desenvolvimento de uma metodologia sig para ordenamento apícola

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Desenvolvimento de uma Metodologia SIG para Ordenamento Apícola Ofélia Anjos a,b , João Marques a , Paulo Fernandez a,c , João Neto d , Dulce Alves d a IPCB/ESA – Instituto Politécnico de Castelo Branco – Escola Superior Agrária, Castelo Branco b Centro de Estudos Florestais, Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica de Lisboa c ICAAM - Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Universidade de Évora d Apilegre – Associação dos Apicultores do Nordeste do Alentejo Resumo A gestão eficaz da actividade apícola de uma região só é possível se existir um mecanismo de ordenamento dessa mesma actividade. Por outro lado, os Sistemas de Informação Geográfica são uma ferramenta indispensável para o planeamento e gestão do território. Os Concelhos do Crato e de Portalegre, apresentam boas condições edafo-climáticas para a prática apícola, apresentando uma floração sucessiva e diversificada, o que conduz à riqueza da flora melífera na região e à produção de um mel de excelente qualidade. A área de estudo encontra-se na zona Controlada sob gestão da Apilegre – Associação dos Apicultores do Nordeste do Alentejo. Neste contexto, pretende-se integrar os parâmetros biofísicos, através de uma metodologia de análise espacial, para elaborar uma carta de potencial apícola, identificar possíveis conflitos na localização geográfica de apiários e ainda representar a distribuição espacial da ocorrência de doenças nas colmeias. As cartas de zonas com potencial apícola e as zonas interditas são elementos importantes no apoio ao ordenamento apícola. Neste estudo foram identificados nove apiários em zona interdita. Palavras-chave: Análise Espacial, Ordenamento Apícola, SIG Introdução O sector apícola em Portugal, tal como no resto da União Europeia, é uma actividade tradicionalmente ligada à agricultura. É normalmente, encarada como um complemento ao rendimento das explorações, existindo, contudo, uma pequena minoria de apicultores para os quais a apicultura é a base das receitas de exploração (MADRP, 2010; Santos et al. 2012). A produção mundial de mel tem conhecido um acréscimo permanente nos últimos anos, em número de efectivos (média 2,2% ao ano) e em produção de mel (média de 2,1% ao ano). Em termos de produção passou-se das 1 254 830,10 ton produzidas em 2000 para 1 540 242,10 em 2010 (FAO, 2012). Em vários campos da decisão e do ordenamento do território o conhecimento espacial das variáveis de interesse é fundamental para uma boa política de acção e decisão. O ordenamento do espaço rural de um modo geral e especificamente o ordenamento apícola do território é uma temática pluridisciplinar, dado que envolve conhecimentos e regulamentações de carácter científico (relativos à Apicultura), económicos, legislativos, análise espacial e de saúde publica. Neste processo de ordenamento é necessário sintetizar, sistematizar e modelar toda a informação de base de forma a disponibilizar de um modo claro os resultados e permitir uma fácil utilização dos mesmos pelos organismos decisores. A actividade apícola apresenta inúmeros benefícios directos e indirectos associados à produção agrícola. O maior valor que as abelhas acrescentam no ambiente consiste no inquestionável auxílio à polinização, na manutenção dos ecossistemas terrestres, no equilíbrio ecológico da flora e na preservação da biodiversidade (GPP, 2007; Murilhas, 2008).

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Page 1: Desenvolvimento de uma Metodologia SIG para Ordenamento Apícola

Desenvolvimento de uma Metodologia SIG para Ordenamento Apícola

Ofélia Anjosa,b, João Marquesa, Paulo Fernandeza,c, João Netod, Dulce Alvesd

aIPCB/ESA – Instituto Politécnico de Castelo Branco – Escola Superior Agrária, Castelo Branco

bCentro de Estudos Florestais, Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica de Lisboa

cICAAM - Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Universidade de Évora

dApilegre – Associação dos Apicultores do Nordeste do Alentejo

Resumo

A gestão eficaz da actividade apícola de uma região só é possível se existir um mecanismo de ordenamento dessa mesma actividade. Por outro lado, os Sistemas de Informação Geográfica são uma ferramenta indispensável para o planeamento e gestão do território.

