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Centro Tecnológico Estadual Parobé Desenho Arquitetôn ico

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Centro Tecnológico Estadual Parobé

Desenho Arquitetônico

Prof. Arq. João Luís Kugland

Introdução

O Presente material tem por objetivo orientar o aluno para a elaboração de desenhos técnicos de arquitetura. As informações contidas neste polígrafo baseiam-se em experiências profissionais, nas normas técnicas existentes e nas exigências dos órgãos públicos locais.

As informações aqui apresentadas são orientativas devendo ser respeitadas as aulas ministradas por cada professor de cada disciplina específica.

1. Material de desenho

Escalímetro

1 esquadro 45 graus médio

1 esquadro 30/60 graus médio

1 lapiseira 0.5

1 lapiseira 0.7

Borracha macia

Grafite 0.5 H e HB

Grafite 0.7 B e 2B

Transferidor simples

Compasso simples

Gabaritos de sanitários e telhas

Mata-gato

Dicas:

As lapiseiras e os grafites devem ser de boa qualidade, geralmente os caros, isso aumenta a produtividade e evita a quebradeira de grafite que no final acaba custando mais.

Os esquadros devem ser de acrílico ou outro material resistente, evitar os esquadros plásticos muito baratos.

Devemos evitar as borrachas plásticas. O resíduo dessa borracha forma um rolinho e deve ser descartado. As borrachas comuns soltam pequenos farelos que não atrapalham o desenho, pelo contrário, eles devem ficar sobre o papel, durante a elaboração do trabalho, assim os esquadros deslizam por cima dos farelos de borracha e não tocam nos resíduos de grafite evitando aquele aspecto de desenho sujo (borradão).

O mata-gato e um gabarito metálico, imprescindível para quem desenha a lápis. Apaga pequenas áreas do desenho. A Borracha consegue atuar cirurgicamente.

2. Papéis

Existem vários tipos de papeis utilizados para o desenho técnico de arquitetura. Os formatos e a gramatura podem variar de acordo com cada fabricante.

Canson 140 a 200 g/m2 ideal para desenho artístico – folha grossa – em blocos, folhas avulsas e em vários formatos.

Sulfite 50 a 160 g/m2 ideal para desenho a lápis e croquis, sem transparência - em blocos, folhas avulsas e em vários formatos.

Manteiga Ideal para croquis, com boa transparência, em blocos, folhas avulsas e em vários formatos ou rolo.

Vegetal Ideal para projeto final, com ótima transparência, em blocos, folhas avulsas e em vários formatos ou rolo.

3. Colocação do papel

A folha de papel deve ser sempre (SEMPRE) presa a mesa com durex.

Deve-se utilizar a régua paralela perfeitamente alinhada com o papel ou com as linhas do desenho quando este já estiver iniciado.

Dica: Um bom desenho é totalmente paralelo: papel, margens e projeto.

4. Formatos

As folhas em que se desenha o projeto arquitetônico são denominadas pranchas. Os tamanhos do papel devem seguir os mesmos padrões do desenho técnico. No Brasil, a ABNT adota o padrão ISO: usa-se um módulo de 1 m², cujas dimensões seguem uma proporção equivalente raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm), que remete às proporções áureas do retângulo. Esta é a chamada folha A0 (a-zero)

A0

Apesar de a normatização incentivar o uso das folhas padronizadas, é muito comum que os desenhistas considerem que o módulo básico seja a folha A4 ao invés da A0. Isto se deve ao fato de que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma pasta neste tamanho.

Do formato A0 resultarão os demais formatos de papéis:

Referência X (mm) Y (mm) a (mm)

A0 841 1189 10

A1 594 841 10

A2 420 594 7

A3 297 420 7

A4 210 297 7

A5 148 210 5

5. Letreiros (escrita)

NBR 8402 - Esta norma fixa as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes.

Para escrita nos desenhos deve-se sempre utilizar linhas guias, que são duas linhas finas, paralelas, que não precisam ser apagadas após a escrita e servem para dar alinhamento e uniformidade ao texto (letras e números).

O texto no desenho técnico pode ter vários tamanhos e intensidades (negrito). Normalmente os letreiros maiores (fontes grandes e com negrito) são utilizados para informações mais importantes e os menores (fontes pequenas e sem negrito) para as informações secundárias.

