desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO (UnC) PROGRAMA DE MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL GISELE MAROLLI DESENVOLVIMENTO LOCAL: UM ESTUDO BASEADO NA IMPORTÂNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE PITANGA/PR CANOINHAS 2011

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Page 1: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

UNIVERSIDADE DO CONTESTADO (UnC)

PROGRAMA DE MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL

GISELE MAROLLI

DESENVOLVIMENTO LOCAL: UM ESTUDO BASEADO NA IMPORTÂ NCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE PITANGA/P R

CANOINHAS 2011

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GISELE MAROLLI

DESENVOLVIMENTO LOCAL: UM ESTUDO BASEADO NA IMPORTÂ NCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE PITANGA/P R

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional pela Universidade do Contestado (UnC), Canoinhas, sob orientação do Profº. Dr. Valdir Roque Dallabrida.

CANOINHAS 2011

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Dedico este trabalho aos meus pais Elzira Marolli e

Juarez Marolli, pelo amor incondicional e pela

confiança depositada todos os dias. Por terem feito

o possível e o impossível para me oferecerem a

oportunidade de estudar, longe deles, acreditando

e respeitando minhas decisões e nunca deixando

que as dificuldades acabassem com os meus

sonhos, serei imensamente grata.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por ter me dado sabedoria, força, saúde

física e mental para vencer os obstáculos encontrados ao longo do caminho.

Aos meus pais, meu irmão e minha irmã que são o meu grande alicerce.

A toda a minha família, que mesmo distante, me apoiaram na subida de mais este

degrau tão importante da minha vida.

Ao amigo e orientador Profº Dr. Valdir Roque Dalabrida, pela confiança

demonstrada, pelo empenho, paciência e incisivas pontuações, obrigada por tudo.

Aos meus amigos e companheiros de trabalho da UCP que foram flexíveis e

compreensíveis nos momentos que precisei me ausentar.

Às empresas participantes pela atenção e colaboração em passar as informações

buscadas, imprescindíveis para a concretização da presente pesquisa.

Aos amigos da turma de mestrado, pelos momentos felizes, divertidos e animados,

pelas agradáveis lembranças que serão eternamente guardadas no coração, meu

muito obrigado.

A todos os professores e colaboradores do programa, pela valiosa contribuição nos

ensinamentos que colaboraram para minha formação.

À Universidade do Contestado, por proporcionar as condições necessárias para a

realização desta dissertação.

À todas as pessoas que, direta ou indiretamente colaboraram com o sucesso deste

estudo.

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RESUMO

Apesar do potencial e do crescimento observado em Pitanga/PR e região, o crescimento e expansão econômica ainda ocorrem em ritmo lento se comparado com outras regiões do Estado e do País. Nesta dissertação pretendeu-se levantar informações sobre o setor empresarial no município de Pitanga, buscando identificar fatores limitantes e potencialidades para o crescimento empresarial tendo em vista o desenvolvimento local. O trabalho de investigação foi desenvolvido no ano de 2010 e 2011 abordando empresas de diferentes segmentos com o objetivo de obter informações destacando fragilidades e potencialidades para o desenvolvimento empresarial e local. O crescimento empresarial gera emprego e renda, melhorando a qualidade de vida da comunidade. Mas para que haja tal crescimento é necessária a construção de bases como é o caso do incentivo à educação, mas especificamente no que se refere à capacitação profissional da força de trabalho local. Observou-se que, apesar da importância do segmento empresarial para a comunidade de Pitanga/PR e região, este ainda carece de avanços. Um aspecto positivo observado é o bom relacionamento dos clientes para com funcionários e dirigentes das empresas. Outro aspecto que deve ser destacado é a necessidade de maior conhecimento acadêmico dos dirigentes e funcionários das empresas. A escolarização e a capacitação profissional é um investimento empresarial de baixo custo, considerando que as instituições de ensino superior da região adéquam as mensalidades de seus cursos à capacidade de pagamento da comunidade. Constatou-se também a necessidade de incentivo ao desenvolvimento do setor industrial na região. Este seria o investimento mais importante para o desenvolvimento local almejado para o município. Como foi destacado nos resultados, o agronegócio tem grande representação na economia, ou seja, há que se incentivar a agroindustrialização em atividades como a bovinocultura leiteira e a suinocultura que são bem difundidas na região. Acredita-se que uma forma eficiente de se planejar o crescimento industrial é promover a participação e a abertura ao diálogo com a comunidade, criando oportunidades para que a sociedade civil participe mais ativamente da gestão municipal. Palavras-Chave: Desenvolvimento Local e Regional, Micro e Pequenas Empresas, Município de Pitanga, Administração de Empresas

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ABSTRACT Despite the potential and the growth in Pitanga / PR and the region, growth and economic expansion still occur at a slow pace compared with other regions of the state and country this dissertation was intended to gather information on the business sector in the city of Pitanga in order to identify limiting factors and potential for business growth in view of local development. The research was developed in 2010 and 2011 dealing with companies of different sectors with the purpose of obtaining information highlighting weaknesses and potential for business development and location. The business growth generates employment and income, improving the quality of community life. But there is such an increase is required the construction of bases such as the stimulation of education, but specifically with regard to professional skills of local work force. It was observed that, despite the importance of the business segment for the community of Pitanga / PR and region, this still needs improvements. One positive note is the good relationship with customers to employees and company directors. Another aspect to be highlighted is the need for greater academic knowledge of officers and employees of companies. Schooling and vocational training is a low cost business investment, considering that the higher education institutions in the region fit the tuition of their courses to the community's ability to pay. It was also the need to encourage the development of the industrial sector in the region. This would be the most important investment for local development desired for the city. As was highlighted in the results, agribusiness have great representation in the economy, ie, we must encourage industrialization in activities such as dairy cattle and swine that are well spread in the region. It is believed that an efficient way to plan for industrial growth is to promote participation and openness to dialogue with the community, creating opportunities for civil society to participate more actively in municipal management. Keywords: Local and Regional Development, Small and Medium Enterprises, the city of Pitanga, Business Administration

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................. ................................................ 17 2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPE’S) ......... 17 2.2 CARACTERÍSTICAS DAS MICRO E PEQUENAS........................................ 19 2.3 DISCUSSÕES SOBRE O PAPEL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

(PEMES) E EMPRESAS TRANSNACIONAIS (ETS) ..................................... 22 2.4 A IMPORTÂNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ....................... 26 2.5 As PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES ENVOLVENDO AS MICROS E

PEQUENAS EMPRESAS ...............................................................................29 2.6 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL .................................... 31 2.7 O ESTADO DO PARANÁ E AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ........... 34 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 37 3.1 MÉTODOS DE PESQUISA NO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO ............... 37 3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA ............................................................................ 38 3.3 PLANO OPERACIONAL DA PESQUISA ....................................................... 40 3.4 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA ............................................ 42 3.5 PLANO DE AMOSTRAGEM ........................................................................... 43 3.6 INSTRUMENTO E PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS ................ 44 3.7 TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................................ 46 4 RESULTADO E DISCUSSÃO DA PESQUISA ................. ............................. 48 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................. .............................................. 78 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 83 APÊNDICE ..................................................................................................... 91

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Classificação das empresas segundo o número de funcionários

....................................................................................................................................18

Quadro 02 – Classificação das empresas segundo o faturamento anual ........... .... 19

Quadro 03 – Representação das micro e pequenas empresas no Brasil ........... .... 33

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01- Ramo de atividades das empresas........................................................ 48

Gráfico 02 - Época de criação das empresas........................................................... 49

Gráfico 03 - Terceirização de serviços conforme o ramo de atividade..................... 51

Gráfico 04 - Serviços terceirizados pelas empresas................................................. 52

Gráfico 05 - Grau de escolaridade do dirigente conforme o ramo de atividade da

empresa..................................................................................................................... 53

Gráfico 06 - Idade do principal dirigente da empresa................................................ 54

Gráfico 07 - Tempo de trabalho do dirigente conforme o ramo de atividade da

empresa..................................................................................................................... 55

Gráfico 08 - Atividade exercida pelo dirigente antes de trabalhar na

empresa..................................................................................................................... 56

Gráfico 09 - Experiência do dirigente antes da implantação da empresa................. 57

Gráfico 10 - Origem de capital para iniciar a empresa.............................................. 58

Gráfico 11 - Estudos prévios realizados para implantar a empresa de acordo com o

ramo de atividade...................................................................................................... 59

Gráfico 12 - Motivo que levou à abertura da empresa.............................................. 60

Gráfico 13 - Apoio obtido para a abertura do negócio.............................................. 61

Gráfico 14 - Aspectos que contribuem atualmente para a sobrevivência da empresa:

Ramo de serviços...................................................................................................... 63

Gráfico 15 - Aspectos que contribuem atualmente para a sobrevivência da empresa:

Ramo de indústria..................................................................................................... 63

Gráfico 16 - Aspectos que contribuem atualmente para a sobrevivência da empresa:

Ramo de comércio.................................................................................................... 64

Gráfico 17 - Aspectos que contribuem atualmente para a sobrevivência da empresa:

Profissionais liberais.................................................................................................. 65

Gráfico 18 - Aspectos que contribuem atualmente para a sobrevivência da empresa:

Situação geral das empresas.................................................................................... 65

Gráfico 19 - Problemas mais freqüentes observados nas empresas: Ramo de

serviços..................................................................................................................... 66

Gráfico 20 - Problemas mais freqüentes observados nas empresas: Ramo de

comércio.....................................................................................................................68

Page 10: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

Gráfico 21 - Principais desafios à sustentabilidade da empresa: Ramo de serviços 69

Gráfico 22 - Principais desafios à sustentabilidade da empresa: Ramo de

comércio.................................................................................................................... 70

Gráfico 23 - Outros destinos dos rendimentos da empresa: Ramo de serviços....... 71

Gráfico 24: Outros destinos dos rendimentos da empresa: Ramo de comércio....... 72

Gráfico 25 - Outros destinos dos rendimentos da empresa: Ramo de indústria....... 72

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Total de empresas existentes no município de Pitanga no primeiro

semestre de 2010...................................................................................................... 42

Tabela 02 – Funcionários familiares de acordo com a atividade desenvolvida pela

empresas .................................................................................................................. 50

Tabela 03 – Principal contribuição da empresa para o desenvolvimento do município

.................................................................................................................................. 73

Tabela 04 – Quais os motivos que justifica a sobrevivência da sua empresa

................................................................................................................................... 74

Tabela 05 – Quais os principais apoios que sua empresa recebeu para contribuir na

sua sobrevivência e eficiência .................................................................................. 75

Tabela 06 – O futuro da empresa na visão do dirigente........................................... 75

Tabela 07 - Quais os principais desafios que você observa para a permanência de

sua empresa no mercado? ....................................................................................... 76

Page 12: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

LISTA DE SIGLAS

BB - Banco do Brasil

BNB - Banco do Nordeste do Brasil

BNDS - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CEF – Caixa Econômica Federal

CRFB/88 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

ETs - Empresas Transnacionais

FMI - Fundo Monetário Internacional

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica

MPE’s - Micro e Pequenas Empresas

OMC - Organização Mundial de Comércio

PeMEs - Pequenas e Médias Empresas

PIB – Produto Interno Bruto Brasileiro

PROBEM - Programa Bom Emprego Pequena Empresa

SIMPLES - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Micro

e mpresas e de Pequeno Porte

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas

RAIS - Relação Anual de Informações Sócias

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1. INTRODUÇÃO

Este estudo tem como tema central, as micro e pequenas empresas (MPE’s)

e o desenvolvimento local, destacando os contornos que envolvem o conceito de

micro e pequena empresa no Brasil e a relevância para o desenvolvimento brasileiro

fornecendo informações sobre a geração de empregos, rendas e participação no

mercado empresarial. Pretendeu-se analisar até que ponto a micro e pequena

empresa tem influência no ciclo econômico brasileiro e, conseqüentemente, a partir

daí, verificar o quanto estas empresas contribuem para o desenvolvimento local

onde estão inseridas. Como campo empírico de observação, utiliza-se como recorte

espacial o município de Pitanga/PR.

As micro e pequenas empresas tem se destacado no atual cenário

socioeconômico, em várias faces, em sua participação nos processos produtivos, na

geração de emprego e renda, ou junto ao total de empresas, mas sobretudo ao

gerar qualidade de vida e redução das desigualdades sociais e no desenvolvimento

das regiões e municípios. Esta relevância pode ser vista através dos estudos

realizados por autores como Chiavenato (1995, p.3): “As pequenas empresas

constituem o cerne da dinâmica da economia dos países, as impulsionadoras dos

mercados, as geradoras de oportunidades, as proporcionadoras de empregos

mesmo em situação de recessão”.

Segundo Silva (2004), as empresas de pequeno porte têm demonstrado

flexibilidade para constituir arranjos organizacionais, valorizando a estrutura simples,

mais dinâmica, inovadora e sensível às exigências de mercado e prestando

atendimento personalizado ao consumidor. Além disto, a expressiva presença

numérica das micro e pequenas empresas na estrutura produtiva dos mais diversos

países não permitem que as discussões econômicas as ignorem, e exige que o

debate sobre sua relevância para o dinamismo econômico e sobre as suas formas

de inserção seja permanentemente realizado. Os estudos demonstram que as micro

e pequenas empresas têm um papel a desempenhar na sociedade onde estão

inseridas. Estes dados são constantemente avaliados por instituições como o

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Federações

das Associações Comerciais e Empresariais dos Municípios/Estados e outras

instituições ligadas ao setor. Neste sentido, o presente estudo visa ampliar o

conhecimento teórico sobre este modelo de empresa que se mantem presente em

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todas as regiões e assim ampliar ainda os estudos realizados sobre o segmento,

servindo de apoio acadêmico e empresarial para o desenvolvimento local.

Apesar do potencial e do crescimento observado em Pitanga/PR e região, o

desenvolvimento e expansão econômica ainda ocorrem em ritmo lento se

comparado com outras regiões do Estado e do País. O município de Pitanga possui

32.638 habitantes e está localizado no centro geográfico do Estado do Paraná (24º

45’ 26” S e 51º 45’ 41” W) e suas principais atividades econômicas estão

relacionadas aos setores agrícola, madeireiro e de serviços. Em seu entorno estão

os municípios de Roncador, Nova Tebas, Manoel Ribas, Boa Ventura de São

Roque, Santa Maria do Oeste, Palmital, Mato Rico, Altamira do Paraná, Campina do

Simão, Candido de Abreu, Iretama, Laranjal, Nova Cantú e Turvo.

Foram levantadas informações sobre as MPE’s no município de Pitanga

buscando identificar fatores limitantes e potencialidades para o crescimento

empresarial tendo em vista o desenvolvimento local. Entende-se que por meio do

avanço do setor empresarial é possível melhorar a qualidade de vida da

comunidade. Mas para que haja o crescimento empresarial é necessário a

construção de bases como é o caso do incentivo à educação, mas especificamente

no que se refere à capacitação profissional da força de trabalho local. Na região são

evidenciados baixos índices de formação de pessoal capacitado para atuar no

mercado de trabalho, o que explica a tradição para o trabalho informal e o

desemprego. As rápidas e profundas mudanças sociais geradas pela política global

têm exigido no mundo moderno uma adaptação constante do ser humano.

Cada etapa de uma pesquisa científica é importante, mas a definição do

problema é a mais significativa, o que não constitui tarefa fácil, em virtude das

diferentes acepções que envolvem este termo. A relevância do problema decorre

dos benefícios que sua solução pode trazer.

O problema deve ser definido de tal forma que a solução seja possível e deve

corresponder a interesses pessoais, sociais e científicos (VERGARA, 2005;

MARCONI; LAKATOS, 1996). Assim, o problema de pesquisa definido para o

presente estudo pode ser apresentado como: quais as variáveis que podem ser

consideradas significativas para o crescimento do setor empresarial de Pitanga/PR,

tendo em vista o desenvolvimento local deste município?

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Teve-se como objetivo geral: identificar as ações necessárias para o

crescimento do setor empresarial de Pitanga/PR, tendo em vista o desenvolvimento

local deste município. Especificamente pretendeu-se através deste estudo: (a)

identificar as principais oportunidades e desafios das micro e pequenas empresas na

atual conjuntura econômica; (b) diagnosticar a situação das micro e pequenas

empresas do município de Pitanga, quanto à sua estrutura organizacional; (c)

reconhecer aspectos, em termos de pontos fortes ou oportunidades e desafios, que

se assemelham ou diferenciam da situação geral das MPE‘s; (d) apontar em que

aspectos as empresas do município de Pitanga contribuem para o desenvolvimento

local, bem como, sugerir mudanças de estratégias para seu fortalecimento.

Para responder ao problema de pesquisa foi realizado um estudo empírico de

natureza qualitativa no Município de Pitanga, voltado para as micro e pequenas

empresas. Sabe-se que o crescimento empresarial tem por o objetivo a geração de

empregos e a melhoria do nível de renda da população e como beneficio uma

melhor qualidade de vida para a população local.

A importância da micro e pequena empresa na economia brasileira é

inquestionável. Porém, encontramos situações bastante diferentes, dificultando

chegar-se a uma visão consistente. Os estudos sobre o tema são constantes, mas

mesmo assim, é de fundamental importância, que novos estudos e pesquisas sejam

desenvolvidos junto a estas empresas, que têm representação significativa no

contexto econômico do país a fim de retratar as mudanças ocorridas.

As micro e pequenas empresas, que representam a grande maioria dos

empreendimentos organizacionais no Brasil, demonstrando a inquestionável

importância das mesmas na economia brasileira, sem deixar de destacar os desafios

encontrados para se manter no mercado tais como: alta carga tributaria, reduzida

margem de lucro, profissional despreparado para enfrentar os avanços tecnológicos

e os desafios de uma economia globalizada e competitiva e principalmente falta de

experiência e conhecimento na atividade exercida pelo empreendedor do negocio.

Diante das mudanças no ambiente global, é essencial que o mercado, o

governo e a sociedade possam conviver integrados e com sinergia entre suas

atuações. De um lado, tem-se o executivo privado, em busca do lucro e da

rentabilidade, de outro tem-se, o executivo público, em busca da manutenção do

poder político, fundamentado em estruturas democráticas que viabilizem as

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16

operações (locais, regionais e de livre comércio), vitais para a inserção da

comunidade nas relações econômicas globalizadas.