Os Concelhos do Crato e de Portalegre, apresentam boas condições edafo-climáticas para a prática apícola, apresentando uma floração sucessiva e diversificada, o que conduz à riqueza da flora melífera na região e à produção de um mel de excelente qualidade. A área de estudo encontra-se na zona Controlada sob gestão da Apilegre – Associação dos Apicultores do Nordeste do Alentejo.

Neste contexto, pretende-se integrar os parâmetros biofísicos, através de uma metodologia de análise espacial, para elaborar uma carta de potencial apícola, identificar possíveis conflitos na localização geográfica de apiários e ainda representar a distribuição espacial da ocorrência de doenças nas colmeias.

As cartas de zonas com potencial apícola e as zonas interditas são elementos importantes no apoio ao ordenamento apícola. Neste estudo foram identificados nove apiários em zona interdita.

Palavras-chave: Análise Espacial, Ordenamento

Apícola, SIG

Introdução

O sector apícola em Portugal, tal como no resto da União Europeia, é uma actividade tradicionalmente ligada à agricultura. É normalmente, encarada como um complemento ao rendimento das explorações, existindo, contudo, uma pequena minoria de apicultores para os quais a apicultura é a base das receitas de exploração (MADRP, 2010; Santos et al. 2012).

A produção mundial de mel tem conhecido um acréscimo permanente nos últimos anos, em número de efectivos (média 2,2% ao ano) e em produção de mel (média de 2,1% ao ano). Em termos de produção passou-se das 1 254 830,10 ton produzidas em 2000 para 1 540 242,10 em 2010 (FAO, 2012).

Em vários campos da decisão e do ordenamento do território o conhecimento espacial das variáveis de interesse é fundamental para uma boa política de acção e decisão.

O ordenamento do espaço rural de um modo geral e especificamente o ordenamento apícola do território é uma temática pluridisciplinar, dado que envolve conhecimentos e regulamentações de carácter científico (relativos à Apicultura), económicos, legislativos, análise espacial e de saúde publica. Neste processo de ordenamento é necessário sintetizar, sistematizar e modelar toda a informação de base de forma a disponibilizar de um modo claro os resultados e permitir uma fácil utilização dos mesmos pelos organismos decisores.

A actividade apícola apresenta inúmeros benefícios directos e indirectos associados à produção agrícola. O maior valor que as abelhas acrescentam no ambiente consiste no inquestionável auxílio à polinização, na manutenção dos ecossistemas terrestres, no equilíbrio ecológico da flora e na preservação da biodiversidade (GPP, 2007; Murilhas, 2008).

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Ordenamento Apícola

Caracterização da Área de Estudo

O ordenamento do espaço físico constitui um instrumento necessário para que várias entidades, particularmente as municipais, o utilizem correctamente contribuindo com orientações compatíveis e congruentes ao nível da gestão territorial, para um aproveitamento integrado e economicamente sustentável do espaço rural (Carvalho et al., 2006; GPP, 2007).

O Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica definiu, em 2011, o Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020. Neste plano o Painel das Nações Unidas define como prioridade acções concretas para travar a perda da biodiversidade (European Commission, 2011). O documento destaca que o principal objectivo é fomentar medidas estratégicas de modo a travar a perda da biodiversidade e garantir que, até 2020, os ecossistemas se mantenham resistentes, fornecendo os serviços essenciais e garantindo assim a variedade do planeta que é fundamental para a sobrevivência no planeta. É solicitado ainda, neste documento, que os estados membros devem juntar esforços no sentido de efectuar cartografia temática para identificar o estado dos ecossistemas e os seus serviços no território Nacional.

O mapeamento dos serviços dos ecossistemas é, assim, apresentado no documento estratégico como uma importante acção de apoio para atingir os seus objectivos.

A necessidade do planeamento apícola, bem como o correcto mapeamento da sua actividade é reportado por Hauck et al. (2012).

Apicultura é considerada uma actividade de uso múltiplo, que não só contribui para a sustentabilidade dos sistemas, através dos serviços que presta da polinização como também a nível do desenvolvimento soco-económico de determinada região (Egoh, 2011; Burkhard, 2012).

