desenvolvimento e teste de um programa … · universidade estadual paulista campus de ilha...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM CIÊNCIAS TÉRMICAS
DESENVOLVIMENTO E TESTE DE UM PROGRAMA
COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DE PLANTAS
TÉRMICAS E DE POTÊNCIA
Vilson Francisco Maziero
Dissertação apresentada na Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alan Verdú Ramos Co-orientador: Prof. Dr. Emanuel RochaWoiski
Ilha Solteira (SP), 20 de Dezembro de 2012.
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira.
Maziero, Vilson Francisco. M476d Desenvolvimento e teste de um programa computacional para simulação de plantas térmicas e de potência / Vilson Francisco Maziero. -- Ilha Solteira : [s.n.], 2012 136 f. : il. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Área de Conhecimento: Ciências Térmicas, 2012 Orientador: Ricardo Alan Verdú Ramos Co-orientador: Emanuel Rocha Woiski 1. Termodinâmica. 2. Ciclos. 3. Simulação numérica. 4. Programa computacional.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
TÍTULO: Desenvolvimento e teste de um programa computacional para simulação de plantas térmicas e de potência.
AUTOR: VILSON FRANCISCO MAZIERO ORIENTADOR: Prof. Dr. RICARDO ALAN VERDÚ RAMOS Aprovado como parte das exigências para obtenção do Título de Mestre em Engenharia Mecânica, Área: CIÊNCIAS TÉRMICAS, pela Comissão Examinadora:
Data da realização: 20 de Dezembro de 2012
unesp
Esta dissertação é dedicada à memória de minha Mãe Lourdes Francisca de Jesus
Maziero e a meu pai Francisco Maziero, os quais não tiveram muitas oportunidades de estudo,
mas sempre se preocuparam comigo e me incentivaram.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida e oportunidades que me foram dadas até o dia de hoje.
A minha esposa Jeane de Fátima, a qual sempre me apoiou neste período de curso, me
incentivando.
Ao meu amigo Prof. Dr. Paulo Helio Kanayama que, apesar da distância que nos
separa e das poucas oportunidades que tivemos de conversamos pessoalmente, foi uma pessoa
de fundamental importância para a realização desse sonho.
Ao meu amigo, orientador e professor Dr. Ricardo Alan Verdú Ramos, o qual me deu
muita força e acreditou em mim nesse período de curso me direcionando e ajudando nos
momentos difíceis, sem a seu apoio nada disso teria sido possível também.
Ao meu amigo, co-orientador e professor Dr. Emanuel Rocha Woiski, o qual admiro
muito, pois sempre esteve com as portas abertas para ouvir as minhas dúvidas e sugerir uma
solução, com suas dicas nada fáceis, mas de fundamental importância.
Ao engenheiro mecânico e mestre Rodnei Passolongo, um grande amigo de Pós-
Graduação, que me ajudou na parte de teste e equacionamento dos equipamentos, em que
mais tive dificuldades.
A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para que esse trabalho fosse
realizado.
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo o desenvolvimento e teste de um protótipo de
um programa computacional para simulação de plantas térmica e de potência, com os
principais recursos de programas comerciais existentes, com baixo custo e com interface
gráfica mais amigável. O referido programa foi denominado TPPS (abreviação de Thermal
Power Plant Software), tendo sido desenvolvido na linguagem object pascal, utilizando a IDE
do DELPHI e a biblioteca FLUIDPROP, na qual constam os componentes para cálculo das
propriedades termodinâmicas envolvidas. Para tanto, inicialmente é apresentada uma breve
descrição de alguns programas computacionais disponíveis no mercado que comumente são
utilizados no meio acadêmico sendo que, dentre eles, foram escolhidos três (Cycle-Tempo,
EES e IPSEpro) para efeito comparativo dos resultados das simulações com o programa
desenvolvido, tendo como base duas plantas básicas, uma de geração e outra de cogeração de
energia. Foi utilizada uma metodologia de simulação que consiste na avaliação dos processos,
dos dados e do resultado dos cálculos obtidos. Para tanto, foram consideradas as hipóteses de
regime permanente; variações das energias cinéticas e potencial são desprezadas em virtude
de se desejar apenas um simples comparativo de valores das propriedades termodinâmicas
calculadas; processos adiabáticos em todos os equipamentos que fazem parte dos ciclos,
exceto para trocadores de calor, para os quais um parâmetro de eficiência define a quantidade
de calor transferida ao meio. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios, tendo em
vista que não houve discrepâncias entre os resultados obtidos por cada um dos programas,
mostrando que a ferramenta desenvolvida, em sua primeira versão, atende os requisitos a que
se propôs. Por fim, são apresentados resultados de uma simulação de uma planta de cogeração
mais complexa, através do TPPS.
Palavras-chave: Ciclos termodinâmicos. Simulação numérica. Programa computacional.
ABSTRACT
This study aimed to develop and test a prototype of a computer program for simulation
of thermal and power plants, with the main sources of existing commercial programs, with
low cost and friendlier graphical interface. The program was denominated TPPS (abbreviation
for Thermal Power Plant Software), and has been developed in Object Pascal language, using
the Delphi IDE and FLUIDPROP library, which contains the components for calculating the
thermodynamic properties involved. Therefore, initially presents a brief description of some
computational programs available that are commonly utilized in the academic environment
and among them, three were chosen (Cycle-Time, EES and IPSEpro) for comparison of the
simulation results with the program developed, based on two basic plants, one of power
generation and the other one of cogeneration. The simulation methodology consists of the
evaluation of the processes, data and results obtained from the calculations. Therefore, it was
considered the hypothesis of steady state and the variations of kinetic and potential energies
were neglected because just a simple comparison of calculated values of thermodynamic
properties; adiabatic processes in all devices of the cycles, except for heat exchangers, for
which an efficiency parameter defines the amount of heat transferred to the environment. The
results were quite satisfactory, considering that there were no discrepancies between the
results obtained by each one of the programs, showing that the first version of the software
developed meets the proposed requirements. Finally, results of simulation of a more complex
cogeneration plant through the TPPS are presented.
Keywords: Thermodynamic cycles. Numerical simulation. Computational program.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Histórico de simulação de processos. ...................................................................... 22
Figura 2 - Modelo de planta exemplo, gerada no Cycle-Tempo. ............................................. 45
Figura 3 - Matriz de deslocamento de massa gerada no Cycle-Tempo. ................................... 46
Figura 4 - Tela do programa EES para cálculo de um Ciclo de Rankine. ................................ 48
Figura 5 - Ambiente gráfico do programa EES. ....................................................................... 48
Figura 6 - Interface da biblioteca do módulo MDK do programa IPSEpro. ............................ 50
Figura 7 - Layout de um ciclo térmico no módulo PSE do programa IPSEpro. ...................... 50
Figura 8 - Tela de uma planta desenvolvida no IPSEpro. ........................................................ 52
Figura 9 - Representação esquemática da estrutura do IPSEpro. ............................................. 52
Figura 10 - Planta desenvolvida no programa GateCycle. ....................................................... 53
Figura 11 - Tela gráfica do programa Aspen Plus. ................................................................... 55
Figura 12 - Tela principal do programa TTPS. ........................................................................ 57
Figura 13 - Estrutura de base de dados do programa TPPS. .................................................... 58
Figura 14 - Tela de desenho do programa TPPS. ..................................................................... 59
Figura 15 - Tela de resultados do cálculo no programa TPPS. ................................................ 60
Figura 16 - Tela de criação de componentes no programa TPPS. ............................................ 62
Figura 17 - Tela para criação de pontos de Entrada e Saída no aparato. .................................. 62
Figura 18 - Tela para criação de pontos de entrada e saída no aparato no programa TPPS. .... 63
Figura 19 - Conversão de notações INFIXA para POSFIXA no programa TPPS. .................. 65
Figura 20 - Relatório de configuração de equipamento no programa TPPS. ........................... 66
Figura 21 - Modelo de comunicação entre o aplicativo e o FluidProp no programa TPPS. .... 69
Figura 22 - Funcionamento da estrutura de cálculo dos aparatos no programa TPPS. ............ 70
Figura 23 - Tela de definição de variáveis e equacionamento do problema. ........................... 70
Figura 24 - Formatação da saída de dados no programa TPPS. ............................................... 71
Figura 25 - Tela de saída de resultados no programa TPPS. .................................................... 72
Figura 26 - Modelo de uma planta de geração de energia. ....................................................... 74
Figura 27 - Modelo da planta de cogeração de energia. ........................................................... 75
Figura 28 - Planta de geração resolvida pelo Cycle-Tempo. .................................................... 77
Figura 29 - Planta de cogeração resolvida pelo Cycle-Tempo. ................................................ 78
Figura 30 - Planta de geração resolvida pelo IPSEpro. ............................................................ 79
Figura 31 - Planta de cogeração resolvida pelo IPSEpro. ........................................................ 80
Figura 32 - Tela de resultados para ciclo de geração resolvido pelo EES................................ 82
Figura 33 - Planta de cogeração resolvida no EES. .................................................................. 85
Figura 34 - Planta de geração resolvida pelo programa TPPS. ................................................ 87
Figura 35 - Planta de cogeração resolvida pelo programa TPPS. ............................................ 90
Figura 36 - Planta de potência complexa. ................................................................................ 96
Figura 37 - Comparação entre o processo de cogeração de energia e a produção. ................ 106
Figura 38 - Diagrama de fluxo de energia típico de sistema de trigeração. ........................... 108
Figura 39 - Representação esquemática de um Ciclo de Rankine. ......................................... 112
Figura 40 - Representação esquemática de um Ciclo de Brayton. ......................................... 114
Figura 41 - Representação esquemática de um ciclo combinado. .......................................... 116
Figura 42 - Representação de um ciclo com motor de combustão interna. ............................ 117
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Programas computacionais para simulação termodinâmica. ................................... 28
Tabela 2 - Resultados obtidos para a planta de geração com o programa Cycle-Tempo. ........ 77
Tabela 3 - Resultados obtidos para a planta de cogeração com o programa Cycle-Tempo. .... 78
Tabela 4 - Resultados obtidos para a planta de geração com o programa IPSEpro. ................ 79
Tabela 5 - Resultados obtidos para a planta de cogeração com o programa IPSEpro. ............ 80
Tabela 6 - Resultados obtidos para a planta de geração com o programa EES. ....................... 82
Tabela 7 - Resultados obtidos para a planta de cogeração com o programa EES. ................... 85
Tabela 8 - Resultados obtidos para a planta de geração com o programa TPPS. ..................... 87
Tabela 9 - Resultados obtidos para a planta de cogeração com o programa TPPS. ................. 90
Tabela 10 - Comparativo da temperatura para a planta de geração.......................................... 91
Tabela 11 - Comparativo da entalpia para a planta de geração. ............................................... 91
Tabela 12 - Comparativo da entropia para a planta de geração................................................ 91
Tabela 13 - Comparativo da temperatura para a planta de cogeração. ..................................... 92
Tabela 14 - Comparativo da entalpia para a planta de cogeração. ........................................... 92
Tabela 15 - Comparativo da entropia para a planta de cogeração. ........................................... 93
Tabela 16 - Comparativo de resultados do MATLAB e TPPS para uma planta complexa. .... 97
Tabela 17 - Vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de sistemas de cogeração.......... 107
Tabela 18 - Conversão de símbolos do MATLAB para o TPPS. ........................................... 128
LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolos Latinos
e Exergia específica (kJ/kg)
E Fluxo de exergia (W)
F Relação combustível/ar
F Fontes consumidas em base exergética (W)
h Entalpia específica (kJ/kg)
h Entalpia específica molar, incluindo a entalpia de formação (kJ/kmol)
I Irreversibilidade (W)
m Fluxo de massa (kg/s)
n Número de moles do componente químico (kmol/s)
N Número de anos
P Pressão (kPa)
P Fontes produzidas em base exergética (W)
Q Fluxo de calor (kW) s Entropia específica (kJ/kg K)
S Variável de conversão de tamanho ou capacidade do equipamento
S Taxa de entropia (kW)
T Temperatura (ºC)
Ta Temperatura referente à água (ºC)
Tg Temperatura referente aos gases (ºC)
W Potência (kW ou MW) x Fração molar
Z Taxa de custo não exergético (US$/s)
Símbolos Gregos
Fator de escala em função do tipo de equipamento
β Razão de compressão o Exergia química standard (kJ/kmol)
Porcentagem de irreversibilidades (%)
Eficiência ou rendimento baseado na primeira Lei da Termodinâmica (%)
Eficiência baseada na segunda lei da termodinâmica (%)
Perda de pressão no trocador de calor (%) Potencial químico (kJ/kmol)
Subscritos
0 Estado de referência
ap Referente ao approach
b Referente ao bombeamento
C Referente ao compressor
CC Referente à câmara de combustão
CI Custos de investimento
comb Referente ao combustível
CR Referente à caldeira de recuperação
DA Referente ao desaerador
e Entradas dos fluxos em cada volume de controle
ele Referente à eletricidade
exp Referente ao expansor ou turbina
f Referente às propriedades físicas
g Referente ao gerador elétrico
gases Referente a gases de combustão
ger Referente à geração
gn Referente ao gás natural
i, k Contadores
iso Referente ao processo isentrópico
OM Operação e manutenção
P Referente aos produtos de combustão
pp Referente ao pinch point
Q Referente a calor
q Referente às propriedades químicas
R Referente aos reagentes
rev Referente ao processo reversível
s Saídas dos fluxos em cada volume de controle
t Referente à total
TC Trocador de calor
teor Referente ao valor teórico
TG Referente à turbina a gás
TV Referente à Turbina a vapor
vc Referente ao volume de controle
w Referente ao trabalho
LISTA DE ABREVIAÇÕES
DEM Departamento de Engenharia Mecânica
UNESP Universidade Estadual Paulista
NUPLEN Núcleo de Planejamento Energético, Geração e Cogeração de Energia
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas
CAPE Computer Aided Process Engineering
CPES Chemical Process Evolution System
CCPS Combined Cycle Power Stations
IBM International Business Machines
CHESS Chemical Engineering Simulation System
EUA Estados Unidos da América
MIT Massachusetts Institute of Technology
PC Personal Computer
OLE Object Linking and Embedding
GCO Global Cape Open
TU Delft University of Technology
JANAF Joint Army Navy Air Force
MDK Model Development Kit
PSE Process Simulation Environment
HRSG Heat Recovery Steam Generator
DLL Dynamics Link Library
IAPWS International Association for the Properties of Water and Steam
DA Desaerador
EES Engineering Equation Solver
EIA Estudo de Impacto Ambiental
EPC Engineering, Procurement and Construction
EVA Evaporador de alta
TV Turbina a vapor
SUMÁRIO
PREFÁCIO ................................................................................................................... 17 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 19 1.1 MOTIVAÇÃO .............................................................................................................. 19 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 20 2 PROCESSO DE SIMULAÇÃO ................................................................................ 21 2.1 INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO DE PROCESSOS ................................................. 21 2.2 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA SIMULAÇÃO DE PROCESSOS ...................... 22 2.3 IMPORTÂNCIA DA SIMULAÇÃO DE PROCESSOS ............................................. 23 2.4 ARQUITETURA BÁSICA E TIPOS DE SIMULADORES DE PROCESSOS ......... 25 2.5 EXEMPLOS DE PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO DE PLANTAS TÉRMICAS E
DE POTÊNCIA ............................................................................................................ 27 3 MODELAGEM TERMODINÂMICA ..................................................................... 29 3.1 ANÁLISE ENERGÉTICA ........................................................................................... 29 3.1.1 Análise pela primeira Lei da Termodinâmica ......................................................... 29 3.1.2 Análise pela segunda Lei da Termodinâmica .......................................................... 30 3.2 ANÁLISE EXERGÉTICA ........................................................................................... 31 3.3 IRREVERSIBILIDADE DOS EQUIPAMENTOS ...................................................... 33 3.4 MODELAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE UM CICLO TÉRMICO E DE
POTÊNCIA ................................................................................................................... 33 3.4.1 Modelagem dos equipamentos de um ciclo a gás ..................................................... 33 3.4.2 Modelagem dos componentes do ciclo a vapor ........................................................ 38 3.5 RENDIMENTO DE UM CICLO TÉRMICO E DE POTÊNCIA ................................ 42 4 CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS PROGRAMAS DISPONÍVEIS PARA
SIMULAÇÃO DE PLANTAS TÉRMICAS E DE POTÊNCIA ............................ 44 4.1 PROGRAMA CYCLE-TEMPO ................................................................................... 44 4.2 PROGRAMA EES ........................................................................................................ 46 4.3 PROGRAMA IPSEPRO ............................................................................................... 49 4.4 PROGRAMA GATECYCLE ....................................................................................... 52 4.5 PROGRAMA ASPEN PLUS ....................................................................................... 53 5 CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA DESENVOLVIDO .............................. 56 5.1 SOBRE O TPPS ........................................................................................................... 56 5.2 CLASSES TFORMULA E TAPARATO NO PROGRAMA TPPS ............................ 67
6 SIMULAÇÕES DE PLANTAS DE GERAÇÃO E COGERAÇÃO ATRAVÉS DE PROGRAMAS DISPONÍVEIS ................................................................................. 73
6.1 DEFINIÇÃO DOS CASOS ESTUDADOS ................................................................. 73 6.1.1 Planta de geração de energia ..................................................................................... 73 6.1.2 Planta de cogeração de energia ................................................................................. 75 6.2 SIMULAÇÕES UTILIZANDO O PROGRAMA CYCLE-TEMPO ........................... 77 6.2.1 Simulação da planta geração no programa Cycle-Tempo ...................................... 77 6.2.2 Simulação da planta de cogeração no programa Cycle-Tempo ............................. 78 6.3 SIMULAÇÕES UTILIZANDO O PROGRAMA IPSEPRO ....................................... 79 6.3.1 Simulação da planta de geração com o programa IPSEpro ................................... 79 6.3.2 Simulação da planta de cogeração com programa IPSEpro .................................. 80 6.4 SIMULAÇÕES UTILIZANDO O PROGRAMA EES ................................................ 81 6.4.1 Simulação da planta de geração com o programa EES .......................................... 81 6.4.2 Simulação da planta de cogeração com o programa EES ....................................... 83 6.5 SIMULAÇÃO UTILIZANDO O PROGRAMA TPPS ............................................... 86 6.5.1 Simulação da planta de geração com o programa TPPS ........................................ 86 6.5.2 Simulação da planta de cogeração com o programa TPPS .................................... 88 6.6 RESULTADOS COMPARATIVOS DAS SIMULAÇÕES DA PLANTA DE
GERAÇÃO ................................................................................................................... 91 6.7 RESULTADOS COMPARATIVOS DAS SIMULAÇÕES DA PLANTA DE
COGERAÇÃO.............................................................................................................. 92 7 RESOLUÇÃO DE UMA PLANTA TÉRMICA E DE POTÊNCIA
COMPLEXA ............................................................................................................... 94 7.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA A SER RESOLVIDO ............................................... 94 7.1 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS PROGRAMAS MATLAB E
TPPS ............................................................................................................................. 96 8 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 99 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 101 APÊNDICE A - ASPECTOS GERAIS DA COGERAÇÃO DE ENERGIA ...... 104 A.1 - DEFINIÇÃO DE COGERAÇÃO ..................................................................... 104 A.2 - HISTÓRICO DA COGERAÇÃO ..................................................................... 105 A.3 - APLICAÇÕES DA COGERAÇÃO .................................................................. 109 APÊNDICE B - CICLOS TÉRMICOS E DE POTÊNCIAS ................................ 112 B.1 - CICLO DE RANKINE ...................................................................................... 112 B.2 - CICLO DE BRAYTON ..................................................................................... 113 B.3 - CICLO COMBINADO ...................................................................................... 115
B.4 - CICLOS OTTO E DIESEL ............................................................................... 117 APÊNDICE C - EQUACIONAMENTO DE UMA PLANTA TÉRMICA E DE
POTÊNCIA ............................................................................................................... 118 C.1 - EQUACIONAMENTO PELO PROGRAMA MATLAB ................................. 119 C.2 - EQUACIONAMENTO E RESOLUÇÃO DO PROBLEMA UTILIZANDO O
TPPS ........................................................................................................................... 128
17
PREFÁCIO
Este trabalho está inserido dentro das linhas de pesquisa do NUPLEN (Núcleo de
Planejamento Energético, Geração e Cogeração de Energia) do Departamento de Engenharia
Mecânica da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira e está estruturado em 8 Capítulos,
cujos conteúdos são descritos brevemente a seguir.
No Capítulo 1 são explicados os motivos que levaram a execução deste trabalho
fazendo uma introdução na área de mecânica computacional e também aborda o objetivo do
trabalho.
No Capítulo 2 é feita uma abordagem a simulação de processos, introduzindo-se neste
assunto, e comentando também sobre o histórico da evolução da simulação, sua importância,
vantagens e desvantagens mostrando os tipos de simuladores, sua arquitetura e exemplos de
programas na área de simulação de plantas.
No Capítulo 3 são apresentadas a modelagem termodinâmica de acordo com a 1ª e 2ª
Lei da termodinâmica para cada equipamento, bem como as modelagens dos equipamentos do
Ciclo térmico, Ciclo a Gás e Ciclo a Vapor.
No Capítulo 4 é feito um estudo sobre as ferramentas de simulação e resolução de
plantas térmicas utilizadas no meio acadêmico e é apresentado também o protótipo do
programa desenvolvido no NUPLEN.
No Capítulo 5 são mostrados como foi desenvolvido o programa TPPS e algumas
particularidades do ambiente.
No Capítulo 6 são mostrados os resultados da simulação de uma planta de Geração e
uma de Cogeração, utilizando os programas disponíveis no NUPLEN e o protótipo do novo
programa desenvolvido, sendo feita uma comparação entre os mesmos.
No Capítulo 7 o programa desenvolvido é testado para a resolução de um sistema de
potência mais complexo, sendo depois feita a comparação com os resultados obtidos por meio
da utilização do programa MATLAB e o TPPS.
No Capítulo 8 são apresentadas as conclusões do trabalho, bem como sugestões para
trabalhos futuros.
No Apêndice A é apresentada uma revisão sobre aspectos da cogeração de energia sua
definição, histórico da cogeração e suas aplicações nos dias atuais.
No Apêndice B são abordados os ciclos térmicos e de potência mais comumente
utilizados (Rankine, Brayton, Combinado, Otto e Diesel).
18
No Apêndice C são apresentados os equacionamentos utilizados no MATLAB e no
programa TPPS para resolução da planta de potência apresentada no Capítulo 7.
19
1 INTRODUÇÃO
O avanço da tecnologia; o aumento da demanda de energia; o fortalecimento de
opiniões em favor da criação de oportunidades para o avanço do sistema de geração
distribuída utilizando fontes de energia primária; os recursos humanos necessários para o
desenvolvimento da área de mecânica computacional; e a união desses profissionais das mais
diversas áreas, tais como: engenharia, matemática e computação; fortalecem a utilização cada
vez mais da simulação numérica e simulação de processos.
1.1 MOTIVAÇÃO
Com o avanço da tecnologia surgiram novos conceitos de geração e de interligação de
sistemas elétricos, otimizados de forma centralizada que, com o apoio das grandes centrais
(hidrelétricas, termelétricas, nucleares, carvão, gás natural e óleo combustível), conseguiam
fornecer energia abundante, e os sistemas de cogeração 1 , foram, então, gradualmente
perdendo participação no mercado.
No entanto, nas últimas décadas os setores energéticos passaram a conviver com
“crises sistêmicas”, relacionadas com as dificuldades dos governos criarem condições
políticas e econômicas para manter a estabilidade regulatória necessária para atrair fluxos
regulares de recursos para investimentos e assegurar mecanismos que facilitem as exigências
dos longos processos de licenciamento ambiental dos projetos, para assegurar o abastecimento
de energia elétrica, em quantidade e qualidade compatível com o ritmo de crescimento
econômico.
Por outro lado, com o aumento sustentado da demanda de energia elétrica; com as
exigências crescentes do mercado por melhoria da qualidade do fornecimento para
corresponder com o avanço da “robotização da economia”; e com a massificação do uso de
computadores e da internet, os grandes sistemas centralizados de geração de energia passaram
a ser exigidos em novas condições de operação e começaram a dar “sinais de
vulnerabilidade”.
