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DOI: 10.5433/1981-8920.2014v19n1p146
DEFINIÇÃO DE METADADOS PARA RECURSOS INFORMACIONAIS: APRESENTAÇÃO DA
METODOLOGIA BEAM
DEFINICIÓN DE LOS METADATOS PARA RECURSOS DE INFORMACIONALES: PRESENTACIÓN DE LA
METODOLOGÍA BEAM
Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa Santos - [email protected]
Doutora em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação da Universidade Estadual Paulista (UNESP/Marília).
Ana Carolina Simionato - [email protected] Doutoranda em Ciência da Informação pela Universidade Estadual
Paulista (UNESP/Marília). Docente do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Felipe Augusto Arakaki - [email protected]
Graduando em Biblioteconomia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/Marília).
RESUMO
Introdução: No ambiente digital, os metadados influenciam tanto no acesso aos dados quanto na recuperação da informação e são utilizados como elementos de busca para facilitar o acesso e a recuperação de recursos na Web. Objetivo: Nessa perspectiva, o objetivo é apresentar a metodologia BEAM, desenvolvida na Biblioteca de Estudos e Aplicação de Metadados, do Grupo de Pesquisa – Novas Tecnologias em Informação, da UNESP e utilizada para definir os metadados para a descrição de recursos informacionais. Metodologia: Nesse sentido, a metodologia utilizada para a construção da pesquisa é
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exploratória e bibliográfica e foi desenvolvida tendo como base teórica o método de Chuttur (2011) e o ciclo de vida dos dados do DataONE (2012) e ainda o ciclo PDCA e a ferramenta 5W1H. Resultados: As sete etapas da metodologia são apresentadas e também as orientações necessárias para sua aplicação. Conclusões: Conclui-se apontando que a metodologia BEAM pode ser adotada por bibliotecas, no processo de construção de catálogos voltados para o atendimento das necessidades dos usuários. Palavras-chave: Metadados. Catalogação automatizada. Modelagem de catálogos. Definição de metadados. Informação e tecnologia.
1 INTRODUÇÃO
Com a expansão do uso das tecnologias de informação e comunicação e da
globalização, a geração e o uso de informações crescem exponencialmente. Nesse
contexto, faz-se necessário um tratamento adequado para as informações
registradas que facilite o seu acesso, recuperação, uso, preservação e reuso,
evitando perdas no fluxo informacional.
Grande parte da produção informacional está armazenada no ambiente da
Web, entretanto, a dificuldade no processo de acesso, de busca e de recuperação
de informações, se configuram em uma das preocupações da área da Ciência da
Informação. A partir destes pressupostos a Ciência da Informação é definida por
Borko (1968, p. 3, tradução nossa) como,
[...] uma ciência interdisciplinar que investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças que governam os fluxos e o uso da informação, e as técnicas tanto manual quanto mecânica de Processos de Informação para otimizar o armazenamento, a recuperação, e a disseminação da informação.
Assim, cabe aos profissionais dessa área, os bibliotecários, por exemplo,
desenvolver metodologias e técnicas que possam tratar a informação
apropriadamente. As metodologias e os métodos de tratamento da informação
envolvem tanto o seu tratamento temático quanto o seu tratamento descritivo, ou
seja, seu conteúdo e forma.
Os métodos, nos sistemas automatizados de indexação e de recuperação de
recursos, estão cada vez mais sofisticados. Entretanto, a relevância e a precisão das
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respostas obtidas ainda não são satisfatórias, pois apenas dados não são
suficientemente capazes para identificar um recurso informacional na Internet
(BAPTISTA; MACHADO, 2001).
Glushko (2013) diz que:
O recurso possui um sentido comum de ‘qualquer coisa de valor que pode apoiar a atividade orientada a um objetivo.’ Esta definição significa que um recurso pode ser uma coisa física, ou uma coisa não-física, informações sobre coisas físicas, ou informações sobre coisas não-físicas, ou qualquer coisa que você quer organizar. Em outras palavras, o que direciona este amplo escopo são entidade, objeto, item, e instancia. O termo documento é frequentemente utilizado para um recurso informacional, seja ele em formato digital ou analógico (GLUSHKO, 2013, p. 8, grifo do autor, tradução nossa).
