desenvolvimento de habilidades motoras em...
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DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS EM
CRIANÇAS JOGADORES DE FUTEBOL
Desenvolvimento de crianças no futebol
Autor: Luiz Felipe de Moraes Silva RA 001200600247
Marruan Luis Mariano RA 001200600178
Orientador Científico: Prof. Ms. Ana Caroline Prioli
Curso de Educação Física - Licenciatura
Avenida São Francisco de Assis, 218
Jardim São José
CEP 12916-900
Bragança Paulista-SP
e-mail: [email protected]
RESUMO
O Brasil é considerado o país do futebol, ou popularmente a “pátria de
chuteiras”. Devido este contexto histórico-cultural que o esporte carrega consigo, é
capaz de transformar um simples gramado em um campo de sonhos onde crianças
se transformam em ídolos devido à louca paixão que move o futebol. Esta revisão
bibliográfica visa proporcionar que os profissionais da área de Educação Física
compreendam o processo de desenvolvimento motor decorrente de cada faixa etária
correspondente no processo de desenvolvimento das crianças praticantes deste
esporte. Porque a prática esportiva atualmente tem-se iniciado em idades cada vez
mais precoces, acarretando cuidados com os processos de ensino-aprendizagem
que influenciam no desenvolvimento das crianças. Portanto este artigo não traz
receitas prontas sobre a metodologia ideal, porém proporciona uma reflexão sobre
os aspectos metodológicos no processo de ensino-aprendizagem do futebol que se
diferencia de acordo com cada faixa etária. Propondo uma metodologia baseada no
lúdico de forma a contribuir na formação destas crianças não somente como atletas,
mas como seres humanos.
Palavras-chave: Futebol; Crianças; Desenvolvimento Motor; Metodologia.
ABSTRACT
Brazil is considered the country's football, or popularly the “homeland of soccer
shoes”. Because this historical and cultural context that the sport carries with, it is
capable of turning a simple lawn into a field of dreams where children are
transformed into idols because of the mad passion that move the football. This
review aims to provide that health care providers Fitness understand the
development process due to engine each corresponding age group in the process of
development of children practicing this sport because the sport practice. Currently
has been initiated in ever earlier ages, causing care of the teaching-learning
processes that influence the development of children. So this article does not bring
revenue ready on the methodology ideal, but provides a reflection on methodological
issues in the teaching-learning process of football which differs according to each
age group. Propose a methodology based on playful way of helping in the formation
of these children not only as athletes more like humans.
Key words: Football; Children; Motor Development; Methodology.
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1. INTRODUÇÃO
Visando o desenvolvimento psicomotor básico da criança e as capacidades
motoras complexas, bem como o sistema cognitivo e a socialização, procura-se
entender a problemática que atualmente os clubes de futebol demonstram em
relação ao desenvolver treinamentos específicos de acordo com a faixa etária das
crianças.
Contudo há de se compreender melhor o processo de ensino aprendizagem do
futebol a fim de alcançar uma metodologia adequada. Atualmente o que se vê muito
são profissionais de escolinhas de futebol despreparados, atuando como
professores de futebol, porém alguns nunca tiveram uma preparação que ao menos
lhe de uma noção para importância de tal cargo (SCAGLIA, 1996).
O esporte deve ser ajustado de acordo com a condição técnica, psíquica e
física da criança, compatível as suas necessidades e possibilidades, onde nem
sempre o que se espera para um melhor desenvolvimento infantil acontece
(FILGUEIRA, 2006).
Acredita-se que o trabalho com as escolinhas de esportes se realiza por meio
de uma prática pedagógica, voltada para um desenvolvimento global de seus
alunos, respeitando seus estágios de crescimento e desenvolvimento, físico e
cognitivo no qual a escola de esporte, através de sua atividade pedagógica, deve
contemplar várias possibilidades, tais como: sociais, intelectuais, motoras,
educacionais e também esportivas (SCAGLIA apud. FREIRE, PARLEBÁS, SÉRGIO,
PAES, 1996).