Quando chegamos frente a um desenho de arquitetura, lemos o SELO (Carimbo), abrimos o desenho, lemos o nome da planta (ex.: PLANTA BAIXA 1º PAV), lemos o nome de cada compartimento (ex.: ESTAR, DORMITÓRIO...), depois lemos o tamanho dos compartimentos (cotas), tamanho das aberturas, áreas, e outras informações do desenho.

Esta seqüência lógica de análise do desenho deve ser claramente representada através do tamanho e intensidade dos letreiros. A hierarquia das informações deve ser respeitada, iniciamos com fontes maiores e com negrito para letreiros que devem ser lidos primeiro e vamos até as fontes menores e sem negrito para os que devem ser lidos posteriormente.

Primeiro precisamos saber o nome do compartimento e depois o seu tamanho.

6. Cotas

As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, etc.. A ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa, e na dificuldade de saná-las, normalmente o responsável pela obra, extraem do desenho, as informações, medindo com o metro, à distância desejada.

É a forma pela qual passamos nos desenhos, as informações referentes às dimensões de projeto. São normalmente dadas em centímetros. Isso porque nas obras, os operários trabalham com o "metro" (trena dobrável com 2 metros de comprimento ou trena), que apresenta as dimensões em centímetros. Assim, para quem executa a obra, usuário do "metro", a visualização e aplicação das dimensões se tornam mais clara e direta. Isso não impede que seja utilizada outra unidade, desde que mantida em todo o desenho a mesma unidade.

As cotas, sempre que possível devem estar margeando os desenhos, ou seja, fora do limite das linhas principais de uma planta, corte, ou qualquer outro desenho. Isso não impede que algumas cotas sejam dadas no interior do desenho.

Normalmente nas plantas baixas colocam-se as cotas horizontais (comprimento e largura) e nos cortes as verticais (alturas). As fachadas não devem apresentar linhas de cotas e os cortes não devem apresentar cotas horizontais, salvo em casos específicos em que determinado elemento do projeto necessite ser cotado nesses desenhos.

7. Traço

Utilizaremos a esta orientação para escolha do traço (0,5mm normal), onde: 0,5mm é o diâmetro da lapiseira que pode ser 0,3; 0,5; 0,7 ou 0,9mm e normal para a intensidade do traço que pode ser leve, normal ou forte.

Linhas de contorno - ContínuasA espessura varia com a escala e a natureza do desenho,São linhas importantes e devem ser salientadas (0,7 ou 0,9mm forte).Devem ser utilizadas para salientar: terreno na situação, margem interna ou algum contorno para trazermos pro 1º plano.

Linhas internas - Contínuas

Firmes, porém de menor valor que as linhas de contorno,São linhas importantes devem ser salientadas com (0,7mm forte)Devem ser utilizadas para salientar: alvenarias nas plantas e cortes.

Linhas situadas além do plano do desenho - Tracejadastraço (0,5mm normal) representa elementos importantes além do plano de corte nas plantas ou cortes.

Linhas de eixo ou coordenadas - Traço e pontoFirmes, definidas, com espessura inferior às linhas internase com traços longos.(0,5mm normal)

Linhas de cotas – ContínuasFirmes, definidas, com espessura igual ou inferior à linhade eixo ou coordenadas, (0,5mm normal)

Linhas auxiliares – ContínuasPara construção de desenhos, guia de letras e números,(0.3 ou 0,5mm leve) não precisam ser apagadas

Linhas de indicação e chamadas - ContínuasMesmo valor que as linhas de eixo (0,5mm normal)

Linhas de interrupção de desenhoUtilizada para interromper determinada parte do desenho (0,5mm normal)

O esquema acima serve para os que escrevem com a mão direita.

8. Prancha

Ao iniciarmos um desenho devemos ter noção do tamanho de cada planta ou objeto a ser desenhado na escala utilizada, assim poderemos compor a prancha harmonicamente.

Um bom desenho não tem grandes áreas de papel em branco, pois otimiza o manuseio na obra e baixa o custo com cópias ou plotagens (que não são baratas).

Deve-se também evitar acumulo de informações e apertos nas pranchas.

A área em que se localiza o selo (A4), capa ou 1ª. Dobra, deve ser respeitada e não pode conter desenhos.