Essa tendência vem fortalecendo opiniões e promovendo decisões em favor da criação
de oportunidade para o avanço dos “sistemas de geração distribuída”, através do qual os
1 Ver Apêndice A - Aspectos gerais da cogeração de energia e Apêndice B - Ciclos térmicos e de potência.
20
clientes finais (indústria, comércio e serviços), utilizando fontes de energia primárias
disponíveis (biomassa e/ou gás natural), produzem, consomem e administram as suas
necessidades de energia elétrica e térmica, com fatores de eficiência energética e de custos
posicionados conforme a visão estratégica dos seus empreendedores, gerando a necessidade
de novas ferramentas que venham ao encontro desta tecnologia.
A área de mecânica computacional teve grande impulso pela disponibilidade de
computadores potentes a preços acessíveis. Hoje, qualquer computador de mesa tem o poder
de processamento de um supercomputador de 20 anos atrás e a simulação numérica está ao
alcance de qualquer empresa, desde que tenham o programa e os recursos humanos
adequados.
Os recursos humanos necessários para o desenvolvimento da área de mecânica
computacional são diversos: precisa-se de pesquisadores para o desenvolvimento de modelos
matemáticos para fenômenos físicos; de pesquisadores para aproximar esses modelos com
algoritmos numéricos; de pesquisadores para o desenvolvimento de programas; e de
engenheiros para utilizar esses programas e tirar conclusões adequadas.
Trata-se, por motivos óbvios, de uma área multidisciplinar de pesquisa, na qual
engenheiros de todas as áreas de atuação, matemáticos e cientistas de computação, colaboram
em uma área e com objetivos comuns.
1.2 OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é desenvolver e testar o protótipo de um programa utilizando
ambiente gráfico, para simulação de plantas de geração e cogeração de energia, avaliando o
desempenho do aplicativo em níveis de baixa e média complexidade, fazendo um
comparativo em relação aos programas já existentes no mercado e com isso criar uma
ferramenta de baixo custo que possa futuramente ser melhorada e acrescida de novos
recursos, disponibilizando o seu acesso a alunos de graduação e pós-graduação.
21
2 PROCESSO DE SIMULAÇÃO
O ser humano possui uma grande capacidade de imaginação, os cérebros
constantemente estão criando realidades alternativas, tanto a imaginação como a simulação
são conceitos parecidos, na imaginação cria-se um sistema no qual a relação causa-efeito é
imaginada e comparada com a realidade. A intuição está embutida como uma das capacidades
mais refinadas da simulação, com ela um modelo refinado da realidade pode ser criado na
mente para se tentar prever o que vai ocorrer sem se ter um modelo racional e uma visão mais
clara da causa.
Dentre as áreas mais desenvolvidas da simulação estão as de ambientes virtuais, em
jogos em computador ou na internet, onde pode haver interação e participação. Com o
aumento da capacidade e melhoramento dos processadores, o realismo desses ambientes tem
se tornado cada vez mais convincente. Esse tipo de simulação é um dos maiores motivos
econômicos para o desenvolvimento de novas máquinas cada vez mais potentes.
Na área de simulação mecânica são simulados diversos fenômenos físicos, indo da
área estrutural a simulação de fluidos e gases ou até mesmos circuitos elétricos ou de
potência, envolvendo-se as mais diversas áreas tais como: engenharia, matemática e ciência
da computação. Estes fenômenos podem ser representados por sistemas de equações, os quais
podem ser solucionados por métodos numéricos. Após a simulação, os resultados obtidos são
comparados com os fenômenos físicos em estudo.
2.1 INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO DE PROCESSOS
A simulação de processos permite ao pesquisador testar alternativas de um modelo
teórico em computador, antes de realizar um experimento na prática, poupando os custos do
insucesso no emprego de políticas e práticas não aderentes às necessidades e oportunidades da
organização. Nas indústrias químicas, petroquímicas e de projetos de equipamentos, a
simulação é cada vez mais utilizada para estudos de ampliação de capacidade, avaliação de
unidades e concepção de novas tecnologias. A parte de análise térmica, que é o foco do
trabalho também, é muito utilizada e conta com muitos programas disponíveis no mercado, os
quais tem recursos para fornecer dimensionamento, análises de custos e otimizações
requeridas nos projetos.
Os avanços na computação são enormes e isto tem impulsionado uma nova onda de
aplicações da simulação de processos, o que tem permitido melhorá-los, bem como conceber
22
novos projetos de maneira eficaz a custos reduzidos. A tecnologia, também conhecida
genericamente como CAPE (Computer Aided Process Engineering), está conquistando novas
fronteiras que extrapolam o projeto de processos, tais como sua aplicação para otimização em
tempo real, predição de propriedades on-line e interação com ferramentas de suporte à tomada
de decisões.
2.2 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA SIMULAÇÃO DE PROCESSOS
O primeiro marco desta tecnologia surgiu na década de 50, conforme pode ser visto na
Figura 1, quando os primeiros desenvolvimentos com seus escopos bastante limitados e
restritos a modelagem de equipamentos mais simples, os quais eram simulados
individualmente.
Figura 1 - Histórico de simulação de processos.
Fonte: Nicodemos (2011).
Coube, na época, às empresas integradas, como a DuPont, o desenvolvimento das
aplicações iniciais de CAPE, como foi o caso do CPES (Chemical Process Evolution System)
escrito em linguagem FORTRAN. Este sistema e outros, como o FlowTran (Monsanto), eram
executados em computadores de grande porte (mainframe) como os IBM 1620, 7090 e
7094.1. Dez anos depois, com o melhoramento dos programas e desenvolvimento de novos
equipamentos, uma nova discussão acadêmica foi iniciada, a qual falava sobre o
desenvolvimento de um aplicativo flexível de simulação, chegando-se, então, aos primeiros
simuladores modulares de estado estacionário que podiam ser executados de forma robusta,
tal como o GPSS (General Purpose Simulation System) que foi desenvolvido inicialmente
pela IBM.
23
Nos testes iniciais ocorreram muitos fracassos no desenvolvimento, sendo que em
1963 saiu a primeira versão do SIMSCRIPT em Fortran e em 1968, os Drs. Rudy Motard e
Ernest Henley concluíram na Universidade de Houston o desenvolvimento da primeira versão
do CHESS (Chemical Engineering Simulation System), a partir de um financiamento da
Marinha norte-americana. Neste mesmo período o Departamento de Energia dos EUA
financiava o desenvolvimento de outro simulador de processos no MIT (Massachusetts
Institute of Technology), o qual originou nos anos seguintes dois produtos comerciais de
simulação, um dos quais com o código incorporado do FlowTran. Aos poucos empresas
especializadas em simulação tomaram o lugar da indústria na dianteira do desenvolvimento.
De 1970 a 1980 aumentou-se a aceitação da tecnologia e os clientes passaram a exigir
os testes de simulação de plantas químicas adquiridas por eles durante o projeto. Métodos
numéricos foram melhorados, além de surgirem outros, e avançou-se também na parte de
modelagem termodinâmica.
A partir de 1983, o simulador CHESS (renomeado para MicroCHESS), tornou-se um
dos primeiros simuladores que eram executados em um PC (Personal Computer), sendo
seguido por outros neste mesmo período. Além dos algoritmos computacionais que foram
melhorados, as interfaces gráficas das máquinas também ficaram mais sofisticadas.
A partir de 1990 iniciou-se o grande impulso para a integração dos aplicativos de
CAPE com outras ferramentas computacionais como: planilhas de cálculo, programas de
desenho de engenharia e editores de texto.
O padrão tecnológico em desenvolvimento, o GCO (Global CAPE-OPEN), permitiu a
integração de simuladores de diferentes fabricantes e o cálculo de propriedades físico-
químicas de substâncias puras e misturas a partir da estrutura tridimensional das moléculas via
mecânica estatística.
2.3 IMPORTÂNCIA DA SIMULAÇÃO DE PROCESSOS
A seguir são listadas algumas vantagens de se empregar um processo de simulação
numérica:
Uma vez criado, um modelo pode ser utilizado inúmeras vezes para avaliar projetos e
políticas propostas.
A metodologia de análise utilizada pela simulação permite a avaliação de um sistema
proposto, mesmo que os dados de entrada estejam ainda, na forma de “esquemas” ou
“rascunhos”.
24
A simulação é, geralmente, mais fácil de aplicar do que métodos analíticos, pois estes
requerem um número muito grande de simplificações para torná-los matematicamente
tratáveis, sendo que os modelos de simulação não apresentam tais restrições. Além
disso, nos modelos analíticos, as análises recaem apenas sobre um número limitado de
medidas de desempenho. De maneira contrária, os dados gerados pelos modelos de
simulação, permitem a análise de praticamente qualquer medida concebível.
Uma vez que os modelos de simulação podem ser quase tão detalhados quanto o
sistema real, novas políticas e procedimentos operacionais, regras de decisão, fluxos
de informação, entre outros, podem ser avaliados sem que o sistema real seja
perturbado.
Hipóteses sobre como ou por que certos fenômenos acontecem podem ser testadas
para confirmação.
O tempo pode ser controlado, pode ser comprimido ou expandido, permitindo
reproduzir os fenômenos de maneira lenta ou acelerada, para que se possa melhor
estudá-los.
É possível compreender melhor quais variáveis são as mais importantes em relação ao
desempenho e como as mesmas interagem entre si e com os outros elementos do
sistema.
A identificação de “gargalos”, preocupação maior no gerenciamento operacional de
inúmeros sistemas, tais como fluxos de materiais, fluxo de informações e de produtos,
pode ser obtida de forma facilitada, principalmente com a ajuda visual.
Um estudo de simulação costuma mostrar como realmente um sistema opera, em
oposição à maneira com que todos pensam que ele opera.
Novas situações, sobre as quais se tem poucos conhecimentos e experiência, podem
ser tratadas, de tal forma que se tenha, teoricamente, alguma preparação diante de
futuros eventos. A simulação é uma ferramenta especial para explorar questões do
tipo: “O que aconteceria se?”.
Por outro lado, existem alguns requisitos e/ou cuidados a serem tomados para se
empregar a simulação:
A construção de modelos requer treinamento especial, envolve arte, portanto o
aprendizado se dá ao longo do tempo com a aquisição de experiência. Dois modelos
de um sistema construídos por dois indivíduos competentes podem ser similaridades,
mas dificilmente serão iguais.
25
Os resultados da simulação são, muitas vezes, de difícil interpretação, uma vez que os
modelos tentam capturar a aleatoriedade do sistema. Existem dificuldades em
determinar quando uma observação é realizada durante uma execução se o resultado se
deve a alguma significante relação no sistema ou a alguma aleatoriedade construída no
modelo.
A modelagem e a experimentação, associadas a modelos de simulação, consomem
muitos recursos, principalmente tempo. A tentativa de simplificação na modelagem ou
nos experimentos, objetivando economia de recursos, costuma levar a resultados
insatisfatórios. Um bom modelo deve ter compatibilidade, estabilidade e convergência.
2.4 ARQUITETURA BÁSICA E TIPOS DE SIMULADORES DE PROCESSOS
Os simuladores de processos são programas computacionais que oferecem aos
usuários, um ambiente adequado para a modelagem de processos e sistemas térmicos,
tornando essa modelagem uma tarefa rápida e fácil e propiciando economia de tempo e
dinheiro. Concluída a modelagem, é possível efetuar a simulação do sistema ou processo, que
fornece o balanço de massa, energia e exergia, bem como valores para as variáveis específicas
incluídas nos modelos usados.
Os tipos de simuladores podem ser classificados através de alguns parâmetros,
conforme Stoecker (1989) e Jaluria (1998), como:
a) Sistema contínuo ou discreto: O modelo contínuo está relacionado com o fluxo
constante de material como, por exemplo, o fluxo de gases quentes e energia térmica.
Já o modelo discreto, foca em itens individuais tratados como um número certo de
inteiros como, por exemplo, a análise do fluxo de pessoas em um supermercado.
b) Análise determinística ou estocástica (probabilística): Nos modelos
determinísticos, as variáveis de entrada são precisamente especificadas. Portanto, estes
modelos predizem o comportamento do sistema com certeza enquanto que os modelos
estocásticos (probabilísticos), normalmente, utilizam distribuições de probabilidade
para determinar as variáveis de entrada, portanto, através destes modelos, estudam-se
as influências probabilísticas que cercam um determinado sistema.
c) Sistema em regime permanente ou em regime transiente: Se as propriedades e os
parâmetros de operação não variam com o tempo, o sistema é dito estar em regime
permanente, mas se a dependência do tempo é incluída, o sistema é dito estar em
regime transiente.
26
Conforme já dito, os simuladores de processo sofreram uma evolução ao longo do
tempo. No início, era comum o desenvolvimento de modelagens específicas, às vezes muito
detalhadas e precisas, considerando o sistema térmico como um todo, mas, atualmente, o que
parece uma tendência clara é a utilização de uma estrutura modular. Assim, foram
desenvolvidos modelos para descrever o fenômeno físico e, às vezes, o comportamento
econômico para os equipamentos e processos.
A partir do desenvolvimento de ferramentas para a simulação, projeto e otimização de
sistemas ou processos mais flexíveis, surgiram os simuladores de processo com estrutura
modular, passíveis de serem aplicados a diferentes sistemas.
Donatelli (2002) define três tipos de abordagens que podem ser claramente utilizadas
na construção destas ferramentas, isto é, modular sequencial, modular orientada a projeto e
modular orientada a equações, as quais serão descritas a seguir:
a) Simulador Modular Sequencial: Nesta abordagem a estrutura do programa é
modular e as variáveis interagidas são variáveis de fluxo de recirculação. Várias
suposições são feitas para a obtenção da solução do problema, dentre elas:
As variáveis associadas aos componentes, isto é, as variáveis de projeto, devem
sempre ser definidas e não devem ser tratadas como incógnitas. A mesma suposição
é feita para variáveis associadas com os fluxos que entram no processo.
O fluxo de informações no modelo matemático deve coincidir com os fluxos físicos
da planta. Essa suposição possibilita agrupar as variáveis em sub-vetores associados
com o fluxo físico e selecionar para cada função uma variável associada com o
fluxo de saída deixando o componente. Essa abordagem é apropriada para a
simulação de sistemas e processos. Entretanto, as suposições feitas tornam o seu
uso inadequado para o projeto e otimização de sistemas e processos.
b) Simulador modular orientado a projeto: A estrutura do programa é modular e as
variáveis interagidas são variáveis de fluxo de recirculação e variáveis de projeto não
especificadas. Através desta estrutura orientada a projeto, é possível, com limitações,
aplicá-la ao projeto e otimização de sistemas térmicos.
c) Simulador modular orientado a equações: Nesta abordagem, apesar da sistemática
de solução não ser modular, que é o critério de classificação usado por Bejan,
Tsatsaronis e Moran (1996), se considera a estrutura como sendo modular, visto que
cada componente usado na configuração do sistema é modelado separadamente No
entanto, a modelagem do sistema térmico como um todo, realizada através da seleção
e interligação adequada dos componentes (módulos), produz um grande sistema de
27
equações algébricas não lineares. Na solução desse sistema de equações as iterações
são feitas simultaneamente sobre todas as incógnitas. Desta forma, tem-se total
liberdade na definição das incógnitas, o que torna essa abordagem mais apropriada
para projeto e otimização de sistemas térmicos.
2.5 EXEMPLOS DE PROGRAMAS PARA SIMULAÇÃO DE PLANTAS TÉRMICAS E
DE POTÊNCIA
Os sistemas de energia muitas vezes são compostos por ciclos interligados que
possuem um grande número de componentes simples, tais como válvulas, trocadores de calor,
bombas, compressores, turbinas, desaeradores, dentre outros e, também, por dispositivos mais
complexos, como gaseificadores e células de combustível, por exemplo. Estes equipamentos
são ligados uns aos outros diretamente através de canalizações e condutos, resultando em uma
rede complexa de fluxos de massa e energia. O número e o tipo de componentes e
subsistemas, bem como a maneira pela qual eles estão ligados, podem variar em cada caso.
Existe no mercado uma vasta gama de simuladores para diferentes aplicações, sendo
os mesmos utilizados tanto no meio acadêmico como comercialmente. Na Tabela 1 são
relacionados alguns desses programas, bem como algumas de suas aplicações, tipo de regime
e características principais.
28
Tabela 1 - Programas computacionais para simulação termodinâmica.
Programa Regime Aplicações Principais Características
GateCycle (General Electric)
Regime permanente
Projeto de plantas de geração de potência, tanto a vapor quanto a gás; Projeto de plantas de ciclo combinado; Projeto de sistemas de cogeração; Projeto de “Retrofiting”.
Possui uma extensa biblioteca de equipamentos para projeto de plantas de potência, mas também permite o projeto de outros componentes para um dado equipamento; Possui interface com o MSExcel; Preço do programa é alto.
Aspen Plus (ASPENTECH)
Regime permanente
Simulação, projeto, análise de desempenho, otimização e planejamento econômico de indústrias químicas, petroquímicas e indústrias de materiais.
Possui estrutura “modular” orientada a equações; Possui enorme banco de dados de componentes puros e dados de equilíbrio de fase para produtos químicos; Permite simular projetos grandes e complexos; Une projetos de Design e Custo com simulação de processos.
IPSEpro (SIMTECH)
Regime permanente
Suprimento de energia (plantas convencionais e combinadas de geração de potência); Modelagem de equipamentos (turbina a gás, turbina a vapor); Outros processos industriais (processo de refrigeração, processo de destilação); Energia alternativa (produção energia solar, processamento de biomassa).
Possui uma extensa biblioteca de equipamentos para projeto de uma planta de potência; Possui interface com o MSExcel; Permite a criação de seus próprios componentes através do MDK; Possui um módulo de simulação de sistemas PSE.
Cycle-Tempo (TU Delft)
Regime permanente
Projeto de plantas de geração de potência tanto a vapor quanto a gás; Projeto de plantas de ciclo combinado; Projeto de sistemas de cogeração; Projeto de “Retrofiting”.
Possui uma extensa biblioteca de equipamentos para projeto de uma planta de potência. Muitos parâmetros a serem configurados, tornando a operação do programa complicada.
EES Engineering
Equation Solver
(F-Chart)
Regime permanente
Problemas de engenharia; Modelos de plantas de geração e cogeração de energia. Resolução de equações.
Possui uma tela gráfica onde pode ser visualizada a saída de dados configurada pelo usuário; Permite a entrada de equações pelo próprio usuário; Não possui uma biblioteca de aparatos pré-definida.
Fonte: Elaboração do autor.
29
3 MODELAGEM TERMODINÂMICA
O objetivo desta seção é estabelecer e revisar elementos e ideias que são utilizados na
formulação termodinâmica, podendo, assim, analisar os parâmetros necessários.
Para a análise termodinâmica de sistemas são aplicadas as equações de conservação da
massa, conservação de energia (Primeira Lei da Termodinâmica), balanço de entropia
(Segunda Lei da Termodinâmica) e o balanço de exergia baseado nas duas leis anteriores,
considerando um volume de controle (V.C.) para cada um dos equipamentos que compõem a
planta a ser analisada.
3.1 ANÁLISE ENERGÉTICA
3.1.1 Análise pela primeira Lei da Termodinâmica
A análise de sistemas e de processos pela primeira Lei da Termodinâmica está baseada
nas conservações de massa e de energia. No caso de regime permanente, a conservação de
massa inclui somente a análise do fluxo de massa que está entrando e saindo do volume de
controle e desconsidera a variação de massa no interior do volume de controle. Além disso,
considerando-se que as variações de energia cinética e potencial são desprezíveis no balanço
de energia.
Assim, as equações para o volume do controle em regime permanente, de uma forma
geral, podem ser expressas por (VAN WYLEN; SONNTAG; BORGNAKKE, 1995):
(1)
(2)
sendo:
- Fluxo de massa entrando no volume de controle (kg/s);
- Fluxo de massa saindo do volume de controle (kg/s);
- Entalpia específica na entrada do volume de controle (kJ/kg);
- Entalpia específica na saída do volume de controle (kJ/kg);
- Fluxo de calor no volume de controle (kW);
- Fluxo de trabalho no volume de controle (kW).
30
A Equação (1) indica que a vazão mássica entrando no volume do controle é igual à
vazão mássica que sai do volume do controle.
A Equação (2) estabelece que a taxa total da energia entrando no volume de controle é
igual à taxa total de energia deixando o volume de controle, já desconsiderando as variações
de energia cinética e potencial.
3.1.2 Análise pela segunda Lei da Termodinâmica
A segunda Lei da Termodinâmica determina se o processo de conversão de energia
será possível ou não, ou seja, permite uma análise qualitativa da energia e, também, a
determinação da máxima eficiência de um processo de conversão de energia. Além disso,
ainda conduz a outra propriedade chamada entropia, a qual quantifica a parcela de energia que
não pode ser transformada em trabalho. A entropia pode ser usada para prever se um processo
qualquer que envolve iterações de energia pode ocorrer ou, ainda, se os sentidos dos
processos de transferência do calor são possíveis. Também se pode dizer que a Segunda Lei
da Termodinâmica governa os limites de conversão entre diferentes formas de energia. Para
processos em volume de controle, o balanço de entropia é definido como (VAN WYLEN;
SONNTAG; BORGNAKKE, 1995):
(3)
sendo:
Taxa de entropia gerada no volume de controle (kW/K);
- Taxa de variação de entropia (kW/K);
- Taxa de entropia gerada pelos fluxos de calor (kW/K);
- Taxas de entropia que entram e saem com os fluxos de massa no volume de
controle (kW/K).
A equação de balanço de entropia pode ser utilizada para prever se um processo
qualquer que envolve interações de energia pode ocorrer ou, ainda, se os sentidos dos
processos de transferência do calor são possíveis.
31
3.2 ANÁLISE EXERGÉTICA
A análise energética (primeira lei da termodinâmica) não contabiliza a qualidade da
energia que está se perdendo e nem onde ocorrem as irreversibilidades dos processos, ou seja,
não identifica onde e porque elas aparecem. Através de sua aplicação conjunta com a análise
exergética pode-se analisar melhor os sistemas térmicos, complementando as informações e
permitindo o cálculo tanto do valor termodinâmico de um fluxo, em termos do trabalho
mecânico que poderia ser extraído dele, como das ineficiências e perdas termodinâmicas reais
dos processos dos sistemas.
Em uma análise exergética é possível obter uma melhor medida para a avaliação da
magnitude da energia perdida em relação à energia total suprida sob a forma de insumo
energético. Também é possível uma medida da qualidade (ou do desperdício) da energia do
ponto de vista termodinâmico e a definição da eficiência racional para o sistema energético.
Quando se deseja calcular o valor da exergia de um sistema, um fator importante a ser
considerado é o ambiente de referência. Kotas (1985) afirma que o ambiente real é muito
complexo para ser usado em cálculos termodinâmicos, sendo necessária a introdução de um
meio ambiente idealizado. Neste caso, não existem gradientes de pressão, temperatura,
potencial químico, energia cinética e potencial, não existindo a possibilidade de execução de
trabalho por interação entre as várias partes. O ambiente pode ser modelado por duas
abordagens:
As substâncias que formam o meio ambiente de referência são escolhidas coincidindo
com as substâncias do sistema analisado;
Todos os sistemas são analisados adotando-se um único ambiente de referência,
podendo coincidir ou não com o ambiente real.
Szargut, Morris e Steward (1988) estabeleceram uma substância padrão para cada um
dos elementos da tabela periódica, desta forma definiram um ambiente padrão com o qual é
possível calcular a exergia de qualquer composto químico. Além disso, eles calcularam a
exergia de muitos compostos químicos e apresentaram os resultados na forma de tabelas.
Como a exergia é função das propriedades do sistema em dois estados, uma vez fixado
o ambiente de referência, pode-se calcular a exergia para qualquer outro estado. Por exemplo,
a variação de exergia entre dois estados será independente do processo seguido para alcançar
um desses estados a partir do outro. Isto permite, por sua vez, definir uma trajetória composta
por vários processos de forma a separar a variação total de exergia no somatório de vários
32
termos. Szargut, Morris e Steward (1988), Kotas (1985) e outros propõem a seguinte relação
para o cálculo da exergia específica total:
(4)
onde:
- Exergia física específica;
- Exergia química específica.
A exergia física específica de um fluxo é calculada com base num estado de equilíbrio
restrito com ambiente (P0, T0), através da seguinte equação:
(5)
Para haver equilíbrio completo com o meio, o sistema deve estar também em
equilíbrio químico com ele. O trabalho que pode ser obtido através de um processo reversível,
que leva o sistema do estado de equilíbrio restrito até o estado onde há equilíbrio completo
(“estado morto”) é a exergia química específica, definida por:
(6)
onde:
- Potencial químico da substância no ambiente de referência i (kJ/kmol);
- Potencial químico da substância i no estado inativo restrito (kJ/kmol);
- Fração molar do componente i na mistura.
