Pedagogia e Pós-graduação em Psicopedagogia da Universidade Braz Cubas/SP até 2009. Professor de Pós-

graduação em Metodologias de Trabalho com Famílias e Direito Educacional da Faculdade Bagozzi – Curitiba/PR.

Professor dos cursos de Pedagogia, Psicologia, Direito e Pós-graduação na Universidade de Mogi das Cruzes/SP.

Delegado eleito na CONAE 2010/Brasília para o novo Plano Nacional de Educação PNE 2011-2020. Pesquisador na área

de Políticas Educacionais e Práticas Educativas do Núcleo de Ciências Sociais Aplicadas da UMC.