As crescentes exigências que as empresas devem atender no tocante à

produtividade e à competitividade, como a exposição externa de suas economias,

são desafios significativos, tornando-se necessária a criação de um ambiente

sistemático que permita introduzir as inovações tecnológicas.

Portanto, entende-se que este estudo seja da maior importância, a propor-se

avaliar a importância das micro e pequenas empresas para o desenvolvimento do

município de Pitanga.

Deste modo o estudo está estruturado em quatro capítulos. No primeiro

capítulo apresenta a introdução do estudo, abrangendo um enfoque sobre o objeto a

ser estudo e os objetivos pretendidos. No segundo capítulo apresenta

fundamentação teórica sobre as micro e pequenas empresas tratado sobre enfoque

geral e local. No terceiro capítulo apresenta procedimentos metodológicos utilizados

neste estudo, discriminando a amostra e os critérios de seleção e analises das

variáveis. O capítulo quatro apresenta a analise dos dados com os resultados e

discussões sobre o tema pesquisado. O estudo é finalizado com as considerações

finais, avaliando e validando os resultados pesquisados no presente estudo.

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17

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPE'S)

Antes de se definir o que são micro e pequenas empresas é imprescindível

entender o que é empresa. Pelo Artigo 6 da Lei nº 4.137, de 10 de setembro de

1962, “Considera-se empresa, toda organização de natureza civil ou mercantil

destinadas à exploração por pessoa física ou jurídica de qualquer atividade com fins

lucrativos.”

Para Krepsky (1992, p.14) “A empresa é um organismo econômico que sob

seu próprio risco recolhe e põe em atuação, sistematicamente, os elementos

necessários para obter um produto destinado à troca”.

A partir dessas definições pode-se entender que a empresa seja ela, micro e

pequena, são organizações de atividade econômica, cuja objetivo em comum é

utilizar os recursos matérias, financeiros e humanos e transformá-los em produto ou

serviço em função de seu consumidor/cliente.

Ao tratar-se da classificação da empresa quanto ao seu porte, é prudente a

recorrência a algum parâmetro. Não há no mundo, uma concordante universal no

que se refere à conceituação e classificação das MPE`s, pois cada país adota

conceitos particulares e de acordo com suas realidades para ser capaz de atender o

mercado de origem.

Para Longenecker et al (1997, p. 27)

Especificar qualquer padrão de tamanho para definir empresas é algo necessariamente arbitrário porque as pessoas adotam padrões diferentes para propósitos diferentes [...].Uma empresa pode ser descrita como ‘pequena’ quando comparada com empresas maiores, mas ‘grande’ quando comparada com menores.

Segundo Chér (1991, p. 17), “Existem muitos parâmetros para definir as

pequenas e médias empresas, muitas vezes dentro de um mesmo país, como no

Brasil”. Isso mostra que nenhuma definição que se possa ter a respeito de micro e

pequenas empresas será algo absoluto, que não possa ser questionado, mas

apenas limitado a determinados pontos de vista, ou órgãos aos quais essas

definições estão vinculadas.

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18

No caso do Brasil, atualmente faz-se uso de duas formas de classificação do

porte das empresas brasileiras: quanto ao número de funcionários e quanto ao

faturamento das empresas.

O Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresa (SEBRAE) e a

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego

do Governo Federal promovem a classificação das referidas empresas segundo o

número de funcionários combinado com o setor de atuação da empresa, conforme

apresentado na Tabela 1:

Quadro 01: Classificação das empresas segundo o núm ero de funcionários Classificação Micro empresas Pequenas Empresas SEBRAE (comércio e serviços)

até 09 funcionários De 10 a 49 funcionários

SEBRAE (indústria) até 19 funcionários de 20 a 99 funcionários RAIS até 19 funcionários de 20 a 99 funcionários

Fonte: SEBRAE (2010).

Resnik (1991) destaca que é comum a utilização do critério acima também

pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quando procede às suas

análises que dão origem ao Relatório Estatístico do Cadastro Central de Empresas,

utiliza os dois parâmetros e divulga os resultados alcançados. Já o Governo Federal,

para fins de tributação e vigência do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos

e Contribuições das Micro e mpresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES1) lei

nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, faz a classificação das empresas considerando

o faturamento bruto anual que também é definido pelo Estatuto da Micro e mpresa e

empresa de Pequeno Porte (Lei nº 9841, de 5 de outubro de 1999; Decreto nº 5.028,

de 31 de março de 2004.) que utilizam como forma de classificação, a receita bruta

anual.

1 O SIMPLES está em vigor desde 1.º de janeiro de 1997, instituído pela MP nº 1.526, de 1996, posteriormente convertida na Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996. Ele consiste no pagamento unificado dos seguintes impostos e contribuições: IRPJ, PIS, COFINS, CSLL, INSS Patronal e IPI (se for contribuinte do IPI). O imposto simplificado a ser recolhido pela empresa tem como base de cálculo a receita bruta mensal, sobre a qual é aplicado um percentual, que varia de 3% a 8%, conforme a receita anual da empresa, e mais 0,5% se a empresa for contribuinte do IPI. Assim, o SIMPLES veio para tentar suavizar a tributação das micro empresas e empresas de pequeno porte e tentar tornar menos complexo o pagamento de tributos. (http://www.sebrae.com.br/br/aprendasebrae/tributacao_simples.asp).

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19

Quadro 02: Classificação das empresas segundo o fat uramento anual Agentes Classificadores Micro e mpresa Pequena Empresa Faturamento Anual (R$)¹ Receita bruta anual

igual ou inferior a R$ 240.000,00

Receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00

Faturamento Anual (R$)² Receita bruta anual igual ou inferior a R$

244.000,00

Receita bruta anual superior a R$ 244.000,00 e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00

Faturamento Anual (R$)³ Receita bruta anual igual ou inferior a R$

433.755,14

Receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00

Fonte2: Estatuto das micro e pequenas empresas Lei nº 9.841 de 05 de outubro de 1999, Simples Federal nº 9.317 de 05 de dezembro de 1996 e o Decreto nº 5.028, de 31 de março de 2004.

O critério número de funcionários é considerado o de mais fácil entendimento

e mensuração e é adotado pelo SEBRAE e pelo IBGE.

2.2 CARACTERÍSTICAS DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

No Brasil o número de micro e pequenas empresas têm aumentando todos os

dias, passando a ser um dos principais pilares de sustentação da economia

brasileira, quer pela sua geração de empregos, quer pelo infindável número de

estabelecimentos desconcentrados geograficamente (Koteski, 2004). Já para

Chinem (2006, p.13) “São as micro e pequenas empresas quem mais distribuem

renda, contribuindo para diminuir a divida social com os menos favorecidos,

incluindo-os no processo de produção e abrindo-lhe novas oportunidades.”

O surgimento de uma PMEs’ ocorre por duas razões. Uma delas é para

aproveitar uma oportunidade de negócio. A outra é por necessidade de um

empreendedor3, que ao se tornar o principal executivo/dirigente, acaba por

influenciar a organização, dando-lhe seu próprio estilo considerando sua empresa

como um prolongamento de si mesmo, como exemplo: arranjo, crenças, valores,

obstinação pelo trabalho e pelo sucesso. Como o processo de planejamento e de

decisão é realizado quase sempre por uma única pessoa, e esta pessoa é o dono da

2 Nota: Elaborado com base nos dispositivos da Lei nº 9.317/96, Lei nº 9.841/99 e Decreto nº 5.028/04.

(1) Lei nº 9.317/1996 – Simples (2) Lei nº 9841/1999 – Estatuto (3) Decreto nº 5.028/2004 – altera os limites previstos na Lei nº 9.841/9.

3 Empreendedores são indivíduos que descobrem as necessidades do mercado e abrem novas empresas para satisfazer essas necessidades. (Longenecker et al, 1997, p.7)

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20

negócio, as atitudes tomadas são relacionadas diretamente ao conjunto de crenças

e valores do sócio/gerente, ou seja, passa a vigorar o perfil do dono. Por este motivo

muitas vezes a característica gerencial é autoritária, centralizadora, pouco

participativa e integrada o que acaba prejudicando, de certa forma, o desempenho

da PMEs, levando-a ao conservadorismo e individualismo, predominando o

improviso em relação às ações planejadas mesmo porque os donos das PMEs

costumam desempenhar múltiplas tarefas dentro e fora da empresa. (LEONE, 1999).

As MPEs na atual conjuntura possuem características que se referem a sua

forma de organização, ao seu relacionamento com clientes, fornecedores, recursos

humanos/colaboradores, instituições governamentais e demais setores que estão ao

seu redor. Dentre estas características, podem apresentar pontos fortes e fracos no

que se refere a sua competitividade, comparando-se com suas similares (empresas

que atuam no mesmo segmento), pela forma como são gerenciadas por seu

principal executivo para promover o seu crescimento e desenvolvimento. Conforme

DEITOS (2002), as principais características dessas organizações são: estrutura

organizacional simples; limitação de recursos humanos e financeiros; ausência de

burocracia interna; baixo grau de diversificação produtiva; produção para mercados

locais ou especializados; proximidade do mercado ao cliente; rapidez de resposta e;

flexibilidade e adaptabilidade à mudanças.

As PMEs têm características próprias que as distinguem das grandes

empresas, como gestão, competitividade e inserção no mercado. Segundo Cezarino;

Campomar, apud Gonçalves (1994) em países como o Brasil onde há alto

desequilíbrio regional, micro e pequenas empresas podem apresentar um importante

papel para a descentralização dos segmentos.

As MPE’s constituem atualmente uma alternativa de ocupação para uma

minoria da população que tem condição de desenvolver seu próprio negócio, os

chamados empreendedores e em uma alternativa de emprego formal ou informal,

para uma grande maioria da força de trabalho excedente, que neste caso não tem

condição de ter seu próprio negocio e em geral com pouca qualificação, que não

encontra emprego nas empresas de maior porte (CAVALCANTE, 2005, apud BGE).

Observando as considerações anteriores um dos principais pontos fracos das

empresas de pequeno porte tem sido a visão distorcida dos recursos humanos, e

por isso, não se observa com clareza a relação custo/benefícios dos investimentos

no capital humano

Page 21: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

21

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desenvolveu em 2003,

um estudo sobre as principais características de gestão das MPEs brasileiras. Entre

os principais destaques estão:

i. Baixo volume de capital empregado;

ii. Altas taxas de natalidade e mortalidade;

iii. Presença significativa de proprietários, sócios e funcionários com laços

familiares;

iv. Grande centralização do poder decisório;

v. Não distinção da pessoa física do proprietário com a pessoa jurídica,

inclusive em balanços contábeis;

vi. Registros contábeis pouco adequados;

vii. Contratação direta de mão-de-obra;

viii. Baixo nível de terceirização;

ix. Baixo emprego de tecnologias sofisticadas;

x. Baixo investimento em inovação tecnológica;

xi. Dificuldade de acesso a financiamento de capital de giro;

xii. Dificuldade de definição dos custos fixos;

xiii. Alto índice de sonegação fiscal;

xiv. Utilização intensa de mão-de-obra não qualificada ou sem qualificação.

Atualmente tem se percebido a necessidade de se buscar estratégias e ações

que possam ser aplicadas às micro e pequenas empresas com a finalidade de

manter sua sobrevivência e seu crescimento. A falta de estratégia e de planejamento

é o principal motivo para a alta taxa de mortalidade das pequenas empresas no

cenário brasileiro. Porter (1990) ressalta que a competitividade consiste na

capacidade de a organização gerar vantagens competitivas e o desenvolvimento de

uma organização depende de sua capacidade de gerar vantagens competitivas a

longo prazo.

Outro problema enfrentado pelas micro e pequenas empresas é a

administração centralizada, em razão da estrutura simples que elas tem é

necessário que essas funções administrativas sejam ampliadas. Este é um dos

desafios a ser superado pelas micro e pequenas empresas, reformular a estrutura

organizacional torná-la mais moderna. Não se pode esquecer que, apesar da

significativa importância deste segmento, ele tem apresentado uma alta taxa de

mortalidade o que traz prejuízos sociais e financeiros (SEBRAE, 2004).

Page 22: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

22

Há, ainda, outros desafios que precisam ser superados pelas micro e

pequenas empresa, tais como: o pequeno respaldo econômico e as conseqüentes

dificuldades inerentes; a falta de políticas públicas no planejamento de ações e

programas de apoio às MPEs; carga tributária elevada; falta de mão de obra

qualificada; poucos conhecimentos gerenciais. Os desafios para a sobrevivência das

MPEs são muitos. Cada etapa precisa ser bem avaliada, sem deixar de levar em

conta as circunstâncias atuais da economia globalizada em que estão inseridas

(diferenças regionais). Somente desta forma será possível manter este segmento

cada dia mais relevante à economia (SEBRAE, 2004).

Não se pode esquecer neste contexto de desafios a importância das demais

categorias de empresas, que estão inseridas no mesmo ambiente das micros e

pequenas empresas, que é o caso das médias empresas e as transnacionais. No

texto a seguir será abordado a importância destas empresas e os desafios que elas

representam para as micros e pequenas empresas.

2.3 DISCUSSÕES SOBRE O PAPEL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

(PEMES) E EMPRESAS TRANSNACIONAIS (ETS)

Vários autores, no final da década de 1990, produziram uma interessante

análise crítica das abordagens feitas sobre as experiências exitosas de

desenvolvimento regional endógeno4. Centra-se, aqui, a atenção na discussão sobre

a adequação das PeMEs ou ETs.

No novo cenário da globalização, tomando-se como referência a Terceira

Itália, ao longo da década de 1980, foram se impondo abordagens regionalistas,

algumas admitindo a possibilidade das PeMEs passarem a converter-se os novos

atores hegemônicos e estratégicos da etapa pós-fordista. No entanto, Martinelli;

Schoenberger (1994), já chamavam atenção, no início da década de 1990: os

oligopólios estão com boa saúde, obrigado ! Cassarotto; Pires (2001, p. 25), também

chamavam atenção para um desafio: “A globalização cada vez mais acentuada dos

mercados e da produção está pondo em questionamento a competitividade das

micro e pequenas empresas”.

4 Adiante, faz-se menção às principais revisões críticas.

Page 23: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

23

Atualmente, esta realidade está cada vez mais evidente. Assim, em relação

às empresas transnacionais, constata-se que persistem estratégias de fusão de

conglomerados produtivos com o capital financeiro, aumentando sua capacidade de

operar com altos volumes de capitais, o que as habilita realizar grandes

investimentos. Frente ao domínio das ETs, não existe uma predisposição

generalizada nos padrões de acumulação que tendam a expandir conglomerados de

PeMEs.

As ETs, conseguiram capitalizar as novas tecnologias da informação,

adequar-se às novas estratégias descentralizadas, acentuando-se a fusão de

conglomerados produtivos com o capital financeiro, associado a capacidade de

operar com altos volumes, além do fato de dispor de grandes volumes de recursos

para investimentos. Alguns trabalhos, compreendendo uma comparação entre EUA,

Japão e Europa Ocidental, mostram que a dependência financeira, tecnológica e

comercial das PeMEs em relação às ETs, assim como o seu crescente controle do

capital e dos mercados, têm aumentado nos últimos anos5.

Soma-se a isso, dificuldades do tipo estruturais e específicas nas PeMEs, tais

como: (1) problemas de escala para desenvolver adequados níveis de inovação; (2)

subdesenvolvidos serviços reais de apoio ao processo produtivo; (3) dificuldades

para ingressar nas redes globais de comercialização, altamente concentradas nas

mãos da empresas transnacionais; (4) ausência de mudanças geracionais, como a

re-inserção dos recursos jovens, formados externamente; (5) a escassa

transferência geracional de habilidades produtivas locais, e (6) a necessidade de

uma maior mobilidade de pessoas, que afeta a persistência da lógica de reprodução

intra-territorial6.

Já Vázquez-Barquero (1997, p. 9), ao destacar o papel das grandes

empresas nos processos de desenvolvimento local-regional, afirma que quando se

avalia os resultados dos investimentos externos em termos de desenvolvimento, se

observa que seus efeitos não são sempre suficientes para criar processos de

crescimento auto-sustentado. “A razão reside em que a transferência dos recursos

(capital, tecnologia, trabalho qualificado) das regiões desenvolvidas às áreas

atrasadas pode produzir disfunções, que tendem a reduzir a potencialidade de

desenvolvimento da área de difusão”. Afirma o autor que, antes de tudo, os

5 Refere-se, especialmente a trabalho empírico de Harrison (1994). 6 Conforme Fernández (2001), com base em vários autores por ele citados.

Page 24: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

24

investimentos externos alteram o funcionamento dos mercados de trabalho, atraindo

a mão-de-obra mais qualificada. Cita duas regiões da Europa, onde a estratégia de

atração de investimentos externos foi implementada, afirmando que nas regiões de

acolhida dos investimentos externos,

se produzem, ademais, fortes restrições ao desenvolvimento do sistema produtivo. Por um lado, freqüentemente, as plantas externas se convertem em "enclaves" econômicos, com escassas vinculações com o sistema produtivo local, realizando a subcontratação e a compra de produtos intermediários e de serviços a redes de empresas e de provedores localizados ou procedentes de outras regiões, com as que a empresa externa mantem relações econômicas (VÁZQUEZ-BARQUERO,1997,p. 9).

Além disso, freqüentemente, a empresa externa gera mecanismos de

absorção dos recursos empresariais locais, com o fim de incorporar aos postos de

gestão recursos humanos qualificados, com níveis salariais acima dos que as

pequenas empresas locais podem sustentar. “Desta forma, se reduz a capacidade

empresarial da zona onde se localiza a nova planta e se debilita a resposta da área

aos desafios da competitividade” (VÀZQUEZ-BARQUERO, 1997, p. 9). A questão

principal, segundo o autor (p. 9-10), é a escassa inserção das plantas subsidiárias

ao tecido produtivo local, a autonomia limitada dos gestores locais na tomada de

decisões estratégicas, além da drenagem de recursos empresariais locais, o que

limita um desenvolvimento auto-sustentado da região atingida.