Logo, a exergia específica total pode ser representada por:
(7)
Para o cálculo da exergia específica do gás natural (exgn) utiliza-se a Equação (4). A
parte correspondente à exergia química é calculada pela Equação (8), apresentada por Bejan,
Tsatsaronis e Moran (1996), que leva em conta o fato que quando gás natural está no estado
inativo restrito e que os seus componentes estão a pressões parciais diferentes da pressão do
ambiente, conforme segue:
(8)
33
sendo:
Exergia química do gás natural;
Fração molar de cada componente do combustível;
- Exergia química standard de cada componente do combustível (kJ/kmol).
3.3 IRREVERSIBILIDADE DOS EQUIPAMENTOS
Um importante parâmetro a ser observado na análise exergética é a irreversibilidade
em cada equipamento e, conseqüentemente, em todo o sistema. As irreversibilidades são
determinadas através da aplicação do balanço de exergia, mostrando a quantidade de exergia
que é destruída em cada equipamento do ciclo, ou seja, o quanto o equipamento é eficiente em
aproveitar a exergia que nele é introduzida.
A análise exergética também contempla a determinação da quantidade com que cada
equipamento contribui na geração de irreversibilidade global do sistema, podendo ser definida
uma equação que permite quantificar a porcentagem da irreversibilidade de cada equipamento
em relação ao total da planta ( i ):
(9)
onde:
- Irreversibilidade num determinado equipamento;
- Irreversibilidade total da planta.
3.4 MODELAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE UM CICLO TÉRMICO E DE POTÊNCIA
3.4.1 Modelagem dos equipamentos de um ciclo a gás
Os componentes modelados para o ciclo a gás, em que o fluido de trabalho é composto
por uma mistura de gases, tem como base o ciclo fundamental de potência de Brayton. Os
equipamentos deste ciclo são: compressor, câmara de combustão, turbina e gerador elétrico.
a) Turbina
34
Neste componente, os gases realizam a expansão de acordo com a sua eficiência
isentrópica (ηiso). O procedimento de cálculo é análogo ao do compressor, com o detalhe
adicional que a expansão é efetuada da pressão de entrada da turbina a pressão de saída, a
qual deve ser suficiente para vencer as perdas de carga especificadas nos equipamentos da
caldeira de recuperação. Assim, tem-se:
(10)
(11)
A potência mecânica gerada pela turbina a gás é dada pela potência gerada na
expansão dos gases, descontando-se a potência utilizada pelo compressor de ar, assim:
(12)
A eficiência pela segunda Lei da Termodinâmica ( ) e a geração de
irreversibilidades no processo de expansão dos gases de exaustão ( ) são dadas,
respectivamente, por:
(13)
(14)
onde:
Exergia específica do ar que sai do compressor (kJ/kg);
- Exergia específica do ar que entra no compressor (kJ/kg).
b) Câmara de combustão
A análise aplica-se a um volume de controle ao redor da câmara de combustão. Os
fluidos de entrada constituem-se de ar, proveniente do compressor, e o combustível, que é
injetado diretamente à mesma pressão da câmara.
No processo de combustão admite-se que são conhecidas as condições de entrada do
ar e do gás natural, a temperatura dos gases que deixam a câmara e a eficiência de combustão.
35
Para a determinação da temperatura adiabática de chama, considerando a combustão completa
do gás natural e a câmara como sendo adiabática, é utilizada a seguinte equação:
(15)
sendo:
- Entalpia molar, incluindo a entalpia de formação (kJ/kmol).;
- Número de moles do componente químico (kmol/s).
Após a determinação da temperatura adiabática da chama é calculado o excesso de ar
necessário para se atingir a temperatura dos gases na entrada das turbinas, a qual é fornecida
como uma característica de projeto da turbina a gás.
Numa câmara de combustão real, a combustão é incompleta e ocorre transferência de
calor para o meio, portanto é necessário mais combustível para que se atinja a temperatura
desejada, essa relação é chamada de relação combustível/ar real ( ). Assim, pode-se adotar
um parâmetro de eficiência que defina essas perdas. A eficiência da combustão ( ) é
definida pela razão entre a relação combustível/ar teórica ( ) e a relação combustível/ar
real ( ), para a mesma elevação de temperatura dos gases entre a entrada e a saída da
câmara de combustão, como segue (COHEN et al., 1996):
(16)
A partir da relação combustível/ar teórico ( ), da eficiência de combustão ( )
e com a Equação (16), se tem a relação real ar/combustível ( ) e, dessa forma, calcula-se o
fluxo de massa de ar necessário para que se atinja a temperatura de saída da câmara, sendo
possível estabelecer a composição dos gases de exaustão e, assim, calcular suas propriedades
termodinâmicas.
A entalpia dos produtos de combustão é calculada através da fração mássica de seus
componentes e da pressão e temperatura em que eles se encontram como segue:
(17)
onde:
- Entalpia específica dos gases de combustão a T e P (kJ/kg);
- Entalpia específica do componente i nos gases de combustão (kJ/kg).
36
A conservação da massa na câmara é dada por:
(18)
A perda de carga na câmara de combustão, Cohen et al. (1996), indicaram para
turbinas aeroderivativas que este valor situa-se na faixa de 4 a 7% devido às restrições
construtivas de volume da turbina. No caso de turbinas a gás industriais, a perda de carga é da
ordem de 2% da pressão de entrada.
A eficiência pela segunda lei ( ) e a geração de irreversibilidades ( ) no processo
de combustão são dadas, respectivamente, por:
(19)
(20)
onde:
- Exergia específica dos gases que saem da câmara de combustão (kJ/kg);
- Exergia específica do ar que entra na câmara de combustão (kJ/kg);
- Exergia específica do gás natural que entra da câmara de combustão (kJ/kg).
c) Gerador elétrico
A turbina a gás está ligada diretamente ao gerador elétrico. Um valor de eficiência
elétrica ( ) é adotado para se considerarem as perdas da ligação com o gerador que podem
ser efetuadas através de um conjunto de engrenagens para redução de rotação. Assim, a
potência elétrica da turbina é dada por:
(21)
d) Compressor
Os parâmetros que definem o compressor utilizado são a razão de compressão (β) e a
eficiência isentrópica do processo de compressão (isoc ), definidas, respectivamente, por:
(22)
37
(23)
onde:
Entalpia específica de entrada no compressor (kJ/kg);
Entalpia específica de saída do compressor (kJ/kg);
Entalpia específica de saída isentrópica em função de Ps e se (kJ/kg);
- Pressão de saída do compressor (kPa);
- Pressão de entrada no compressor (kPa).
A pressão de saída no compressor é determinada diretamente pela razão de
compressão. A partir de uma dada razão de compressão e da eficiência isentrópica, pode-se
determinar a entalpia isentrópica do ar na saída do compressor, desde que seja conhecida a
pressão de saída e imposta a condição de igualdade de entropias entre a entrada e a saída do
equipamento. Obtida a entalpia isentrópica de compressão, e a partir da definição da
eficiência isentrópica, chega-se à entalpia real do ar na saída do compressor, através da qual é
possível determinar a temperatura real de saída no compressor.
A potência de compressão ( ) é dada por:
(24)
com:
Fluxo mássico de ar no compressor (kg/s).
A eficiência pela segunda lei ( ) e a geração de irreversibilidades ( ) no processo de
compressão são dadas, respectivamente, por:
(25)
(26)
onde:
- Exergia específica do ar que sai do compressor (kJ/kg);
- Exergia específica do ar que entra no compressor (kJ/kg).
38
3.4.2 Modelagem dos componentes do ciclo a vapor
Os componentes modelados no ciclo em que o fluido de trabalho é o vapor, que tem
como base o ciclo fundamental de potência de Rankine, são: caldeira de recuperação,
desaerador, turbina a vapor, condensador e bombas.
a) Bomba
De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, a potência da bomba ( ) é dada por:
(27)
onde:
Potência da bomba
- Carga manométrica da bomba.
- Rendimento da bomba.
Em relação à segunda Lei da termodinâmica, a eficiência da bomba ( b ) é dada por:
(28)
b) Caldeira de recuperação
A modelagem da caldeira de recuperação é realizada em vários volumes de controle,
envolvendo cada um de seus equipamentos, de forma que o estado calculado na saída de um
equipamento seja o estado de entrada para o próximo equipamento.
Os evaporadores, economizadores e superaquecedores são modelados como trocadores
de calor de contra corrente, sem mistura dos fluidos. O cálculo das propriedades da água na
saída do equipamento é efetuado com base nos balanços de massa, energia e exergia,
admitindo-se como conhecidos os estados da água e do vapor na entrada.
Conhecidos os estados dos fluidos na entrada e os fluxos mássicos dos fluidos, a
temperatura de saída dos fluidos é calculada pelo balanço de energia aplicado ao trocador de
calor. Considerando-se um coeficiente ( ) devido às perdas de calor para o meio, o balanço
de energia no economizador, no evaporador e no superaquecedor da caldeira de recuperação é
dado da seguinte maneira:
(29)
39
com:
- Entalpia específica do fluido (kJ/kg);
- Fluxo mássico (kg/s).
O pinch point e o approach são introduzidos no equacionamento da caldeira de
recuperação nos evaporadores, através da temperatura de saturação do vapor em uma dada
pressão, assim:
(30)
(31)
onde:
Approach (ºC);
Pinch point (ºC).
A eficiência da segunda lei para cada trocador de calor ( ) e a taxa de
irreversibilidade ( ) são dadas, respectivamente por:
(32)
(33)
onde:
- Exergia específica do fluido que sai do compressor (kJ/kg);
- Exergia específica do fluido que entra no compressor (kJ/kg).
A perda de carga dos fluidos ao passar pelo trocador de calor é dada por:
(34)
onde:
- Pressão de entrada do trocador de calor (kPa);
- Pressão de saída do trocador de calor (kPa);
- Perda de pressão no trocador de calor (%).
40
Dois fatores devem ser considerados quando se selecionam os níveis de pressão em
caldeiras de recuperação são as pressões de vapor de alta e de baixa. A pressão do vapor de
alta deve ser suficiente para atingir um bom aproveitamento dos gases e a pressão do vapor de
baixa deve ser a mais baixa possível diminuindo, assim, a temperatura dos gases de escape e
recuperando a máxima quantidade de calor dos mesmos. Segundo Kehlhofer et al. (1999), a
menor pressão de baixa aceitável está em torno de 3 bar, pois abaixo deste valor a queda de
entalpia disponível na turbina de baixa torna-se muito pequena e a vazão de vapor torna-se
muito grande, aumentando os custos dos equipamentos.
Outra questão a ser observada é a variação do título do vapor em função do aumento
da pressão do vapor de alta na turbina a vapor de condensação. Da mesma maneira que no
caso de um único nível de pressão, o aumento da pressão de alta diminui o título na saída da
turbina, devendo este aumento de pressão ser monitorado de modo a não ultrapassar o limite
mínimo do título especificado para a turbina. Recomenda-se que o título da mistura líquido
vapor seja superior a 87 % (NARULA, 1995).
A eficiência para caldeiras de recuperação é calculada, segundo a relação proposta por
(LISZKA; MANFRIDA; ZIEBIK, 2003):
(35)
onde:
Calor transferido para a água pela caldeira de recuperação (kW).
Fluxo de gases de exaustão na caldeira de recuperação (kg/s).
Entalpia específica de entrada dos gases de exaustão na caldeira (kJ/kg).
A eficiência exergética da caldeira de recuperação é calculada pela relação entre o
fluxo de exergia fornecida pelos gases de exaustão, potência das bombas e pelos fluxos de
exergia do vapor descontados do fluxo que entra de água na caldeira, resultando:
(36)
c) Desaerador
Este equipamento consiste num trocador de calor de contato direto entre a água de
alimentação proveniente do pré-aquecedor e o vapor que passa pelo evaporador de baixa. A
41
mistura destes fluidos resulta no aquecimento da água e liberação dos gases dissolvidos não
condensáveis. O objetivo é proteger contra a corrosão os componentes à jusante, como tubos
da caldeira de recuperação, bombas e turbinas.
O balanço de energia no desaerador é dado pela seguinte equação:
(37)
A eficiência pela segunda lei para o desaerador ( ) e a geração de irreversibilidades
( ) nas trocas térmicas são dadas, respectivamente, por:
(38)
(39)
onde:
- Exergia específica da água que sai do desaerador (kJ/kg);
- Exergia específica da água que entra no desaerador (kJ/kg).
d) Turbina a vapor
Para o cálculo da potência produzida pela turbina a vapor e das condições de saída do
vapor, considera-se o rendimento isentrópico ( ) para a turbina, de forma análoga ao da
turbina a gás:
(40)
A potência elétrica da turbina a vapor é dada através do rendimento do gerador ( g ),
da mesma forma ao da turbina a gás:
(41)
A eficiência pela segunda lei ( ) e a taxa de irreversibilidade ( ) no processo de
expansão do vapor superaquecido são dadas, respectivamente, por:
(42)
42
(43)
3.5 RENDIMENTO DE UM CICLO TÉRMICO E DE POTÊNCIA
O rendimento do ciclo da turbina a gás baseado na primeira lei ( ) é dado
como a razão entre a potência útil produzida e o calor fornecido pela queima do combustível,
e pode ser escrito da seguinte forma:
(44)
onde:
PCI - Poder calorífico inferior, dado pela entalpia dos produtos de combustão (kJ/kg).
O rendimento do ciclo da turbina a gás baseado na segunda lei ( ) é escrito
como:
(45)
O rendimento do ciclo da turbina a vapor ( ) pode ser obtido considerando a
potência produzida nas turbinas a vapor e consumida nas bombas e o calor fornecido pelos
gases de exaustão, da seguinte forma:
(46)
De forma análoga, pode-se escrever o rendimento exergético para o ciclo a vapor
( ), considerando a variação da exergia do fluxo de gases de exaustão que passa pela
caldeira de recuperação, assim:
(47)
43
O rendimento total de um ciclo combinado ( ) de um sistema de pode ser
escrito como a razão entre a potência útil produzida e o calor fornecido pela queima do
combustível, da seguinte forma:
(48)
onde:
Potência produzida nas turbinas a vapor (kW);
- Potência produzida nas turbinas a gás (kW);
- Potência utilizada nas bombas (kW);
- Fluxo dos gases de exaustão das turbinas a gás (kg/s).
O rendimento exergético do ciclo combinado ( ) é análogo ao rendimento
total, porém considerando a exergia fornecida pelo gás natural, assim:
(49)
44
4 CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS PROGRAMAS DISPONÍVEIS
PARA SIMULAÇÃO DE PLANTAS TÉRMICAS E DE POTÊNCIA
Nesta seção serão mostradas as características de alguns programas disponíveis no
mercado e/ou meio acadêmico para elaboração de cálculo de plantas térmicas, a saber: Cycle-
Tempo, EES, IPSEpro, GateCycle, e Aspen Plus.
4.1 PROGRAMA CYCLE-TEMPO
O programa Cycle-Tempo foi desenvolvido pela TU Delft (Delft University of
Technology) como uma ferramenta moderna para a análise termodinâmica e otimização dos
sistemas energéticos Sua história é bem antiga, tem mais de 30 anos, e seu desenvolvimento
ainda continua na Seção de Tecnologia da Energia da TU Delft.
O Cycle-Tempo deixa totalmente à escolha do usuário a configuração do seu sistema,
possui ambiente para a elaboração do esquema de processo e funciona em ambiente
Windows. O ambiente de desenho apresentado por este programa facilita muito a elaboração
do esquema de processo da instalação, além de possuir uma metodologia eficaz para a análise
da instalação em condições fora de projeto. Possui uma biblioteca de componentes, os quais
são conectados entre si pelas linhas relativas às mais variadas correntes de substâncias
(combustível, ar, água, vapor, mistura de gases, etc...) em circulação em um sistema de
conversão de energia.
O Cycle-Tempo permite ao usuário compor praticamente qualquer modelo de sistema
desejado. Acima de tudo, além de modelos personalizados, também é possível criar novos
modelos. Esta flexibilidade quase ilimitada é uma vantagem fundamental sobre uma série de
programas existentes, em que pouca ou nenhuma variação da configuração do sistema é
possível. Por outro lado, o Cycle-Tempo possui, para cada equipamento, vários parâmetros
específicos a serem fornecidos no cálculo, dificultando um pouco a sua utilização, pois é
necessário o conhecimento de cada um deles.
O Cycle-Tempo foi desenvolvido para calcular os fluxos de massa, as variáveis
termodinâmicas, o equilíbrio químico e as composições dos fluxos mistos para os seguintes
processos ou combinações de processos:
Ciclos de turbinas a vapor;
Ciclos de turbina a gás;
45
Ciclos topping de potássio;
Sistemas de célula de combustível;
Sistemas de gaseificação de carvão;
Sistemas de compressão de vapor, máquinas de refrigeração e bombas de calor;
Sistemas com máquinas de refrigeração por absorção e bombas de calor.
O princípio do método de cálculo do Cycle-Tempo é explicado a partir do desenho da
planta exemplo, apresentado na Figura 2.
Figura 2 - Modelo de planta exemplo, gerada no Cycle-Tempo.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Cycle-Tempo.
Para o cálculo dos fluxos de massa do processo o sistema gera uma matriz conforme
pode ser visto na Figura 3. Com o sistema de matriz os fluxos de massa são calculados
simultaneamente através de equações, para balanço de massa da caldeira, turbina, desaerador,
bomba de água e balanço energético na turbina.
Para cada ciclo fechado um balanço de massa deve ser eliminado pelo próprio
programa, a fim de obter um conjunto independente de equações. A matriz do sistema é
resolvida e os fluxos de massa do sistema são calculados. O programa utiliza o sistema
operacional WINDOWS (98, XP, ou VISTA) e opera em microcomputadores com
Processador PENTIUM II acima de 300 MHz, com no mínimo 256 MB de memória RAM e
com uma resolução de vídeo recomendada de 1024 x 768.
46
Figura 3 - Matriz de deslocamento de massa gerada no Cycle-Tempo.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Cycle-Tempo.
4.2 PROGRAMA EES
O EES (Engineering Equation Solver) foi desenvolvido por Klein e Alvarado (1995),
da empresa F-Chart Software. Este programa possui uma série de propriedades termofísicas
(pressão, volume específico, entalpia, temperatura, título, entropia, dentre outras) para várias
substâncias, além de uma série de funções matemáticas (Bessel, trigonométricas, lógicas, e
para transformação de unidades, dentre outras), além de funções externas que podem ser
incluídas no programa.
Uma combinação de capacidade de resolução de equações e dados de propriedades de
engenharia torna o EES uma ferramenta extremamente poderosa. O EES permite resolver
problemas, especialmente os problemas de projeto, e formular questões de tipo “o que
acontece se”. O EES pode efetuar otimização, análise paramétrica, regressão linear e não-
linear, e ainda fornece capacidade de plotagem com qualidade de publicação. O programa
permite que as equações escritas de qualquer forma e em qualquer ordem. O programa
reordena as equações e as resolve da maneira mais eficiente.
O EES é particularmente útil em problemas de mecânica dos fluidos, transferência de
calor e termodinâmica, pois muitos dos dados de propriedades necessários na solução de
problemas nessa área são fornecidos pelo programa, tais como tabelas de ar, vapor, funções
psicrométricas e tabelas de dados da JANAF (Joint Army Navy Air Force) para muitos gases
comuns. Propriedades de transporte também são fornecidas para todas as substâncias.
47
O EES permite que o usuário entre com dados de propriedades ou relações funcionais
escritas em Pascal, C, C++ ou Fortran. A partir de um website protegido por senha, uma
versão acadêmica do programa EES está disponível, bem como em alguns livros-textos com
os quais existe uma associação com os autores.
Entre as facilidades do EES podem ser destacadas as seguintes:
Opera em todos os sistemas operacionais Microsoft Windows;
Resolve até 6.000 equações lineares simultâneas na versão acadêmica e 12.000 na
versão profissional;
As equações podem ser inseridas em qualquer ordem com built-editor;
Velocidade computacional extremamente rápida;
Alta precisão e funções termodinâmicas de transporte para 100 tipos de fluidos;
Unidade de conversão e verificação de consistência automática de unidade;
Otimização de variáveis;
Análise de incertezas e capacidade de regressão;
Mecanismos de plotagem (2-D, contorno e 3-D), com atualização automática;
Interface de saída para arquivos LaTeX e PDF e, também, para impressora;
Entrada gráfica do usuário / capacidades de saída com Diagrama janela.
O EES possui um ambiente gráfico bem simples, contando apenas com algumas
ferramentas para criação de círculos, quadrados e retas. Seu ambiente gráfico aceita a
importação de imagens JPG ou BMP, feitas em outros aplicativos, as quais podem ser
utilizadas para montagem de uma tela de fundo. No entanto, este ambiente não possui uma
interação com o usuário, como encontrado em outros programas. O usuário pode definir
algumas entradas e saídas de dados na tela gráfica, porém são informações fixas que serão
apresentadas naquela posição da tela, sendo que as mesmas podem possuir um link para
gráficos ou para cálculos a serem executados.
A Figura 4 mostra uma tela do programa EES para cálculo de um Ciclo de Rankine.
Na Figura 5, pode ser vista uma tela gráfica criada no programa EES a qual permite que o
usuário possa escolher o tipo de gás e a pressão de saída da válvula. O botão CALCULATE
irá disparar o evento para o cálculo e os resultados são mostrados na própria tela. O desenho
pode ser feito no EES ou em qualquer outro aplicativo gráfico.
48
Figura 4 - Tela do programa EES para cálculo de um Ciclo de Rankine.
Fonte: Elaboração do autor através do programa EES.
Figura 5 - Ambiente gráfico do programa EES.
Fonte: Elaboração do autor através do programa EES.
49
4.3 PROGRAMA IPSEPRO
O IPSEpro é um programa comercial, de nível industrial, flexível, rápido e detalhado,
ideal para analisar processos na engenharia térmica, engenharia química e muitas outras áreas
relacionadas, o qual vem sendo desenvolvido e aperfeiçoado desde a década de 90 pela
empresa austríaca SimTech Simulation Technology.
No início, o programa possuía apenas um código que realizava o balanço energético,
mas atualmente o mesmo possui um ambiente de modelagem sofisticado, em aberto, que
possibilita que o usuário adapte os modelos de componentes às suas necessidades. O IPSEpro
possui ainda um código de otimização, sendo que as suas aplicações incluem: plantas de
potência térmica convencionais, plantas de cogeração, plantas de ciclos combinados, energia
solar, energia de biomassa, além de projeto de componentes.
O IPSEpro é um programa extremamente poderoso. A habilidade de criar seus
próprios modelos de componentes permite que o usuário utilize o programa para muitos
problemas que tinham que ser resolvidos com muito mais esforço antes. Esse simulador é
constituído por dois módulos básicos principais: MDK (Model Development Kit), módulo de
desenvolvimento de modelos de componentes, e o PSE (Process Simulation Environment),
módulo de simulação de sistemas, no qual pode ser adicionado um módulo mais avançado de
responsável pela otimização (PSEoptimize) .
O MDK é um módulo que permite adaptações e/ou desenvolvimento de novos
componentes personalizados ou até uma biblioteca inteira, a fim de se analisar um ciclo
específico. Essas adaptações podem ser realizadas devido à possibilidade de visualização e
edição das equações (1ª e 2ª leis da termodinâmica, continuidade, etc..) pertinentes a cada
equipamento da biblioteca padrão que podem ser realizadas na interface mostrada pela Figura
6, além da edição de componentes que fazem parte do sistema como um todo, como as
conexões e composições. Utilizando uma linguagem simples, basicamente só há a necessidade
de se definir variáveis, parâmetros e equações.
O PSE permite criar um modelo de processo baseado nos componentes da biblioteca
padrão, adaptada ou criada no MDK. Uma interface simples de fluxograma com o usuário,
como a da Figura 7, facilita e acelera substancialmente o desenvolvimento do esquema de
processo e a apresentação dos resultados calculados. O usuário monta um diagrama de blocos,
com os devidos componentes e suas conexões, e definem alguns parâmetros e variáveis com
objetivo de tornar o problema determinado.
50
Figura 6 - Interface da biblioteca do módulo MDK do programa IPSEpro.
Fonte: Elaboração do autor através do programa IPSEpro.
Figura 7 - Layout de um ciclo térmico no módulo PSE do programa IPSEpro.
Fonte: Elaboração do autor através do programa IPSEpro.