Muito poucos trabalhos têm sido efectuados sobre esta temática. Apenas alguns autores têm abordado a problemática da localização de apiários relacionados com as condições edáfoclimáticas (Maris et al., 2008; Lidóneo et al. 2010; Amiri et al., 2011; Roque et al., 2011; Amiri et al., 2012; Marques et al., 2012). Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos neste âmbito para a zona de Castelo Branco, pelo que se pretende alargar o estudo no sentido de se ter uma ferramenta de apoio ao ordenamento apícola (Lidónio, 2010; Anjos et al., 2010; Roque, 2011).

Este trabalho pretende demonstrar a importância do ordenamento apícola recorrendo a ferramentas SIG através da apresentação de um caso prático de aplicação nos concelhos de Crato e Portalegre.

As áreas em que incidem o presente estudos são os Concelhos de Crato e Portalegre pertencentes ao Distrito de Portalegre (Figura 1).

O concelho de Portalegre é constituído por dez freguesias: Alagoa, Alegrete, Carreiras, Fortios, Reguengo, Ribeira de Nisa, S. Julião, S. Lourenço, Sé e Urra.

Portalegre está localizado no planalto setentrional, entre as Serras de S. Mamede e Penha. Apresenta as características próprias de uma zona de transição por se situar entre a planície alentejana e a região mais montanhosa da Beira Baixa.

O concelho de Portalegre faz fronteira, a norte, com o concelho de Castelo de Vide, a nordeste com o concelho de Marvão, a leste com a Espanha, a sul com os concelhos de Arronches e Monforte e a oeste com o concelho do Crato. Apresenta uma densidade populacional de 55,4 habitantes por km2 numa área de 447,1 km2.

A área de estudo é limitada a nascente pela fronteira de Espanha e estende-se em termos biogeográficos, por duas bacias hidrográficas, a do Tejo e a do Guadiana.

O clima da região onde se insere o concelho de Portalegre de tipo mediterrâneo.

A temperatura média anual do ar do concelho de Portalegre é de 15ºC, variando entre os 30,2ºC no mês de Agosto e temperaturas negativas que normalmente são registadas no mês de Janeiro (Cupeto el al., 2005). Segundo o mesmo autor, o concelho de Portalegre apresenta cerca de 2675 horas de sol descoberto, correspondendo a 59% da insolação máxima, no ano.

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Ordenamento Apícola

Material e Métodos

O concelho de Portalegre é um importante centro comercial e industrial, no qual se destacam as indústrias, têxtil, latoaria e refrigerantes. Em termos agrícolas é de considerar a produção de cereais como o trigo, o milho, o centeio e a cevada; a azeitona, o azeite, a cortiça, a castanha e o vinho.

O concelho do Crato, com uma área de 398,0 Km2 e uma densidade populacional de 10,0 habitantes por Km2, faz fronteira com os municípios do Gavião, Nisa e Castelo de vide a nordeste, com Portalegre a leste, a sueste com Monforte e a sudoeste com Alter do Chão e Ponte de Sor.

O concelho do Crato é um concelho essencialmente agrícola que apresenta um franco desenvolvimento industrial. Na produção agrícola, dominam o trigo, o azeite, a cortiça e a pecuária.

As amplitudes térmicas anuais no Conselho de Crato situa-se em 15ºC, sendo os meses com temperaturas mais elevadas os meses de Julho e Agosto e os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro apresentam as temperaturas mais baixas (Martins, 2010). Segundo o mesmo autor os valores médios anuais de insolação variam entre os 2500 e 3000 horas de sol descoberto acima do horizonte.

Nestes conselhos existe uma variedade de factores como litologia, hidrografia, clima, relevo, solos, flora e uso do solo que a capacitam com boa potencialidade para a actividade apícola. Efectivamente, nos dois conselhos a Actividade apícola é considerável e tem crescido nos últimos anos, fruto dos incentivos governamentais para a instalação de apiários.

A situação geográfica aliada às condições climáticas, determinaram a biodiversidade desta região. A acção humana introduziu a agricultura, pecuária, e matas florestais com espécies não autóctones.

Figura 1 - Enquadramento geográfico da área de estudo.

A área de Estudo é predominantemente ocupada por florestas e áreas de vegetação arbustiva ou herbácea, seguidas por áreas agrícolas heterogéneas, principalmente culturas de regadio e sequeiro, às quais se associam pomares, alguma vinha e montados (Corine Land Cover - 2006).