As possibilidades de que se produzam processos de desenvolvimento endógeno são reduzidas devido a que o mecanismo em seu conjunto tende a limitar o nascimento e crescimento das empresas locais [...]. Em resumo, as políticas de difusão favorecem ao fortalecimento da hierarquização do crescimento, no entanto nem sempre atingem a criação de pólos de desenvolvimento, já que existem filtrações do impulso inicial que reduzem a capacidade difusora dos investimentos externos. Tudo conduz a um mal desenvolvimento das áreas periféricas não tanto porque se fomenta um modelo de crescimento alheio a seu entorno como porque não se aproveitam as potencialidades locais de crescimento, exportando-as às áreas centrais (VÀZQUEZ-BARQUERO, 1997, p. 9-10).

Existem casos em que as grandes empresas vêm adotando modelos de

organização mais flexíveis e vêm utilizando estratégias, que lhes permitem

estabelecer relações mais eficientes entre as diferentes unidades da empresa e

Page 25: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

25

entre a empresa e seus provedores e clientes, permitindo estreitar os vínculos com

as empresas e instituições locais das cidades e regiões onde se localizam. Isso,

resulta da transformação das estratégias territoriais econômicas das cidades e

regiões, que têm deixado de ser receptoras passivas das decisões de investimento

dos agentes econômicos e das administrações públicas e têm-se convertido em

agentes ativos das estratégias de desenvolvimento local. Mas esta é uma realidade

que se apresenta em poucas regiões periféricas do mundo. Por isso, a situação

acima descrita, ainda está presente na maioria das áreas atingidas. Assim, a

convergência de interesses entre a grande empresa e o desenvolvimento local-

regional parece possível, desde que a grande empresa e as organizações locais

confluam no espaço local, impulsionando um mesmo processo de desenvolvimento

(VÁZQUEZ-BRAQUERO, 1997).

Vázquez-Barquero (1997, p. 15) acrescenta:

A convergência de interesses contribuiria a ampliar a competitividade da grande empresa e do território e, portanto, incitaria a um processo de desenvolvimento auto-sustentado. Assim, pois, a competitividade e a luta pelos mercados converteria as cidades e regiões [e territórios] em sócios das grandes empresas e grupos empresariais (grifo pessoal).

Esta possibilidade de convergência de interesses é ainda um desafio. O

próprio Vázquez-Barquero (1997) afirma que uma das questões centrais é a relação

de poder entre a grande empresa e as organizações territoriais, que condicionam as

negociações de acordos de planejamento. Num país democrático, a solução passa

pelo fortalecimento da sociedade civil e da capacidade de controle do processo de

negociação por parte da administração do Estado-Nação. Exige um Estado não

submisso, comprometido com os interesses da nação.

Como se vê, a relação grande empresa-desenvolvimento territorial, apresenta

um quadro nada alentador. Pelo contrário, é um cenário fortemente selecionado, no

qual um grupo de cidades-regiões assume um posicionamento seletivo e estratégico

que, operando como motores da globalização configuram uma rede de arquipélagos

imersos em um oceano de centros territoriais subalternos e deprimidos (DOLFUS,

1997). Estes arquipélagos estão representados por um reduzido número de cidades

globais que concentram e acumulam serviços estratégicos à produção, através dos

quais se planeja e controla a gestão global das redes transnacionais.

Page 26: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

26

São desafios que se interpõem às micro e pequenas empresas na atualidade.

No entanto, mesmo assim, não restringem a importância destas.

2.4 A IMPORTÂNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Como visto anteriormente, a realidade brasileira atualmente é composta por

MPE’s, que são fundamentais para a geração de emprego e renda. O

empreendedorismo é o impulso fundamental neste caso, o que ocasiona e mantêm

em marcha o motor capitalista constantemente criando novos produtos, novos

métodos de produção, novos mercados e sobrepondo-se aos antigos métodos

menos eficientes e mais caros (SCHUMPETER, 1982). Neste cenário, as MPE’s

surgem, dando oportunidade para que os empreendedores consigam buscar com

êxito seus sonhos norteados por valores éticos e justos.

As micro e pequenas empresas proporcionam oportunidade e iniciativa para

que as pessoas possam ver as coisas sob um ponto de vista diferente, aproveitando

as oportunidades para começar e desenvolver negócios. Desta forma ocupam-se

novos nichos, identificando a utilização de recursos tecnológicos, mercadológicos,

entre outros. De acordo com Souza (1995), além da relevância socioeconômica, as

pequenas empresas oferecem contribuições em todos os campos, merecendo

destaque:

- estímulo à livre iniciativa e à capacidade empreendedora; - relação capital/trabalho mais harmoniosa; - possível contribuição para a geração de novos empregos e absorção de mão-de-obra, seja pelo crescimento das pequenas empresas já existentes ou pelo surgimento de novas; - efeito amortecedor dos impactos do desemprego; - efeito amortecedor das conseqüências das flutuações na atividade econômica; - manutenção de certo nível de atividade econômica em determinadas regiões; - contribuição para a descentralização das atividades econômicas, em especial na função de complementação às grandes empresas; - potencial de assimilação, adaptação, introdução e, algumas vezes, geração de novas tecnologias de produto e de processo (SOUZA, 1995, p.25).

Desta forma, as micro e pequenas empresas buscam oportunidades de

negócios através da observação de tendências que influenciam o dia a dia, tentando

prever quais e quando vão ocorrer mudanças e como estas mudanças podem afetar

Page 27: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

27

os negócios. Essas mudanças acabam gerando novas tendências, que podem

desenvolver novas oportunidades.

Segundo Longernecker et al (1997) as empresas de pequeno porte no cenário

empresarial não são só compostas por empresas comerciais, mas também é bem

representado por organizações industriais que contribuem para o bem estar-

econômico da nação, pois produzem uma parte substancial do total de bens e

serviços, contribuindo assim de forma geral similar às grandes empresas.

A situação financeira das micro e pequenas empresas está atrelada à

demanda por seus produtos e serviços e ao respectivo pagamento por eles.

Geralmente estas empresas costumam ter pouca reserva financeira no curto prazo,

dificultando os negócios. Outro fator limitador do crédito para as micro e pequenas

empresas são as garantias exigidas e o histórico destas empresas junto às

instituições de crédito. Apesar da importância que as micro e pequenas empresas

possuem os empresários brasileiros encontram dificuldades para comercializarem

seus produtos e serviços, por fatores diversos que afetam sua produtividade e que

estão relacionados à sua estrutura organizacional simples (PINHEIRO, 1996).

Desta forma percebe-se que inovar é a palavra de ordem para o sucesso dos

negócios das micro e pequenas empresas, assim como para qualquer ramo de

atividade independentemente do seu tamanho.

Segundo Chiavenato (1995, p.3),

As pequenas empresas constituem o cerne da dinâmica da economia dos países, as impulsionadoras do mercado, as geradoras de oportunidades, as proporcionadoras de empregos mesmo em situações de recessão. Boa parte da oferta de empregos nos países adiantados provém das empresas de pequeno porte, ao passo que as grandes empresas estão reduzindo seus quadros de pessoal.

A inovação oferece oportunidade para as micro e pequenas empresas

exportarem seus produtos. Segundo o IBGE (2010) os setores que se destacam são

a fabricação de máquinas e equipamentos, produtos de madeira, móveis e indústrias

diversas, produtos alimentícios, bebidas e produtos agropecuários. Estes negócios

se destacam pela grande utilização de mão de obra, diferente de algumas das

grandes empresas, cujos processos produtivos se caracterizam por fatores como a

economia em escala e a robotização. De acordo com Silva et al (1996, p.12),

Page 28: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

28

O setor de serviços vem ocupando um lugar de destaque na maioria dos países que outrora tiveram sua economia sustentada pela atividade manufatureira. A urbanização das populações, o avanço tecnológico, a automação das indústrias e, ainda, a busca por melhoria de qualidade de vida são alguns fatores que impulsionam o crescimento deste setor nos países industrializados.

A fusão entre métodos tradicionais e as novas tecnologias podem representar

o sucesso das micro e pequenas empresas, uma vez que as mudanças no mercado

não param. Também as práticas de gestão e de inovação devem levar em

consideração a sustentabilidade. Desta forma as micro e pequenas empresas

poderão continuar o trabalho, empregando e oportunizando o desenvolvimento da

economia, visto que elas são de extrema importância para o cenário econômico

local, regional e nacional (DORNELAS, 2005).

Diante do processo de globalização, o qual significa fazer negócios em um

determinado número de países em todo o mundo, uma vez que a globalização é

algo muito mais abrangente, novas maneiras se criam na busca do equilíbrio tanto

na produção de qualidades de produtos ou serviços como na qualidade destes. Com

as necessidades específicas das diversas bases de clientes locais, novas empresas

se formam na busca constante da melhoria da qualidade, e da capacidade de

satisfação do cliente e da redução dos tempos de ciclo dos processos.

Segundo Morelli (1994, p. 11):

As grandes corporações, por causa de seu gigantismo e sua burocracia, têm encontrando muita dificuldade em adaptar-se aos novos conceitos de flexibilidade, competitividade e inovação, conceitos estes oportunos para caracterizarem globalização. Uma das soluções está, então, em subdividir-se e desdobrar-se (fragmentação) em pequenos empreendimentos, pois, assim, conseguem com maior facilidade adaptar-se rapidamente às mudanças, especialmente no que tange à tecnologia, qualidade e redução de custos, mesmo porque o tempo é fator fundamental neste cenário de globalização.

Porém, Morelli (1994, p.12), revela que "Há cem anos, eminentes autoridades

têm nos dito que as empresas pequenas estão sendo engolidas pelas "gigantes" e

tendem a desaparecer. Há cem anos os fatos têm provado que tais afirmações não

têm sentido. A empresa pequena vai tão bem, como ia há cem anos."

Deste modo há grandes oportunidades para os pequenos empreendimentos,

especialmente no setor de serviços, já que é um segmento onde se verifica forte

demanda. Por outro lado, o fenômeno da globalização parece foi adotado pelas

Page 29: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

29

pequenas unidades de negócios e a idéia de que as grandes indústrias

manufatureiras já não mais detêm as melhores oportunidades de sucesso

profissional é uma verdade comprovada.

Finalmente pode-se dizer que as pequenas e as grandes empresas são

antagônicas, ou seja, uma tende a buscar a eliminação da outra neste processo de

globalização. Por outro lado percebe-se que o relacionamento de ambas são

complementares.

2.5 AS PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES ENVOLVENDO AS MICRO E PEQUENAS

EMPRESA

Mesmo para as empresas formalizadas, uma das grandes preocupações, ou

até mesmo, problemas é o planejamento. “O planejamento é a busca por organizar

e gerenciar os negócios, definindo objetivos e metas buscando informações sobre

clientes, concorrentes e fornecedores” (LOPES, 2005, p. 30).

Neste mesmo contexto as MPE’s tem dificuldades com as atividades de

gerência que pode-se definir como o conhecimento de princípios básicos como

conhecimento mercadológico, análise de custos e conhecimento contábil financeiro.

Também dificuldades em estabelecer planejamento quanto a contabilidade

financeira, esta tem como principal propósito fornecer relatórios e demonstrativos

financeiros. De acordo com Atkinson et al. (2008, p.37), a contabilidade financeira,

É o processo de geração de demonstrativos financeiros para públicos externos, como acionistas, credores e autoridades governamentais. Esse processo é fortemente limitado por autoridades governamentais que definem padrões, regulamentações e impostos, além de exigir o parecer de auditores independentes [...].

Diante da constante mudança e pelo fato do aumento na competitividade

entre as empresas brasileiras, torna-se cada vez mais importante adotar técnicas de

gestão especializadas, entretanto, muitas das micro e pequenas empresas não

estão estruturadas para enfrentar tal desafio. Além disso, as dificuldades são

aumentadas, na medida em que o fluxo de informações necessárias para uma boa

gestão empresarial fica maior e mais complexo.

O planejamento é um dos principais pontos de partida para o

desenvolvimento das funções gerenciais, sendo um importante processo de reflexão

Page 30: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

30

que precede a ação de tomada de decisão. A habilidade do gestor em utilizar-se da

contabilidade gerencial como ferramenta de gestão e suporte ao planejamento,

contribui fortemente para o sucesso dessas micro e pequenas empresas. Nesse

sentido as empresas têm buscado treinamento, ajuda e conhecimento, de modo que

correm grande risco de falência se providências não forem tomadas.

Conforme menciona Schumpeter (1982, p.52), em relação ao conhecimento,

[...] podemos identificar duas atividades básicas que devem ser realizadas para que as corporações atinjam seus objetivos: coordenação e motivação. As várias atividades da firma precisam ser adequadamente coordenadas e os gestores e demais envolvidos precisam estar motivados para a realização de suas funções. Para a realização dessas funções, um elemento é primordial: informação. Para que as atividades sejam bem coordenadas, os gestores precisam receber informações sobre seu desenvolvimento. Para que esses mesmos gestores adequadamente motivados, é necessário que sistemas [...] sejam implementados como base para a remuneração. Assim, as firmas precisam de sistemas capazes de fornecer informações com a finalidade de coordenação e motivação dos agentes econômicos envolvidos em suas atividades.

Desta forma Schumpeter (1982, p. 55), destaca que as micro e pequenas

empresas não são empresas organizadas, pois fogem da departamentalização ou

da segmentação de setores, não servindo de base para comparação para grandes

empresas, uma vez que se trata de organizações grandes em miniatura”.

Geralmente as micro e pequenas empresas atuam no mercado de bens, produtos e

serviços com volatilidade de demanda, além da dificuldade para entrar no mercado,

pois sempre há forte concorrência seja ela grande, média, pequena ou micro.

Outro apontamento que se pode perceber principalmente por dados

elaborados e divulgados pelo SEBRAE, é a dificuldade das micro e pequenas

empresas se manterem vivas, parte dessas empresas encerram suas atividades em

menos de dois anos. Estas empresas, em seus primeiros anos de vivência, são

inseguras em relação às vendas de seus produtos, movimentação do mercado,

clientes, localização.

Neste contexto ainda se faz necessário que a gestão da empresa, obedeça a

ótica da legalidade, ou seja, perante a legislação vigente. Desta forma as micro e

pequenas empresas, podem se beneficiar, a para que, no longo prazo, possam

firmar-se no mercado competitivo que se denota atualmente.

Page 31: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

31

Como prevenção da falência prematura das empresas, a Constituição da

República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) – no caput do art. 179, elucida

que:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às micro e mpresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributáveis, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Quando escrita, a CRFB de 1988 já previa que as micro e pequenas

empresas poderiam sofrer dificuldades, assim assegurou-lhes benefícios, que de

certa forma, com a criação da Lei Complementar Federal nº 123/06, a chamada "Lei

Geral das Micro e Pequenas Empresas", só veio a confirmar tal zelo.

A Lei Complementar nº 123/2006, já em seu caput, elucida para qual fim foi

elaborada: "Institui o Estatuto Nacional da Micro e Pequena Empresa e da Empresa

de Pequeno Porte". Tal dispositivo legal foi criado com o intuito de fortalecer as

micro e pequenas empresas, estabelecendo tratamento diferenciado que sirva de

oportunidade para que estas empresas possam se estruturar no mercado..

2.6 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

A história das micro e pequenas empresas no Brasil começam a ganhar

destaque com o advento do processo de globalização. Segundo Oliveira (1997) este

processo teve início nas últimas décadas do século XX fazendo com que os

governos do ocidente comecem a liberar o comércio, o fluxo de capitais, a

privatização de empresas estatais, conscientes de que esta nova arma estratégica

sirva para o desenvolvimento da economia de mercado, orientados por organismos

tais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e a Organização

Mundial de Comércio (OMC).

A economia de mercado é conduzida pelas forças capitalistas, que de certa

forma se utilizam da cultura neoliberalista que defende os interesses dos países que

possuem a hegemonia econômica mundial. Por outro lado a lógica do capital

pertencente à sociedade civil não implica no total afastamento do Estado, porém

este se desvencilha das áreas econômicas lucrativas, privatizando-as, e mantendo

contato com as questões sociais dando inicio ao chamado terceiro setor. Contudo, o

Page 32: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

32

terceiro setor se organiza em torno de instituições de promoção daqueles setores

prejudicados no mercado, dentre eles as micro e pequenas empresas. Para que isto

ocorra, aparece a oferta de créditos, capacitação e assessoria através de serviços

de apoio como o SEBRAE e outras instituições (MONTAÑO, 1999).

De acordo com Mamede (2007), a inserção das micro e pequenas empresas

no mercado, pode-se distinguir de duas formas fundamentais: aquelas que

produzem certa mercadoria ou serviço para o consumidor direto, ou para o

distribuidor, ou seja, o intermediário comercial, e aquelas que produzem certa

mercadoria ou serviço para uma grande ou média empresa. No primeiro caso, as

chamadas empresas de produção final, por encontrarem-se livres no mercado,

definem o tipo de produto, sua qualidade, seu preço e seu público-alvo. Na outra

forma, do segundo caso, as chamadas empresas satélites, produzem uma

mercadoria ou serviço para uma grande empresa matriz ou subcontratante. Assim,

o mercado desta forma de micro e pequenas empresas está restrito às empresas

subcontratadas que utilizam sua produção como insumo. Estes modelos encontram

muita dificuldade para enfrentar o mercado, uma vez que não apresentam condições

favoráveis de competitividade. Seguindo esta afirmação e dentro de uma visão de

economia globalizada, as micro e pequenas empresas necessitam de estratégias

integradoras, ou seja, de união para que possam negociar dentro de um perfil de

escala.

Segundo o BNDS (2010) a proliferação das micro e pequenas empresas é um

resultado do processo de globalização, uma vez que as grandes empresas buscam

maior eficiência, com a contratação de empresas menores, ou seja, terceirizando

atividades.

Outro fator importante vivido no Brasil em relação ao aumento do número de

micro e pequenas empresas é em decorrência a mão de obra demitida em virtude

dos avanços tecnológicos. Estas pessoas saindo do mercado formal de trabalho

criam novas empresas que prestam serviços às empresas maiores.

Muito se fala em relação a morte de novas micro e pequenas empresas,

porém o numero de novas empresas no mercado ainda é maior. Além disso, o

espírito empreendedor brasileiro leva as empresas a buscarem se adequar a novas

tendências de gestão, havendo a necessidade de que as empresas sejam mais

enxutas, menores e que apresentem maior produtividade sem deixar de lado a

qualidade desta produção.