Com o sistema térmico pronto, o programa define um sistema de equações algébricas
onde estão os balanços de massa, energia, entropia, bem como todas as equações que foram
introduzidas, e as resolve numericamente. Através de métodos matemáticos robustos, o
programa separa as variáveis e equações em grupos, garantindo, assim, cálculos rápidos e
51
acurados. O método de solução utilizado é Newton-Raphson com técnica de checagem de
fronteiras para manter a solução dentro de dados limites.
Todos os dados relacionados são entrados diretamente no fluxograma e os resultados
são visualizados em tabelas que são geradas no próprio fluxograma, com propriedades
termodinâmicas como temperatura, pressão, entalpia, além da vazão mássica.
A seguir são destacadas algumas das áreas onde o IPSEpro é utilizado:
Suprimento de energia (plantas convencionais e combinadas de geração de potência);
Modelagem de equipamentos (turbina a gás, turbina a vapor);
Outros processos industriais (processo de refrigeração, processo de destilação e
dessalinização);
Energia alternativa (produção de energia solar, processamento de biomassa).
A Figura 8 mostra a interface gráfica do programa IPSEpro, sendo que sua estrutura
pode ser vista na Figura 9.
52
Figura 8 - Tela de uma planta desenvolvida no IPSEpro.
Fonte: Elaboração do autor através do programa IPSEpro.
Figura 9 - Representação esquemática da estrutura do IPSEpro.
Fonte: Elaboração do autor através do programa IPSEpro.
4.4 PROGRAMA GATECYCLE
Com o programa GateCycle é possível analisar o desempenho, em condições de
projeto e fora das condições de projeto, de plantas de ciclo combinado, caldeiras que utilizam
combustíveis fósseis, sistemas de cogeração, ciclos avançados de turbinas a gás e muitos
53
outros sistemas de energia. O referido programa foi desenvolvido pela “General Electric
Power Systems” em 1981 e vem sendo atualizado constantemente.
O GateCycle pode ser usado para avaliações rápidas, projeto, engenharia detalhada,
“retrofiting” e testes de aceitação de plantas de geração de potência.
Para modelar o ciclo a gás é possível selecionar da biblioteca de turbinas a gás ou
“construir” uma turbina da forma desejada, especificando cada um dos seus componentes:
compressor, câmara de combustão e expansor. Assim, pode-se facilmente modelar e analisar:
“intercooler”, reaquecedor, armazenamento de ar comprimido e turbinas em cascata.
Para modelar o ciclo a vapor é colocado à disposição do usuário um conjunto
completo de ícones de componentes, o que permite modelar precisamente a caldeira de
recuperação de calor HRSG (Heat Recovery Steam Generator) considerando a possibilidade
de múltiplos níveis de pressão, seções paralelas e perdas de pressão.
O programa ainda possui a ferramenta CycleLink, que permite ao usuário analisar
dados do programa no MS-Excel.
Na Figura 10 é mostrada uma planta desenvolvida no GateCycle.
Figura 10 - Planta desenvolvida no programa GateCycle.
Fonte: Corrêa Junior (2006).
4.5 PROGRAMA ASPEN PLUS
O programa Aspen Plus resolve grande parte dos problemas críticos de engenharia
juntamente com os problemas operacionais que aparecem durante todo o ciclo de vida de um
processo químico, tal como o projeto de um novo processo, a pesquisa de defeitos de uma
unidade de processo ou a otimização das operações de um processo completo.
54
As potencialidades deste simulador de processos permitem aos engenheiros predizer o
comportamento de um processo usando relações básicas de engenharia, tais como balanços de
massa e energia, equilíbrio de fase e químico, bem como a cinética das reações.
O Aspen Plus possui interface gráfica que permite ao usuário visualizar todas as etapas
do processo que está sendo montado, bem como todos os dados de entrada que estão sendo
inseridos pelo usuário, o que permite uma melhor compreensão do processo que está sendo
projetado. O programa dispõe de um grande número de modelos de propriedades físicas,
dados e métodos de estimativa que cobrem grande parte dos processos de comportamento
simples e ideal, bem como os processos com misturas não ideais. O programa faz também um
teste de convergência que analisa automaticamente e sugere métodos de convergência dos
fluxogramas “flowsheet” e a sequência de solução para a maior parte dos “flowsheets” com
múltiplos fluxos e recirculação de dados.
O Aspen Plus é capaz de fazer uma análise de sensibilidade para gerar
convenientemente as tabelas e os gráficos que mostram como o desempenho do processo
varia com mudanças feitas nas especificações do equipamento e nas condições de operação
selecionadas. Através das especificações de projeto, o programa calcula condições de
operação ou parâmetros de equipamentos para encontrar o desempenho desejado. A Figura 11
mostra a interface principal do programa.
O programa pode ainda determinar as condições de operação que maximizarão
qualquer função objetivo especificada (incluindo a taxa de produção do processo, o uso de
energia, pureza dos fluxos e a economicidade do processo) e promover um ajuste do modelo
do processo aos dados reais da planta para assegurar uma representação exata, validando a
planta real.
55
Figura 11 - Tela gráfica do programa Aspen Plus.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Aspen Plus.
56
5 CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA DESENVOLVIDO
Nesta seção serão apresentados alguns detalhes do protótipo do programa
desenvolvido TPPS. O programa foi desenvolvido utilizando a IDE DELPHI 7 e a linguagem
Object Pascal, uma linguagem bastante poderosa com recursos de orientação a objeto e
programação estruturada.
5.1 SOBRE O TPPS
O TPPS foi desenvolvido utilizando apenas componentes nativos da IDE sem a
utilização de componentes de terceiros ou particulares, para facilitar a manutenção e, também,
não ficar na dependência de instalação de componentes no caso de uma futura atualização da
IDE. Para fazer qualquer alteração no programa basta que a máquina tenha a IDE instalada
para que possa ser utilizada.
O programa permite efetuar estudos em dois ambientes de trabalho. Um deles utiliza
uma tela gráfica, na qual o usuário pode fazer uma montagem da planta utilizando os aparatos
pré-configurados, sendo que cada aparato é criado e equacionado pelo próprio usuário,
podendo o mesmo criar sua própria biblioteca. Uma vez definido o equacionamento de um
aparato, além de suas entradas e saídas, bastam serem informadas as entradas e o aparato irá
realizar a resolução do cálculo através de suas fórmulas internas, colocando os resultados nas
saídas indicadas. Se esta saída estiver ligada a outro aparato, o valor será transferido
automaticamente de uma saída para outra entrada e, assim, sucessivamente. O outro ambiente
é constituído por meio de uma tela de texto, na qual é possível criar o equacionamento.
Definindo as equações a serem resolvidas de forma top down, o programa irá executar e
resolver cada equação, sendo que, nesta primeira versão do programa, para cada equação a ser
resolvida suas variáveis devem ter um valor conhecido.
O programa permite a criação e equacionamento de novos equipamentos que poderão
ser incluídos na biblioteca do mesmo sempre que for necessário, possui também uma área
para definição de composição de fluidos, e roda em ambiente com sistema operacional
Windows.
Na Figura 12 pode ser vista a tela principal do programa TPPS. Nesta tela o usuário
tem a sua escolha as principais funções do sistema, podendo o mesmo criar um novo estudo,
abrir um estudo já existente, criar um novo equipamento ou uma nova composição de fluido.
57
Figura 12 - Tela principal do programa TTPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
O Diagrama Entidade-Relacionamento da Figura 13 mostra como está organizada a
base de dados do programa, a qual é composta por 11 tabelas, sendo que 4 destas tabelas são
fixas, pois armazenam os aparatos criados e suas fórmulas, e as outras 7 são carregadas a cada
abertura de projeto ou a cada novo projeto criado, pois nessas tabelas são guardados os
relacionamentos entre um aparato e outro, os valores de entrada e saída de cada aparato, seus
respectivos parâmetros, além da composição do fluido. Esta estrutura é utilizada apenas para
projeto que utilize a tela gráfica de desenho, caso o usuário opte por utilizar a tela de
equacionamento, as informações serão armazenadas em arquivos textos.
A estrutura de tabelas não utiliza banco de dados, porém utiliza CLIENTDATASET,
que são tabelas em memória as quais são armazenadas no disco na forma de arquivos
binários, quando o usuário solicita a gravação do arquivo, mas este tipo de componente
permite também o armazenamento em formato XML, que é muito utilizado para interação
entre aplicações, sendo que, para tanto, faz-se necessário alterar o formato de gravação no
programa fonte e recompilar.
58
Figura 13 - Estrutura de base de dados do programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor.
As tabelas na cor verde são as tabelas de sistema com os equipamentos pré-
configurados e somente são alteradas quando um novo equipamento é adicionado ao sistema,
sendo elas:
Tabela de Equipamentos (EQUIPAMENTOS);
Tabela de Equações (EQUACOES);
Tabela de Conexões (PTCONEXOES);
Tabela de Dados dos Equipamentos (DADOSEQUIPAMENTOS).
As tabelas restantes são alteradas pelo programa com a inclusão e exclusão de
informações conforme o desenho é montado pelo usuário na tela que pode ser vista na Figura
14 a seguir.
59
Figura 14 - Tela de desenho do programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
A Figura 14 mostra a tela de desenhos de diagramas, na qual o usuário tem a sua
disposição uma barra de objetos onde poderá selecionar os aparatos que farão parte do
projeto, definir a ligação entre os aparatos, bem como os pontos de pressão, temperatura,
entalpia, entropia, massa e volume. Essas propriedades são comuns a cada aparato e conexão.
Também é possível nesta tela a visualização dos cálculos efetuados pelo programa para cada
aparato, conforme pode ser visto do lado esquerdo da Figura 14. É permitida também a
entrada dos parâmetros definidos para cada aparato e a edição do diagrama.
O editor é bem simples, possuindo recursos básicos para definição de grid, o qual
permite ao usuário utilizá-lo como referência na montagem do diagrama. Para projetos futuros
poderia se melhorar os recursos disponíveis no editor acrescentando-se novas ferramentas,
sendo que na versão atual existe opção para selecionar pontos, mover pontos, mover aparato,
excluir aparato e excluir ponto, além da opção de definição de entrada e informações de
parâmetros de aparatos.
Além do cálculo na tela, o protótipo possui uma ferramenta para impressão do cálculo
de uma forma mais organizada, permitindo ao usuário a impressão dessas informações, como
pode ser visto na Figura 15, que representa um exemplo de cálculo do Ciclo de Rankine.
60
Figura 15 - Tela de resultados do cálculo no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
Também é possível fazer uma inspeção nas variáveis internas de cada aparato em
particular, sendo que, para isso, o usuário deverá selecionar o aparato desejado e clicar na
ferramenta com sinal de “?”, que mostrará todos os valores definidos e calculados para cada
uma das variáveis que fazem parte do cálculo em questão. Na Figura 14, pode ser visualizado
um exemplo deste recurso. Desta forma, pode-se verificar qual variável pode estar com valor
indefinido ou qual parâmetro não foi configurado.
Outra forma de resolução disponível no programa é por equacionamento, sendo que,
neste caso, o usuário informa as equações e seta os valores iniciais das variáveis conforme o
exemplo a seguir:
Definição das variáveis para cálculo contante_1=1 m_dot_1=30 m_dot_3=20 m_dot_2=0 q_dot_proc=0 T1=450 h1 s1 s2s=0 t2s=0 h2s=0 h2=0
h4=0 s4=0 S5S=0 T5S=0 H5S=0 P5=0,1 eta_s_turb_2=0,8 T5=0 S5=0 X5=0 H5=0 DELTA_p_cond=0,0
W_DOT_BOMBA_1=0 m_dot_4=0 M_DOT_6=0 M_DOT_5=0 T7=0 S7=0 M_DOT_7=0 DELTA_p_proc=0 x8=0,0 P8=0 H8=0 T8=0
s10=0 m_dot_10=0 q_dot_cald=0 pci_comb=7700 m_dot_comb=0 w_dot_turbina=0 w_dot_total=0 eta_planta_ger=0 eta_planta_coger=0 sfc=0 s8=0 w_dot_turb_1=0
61
P1=45 P2=2,5 S2=0 T2=0 eta_s_turb_1=0,8 m_dot_2=0 w_dot_turb_1 NEGATIVO=-1 t3=0 p3=0 h3=0 s3=0 p4=0 t4=0
Delta_p_cald=0 eta_cald=0,8 x6=0,0 T6=0 H6=0 S6=0 P6=0 P7=2,5 S7S=0 H7S=0 ETA_BOMBA_1=0,7 H7=0
m_dot_8=0 M_dot_9=0 h9=0 p9=0 t9=0 s9=0 p10=55 S10S=0 H10S=0 h10=0 eta_s_bomba_2=0,7 t10=0
w_dot_turb_2=0
Equacionamento h1=TERMO(h('Pt',P1,T1)) s1=TERMO(s('Pt',P1,T1)) s2s=s1 t2s=TERMO(T('PS',p2,s2s)) h2s=TERMO(H('PS',p2,S2s)) h2=(eta_s_turb_1*(h1-h2s)-h1)*negativo W_dot_turb_1=m_dot_1*(h1-h2) T2=TERMO(T('ph',p2,h2)) S2=TERMO(S('PH',p2,h2)) m_dot_2=m_dot_1 m_dot_4=m_dot_2-m_dot_3 T3=T2 T4=T2 P3=P2 P4=P2 h3=TERMO(H('pt',P3,t3)) s3=TERMO(s('pt',p3,t3)) h4=TERMO(h('pt',p4,t4)) s4=TERMO(s('pt',p4,t4))
Na Figura 16 é mostrada a tela de criação de componentes, na qual o usuário pode
adicionar e configurar um novo APARATO, sendo que o desenho do mesmo pode ser feito
em qualquer aplicativo gráfico (COREL, PAINT BRUSH, PHOTOSHOP ou outro), bastando
gerar uma imagem com extensão BMP e associá-la a um nome de componente.
Após este processo, é necessário definir as entradas e saídas do APARATO criando-se
os pontos de conexão que podem ser de ENTRADA, SAIDA e de POTENCIA ou TERMICO,
conforme é mostrado na Figura 17.
62
Figura 16 - Tela de criação de componentes no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
Figura 17 - Tela para criação de pontos de Entrada e Saída no aparato.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
63
A definição dos pontos de entrada é muito importante, pois através dessa definição é
feita a configuração e o equacionamento do equipamento. Para cada ponto térmico o usuário
estará disponibilizando 6 entradas ou saídas de valores que são: PRESSÃO,
TEMPERATURA, ENTALPIA, ENTROPIA, VOLUME e MASSA, sendo que essas
informações deverão ser utilizadas na formulação do equacionamento, cada entrada ou saída
recebe um nome e um número associado como se fosse um endereço, o qual pode ser:
E_PTn ou S_PTn para pressão
E_TPn ou S_TPn para temperatura
E_HEn ou S_HEn para entalpia
E_ENn ou S_ENn para entropia
E_VLn ou S_VLn para volume
E_MAn ou S_MAn para massa
Onde “n” corresponde ao número da ENTRADA ou SAIDA, sendo que os valores
dessas variáveis serão informados pelo usuário e, de acordo com as variáveis informadas, o
programa irá calcular as outras propriedades e, junto com os PARAMETROS E VARIAVEIS
INTERNAS, tentará resolver as equações definidas pelo usuário, conforme pode ser visto na
Figura 18.
Figura 18 - Tela para criação de pontos de entrada e saída no aparato no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
64
Nesta tela o usuário pode definir as fórmulas, os parâmetros, as variáveis e constantes
que devem ser utilizados nos cálculos, bem como definir os valores que serão calculados para
cada saída. Como o TPPS é um programa inicialmente voltado para o público acadêmico, o
equacionamento definido pelo usuário permite que o mesmo tenha um controle maior sobre os
cálculos, mostrando como as equações foram montadas, ao contrário de alguns programas
comerciais que funcionam como uma caixa preta de modo que o usuário não tem acesso a
essas informações. O programa irá executar as equações de forma top down (de cima para
baixo), colocando o resultado dos cálculos na saída correspondente. Este recurso dá ao
usuário do programa uma liberdade muito grande, pois o mesmo pode criar sua biblioteca de
equipamentos ou utilizar uma biblioteca criada por outra pessoa.
Para que isto fosse possível, foi necessário o desenvolvimento de um processo que
analisa uma sequência de dados de entrada. No componente esta entrada é capturada do
registro de uma tabela e na tela de cálculo é lida de um arquivo do tipo texto onde está
armazenado o equacionamento do problema. Após a leitura, a estrutura gramatical é
analisada, as variáveis e operadores são separados, transformando o texto lido em uma
estrutura de dados do tipo pilha, capturando a hierarquia implícita desta entrada e suas regras
para posterior execução.
Este cálculo pode ser executado uma ou mais vezes, através do método de substituição
sucessiva, pois o programa possui uma matriz de variáveis definida em um instante N1 e após
a primeira execução, se o usuário definir que deve ser executado mais de uma vez, o resultado
da matriz é utilizado para abastecer as variáveis da matriz N1 e, assim, sucessivamente. Para
cada passo uma nova matriz de resultados é gerada e pode ser visualizada pelo usuário.
As equações antes de serem resolvidas são transformadas da notação INFIXA para
POSFIXA. Para somar dois números normalmente é escrito A+B, entretanto existem três
formas de se fazer isso:
Infixa: (A+B) - Notação tradicional;
Prefixa: (+AB) - Notação polonesa;
Posfixa: (AB+) - Notação polonesa reversa.
Na notação polonesa reversa:
Cada operador aparece imediatamente após os valores que ele deve operar;
A ordem que o operador aparece é a mesma que ele deve ser efetuado;
Não há necessidade do uso de parênteses.
A Figura 19 mostra exemplos de conversões para várias fórmulas.
65
Para resolução desses cálculos, duas classes muito importantes foram criadas as quais
sustentam toda a estrutura de programação. O tamanho do vetor de variáveis para cada
aparato foi limitado a 300 posições, podendo ser aumentado alterando-se o valor da constante
conforme a necessidade, sendo também limitada a 50 a quantidade de fórmulas.
Figura 19 - Conversão de notações INFIXA para POSFIXA no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor.
Com este recurso o programa ficou muito flexível uma vez que o usuário interage com
o programa criando fórmulas e equacionando os componentes de acordo com as suas
necessidades, de modo que, se fosse desenvolvido de uma outra forma, essa interação seria
impossível.
Após a definição do equacionamento do equipamento pode-se imprimir uma listagem
desta tela com todas as suas configurações, conforme mostra a Figura 20. Nesta figura são
mostradas as entradas e saídas com seus respectivos nomes, as variáveis e parâmetros
definidos pelo usuário, mostrando também o significado de cada variável e parâmetro
utilizado na montagem do equacionamento, bem como o equacionamento para uma turbina.
66
Figura 20 - Relatório de configuração de equipamento no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
Duas classes foram criadas para representar e calcular cada objeto. O programa
considera cada objeto como sendo do tipo “Taparato”. Esta classe possui vários métodos além
de herdar a classe “Tformula”, que contem o equacionamento do equipamento. Ambas as
classes criadas com seus métodos e variáveis podem ser analisadas a seguir.
67
5.2 CLASSES TFORMULA E TAPARATO NO PROGRAMA TPPS
As classes “Tformula” e “Taparato” são responsáveis pelos objetos criados e o
equacionamento de cada um deles. Uma armazena as informações do objeto e a outra o
equacionamento e/ou cálculos a serem efetuados, conforme mostrado a seguir: // Constantes const tamanhovetor = 300; tqtformulas = 50; type // Definição da estrutura de dados do vetor de calculo ttipodados = record
variáveis :array[1..tamanhovetor] of string; valores :array[1..tamanhovetor] of real; marcacao :array[1..tamanhovetor] of integer; mostra :array[1..tamanhovetor] of string; texto :array[1..tamanhovetor] of string; unidade :array[1..tamanhovetor] of string; critpara :array[1..tamanhovetor] of real; sinal :array[1..tamanhovetor] of string; pulo :array[1..tamanhovetor] of integer; valor_ini :array[1..tamanhovetor] of real; valor_fim :array[1..tamanhovetor] of real; tpvar :array[1..tamanhovetor] of string; valorant :array[1..tamanhovetor] of real; chutada :array[1..tamanhovetor] of string; erro :array[1..tamanhovetor] of real;
end; // Classe Tformula responsavel pela resolução das formulas e conversão das expressões de
Infixa para PosFixa e da comunicação com a biblioteca FLUIDPROP para obtenção de valores térmicos calculados.
tformula = class private sinal,saida:string; conta_letra:integer; conta_sinal:integer; pilha_valor:array[1..tamanhovetor] of real; dados:ttipodados; formula:string; constructor create; procedure empilha(entrada:string); procedure desempilha(var entrada:string); procedure empilhavalor(entrada:string;valor:real); procedure desempilhavalor(var entrada:real); procedure saidaFormula(entrada:string); function pilhavazia:boolean; function executefuncao(entrada:string):double; procedure Calculostermicos(tipo,funcao:string;valor1,valor2:double;var retorno:double); public calculadora:boolean;
68
procedure posfixa(var entrada:string); procedure ValoresVariaveis(entrada:ttipodados); function Executar(entrada:string):real; function ObtemValor(entrada:string):double; function IncrementaVariavel(var entrada:ttipodados):boolean; function IncrementaVariavelSub(var entrada:ttipodados;variavel:string):boolean; function PodePararAgora(entrada:ttipodados):boolean; end; // Classe Taparato responsável pelo calculo interno e funcionamento de cada aparato, aqui é
definido o funcionamento do objeto e o que deve ser feito com as fórmulas, variáveis e parâmetros definidos pelo usuário.
taparato = class private idaparato:integer; Calculado:boolean; dados:ttipodados; // variaveis e valores equacionamento:array[1..tqtformulas,1..2] of string; // formulas calcular:tformula; termo:tfluidprop; constructor create; public procedure obterdados(equipto:integer); procedure Calculostermicos(var p,t,h,s,v,m:double); procedure atualizadados; procedure exibevalores(var entrada:trichedit); procedure GravaValores; procedure ObtemPontosES; procedure Alteravalor(variavel:string;valor:real;un:string); function RetornarValor(variavel:string):real; procedure defineAparato(ap:integer); procedure calculaAparato; function DeveCalcular:boolean; procedure calculo(tipo:boolean); procedure LimparValores; procedure Inspecionar(var texto:trichedit); end;
Para a resolução dos cálculos termodinâmicos o programa desenvolvido utiliza a
biblioteca FluidProp desenvolvida pela Universidade de Delft, da Holanda, que calcula a
propriedade de vários tipos de fluidos, inclusive da água, a partir da entrada de duas
propriedades conhecidas. Esta biblioteca recebe as informações do aplicativo, já convertidas e
pré-tratadas, efetua os cálculos termodinâmicos e os devolve à aplicação, sendo que as
chamadas à essa biblioteca são feitas através do método “Calculostermicos”, conforme o
exemplo a seguir:
Procedure Calculostermicos (tipo, funcao: string; valor1, valor2: double; var retorno:
double)
69
O FluidProp é uma biblioteca de programa que está em conformidade com o padrão
COM e, portanto, pode ser perfeitamente chamada por muitos programas diferentes e
ambientes de programação, tais como: Microsoft Excel, MATLAB, Maple, Visual Basic,
Fortran e Borland C++. Mas, segundo seus idealizadores, não era possível esta biblioteca
comunicar-se com o Delphi, porém, durante o desenvolvimento deste trabalho, foi possível
fazer a importação de biblioteca criando um arquivo de comunicação, sendo a mesma depois
disponibilizada aos criadores deste recurso. Este arquivo faz a intermediação entre os dois
ambientes fazendo-se uma conversão nos parâmetros enviados para biblioteca e, ao ser
compilado junto, se torna possível a utilização com o Delphi, conforme a estrutura que pode
ser vista na Figura 21.
Cada objeto calculado não possui ligação alguma com o outro a não ser por suas
conexões e variáveis de saída ou entrada, o objeto funciona como uma caixa preta que ao
receber a informação faz o processamento dos dados e coloca na saída os valores calculados,
conforme exemplo mostrado na Figura 22.
A Figura 22 mostra o funcionamento de um aparato pré-configurado, o qual funciona
como uma caixa preta, o usuário entra com os valores que possui e o aparato, através do seu
equacionamento interno, irá efetuar os cálculos e colocá-los na saída indicada.
Outra fórmula de se resolver os problemas é montando o equacionamento do problema
na tela de resolução de cálculos, a qual possui 3 sub divisões, sendo que em uma delas o
usuário define as variáveis a serem utilizadas, na outra tela o equacionamento e na última tela
são apresentados os resultados, conforme mostra a Figura 23.
Figura 21 - Modelo de comunicação entre o aplicativo e o FluidProp no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor.