O processo de ensino-aprendizagem do futebol é uma função básica das
escolinhas, mas este desenvolvimento deve ser envolto pelo meio em que o aluno
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está, ou seja, de acordo com as capacidades individuais de cada aluno (SCAGLIA,
1996). O presente estudo voltou sua atenção no sentido de captar dentro da
literatura sugestões e propostas para cada fase da criança, respeitando seus limites
motores e fisiológicos.
2. OBJETIVO
Identificar as fases de desenvolvimento das crianças, de acordo com a faixa
etária e relacioná-las aos conteúdos que são aplicados no futebol. Entender como
ocorre o desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais e especificas em
crianças, de modo que ocorra a junção entre teoria e prática no processo de ensino
e aprendizagem do futebol, para que haja um melhor entendimento de qual tipo de
abordagem metodológica é melhor para o desenvolvimento das crianças.
2.1. Objetivos Específicos
� Mostrar a realidade do futebol;
� Entender a aprendizagem da criança;
� Entender o desenvolvimento da criança;
� Analisar o caráter metodológico do ensino do futebol;
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3. DESENVOLVIMENTO
3.1 Futebol
Segundo Freire (2003), o esporte é muito importante para as pessoas, cada
povo tem seu esporte que é transformando numa paixão nacional, caso do beisebol
nos Estados Unidos, hóquei no Canadá, futebol no Brasil. O Brasil e o futebol têm
uma relação muito íntima, tanto que alguns imaginam que o Brasil inventou o
futebol, mas não, foram os ingleses, os quais tempos depois passaram a apreciar a
ginga brasileira. De acordo com alguns cronistas o Brasil é “a pátria de chuteiras”,
mesmo com insucessos sociais, o futebol se torna para muitos, alegrias
inexplicáveis.
No Brasil o futebol é também encarado como uma simples brincadeira. Nota-
se pelas regiões brasileiras que ainda existem meninos jogando descalço nas ruas,
asfaltadas, de terra, pelas quadras de areia, quadras de futsal, enfim faz parte da
infância de meninos menos favorecidos economicamente (FREIRE, 2003).
Freire (2003) cita a origem do futebol brasileiro, que nasceu nas cidades, nos
chamados campos de várzeas, eram espaços livres em que as crianças brincavam e
jogavam futebol, os quais de acordo com o tempo foram desaparecendo devido ao
crescimento social, casas, indústrias, entre outros.
A história do futebol no Brasil pode ser dividida em duas fases diferentes, a
primeira fase por volta de 1894 a 1904 (fase amadora), de 1905 a 1933 (fase do
profissionalismo e a fase do reconhecimento internacional) ocorrendo a
transferências de jogadores brasileiros para diversos países (RODRIGUES, 2004).
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Em meados de 1930 o futebol brasileiro torna-se uma identidade popular, a
partir disso, jornalista e cronistas prestavam mais atenção ao aparecimento de uma
forma brasileira, rápida e de improvisações, de acordo com o que o jogo
necessitava. Essa maneira de jogar que apenas os brasileiros conseguiam aplicar
cresceu depois de 1938, os tornando “mestres da bola” (PEREIRA at. SOARES,
HELAL, SANTORO, 2004).
Segundo Soares, Helal e Santoro (2004) com relação a seleção brasileira de
1970, sempre será lembrada pelos jornais como uma seleção de tradição. O futebol
brasileiro tem dois pólos que se interligam em sua história, passado e presente,
através de narrativas que são divididas em narrativas “épicas” e complementares. A
narrativa “épica” consiste dos feitos heróicos do passado, jogos e jogadores como
Garrincha, Pelé, Zagallo. A narrativa complementar é aquela que mistura passado e
presente, ou seja, devido as glórias de antigamente há o estímulo do povo para
assistir os espetáculos de hoje. Esses craques da seleção brasileira de 1970
carregam a imagem de “futebol arte”, com suas rápidas improvisações, dribles
denominados estilo brasileiro de futebol.