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33

A seguir dados do SEBRAE sobre as micro e pequenas empresas que

representam o maior marco de sustentação da economia brasileira, gerando

empregos e divisas. Em termos estatísticos, o segmento tem grande

representatividade conforme é destacado no quadro a seguir:

Quadro 03: Representação das micro e pequenas empre sas no Brasil Representatividade % Produto Interno Bruto (PIB) 20% Geração de emprego 53% Estabelecimentos formais existente 98% Empresas criadas a cada ano 99,8%

Fonte: SEBRAE (2010).

Segundo Drucker, (1992, p. 34): “Empreendedores inovam; empreender é a

ação que contempla os recursos com a nova capacidade de criar riqueza”. No

momento em que o país busca contornos para a crise econômica, optando pelo

combate ao desemprego e pela busca do crescimento sustentável, o estímulo aos

empreendedores e às micro e pequenas empresas representa uma alternativa

eficaz. Desta forma O Portal do Administrador (2010) afirma que:

O BNDS e o FINAME incluem a aquisição de máquinas e equipamentos novos, operações no âmbito dos programas de desenvolvimento regional e financiamento de parcela de capital de giro necessário à consecução do empreendimento. O custo financeiro dos financiamentos concedidos é composto da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e de um spread para cada produto. Pelo Programa de Geração de Emprego e Renda (PROGER), o governo busca promover ações que gerem emprego e renda, mediante concessão de linhas especiais de crédito e programas integrados de capacitação técnico-gerencial e de qualificação profissional a setores normalmente com pouco ou nenhum acesso ao sistema financeiro, Basicamente compostos de pequenos empreendimentos. O PROGER utiliza recursos do FAT em financiamentos realizados por intermédio do Banco do Brasil (BB), do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e da Caixa Econômica Federal (CEF). O Banco do Brasil disponibiliza a empresas com faturamento bruto anual de até R$ 5 milhões e que proporcionem geração ou manutenção de emprego e renda linhas de investimentos de até R$ 400 mil, a serem pagos no prazo máximo de 60 meses (incluindo 12 meses de carência), a uma taxa de 5,33% ao ano.

Desta forma é possível perceber que as micro e pequenas empresas

possuem um papel fundamental no contexto econômico e social brasileiro.

A realidade da economia brasileira ainda passa por inúmeras dificuldades,

sobretudo pela importância que tem neste cenário, uma vez que os programas

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34

governamentais ainda são insuficientes para atender a demanda destas empresas,

principalmente no tocante ao crédito, pela dificuldade que as micro e pequenas

empresas encontram na aquisição destes créditos e também em relação as taxas de

juros ainda existentes.

O crescimento do mercado, acessível no momento de qualquer parte do

mundo, promovendo o crescimento contínuo tanto nas variedades de produtos e

serviços, quanto na abertura de novos espaços, principalmente às micro e pequenas

empresas.

Para Barros (1997) uma das saídas para as micro e pequenas empresas

discutidas em encontros no Brasil, é a formação de redes, cooperativas e consórcios

capazes de permitir a potencialização de recursos, contribuindo assim para o

processo de inovação, a busca do conhecimento, do relacionamento, dos sistemas

logísticos, de comunicação e principalmente na garantia financeira

2.7 O ESTADO DO PARANÁ E AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.

A economia paranaense é a quinta maior do País, segundo o IBGE e o

Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES, 2010, p.

3) e ainda o Estado responde atualmente por 6,12% do PIB nacional.

Se tratando do setor empresarial o Paraná tem buscado destaque conforme

dados do IPARDES (2010).

O Paraná oferece um inteligente conjunto de incentivos e benefícios fiscais que privilegiam tanto as empresas paranaenses, em especial as micro e pequenas empresas, como também aquelas que vierem a se instalar ou expandir suas atividades no Estado, de origem nacional ou estrangeira. Existem incentivos fiscais para importação de bens de capital e de insumos industriais e mercadorias. Dentre as políticas de incentivo, destaca-se o programa de geração de emprego e renda. Este programa, denominado Bom Emprego, concede dilação de prazo para pagamento de imposto gerado por implantação, reativação ou expansão de indústrias. Pelo programa, o prazo de pagamento de parte do imposto é de 48 meses, e a duração do benefício é de 96 meses (8 anos). As alíquotas são diferenciadas para cada região do Estado. O programa também oferece dilação de prazo para pagamento do imposto sobre a energia elétrica consumida. (IPARDES, 2010, p 6)

A situação das micro e pequenas empresas no Estado representam também

segundo o IBGE (2010) 98% das empresas formalizadas. É mencionado pelo

Page 35: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

35

IPARDES (2009) que as micro e pequenas empresas são responsáveis por 67% da

mão de obra empregada no estado.

Pensando no crescimento e na sustentabilidade das micro e pequenas

empresas, o governo paranaense segundo a Agência de Fomento do Estado do

Paraná (2009) criou o Programa Bom Emprego Pequena Empresa (PROBEM):

O programa oferece recursos para financiar as empresas de setores industriais e comerciais que necessitam ampliar seus negócios através de aumento da área construída, aquisição de novas máquinas, compra de mobiliário, investimento em inovação de produtos e melhoria de qualidade, entre outros. A linha atende também a capital de giro quando este está associado ao investimento pretendido.

Porém o problema identificado, principalmente pelas pesquisas elaboradas

por estudantes e prefeituras é o número existente de empresas informais. O

programa tem por objetivo auxiliar as empresas, mas para que isso aconteça essas

empresas precisam existir formalmente. A informalidade não gera só falta de apoio

as empresas vai, além disso, deixa de arrecadar impostos e divisas para os

municípios faz com que o trabalho informal tire a oportunidade do trabalhador de ter

suas garantias, como amparo legal em situações de doença e acidentes,

aposentadoria e estabilidade social. Neste sentido o trabalho precário tanto dos que

prestam serviços quanto do pequeno empreendedor retiram a dignidade do cidadão.

Como incentivo para a formalização das micro e pequenas empresas, o

estado do Paraná conta com o esforço do governo paranaense, pelo Decreto 4.222,

do art. 87, inciso V, da Constituição Estadual.

Deste modo o estado do Paraná oferece incentivos e benefícios fiscais que

privilegiam tanto as empresas paranaenses, em especial as micro e pequenas

empresas, como também aquelas que vierem a se instalar ou expandir suas

atividades no estado, de origem nacional ou estrangeira.

Segundo o IPARDES (2010), existem estímulos fiscais para importação de

bens de capital e de insumos industriais. Dentre as políticas de incentivo, destaca-se

o programa de geração de emprego e renda. Este programa, denominado “Bom

Emprego”, concede dilação de prazo para pagamento de imposto gerado por

implantação, reativação ou expansão de indústrias situadas em municípios de menor

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Quanto menor for o IDH do município,

maior o percentual de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de

Page 36: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

36

Serviços (ICMS) que pode ser dilatado. Pelo programa, o prazo de pagamento de

parte do imposto é de 48 meses, e a duração do benefício é de 96 meses (8 anos).

O programa também oferece dilação de prazo para pagamento do imposto sobre a

energia elétrica consumida.

A realidade das micro e pequenas empresas é difícil em todo país

principalmente se tratando na busca por créditos, mas o Estado do Paraná tem

buscado fazer a diferença apoiando as pequenas empresas, com o objetivo de

contribuir na sua sobrevivência, este é o grande diferencial para um trabalho de

qualidade e de competitividade. Mesmo enfrentando tantas dificuldades as micro e

pequenas empresas continuam empregando uma grande parte da mão de obra

existente no Estado.

Finalmente, se faz necessário mencionar que há uma grande preocupação

em relação ao desempenho destas micro e pequenas empresas, no que diz respeito

ao desenvolvimento tecnológico para buscarem cada vez mais competitividade e

continuarem a manter a economia no mercado no Estado do Paraná.

Page 37: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

37

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste item descreve-se como foi organizado o desenvolvimento deste estudo,

enfatizando-se sua natureza, a classificação e as etapas seguidas para obtenção

dos resultados. A metodologia da pesquisa aparece para suprir essas

características, lidando com a subjetividade do pesquisador e buscando legitimar o

estudo (VERGARA, 2006).

Segundo Larosa (2005), a metodologia consiste em um plano detalhado de

como alcançar os objetivos, respondendo as questões e testando as hipóteses que

foram formuladas durante o estudo.

Metodologia é o método para se seguir o conhecimento verdadeiro, analisando o objetivo real, viabilizando sua comprovação e benefícios sociais, ou seja, o conhecimento é provado por qualquer pessoa em qualquer parte do universo. A ciência cria novos objetos de estudo que não existem no cotidiano (LAROSA, 2005, p.36).

Vieira (2004, p. 19) ao abordar o tema, coloca: “A metodologia é uma parte

extremamente importante, pois é a partir dela que os tópicos gerais de cientificidade

(validade, confiabilidade e aplicação) poderão ser devidamente avaliados”.

3.1 MÉTODOS DE PESQUISA NO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO

A ciência é uma forma de conhecimento cujo principal objetivo é encontrar a

veracidade dos fatos. Este conhecimento passa a ser distinto dos demais por ter

uma característica fundamental: a sua verificabilidade (Gil, 1999). A escolha do

método a ser utilizado na elaboração da pesquisa é de extrema importância para a

sustentação do estudo (Marconi; Lakatos, 1996). Assim, o método é importante para

aplicar a sua verificação.

A adoção de um método depende de muitos fatores: “da natureza do objeto

que se pretende pesquisar, dos recursos materiais disponíveis, do nível de

abrangência do estudo e, sobretudo, da inspiração filosófica do pesquisador” (GIL,

1999, p. 27).

Prevaleceu neste estudo o método indutivo, por fornecer bases lógicas à

investigação que, segundo Gil e Marconi; Lakatos apud Silva; Menezes, 2001, p.

26), é um método proposto pelos empiristas como Bacon, Hobbes, Locke e Hume.

Page 38: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

38

Os autores consideram que o conhecimento é fundamental na experiência, não se

levando em conta princípios pré-estabelecidos. Este método, parte do particular e

coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados

particulares.

O presente estudo utilizou o método indutivo, por coletar dados de empresas

consideradas particularmente, para chegar a conclusões gerais e definir como as

micro e pequenas empresas do município de Pitanga (PR) contribuem para o

desenvolvimento da região onde estão inseridas.

3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA

Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que serve uma ciência

ou arte: é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática.

(Marconi; Lakatos, 2009, p. 176). Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção

de seus propósitos.

Para classificação do tipo de pesquisa utilizada para este estudo foi o

proposto por Vergara (2005), quanto os meios e quanto aos fins.

Quanto aos meios a pesquisa para este estudo é bibliográfica e documental.

A primeira fase do estudo teve inicio com pesquisa bibliográfica, tipo de estudo

considerado por Vergara (2005, p. 48) como sendo “O estudo sistematizado

desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes

eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral.” A pesquisa bibliográfica

tem como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi

escrito, falado ou filmado sobre determinado assunto.

A pesquisa bibliográfica representa um levantamento geral em relação ao

tema/assunto escolhido. Na verdade, mais que uma técnica entre outras, a pesquisa

bibliográfica é uma exigência de qualquer estudo. Não se admite um estudo que não

seja apoiado em consulta às bibliografias. Os dados fornecidos pela bibliografia

constituem-se em complementares e também são utilizados para a interpretação dos

resultados. Há estudos em que os dados bibliográficos são utilizados de maneira

exclusiva (GIL, 1996).

Outra fonte de dados secundários utilizada é a pesquisa documental, assim

entendida por Vergara (2005, p. 48):

Page 39: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

39

Investigação documental é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações, informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, informações em disquetes diários, cartas pessoais e outros.

Neste estudo, as pesquisas secundárias proporcionaram a compreensão do

tema, como também, às visões de diferentes autores a respeito do mesmo,

podendo-se visualizar os pontos fortes e fracos do procedimento, com o intuito de

posteriormente, utilizá-los na prática. O levantamento bibliográfico procurou levantar

um panorama teórico sobre a importância das micro e pequenas empresas na atual

conjuntura econômica, suas características e principalmente como elas podem

contribuir para o desenvolvimento da região onde estão inseridas, por meios de

matérias já publicados, pesquisa esta que durou até o final do estudo.

Quanto aos fins a pesquisa é exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória

para Gil (1999) na maioria dos casos envolve, levantamento bibliográfico e

documental, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o

problema pesquisado, análise de exemplos que estimulem a compreensão e estudo

de caso. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido

é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e

operacionalizáveis.

A pesquisa descritiva tem como objetivo principal “a descrição das

características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de

relações entre variáveis” (Cervo; Bervian, 2002, p. 66). Uma das suas características

mais significantes refere-se à utilização de técnicas padronizadas de coleta de

dados (Cervo; Bervian, 2002). Gil (1999) afirma que este tipo de pesquisa muitas

vezes é utilizado e aplicado principalmente nas ciências humanas e sociais,

abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados e cujos

registros não constam de documentos.

Todo o processo de pesquisa social envolve: “planejamento, coleta de dados,

análise e interpretação dos dados e redação do relatório”. Devido ao fato de que as

pesquisas sociais envolvem exaustivas tarefas de planejamento, coleta de dados,

analise e interpretação dos dados, a comunicação dos resultados “só é possível

após decorrido razoável período de tempo a contar de seu inicio” (Gil, 1999, p. 46-

47). Quando é feito uma pesquisa descritiva tem como descrever com exatidão os

fenômenos da realidade estudada.

Page 40: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

40

Neste estudo a pesquisa descreve sobre os critérios sociais, políticos e

econômicos que caracterizam o desenvolvimento local, que são referenciados em

muitos outros estudos. Outra característica que também a classifica como descritiva,

está no fato da pesquisa buscar estabelecer uma correlação entre os critérios

sociais, políticos e econômicos.

3.3 PLANO OPERACIONAL DA PESQUISA

O plano operacional da pesquisa decorreu do modelo teórico proposto na

pesquisa, procurando as opções de caminhos que apresentassem uma maior

eficácia dos dados a serem obtidos e com o menor custo. Orientou-se por Malhotra

(2001, p. 103):

No planejamento de uma pesquisa, enfrenta-se uma série contínua de concessões. Como normalmente existem numerosas alternativas que irão funcionar, a meta é achar a que amplie o valor das informações obtidas e reduza o custo de sua obtenção.

Segundo Malhotra (2001) as atividades desenvolvidas no plano operacional

da pesquisa permite visualizar a sua seqüência, com o objetivo de criar uma

seqüência procurando as opções de caminhos que apresentassem uma maior

eficácia dos dados a serem obtidos com o menor custo.

As atividades desenvolvidas estão descritas no fluxograma da Figura 1, que

permite visualizar a sua seqüência.

Page 41: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

41

Figura 1- Fluxograma das etapas operacionais da pes quisa

Fonte: Adaptado de Malhotra (2001).

Inicialmente, para relacionar as organizações Pitanguenses como micro e

pequenas empresas, procurou-se alguma fonte de dados ou informações. A primeira

a ser pesquisada foi a Associação Comercial e Empresarial de Pitanga – (ACEPI),

que possuía somente um cadastro de empresas associadas e não havia um

cadastro de todas as micro e pequenas empresas existentes na cidade, por isso

precisou ser descartada como fonte de pesquisa para levantamento dos dados

necessários. A segunda opção foi a Junta Comercial, por sua natureza, a qual

Page 42: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

42

também não possuía um cadastro de organizações que fosse amplo e fosse

suficiente para identificar as micro e pequenas empresas do Município. Procuraram-

se então, os dados na Prefeitura Municipal de Pitanga. De acordo com o setor de

expedição de alvarás, não seria possível identificar o porte das empresas, porque

esta informação não é exigida na hora de fazer a abertura da empresa, porém a

prefeitura teria condição de fornecer o número total de empresas existentes no

município no primeiro semestre de 2010.

Diante do exposto, optou-se no primeiro momento em trabalhar com o

universo da base de dados oficiais existentes na Prefeitura Municipal de Pitanga,

que trás o número total de empresas.

3.4 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA

A decisão de fazer o estudo com base de dados da Prefeitura Municipal de

Pitanga parecia ser o melhor caminho, especialmente após os dados conseguidos.

O setor de expedição de alvarás da prefeitura forneceu uma lista contendo o número

de empresas existentes no município por ramo de atividade. Os totais encontrados

por atividade no cadastro da prefeitura são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1– Total de empresas existente no município de Pitanga no primeiro semestre de 2010.

Código Atividade Freqüência % 001 Comércio 365 empresas 35,78% 002 Indústria 50 empresas 4,90% 003 Profissional liberal e afins 166 empresas 16,28% 004 Serviços 439 empresas 43,04% Total 1020 100%

Fonte: Base de dados da Prefeitura Municipal de Pitanga (2010).

Os dados da Tabela 1 referem-se às organizações que estavam em

atividades no primeiro semestre de 2010, entretanto, não houve qualquer condição

quanto à data de abertura. Desta forma, podem-se encontrar, neste universo,

organizações que há décadas contribuem para o desenvolvimento do Município,

bem como empresas que iniciaram suas atividades no ano de 2010. Verificou-se na

Tabela 3 que o setor de serviço tem maior número, com 43,04% das empresas

existente, sugerindo pesquisas e análises mais detalhada para este setor. Também

é possível avaliar a baixa participação da indústria, menos de 5% das empresas.

Page 43: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

43

De posse destas informações ainda não era possível ter o universo real a ser

pesquisado. Foi preciso então buscar outro caminho para obter os dados desejados,

desta forma procurou-se a classificação das empresas junto a Relação Anual de

Informações Sociais (RAIS). Os dados coletados pela RAIS (2010) definiram o

universo da pesquisa, que até então, era desconhecido. Para surpresa o número de

empresas qualificadas como micro e pequena empresa é quase o total: 99,4% das

empresas localizadas no município de Pitanga estão enquadradas como micro e

pequenas empresas pela classificação da RAIS e do SEBRAE que utilizam o

número de funcionários para classificá-las.

3.5 PLANO DE AMOSTRAGEM

O universo de 99,4% das organizações pitanguense é considerado grande.