Na região podem-se identificar cerca de 800 espécies espontâneas e subespontâneas da flora vascular, das quais cerca de 70% são mediterrâneas.

A vegetação predominante na área de estudo é o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), Sobreiro (Quercus suber), zambujeiro (Olea europea), Pinheiro manso (Pinus pinea), pinheiro bravo (Pinus pinaster), Azinheira (Quercus rotundifólia), zimbro-bravo (Juniperus oxycedrus),

Da vegetação destacam-se as giestas (Cytisus scoparius e Cytiso multiflori), urze (Erica spp.), tojo (Ulex minor e Genista falcata), estevais (Cistus ladanifer), Selo-de-Salomão (Polygonatum odoratum), Physospermum cornubiense, malmequer-dos-brejos (Carduus platypus), Cephalanthera longifólia, Halimium umbellatum, esporas-bravas (Linaria triornithophora), carapeteiros (Pyrus bourgaeana), sargaços (Halimium spp.), entre outras.

Os Sistemas de Informação Geográfica são sistemas de informação por excelência que integram hardware, software e dados e permitem-nos visualizar, compreender e interpretar dados espaciais de forma a revelar relações, padrões e tendências espaciais.

Numa primeira fase deste trabalho foi efectuada a integração numa base dada geográfica dos seguintes níveis de informação: ocupação do solo; hidrografia; morfologia do terreno; rede viária e aglomerados populacionais. Através de uma metodologia de análise espacial foi elaborada cartografia temática para representar o potencial apícola da área de estudo.

A localização geográfica dos apiários foi efectuada através de um Sistema de Posicionamento Global (GPS). Para caracterizar os apiários foi recolhida e armazenada a seguinte informação: nome do apicultor, n.º do apiário, n.º de colmeias e n.º de cortiços e tipo de flora presente na área envolvente.

Na Figura 2 está representado o modelo de análise espacial, utilizado para classificação do potencial apícola e identificação de potenciais conflitos de localização dos apiários.

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Ordenamento Apícola

Na construção da Carta de conflitos foi considerado o extipulado pelo Diário da República, nº277, I Série – A de 25 de Novembro de 2005. Neste documento a distância mínima entre apiários varia consoante a densidade de colmeias móveis presente no apiário, estando definidas duas categorias: de 11 a 30 colmeias, em que a distância de instalação mínima do apiário mais próximo é 400 metros; de 31 a 100 colmeias, em que a distância de instalação mínima do apiário mais próximo é de 800 metros.

Será possível ainda utilizar esta informação geográfica para estabelecer relações espaciais com outros factores identificados como causadores do desaparecimento de colónias, e que serão alvo de trabalhos futuros que darão continuidade ao presente estudo.

A distância da água ao apiário não deve ser maior do que 500 m (Wolf et al., 2006), por uma questão de economizar energia e tempo e para evitar o uso de água estagnadas ou contaminadas. Neste trabalho considerou-se a distância recomendada às linhas de água de 500 m.

Os procedimentos de análise espacial foram efectuados no programa ArcGIS 10 – ArcInfo com as extensões 3D Analyst e Spatial Analyst.

Figura 2 - Modelação geográfica da delimitação das zonas com potencial apícola e identificação de

conflitos.

Para delimitação do zonamento da ocupação do solo com interesse apícola foi utilizada a carta de ocupação do solo para Portugal (COS’2007) de nível 2 (IGP, 2010). Com base nesta informação foram seleccionados as seguintes classes de ocupação / uso do solo com interesse apícola: florestas abertas e vegetação arbustiva e herbácea; florestas; áreas agrícolas heterogéneas; massas de água, de acordo com a Figura 3).

Para avaliar o número de apiários que não respeitam a distância mínima obrigatória, procedeu-se à elaboração de uma carta de conflitos sendo considerados as distâncias anteriormente definidas para a zona de estudo (Figura 4). Com base nesta carta, pode verificar-se que alguns apiários não respeitam as áreas legalmente impostas (Figura 5). Por outro lado, na fase de instalação de apiários é fácil verificar e seleccionar o melhor local de instalação de novos apiários sempre que seja fornecida a futura localização dos mesmos. Com o recurso a ferramentas SIG consegue-se efectuar uma correcta planificação da localização de novos apiários.