O futebol no Brasil é capaz de mover uma nação que se encanta a cada
jogada, repleta de movimentos plásticos, nos quais se mostra evidente a
versatilidade que cada jogador carrega consigo, fruto de um país cenário de várias
raças. O futebol brasileiro faz parte da vida de cada cidadão, que se sente mais
brasileiro ao assistir a seleção jogar. Mesmo o país em meio a dificuldades, o campo
de futebol se torna também o campo dos sonhos, onde meninos viram heróis como
em passe de mágica e simples mortais se tornam imortais ao longo da história pelas
conquistas obtidas (RENÓ, 1999).
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Por outro lado, por este esporte ser de alto-nível, sendo considerado um
espetáculo universal, torna-se objeto de consumo dos meios de comunicação que
visam a parte lucrativa do esporte. O Brasil pode ser considerado o país do futebol e
esta paixão ultrapassa as linhas dos gramados, gerando bons lucros através de
patrocinadores, que atuam nos meios de comunicação, como a televisão, que
abrangem uma gama grande de telespectadores. Isto faz com que cada vez mais o
esporte se torne um grande negócio, que movimenta milhões e expõem os atletas
em suas vidas pessoais, a fim de que tudo vire notícia no meio esportivo. O esporte
que mais encanta multidões no Brasil se vê influenciado pela mídia, em contra
partida vê o futebol como uma caixa registradora sem levar em consideração uma
nação apaixonada, que acredita nos milagres deste jogo fantástico que é o futebol
(SANFELICE, 2001).
A mídia de forma geral tem dois papéis, um que mostrava para todas as
pessoas como é o futebol e o outro papel desempenhado pela mídia é a vantagem
financeira através do futebol que, com passar do tempo foi deixando de lado todo
processo de aprendizagem motora que pode ser obtido através do futebol (FREIRE,
2003).
3.2 Aprendizagem no futebol
O futebol no cenário brasileiro se faz presente há tempos, porém no processo
de formação de jogadores o problema central vem sendo que os profissionais não
entendem que cada indivíduo possui sua universalidade e seu tempo de resposta
ocorrendo à separação entre homem e sua natureza. O esporte proporciona aos
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seus participantes um conhecimento e domínio sobre o corpo, que permitem que
suas vivências sociais modernas sejam construídas através deste corpo. Vivemos
em meio a uma sociedade que busca cada vez mais o aperfeiçoamento deste corpo
em beneficio do esporte, contudo temos de compreender o processo que abrange a
aprendizagem motora de novos movimentos que a cada momento são criados pelos
jogadores de futebol (RODRIGUES, 2004).
O processo de aprendizagem faz parte da conduta humana e é proporcionado
pelos fenômenos de natureza biológica, sociológica e psicológica. No entanto, no
processo de aprendizagem motora procura-se entender os mecanismos decorrentes
do processo de aquisição de habilidades motoras e os fatores que os influenciam
para alcançar determinada meta (BENDA, 2006).
Ao longo da evolução das pesquisas em comportamento motor algumas
descobertas foram de grande importância para o processo de aprendizagem motora,
como na década de 70 com o aparecimento da abordagem de processamento de
informações que enfatizou entender os fatores cognitivos entre estímulo - resposta.
Por isto a abordagem de processamento de informação entende o ser humano como
um processador de informação, de modo que se realiza o ínicio da operação quando
ocorre um estímulo, que por sua vez é processado em vários estágios tendo como
“resultado” a resposta (WRISBERG, SCHMIDT, 2001).
Segundo Wrisberg e Schmidt (2001) ao ocorrer o processo de estímulo vindo
de uma informação externa ou ambiental dá-se ínicio então a três fases. Na
primeira, a identificação do estímulo, o receptor do estímulo analisa o conteúdo da
informação utilizando uma variedade de fontes para interpretá-lo, como a visão,
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audição, contato ou toque. O resultado deste estágio é considerado como uma
representação da informação ambiental.
O segundo estágio, a seleção da resposta, começa após o executante ter
absorvido informação suficiente e tem de decidir se alguma resposta deve ser dada.
Se ocorrer a decisão pela resposta, seleciona-se o movimento adequado, havendo
assim neste estágio uma tradução de várias classes que ocorre entre o estímulo
sensorial que foi identificado, é uma das várias formas possíveis de resposta de
movimento (WRISBERG, SCHMIDT, 2001).