Houve dificuldade de encontrar os elementos deste universo. Assim, decidiu-se fazer

o estudo com uma parte deste universo, ou seja, com uma amostra. Este

procedimento é freqüentemente utilizado nas pesquisas sociais e normalmente

justificado, quando é impossível ou mesmo quando é difícil, pesquisá-lo em sua

totalidade. Malhotra (2001, p. 298) esclarece que:

É quase impossível fazer um censo completo da maioria das populações. Uma amostra bem planejada adequadamente é gerenciada com maior eficiência, tem menor potencial para a tendenciosidade (do que um censo defeituoso) e pode proporcionar o nível de informação necessário para preencher a maior parte dos objetivos.

Há um momento em que o público-alvo precisa ser identificado, por essa

razão, nas pesquisas é muito freqüente trabalhar por amostragem, ou seja, com uma

pequena parte dos elementos que compõem o universo

Optou-se então, pela amostragem não probabilística ou determinística. Nesta

técnica de amostragem, os elementos escolhidos são julgados como típicos da

população que se deseja estudar (Barbetta, 1994; Malhotra, 2001; Mattar, 1996). A

meta de estar bem representada para atender aos objetivos da pesquisa e a

definição do tamanho da amostra também levaram a esta decisão. Mattar (1996)

justifica que se os critérios de julgamento na escolha da amostra forem corretos, ela

poderá trazer melhores resultados do que outras alternativas.

Page 44: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

44

Para determinação do tamanho da amostra, alguns fatores foram

considerados. Nem sempre uma fórmula estatística é suficiente para determinar o

tamanho adequado. Inúmeros outros fatores concorrem para esta definição do

tamanho amostral. Entre eles podem ser citados os fatores psicológicos, objetivos

da pesquisa, restrições de tempo e de custo e o plano de análise dos dados (Gil,

1999; Malhotra, 2001; Mattar, 1996). Os parâmetros e cálculos estatísticos de

amostra probabilística não se aplicam para este tipo de amostra. Em razão da

natureza e das condições expostas, o dimensionamento da amostra exigiu muito

rigor e senso prático. O tamanho da amostra foi definido em 10% (dez por cento)

das empresas classificadas como micro e pequenas empresas do município de

Pitanga. Para a realização do trabalho de campo, foi escolhido o centro do município

de Pitanga, que sedia a grande parte das empresas, mas também foi feito uma

coleta de dados nos demais bairros para que o universo da pesquisa pudesse

contemplar a totalidade do município objeto, desta pesquisa.

3.6 - INSTRUMENTO E PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS

Na escolha do instrumento para coleta de dados, destacou-se aquele que

apresentasse um maior entrosamento das tarefas científicas com as organizacionais

e pessoais dos elementos envolvidos (MARCONI; LAKATOS, 1996).

Das alternativas existentes em técnicas de pesquisa para coleta de dados

escolheu-se o questionário e a entrevista semi-estruturada, pesquisa esta feita junta

as micro e pequenas empresas do Município de Pitanga.

Segundo Cruz, et al (2007), se o pesquisador executa seu estudo valendo-se

de questionários aplicados ao objeto de seu estudo, com a finalidade de coletar

dados que lhe permitam responder ao problema, a pesquisa é denominada de

campo.

O questionário foi o principal instrumento utilizado para a coleta de dados com

perguntas, em sua grande maioria fechadas. Há várias vantagens nas perguntas

fechadas. Uma delas é a facilidade de comparação entre os pesquisados. A

padronização das informações facilita também a transferência dessas informações

para a base de dados do computador. Outra vantagem é que a existência de opções

de respostas torna a pergunta mais clara ao pesquisador.

Page 45: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

45

Por outro lado, as perguntas fechadas podem trazer alguns inconvenientes,

tais como limitar as opções de respostas, não dando chance ao pesquisador de

expor a sua realidade especifica. Essa desvantagem foi resolvida com o uso da

opção “Outra, Qual e Mencione?” que aparece em algumas perguntas, dando aos

pesquisados a oportunidade de responder de forma mais abrangente.

Outro fator importante que foi levado em consideração na hora de se elaborar

as questões foi o fator tempo com a relação à extensão do questionário. Os autores

Rea; Parker (2000) alertam que, quanto mais extenso for o questionário, maiores

serão os custos variáveis associados à sua implementação, tais como: tempo de

entrevista, processamento de dados e custos de produção e distribuição. Outro

aspecto levantado pelos autores é que os questionários longos tendem a provocar

menores índices de resposta.

O questionário esta estruturado em três partes com 25 (vinte cinco) perguntas

entre abertas e fechadas com o objetivo de atingir os objetivos proposto pelo estudo.

A seguir, estão as seções com uma breve descrição:

- A 1ª parte: busca a identificação do negocio;

- A 2ª parte: refere-se ao perfil dos empreendimentos e dos dirigentes das

empresas em destaque;

- A 3ª parte: considerações sobre o papel das empresas no desenvolvimento

local.

Após a elaboração do questionário seguiu-se a aplicação do “pré-teste”

realizado exclusivamente pelo autor. Aplicou-se 10 questionários. Com a avaliação

do “feedback”, realizou-se alguns pequenos ajustes no questionário, que deixo as

questões mais claras e precisas para a coleta de dados. Depois do “pré-teste”, o

questionário mostrou-se confiável e capaz de responder aos objetivos do estudo,

sendo assim foi possível iniciar a coleta de dados. Ela foi aplicada pelo autor deste

projeto e por um auxiliar contratado, com experiência em pesquisa. Desde o início,

até o final da coleta de dados, o autor deste trabalho esteve ao lado do referido

profissional, para supervisionar e também entrevistar os empresários/dirigentes com

o objetivo de obter o maior número de informações possíveis para contemplar os

objetivos deste estudo.

Já a entrevista, para Szymanki (2004), possibilita o estudo de significados,

pois permite a emissão de opiniões sobre fatos, sentimentos, planos de ação e

condutas. Produzem dados de natureza concreta sobre fatos verificáveis na

Page 46: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

46

realidade e também trata da subjetividade, visto que lida com atitudes e valores

perante os fatos. A entrevista estruturada traz perguntas elaboradas, com

antecedência, pelo pesquisador, sobre os fatos em estudo, ganhando assim tempo e

facilitando a tabulação dos dados.

As entrevistas tiveram como objetivo identificar a percepção dos

empresários/dirigentes das empresas acerca da importância das micro e pequenas

empresas para o município de Pitanga bem como o quanto elas contribuem para o

desenvolvimento local.

O cronograma inicialmente calculado para 30 dias estendeu-se por 60 dias. O

questionário demonstrou se razoavelmente longo, entretanto verificou-se que mais

de 95% (noventa e cinco por cento) deles foram prestativos e tiveram boa vontade

de responder o questionário até o final.

A tabulação e, sobretudo a análise dos resultados obtidos são abordados no

próximo capítulo.

3.7 TRATAMENTOS DOS DADOS

Para a análise do material coletado e produzido, usou-se a técnica de

pesquisa qualitativa. Essa abordagem preocupa-se com um nível de realidade que

não pode ser quantificado. A pesquisa desenvolvida foi qualitativa devido às razões

como: custo, rápida execução, flexibilidade e vínculo direto com a população alvo.

Somando-se a isto, as informações recolhidas são interpretadas o que pode originar

a busca por novos dados ou até proceder a uma pesquisa quantitativa futura. Para

Godoy (1995, p. 21), ao referir-se sobre a abordagem qualitativa, coloca que “(...) o

pesquisador vai a campo buscando “captar” o fenômeno em estudo a partir das

perspectivas das pessoas nele envolvidas, considerando todos os pontos de vista

relevantes”.

Vale ressaltar, que por ser uma situação onde se conhece relativamente

pouco sobre o universo a ser estudado, Barbetta (1994) nesses casos, sugere a

realização de uma pesquisa qualitativa que seja aplicada em um pequeno número

de elementos e que nem sempre precisa utilizar métodos estatísticos para a análise

dos resultados.

Page 47: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

47

O autor ressalta também a importância da utilização da abordagem qualitativa

na análise de processos sociais, pois oferece descrições ricas, possibilitando o

conhecimento aprofundado sobre um fenômeno sem separá-lo de seu contexto,

além de permitir maior flexibilidade ao pesquisador na adequação do referencial

teórico ao fenômeno em estudo.

Como a intenção é avaliar a importância das micro e pequenas empresas e a

sua contribuição para o desenvolvimento local o questionário utilizado junto aos

empresários/dirigentes tinha basicamente duas funções: coletar informações

sistematizadas relativas aos aspectos econômicos, sociais e culturais das empresas

e, segundo e mais relevante, servir como um instrumento de avaliação.

O modelo de entrevista semi-estruturado, que também norteou a nossa

análise, foi concebido para subsidiar uma análise de cunho qualitativo. As análises

permitiram estabelecer um cruzamento de todas as informações coletadas e

produzidas, apresentadas de forma descritiva e ilustradas por meio de gráficos. A

pesquisa permitiu também identificar e analisar diversos aspectos da empresas, bem

como identificar pontos socioeconômicos comum entre elas e muito outros fatores

até então desconhecido.

No capítulo seguinte encontra-se a apresentação dos dados coletados e uma

análise da importância das micro e pequenas empresas no Município de Pitanga e

também sua contribuição para o desenvolvimento local.

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48

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DA PESQUISA

Os itens anteriores abordaram a discussão sobre o tema, os objetivos, o

modelo e a metodologia da pesquisa que orientaram o desenvolvimento para a

análise dos dados. Este item trata da análise dos dados coletados e tem por objetivo

explorar em maior profundidade, bem como identificar possíveis interrelações entre

as variáveis analisadas.

Cabe ressaltar que como a pesquisa não possui rigor estatístico, não

intenciona afirmar que, a realidade encontrada ilustra a situação das micro e

pequenas empresas dos ramos pesquisado, e sim, procura demonstrar uma

tendência de comportamento destas. O Gráfico 1 apresenta os primeiros dados

como a distribuição das empresas por ramo de atividade, abordadas no presente

estudo, no Município de Pitanga.

Gráfico 1 - Ramo de atividades das empresas Fonte: Marolli (2011).

Constatou-se que entre as empresas pesquisadas em Pitanga, o ramo do

comércio teve um maior destaque, com 83% (oitenta e três por cento) das empresas

e, posteriormente, o de serviços 15% (quinze por cento) das empresas, situação

inversa à observada na Tabela 3 no início do ano de 2010. Quando se compara os

percentuais dos ramos de atividade do universo da pesquisa e da amostra observa-

Page 49: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

49

se que estes não são proporcionais. No serviço, chegou-se a uma diferença de

28,04% pró universo da pesquisa, mas no comercio, percebeu-se que o universo

superou a amostra em 47,22%, diferença esta considerável

O panorama indica a possibilidade de crescimento empresarial nos demais

ramos, como na indústria. A baixa participação do ramo “indústria” demonstrada no

universo da pesquisa também se manifesta na amostra e pode ser explicada pelo

perfil econômico do município. Por muito tempo, a atividade econômica do Município

de Pitanga esteve orientada para a agricultura e a agropecuária, o que impulsionou

o setor de comércio e serviços, sendo que a indústria ficou em segundo plano.

A indústria permite que sejam agregados valores aos produtos na região em

que são produzidos, portanto, um dos ramos mais importantes para o

desenvolvimento regional. É importante destacar que na região o Agronegócio tem

grande representação na economia. Há que se incentivar a agroindustrialização em

atividades comuns da região como a bacia leiteira e a Suinocultura. Na região

também merecem destaque as produção de grãos.

A seguir são apresentadas informações sobre a época de criação das

empresas abordadas no estudo.

Gráfico 2 - Época de criação das empresas Fonte: Marolli (2011).

Conforme observado no Gráfico 2 houve uma tendência de aumento do

número de novas empresas nos últimos 10 anos. Com o passar dos anos um maior

número de empresas foi sendo criada num menor espaço de tempo. Esta realidade

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50

é mais marcante a partir de 1998 e, em especial, nos anos de 2009 e 2010,

momento em que foram criadas 10 e 18 empresas, respectivamente. O surgimento

de empresas se deve ao aumento do apoio à abertura de empresas e maior acesso

a créditos. Neste contexto o SEBRAE tem desenvolvido um importante trabalho no

sentido de incentivar e orientar a abertura de novas empresas no Brasil.

De acordo com as informações apresentadas (Gráfico 2) observa-se que o

surgimento das empresas acontece a partir da década de 1980. Segundo Viapiana

(2001) um momento de destaque para a micro e mpresa no Brasil aconteceu em

novembro de 1984, quando o presidente da república decretou e sancionou o

Estatuto da Micro e mpresa (lei 7 256). Esse foi o período da história do Brasil no

qual a micro e pequena empresa foi reconhecida por lei recebendo maior atenção

por parte dos órgãos governamentais.

A seguir (Tabela 3) observa-se o número de funcionários familiares de acordo

com a atividade desenvolvida pelas empresas.

Tabela 2 – Funcionários familiares de acordo com a atividade desenvolvida pela empresa Atividade 0 Familiares 1 a 3 Familiares 4 a 10 Familiares Comércio 21 Empresas 48 Empresas 16 Empresas Indústria 05 Empresas 10 Empresas Profissionais liberais e afins

01 Empresas

Serviços 01 Empresas Total 26 Empresas 60 Empresas 16 Empresas

Fonte: Marolli (2011).

De um modo geral observa-se que as empresas do Município de Pitanga,

contratam membros do grupo familiar para desempenhar funções dentro da

empresa. Esta é uma característica das empresas de pequeno porte, que já advém

de longa data e apresenta grande participação e importância frente ao quadro

empresarial. Nesse sentido, quando se consulta a literatura, percebe-se, por

exemplo, de acordo com Lethbridge (2007), que em nível mundial, empresas

controladas e administradas por familiares são responsáveis por mais da metade

dos empregos e, dependendo do país, geram de metade a dois terços do PIB.

Dentre as coisas que os seres humanos consideram importantes podem-se

destacar a convivência com sua família e o desempenho de suas atividades dentro

da empresa. A empresa familiar tem a interessante possibilidade de agrupar essas

Page 51: desenvolvimento local: um estudo baseado na importância

51

duas necessidades, tornando o trabalho mais harmonioso e produtivo e quem ganha

com esta junção é a empresa.

Não se pode deixar de destacar que empresa familiar também tem algumas

desvantagens e enfrenta muitos desafios, que se não adequadamente enfrentados

podem vir a destruir a organização. Os problemas são os mais diversos e o nível de

complexidade varia de acordo com o porte da empresa e as características da

estrutura familiar. Talvez um dos problemas mais comum enfrentado nas empresas

familiares seja a centralização das tomadas de decisões.

Ainda avaliando as características das micro e pequenas empresas de

Pitanga, na análise sobre terceirização de serviços (Gráfico 3) observa-se que na

“Situação Geral das Empresas” que 79,41% das empresas não terceiriza serviços.

Gráfico 3 - Terceirização de serviços conforme o ramo de atividade Fonte: Marolli (2011). O resultado obtido no Gráfico 3 já era esperado, 79,41% das MPE’s

conseguem executar seus serviços dentro da própria empresa. Dentre os serviços

terceirizados pelas empresas de Pitanga predominam “serviços especializados” e

“frete” (Gráfico 4). Os serviços especializados são contratados muitas vezes pelas

empresas de pequeno porte em razão do custo, sendo inviável desenvolver este tipo

de serviço pela própria empresa.

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52

Gráfico 4 - Serviços terceirizados pelas empresas Fonte: Marolli (2011).

Sabe-se que a terceirização apresenta vantagens e desvantagens para a

empresa e devem ser levadas em consideração e analisadas. Por um lado alguns

empregadores preferem manter seus funcionários para desempenhar os serviços e

consideram que se o serviço quando é executado dentro da própria empresa é mais

fácil garantir sua qualidade. Por outro lado, trabalhar com empresas terceirizadas

para executar serviços acaba sendo mais vantajoso financeiramente que manter

funcionários por tempo indeterminado.

Borges e Druck (1993, p. 28) complementam afirmando que:

A terceirização "à brasileira" reduz, não apenas, o emprego no conjunto da economia, mas também leva à eliminação exatamente de postos de trabalho melhor remunerados (salários e benefícios) nas grandes empresas e à sua substituição por empregos menos importantes ou de pior qualidade, nas terceiras.

Ainda abordando a questão de terceirização Borges e Druck (1993), afirmam

que a divisão de competências tende a ser desigual entre as empresas originando

relações assimétricas entre elas. Mencionam o fato de que grandes empresas optam

por concentrar aquelas atividades principais, de maior valor agregado, e deslocam

atividades rotineiras para regiões que apresentam mão-de-obra barata. De um modo

geral, quanto maior o porte de uma empresa, maior o desafio que ela enfrenta no

que se refere à gestão de seus trabalhadores. Muitas vezes ocorre na prática os

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53

chamados “tempos mortos”, ou seja, o mau aproveitamento do tempo de seus

trabalhadores. Nas empresas que executam serviços terceirizados, ou também

chamadas de “terceiras”, o aproveitamento do tempo de trabalho é melhor.

Sobre a caracterização dos dirigentes das empresas, o primeiro requisito

abordado foi o grau de escolaridade dos dirigentes da empresa.

Gráfico 05 - Grau de escolaridade do dirigente co nforme o ramo de atividade da empresa

Fonte: Marolli (2011).

Observa-se na “situação geral das empresas” (gráfico 05) o nível de

escolaridades dos dirigentes. Um fato que chama atenção é que entre os

respondentes 30% tem o segundo grau completo e quase o mesmo percentual 29%

tem nível superior. Apesar dos resultados mencionados parecerem satisfatórios, é

importante considerar que se tratando de dirigentes de empresas, portanto, espera-

se o melhor nível de escolaridade possível. No Gráfico 05 observa-se que há

também dirigentes com o 2º grau incompleto (9%) o que é um número relativamente

importante para as empresas.