70
Figura 22 - Funcionamento da estrutura de cálculo dos aparatos no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor.
Figura 23 - Tela de definição de variáveis e equacionamento do problema.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
71
Nesta tela o usuário define e informa os valores das variáveis que irão ser utilizadas no
equacionamento, se a variável possuir algum valor o mesmo deve ser informado (exemplo:
P2=2,5 ou P2=0).
A definição do equacionamento é o processo onde o usuário define os valores
conhecidos das variáveis e informa as fórmulas do equacionamento do problema, sendo que
estas fórmulas devem ser informadas em uma sequência top down. Uma vez definido o
equacionamento, deve-se clicar no botão calcular para ativar o módulo de cálculo. Caso a
opção “Filtrar” tenha algum conteúdo informado, o programa irá mostrar somente as variáveis
que se iniciem pelas letras informadas.
A Figura 24 mostra como pode ser definida outra forma de apresentação dos dados,
sendo que o usuário pode montar uma tabela com as variáveis que deseja visualizar.
Figura 24 - Formatação da saída de dados no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
A saída de dados é a forma de visualizar as informações, sendo que o programa
permite que o usuário configure como as informações deverão ser apresentadas. Para a
configuração apresentada na Figura 24 pode ser visto o resultado de saída na Figura 25.
72
Figura 25 - Tela de saída de resultados no programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
73
6 SIMULAÇÕES DE PLANTAS DE GERAÇÃO E COGERAÇÃO ATRAVÉS DE PROGRAMAS DISPONÍVEIS
Nesta seção é realizado um estudo termodinâmico comparativo entre quatro programas
de simulação numérica para plantas térmicas e de potência, sendo que três deles são
comerciais, bem conhecidos, e bastante utilizados no meio acadêmico (EES, Cycle-Tempo e
IPSEpro), e o quarto é o programa desenvolvido no NUPLEN (TPPS). Para tanto, serão
consideradas plantas básicas de geração e cogeração de energia.
A metodologia de simulação consiste na avaliação dos processos através dos dados de
desempenho dos equipamentos. Para isto é preciso definir as condições de operação e alguns
parâmetros de projeto. O objetivo não é especificar os equipamentos, mas estudar os
processos que envolvem estes equipamentos.
Para a análise termodinâmica são admitidas como hipóteses gerais as seguintes:
Operação em regime permanente, na condição de operação da instalação;
Ar atmosférico, combustível e produtos de combustão são tratados como uma mistura
de gases ideais;
Energias cinética e potencial dos gases são desprezadas;
Processos adiabáticos em todos os equipamentos que fazem parte dos ciclos, exceto
para os trocadores de calor para os quais um parâmetro de eficiência define a
quantidade de calor transferida ao meio.
6.1 DEFINIÇÃO DOS CASOS ESTUDADOS
Dois tipos de casos básicos são estudados neste trabalho um de geração e outro de
cogeração de energia, os quais serão descritos a seguir.
6.1.1 Planta de geração de energia
A planta de geração a ser estudada é mostrada na Figura 26. A mesma é composta por
uma turbina, uma caldeira, uma bomba e um condensador, sendo conhecida a eficiência
isentrópica da turbina e a calcular a temperatura de saída. Na situação em que são fornecidas
as propriedades de entrada na turbina ( e ), a pressão de saída ( ), a vazão ( ) e a
eficiência isentrópica da turbina ( iso ), sendo todas as propriedades na determinadas
em função da pressão e temperatura.
74
Figura 26 - Modelo de uma planta de geração de energia.
Fonte: Elaboração do autor através do programa IPSEpro.
No condensador é importante definir a perda de carga do vapor que está condensando
( ), além da carga térmica de condensação ( ). O estado de entrada é calculado pela
simulação da turbina, e, assim, todas as propriedades na entrada são conhecidas. O
condensador tem a função de condensar o vapor e, assim, o mínimo que ele deve fazer é
resfriar o líquido até que o título seja igual a 0.
Uma vez que as propriedades de entrada da bomba são conhecidas e, conhecendo-se
sua eficiência isentrópica ( ), a pressão de saída e a entropia isentrópica, determina-se a
entalpia isentrópica, e, então, a temperatura é calculada em função da pressão de saída e
entalpia.
O objetivo da simulação da caldeira é determinar a potência térmica do equipamento,
( ) e o consumo de combustível ( ), uma vez informada a eficiência da caldeira
( ) e o poder calorífico inferior do combustível ( ). Deverá ser calculada também
a perda de carga da caldeira
Para planta de geração deveram ser considerados os seguintes pontos para
comparação:
Ponto 1: Saída da caldeira e entrada na turbina;
Ponto 2: Saída da turbina e entrada no condensador;
Ponto 3: Saída do condensador e entrada na bomba;
75
Ponto 4: Saída da bomba e entrada na caldeira.
6.1.2 Planta de cogeração de energia
A planta de cogeração a ser estudada é mostrada na Figura 27. A mesma é composta
por duas turbinas, uma caldeira, duas bombas, dois condensadores, um misturador e uma
bifurcação, sendo conhecida a eficiência isentrópica da turbina, e a calcular a temperatura de
saída. Na situação em que são fornecidas as propriedades de entrada na turbina ( e ), a
pressão de saída ( ), a vazão ( ) a eficiência isentrópica da turbina ( ), sendo todas as
propriedades na entrada determinadas em função da pressão e temperatura.
Figura 27 - Modelo da planta de cogeração de energia.
Fonte: Elaboração do autor através do programa IPSEpro.
No condensador é importante definir a perda de carga do vapor que está condensando,
( ) além da carga térmica de condensação ( ). O estado de entrada no condensador
foi calculado pela simulação da turbina e, assim, todas as propriedades na entrada são
conhecidas. O condensador tem a função de condensar o vapor, ou seja, resfriar o líquido até
que o título seja igual a 0, de modo que a temperatura pode ser definida.
76
Uma vez que as propriedades de entrada da bomba são conhecidas e, conhecendo-se a
eficiência isentrópica ( ), a pressão de saída e a entropia isentrópica, determina-se a entalpia
isentrópica, sendo a temperatura calculada em função da pressão de saída e da entalpia.
O misturador aqui especificado é utilizado apenas para realizar misturas de fluidos de
mesma composição, por exemplo, água liquida com água líquida ou até mesmo água líquida
com vapor d’ água, não sendo utilizado para misturas de diferentes composições, como vapor
e produtos de combustão. Define-se o balanço de massa conhecendo-se as vazões de entrada.
Conhecendo-se também as propriedades dos fluxos de entrada ( e ), as outras propriedades
nos fluxos de entrada podem ser determinadas.
A bifurcação serve para separar um fluxo em duas partes. As propriedades dos fluxos
de saída serão as mesmas do fluxo de entrada, de forma que não é necessário se aplicar a
primeira e a segunda lei. As outras propriedades serão determinadas em função das pressões e
temperaturas nos pontos, que já serão conhecidas. É necessário apenas aplicar o balanço de
massa, sendo que, em geral, a massa de entrada é conhecida e uma das outras deverão ser
informadas.
O objetivo da simulação da caldeira é determinar a potência térmica do equipamento
( ), o consumo de combustível ( ) e a perda de carga da caldeira, uma vez
informada a eficiência da caldeira ( ) e o poder calorífico inferior do combustível
( ).
Para a planta de cogeração deverão ser considerados os seguintes pontos para
comparação:
Ponto 1: Saída da caldeira e entrada na turbina;
Ponto 2: Saída da turbina 1;
Ponto 3: Extração da turbina para entrada no processo;
Ponto 4: Entrada na turbina 2;
Ponto 5: Saída da turbina 2 e entrada no condensador;
Ponto 6: Saída do condensador e entrada na bomba 1;
Ponto 7: Saída da bomba 1 e entrada no misturador;
Ponto 8: Saída do processo para entrada no misturador;
Ponto 9: Saída do misturador e entrada na bomba da caldeira;
Ponto 10: Saída da bomba e entrada da caldeira.
77
6.2 SIMULAÇÕES UTILIZANDO O PROGRAMA CYCLE-TEMPO
6.2.1 Simulação da planta geração no programa Cycle-Tempo
A Figura 28 mostra a planta de geração no programa Cycle-Tempo e a Tabela 2
apresenta os resultados obtidos com a simulação.
Figura 28 - Planta de geração resolvida pelo Cycle-Tempo.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Cycle-Tempo.
Tabela 2 - Resultados obtidos para a planta de geração com o programa Cycle-Tempo.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temp. (°C)
Entalpia (kJ/kg)
Entropia (kJ/kg K)
01 30 45 450 3.324,05 6,9070
02 30 0,1 45,81 2.415,07 7,6960
03 30 0,1 45,81 191,81 0,6490
04 30 55 46,43 199,20 0,6550
Fonte: Elaboração do autor.
78
6.2.2 Simulação da planta de cogeração no programa Cycle-Tempo
A Figura 29 mostra a planta de cogeração no programa Cycle-Tempo e a Tabela 3
apresenta os resultados obtidos com a simulação.
Figura 29 - Planta de cogeração resolvida pelo Cycle-Tempo.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Cycle-Tempo.
Tabela 3 - Resultados obtidos para a planta de cogeração com o programa Cycle-Tempo.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temp. (°C)
Entalpia (kJ/kg)
Entropia (kJ/kg K)
01 30 45 450 3.324,05 6,876
02 30 2,5 162,54 2.791,46 7,231
03 20 2,5 162,54 2.791,46 7,231
04 10 2,5 162,54 2.791,46 7,231
05 10 0,1 45,81 2.391,41 7,545
06 10 0,1 45,81 191,81 0,649
07 10 2,5 45,83 192,13 0,649
08 20 2,5 127,41 535,35 1,607
09 30 2,45 100,41 420,93 1,311
10 30 55 101,21 428,24 1,316
Fonte: Elaboração do autor.
79
6.3 SIMULAÇÕES UTILIZANDO O PROGRAMA IPSEPRO
6.3.1 Simulação da planta de geração com o programa IPSEpro
A Figura 30 mostra a planta de geração no programa IPSEpro e a Tabela 4 apresenta
os resultados obtidos com a simulação.
Figura 30 - Planta de geração resolvida pelo IPSEpro.
Fonte: Elaboração do autor através do programa IPSEpro.
Tabela 4 - Resultados obtidos para a planta de geração com o programa IPSEpro.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temp. (°C)
Entalpia (kJ/kg)
Entropia (kJ/kg K)
01 30 45 450 3.324 6,877
02 30 0,1 45,808 2.350 7,415
03 30 0,1 45,808 191,81 0,639
04 30 55 46,438 199,20 0,655
Fonte: Elaboração do autor.
80
6.3.2 Simulação da planta de cogeração com programa IPSEpro
A Figura 31 mostra a planta de cogeração no programa IPSEpro e a Tabela 5 apresenta
os resultados obtidos com a simulação.
Figura 31 - Planta de cogeração resolvida pelo IPSEpro.
Fonte: Elaboração do autor através do programa IPSEpro.
Tabela 5 - Resultados obtidos para a planta de cogeração com o programa IPSEpro.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temp. (°C)
Entalpia (kJ/kg)
Entropia (kJ/kg K)
01 30 45 450 3.344,0 6,877
02 30 2,5 157,86 2.781,7 7,209
03 20 2,5 157,86 2.781,7 7,209
04 10 2,5 157,86 2.781,7 7,209
05 10 0,1 45,81 2.383,7 7,521
06 10 0,1 45,81 191,81 0,649
07 10 2,5 45,85 192,13 0,650
08 20 2,5 127,41 535,35 1,607
09 30 2,5 100,41 420,94 1,312
10 30 55 101,34 428,79 1,318
Fonte: Elaboração do autor.
81
6.4 SIMULAÇÕES UTILIZANDO O PROGRAMA EES
6.4.1 Simulação da planta de geração com o programa EES
A seguir é apresentado o equacionamento da planta de geração para resolução no
aplicativo EES, a Figura 32 e a Tabela 6 mostram os resultados obtidos. "Pressão em bar, temperatura em ºC, vazão em kg/s, entalpia em kJ/kg, entropia em kJ/kg K, potencia em kW" "Propriedades na saida da caldeira" m_dot = 30 "[kg/s]" T1 = 450 "[C]" P1 = 45 "[bar]" h1 = ENTHALPY(Steam;T=T1;P=P1) s1 = ENTROPY(Steam;T=T1;P=P1) "Turbina" P2 = 0,1 "[bar]" s2s = s1 "[kJ/kg K]" T2s = TEMPERATURE(Steam;s=s2s;P=P2) h2s = ENTHALPY(Steam;s=s2s;P=P2) s2 = ENTROPY(Steam;T=T2;P=P2) "Determinação se a entalpia h2" eta_s_turb = (h1-h2)/(h1-h2s) eta_s_turb = 0,85 W_dot_turb = m_dot*(h1-h2) "[kW]" T2 = TEMPERATURE(Steam;h=h2;P=P2) x2 = QUALITY(Steam;h=h2;P=P2) "Condensador" DELTA_p_cond = 0,0 "[bar]" P3 = P2 - DELTA_p_cond "[bar]" x3 = 0,0 T3 = TEMPERATURE(Steam;x=x3;P=P3) h3 = ENTHALPY(Steam;x=x3;P=P3) s3 = ENTROPY(Steam;x=x3;P=P3) Q_dot_cond = m_dot*(h3-h2) "[kW]" "Bomba" P4 = 55 "[bar]" s4s = s3 "[kJ/kg K]" h4s = ENTHALPY(Steam;s=s4s;P=P4) s1 = ENTROPY(Steam;T=T1;P=P1) eta_s_bomba = 0,7 "Determina-se a entalpia h4" h4 =h3 - (1/eta_s_bomba)*(h3-h4s) "[kJ/kg]" W_dot_bomba = m_dot*(h3-h4) "[kW]" T4 = TEMPERATURE(Steam;h=h4;P=P4) S4= ENTROPY(Steam;T=T4;P=P4)
82
"Caldeira" DELTA_p_cald = P4 - P1 "[bar]" eta_cald = 0,85 Q_dot_cald = (1/eta_cald)*m_dot*(h1-h4) "[kW]" PCI_comb = 7700 "[kJ/kg]" m_dot_comb = Q_dot_cald/PCI_comb "[kg/s]" "Ciclo" W_dot_total = W_dot_turb + W_dot_bomba "[kW]" eta_planta = W_dot_total/Q_dot_cald "consumo específico de combustivel da planta" SFC = m_dot_comb*3600/W_dot_total "[kg/kWh]"
Figura 32 - Tela de resultados para ciclo de geração resolvido pelo EES.
Fonte: Elaboração do autor através do programa EES.
Tabela 6 - Resultados obtidos para a planta de geração com o programa EES.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temp. (°C)
Entalpia (kJ/kg)
Entropia (kJ/kg K)
01 30 45 450 3.323 6,875
02 30 0,1 45,79 2.349 7,412
03 30 0,1 45,79 191,70 0,648
04 30 55 46,54 199,60 0,656
Fonte: Elaboração do autor.
83
6.4.2 Simulação da planta de cogeração com o programa EES
A seguir é apresentado o equacionamento da planta de cogeração para resolução no
aplicativo EES, a Figura 33 e a Tabela 7 mostram os resultados obtidos.
"Pressão em bar, temperatura em ºC, vazão em kg/s, entalpia em kJ/kg, entropia em kJ/kg K, potencia em kW" "Propriedades na saída da caldeira" m_dot_1 = 30 "[kg/s]" T1 = 450 "[C]" P1 = 45 "[bar]" h1 = ENTHALPY(Steam;T=T1;P=P1) s1 = ENTROPY(Steam;T=T1;P=P1) "Turbina 1" P2 = 2,5 "[bar]" s2s = s1 "[kJ/kg K]" T2s = TEMPERATURE(Steam;s=s2s;P=P2) h2s = ENTHALPY(Steam;s=s2s;P=P2) "Determinação da entalpia h2" eta_s_turb_1 = (h1-h2)/(h1-h2s) eta_s_turb_1 = 0,8 W_dot_turb_1 = m_dot_1*(h1-h2) "[kW]" T2 = TEMPERATURE(Steam;h=h2;P=P2) S2 = ENTROPY(steam;h=h2;p=p2) m_dot_2 = m_dot_1 "Bifurcação (splitter)" m_dot_3 = 20 m_dot_2 = m_dot_3 + m_dot_4 T3 = T2 T4 = T2 P3 = P2 P4 = P2 h3 = ENTHALPY(Steam;T=T3;P=P3) s3 = ENTROPY(Steam;T=T3;P=P3) h4 = ENTHALPY(Steam;T=T4;P=P4) s4 = ENTROPY(Steam;T=T4;P=P4) "Turbina 2" P5 = 0,1 "[bar]" s5s = s4 "[kJ/kg K]" T5s = TEMPERATURE(Steam;s=s5s;P=P5) h5s = ENTHALPY(Steam;s=s5s;P=P5) " Determinação da entalpia h5" eta_s_turb_2 = (h4-h5)/(h4-h5s) eta_s_turb_2 = 0,8 W_dot_turb_2 = m_dot_3*(h4-h5) "[kW]" T5 = TEMPERATURE(Steam;h=h5;P=P5) S5 = ENTROPY(Steam;h=h5;p=p5) x5 = QUALITY(Steam;h=h5;P=P5) m_dot_5 = m_dot_4
84
"Condensador" DELTA_p_cond = 0,0 "[bar]" P6 = P5 - DELTA_p_cond "[bar]" x6 = 0,0 T6 = TEMPERATURE(Steam;x=x6;P=P6) h6 = ENTHALPY(Steam;x=x6;P=P6) s6 = ENTROPY(Steam;x=x6;P=P6) Q_dot_cond = m_dot_5*(h6-h5) "[kW]" m_dot_6 = m_dot_5 "Bomba 1" P7 = 2,5 "[bar]" s7s = s6 "[kJ/kg K]" h7s = ENTHALPY(Steam;s=s7s;P=P7) eta_s_bomba_1 = 0,7 "Determinação da entalpia h7" h7 =h6 - (1/eta_s_bomba_1)*(h6-h7s) "[kJ/kg]" W_dot_bomba_1 = m_dot_6*(h6-h7) "[kW]" T7 = TEMPERATURE(Steam;h=h7;P=P7) S7 = ENTROPY(Steam;h=h7;p=p7) m_dot_7 = m_dot_6 "Processo" DELTA_p_proc = 0,0 "[bar]" P8 = P3 - DELTA_p_proc "[bar]" x8 = 0,0 T8 = TEMPERATURE(Steam;x=x8;P=P8) h8 = ENTHALPY(Steam;x=x8;P=P8) s8 = ENTROPY(Steam;x=x8;P=P8) Q_dot_proc = m_dot_3*(h8-h3) "[kW]" m_dot_8 = m_dot_3 "Misturador" m_dot_9 = m_dot_7 + m_dot_8 h9 = (m_dot_8*h8 + m_dot_7*h7)/m_dot_9 P9 = P8 T9 = TEMPERATURE(Steam;h=h9;P=P9) s9 = ENTROPY(Steam;h=h9;P=P9) "Bomba 2" P10 = 55 "[bar]" s10s = s9 "[kJ/kg K]" h10s = ENTHALPY(Steam;s=s10s;P=P10) eta_s_bomba_2 = 0,7 "Determinação da entalpia h10" h10 =h9 - (1/eta_s_bomba_2)*(h9-h10s) "[kJ/kg]" W_dot_bomba_2 = m_dot_9*(h9-h10) "[kW]" T10 = TEMPERATURE(Steam;h=h10;P=P10) S10 = ENTROPY(Steam;h=h10;p=p10) m_dot_10 = m_dot_9 "Caldeira" DELTA_p_cald = P10 - P1 "[bar]" eta_cald = 0,8 Q_dot_cald = (1/eta_cald)*m_dot_1*(h1-h10) "[kW]"
85
PCI_comb = 7700 "[kJ/kg]" m_dot_comb = Q_dot_cald/PCI_comb "[kg/s]" "Ciclo" W_dot_turbina = W_dot_turb_1 + W_dot_turb_2 W_dot_total = W_dot_turbina + W_dot_bomba_1 + W_dot_bomba_2 "[kW]" eta_planta_ger = W_dot_total/Q_dot_cald eta_planta_coger = (W_dot_total - Q_dot_proc)/Q_dot_cald "Consumo específico de combustivel da planta" SFC = m_dot_comb*3600/W_dot_total "[kg/kWh]"
Figura 33 - Planta de cogeração resolvida no EES.
Fonte: Elaboração do autor através do programa EES.
Tabela 7 - Resultados obtidos para a planta de cogeração com o programa EES.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temp. (°C)
Entalpia (kJ/kg)
Entropia (kJ/kg K)
01 30 45 450 3.323 6,875
02 30 2,5 157,8 2.781 7,207
03 20 2,5 157,8 2.781 7,207
04 10 2,5 157,8 2.781 7,207
05 10 0,1 45,79 2.383 7,519
06 10 0,1 45,79 191,7 0,648
07 10 2,5 45,82 192,0 0,649
08 20 2,5 127,4 535,4 1,607
09 30 2,45 100,4 420,9 1,312
10 30 55 101,3 428,8 1,318
Fonte: Elaboração do autor.
86
6.5 SIMULAÇÃO UTILIZANDO O PROGRAMA TPPS
6.5.1 Simulação da planta de geração com o programa TPPS
A seguir é apresentado o equacionamento da planta de geração para resolução no
programa desenvolvido no NUPLEN (TPPS), a Figura 34 e a Tabela 8 mostram os resultados
obtidos.
Definição das variáveis para cálculo t1=450 p1=45 m_dot=30 h1 s1 p2=0,1 s2s t2s h2s s2 eta_s_turb=0,85 h2 negativo=-1 w_dot_turb t2 x2 delta_p_cond=0 p3 x3 t3 h3 q_dot_cond p4=55
s4s h4s s3 eta_s_bomba=0,7 h4 contante_um=1 w_dot_bomba t4 delta_p_cald eta_cald=0,85 q_dot_cald pci_comb=7700 m_dot_comb w_dot_total eta_planta sfc constante_sfc=3600 s4
Equacionamento -- Propriedades na saida da caldeira h1=TERMO(H('Pt',p1,t1)) s1=TERMO(S('pt',p1,t1)) -- Calculo para Turbina s2s=s1 t2s=TERMO(T('ps',p2,s2s)) h2s=TERMO(H('ps',p2,s2s)) -- Determinacao da Entalpia H2 h2=(eta_s_turb*(h1-h2s)-h1)*negativo w_dot_turb=m_dot*(h1-h2) t2=TERMO(T('PH',p2,h2)) s2=TERMO(S('ph',p2,h2)) x2=TERMO(X('PH',p2,h2)) -- Calculo condensador p3=p2-delta_p_cond t3=TERMO(T('Px',p3,x3)) h3=TERMO(H('Px',p3,x3)) s3=TERMO(S('px',p3,x3)) q_dot_cond=m_dot*(h3-h2)
87
-- Calculo bomba s4s=s3 h4s=TERMO(H('Ps',p4,s4s)) -- Calculo Entalpia H4 h4=h3-(contante_um/eta_s_bomba)*(h3-h4s) w_dot_bomba=m_dot*(h3-h4) t4=TERMO(T('PH',p4,h4)) s4=TERMO(S('ph',p4,h4)) -- Calculo Caldeira delta_p_cald=p4-p1 q_dot_cald=(contante_um/eta_cald)*m_dot*(h1-h4) m_dot_comb=q_dot_cald/pci_comb -- Valores do ciclo w_dot_total=w_dot_turb+w_dot_bomba eta_planta=w_dot_total/q_dot_cald sfc=m_dot_comb*constante_sfc/w_dot_total
Figura 34 - Planta de geração resolvida pelo programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
Tabela 8 - Resultados obtidos para a planta de geração com o programa TPPS.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temp. (°C)
Entalpia (kJ/kg)
Entropia (kJ/kg K)
01 30 45 450 3.324,0 6,877
02 30 0,1 45,79 2.350,0 7,416
03 30 0,1 45,79 191,81 0,649
04 30 55 46,54 199,72 0,657
Fonte: Elaboração do autor.
88
6.5.2 Simulação da planta de cogeração com o programa TPPS
A seguir é apresentado o equacionamento da planta de cogeração para resolução no
protótipo desenvolvido pelo NUPLEN (TPPS), a Figura 35 e a Tabela 9 mostram os
resultados obtidos.