Segundo Wrisberg e Schmidt (2001) o terceiro estágio entende-se como, após
a decisão de qual movimento será feito, esta informação é encaminhada para o
processo de programação da resposta, que por sua vez tem como função organizar
o sistema motor para produção do movimento desejado para um melhor
desempenho no seu desenvolvimento motor.
Porém na década de 80 surgiu a abordagem dos sistemas dinâmicos que é
diferente da abordagem anterior e visa à ênfase ecológica para compreender o
sistema motor, buscando compreender os princípios físicos e como eles se
interagem com as funções biológicas. Devido a relação no processo de
aprendizagem motora ser complexa entende–se que a aquisição de habilidades
motoras é por natureza um processo relativamente permanente no comportamento
motor humano (TANI, 2005).
O processo de aprendizagem motora caracteriza-se por mudança de
comportamento pelo qual o aprendiz passa de uma fase inicial (inexperiente) para
uma fase final (habilidosa). Este processo se dá devido a evolução na performance,
ou seja, um desenvolvimento de forma positiva no seu rendimento, que se
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caracteriza em um processo homeostático (equilíbrio) após várias tentativas,
ocorrendo a diminuição no número de erros identificados por meio de feedback
(BENDA, 2006).
De acordo com o que foi abordado até o momento sobre o processo de
aprendizagem motora, os profissionais que pretendem atuar no cenário do futebol
deve compreender que cada faixa etária possui suas características de
desenvolvimento e atividades, sendo prejudicial a criança ultrapassar este processo
(TANI apud. FREUDENHEIM, MEIRA JÚNIOR, CORRÊA, 2004).
Portanto, as crianças não podem ser especializadas em determinado
movimento, nas escolinhas de futebol só após as crianças terem estabelecido uma
base motora sólida é que se deve iniciar o trabalho específico, que no caso, são os
fundamentos do futebol (WEINECK, 1999).
No início o que deve ocorrer durante a aprendizagem motora da criança, é uma
preocupação em não atropelar nenhuma etapa durante o processo, proporcionando
a criança vivenciar um emaranhado de movimentos que posteriormente servirão
como base na aprendizagem da técnica específica do futebol (WEINECK,1999).
Segundo Benda (2006) a criança até atingir a puberdade não tem a capacidade
física adequada a suportar um treinamento de alto nível direcionado à perfeição da
prática, devido a este ser o período necessário para que a criança crie seu próprio
mundo de movimentos com objetivo de aplicá-los de modo correto. Por este motivo
durante a aprendizagem do movimento técnico deve se evitar a especialização de
forma precoce respeitando a faixa etária de cada criança. Devido ao processo de
aprendizagem motora relacionar-se com os estímulos oferecidos, que proporcionam
aos indivíduos passarem de inexperientes para experientes, a seguir veremos a
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importância deste estímulo no processo de desenvolvimento motor, para que
possamos entender os fatores que influenciam este processo contínuo da vida
humana.
3.3 Desenvolvimento motor aplicado ao futebol
O futebol possui regras universais, porém todos os países entendem o futebol
de acordo com suas culturas. No Brasil este modo diferente que os jogadores
contextualizam o futebol é que o transforma no que chamamos de “futebol-arte”,
devido à capacidade de criação e improvisação que nossos atletas possuem. O
futebol profissional é marcado pela busca ao alto rendimento, visando a capacidade
dos jogadores de suportar esforços. Para que este processo não seja
desencadeador de vários problemas posteriores aos atletas, necessita-se
compreender o processo de desenvolvimento motor que ocorre ao longo desta
profissão que move multidões de apaixonados (RODRIGUES, 2004).
O ato de movimentar-se faz parte de nossas vidas, da inabilidade para a
habilidade e, novamente, para a inabilidade na idade avançada (SANTOS, DANTAS,
OLIVEIRA apud. KRETCHMAR, 2004). Ainda que o significado de ficar em pé pela
primeira vez e a dificuldade em levantar-se no final da vida sejam diferentes. O
desenvolvimento motor enfoca o estudo das mudanças qualitativas e quantitativas
de ações motoras do ser humano ao longo de sua vida. Estas mudanças ocorrem
desde o momento de sua fecundação até o momento da morte (SANTOS, DANTAS,
OLIVEIRA, 2004).