Estas informações somente reforçam a desconfiança de que o grau de

instrução talvez possa influenciar na mortalidade de empresa. Com níveis de

escolaridade mais baixos, muitas vezes as pessoas desconhecem o quanto esta

ferramenta é importante para abertura de uma empresa. Mesmo desconhecendo o

que é um plano de negócios, muitos empresários não procuram auxílio profissional

para a abertura de empresa como, por exemplo, o SEBRAE. A não realização de um

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54

plano de negócios muitas vezes resulta no fracasso empresarial. Em pesquisa

realizada por Pereira; Araújo; Wolf (2011) observou-se que dos empresários que

tinham apenas o ensino médio, a grande maioria (79%) não adotou um plano de

negócios. Ainda de acordo com a mesma pesquisa um número considerável dos

entrevistados com curso superior (43%) utilizou um plano de negócios. Para os

autores a educação formal pode contribuir para o sucesso dos negócios, não só por

ampliar novas propostas, inventar novos produtos ou processos, mas também por

ampliar a capacidade de aproveitar oportunidades e gerar conhecimentos para então

transformá-los em bens sociais.

O Gráfico 6 evidencia o perfil dos dirigentes da empresa por faixa etária, por

ramo de serviço.

Gráfico 06 - Idade do principal dirigente da empres a Fonte: Marolli (2011).

A idade do dirigente isoladamente não é um aspecto que define o sucesso ou

fracasso empresarial. Uma conclusão desta natureza só é possível quando a idade é

associada à falta de capacitação para a atividade desenvolvida na empresa. Dos

entrevistados 76% dos dirigentes estão em faixa etária superior a 31 anos. Desta

faixa, 14% possuem acima de 50 anos, enquanto que 33% possuem entre 41 e 50

anos e, completando, 29% possuem entre 31 e 40 anos. Porém a idade mais

avançada do dirigente associada a um baixo nível de escolaridade não é o desejável

para a empresa. A educação formal pode contribuir para o sucesso dos negócios,

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55

não só por ampliar novas propostas, inventar novos produtos ou processos, mas

também por ampliar a capacidade de aproveitar oportunidades e gerar

conhecimentos para então transformá-los em bens sociais. Por outro lado, a maior

faixa etária do dirigente pode indicar maior tempo de experiência e preparo por meio

de treinamentos e de avanço de escolaridade.

A faixa etária compreendida entre 21 e 30 anos apresentou 24% de

freqüência e aquela até 20 anos não apresentou resultado. De fato, alguns estudos

mostram que idade não é barreira, e que apesar dos empreendedores de sucesso

terem em média 35 anos, existe diversos casos de empreendedores situados em

outras faixas etárias (Timmons, 1994). Portanto, em outras palavras o sucesso

empresarial tende a ser maior quanto mais tempo o dirigente tem para se preparar.

Gráfico 07 – Tempo de trabalho do dirigente por ramo de atividade da empresa

Fonte: Marolli (2011).

Dos entrevistados das empresas do ramo de serviços predominam dirigentes

com 6 a 10 anos de tempo de trabalho na empresa (40% das empresas). Já nas

empresas do ramo do comércio predominam dirigentes com 1 a 5 anos e com mais

de 15 anos de trabalho. Ao somar-se as duas faixas etárias, encontra-se 60% dos

entrevistados. Este percentual evidenciou a maior participação de dirigentes com

mais experiência na empresa.

De um modo geral observa-se que o tempo de trabalho dos dirigentes

(Gráfico 07) mantém certa relação com a época de abertura das empresas (Gráfico

02), ou seja, de um modo geral, os dirigentes acompanham a empresa desde a

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56

época de sua criação. Este fato é positivo, pois a rotatividade de dirigentes pode

refletir instabilidade na empresa. Segundo Ferreira e Freire (2001), os custos da

rotatividade de pessoal podem ser significativos; abranger desde a queda da

produtividade até a perda da historicidade da instituição, que parece também

demitida com os veteranos que partem.

Além do tempo de trabalho na empresa, um aspecto importante que resulta

no bom trabalho na empresa é a atividade e experiência anterior do dirigente. Se o

dirigente já tinha experiência na mesma atividade e no mesmo ramo há

probabilidade em se obter maior sucesso, pois na maioria dos casos há um

aprendizado com erros e acertos do passado.

Gráfico 8 - Atividade exercida pelo dirigente antes de trabalhar na empresa

Fonte: Marolli (2011).

Dos dirigentes entrevistados 33%, independentemente do ramo da empresa

(ver situação geral das empresas) trabalhavam anteriormente como funcionário de

empresa privada antes de montar seu próprio negócio, sendo que 26% trabalhavam

como autônomo. Já os proprietários de outras empresas que juntamente com os

funcionários públicos, aposentados e estudantes formam um conjunto de 41%. Estes

resultados demonstram equilíbrio de proporção entre os ex-empregados/funcionários

e os demais, levando a desconsiderar uma relação mais profunda entre o vínculo de

trabalho anterior do dirigente e o tempo de atividade das empresas.

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Gráfico 9 – Experiência do dirigente antes da impla ntação da empresa Fonte: Marolli (2011).

Quanto à experiência anterior do dirigente, observa-se (Gráfico 9) que 39%

dos dirigentes mencionaram ter boa experiência no ramo de trabalho da empresa . A

experiência no setor privado dá ao profissional importante preparo quando este

deseja abrir uma empresa ou ao menos trabalhar em cargos superiores numa

organização. Por outro lado, a falta de experiência anterior neste caso 24% das

empresas pesquisadas pode, em muitos casos, levar ao fracasso da empresa.

Pereira e Santos (1995), contudo, consideram dois aspectos que levam os

empreendimentos ao fracasso: falta de experiência empresarial anterior. Este talvez

seja o mais importante, pois dele decorrerão diversas outras falhas. E falta de

competência gerencial; este motivo é, juntamente com o anterior, a explicação da

maioria do fracasso empresarial.

No processo de abertura das empresas, os empresários recorreram mais ao

capital próprio do que ao capital de terceiros (gráfico 10). Dos empresários que

iniciaram as atividades do negócio com 100% de capital próprio estes representam

50%. Ainda 40% iniciou sua atividade com o mínimo de 50% de capital próprio ou

maior parte. Esta realidade é desejável uma vez que o empresário “se livra” dos

juros de um empréstimo, assim, o retorno do investimento é mais rápido

comparando-se a um eventual empréstimo Por outro lado, créditos bem aplicados,

dão ótimos resultados e devem ser utilizados pelas empresas.

Muitas vezes, a reduzida capacidade financeira dos dirigentes das empresas

de micro e pequeno porte apresentam-se como fator limitante ao equilíbrio e ao

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58

crescimento, sendo muitas vezes responsável pela falência das empresas. Por outro

lado há empresas que aplicam seu crédito inadequadamente em razão da falta de

conhecimento. Em se tratando de fracasso ou sucesso empresarial, o planejamento

que precede a abertura da empresa é fator determinante.

Gráfico 10 - Origem de capital para iniciar a empre sa Fonte: Marolli (2011).

O Gráfico 11 evidência se as empresas pesquisadas realizaram estudos

prévios antes de iniciar as atividades. Informações apresentadas retratam um

quadro crítico em comparação ao que é observado em empresas bem sucedidas.

71% das empresas independente do ramo de atividade não realizaram pesquisa de

mercado. Para Kotler (1995) o estudo que viabiliza o entendimento das

oportunidades de mercado é a análise de mercado, que determina, além das

situações favoráveis o potencial de tamanho de mercado e as influências externas

que afetam positivamente ou negativamente uma empresa. É necessário que, ao se

estudar o mercado, o empreendedor obtenha respostas relacionadas aos objetivos

(missão) do empreendimento, tamanho do mercado, pontos fortes e fracos, recursos

disponíveis, oportunidades e ameaças e estratégias dos concorrentes.

Já se tratando de estudos sobre viabilidade econômica, técnica e estudos

ambientais ou de responsabilidade social, o ramo de indústria teve uma situação

diferente dos demais setores, se destacou pela utilização destes recursos para dar

inicio às atividades.

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Gráfico 11 - Estudos prévios para implantar a empre sa por ramo de atividade Fonte: Marolli (2011). Obs: S: realizam estudos prévios; N: não realizam estudos prévios

Diante de tal quadro, a que conclusão pode-se chegar? Que estudos são

necessários? Que as empresas em questão poderiam ter se desenvolvido mais

rapidamente se tivessem realizados estudos prévios? Estudos prévios são

necessários independentemente do porte e do ramo empresarial. Na maioria das

vezes, o sucesso da empresa no curto, médio e longo prazo. É importante

considerar que quanto maior a concorrência, maior a exigência do consumidor, mais

evidentes são os “prejuízos” da não realização de estudos prévios.

No meio empresarial os estudos prévios à abertura de empresas é chamado

de “Plano de Negócios”. Num plano de negócios são focados todos os aspectos

necessários à abertura de uma empresa, como um documento para auxiliar o

empreendedor na validação de seu empreendimento (Dornelas, 2001).

Para Peters (2004, p. 210), “O plano de negocio é um documento preparado

pelo empreendedor em que são descritos todos os elementos externos e internos

relevantes envolvidos no inicio de um novo empreendimento”.

Em estudo desenvolvido por Pereira et al (2011) ao serem questionados se

tinham ou não um plano de negócios para iniciar e manter o empreendimento, 72%

dos entrevistados afirmou não ter adotado nenhum tipo de plano formal. Outro

aspecto que chama a atenção no estudo realizado pelos autores é que considerando

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60

apenas aqueles empresários que tinham curso superior, o percentual de quem não

adotou o plano de negócios é menor (51%). Isso mostrou para aquele universo de

pesquisa que quem tem curso superior percebe com mais clareza a importância de

se ter um planejamento antes da abertura de uma empresa. Portanto, percebe-se

que há um paradigma a ser “quebrado” que traz a idéia de que estudos prévios na

abertura de empresas são “exageros” desnecessários.

Um aspecto que também interfere no sucesso da empresa é o motivo de sua

abertura. (Gráfico 12).

Gráfico 12 - Motivo da abertura da empresa Fonte: Marolli (2011).

Observa-se que as maiores motivações para a abertura das empresas

independentemente do ramo de atividade são: em primeiro lugar (39%),

“Conhecimento no ramo de atividade” e, em segundo lugar (31%), “Oportunidade de

negócio”. Este panorama é positivo e, de certa forma, contribui para o sucesso das

empresas no mercado. No entanto, um fato que chama atenção é que

“Oportunidade de Negócio” deveria ser a mais citada, pois ela define a demanda por

produtos ou serviços em qualquer região. Nenhuma motivação faz sentido se não

houver a demanda por produtos ou serviços, ou seja, uma oportunidade de negócio

bem definida.

Para Dolabela (1999), ao pensar em se abrir uma empresa, mesmo sendo de

pequeno porte, é preciso elaborar um plano de negócio, a fim de verificar sua

viabilidade. Nesse plano, serão definidos o negócio, sua identidade e suas

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61

atribuições, os objetivos, quais informam a finalidade da criação do negócio, e serão

estabelecidas, também, as prioridades estratégicas em relação aos consumidores,

concorrentes e fornecedores. Ou seja, é importante antes de abrir uma empresa

fazer um plano de negócio, não sendo aconselhável abrir uma empresa pelo simples

fato de se ter experiência ou vontade de ter um negócio próprio. É preciso

planejamento antes de tudo. A realidade em que se vive está mudando

constantemente. Portanto, se não houver planejamento de todas as atitudes a serem

tomadas, pode ser que muitas delas não tenham sucesso. Daí, a importância da

elaboração do plano de negócio para a empresa.

A gestão eficiente de uma empresa deve começar na abertura oficial do

empreendimento. Assim, se a empresa começa a funcionar tendo como base um

planejamento administrativo sólido, bem elaborado, será mais provável que seu

desenvolvimento seja saudável e sem maiores problemas no futuro (RESNIK ,1990).

A fase inicial de uma empresa é uma das mais importantes, pois pode definir

a sua permanência ou não no mercado. Assim, o apoio recebido nesta fase é de

extrema importância.

Gráfico 13 – Apoio obtido para a abertura do negóci o Fonte: Marolli (2011).

Observa-se que independentemente do ramo de atividade da empresa, a

maior motivação que o empresário teve para abrir a empresa foi o apoio “somente

da família”. É importante ressaltar que, apesar do apoio da família ser fundamental,

muitas vezes não é o suficiente ou o mais necessário para o empresário. Os apoios

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governamentais ou bancários são de extrema importância tendo em vista que uma

grande limitação aos empresários é o acesso a crédito como, por exemplo, ao

financiamento do capital de giro para investimento na empresa, tanto na fase inicial

quanto nas fases posteriores.

A realidade observada nas empresas da região não é positiva, pois se tivesse

havido esse apoio, qual seria o resultado ou efeito? O desenvolvimento das

empresas teria sido mais rápido? Mais empresas teriam surgido na região? São

questionamentos que devem ser pensados, sobre os quais a presente pesquisa não

conseguiu produzir evidências. Novos estudos, portanto, são necessários.

Muitas vezes a falta de capital é um dos motivos para o encerramento das

atividades da empresa, na gestão financeira, quando não há dinheiro no momento

adequado, a empresa está fora de seus negócios. Após a fase inicial onde se

estabilizam as atividades da empresa no mercado, é importante manter o

crescimento, assegurando um adequado posicionamento de mercado. Nesse

contexto há aspectos que contribuem dentro e fora da empresa. A seguir os gráficos

de nº 14 a 18 apresentam a opinião dos empresários quanto aos aspectos internos e

externos que contribuem para a sobrevivência da empresa no mercado de acordo

com o ramo de atividade.

Para se ter uma avaliação mais detalhada dos fatores que contribuem para a

sobrevivência foi preciso separar as empresas por área de atuação, aspecto este de

grande relevância, já que na maioria dos estudos realizados sobre micro e pequenas

empresas são sobre os fatores que causam fechamento delas.

O ramo de serviços (Gráfico 14) observa-se que o aspecto que mais

contribuiu para a sobrevivência das empresas foi “O fato de que os membros da

direção e funcionários têm bons relacionamentos com os clientes” teve destaque

sendo considerado pelos empresários como um aspecto significante e muito

significativo. Isso traduz o bom atendimento ao cliente, que é uma prioridade para

qualquer empresa de sucesso no mercado atual.

Um dado que chamou atenção foi em relação ao “fato das empresas serem

administradas por pessoas com alta formação técnica e profissional” obteve-se um

empate e foi considerado um aspecto pouco significante e ao mesmo tempo muito

significante, podendo assim ser considerado um ponto a ser estudo em novos

trabalhos. Já os demais aspectos foram considerados pelos empresários

“insignificantes” para a sobrevivência da empresa.

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Gráfico 14 - Aspectos que contribuem atualmente pa ra a sobrevivência da empresa – Ramo de serviços

Fonte: Marolli (2011).

Para as empresas do ramo industrial (Gráfico 15) o aspecto mais importante e

considerado como “muito significativo” também foi “direção e funcionários tem bons

relacionamentos com os clientes”. Já o aspecto “atuam na empresa mais membros

da família trabalhando sem remuneração fixa” foi considerado “significativo”.

Percebe-se que ter funcionários da família trabalhando sem remuneração fixa é mais

viável para os empresários, pois assim, a empresa pode adequar o pagamento pelos

serviços de acordo com a receita mensal da empresa. Por outro lado as empresas

mencionaram que quando a situação financeira é favorável, também é favorável

para o funcionário familiar. Os demais aspectos são considerados insignificantes

para os empresários.

Gráfico 15 - Aspectos que contribuem atualmente par a a sobrevivência da empresa – Ramo de indústrias

Fonte: Marolli (2011).

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Da mesma forma que para os ramos empresariais já mencionados, 56% das

empresas do ramo do Comércio também apontou o aspecto direção e funcionários

tem bons relacionamentos com os clientes como muito significante. Situação

semelhante também foi observada no Gráfico 17.

Gráfico 16 - Aspectos que contribuem atualmente par a a sobrevivência da

empresa – Ramo do comércio Fonte: Marolli (2011).

Um dado importante a ser destacado no ramo do comercio é que o aspecto

os administradores da empresa e os funcionários possuem alta formação técnica e

profissional foi considerado 27% empresas deste ramo como significante. Este

quadro retrata a preocupação das empresas deste ramo em relação à formação

técnica e profissional do quadro de funcionário da empresa. Este tipo de

preocupação pode contribuir para o desenvolvimento e manutenção da empresa no

ramo de atuação.

Para os ramos dos profissionais liberais foram considerados significantes os

aspectos “direção e funcionários têm bons relacionamentos com os clientes”, “os

funcionários da empresa possuem alta formação técnica e profissional”, “no local ou

região há poucas ou não há empresas que concorrem no setor”. Os demais

aspectos foram considerados insignificantes.

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Gráfico 17 - Aspectos que contribuem atualmente par a a sobrevivência da empresa – Ramo de profissionais liberais

Fonte: Marolli (2011)

De um modo geral, independentemente do ramo, o atendimento ao cliente por

parte da direção e dos funcionários da empresa, é fator que mais tem importância

para a sobrevivência no mercado (Gráfico 18). Este quadro mostra a dimensão que

o atendimento ao cliente tem para o sucesso das empresas no Município. Por outro

lado, se este aspecto é observado com destaque pela maioria das empresas, estas

devem se preocupar-se, também, com outros diferenciais, já que o mercado é

garantido para aqueles que fazem diferente, para agradar ao cliente/consumidor.

Gráfico 18 - Aspectos que contribuem atualmente par a a sobrevivência da

empresa – Situação geral das empresas Fonte: Marolli (2011).

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66

Na seqüência (Gráfico 19) são apresentadas informações quanto aos

problemas mais freqüentes observados nas empresas para o ramo de serviços.

Nota-se que os problemas com administração do fluxo de caixa são os mais citados

como “significantes”. Os problemas “custos elevados” e “dificuldade de aperfeiçoar

produtos e serviços de acordo com a necessidade dos clientes” foram os segundos

mais citados como “significantes”.

A administração do fluxo de caixa é uma ferramenta da gestão que é causa

de sucesso ou fracasso empresarial. A má administração do fluxo de caixa pode

resultar em gastos maiores que as despesas no médio e logo prazos. Por um lado

muitas empresas acabam comprometendo seu capital de giro com gastos indevidos

ou empregam indevidamente esse capital gerando retornos menores do que o

esperado/possível.

Para Antonik (2004, p. 4),

a sustentabilidade econômica e financeira é elemento essencial para o sucesso da organização. O desenvolvimento sustentável de uma pequena e média empresa requer a definição de uma política realista, focada nas condições do mercado.