Com base nesta carta, pode verificar-se que alguns apiários não respeitam as áreas legalmente impostas. Da área de estudo (870 Km2) verifica-se que 72,4 Km2 são áreas sob a influência de apiários e destes 4,8 Km2 não cumprem a distância legalmente imposta. Esta situação pode ser facilmente corrigida com recurso à cartografia apresentada. Por outro lado, na fase de instalação de novos apiários, é uma ferramenta de apoio à decisão sobre a futura localização geográfica dos mesmos. Assim, com o recurso a ferramentas SIG consegue-se efectuar uma perfeita planificação da instalação de novos apiários.

Figura 3 – Carta de ocupação de solo reclassificada para a área de estudo

Resultados e Discussão

A estrutura da paisagem é normalmente caracterizada pelo tipo de ocupação do solo, que é não só consequência das características do local como das diferentes actividades humanas no ambiente.

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Na Figura 6 estão representadas as zonas interditas à prática apícola com base nas características previamente seleccionadas. Na Figura 7 está representada a sobreposição das zonas interditas com a localização dos apiários. Verifica-se também a existência de nove apiários em zona interdita.

Da aérea de estudo verifica-se que 31 % apresenta bom potencial apícola para as condições pré-selecionadas e apenas 8% do território está identificado como zonas interditas para a Apicultura.

Estes dados suportam o inicialmente exposto de que a zona de estudo é uma região potencial para a prática apícola.

Ordenamento Apícola

Figura 4 – Carta de localização de apiários de acordo com as distâncias legalmente impostas.

Figura 5 - Carta de conflitos de apiários de acordo com as distâncias legalmente impostas.

Figura 6 – Carta de zonas com potencial apícola.

Figura 7 – Carta de potencial apícola vs localização de apiários

As zonas de potencial apícola para a zona de estudo estão representadas na Figura 8 e foi efectuada com base na sobreposição da seguinte informação: zonas legalmente interditas; ocupação do solo (vegetação de interesse apícola); insolação; distância às linhas de água, à rede viária e aos pontos de água.

Foram ainda elaboradas as cartas com as doenças que ocorreram nos apiários tendo-se verificado que a doença com maior incidência era a varroose. No entanto, foi sempre controlada através dos medicamentos legalmente indicados para o efeito. Verificou-se ainda que a incidência dessa doença se faz sentir quase sempre nos mesmos apiários em anos sucessivos.

VENDONúcleos (Lusitanas, Reversível e Langstroth)

RainhasMel

Própolis

Alfredo Simões * 934 245 969

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Ordenamento Apícola

As zonas de potencial apícola para a zona de estudo estão representadas na Figura 8 e foi efectuada com base na sobreposição da seguinte informação: zonas legalmente interditas; ocupação do solo (vegetação de interesse apícola); insolação; distância às linhas de água, à rede viária e aos pontos de água.

Figura 8 – Localização dos apiários em zona interdita á apicultura.

Figura 9 – Carta de incidência de varroose vs conflitos de apiários

Conclusões

Foram ainda elaboradas as cartas com as doenças que ocorreram nos apiários tendo-se verificado que a doença com maior incidência era a varroose. No entanto, foi sempre controlada através dos medicamentos legalmente indicados para o efeito. Verificou-se ainda que a incidência dessa doença se faz sentir quase sempre nos mesmos apiários em anos sucessivos.

Será possível ainda utilizar a informação geográfica elaborada neste estudo para estabelecer relações espaciais com outros factores identificados como causadores do desaparecimento de colónias, e que estão a ser alvo de trabalhos em curso e que darão continuidade ao presente estudo.

Este estudo permitiu avaliar a importância da modelação geográfica para o ordenamento apícola. A sobreposição de diferentes fontes de informação geográfica através de análise espacial permitiu identificar as zonas com potencial apícola e as zonas interditas.

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Ordenamento Apícola

Bibliografia

A análise espacial permitiu também identificar que existem nove apiários em zona interdita. A informação geográfica elaborada neste estudo permite identificar possíveis cenários de deslocalização dos apiários de forma que a sua localização geográfica cumpra os requisitos legais. A informação elaborada sob a forma de cartografia temática constitui uma ferramenta de gestão da actividade apícola.

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