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Devido desenvolvimento motor sofrer a contínua alteração no comportamento
ao longo da vida, e por tornar possível a interação entre as necessidades da tarefa,
a biologia do indivíduo e as condições do ambiente. Esta área do comportamento
motor visa analisar como ocorre o processo de desenvolvimento de habilidades
motoras desde componentes genéticos e os resultados da interação dos fatores
endógenos e exógenos no processo de capacidades motoras, não apenas com a
preocupação de observar e descrever mudanças no comportamento motor ao longo
da vida do ser humano, mas também buscando esclarecer como ocorrem estas
mudanças (GALLAHUE, OZMUN, 2005).
Partindo do princípio que habilidades denominadas básicas são vistas como o
alicerce para a aquisição de habilidades motoras especializadas, o ser humano
modifica suas ações em razão do ambiente, e a modificação deste ambiente,
conseqüentemente, muda as ações do indivíduo, estimulando-o a novas, e assim
sucessivamente. Sendo assim, o educador físico, como atua sobre corpo em
movimento, deve dar total atenção ao estudo e a perspectiva das experiências
motoras de cada indivíduo fundamentando estes estudos com relação a dados
motores, mas sem esquecer as emoções embutidas nos movimentos. O profissional
de Educação Física deve assim associar a sua profissão, a ligação de que o
ambiente e as emoções são partes essenciais do desenvolvimento motor (SANTOS,
DANTAS, OLIVEIRA, 2004).
Segundo Santos, Dantas e Oliveira (2004) o processo de desenvolvimento
motor por si só, como um ato contínuo ao longo da vida humana, sofre estímulos
que o modifica, tendo como base este pressuposto, a seguir visaremos entender o
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processo maturação que ocorre em cada faixa etária no processo de
desenvolvimento de habilidades motoras em crianças.
3.4 Desenvolvimento de habilidades motoras em crianças
O futebol vem cada vez mais despertando nas crianças a vontade de se
tornarem profissionais. Isto se deve, ao processo de transformação que o esporte
mais popular do país sofre, ao ser colocado nos meios de comunicação como vitrine
para o sucesso. Em muitos casos os clubes e treinadores visando este sucesso
financeiro ultrapassam os processos de desenvolvimento motor da criança, a fim de
se obter uma resposta imediata no que se refere ao lucro que gira no esporte, no
qual a transição de criança a ídolo nacional ocorre algumas vezes em um período
muito curto (ALCÂNTARA, 2006).
Na infância o desenvolvimento motor se caracteriza pelas inúmeras aquisições
de habilidades motoras, que proporcionam a criança o domínio sobre o corpo. Estas
habilidades motoras básicas servem como base para as habilidades motoras
específicas então se entende a importância do desenvolvimento de habilidades
motoras iniciais adquiridas na 1º e 2º infância. Contudo, fatores como as restrições
da tarefa ao organismo e meio são fatores que exercem influência sobre a aquisição
de habilidades por parte da criança (SANTOS, DANTAS, OLIVEIRA, 2004).
O processo de desenvolvimento motor da criança conta com três aspectos, à
seqüência que não indica apenas aquilo que a criança pode aprender mais as suas
necessidades; a velocidade, que varia de criança para criança; e a interdependência
entre as mudanças de habilidades simples para as complexas. Portanto, ao realizar
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o estímulo á aquisição de habilidades motoras deve-se levar em consideração o
processo adaptativo da criança para que a elaboração de combinações motoras nas
atividades sejam elaboradas da melhor forma (SANTOS, DANTAS, OLIVEIRA,
2004).
No futebol devido à variação na formação das categorias, às diferenças de
faixas etárias, idade mental, idade óssea, idade morfológica, sexual, torna-se fácil
identificar que existem exercícios e atividades diferentes para cada grupo a serem
trabalhados. Portanto, para as crianças parti-se do referencial que estas não são
adultos em miniatura, e seu acréscimo motor e psicológico acompanha o processo
de desenvolvimento (GALLAHUE, OZMUN, 2005).