Definição das variáveis para cálculo contante_1=1 m_dot_1=30 m_dot_3=20 m_dot_2=0 q_dot_proc=0 T1=450 h1 s1 s2s=0 t2s=0 h2s=0 h2=0 P1=45 P2=2,5 S2=0 T2=0 eta_s_turb_1=0,8 m_dot_2=0 w_dot_turb_1 NEGATIVO=-1 t3=0 p3=0 h3=0 s3=0 p4=0 t4=0
h4=0 s4=0 S5S=0 T5S=0 H5S=0 P5=0,1 eta_s_turb_2=0,8 T5=0 S5=0 X5=0 H5=0 DELTA_p_cond=0,0 Delta_p_cald=0 eta_cald=0,8 x6=0,0 T6=0 H6=0 S6=0 P6=0 P7=2,5 S7S=0 H7S=0 ETA_BOMBA_1=0,7 H7=0
W_DOT_BOMBA_1=0 m_dot_4=0 M_DOT_6=0 M_DOT_5=0 T7=0 S7=0 M_DOT_7=0 DELTA_p_proc=0 x8=0,0 P8=0 H8=0 T8=0 m_dot_8=0 M_dot_9=0 h9=0 p9=0 t9=0 s9=0 p10=55 S10S=0 H10S=0 h10=0 eta_s_bomba_2=0,7 t10=0
s10=0 m_dot_10=0 q_dot_cald=0 pci_comb=7700 m_dot_comb=0 w_dot_turbina=0 w_dot_total=0 eta_planta_ger=0 eta_planta_coger=0 sfc=0 s8=0 w_dot_turb_1=0 w_dot_turb_2=0
Equacionamento h1=TERMO(h('Pt',P1,T1)) s1=TERMO(s('Pt',P1,T1)) s2s=s1 t2s=TERMO(T('PS',p2,s2s)) h2s=TERMO(H('PS',p2,S2s)) h2=(eta_s_turb_1*(h1-h2s)-h1)*negativo W_dot_turb_1=m_dot_1*(h1-h2) T2=TERMO(T('ph',p2,h2)) S2=TERMO(S('PH',p2,h2)) m_dot_2=m_dot_1 m_dot_4=m_dot_2-m_dot_3 T3=T2 T4=T2 P3=P2 P4=P2 h3=TERMO(H('pt',P3,t3)) s3=TERMO(s('pt',p3,t3)) h4=TERMO(h('pt',p4,t4)) s4=TERMO(s('pt',p4,t4))
89
s5s=s4 T5s=TERMO(t('ps',p5,s5s)) h5s=TERMO(H('PS',P5,S5S)) h5=(eta_s_turb_2*(h4-H5s)-h4)*negativo W_dot_turb_2=m_dot_3*(h4-h5) T5=TERMO(T('PH',P5,H5)) S5=TERMO(S('PH',P5,H5)) x5=TERMO(X('PH',P5,H5)) m_dot_5=m_dot_4 P6=P5-DELTA_p_cond T6=TERMO(T('PX',P6,X6)) h6=TERMO(E('PX',P6,X6)) s6=TERMO(S('PX',P6,X6)) Q_dot_cond=m_dot_5*(h6-h5) m_dot_6=m_dot_5 s7s=s6 h7s=TERMO(H('PS',P7,S7S)) h7=h6-(1/eta_s_bomba_1)*(h6-h7s) W_dot_bomba_1=m_dot_6*(h6-h7) T7=TERMO(T('PH',P7,H7)) S7=TERMO(S('PH',P7,H7)) m_dot_7=m_dot_6 P8=P3-DELTA_p_proc T8=TERMO(T('px',p8,x8)) h8=TERMO(H('px',p8,x8)) s8=TERMO(S('PX',P8,X8)) Q_dot_proc=m_dot_3*(h8-h3) m_dot_8=m_dot_3 m_dot_9=m_dot_7+m_dot_8 h9=(m_dot_8*h8 + m_dot_7*h7)/m_dot_9 P9=P8 T9=TERMO(T('PH',P9,H9)) s9=TERMO(S('PH',P9,H9)) s10s=s9 h10s=TERMO(H('PS',P10,S10S)) h10=h9-(contante_1/eta_s_bomba_2)*(h9-h10s) W_dot_bomba_2 m_dot_9*(h9-h10) T10=termo(t('ph',p10,h10)) S10=termo(s('ph',p10,h10)) m_dot_10=m_dot_9 DELTA_p_cald=P10 - P1 Q_dot_cald=(constante-1/eta_cald)*m_dot_1*(h1-h10) m_dot_comb=Q_dot_cald/PCI_comb W_dot_turbina=W_dot_turb_1+W_dot_turb_2 W_dot_total=W_dot_turbina+W_dot_bomba_1+W_dot_bomba_2 eta_planta_ger=W_dot_total/Q_dot_cald eta_planta_coger=(W_dot_total - Q_dot_proc)/Q_dot_cald SFC=m_dot_comb*3600/W_dot_total
90
Figura 35 - Planta de cogeração resolvida pelo programa TPPS.
Fonte: Elaboração do autor através do programa TPPS.
Tabela 9 - Resultados obtidos para a planta de cogeração com o programa TPPS.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temp. (°C)
Entalpia (kJ/kg)
Entropia (kJ/kg K)
01 30 45 450 3.324,04 6,877
02 30 2,5 157,863 2.781,71 7,209
03 20 2,5 157,863 2.781,70 7,209
04 10 2,5 157,863 2.781,70 7,209
05 10 0,1 45,808 2.383,71 7,521
06 10 0,1 45,808 191,802 0,649
07 10 2,5 45,815 192,055 0,649
08 20 2,5 127,414 535,35 1,607
09 30 2,45 100,405 420,918 1,311
10 30 55 101,327 428,737 1,318
Fonte: Elaboração do autor.
91
6.6 RESULTADOS COMPARATIVOS DAS SIMULAÇÕES DA PLANTA DE GERAÇÃO
As Tabelas 10, 11 e 12 mostram, respectivamente, os comparativos de Temperatura,
Entalpia e Entropia entre os programas comerciais e o programa desenvolvido, para o caso da
planta de geração.
Tabela 10 - Comparativo da temperatura para a planta de geração.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temperatura (°C)
IPSEpro EES Cycle-Tempo TPPS
01 30 45 450 450 450 450
02 30 0,1 45,81 45,79 45,81 45,80
03 30 0,1 45,81 45,79 45,81 45,80
04 30 55 46,44 46,54 46,43 46,55
Fonte: Elaboração do autor.
Tabela 11 - Comparativo da entalpia para a planta de geração.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Entalpia (kJ/kg)
IPSEpro EES Cycle-Tempo TPPS
01 30 45 3.324 3.323 3.324,05 3.324,0
02 30 0,1 2.350 2.349 2.415 2.350,0
03 30 0,1 191,81 191,70 191,81 191,81
04 30 55 199,20 199,60 199,20 199,72
Fonte: Elaboração do autor.
Tabela 12 - Comparativo da entropia para a planta de geração.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Entropia (kJ/kgK)
IPSEpro EES Cycle-Tempo TPPS
01 30 45 6,8767 6,8750 6,9070 6,8770
02 30 0,1 7,4150 7,4120 7,6960 7,4159
03 30 0,1 0,6386 0,6489 0,6490 0,6490
04 30 55 0,6551 0,6563 0,6550 0,6570
Fonte: Elaboração do autor.
92
6.7 RESULTADOS COMPARATIVOS DAS SIMULAÇÕES DA PLANTA DE COGERAÇÃO
As Tabelas 13, 14 e 15 mostram, respectivamente, os comparativos de Temperatura,
Entalpia e Entropia entre os programas comerciais e o programa desenvolvido, para o caso da
planta de cogeração.
Tabela 13 - Comparativo da temperatura para a planta de cogeração.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Temperatura (°C)
IPSEpro EES Cycle-Tempo TPPS
01 30 45 450 450 450 450
02 30 2,5 162,54 157,8 162,54 157,86
03 20 2,5 162,54 157,8 162,54 157,86
04 10 2,5 162,54 157,8 162,54 157,86
05 10 0,1 45,81 45,79 45,81 45,80
06 10 0,1 45,81 45,79 45,81 45,80
07 10 2,5 45,83 45,82 45,83 45,81
08 20 2,5 127,41 127,4 127,41 127,41
09 30 2,45 100,41 100,4 100,41 100,40
10 30 55 101,21 101,3 101,21 101,32
Fonte: Elaboração do autor.
Tabela 14 - Comparativo da entalpia para a planta de cogeração.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Entalpia (kJ/kg)
IPSEpro EES Cycle-Tempo TPPS
01 30 45 3.344,0 3.323 3.324,0 3.324,0
02 30 2,5 2.781,7 2.781 2.791,4 2.781,7
03 20 2,5 2.781,7 2.781 2.791,4 2.781,7
04 10 2,5 2.781,7 2.781 2.791,4 2.781,7
05 10 0,1 2.383,7 2.383 2.391,4 2.383,7
06 10 0,1 191,81 191,7 191,8 191,80
07 10 2,5 192,13 192,0 192,1 192,05
08 20 2,5 535,35 535,4 535,3 535,35
09 30 2.45 420,94 420,9 420,9 420,91
10 30 55 428,79 428,8 428,2 428,73 Fonte: Elaboração do autor.
93
Tabela 15 - Comparativo da entropia para a planta de cogeração.
Ponto Vazão (kg/s)
Pressão (bar)
Entropia (kJ/kg K)
IPSEpro EES Cycle-Tempo TPPS
01 30 45 6,876 6,875 6,876 6,876
02 30 2,5 7,209 7,207 7,231 7,209
03 20 2,5 7,209 7,207 7,231 7,209
04 10 2,5 7,209 7,207 7,231 7,209
05 10 0,1 7,521 7,519 7,545 7,531
06 10 0,1 0,649 0,648 0,649 0,649
07 10 2,5 0,649 0,649 0,649 0,649
08 20 2,5 1,607 1,607 1,607 1,602
09 30 2,5 1,311 1,312 1,311 1,311
10 30 55 1,317 1,318 1,316 1,317
Fonte: Elaboração do autor.
94
7 RESOLUÇÃO DE UMA PLANTA TÉRMICA E DE P OTÊNCIA COMPLEXA
Nesta seção é definida uma planta térmica e de potência mais complexa para a
resolução com o programa TPPS e posterior comparação com a solução através do programa
MATLAB. Os equacionamentos do problema no MATLAB e no TPPS podem ser vistos no
Apêndice C.
O MATLAB é um programa destinado a fazer cálculos com matrizes (MATLAB =
MATrix LABoratory). MATLAB foi criada no fim dos anos 1970 por Cleve Moler, então
presidente do departamento de ciências da computação da Universidade do Novo México. Ela
logo se espalhou para outras universidades e encontrou um forte uso no âmbito da
comunidade matemática aplicada. Jack Little, um engenheiro, conheceu a linguagem
MATLAB durante uma visita feita por Moler a Universidade de Stanford em 1983.
Reconhecendo o seu potencial comercial, ele juntou-se a Moler e Steve Bangert. Eles
reescreveram MATLAB em C e em 1984 fundaram a MathWorks e prosseguiram no seu
desenvolvimento. As bibliotecas reescritas ficaram conhecidas como LAPACK.
MATLAB foi adotado pela primeira vez por engenheiros de projeto de controle, a
especialidade de Little, e rapidamente se espalhou para outros campos de aplicação. Agora é
também utilizado nas áreas da educação, em especial o ensino da álgebra linear e análise
numérica, e é muito popular entre os cientistas envolvidos com o processamento de imagem.
7.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA A SER RESOLVIDO
O problema a ser resolvido trata-se de uma usina de potência de ciclos combinados,
sendo ilustrada na Figura 36. São duas unidades Brayton (CB) fechadas, para uma Rankine
(CR). O fluido de trabalho nos ciclos Brayton é gás hélio aquecido por combustão externa e a
potência elétrica gerada pelas duas turbinas a gás deverá ser de 200 MW. As eficiências dos
geradores elétricos são 96%.
Os seguintes parâmetros são especificados para o ciclo Brayton: cp = 5.195 J/kgK; γ =
1,667; Tmin = 300 K; pmin = 100 kPa; Tmax = 1.379,1 K; razão de compressão igual a 10; perdas
de pressão de 3% na câmara de combustão (CC), 5% na caldeira de recuperação (HRSG), 3%
no regenerador e 3% no resfriador de hélio; temperatura do He na saída da HRSG
7 420 20sat sat l c g lT T K T T K h h / h h ; eficiências isoentrópicas dos compressores
e expansores 88%.
95
Os seguintes parâmetros são especificados para o ciclo de Rankine: pressão na entrada
da turbina, 120 bar; temperatura na entrada da turbina, 520 oC; pressão no condensador,
20,998 kPa; temperatura do líquido na saída do aquecedor de água de alimentação,
13 0 47min max minsat ,p sat ,p sat ,pT T , T T ; eficiências isentrópicas das turbinas a vapor e das bombas
de alimentação, 85 e 80%, respectivamente; aumento de temperatura da água de refrigeração
no condensador, 20 oC.
Na câmara de combustão os seguintes dados são fornecidos: razão combustível-ar,
F = 0,02627; temperatura dos produtos na entrada do trocador de calor, 1.520 K; temperatura
dos produtos na saída do trocador de calor, 670 K; calor específico dos produtos,
cp=1.309,6 J/kgK; o ar da combustão é pré-aquecido no regenerador a 519,75 K.
Determine:
a) A vazão mássica de hélio para cada Ciclo Brayton (CB);
b) A vazão mássica de vapor em t/h e potência elétrica do Ciclo Rankine (CR);
c) A eficiência térmica do ciclo combinado;
d) As taxas de massa de combustível e ar na câmara de combustão (CC);
e) A taxa de transferência de calor na caldeira de recuperação (HRSG), em MW;
f) As vazões volumétricas de água de refrigeração no condensador resfriador de He;
g) As taxas de vapor (SR) e de calor (HR) no Ciclo Rankine;
h) As razões dos trabalhos dos compressores e das bombas para os trabalhos das
turbinas;
i) A razão do calor rejeitado para o calor adicionado;
j) As eficiências da segunda lei do ciclo e exergética da usina, se a fonte de calor está
a 1.520 K e o sumidouro de calor está a 300 K.
Observação: satT é a temperatura de saturação na pressão máxima do Ciclo Rankine;
lh é a entalpia de líquido saturado a satT ; ch é a entalpia do líquido na entrada do economizador e gh é entalpia do vapor na saída do superaquecedor.
96
Figura 36 - Planta de potência complexa.
Fonte: Campos Silva (2012).
7.1 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS PROGRAMAS MATLAB E
TPPS
Na Tabela 16 são mostrados os valores obtidos para as principais variáveis da planta
de potência complexa (Figura 42), com a resolução do problema pelos programas MATLAB e
TPPS, bem como a diferença relativa entre as soluções obtidas por cada um dos programas.
97
Tabela 16 - Comparativo de resultados do MATLAB e TPPS para uma planta complexa. Variável MATLAB TPPS Unidade Diferença Relativa
WCB 200 200 MW WTV 33,421 33,379 MW 0,12 WB1 0,038 0,034 MW 11,02 WB 0,532 0,533 MW 0,18 WCR 31,534 31,491 MW 0,14 WC -575,810 -575,810 MW 0,00 WTG 784,143 784,143 MW 0,00 Wplanta 231,534 231,491 MW 0,02 EdC 26,429 26,429 MW 0,00 EdC2 13,214 13,214 MW 0,00 EdCC 55,843 55,843 MW 0,00 EdCC2 27,921 27,921 MW 0,00 EdTG 51,100 51,100 MW 0,00 EdTG2 25,549 25,549 MW 0,00 EdHRSG 9,72 9,72 MW 0,00 EdRG 27,76 27,76 MW 0,00 EdRE 48,73 48,73 MW 0,00 EdTV 4,392 4,421 MW 0,67 EdCD 5,88 5,88 MW 0,00 EdB1 0,006 0,003 MW 50 EdFH 1,590 1,700 MW 6,34 EdB 0,0124 0,0114 MW 8,06 Edt 231,45 231,54 MW 0,04 wC - 2.678.814,35 - 2.678.814,35 V 0,00 wTG 3.648.033,93 3.648.033,93 V 0,00 wCB 969.219,57 969.219,57 V 0,00 wTV 964.702,09 964.527,03 V 0,02 wB1 1.120,46 998,26 V 10,91 wB 15.365,75 15.421,77 V 0,36 wCR 910.287,25 834.334,16 V 8,34 Qin 629,181 629,181 MW 0,00 Qin2 314,6 314,6 MW 0,00 QinCR 90,8 90,8 MW 0,00 QinCR1 90,08 90,05 MW 0,01 QoutCR 57,23 57,24 MW 0,01 QoutCB 209,14 209,16 MW 0,01 Qout 266,4 266,4 MW 0,00 Qinar 121,6 121,6 MW 0,00 Qindice 0,42 0,42 0,00 Qgeral 629,2 629,2 MW 0,00 IC 26,43 26,43 MW 0,00 IC2 13,215 13,215 MW 0,00 ICC 55,84 55,84 MW 0,00 ICC2 27,92 27,92 MW 0,00 ITG 51,1 51,1 MW 0,00 ITG2 25,55 25,55 MW 0,00 IHRSG 9,72 9,72 MW 0,43 IRG 27,755 27,755 MW 0,00 IRE 48,725 48,735 MW 0,02 ITV 4,4 4,4 MW 0,67 ICD 5,88 5,72 MW 2,69 IFH 1,6 1,6 MW 0,00 IB1 0,006 0,006 MW 0,00 IB 0,0125 0,0134 MW 7,35 I 231,45 231,3 MW 0,08
Fonte: Elaboração do autor.
98
Os resultados apresentados podem ser considerados bons uma vez que as diferenças
apresentadas foram muito pequenas, mesmo sabendo que os programas utilizam tabelas de
propriedades diferentes para o cálculo das propriedades termodinâmicas. Obviamente que
para valores menores as diferenças tendem a ser mais expressivas.
99
8 CONCLUSÕES
O principal objetivo desse trabalho foi o desenvolvimento de uma ferramenta
computacional para simulação de plantas térmicas e de potência, tendo como base alguns
programas utilizados no meio acadêmico e profissional. Por meio do estudo dessas
ferramentas, suas características e funcionalidades, assim como observando as dificuldades e
facilidades de utilização de cada um dos programas, foi possível o desenvolvimento do
protótipo de uma ferramenta de baixo custo para resolução de problemas termodinâmicos, a
qual poderá ser utilizada em sala de aula pelo alunos na criação e equacionamento de novos
componentes, e, também, para resolução de problemas termodinâmicos através de cálculos e
fórmulas definidas pelo usuário.
Os resultados obtidos nos comparativos dos cálculos do protótipo desenvolvido com
alguns programas atualmente em uso no meio acadêmico foram bastante satisfatórios com
diferenças muitos pequenas, na maioria dos problemas resolvidos. O comparativo com o
programa MATLAB também obteve valores bem próximos para o cálculo da planta de
potência, a maioria com valores iguais, apesar de algumas propriedades termodinâmicas
serem calculadas com valores aproximados, essas diferenças não afetaram os resultados de
variáveis de maior valor numérico. O TPPS possui dois tipos de resolução para um problema,
a resolução em tela gráfica, a qual é parcialmente limitada na versão atual e deverá ser
acrescida de novos recursos em trabalhos futuros; e a tela de equacionamentos, na qual os
cálculos são mais precisos em virtude do usuário ter um maior controle sobre o problema
estudado uma vez que o próprio usuário define o equacionamento e o programa resolve as
fórmulas definidas.
Um dos principais pontos da análise foi criar uma ferramenta que não limitasse o
usuário e isso foi conseguido, pois o programa não funciona como uma caixa preta, pelo
contrário, o usuário tem acesso aos equacionamentos de cada equipamento, permitindo que o
se possa criar algum componente em qualquer programa gráfico, cadastrar o novo
componente na base de dados e, para cada componente criado, definir suas entradas e saídas e
o equacionamento que será executado quando o componente receber algum valor em suas
entradas, com este recurso o programa permite que inúmeras bibliotecas possam ser criadas
para o mesmo.
100
Na parte de equacionamento, o programa também permite a filtragem e localização
automática de variáveis, sendo que com apenas alguns cliques o usuário sabe onde a variável
foi declarada e em qual fórmula a mesma está sendo utilizada.
O trabalho foi desenvolvido de forma que poderá ser enriquecido, abrindo caminho
para uma segunda versão mais completa e com novos recursos e técnicas de cálculos.
Esta ferramenta pode ser de grande auxílio a estudantes de graduação no ensino de
Termodinâmica, uma vez que permite ao aluno criar sua própria biblioteca de aparatos.
Um ponto importante na concepção do trabalho foi a utilização da biblioteca
FLUIDPROP para cálculo de propriedades termodinâmicas, a qual não estava preparada para
trabalhar com a linguagem escolhida. Como resultado, foi enviado a seus criadores exemplos
de como trabalhar utilizando a mesma plataforma, os quais se tornaram gratos e ficaram de
incorporar em futuras versões do programa essa possibilidade.
Outro ponto a ser destacado foi o desenvolvimento de um parse para resolução das
fórmulas informadas pelo usuário, este parse possui um interpretador que faz a leitura de um
arquivo texto puro sem formatação, obtendo uma fórmula por vez, a qual é analisada. Em
seguida separam-se as variáveis e obtêm-se os valores de cada uma e, posteriormente, após
analisar a sintaxe da fórmula, a transforma em uma fórmula que o computador possa resolver
utilizando a técnica de empilhamento.
A área de termodinâmica é uma área muito ampla, difícil e com muitas variantes, por
isso o trabalho desenvolvido teve várias dificuldades, pois o campo estudado é muito vasto e
abre um leque muito grande de opções a serem tratadas dentro de um programa, muitas vezes
necessitando do conhecimento técnico muito profundo de profissionais de áreas específicas,
sendo esta a maior dificuldade encontrada.
Como sugestão para continuação deste trabalho, o principal agora seria a criação de
uma biblioteca de equipamentos e a melhoria da parte gráfica, acrescentando novos recursos,
como rotação de objetos e relatórios.
101
REFERÊNCIAS AMUNDSEN, R. F. The cogeneration revolution. Applied Energy, Kidlington, v. 36, n. 1-2, p. 79-83, 1990. ANTUNES, J. S. Código computacional para análise de cogeração com turbinas a gás. 1999. 157 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Guaratinguetá, 1999. BALESTIERI, J. A. P. Cogeração: geração combinada de eletricidade e calor. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002. 279 p. BEJAN, A.; TSATSARONIS, G.; MORAN, M. Thermal design & optimization. New York: John Wiley & Sons, 1996. 542 p. CAMPOS SILVA, J. B. C. Planta de potência. Ilha Solteira: Unesp/FEIS, 2012. (Prova aplicada pelo Prof. Dr. João Batista Campos Silva aos alunos do 4º ano do Curso de Engenharia Mecânica no ano de 2012). COHEN, H.; ROGERS, G. F. C.; SARAVAMUTTOO, H. I. H. Gas turbine theory. 4. ed. London: Prentice Hall, 1996. 442 p. COGEN EUROPE. Educogen: an educational tool for cogeneration. 2. ed. Brussels: Belgium, 2001. CORRÊA NETO, V. Análise de viabilidade da cogeração de energia elétrica em ciclo combinado com gaseificação de biomassa de cana-de-açúcar e gás natural. 2001. 194 f. Tese (Doutorado) - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia - COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, 2001. CORRÊA JUNIOR, P. S. P. O uso do biodiesel em micro-turbinas a gás: testes de desempenho térmico e emissões. Itajubá: Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI, 2006. 37 p. Apresentação da Dissertação de Mestrado. Disponível em: <http://www.portal.unifei.edu.br/files/arquivos/PRPPG/mecanica/seminarios/O_Uso_do_Biodiesel_em_Micro_turbinas_a_Gas_Testes_de_Desempenho_Termico_Emissoes.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2012. DEL CAMPO, E. R. B. Avaliação termoeconômica do sistema de cogeração da usina Vale do Rosário. 1999. 280 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, 1999. DONATELLI, J. L. Otimização estrutural e paramétrica de sistemas de cogeração utilizando superestruturas. 2002. 222 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia - COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, 2002. FIOMARI, M. C. Análise energética e exergética de uma usina sucroalcooleira do oeste paulista com sistema de cogeração de energia em expansão. 2004. 129 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Ilha Solteira, 2004.