O fluxo de caixa é uma ferramenta para o gerenciamento financeiro, a fim de

tornarem mais sólidas as decisões a serem tomadas e são importantes para o

planejamento do fluxo de caixa nas MPE’s. É a forma mais eficaz de ver as

movimentações financeiras e saber como anda a situação financeira da empresa,

podendo por meio destas informações salvar e empresa da falência.

Gráfico 19 – Problemas mais freqüentes observados n a empresa – Ramo de

serviço Fonte: Marolli (2011).

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67

Antonik (2004, p.41) afirma ainda que,

O fluxo de caixa, que retrata o movimento real do caixa no mês, é necessário para complementar a análise financeira da empresa (entradas e saídas de dinheiro). Ele deve ser planejado para no mínimo seis meses, evitando assim sobressaltos durante a gestão empresarial ou necessidade de ajuste de caixa por meio de empréstimos a bancos, os quais, se realizados às pressas, acabam tornando-se dispendiosos para a empresa. Para o pequeno ou médio empresário, é essencial desenvolver essa atividade. Esses dados financeiros podem ser organizados e controlados por meio de uma simples planilha de Excel.

Diferente do que foi observado nas empresas do ramo de serviços, os “custos

elevados” foram apontados em iguais proporções pelas empresas do ramo do

comércio como sendo “significantes” e “muito significantes” (Gráfico 20). Este fato

faz sentido uma vez que no ramo do comércio a dimensão da receita depende em

parte dos custos dos produtos principalmente quando estes são revendidos na

região. Em se tratando de produção própria os custos tentem a serem menores,

resultando em maiores receitas para a empresa.

O fato das empresas estarem localizada distante dos grandes centros é um

fator critico que condiciona os custos de produção e distribuição. Segundo estudos

realizados os custos com operações de transporte normalmente atingem os 25% do

preço de venda do produto, o que significa que 1/4 das receitas das empresas são

utilizadas para cobrir os gastos com a entrada de matéria prima e a distribuição de

produto acabado. Além disso, os custos das matérias-primas e as tarifas de

impostos locais podem oscilar conforme o local em que a empresa se instala

(BALLOU, 2006).

Diante desta realidade as empresas de Pitanga precisam encontrar uma

alternativa para minimizar os custos, só assim serão capazes de aumentar a

competitividade, seja pelo aumento da eficiência na operação da cadeia logística,

rapidez no atendimento, redução de custos de transporte ou de impostos, entre

outros além de possibilitar novos mercados e novos negócios.

É importante destacar que a grande maioria das empresas considerou os

demais problemas como sendo “insignificantes”. Tal realidade pode ser vista como

positiva, uma vez que diversos problemas tidos como importantes para muitas

empresas não são significantes para as empresas de Pitanga. No momento há que

se voltar esforços para a minimização de custos, investindo-se, por exemplo, em

pesquisas de preços de mercado na compra de produtos para revenda e busca de

produtos alternativos com preços mais competitivos.

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Gráfico 20 – Problemas mais freqüentes observados n a empresa – Ramo do

comércio Fonte: Marolli (2011).

Para os profissionais liberais e o setor de indústria todos os problemas

mencionados no Gráfico foram considerados como “insignificantes”. A seguir

(Gráficos 21 e 22) são apresentadas as informações referentes aos principais

desafios à sustentabilidade das empresas do ramo de serviços e comércio.

Independentemente do ramo observou-se que a maioria das empresas

considerou os desafios apresentados como “insignificantes”. Para os dois ramos de

atividade a “concorrência exercida pelas empresas locais e de maior porte da região

e de outros locais foram citadas por um numero maior de empresas como sendo

“significante”.

Atualmente ser competitivo é fundamental para as organizações sobreviverem

no mundo globalizado. Para Ferraz (1997, p. 03) “(...) a competitividade é a

capacidade da empresa em formular e implementar estratégias de concorrências,

que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição

sustentável no mercado”. Para Porter (1990), a vantagem competitiva surge do valor

que a empresa consegue criar para seus clientes e que este valor ultrapasse o custo

de fabricação. Existem dois tipos básicos de vantagem competitiva, a liderança de

custo e a diferenciação.

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Possuir uma visão de futuro se torna fundamental para as empresas serem

competitivas, principalmente para as empresas de pequeno porte. Não basta apenas

ser competitivo no presente, é necessário olhar para o futuro e estar preparado para

as novas oportunidades, ter em mente um planejamento de curto e longo prazo faz

parte deste processo.

As empresas do município de Pitanga, ainda não estão preparadas para

competir com a concorrência existente, lembrando que nos tempos atuais a

concorrência vem de onde menos se espera. Alguns anos atrás a coerência era as

empresas vizinhas que muitas vezes só atuavam no mesmo segmento, já hoje com

a tecnologia, as trocas de informações e os processos avançados de entrega, uma

empresa do outro lado do mundo por ser nossa concorrente direta. Um exemplo

deste processo é a internet, com o que muitas empresas vendem hoje para o mundo

todo através de site, ou seja, concorrência em que algumas décadas atrás era

praticamente local passa a ser global. Segundo Casarotto (1998), com a

globalização cada vez mais acentuada os riscos para as pequenas e médias

empresas estão aumentando rapidamente.

Gráfico 21 – Principais desafios à sustentabilidade da empresa – Ramo de

serviços Fonte: Marolli (2011).

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70

No cenário globalizado em que vivemos ser competitivo é fundamental para

as empresas manterem-se e evoluírem nos mercados onde estão inseridas ou que

pretende conquistar. A todo o momento empresas de grande porte fazem fusões e

alianças com a finalidade de tornarem-se mais competitivas. Estas soluções

buscadas pelas empresas de maior porte, também precisa ser buscada pelas

empresas de pequeno porte com o objetivo de se manter no mercado e conseguir

prosperar até se torna uma grande empresa.

Segundo Casarotto, (1998), a globalização veio para ficar, colaborando para

que a qualquer momento uma empresa possa ver surgir um concorrente produzindo

melhor e mais barato. Segundo o autor a forma de se diminuir os riscos das

pequenas e médias empresas é a formação de alianças estratégicas.

Para os profissionais liberais entrevistados todos os desafios mencionados no

Gráfico foram considerados como “insignificantes”. Este é um fator que preocupa e

muito, pois não podemos ignorar a existência dos desafios e não tem empresa que

esteja totalmente preparada no mercado.

Gráfico 22 – Principais desafios à sustentabilidad e da empresa – Ramo do

comércio Fonte: Marolli (2011).

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O setor indústria destacou que, de todos os desafios mencionados o que

realmente é significante para o ramo de atuação é “a falta de qualificação técnica e

profissional do quadro funcional da empresa” os demais itens são insignificantes.

Considerando os outros destinos dos rendimentos da empresa nota-se para

os ramos de Serviços e Comércio (Gráficos 23 e 24) que os destinos atingem em

grande maioria valores de até 1%. Poucas empresas realizam doações diversas

comprometendo em até 5% de seus rendimentos.

Para o ramo de serviços (Gráfico 23) o destino dos rendimentos mais citado

foi “outras contribuições à comunidade local” e, em segundo lugar, “auxílios ou

doações individuais, eventuais, para pessoas que têm necessidades de

sobrevivências”. Como “outras contribuições à comunidade local” algumas empresas

citaram como exemplos: festas locais, quermesse, bailes, prendas, auxílio às

Policias Militar e Civil. Percebe-se que as empresas têm contribuído com seus

rendimentos em ações sociais, mas a iniciativa ainda é pequena. Outro aspecto que

merece ser destacado é que as ações observadas não são estruturadas na forma de

projetos de responsabilidade social como é comum para muitas empresas.

Gráfico 23 – Outros destinos dos rendimentos da emp resa – Ramo de serviços Fonte: Marolli (2011).

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Gráfico 24 – Outros destinos dos rendimentos da empresa – ramo do comércio

Fonte: Marolli (2011).

Para o ramo da indústria os rendimentos são praticamente todos investidos

nas atividades das empresas propriamente ditas (Gráfico 25).

Gráfico 25 – Outros destinos dos rendimentos da emp resa – Ramo da indústria Fonte: Marolli (2011).

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73

A seguir são apresentadas e discutidas as informações obtidas por meio de

perguntas abertas realizadas aos dirigentes das empresas. As perguntas foram

apresentadas em tabelas com suas respectivas respostas e com que cada resposta

foi mencionada pelo dirigente.

Tabela 03: Principal contribuição da empresa para o desenvolvimento do Município

Resposta Total de empresas Não responderam 67 Qualidade dos produtos, sem que haja necessidade do cliente ir buscar em outros centros

8

Pagamento de impostos 6 Desconhece 4 Gerar empregos 3 Investimento local 2 Qualidade de vida aos moradores, questões ambientais 2 Acesso da população aos meios de comunicação 1 Atendimento personalizado 1 Cultura, entretenimento e conhecimento 1 Estética 1 Giro de capital devido à natureza do negocio 1 Informações diárias e necessárias a população 1 Patrocínio de festas 1 Prestação de serviço em conta e com maior rapidez 1

Fonte: Marolli (2011).

Observa-se que 8 empresários acredita que a principal contribuição de suas

empresas é a oferta de produtos de qualidade incentivando os clientes a comprarem

no próprio município. Esta realidade é importante considerando que a compra de

produtos no município estimula a geração de renda “aquecendo” a economia local,

ou seja, contribui para o desenvolvimento do município. A segunda resposta mais

freqüente destaca a função das empresas em gerar impostos para o município. No

entanto, acredita-se que a contribuição do setor empresarial para qualquer município

deve ir além do que se observou. Um dos aspectos importantes é a geração de

empregos para a força de trabalho local. Nesse sentido, quanto maior a empresa,

maior a demanda por trabalhadores. No entanto, as empresas de maior porte

demandam profissionais qualificados o que faz surgir no município a busca por

conhecimento e por qualificação.

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74

Tabela 04: Quais os motivos que justificam a sobrev ivência de sua empresa?

Resposta Total de empresas Não responderam 44 Bom relacionamento com o cliente 12 Oferta de produtos originais com qualidade 8 Agilidade e qualidade no atendimento 8 Serviço de qualidade 4 Pessoal qualificado 4 Serviço especializado 4 Qualidade na administração da empresa 3 Exclusividade de prestação de serviço 3 Experiência no ramo de atividade 3 Conhecimento dos clientes 2 Falta de oportunidade de emprego 1 Necessidade da população em ter dinheiro 1 Continuidade do negocio da família 1 Controle financeiro 1 Vendas garantidas 1

Fonte: Marolli (2011).

A sobrevivência empresarial (tabela 5) segundo 12 dos dirigentes das

empresas,é garantida pelo bom relacionamento existente entre a empresa e o

cliente. Esta questão foi abordada anteriormente em questões fechadas e obteve

semelhança em respostas. Esta realidade é positiva para as empresas de pequeno

porte, como foi visto anteriormente na literatura, a falta de cliente é um fator que leva

as pequenas empresas a falência, este é um ponto que as empresas de Pitanga tem

trabalhado para manter, garantindo assim sua sobrevivência. Mas para muitos é

preciso mais que apenas se manter no mercado, é preciso crescer, gerar empregos,

proporcionar a comunidade onde estas empresas estão inseridas qualidade de vida.

È importante destacar que oportunidade de negócios podem acontecer a partir da

oferta de um conjunto mais amplo de produtos e serviços, que no final vai gerar

ganhos não somente para as empresas, mas todos os envolvidos.

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Tabela 05: Quais os principais apoios que sua empre sa recebe para contribuir na sua sobrevivência e eficiência?

Respostas Total de empresas

Não responderam 64

Nenhum 25 Informações sobre os serviços pelo franqueador 2 Preferência dos clientes/ Satisfação 2 Qualificação freqüente - cursos de capacitação 1 Dedicação dos sócios 1 Acompanhamento bimestral dos resultados (controle das finanças)

1

Instituição bancaria, mas estas não justificam a sobrevivência da empresa

1

Projetos do governo 1 Governo federal através da isenção de alguns impostos 1 Apoio da família e amigos 1 Fonte: Marolli (2011).

Quando abordados sobre o apoio que recebem para sobreviver no mercado

os dirigentes manifestam grande insatisfação mencionando que não recebem apoio

algum. Tal realidade não é desejável e não representa uma base sustentável para o

desenvolvimento almejado. Independentemente que esta realidade seja um pouco

mais ou pouco menos acentuada do que o identificado por meio dos

questionamentos, há que se demandar esforços para promover mudanças. Muitas

vezes o apoio às micro e pequenas empresas pode ser dado por determinados

órgãos locais (ex: Associação Comercial, SEBRAE, Secretaria de Indústria e

Comércio, entre outros) ou por auxílio de instituições financeiras para busca de

recursos financeiros, qualificação aos dirigentes, treinamento para os colaboradores,

organização de eventos, feiras, entre outros.

Tabela 06: O futuro da empresa na visão do dirigent e Respostas Total de empresas

Não responderam 54 Expansão dos serviços e/ou negócio 19 Ampliação das instalações 8 Aumento de Mao de obra 6 Melhoria no atendimento ao cliente 5 Serviços especializados 4 Filiais 3 Seguir os mesmos caminhos aprimorando os possíveis erros 1

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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Quando abordados sobre o que é almejado para o futuro de suas empresas a

resposta predominante indica expansão do negócio. Esta realidade indica o anseio

pelo desenvolvimento empresarial na região. Apesar de existirem vontades

específicas por parte de alguns dirigentes como apontado pelas demais respostas, a

visão de expansão é a mais desejada. Também foi apontado (8%) a necessidade de

ampliação das instalações e aumento da mão de obra. No que se refere à mão de

obra, com o desenvolvimento das empresas, espera-se uma mão de obra mais

qualificada para as funções das empresas.

Tabela 07: Quais os principais desafios que você ob serva para a permanência de sua empresa no mercado?

Respostas Total de empresas

Não responderam 43

Concorrência 11 Diminuição dos impostos 8 Serviços especializados 6 Satisfação do cliente 6 Apoio do governo local 6 Incentivo das autoridades em cursos profissionalizantes 3 Baixo índice de indústria no município 3 Êxodo para grandes centros 2 Investimento da população no próprio mercado 1 Especialização dos colaboradores 1 Extinção da pirataria 1 Maior fiscalização do governo local e federal 1 Agilidade na prestação dos serviços 1 Baixa renda da população 1 Economia municipal 1 Aumento dos custos fixos e variáveis 1 Atualização dos produtos 1 Falta de comprometimento com os clientes 1 Nenhum 1 Administração do governo federal 1 Fonte: Marolli (2011).

Em relação aos desafios para a permanência das empresas no mercado 11%

aponta a concorrência como sendo o maior desafio. Esta preocupação é coerente

considerando que o desenvolvimento do setor empresarial traz concorrência de

mercado. No entanto, tal concorrência resulta em melhoria em diversos setores das

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empresas tendo em vista a captação e fidelização de clientes. A concorrência tem

efeito positivo no preço e na qualidade dos produtos e serviços oferecidos aos

consumidores.

Considerando, ainda, a Pergunta 5, observa-se que uma parte considerável

dos dirigentes das empresas estão insatisfeitos com a carga tributaria aplicada sobre

as empresas, o que é um obstáculo para a permanência dessas empresas no

mercado e tem levado algumas empresas a falência.

Nas perguntas aberta muitos dos dirigentes não responderam, se fosse

possível ter um número maior de respostas, seria importante para identificar outros

pontos importantes.

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78

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em se tratando de desenvolvimento local inevitavelmente relaciona-se o

desenvolvimento ao papel das MPE’s. No Brasil, as pequenas e médias empresas

representam uma importante atividade principalmente no interior e nas zonas

periféricas. Em Pitanga/PR esta realidade não é diferente, é preciso incentivar o

crescimento e evolução empresarial para que haja o desenvolvimento local em suas

esferas: econômica, social e ambiental.

Apesar da importância do segmento empresarial para a comunidade de

Pitanga/PR e região, nota-se que este segmento ainda carece de avanços. As

empresas são em maioria de pequeno porte, comportando um pequeno número de

funcionários e que, possuem baixa qualificação profissional. Dados do IBGE (2010)

indicam a alta taxa de natalidade e, também, de mortalidade para empresas com

menor número de funcionários o que retrata uma maior fragilidade dessas

empresas. O aumento do número de funcionários é resultado do aumento do volume

de atividades, do número de setores, ou seja, do crescimento da empresa como um

todo.

Um aspecto positivo observa-se que chama atenção para as empresas de

todos os ramos pesquisados, é o bom relacionamento dos clientes para com

funcionários e dirigentes das empresas. Este aspecto positivo também é citado pelos

dirigentes das empresas por meio das entrevistas realizadas como o fator mais

importante atualmente para a sobrevivência das empresas no município. Estudos

voltados a administração de empresas apontam a satisfação do cliente como o fator

primordial para o sucesso da empresa. Dentre os fatores que geram satisfação para

os clientes, o atendimento é um dos mais importantes. Assim, nota-se que o

atendimento é um dos pontos fortes das empresas estudadas. Lembrando que o

cliente é a razão de existir de uma empresa.

Outro aspecto que chama a atenção nos resultados do estudo é a falta de

apoio na fase de implantação da empresa. Não basta ter conhecimento e uma

grande oportunidade de negócio no mercado se não há capital para iniciar a

empresa. Muitas vezes o empresário não tem o capital necessário ou inicia a

empresa de uma forma não adequada e esperada por não ter o capital necessário

para iniciar o negócio. Assim, os resultados esperados não são alcançados o que

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pode levar a empresa à falência. Esta realidade é preocupante na região, pois

predominam empresas de pequeno porte que iniciaram suas atividades quase que

totalmente com capital próprio. Iniciar com capital próprio, a principio, é a situação

ideal, mas quando o capital próprio não é suficiente, o resultado esperado para a

empresa não será obtido. Assim, fica a indagação: se houvesse maior apoio aos

empresários da região para a implantação das empresas, qual seria o

desenvolvimento atual observado para essas empresas? Os dirigentes das

empresas também chamam a atenção para a falta de apoio nas demais fases de

vida empresarial. Destacam também a carga de impostos aplicada sobre elas, o que

é um obstáculo para a permanência dessas empresas no mercado. Portanto, há que

se promover um diálogo entre lideranças municipais e do segmento empresarial

para levantar demandas e possibilidades de incentivo ao desenvolvimento das

empresas de Pitanga.