Dicas:

Pense no desenho pronto, distribua com ritmo e proporção, de preferência na ordem de visualização: Situação, Localização, plantas baixas, cortes, fachadas e detalhamentos.

Não esqueça que o desenho é lido, como qualquer livro, da esquerda para a direita e de cima para baixo.

9. Planta de Situação

A planta de situação tem a função de situar o terreno dentro do quarteirão. Ela deve conter os nomes das ruas que compõe a quadra, o polígono do terreno, as medidas do terreno conforme escritura e o norte magnético.

Normalmente se utiliza escala de 1:1000 no terreno e o quarteirão representa-se sem escala, até porque não temos os gabaritos das ruas com suas medidas exatas.

Não esqueça que o elemento principal deste desenho é o terreno, portanto ele deve ser graficado com traço mais saliente.

A unidade deve ser a mesma utilizada no projeto, se estamos usando cm, cotamos tudo em centímetros.

Nome do desenho e escala

10.Planta de localização

A planta de localização serve para localizar a construção dentro do lote (terreno), portanto o elemento mais importante desta planta é o contorno EXTERNO da construção que deve ser graficado em destaque (0,9mm forte).

Outros elementos devem obrigatoriamente acompanhar a planta de localização:

O polígono do terreno que deve constar todas suas dimensões e ângulos.

As cotas de afastamentos e dimensões da construção, todas necessárias para implantar a construção no lote.

A orientação magnética do terreno, NORTE.

Curvas de níveis, quando conhecidas através de algum levantamento topográfico.

Os níveis nas extremidades do polígono do terreno, o(s) nível(s) de implantação da construção (piso acabado), níveis do passeio nas divisas.

RN (referência de nível) que se adota com marco inicial e é utilizado para os cálculos das alturas, normalmente esse nível é obtido através dos levantamentos oficiais das prefeituras.

O RN tem que estar em qualquer ponto dentro do terreno.

Outros elementos importantes como acessos, muros, boxes...

Rebaixo do meio-fio

Elementos existentes como árvores, hidrantes, postes, caixas pluviais e cloacais e outras construções.

Marcação do meio-fio, alinhamento e recuos (ajardinamento e viário)

Nome das ruas.

Pavimentação do passeio.

Nome do desenho e escala.

11.Planta Baixa

A planta baixa normalmente é o primeiro desenho a ser elaborado na maioria dos projetos. Nela definem-se as posições dos compartimentos, seus usos, suas dimensões e as ligações entre eles.

A planta baixa é um corte horizontal de cada pavimento da construção, mais ou menos à altura de 150 cm.

A planta baixa deve conter:

As divisões internas da construção. Representadas em destaque, para que em uma olhada rápida, identifiquem-se os compartimentos do projeto. Normalmente reforçam-se as alvenarias, para acentuar essa visualização.

As aberturas internas e externas que existirem como portas, janelas e outros vãos.

Os níveis dos pisos acabados (prontos)

Os nomes dos compartimentos em destaque, as áreas, o tipo de piso (optativo) e o acabamento das paredes (optativo).

Representação diferenciada da pavimentação (pisos frios e outros).

Todas as cotas horizontais necessárias e possíveis, as medidas das aberturas e outras medidas importantes.

A posição onde passam os cortes verticais.

Equipamentos fixos como balcões, mesas, pias, lavatórios, chuveiro, bacia sanitária e outros são obrigatórios. O mobiliário não deve ser colocado no desenho arquitetônico.

Outros elementos, projeções e detalhes necessários para execução o projeto.

Dica: Lembre-se que sua planta baixa é um dos principais desenhos do projeto e normalmente ela será lida por inúmeras pessoas dentro da obra. Algumas terão mais conhecimentos que outras. Portanto, a clareza das explicações é de extrema importância. Evita consultas posteriores, tipo: - Dr. a parede da cozinha é de 15 ou 17? – Dr. qual a altura da janela do banheiro?

12.Corte

O corte é uma secção vertical do projeto. É como se cortássemos a construção em determinado local previamente marcado na planta baixa e indicássemos para que lado o observador deva olhar.

Normalmente esta secção é reta, mas ela pode ser segmentada, desviada, para mostrarmos algum elemento importante que fica aquém da linha de corte. Esta segmentação do corte deve ser também claramente marcada na planta baixa. Corte com desvio.