Desde o nascimento, o bebê trava uma constante luta para sobreviver, onde
nos primeiros estágios sua única forma de interação com o ambiente se dá através
do movimento que basicamente se divide em estabilidade, locomoção e
manipulação (GALLAHUE, OZMUN, 2005).
Considerando que o processo de aquisição de habilidade na primeira infância é
invariável, partindo do princípio que o ritmo de criança para criança é diferente.
Devemos considerar que o fator de maturação neural não é o único influenciador no
processo de desenvolvimento motor que consiste também, em um sistema auto–
organizado que envolve a tarefa, o ambiente e o indivíduo (GALLAHUE, OZMUN,
2005).
Após o momento em que a criança observa a execução do movimento do
colega, a criança parte para tentar a imitação, sendo que se ela executar o
movimento com êxito serve como um estímulo ou “porta” para que a mesma tente
cada vez mais desenvolver o ato motor. Portanto, deve-se considerar que a
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aprendizagem se baseia na transgressão do básico para o sofisticado por tratar-se
de movimento humano, com isso a metodologia aplicada deve ser bem avaliada
(WRISBERG, SCHMIDT, 2001).
As crianças são quanto ao seu desenvolvimento imaturas e, por isso, faz-se
necessário estruturar experiências motoras significativas e apropriadas para seus
níveis desenvolvimentistas particulares. Com isso, ao entender que as crianças não
são adultas em miniaturas, e seu processo de desenvolvimento de habilidades
motoras é diferente em cada faixa etária, estabelece-se a importância de adequar a
metodologia a cada faixa etária, compreendendo as necessidades de cada criança.
Metodologia esta que deve ser adaptada ao decorrer do processo de ensino-
aprendizagem do futebol como será aprofundado no tópico a seguir (GALLAHUE,
OZMUN, 2005).
3.5 Metodologia de ensino do futebol
Historicamente, de uma forma geral, o futebol cresceu muito, rompendo
barreiras e se transformando em um fenômeno social grandioso que inclusive é
objeto de estudo de outras áreas de conhecimento como, Sociologia, Antropologia,
entre outras (NETO, 1995).
De acordo com Santos (2006), na prática do futebol, a técnica consiste na
execução de habilidades fundamentais do jogo, que podem ser aprimoradas quanto
mais cedo pelas crianças para estas desenvolverem suas técnicas. Existem outros
tipos de treinamentos para a iniciação, o aprimoramento e desenvolvimento da
técnica: recepção, domínio e condução de bola; drible e finta; passe; chute;
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cabeceio; e goleiro. Os principais fundamentos são: Domínio, passe, drible, chute e
cabeceio.
O coletivo é considerado um excelente exercício de competição, pois oferece
uma intensidade e um aprimoramento da técnica muito parecido de um jogo real de
futebol. Para ser melhor aproveitado, o coletivo deve ser utilizado nos primeiros
estágios de iniciação do futebol, pois a fixação dos elementos técnicos é essencial
no processo de aprendizagem (SANTOS at. FRISSELLI, MONTOVANI, 2006).
De acordo com Freire (2003) o futebol é uma enorme brincadeira. Porque não
aprender essa brincadeira com técnicas lúdicas e prazerosas? Ao contrário das
formas tradicionais e mecanicistas. O jogo é a forma lúdica para a realização de atos
sem compromissos objetivos (SANTOS apud. SCAGLIA, 2006).
O jogo em si demonstra ser um fator fundamental no processo de ensino-
aprendizagem devido a sua função motivacional e é o melhor indicador da evolução
dos atletas (SANTOS at. GARGANTA, 2006).
O futebol no Brasil se desenvolveu em torno de quatro brincadeiras: bobinho,
controle, repetida e pelada. Sendo que em cada região tem algumas diferenciações
no nome. Cada uma destas brincadeiras exercita uma habilidade motora, adaptada
da forma que acredita ser melhor. Talvez por isso seja fácil praticar o futebol, por
sua diversidade. A pelada, por exemplo, reúne todas as outras brincadeiras para
formar o futebol, ela desenvolve bastante a inteligência para um jogo de futebol,
existem lugares que ela é chamada de baba, racha, entre outros nomes (FREIRE,
2003).