Também deve ser destacado a necessidade de maior conhecimento

acadêmico dos dirigentes das empresas. Conforme observado nos resultados, cerca

de 30% das empresas são dirigidas por pessoas com apenas o ensino médio. Os

outros 29% das empresas são dirigidas por pessoas com apenas o superior

completo. Constatou-se, também, que a maioria dos dirigentes, independentemente

do ramo da empresa trabalhava anteriormente como funcionários de empresas

privadas ou como profissionais autônomos. Observou-se também que os dirigentes

mencionaram ter boa experiência no ramo de trabalho da empresa.

Tal realidade é positiva, mas não é suficiente para o sucesso no segmento

empresarial. Hoje sabe-se que no “mundo globalizado” a experiência prática deve

estar acompanhada do conhecimento acadêmico, de conceitos e fundamentos.

Assim, o conhecimento poderá ser empregado na empresas resultando em

melhores estratégias, produtos inovadores, melhor relação com o cliente e, por fim,

maior desenvolvimento. É importante mencionar também que muitas empresas

iniciam por uma motivação pessoal e pela existência de uma oportunidade no

mercado. Muitas vezes estas empresas são frutos de olhares empreendedores. No

entanto, a visão empreendedora deve estar sempre acompanhada da visão

administrativa para que haja sustentabilidade na empresa.

Outro reflexo constatado pela falta de conhecimento é a não utilização do

plano de negócios pelos empresários locais na hora de abrir a empresa, sabe-se

que a adoção do plano de negócios é mais freqüente em empresas cujos

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80

empresários têm maior nível de escolaridade/conhecimento. Apesar dos esforços do

SEBRAE em orientar a abertura de empresas por meio do plano de negócios, ainda

é grande o numero de empresários que abrem suas empresas sem orientação e

sem o devido conhecimento para tanto. Nesse contexto os cursos de graduação e

de pós-graduação têm papel importante na formação de empresários e

empreendedores, pois neles são trabalhados diversos conhecimentos da

Administração de Empresas, bem como, o plano de negócios.

Uma realidade observada de um modo geral para as MPE’s, o que não é

diferente do observado para o segmento empresarial do município de Pitanga, é a

baixa qualificação da mão de obra. Observou-se que as MPE’s constituem uma

alternativa de ocupação para uma pequena parcela da população que não teve

condição de desenvolver seu próprio negócio. As MPE’s representam, também, uma

alternativa de emprego formal ou informal para a comunidade local que, muitas

vezes, não têm a qualificação necessária para trabalhar nas empresas de maior

porte. Embora os resultados obtidos no presente estudo nota-se que o quesito “os

funcionários da empresa possuem alta formação técnica e profissional” foi

considerado pela maioria das empresas como sendo “insignificante”.

Esta realidade observada para o município de Pitanga está de acordo com o

observado por IBGE (2003) para MPE’s. De acordo com IBGE (2003) as pequenas

empresas têm uma visão distorcida dos recursos humanos, e por isso, não

observam com clareza a relação custo/benefícios dos investimentos no capital

humano no Município de Pitanga depende, em grande parte, do crescimento e

qualificação empresarial. As empresas de pequeno porte devem ser incentivadas a

aprimorarem suas formas de trabalho, revendo suas estratégias e, principalmente,

buscando atualizar conhecimento técnico de dirigentes e funcionários. Com o

incentivo ao desenvolvimento local, impulsionado principalmente pelo crescimento e

qualificação do setor industrial, serão demandados profissionais mais qualificados.

Portanto, é necessario o incentivo à escolarização/capacitação de funcionários e

dirigentes de empresa, bem como de toda a comunidade local. Assim, segmentos

municipais precisariam somar forças para incentivar o ingresso desses profissionais

em faculdades para cursarem graduações e pós-graduações. Nesse contexto os

cursos profissionalizantes ofertados no ensino médio (cursos técnicos) ou por

empresas privadas especializadas também têm sua importância na capacitação

profissional.

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A escolarização/capacitação profissional é um investimento empresarial de

baixo custo, considerando que as instituições de ensino superior da região adéquam

as mensalidades de seus cursos à capacidade de pagamento da comunidade. O

conhecimento é a base necessária para o desenvolvimento empresarial almejado na

região. O desenvolvimento traz concorrência, como é visto em todos os grandes

centros empresariais. A sobrevivência das empresas depende do grau de

conhecimento/capacitação, não apenas dos dirigentes, mas também de todos os

funcionários das empresas.

Conforme observa-se nos resultados, grande parte dos dirigentes afirma que

a principal contribuição de suas empresas para o desenvolvimento do município é a

oferta de produtos de qualidade incentivando os clientes a comprarem na região.

Essa contribuição é fundamental e indica a qualidade do trabalho realizado pelas

empresas voltado a produtos e serviços. No entanto, ainda há que fortalecer mais o

potencial das empresas em gerar novos empregos para fixar e atrair novos

trabalhadores no município. Uma das formas de desenvolvimento do setor

empresarial é o incentivo às indústrias. Acredita-se que este seria o investimento

mais importante para o desenvolvimento local, almejado para o município.

Constatou-se que o número de empresas do ramo industrial ainda é pequeno. De

acordo com a Base de dados da Prefeitura Municipal de Pitanga do ano de 2010, o

número de indústrias instaladas corresponde há apenas 4,9% do total de empresas

do município. A industrialização na região é necessária para se promover o

desenvolvimento e a expansão das atividades produtivas, produto interno bruto

local, agregação de valor aos produtos locais, aumento da renda local e a qualidade

de vida da comunidade.

O desenvolvimento industrial e das empresas como um todo traz benefícios

aos consumidores locais, bem como a toda comunidade. Com o desenvolvimento

surge uma concorrência mais acirrada entre as empresas “obrigando-as” a

melhorarem seu trabalho em todos os seus setores tendo em vista a captação e

fidelização de clientes. A concorrência tem efeito positivo no preço e na qualidade

dos produtos e serviços oferecidos aos consumidores.

Como foi destacado nos resultados o agronegócio tem grande representação

na economia, ou seja, há que se incentivar a agroindustrialização em atividades

como a bovinocultura leiteira e a suinocultura que são bem difundidas na região. As

indústrias, sejam elas voltadas ao agronegócio ou não, têm o importante papel de

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geração de empregos, agregação de valor às commodities e, conseqüentemente,

aquecimento da economia local. Portanto, são necessárias políticas voltadas para o

incentivo industrial, a serem criadas na esfera municipal.

É importante lembrar também que a busca do crescimento industrial na região

não deve “ofuscar” a visão das lideranças locais, pois a transformação do

crescimento industrial em qualidade de vida depende, dentre vários fatores, de

planejamento e de ações contínuas. Acredita-se que uma forma eficiente de se

planejar o desenvolvimento industrial é promover a participação e a abertura ao

diálogo com a comunidade, criando oportunidades para que a sociedade civil

participe mais ativamente da gestão municipal.

Uma estratégia interessante para viabilizar o desenvolvimento das micro e

pequenas empresas do Município de Pitanga seria a união de empresas através de

cooperativas, consórcio, cluster ou arranjo produtivo local (APLs) que são

aglomerações de empresas com a mesma especialização produtiva e que se

localizam em um mesmo espaço geográfico e que tem como o objetivo aumentar a

competitividade das empresas cooperadas, criar oportunidades para participação em

feiras com um menor custo, maior variedade de produtos, maior facilidade para

conseguir financiamento juntos aos órgãos de apoio, aumentando assim também

seu poder de negociação e promovendo seu desenvolvimento.

Para que esta união de empresas aconteça é preciso buscar uma forma de unir

estas empresas de pequeno porte, do mesmo ramo de atividade, localizadas em um

mesmo território, com os mesmos objetivos, que sejam capazes de adequar seu

produto para competir com seus concorrentes maiores. Este é o momento das micro,

pequenas e médias empresas se associarem para alcançar melhorias, expandir

seus negócios, para ter uma nova alternativa de mercado, por que podem através

destes arranjos locais contar com o apoio do governo, associações empresarias,

instituições de crédito, ensino e pesquisa. Participar de sistema de aglomeração de

empresas fortalece as empresas, com possíveis reflexos no desenvolvimento local e

regional.

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______ . Financiamento de MPE’s no Estado de São Paulo . São Paulo. SEBRAE, 2009. Disponível em: <www.sebraesp.com.br/principal/conhecendo/20a20mpe/estudos20tematicos/finaciamento_mpe.aspx>. Acesso em 21 jun 2010. TIMMONS, J.A. New venture creation. Boston: Irwin McGraw-Hill, 4. ed., 1994.

VÁZQUEZ- BARQUERO, Antonio. Gran empresa y desarrollo endógeno. La convergencia estratégica de las empresas y territorios ante el desafio dela competencia. Santiago de Chile: Revista EURE , v. 23, nº 70, 1997.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração . 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

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VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; ZOUAIN, Deborah Moraes. Pesquisa qualitativa em administração . Rio de Janeiro: FGV, 2004.

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APÊNDICE QUESTIONÁRIO

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1. Razão Social: ____________________________________________________ 1.2. Nome Fantasia: __________________________________________________

1.3. Ramo de Atividade: (Especificar a atividade dentro do setor) 1.3.1. Serviços ( ) 1.3.2. Indústria ( ) 1.3.3. Comércio ( ) 1.3.4 Profissional liberal e afins ( )

1.4. Data da Criação: _____________________________ ____________________

1.5. Porte da empresa: Número total de funcionários que trabalham na empresa: 1.5.1 Número sócios/proprietários________________________________________ 1.5.2 Número de familiares _____________________________________________ 1.5.3 Número de empregados assalariados_________________________________ 1.5.4 Total __________________________________________________________

1.6. A empresa terceiriza serviços? 1.6.1 Sim ( ) 1.6.2 Não ( ) 1.6.3 No caso de haver terceirização quais os serviços?_______________________ 1.6.4 Estimativa de funcionários terceirizados que a empresa utiliza _____________

2. INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDIMENTO/DIRIGENTE

Obs. NAS QUESTÕES ABAIXO, MARCAR SOMENTE UMA ALTERNATIVA.

2.1 Idade do principal dirigente 2.1.1 ( ) Até 20 anos 2.1.2.( ) 21 a 30 anos 2.1.3 ( ) 31 a 40 anos 2.1.4 ( ) 41 a 50 anos 2.1.5 ( ) Acima de 50 anos

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2.2. Grau de escolaridade do principal dirigente: 2.2.1. ( ) Até o 1º grau incompleto 2.2.2. ( ) 1º grau completo 2.2.3. ( ) 2º grau incompleto 2.2.4. ( ) 2º grau completo 2.2.5. ( ) Superior incompleto 2.2.6. ( ) Superior completo 2.2.7 ( ) Pós-graduação/Mestrado/Doutorado

2.3 Há quanto tempo o dirigente trabalha na empresa ? 2.3.1 ( ) Menos de 1 ano 2.3.2 ( ) Entre 1 e 5 anos 2.3.3 ( ) Entre 6 e 10 anos 2.3.4 ( ) Entre 11 e 15 anos 2.3.5 ( ) Mais de 15 anos

2.4 Qual atividade que o principal dirigente exerci a antes de montar este negócio: 2.4.1. ( ) Estudante 2.4.2. ( ) Funcionário público 2.4.3. ( ) Empregado de empresa privada 2.4.4. ( ) Autônomo 2.4.5. ( ) Proprietário de outra empresa 2.4.6. ( ) Aposentado 2.4.7. ( ) Outra. _______________________________________________________

2.5. A empresa iniciou suas atividades com: 2.5.1. ( ) 100% de capital próprio 2.5.2. ( ) 100% de capital de terceiros 2.5.3. ( ) 50% capital próprio e 50% cap. de terceiros 2.5.4. ( ) Maior parte com capital próprio 2.5.5. ( ) maior parte com capital de terceiros

2.6. Antes de iniciar as atividades, o dirigente: ( Responder S-SIM, ou N-NÃO 2.6.1. Realizou/encomendou pesquisa de mercado ............................................... ( ) 2.6.2. Realizou/encomendou estudos de viabilidade econômico-financeira do negócio .....................................................................................................................( ) 2.6.3. Realizou/encomendou estudos de viabilidade técnica do negócio ................( ) 2.6.4. Realizou estudos ambientais ou de responsabilidade social .........................( )

2.7. Qual era a experiência empresarial do princip al dirigente antes de iniciar esta atividade: 2.7.1. ( ) Nenhuma (ex. primeiro negócio) 2.7.2. ( ) Razoável (ex. já tinha trabalhado nesta atividade como empregado) 2.7.3. ( ) Boa (ex. já tinha trabalhado e/ou já tinha tido experiência como empresário) 2.7.4. ( ) Excelente (ex. já tinha tido experiência(s) bem sucedida(s) com outro(s) negócio(s))

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2.8. Qual foi o principal motivo que o levou a aber tura do negócio: 2.8.1. ( ) Conhecimento do ramo de atividade 2.8.2. ( ) Oportunidade de negócio 2.8.3. ( ) Falta de oportunidade de trabalho 2.8.4. ( ) Desejo de liberdade e vontade de ganhar mais dinheiro 2.8.5. ( ) Realização profissional 2.8.6. ( ) Disponibilidade de capital 2.8.7. ( ) Outra._______________________________________________________

2.9. Houve algum apoio à abertura do negócio: 2.9.1. ( ) Nenhum 2.9.2. ( ) somente da família 2.9.3. ( ) Incentivo do governo (redução de impostos, compra de terrenos, etc.) 2.9.4. ( ) Parceria com outra empresa (terceirização, por exemplo) 2.9.5. ( ) Incentivo de entidades bancárias (redução de taxas p/ empréstimo, financeiro, etc.) 2.9.6. ( ) Outro.______________________________________________________

2. 10. Quais os aspectos que mais tem contribuído p ara a sobrevivência da sua empresa? Destaque por ordem de importância: Insignificante-1 - Pouco significativo-2 – Signific ativo-3 – Muito Significativo-4 2.10.1. O fato de que atuam na empresa mais membros da família, os quais trabalham sem remuneração fixa ..............................................................................( ) 2.10.2. O fato de que os membros da direção e funcionários tem bons relacionamentos com os clientes ..............................................................................( ) 2.10.3. O fato da empresa ser administrada por pessoas com alta formação técnica e profissional .............................................................................................................( ) 2.10.4. O fato de que o quadro de funcionários da empresa possui alta formação técnica e profissional .................................................................................................( ) 2.10.5. O fato de que no local ou região não existe ou existem poucas empresas que concorrem no setor ...................................................................................................( ) 2.10.6. Devido a outro fator – Mencione: ___________________________________

2.11 Quais os problemas mais freqüentes encontrados pela empresa: Destaque os mesmos por ordem de importância: Insignificante-1 - Pouco significativo-2 – Signific ativo-3 – Muito Significativo-4 2.11.1 Problemas com a qualidade dos produtos e serviços oferecidos................................................................................................................. ( ) 2.11.2 Problemas com empregados .........................................................................( ) 2.11.3 Problemas com fornecedores ........................................................................( ) 2.11.4 Problemas com sócios ...................................................................................( ) 2.11.5 Problemas com administração do fluxo de caixa (falta de sincronia entre receitas e despesas) .................................................................................................( ) 2.11.6 Custos elevados .............................................................................................( ) 2.11.7 Não consegue (ia) aperfeiçoar os produtos ou serviços de acordo com a necessidade dos clientes...........................................................................................( ) 2.11.8 Devido a outro problemas. Quais? ___________________________________________________________________

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2.12 Quais os principais desafios que prejudicaram, ou ainda prejudicam, a sustentabilidade de sua empresa? Destaque os mesmos por ordem de importância: Insignificante-1 - Pouco significativo-2 – Signific ativo-3 – Muito Significativo-4 2.12.1. A grande concorrência exercida pelas empresas de maior porte da região e de outro lugares ........................................................................................................( ) 2.12.2. A grande concorrência exercida pelas empresas locais ...............................( ) 2.12.3. A falta de estabelecimento de bons relacionamentos com os clientes .........( ) 2.12.4. A falta de qualificação técnica e profissional dos dirigentes da empresa .....( ) 2.12.5. A falta de qualificação técnica e profissional do quadro funcional da empresa ...................................................................................................................................( ) 2.12.6. Por que os dirigentes e quadro funcional têm relações familiares, ocasionando em falta de profissionalismo 2.12.7. Outro fator mencione: ____________________________________________

3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PAPEL DA EMPRESA NO DESENV OLVIMENTO LOCAL:

3.1 Além da remuneração aos membros da empresa, na forma de salário, qual o destino dos rendimentos da empresa? -Avalie em porcentagem dos rendimentos: 1- Em torno de 1% - 2- Entre 2 e 5% - 3- Entre 6 e 10% - 4- Mais de 10% - 5- Não ocorre 3.1.1. Auxílios sob a forma de doações eventuais à entidades assistenciais, culturais ou religiosas locais ....................................................................................................( ) 3.1.2. Doações fixas para entidades assistenciais, culturais ou religiosas locais ....( ) 3.1.3. Auxílios ou doações individuais, eventuais, para pessoas que tem necessidades de sobrevivências ..............................................................................( ) 3.1.4. Auxílios ou doações individuais, eventuais, para pessoas de influência, por exemplo, candidatos políticos ...................................................................................( ) 3.1.5. Outras contribuições à comunidade local .......................................................( ) Mencione de que tipo:_________________________________________________

3.2. A empresa e o desenvolvimento local

3.2.1 Além de gerar rendimentos ao(s) proprietário(s) e manter um certo número de empregos para remuneração de pessoas do local, na sua opinião, qual a principal contribuição que sua empresa dá ao desenvolvimento do município? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3.3. Motivos que justificam a sobrevivência de sua empresa 3.3.1. Relate e justifique, na sua opinião, quais os principais motivos que permitiram sua empresa permanecer no mercado? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.3.2. Quais os principais apoios que sua empresa recebe, para contribuir na sua sobrevivência e eficiência? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3.4. Futuro de sua empresa

3.4.1. O que de bom você vislumbra para o futuro de sua empresa? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.4.2. Quais os principais desafios que você vislumbra para a permanência de sua empresa no mercado? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________