Estas secções são batizadas com letras, normalmente AA, BB, CC ou AA,BB, cc ou AB,CD,EF, escolha uma e seja coerente, siga a seqüência alfabética para os demais cortes.

Corte transversal é secção no menor sentido da construção

Corte Longitudinal é a secção no maior sentido da construção

Segmento de corte é uma secção de parte da construção.

O Corte deve conter:

As divisões internas da construção. Representadas em destaque, para que em uma olhada rápida, identifiquem-se os compartimentos do projeto. Normalmente reforçam-se as alvenarias, para acentuar essa visualização.

A estrutura da construção deve ser salientada.

As aberturas em corte ou vista que existirem como portas, janelas e outros vãos.

Os níveis dos pisos acabados (prontos)

Todas as cotas verticais necessárias e possíveis.

A posição onde passam outros cortes verticais (optativo).

Equipamentos fixos como balcões, mesas, pias, lavatórios, chuveiro, bacia sanitária e outros são obrigatórios. O mobiliário não deve ser colocado no desenho arquitetônico.

Outros elementos, projeções e detalhes necessários para execução o projeto.

Especificações de elementos construtivos.

13.Fachada

A fachada é a vista externa da construção, como se fosse um corte que passa fora do projeto olhando para ele.

As fachadas podem ser chamadas de frontal, lateral, fundos... ou conforme sua orientação, fachada Norte, sul, nordeste...

Cada fachada deve conter:

A vista externa representada com traços mais leves ou mais fortes, onde os mais leves são elementos mais distantes e os mais fortes os elementos mais próximos.

Representam-se os materiais de acabamentos

As aberturas

As fachadas não devem apresentar cotas verticais, salvo casos muito especiais.

A figura humana e veículos devem ser representados para dar relação de proporção. Pois temos conhecimento do tamanho de uma pessoa e assim relacionamos para termos idéia do tamanho da construção.

A vegetação serve para embelezar a fachada e mostrar que estamos também preocupados com o paisagismo externo da construção.

Dicas:

As fachadas normalmente interessam, e muito, ao proprietário. Temos que dar a noção de como a construção ficará. É importante deixá-la bem bonitinha, afinal é ele que vai nos pagar.

Evite muitas informações como: cor, texturas e uma enorme gama de materiais. É melhor uma fachada limpa e clara que uma cheia de informações, a menos que você seja um grande artista realista.

14.Planilha de Áreas

A planilha de áreas deve acompanhar o projeto arquitetônico, normalmente é inserida junto com a planta de Situação e localização, a planta 01.

Utilizaremos a planilha padrão da Prefeitura de Porto Alegre, chamada de Planilha de Controle e Registro.

A Planilha de Controle e Registro é composta por 5 campos, a saber: Campos A, B, C, D e E.

CAMPO A: Os dados referentes ao Campo A dizem respeito às informações constantes na Declaração Municipal (DM) quanto ao endereço e localização do imóvel na malha urbana. Todos os espaços deste campo devem ser preenchidos a partir das informações da DM.

CAMPO B: As informações referentes ao Campo B dizem respeito aos dados estatísticos do projeto devendo ser preenchidos aqueles contemplados no mesmo.

CAMPO C: O campo C refere-se às áreas do terreno objeto do projeto.

CAMPO D: Todos os itens do campo D correspondem aos índices previstos peloRegime Urbanístico da L.C. 434/99.

CAMPO E : O campo E refere-se aos cálculos de área do projeto arquitetônico.

15.Selo

O selo é colocado no canto inferior direito e serve para identificar o desenho.

Ele tem largura de 17,5 cm e sua altura não deve ultrapassar a 10,0 cm, pois a área imediatamente acima do selo será usada pelos carimbos dos órgão públicos.

O selo é livre e personalizado, cada profissional ou empresa cria o seu carimbo e o utiliza em todos seus projetos.

O selo deve conter:

Logo ou identificação do projetista, empresa, engenheiro, arquiteto...

Tipo de projeto, arquitetura, elétrico, estrutural...

Endereço do projeto

Local para assinatura do proprietário

Local para assinatura do projetista

Local para assinatura do executor

Nome do desenho, Planta baixa, corte, fachada...

Escala do desenho

Data que foi elaborado o desnho

Numero seqüencial do desenho.