102
GALLEGO, A. G. Modelagem computacional e análise termodinâmica de sistemas de geração de potência utilizando gaseificação de licor negro. 2004. 202 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, 2004. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS - IPT. Geração de vapor, sistemas de potência, refrigeração e recuperação de calor. São Paulo: IPT, 1996. Cap. 3, p. 3.2-3.38. JALURIA, Y. Design and optimization of thermal systems. New York: McGraw-Hill, 1998. 626 p. KEHLHOFER, R. H.; WARNER, J.; NIELSEN, H.; BACHMANN, R. Combined cycle gas- steam turbine power plants. Tusla: Pennwell, 1999. 288 p. KLEIN, S. A.; ALVARADO, F. L. EES - Engineering Equation Solver. Middleton: F-Chart Software, 1995. KOTAS, T. J. The exergy method of thermal plant analysis. Malabar: Krieger, 1985. 328 p. LAUTMAN, L. Reliability of natural gas cogeneration systems. Chicago: Gas Research Institute, 1993. LISZKA, M.; MANFRIDA, G.; ZIEBIK, A. Parametric study of HRSG in case of repowered industrial CHP plant. Energy Conversion and Management, London, v. 44, n. 7, p. 995-1012, 2003. NARULA, R. G. Salient design considerations for an ideal combined cycle power plant. Heat Recovery Systems & CHP, Kidlington, v. 15, n. 2, p. 97-104, 1995. NICODEMOS, R. M. Introdução aos simuladores de processos. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2 set. 2011. 29 f. Trabalho apresentado na disciplina Tópicos Especiais em Modelagem, Controle e Otimização II: Projeto Auxiliado por Computador de Processos do Programa de Pós Graduação em Engenharia Química na Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: <http://www.slideshare.net/giselerabelo/processo-industrial-de-extrao-dos-leos-do-fruto-da-macaba>. Acesso em: 15 jun. 2012. ONOVWIONA, H. I.; UGURSAL, V. I. Residential cogeneration systems: review of the current technology. Renewable & Sustainable Energy Reviews, Kidlington, v. 10, n. 5, p. 389-431, 2004. PRIETO, M. G. S. Alternativas de cogeração na indústria suco-alcooleira: estudo de caso. 2003. 282 f. Dissertação (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, 2003. SANTOS, J. P. T. B. Estudo de sistemas solares térmicos para aplicação à micro- cogeração. 2008. 79 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - FEUP, Porto, 2008.
103
SANTOS, F. E. A. Desenvolvimento e instalação de um cogerador compacto no Campus da Universidade Federal do Acre. 2001. 176 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, 2001. SANTOS, P. R. Análise termodinâmica de um sistema de cogeração com gaseificação de licor negro. 2007. 113 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, 2007. SILVEIRA, J. A.; LACAVA, P. T. Análise exegética de sistema de cogeração aplicado à fabricação de papel e celulose. In: CONGRESSO DE ENGENHARIA MECÂNICA NORTE-NORDESTE - CEM-NNE, 3., João Pessoa, 1992. Anais... Rio de Janeiro: ABCM, 1992. SILVEIRA, J. L. Cogeração disseminada para pequenos usuários: estudo de casos para o setor terciário. 1994. 193 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, 1994. STOECKER, W. F. Design of thermal systems. 3. ed. New York: McGraw-Hill, 1989. 565 p. SZARGUT, J.; MORRIS, D. R.; STEWARD, F. R. Exergy analysis of thermal, chemical and metallurgical process. New York: Hemisphere, 1988. 332 p. TEIXEIRA, F. N.; NOGUEIRA, L. A. H. Disseminação de informações em eficiência energética: cogeração. Rio de Janeiro: Eletrobrás, 2004. 74 p. TAKAKI, A. T. Análise do aproveitamento do gás natural em plantas de cogeração e trigeração de energia em indústrias frigoríficas. 2006. 159 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Ilha Solteira, 2006. TOLMASQUIM, M.; SZKLO, A.; SUGIYAMA, A.; SOARES, J.; CORRÊA NETO, V. Avaliação dos potenciais técnico e econômico e identificação das principais barreiras à implementação da cogeração no Brasil e em setores selecionados. Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia - COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, 1999. VAN WYLEN, G.; SONNTAG, R.; BORGNAKKE, C. Fundamentos da termodinâmica clássica. São Paulo: Edgard Blücher, 1995. 594 p. WALTER, A. C. Viabilidade e perspectivas da cogeração e da geração termelétrica junto ao setor sucro-alcooleiro. 1994. 283 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, 1994.
104
APÊNDICE A - ASPECTOS GERAIS DA COGERAÇÃO DE ENERGIA
A.1 - DEFINIÇÃO DE COGERAÇÃO
O termo “cogeração” é de origem americana e é empregado para designar os processos
de produção combinada de energia térmica e potência, mecânica ou elétrica, com o uso da
energia liberada por uma mesma fonte primária de combustível, qualquer que seja o ciclo
termodinâmico (AMUNDSEN, 1990).
Normalmente, são usados os Ciclos Rankine, que empregam turbinas a vapor; os
Ciclos Brayton, que utilizam turbinas a gás; ou os Ciclos Combinados, que utilizam turbinas a
gás e a vapor.
Pelo fato de serem obtidos dois produtos de valores distintos (energia térmica e
potência), utilizando uma mesma fonte de energia, os sistemas de cogeração tornam-se
atrativos por apresentarem eficiências de primeira lei maiores do que aquelas encontradas
quando ambas as formas de energia são produzidas em processos independentes. Estas
eficiências podem ser da ordem de 75 a 90 % (WALTER, 1994).
O objetivo da cogeração é produzir eletricidade ou energia mecânica, de modo que a
maior parte da energia disponível no combustível seja utilizada, em lugar de somente uma
pequena parte, como ocorre em centrais termelétricas devido à ocorrência de maiores
irreversibilidades, de modo que o rendimento térmico não supera valores de 40 a 42 %
(ONOVWIONA; UGURSAL, 2004).
Segundo Balestieri (2002), esta prática pode ser considerada uma alternativa positiva
se comparada ao atual estágio de geração de energia, tal como é concebido o sistema
interligado brasileiro, onde as necessidades de energia elétrica são atendidas mediante
contrato de compra com uma concessionária, sendo as necessidades térmicas (quentes ou
frias) atendidas mediante autoprodução.
A energia elétrica também pode ser autoproduzida, sendo que nestes casos as unidades
de geração devem ser dimensionadas para operarem de forma independente das
concessionárias, garantindo desta forma a confiabilidade do sistema isolado.
A cogeração é um conceito técnico antigo que atualmente oferece um grande potencial
de aplicação, em função da conjugação do progresso que se tem obtido nos mais diversos
campos da técnica, da alta eficiência e da alta confiabilidade dos componentes utilizados.
Assim, com a crescente busca na melhoria da eficiência, tanto com relação ao desempenho na
geração como também no aproveitamento de disponibilidades energéticas residuais, a
105
cogeração tem sido apontada como uma efetiva alternativa de racionalização energética e
econômica. A cogeração é normalmente empregada em processos industriais e nos
empreendimentos do setor terciário da economia (hotéis, hospitais, centros comerciais, etc...)
que demandam simultaneamente duas ou mais formas de energia (eletricidade, calor e, em
alguns casos, frio).
Na maioria dos processos industriais, tais como secagem, cozimento e evaporação, a
temperatura necessária está em torno de 150 a 200 °C. Para a produção desta energia térmica
são empregados combustíveis cujas temperaturas de chama variam entre 1.400 a 1.800 °C e
ocorrem grandes perdas de energia, sendo que, com a utilização da cogeração, tem-se um
maior aproveitamento do combustível.
A.2 - HISTÓRICO DA COGERAÇÃO
Embora não seja uma tecnologia nova, haja vista que os primeiros sistemas foram
implementados no final do século XIX, a cogeração está presente em várias unidades
industriais e comerciais no atual cenário de geração de energia elétrica. Tais sistemas
permitem atender parcial ou totalmente às necessidades térmicas e elétricas dos segmentos
industrial e comercial.
Em função da expansão dos sistemas elétricos interligados e da interconexão destes
com sistemas isolados de geração, a cogeração foi perdendo sua força. Diante dessa situação,
de toda a oferta de energia elétrica ao final da década de 60, a cogeração respondia por menos
de 5 % nos Estados Unidos e cerca de 15 % na Europa (TEIXEIRA; NOGUEIRA, 2004).
As importantes modificações na disponibilidade e nos custos da energia, que tiveram
início a partir de 1973, com o primeiro choque do petróleo, resultaram no incentivo à
racionalização do uso da energia e dos combustíveis nobres e nas desregulamentações do
setor elétrico de alguns países ao longo das últimas quatro décadas, restabelecendo a
importância da tecnologia de cogeração. Nos Estados Unidos, a publicação do PURPA
(Public Utilities Regulatory Policy Act), em 1978, abriu novos horizontes na indústria de
geração, na medida em que introduziu a noção de competição em mercado aberto de energia
elétrica e rompeu a estrutura verticalmente integrada das concessionárias públicas.
A partir da década de 80, com a elevação dos preços dos combustíveis, a valorização
da eficiência energética e a preocupação mundial em relação à conversão energética com
menores emissões de CO2, principalmente devido ao efeito estufa, a cogeração passou a ser,
novamente, uma importante alternativa para geração de energia elétrica. A maior
106
disponibilidade de gás natural nos países industrializados em conjunto com o avanço
tecnológico de turbinas a gás e a perda de interesse pela energia nuclear, também tiveram
contribuição significativa para o reaparecimento dessa tecnologia.
A Figura 37 apresenta a eficiência total e o ganho de energia primária obtido em
sistemas de cogeração em comparação com a produção separada de eletricidade e calor.
Figura 37 - Comparação entre o processo de cogeração de energia e a produção.
Fonte: Takaki (2006).
Os sistemas de cogeração são classificados de acordo com o tipo de máquina térmica
que os equipam. Como máquinas térmicas: são usados tradicionalmente, motores alternativos
(de explosão – Ciclo Otto ou de compressão interna – Ciclo Diesel) ou turbinas (a gás ou a
vapor) e, mais recentemente, microturbinas e células combustível.
Regime Bottoming: neste regime, a geração de potência para atender a demanda
eletromecânica ocorre após a produção de calor, que é utilizado para suprir a demanda
térmica. O sistema de cogeração que opera segundo o regime bottoming baseia-se na
recuperação do calor rejeitado a altas temperaturas por processos industriais para a geração de
vapor, o qual é então expandido em turbinas de condensação e/ou contrapressão, que acionam
geradores elétricos ou equipamentos tais como bombas hidráulicas, compressores de ar, etc...
Regime Topping: neste regime, o combustível é queimado primeiramente em uma
máquina térmica para geração de energia elétrica e/ou mecânica e, em seguida, se aproveita os
107
gases de exaustão desta máquina (calor residual) para produção de água quente, vapor de
processo (em diferentes níveis de pressão) e ar quente. Assim, em primeiro lugar, gera-se
energia elétrica e, depois, a energia contida na exaustão da máquina é transformada em
energia térmica, a fim de atender os requisitos térmicos do processo. Como exemplo de planta
de cogeração do tipo topping pode-se destacar as plantas de potência com turbina a vapor de
contrapressão, turbina a vapor de extração-condensação, turbina a gás com caldeira de
recuperação, e o ciclo combinado.
A Tabela 17 mostra as vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de cogeração
disponíveis atualmente em nosso mercado.
Tabela 17 - Vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de sistemas de cogeração.
Tecnologia Vantagens Desvantagens
Tecnologia a gás
Fiabilidade elevada; Emissão de poluentes baixa; Calor a temperatura elevada (500 a 600 °C); Não necessita de refrigeração.
Operação com gás a alta pressão; Rendimento reduzido à carga parcial; Potência de saída diminui com aumento da temperatura ambiente; Ineficiente em processos com poucas necessidades térmicas.
Motores de explosão e motores de compressão interna
Rendimento elétrico elevado; Bom desempenho com carga parcial; Arranque rápido; Energia térmica a dois níveis de temperatura gases de escape e arrefecimento do motor; Manutenção no local com pessoal não especializado; Operação com gás a baixa pressão.
Custo de manutenção elevado; Calor de baixa temperatura; Emissões poluentes relativamente elevadas; Necessita refrigeração; Ruído de baixa frequência.
Turbinas a vapor
Rendimento global elevado; Operação com diversos tipos de combustível; Grandes quantidades de calor disponíveis; Vida útil e confiabilidade elevada; Vapor a alta pressão.
Arranque lento; Rendimento elétrico baixo.
Micro turbinas
Dimensão compacta; Peso reduzido; Baixa emissão de poluentes; Não necessita de refrigeração.
Custos elevados; Calor de baixa temperatura; Tecnologia em maturação.
Célula de combustível
Baixa emissão de poluentes; Ruídos baixo; Não tem peças rotativas; Modularidade.
Custos elevados; Viabilidade incerta; Tecnologia em maturação; Necessidade de pré-processamento do combustível (exceto H2 puro).
Fonte: Elaboração do autor.
108
Um caso particular de cogeração, no qual, a partir do vapor é gerada também a
refrigeração, é conhecido com trigeração. Assim, a trigeração de energia pode ser definida
como sendo a produção combinada de três formas úteis de energia (eletricidade, calor e frio) a
partir de uma única fonte de energia primária.
Assim, a trigeração apresenta-se com o objetivo de obter um maior rendimento dos
processos de conversão de energia através da redução no consumo de combustíveis, reduzindo
também, com os avanços da tecnologia, os impactos ambientais da indústria. Além das
vantagens derivadas da cogeração, a trigeração permite uma economia significativa no
consumo de potência, contribuindo para a melhoria da eficiência global da planta e para a
redução dos impactos ambientais.
Esta nova técnica tem sido até recentemente usada exclusivamente para sistemas de
condicionamento de ar. Porém, com o advento das preocupações sobre o ambiente e
conservação de energia, as técnicas de trigeração estão se tornando mais populares e se
transformando numa potencial solução para uma ampla variedade de aplicações, não só no
setor terciário (centros comerciais, hotéis, hospitais, restaurantes, etc...), como também no
setor industrial (indústrias químicas, de alimentos, de bebidas, etc...).
As tecnologias mais recentes de trigeração de energia têm privilegiado a utilização de
gás natural como combustível, não só devido ao aumento de sua disponibilidade, como
também aos seus reduzidos impactos ambientais.
A Figura 38 mostra um diagrama de fluxo de energia, típico de um sistema de
trigeração de energia.
Figura 38 - Diagrama de fluxo de energia típico de sistema de trigeração.
Fonte: Adaptado de Takaki (2006).
109
A.3 - APLICAÇÕES DA COGERAÇÃO
Muitos são os processos que demandam calor a algum nível de temperatura, seja em
aplicações industriais ou prediais (incluindo os setores residenciais e comerciais). Nestes
casos, a aplicação da cogeração merece ser estudada, onde a relação eletricidade/calor, a
intensidade do uso e o nível de temperatura definirão a tecnologia a ser utilizada. Neste
contexto, conforme descrito por COGEN Europe (2001), a demanda pela utilidade calor pode
ser classificado em quatro níveis distintos, conforme a temperatura de utilização:
Processos de baixa temperatura (abaixo de 100 °C), como, por exemplo, água quente
para uso doméstico, condicionamento de ar, secagem de produtos agrícolas.
Processos de média temperatura (100 a 300 °C), como, por exemplo, produção de
açúcar e álcool, indústrias de papel e celulose, têxtil, química. Nestes casos, o calor é
geralmente fornecido sob a forma de vapor.
Processos de alta temperatura (300 a 700 °C), como, por exemplo, algumas indústrias
químicas.
Processos de altíssima temperatura (acima de 700 °C), como, por exemplo,
siderúrgicas, indústrias cerâmicas (vidro) e fábricas de cimento.
No setor industrial, há um grande potencial para a cogeração nos seguintes segmentos:
alimentos e bebidas, cimento, cerâmica, têxtil, serraria, papel e celulose, refino de petróleo e
siderurgia. A produção de papel e celulose agrega grandes quantidades de resíduos
aproveitáveis (licor negro e detritos de madeira) que podem ser aproveitados como
combustível em sistemas de cogeração, tornando este segmento praticamente autossuficiente
em energia.
A siderurgia produz os gases de alto-forno que, mesmo com baixo poder calorífico,
podem ser utilizados como combustível na produção de vapor para acionamentos mecânicos
ou mesmo geração de energia elétrica.
Para o processo de produção de cimento, são aplicáveis os sistemas de cogeração tipo
bottoming, onde o calor dos gases de exaustão do forno é recuperado num ciclo a vapor para
geração de energia elétrica. Esta tecnologia também pode ser encontrada nas plantas de
produção de fertilizantes, onde o calor rejeitado pelo reator de ácido sulfúrico (reação
exotérmica de oxidação do enxofre) é aproveitado para a geração de eletricidade num ciclo a
vapor.
110
A aplicação da cogeração em distritos industriais é um caso particularmente
interessante, uma vez que a soma das variações de carga (térmica e elétrica) de um conjunto
de indústrias poderá representar um regime contínuo de utilização, condição ideal para a
viabilização de um sistema central de cogeração. Pode ser citado o caso da central cogeradora
Copene, de propriedade da empresa Braskem S.A., que fornece calor e eletricidade a um
aglomerado de indústrias no polo petroquímico de Camaçari (BA).
Em aplicações prediais, às quais se incluem os setores comerciais e residenciais, a
cogeração encontra viabilidade nos diversos segmentos: hospitais, hotéis, escolas e
universidades, prédios de escritórios ou de apartamentos, casas, restaurantes, centros
comerciais, supermercados, piscinas, etc...
A cogeração é utilizada para o suprimento simultâneo das demandas de eletricidade e
calor. É evidente que a carga de eletricidade está presente em todos os segmentos citados, e
no caso de demanda térmica, podemos mencionar o aquecimento de piscinas, a água quente
para uso doméstico, a climatização de ambientes (chiller de absorção), o vapor para
lavanderia, etc..., atividades presentes nos segmentos já citados.
A disponibilidade de gás natural e a compactação dos sistemas de cogeração
trouxeram um grande incremento à sua utilização em aproveitamentos de pequeno porte, nos
setores comerciais e residenciais. Os sistemas compactos para aplicação predial são
disponibilizados numa faixa de potência elétrica entre 10 a 2000 kW, com as características
de baixo custo, alta densidade elétrica (potência por volume de equipamento), rápida e fácil
instalação (preparados para trabalharem sincronizados entre si isoladamente ou com a rede) e,
principalmente, a operação automática, que dispensa a permanência contínua de profissional
especializado.
O setor da cana-de-açúcar apresenta um grande potencial na utilização da cogeração.
Mas existem limitações para a utilização da cogeração em algumas usinas sucroalcooleiras.
Isto ocorre porque estas ainda utilizam caldeiras e turbinas a vapor de baixa pressão e baixa
temperatura, dificultando, assim, o sistema de cogeração. Como exemplos de trabalhos
cogeração aplicados ao setor sucroalcooleiro podem ser citados: Fiomari (2004), Walter
(1994), Pietro (2003), Corrêa Neto (2001) e Del Campo (1999), dentre outros.
O segmento de papel e celulose apresenta características favoráveis para a implantação
da cogeração, pois apresenta um elevado consumo de vapor de processo e eletricidade. Assim
sendo, seu potencial de cogeração é expressivo, podendo as indústrias atingir a
autossuficiência ou mesmo gerarem excedentes, com as tecnologias disponíveis
comercialmente no país. Como exemplos de trabalhos de cogeração aplicados ao setor de
111
papel e celulose podem ser citados: Gallego (2004), Santos (2007) e Silveira e Lacava (1992),
dentre outros.
A cogeração e a trigeração são muito bem implantadas no setor frigorífico, pois este
setor necessita de uma grande demanda de energia térmica. A implantação dos sistemas de
cogeração e trigeração de energia pode ser feitos em diversas outras áreas, como no segmento
de cerâmica, shopping, hotéis e hospitais, onde existe um alto consumo de energia elétrica e
térmica (sistema de refrigeração), dentre vários outros. Como exemplos de trabalhos de
trigeração aplicados a esses setores podem ser citados: Silveira (1994), Santos (2001) e
Takaki (2006), dentre outros.
112
APÊNDICE B - CICLOS TÉRMICOS E DE POTÊNCIA
A seguir serão apresentados os principais ciclos utilizados para configurações de
centrais de geração e cogeração de energia.
B.1 - CICLO DE RANKINE
O Ciclo de Rankine é o mais antigo e difundido sistema de geração de energia para
indústrias com grandes necessidades de potência e onde para o processo seja necessário
grandes quantidades de vapor. A Figura 39 mostra o diagrama de um Ciclo de Rankine.
Figura 39 - Representação esquemática de um Ciclo de Rankine.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Cycle-Tempo.
Este ciclo utiliza o calor proveniente da combustão para a geração de vapor, ou seja,
uma turbina movida pela expansão de vapor de água. A sua grande utilização pode ser
atribuída a sua longa vida útil e a sua adequação ao uso de uma variedade enorme de
combustíveis. Este sistema é composto por caldeira para gerar vapor a alta pressão e
temperatura, turbina a vapor, condensador e bombas, sendo que a energia térmica gerada, na
forma de calor, pode ser utilizada em processos industriais como aquecimento e geração de
energia.
O rendimento de um ciclo Rankine pode ser aumentado pela redução da pressão de
saída, pelo aumento da pressão no fornecimento de calor e pelo superaquecimento do vapor.
O título do vapor que deixa a turbina aumenta pelo superaquecimento do vapor e diminui pelo
113
abaixamento da pressão de saída e pelo aumento da pressão no fornecimento de calor (VAN
WYLEN; SONNTAG; BORGNAKKE, 1995).
Uma das formas de se elevar a temperatura de fornecimento de vapor é através da
utilização de um trocador de calor adicional na caldeira, denominado superaquecedor. A
expansão do vapor na turbina se dá quase toda na condição de “vapor seco”, o que favorece
suas condições de escoamento através desta. Quase todas as usinas termelétricas trabalham
com vapor superaquecido.
Outra maneira de aumentar o rendimento do ciclo é através do aquecimento
regenerativo progressivo e gradual da água de alimentação da caldeira, o qual é realizado
através de trocadores de calor, sendo o vapor, utilizado para o aquecimento nestes trocadores,
extraído de diferentes pontos da turbina.
B.2 - CICLO DE BRAYTON
O aumento na eficiência das turbinas a gás alcançado nestas últimas décadas e a
disponibilidade de gás a preços competitivos tem favorecido sua implantação em sistemas de
cogeração para a indústria. Este tipo de sistema possui grande versatilidade de aplicação
sendo encontradas turbinas a gás com potências que variam desde 1 MW até 200 MW (DEL
CAMPO, 1999).
O ciclo padrão de ar Brayton é o ciclo para a turbina a gás simples, mostrado na Figura
40. As turbinas a gás são constituídas basicamente por um compressor de ar, uma câmara de
combustão e uma turbina propriamente dita, que produz a potência necessária ao acionamento
do compressor e, ainda, a potência útil para acionamento de um gerador elétrico ou para
acionamento mecânico.
O compressor é um equipamento que, uma vez definidos seus parâmetros geométricos
e a rotação, operará com uma vazão volumétrica de ar praticamente independente de outros
fatores. Consequentemente, a massa de ar admitida, que por sua vez determina a potência da
turbina, é diretamente influenciada pela densidade do ar na sua entrada. Por isso, as
propriedades do ambiente que determinam a densidade do ar, altitude ou pressão atmosférica,
temperatura e umidade relativa, influem decisivamente na potência e eficiência da turbina
(ANTUNES, 1999).
114
Figura 40 - Representação esquemática de um Ciclo de Brayton.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Cycle-Tempo.
Sendo a turbina um equipamento volumétrico, a sua potência é determinada,
basicamente, pela vazão em volume dos gases em sua entrada. O primeiro processo é a
compressão do fluido de trabalho. Se a expansão deste fluido comprimido ocorrer diretamente
e sem perdas, a potência desenvolvida pela turbina será tão somente igual à consumida no
compressor. Mas, se for adicionada energia para aumentar a temperatura do fluido antes da
expansão, haverá um aumento significativo na potência desenvolvida pela turbina, produzindo
excedentes de potência em relação àquela necessária para acionar o compressor.
Ocorrem irreversibilidades ou perdas no processo de combustão e expansão, que
reduzem o rendimento térmico do ciclo. O ciclo de turbinas a gás pode ser caracterizado por
dois parâmetros significativos: a relação de pressão e a temperatura de queima. A relação de
pressão do ciclo se refere ao quociente da pressão de descarga e a pressão de entrada, sendo
que em turbinas modernas um valor típico é 14:1. Quando o objetivo é alcançar eficiências
mais altas em operação em ciclos simples, empregando, por exemplo, turbinas aeroderivadas,
são necessárias taxas de compressão mais elevadas, na faixa de 18:1 a 30:1 (IPT, 1996). A
temperatura mais alta do ciclo é a temperatura de queima que chega a atingir 1.300 ºC, sendo
esta temperatura restringida por problemas de materiais. Temperaturas mais altas podem ser
atingidas em turbinas com sistemas de resfriamento nas pás.