De acordo com Freire (2003), o bobinho (os atletas em círculo, onde um deles
se encontra no meio do círculo e quando o mesmo toca a bola mudando seu trajeto
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ocorre á troca com o atleta que errou o passe) não apenas acontece no Brasil como
também já ultrapassou a fronteira. É um excelente método de treino para um dos
mais importantes fundamentos, o passe. O futebol brasileiro não gosta muito deste
fundamento, mas obrigatoriamente o faz e faz bem.
Freire (2003) relata que brincava muito de repetida, em outras cidades
chamadas de rebatida, que desenvolve o chutar, driblar e a defender. “Jogava-se
com uma meta improvisada, dois jogadores contra dois. Uma dupla realizava os
chutes a gol a outra defendia”. Se a bola fosse rebatida pelo goleiro os quatro
disputavam a bola (os dois para fazer o gol, os outros dois para evitá-lo) valia mais
do que se a bola entrasse direto no gol (FREIRE, 2003).
Já o controle é uma brincadeira que exige muita habilidade, pois a brincadeira
consiste em não deixar a bola cair no chão antes dos três passes, no mínimo e fazer
o gol. Caso os dois jogadores errem ao total de três vezes quem errou por último vai
para o gol, essa brincadeira também é chamada de três dentro três fora de acordo
com a região. Existem outros tipos de brincadeiras, porém estas eram ou são mais
utilizadas, além de malabarismos com a bola, entre outros (FREIRE, 2003).
De acordo com Santos (2006), esse método de aplicar os jogos e brincadeiras
é a forma mais prazerosa de aprender as técnicas do futebol. Além do que o aluno
aprenderá a cooperar, a ter respeito com o próximo, ser solidário e ético, ou seja, o
aluno possa ser um agente no processo ensino-aprendizagem.
Devido às escolinhas de esportes terem como função proporcionar aos seus
participantes um outro aspecto além dos fundamentos específicos de cada
modalidade, ela como qualquer outra entidade onde se envolve um processo de
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ensino-aprendizagem dá ênfase ao papel social que vai além dos gramados, que
abrange o desenvolvimento da criança como um todo (SCAGLIA, 1996).
Segundo Scaglia (1996) não cometendo grandes erros de especialização
precocemente aos alunos, seu processo de desenvolvimento terá sido menos
afetado e como conseqüência terá menos seqüelas. O profissional da área da
Educação Física utilizando-se de uma prática pedagógica em meio à ludicidade irá
proporcionar aos alunos uma melhor capacidade de contextualizar o aprendizado
obtido no campo de futebol, beneficiando em sua qualidade de vida. Evita-se
também, que as escolinhas de futebol sejam apenas um seleiro de craques e em
somente o lucro, fazendo com que o dinheiro se torne secundário em relação ao
bem estar que o esporte pode proporcionar aos alunos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido à presente revisão bibliográfica ter abordado o futebol e o seu contexto,
no qual se envolve os processos de desenvolvimento motor e sua relação no
processo de aprendizagem relativo a cada faixa etária específica, conclui-se que
devido ao aspecto cultural do futebol no Brasil, sendo intitulado o país do futebol,
aspectos relacionados ao processo de desenvolvimento de habilidades motora e
cognitiva que o esporte em si proporciona aos seus praticantes, devem ter como
principal base à faixa etária na qual se encontra os atletas, para que o processo
metodológico se encaixe nas necessidades de cada período.
No Brasil, as crianças que jogam ou praticam o futebol são vistas como
jogadores, independente de sua faixa etária. Isto se deve à história que o esporte
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carrega consigo. Portanto, cabe a cada profissional da área de Educação Física que
tem como objetivo trabalhar com este esporte, delimitar os aspectos do
desenvolvimento motor, físico e cognitivo de acordo com cada idade da criança,
para que estes processos sejam respeitados e não ultrapassem em nenhum
momento as limitações de cada faixa etária, para que não acarrete danos no
processo de desenvolvimento das crianças como um todo.
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