As turbinas se dividem em dois tipos básicos: aero derivativas e industriais. As
turbinas aeroderivativas são baseadas na tecnologia adotada para a propulsão de aeronaves,
sendo compactas e de peso reduzido. As turbinas industriais são mais robustas e, por isso,
apresentam maior resistência a ambientes agressivos, permitindo processar combustíveis
líquidos de baixa qualidade, e sua potência máxima supera em muito a das turbinas
115
aeroderivativas. Ambos os tipos apresentam elevada confiabilidade, fácil adaptabilidade a
locais isolados e tempo bastante reduzido de manutenção.
Os rendimentos médios das turbinas aeroderivativas em condições ISO (nível do mar,
temperatura de 15 °C e pressão de 1 atm) estão na faixa de 34 %, ao passo que as turbinas
industriais apresentam rendimentos médios na faixa de 30 a 32 %.
Diversas modificações podem ser feitas no ciclo Brayton simples para aumentar o seu
desempenho. Elas incluem regeneração, resfriamento intermediário e reaquecimento, ou uma
combinação dessas três modificações, denominada ciclo composto. A regeneração é a
recuperação de energia térmica (calor) dos gases de exaustão pelo ar comprimido antes de
entrar no combustor. A eficiência do ciclo decresce à medida que a relação de pressões
aumenta (exatamente o oposto do ciclo Brayton básico) e, além disso, depende das relações
de temperatura. A regeneração aumenta a eficiência do ciclo até a relação de pressões na qual
a temperatura do ar que sai do compressor é igual à temperatura dos gases de exaustão da
turbina. Este tipo de ciclo diminui a temperatura dos gases de exaustão e pode não ser
adequado para cogeração.
O resfriamento do ar comprimido entre os estágios de compressão oferece um
aumento no trabalho líquido extraído do ciclo, mas diminui a eficiência. Se, além desse
resfriamento intermediário, for adicionada a regeneração, a eficiência e o trabalho líquido são
melhorados em relação ao ciclo simples. O reaquecimento requer um segundo combustor
entre os estágios de expansão e tem os mesmos efeitos de um resfriamento intermediário,
porém são menos pronunciados. Utilizando apenas o reaquecimento, há um aumento na
produção de trabalho líquido com um decréscimo na eficiência do ciclo. Entretanto, se for
adicionada a regeneração, o trabalho líquido e a eficiência são aumentados comparativamente
ao ciclo simples.
A regeneração, o resfriamento intermediário e o reaquecimento podem ser utilizados
simultaneamente no ciclo composto. Este ciclo alcança a maior eficiência nas relações de
pressão mais elevadas, mas exige uma maior quantidade de equipamentos e controles
adicionais.
B.3 - CICLO COMBINADO
O ciclo combinado é uma combinação dos ciclos da turbina a gás (Ciclo Brayton) com
o ciclo de turbina a vapor (Ciclo Rankine), conforme é mostrado na Figura 41.
116
A entalpia ainda disponível nos gases de exaustão da turbina de gás é aproveitada para
gerar vapor sob pressão na caldeira de recuperação de calor, o qual irá expandir-se numa
turbina a vapor, produzindo mais energia útil. Portanto, a geração de vapor pela caldeira de
recuperação está diretamente ligada à vazão e temperatura dos gases de exaustão da turbina a
gás.
Figura 41 - Representação esquemática de um ciclo combinado.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Cycle-Tempo.
Nesta modalidade resulta uma alta eficiência de utilização do combustível, pois a alta
temperatura de exaustão dos gases na turbina a gás permite suprir o ciclo a vapor.
Consequentemente, parte das irreversibilidades de ambos os ciclos, que advém das
temperaturas de rejeição de calor, são eliminadas no ciclo combinado. As caldeiras de
recuperação usadas nos ciclos combinados podem ser de dois tipos: sem pós-queima, onde a
geração de vapor só depende da vazão de gases recebidas da turbina a gás, e com queima
suplementar, onde um combustível é queimado na caldeira de recuperação, aumentando,
assim, a participação na geração de vapor. Em ambos os casos, essas caldeiras de recuperação
são de concepção mais simples que as caldeiras convencionais, principalmente a caldeira sem
pós-queima. Estas caldeiras podem gerar vapor em diferentes níveis de pressão (geralmente
dois níveis, embora se possa chegar a três níveis), o que possibilita o uso de turbinas a vapor
que permitem a injeção de fluxos adicionais de vapor entre a pressão de alimentação e a de
condensação (DEL CAMPO, 1999).
117
B.4 - CICLOS OTTO E DIESEL
Os Ciclos Otto e Diesel apresentam uma alta produção eletromecânica, pois produzem
dois tipos de energia, térmica (água e ar quente) e a geração de energia (potência de eixo),
conforme demonstrado na Figura 42, sendo utilizados em motores para a geração de energia
(grupos geradores).
Figura 42 - Representação de um ciclo com motor de combustão interna.
Fonte: Elaboração do autor através do programa Cycle-Tempo.
Neste tipo de equipamento, o combustível é misturado ao ar atmosférico na câmara de
combustão. O trabalho desenvolvido pelo motor é usado para acionar um gerador elétrico. A
diferença básica entre os Ciclos Otto e Diesel está na forma como ocorre a combustão. No
Ciclo Diesel, a combustão ocorre pela compressão do combustível na câmara de combustão,
enquanto no Ciclo Otto, a combustão ocorre pela explosão do combustível através de uma
fagulha na câmara de combustão. Uma central elétrica com motor de combustão interna é
composta pelas unidades de motores e geradores principais, sala de controle e sistemas
auxiliares, que incluem tanques e bombas do armazenamento e alimentação do combustível,
sistema de resfriamento de água e óleo lubrificante, suprimento de ar de combustão e exaustão
dos gases da combustão.
Para a utilização de gás natural como combustível é recomendado o Ciclo Otto. No
entanto, pode-se utilizar o gás natural em equipamentos de Ciclo Diesel, desde que o
combustível inserido na câmara de combustão seja uma mistura de gás natural com 3 a 5 % de
118
diesel. Estes equipamentos são conhecidos como bi-fuel ou dual-fuel em função do modo que
é executada a mistura dos combustíveis.
119
APÊNDICE C - EQUACIONAMENTO DE UMA PLANTA TÉRMICA E DE POTÊNCIA
Este apêndice mostra o equacionamento utilizado nos programas MATLAB e TPPS
para a resolução da planta complexa apresentada no Capítulo 7.
C.1 - EQUACIONAMENTO PELO PROGRAMA MATLAB
Para resolução do problema pelo programa MATLAB foram utilizados as equações
que seguem, as quais não possuem uma interligação dentro do MATLAB:
(50)
(51)
(52)
(53)
(54)
(55)
(56)
(57)
(58)
(59)
(60)
(61)
120
(62)
(63)
(64)
(65)
(66)
(67)
(68)
(69)
(70)
(71)
(72)
(73)
(74)
(75)
(76)
(77)
(78)
(79)
(80)
121
(81)
(82)
(83)
(84)
(85)
(86)
(87)
(88)
(89)
(90)
(91)
(92)
(93)
(94)
(95)
(96)
(97)
(98)
(99)
122
(100)
(101)
(102)
(103)
(104)
(105)
(106)
(107)
(108)
(109)
(110)
(111)
(112)
(113)
(114)
(115)
(116)
123
(117)
(118)
(119)
(120)
(121)
(122)
(123)
(124)
(125)
(126)
(127)
(128)
(129)
(130)
(131)
(132)
124
(133)
(134)
(135)
(136)
(137)
(138)
(139)
(140)
(141)
(142)
(143)
(144)
(145)
(146)
(147)
(148)
(149)
(150)
(151)
125
(152)
(153)
(154)
(155)
(157)
(158)
(159)
(160)
(161)
(162)
(163)
(164)
(165)
(166)
(167)
(168)
(169)
(170)
(171)
(172)
126
(173)
(174)
(175)
(176)
(177)
(178)
(179)
(180)
(181)
(182)
(183)
(184)
(185)
(186)
(187)
(188)
(189)
(190)
(191)
(192)
(193)
(194)
127
(195)
(196)
(197)
(198)
(199)
128
C.2 - EQUACIONAMENTO E RESOLUÇÃO DO PROBLEMA UTILIZANDO O TPPS
O mesmo problema foi equacionado e resolvido no programa TPPS sendo necessário
converter alguns símbolos utilizados nas equações do MATLAB, conforme será mostrado
na a seguir. Assim, cada equação que foi utilizada no MATLAB foi reescrita na forma
utilizada pelo TPPS, o qual cria uma dependência entre as fórmulas e variáveis e, quando
uma delas é alterada, o valor é refletido para todas as variáveis que estejam interligadas. A
Tabela 18 mostra algumas conversões de símbolos.
Tabela 18 - Conversão de símbolos do MATLAB para o TPPS.
Símbolos MATLAB Símbolos TPPS
nG
y-const1
y
nC
nTV
nB
noCB
noCR
nCC
Delta_tc
ya
!
yy
nyy
Delta_01
Delta_02
Delta_03
Delta_04 Delta_07
Delta_18
Delta_0are
Delta_47
nII2
eplanta
Fonte: Elaboração do autor.
129
A seguir são apresentadas, numa forma sequencial e sem numeração, as equações
correspondentes para simulação com o programa TPPS. A coluna da esquerda representa as
variáveis utilizadas no problema, nesta coluna o usuário informa os valores iniciais, e, na
coluna da direita, é apresentada a formulação envolvida.
Variáveis do sistema Equacionamento -- constantes c100=100 const0=0 const1=1 const2=2 const1000=1000 const100=100 const10=10 c097=0,97 c095=0,95 c047=0,47 tabelaP=1 ;Configura Pressão Pa -- Valores iniciais p1=100000 #pa; Pressão inicial T1=300 #K; Temperatura minima cp=5195 #j/kg.K nC=0,88 nTG=0,88 y=1,667 rp=10 T3=1379,1 #K WCB=200000000 #W nG=0,96 -- Item A p2 #pa p18 #pa p7 #pa p3 #pa p4 #pa re T2s #K T2 #K T4s #K
TERMO(FLUIDO('1',0,0)) TERMO(UN('P',tabelaP,0)) -- Item A p2=rp*p1 p18=p1/c097 p7=p18/c097 p3=c097*p2 p4=p7/c095 re=p3/p4 T2s=T1*(rp^((y-const1)/y)) T2=T1+((T2s-T1)/nC) T4s=T3/(re^((y-const1)/y)) T4=T3-nTG*(T3-T4s) wC=cp*(T1-T2) wTG=cp*(T3-T4) wCB=wTG+wC mHe=WCB/(wCB*nG) mHe1=mHe/const2 -- Item B h8=TERMO(H('PT',p8,T8)) s8=TERMO(S('PH',p8,h8)) TERMO(C('PH',VAI,VA2)) T13=T11+c047*(T15-T11) h13=TERMO(H('TX',T13,x13)) v13=TERMO(V('TX',T13,x13)) s13=TERMO(S('TX',T13,x13)) p13=TERMO(P('TX',T13,x13)) h13l=TERMO(H('PT',p13,T13)) h13l=h13l*const1000 v13l=TERMO(V('PT',p13,T13)) s13l=TERMO(S('PT',p13,T13))
130
T4 #K wC #v wTG #v wCB #v mHe #kg/s MJ=1000000 #J kJ=1000 #J mHe1 #kg/s -- Item B p8=12000000 #Pa T8=520 #°C nTV=0,85 nB=0,80 kPa=1000 s8 #kJ/kg.K h8 #kJ/kg T15=324,65 #°C p11=20998 #Pa T11=61,16 #°C x13=0 T13 p13=0 #Pa h13l #kJ/kg v13l #m3/kg s13l #kJ/kg.K p9 #Kpa p10 #bar p12 # p14 p15 p16 x11=0 h13 v13 s13 v12 T12 h11l #kJ/kg h11v #kJ/kg v11l
p9=p13 p10=p11 p12=p9 p14=p8 p15=p8 p16=p8 x11=const1 h11v=TERMO(H('Px',p11,x11)) h11=TERMO(H('PT',p11,T11) x11=const0 h11l=TERMO(H('Px',p11,x11)) s11l=TERMO(S('PH',p11,h11l)) v11l=TERMO(V('Px',p11,x11)) s9s=s8 v8=TERMO(V('PS',p8,s8)) T9=TERMO(T('PS',p9,s9s)) h9s=TERMO(H('PS',p9,s9s)) h9=(h8-nTV*(h8-h9s)) s9=TERMO(S('PH',p9,h9)) s10s=s9 h10s=TERMO(H('PS',p10,s10s)) x10s=TERMO(X('PS',p10,s10s)) h10=h9-nTV*(h9-h10s) s10=TERMO(S('PH',p10,h10)) x10=TERMO(X('PH',p10,h10)) h12=h11l+(v111*(p12-p11))/nB s12=TERMO(S('PH',p12,h12)) h12=h12*const1000 h14=h13l+v13l*(p14-p13)/nB h14=((p14-p13)/nB)*v13l+h13l h14=h14/const1000 T14=TERMO(T('PH',p14,h14)) s14=TERMO(S('PH',p14,h14)) T6=T15+pp+kelvin_273 Rh1=(h16-h15)/(h8-h16) Rh2=(h15-h14)/(h16-h15) T5=(T6+T4*Rh1)/(const1+Rh1) T7=T6*(const1+Rh2)-(T5*Rh2)
131
s11l s9s #m2/k.s2 h9s #kJ/kg h9 s9 #kJ/kg.K s10s #m2/K.s2 h10s #kJ/kg x10s h10 s10 #kJ/kg.K x10 x8=0 p9 #bar T9 p10 p12 #bar h12 s11 s12 #kJ/kg.K h11 h14; Calculado pela pressão kPa s14 T14 h15=1491,8 #kJ/kg h16=2689,2 #kJ/kg T15=324,65 #°C pp=20 #K T6 #K kelvin_273=273 #K Rh1 Rh2 T5 T7 T7b #K T7c #K cpa=1005 #J/kg.K mv #kg/s; Convertido 1000 m9 #kg/s m12 #kg/s mc #kg/s WTV #W
T7b=T6*(const1+Rh2)-(T6+T4*Rh1)/(const1+Rh1)*Rh2 T7c=T6-(T4-T6)*(h15-h14)/(h8-h15) mv=mHe*cp*(T4-T7)/(h8-h14)/const1000 h9=h9*const1000 m9=mv*((h13l-h12)/(h9-h12)) m12=mv-m9 mc=m12 h9=h9/const1000 WTV=(mv*(h8-h9)+mc*(h9-h10))*const1000 h12=h12/const1000 WB1=mc*((h12-h11l)*const1000) h14=h14*const1000 WB=mv*(h14-h13l) WCR=(WTV-WB1-WB)*nG -- Item C qin=cp*(T3-T2) Qin=mHe*qin Qin2=Qin/const2 noCB=WCB/Qin QinCR=mv*(h8*const1000-h14) QinCR1=mHe*cp*(T4-T7) noCR=WCR/QinCR nCC=noCB+noCR-noCB*noCR -- Item D mp=(mHe*cp*(T3-T2))/(cpp*(Tp-Tps)) mp2=mp/const2 Ffa=Mf/Ma*y1 mar=mp/(const1+Ffa) mfr=Ffa*mar mfr2=mfr/const2 mar2=mar/const2 -- Item F QoutCR=mc*(h10-h11l)*const1000 mrefr=QoutCR/(cpc*delta_tc) Pe=mrefr*g*(Hu/nB) T18=T7-mar*cpa*((T17-T1)/(mHe*cp)) mref2=mHe*((cp*(T18-T1)/(cpc*delta_tc)))
132
WB1 #W WB #W WCR #W -- Item C qin #W Qin #W Qin2 #W noCB QinCR #W QinCR1 #W noCR nCC -- Item D cpp=1309,6 #J/kg.K Tp=1520 #K Tps=670 #K mp #kg/s mp2 #kg/s Ma=28,64 Mf=16 y1=0,0470 Ffa mar #kg/s mfr #kg/s mfr2 #kg/s mar2 #kg/s -- Item F QoutCR #W cpc=4180 #J/kg.K delta_tc=20 #°C T17=519,75 #K mrefr #kg/s Hu=30 #m Pe #W g=9,80 T18 #K mref2 #kg/s -- Item G
-- Item G wTV=((h8-h9)+(mc/mv)*(h9-h10))*const1000 wB1=(h12-h11l)*const1000*(mc/mv) wB=(h14-h13l) wCR=(wTV-wB1-wB)*nC SR=const3600/wCR*const1000 HR=const3600/noCR -- Item H WC=mHe*wC WTG=mHe*wTG bwr=(WC/WTG)*negativo bwrCR=(WB1+WB)/WTV -- Item I QoutCB=mHe*cp*(T18-T1) Qout=QoutCR+QoutCB Qinar=mar*cpa*(T17-T1) Qindice=Qout/Qin Qgeral=Qinar+Qout+(WCB/nG)+(WCR/nG) -- Item J TL=T0 Ra=cp*(y-const1)/y IC=mHe*T0*((cp*!(T2/T1))-(Ra*!(p2/p1))) IC2=IC/const2 ICC=mHe*T0*((cp*!(T3/T2))-(Ra*!(p3/p2))-(qin/TH)) ICC2=ICC/const2 ITG=mHe*T0*((cp*!(T4/T3))-(Ra*!(p4/p3))) ITG2=ITG/const2 Delta_47=(cp*!(T7/T4))-((Ra*!(p7/p4)) -- Nao coincide os resultados para IHRSG aux_1=cp*(!(T7/T4)) aux_2=Ra*(!(p7/p4)) aux_3=mv*(s8*const1000-s14*const1000) IHRSG=T0*(mHe*(aux_1-aux_2)+aux_3)
133
wTV #v wB1 #v wB #v wCR #v SR #kg HR #kJ/kWh const3600=3600 -- Item H WC #W WTG #W bwr negativo=-1 bwrCR -- Item I QoutCB #W Qout #W Qinar #W Qindice Qgeral #W -- Item J T0=300 #K TH=1520 #K TL Ra #m2/K.s2 IC #W IC2 #W ICC #W ICC2 #W ITG #W ITG2 #W T8=520 #°C ya=1,4 Delta_47 #m2/K.s2 IHRSG #W aux_1 aux_2
IRG=mHe*T0*((cp*!(T18/T7))-(Ra*!(p18/p7)))+mar*T0* ((cpa*!(T17/T1))-(cpa*((ya-const1ya)/ya)*!(p1/p1)) IRE=mHe*T0*((cp*!(T1/T18))-(Ra*!(p1/p18)))+mref2*T0*cpc* !(Tas/Tae) ITV=T0*(mv*(s9-s8)+mc*(s10-s9))*const1000 ICD=mc*T0*(s11l-s10)+(T0*QoutCR)/TL ICD=ICD/const10 IFH=T0*(mv*s13l-m9*s9-mc*s12)*const100 IB1=(T0+kelvin_273)*mc*(s12-s11l) IB=((T0+kelvin_273)*mv*(s14-s13l))*const100 I=IC+ICC+ITG+IHRSG+IRG+IRE+ITV+ICD+IFH+IB1+IB yy=mHe*(const1-(TL/TH))*qin nyy = const1 - (i/yy) p0=p1 Delta_01=(cp*!(T1/T0))-(Ra*!(p1/p0)) e1=cp*(T1-T0)-(T0*Delta_01) E1=mHe*e1 Delta_02=(cp*!(T2/T0))-(Ra*!(p2/p0)) e2=cp*(T2-T0)-(T0*Delta_02) E2=mHe*e2 EdC=(WC*negativo)+E1-E2 EdC2=EdC/const2 Delta_03=(cp*!(T3/T0))-(Ra*!(p3/p0)) e3=(cp*(T3-T0)-(T0*Delta_03)) E3=mHe*e3 Q23=mHe*qin EdCC=(const1-(T0/TH))*Q23+E2-E3 EdCC2=EdCC/const2 Delta_04=(cp*!(T4/T0))-(Ra*!(p4/p0)) e4=(cp*(T4-T0)-(T0*Delta_04)) E4=mHe*e4 EdTG=negativo*WTG+E3-E4 EdTG2=EdTG/const2 Delta_07=(cp*!(T7/T0))-(Ra*!(p7/p0)) e7=(cp*(T7-T0)-(T0*Delta_07)) E7=mHe*e7
134
aux_3 IRG #W Tas=313 #K Tae=293 #K IRE #W ITV #W ICD #W IFH #W IB1 #W IB #W I #W yy #W nyy #W p0 Delta_01 #m2/K.s2 e1 #Sv E1 #W Delta_02 #m2/K.s2 e2 #Sv E2 #W EdC #W EdC2 #W Delta_03 #m2/K.s2 e3 #Sv E3 #W Q23 #W EdCC #W EdCC2 #W Delta_04 #m2/K.s2 e4 #Sv E4 #W EdTG #W EdTG2 #W Delta_07 #m2/K.s2 e7 #Sv E7 #W h0ag=125,9 #kJ/kg
e8=(h8-h0ag-T0*(s8-s0ag))*const1000 E8=(mv*e8) h14=h14/const1000 e14=(h14-h0ag-T0*(s14-s0ag))*const1000 E14=mv*e14 EdHRSG=E4-E7+E14-E8 Delta_18=(cp*!(T18/T0))-(Ra*!(p18/p0)) e18=(cp*(T18-T0)-(T0*Delta_18)) E18=mHe*e18 Eage=mref2*(cpc*(Tae-T0)-T0*cpc*!(Tae/T0)) Eags=mref2*(cpc*(Tas-T0)-T0*cpc*!(Tas/T0)) Delta_0are=cpa*(!(T1/T0)-((ya-const1)/ya)*!(p1/p0)) Delta_17=(cpa*(!(T17/T0)-((ya-const1)/ya)*!(p1/p0)) eare=cpa*(T1-T0)-T0*Delta_0are Eare=mar*eare e17=cpa*(T17-T0)-T0*Delta_17 E17=mar*e17 EdRG=E7-E18+Eare-E17 EdRE=E18-E1+(Eage-Eags) e9=(h9-h0ag-T0*(s9-s0ag))*const1000 E9=m9*e9 e10=(h10-h0ag-T0*(s10-s0ag))*const1000 E10=mc*e10 EdTV=negativo*WTV+E8-E9-E10 e11=(h11l-h0ag-T0*(s11l-s0ag))*const1000 E11=mc*e11 EdCD=(const1-T0/TL)*QoutCR+E10-E11 e12=(h12-h0ag-T0*(s12-s0ag))*const1000 E12=mc*e12 EdB1=WB1+E11-E12 e13=h131-h0ag-(T0*(s131-s0ag)*const1000) E13=mv*e13 EdFH=E9+E12-E13 EdB=(E14-E13+WB)/const100
135
s0ag=0,4369 kJ/kg.K e8 #Sv E8 #W e14 #Sv E14 #W EdHRSG #W Delta_18 #m2/K.s2 e18 #Sv E18 #W Eage #W Eags #W Delta_0are #m2/K.s2 Delta_17 #m2/K.s2 eare #Sv Eare #W e17 #Sv E17 #W EdRG #W EdRE #W e9 #Sv E9 #W e10 #Sv E10 #W; Variavel E10 EdTV #W; Variavel EdTV e11 #Sv; Variavel e11 E11 #W; Varialvel E11 EdCD #W e12 #Sv E12 #W EdB1 #W e13 #Sv E13 #W EdFH #W EdB #W Edt #W; Falta edb1+edb Ef #W nii2 #W Wplanta #W ef eplanta
Edt=EdC+EdCC+EdTG+EdHRSG+EdRG+EdRE+EdTV+EdCD+ EdFH+EdB1+EdB ef=(const1-T0/TH)*Qin nii2=const1-edt/ef Wplanta=WCB+WCR eplanta=Wplanta/ef -- propriedades h1=TERMO(H('PT',p1,T1)) s1=TERMO(s('PT',p1,T1)) h2=TERMO(H('PT',p2,T2)) s2=TERMO(s('PT',p2,T2)) h3=TERMO(H('PT',p3,T3)) s3=TERMO(s('PT',p3,T3)) h4=TERMO(H('PT',p4,T4)) s4=TERMO(s('PT',p4,T4))