O termo recurso informacional refere-se a informação objetivada no contexto
de um campo do conhecimento podendo ser apresentado em uma estrutura
analógica e/ou digital, com valor informacional que caracteriza a sua concepção
intelectual expressa na corporificação de manifestações estruturadas na forma de
itens. O recurso informacional também é nominado de: ‘item informacional’,
‘informação registrada’, ‘coisa física, ou uma coisa não-física’ e ‘artefato’.
Os recursos informacionais possuem características que requisitam um
tratamento descritivo específico para otimizar sua busca, acesso e recuperação.
Para tanto, os elementos descritivos representam as características de um recurso,
que são denominados metadados e segundo Alves (2010, p. 47), podem ser
descritos como,
[...] atributos que representam uma entidade (objeto do mundo real) em um sistema de informação. Em outras palavras, são elementos descritivos ou atributos referenciais codificados que representam características próprias ou atribuídas às entidades; são ainda dados que descrevem outros dados em um sistema de informação, com o intuito de identificar de forma única uma entidade (recurso informacional) para posterior recuperação.
No ambiente digital, os metadados influenciam tanto no acesso quanto na
recuperação da informação e são utilizados como elementos de busca para facilitar
o acesso aos dados descritivos e a localização de recursos na Web, e para que
tenham aceitação internacional e auxiliem na interoperabilidade eles devem possuir
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uma padronização.
A padronização gera uma estrutura denominada como padrão de metadados,
que segundo Alves (2010, p. 47-48) são:
[...] estruturas de descrição constituídas por um conjunto predeterminado de metadados (atributos codificados ou identificadores de uma entidade) metodologicamente construídos e padronizados. O objetivo do padrão de metadados é descrever uma entidade gerando uma representação unívoca e padronizada que possa ser utilizada para recuperação da mesma.
Os padrões de metadados garantem a possibilidade de troca de informações
entre instituições, o que é de suma importância para o processo de representação
informacional, pois sua utilização padronizada reduz o (re)trabalho na descrição de
recursos informacionais (FUSCO, 2010).
Logo, a eficiência e a eficácia dos serviços de informação também são
influenciadas pela utilização adequada de metadados, pois segundo Baptista e
Machado (2001, p. 1),
De modo a melhorar a eficácia e a eficiência dos serviços de informação, torna-se necessária a utilização de metadados semânticos. No entanto, com a utilização de diferentes metadados e estruturas de metadados pelos diversos tipos de serviços e software, o problema mantém-se. Conforme acontece em outras áreas, a padronização é um elemento chave para a utilização eficaz dos metadados.
No momento da escolha do padrão de metadados, os catalogadores não
devem considerar apenas as necessidades da instituição, mas principalmente, as
necessidades informacionais dos usuários. E é nesse momento que verifica se esse
padrão de metadados, em eleição, contempla as necessidades exigidas.
O propósito desse artigo é explicitar a importância da modelagem dos
padrões de metadados na configuração dos sistemas automatizados, bem como
apresentar uma metodologia construída sobre a definição de metadados para
diferentes tipos de recurso, descrevendo a metodologia desenvolvida na Biblioteca
de Estudos e Aplicação de Metadados (BEAM)1.
1 Biblioteca de Estudos e Aplicação de Metadados (BEAM), um projeto do Grupo de Pesquisa - Novas
Tecnologias em Informação (GP-NTI/Unesp), sob a coordenação da profª Drª Plácida L. V. Amorim
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A metodologia BEAM favorece a criação e o planejamento da modelagem de
catálogos e de sistemas informacionais subsidiando a construção de novos padrões
de metadados, caso haja necessidades específicas em um determinado domínio do
conhecimento ou necessidades específicas de um grupo específico de usuários.
No caso de criação de um novo padrão de metadados evidencia-se a
necessidade de garantia da interoperabilidade entre os sistemas para a troca
eficiente de informações. Nesse contexto, valerá colocar em prática o método
equivalência dos dados, conhecido como Crosswalking (ST. PIERRE; LAPLANT,
1998) para manter o mínimo de correspondência entre metadados em diferentes
padrões. Considera-se também, neste caso, as orientações de construção de Perfis
de Aplicação disponíveis no padrão de metadados Dublin Core (COYLE; BAKER,
2009; NILSSON; BAKER; JOHNSTON, 2008) como exemplos de extensões do
padrão Dublin Core desenvolvidas para domínios específicos.
2 METADADOS
Na década de 1960, Jack E. Myers, presidente e fundador da The Metadata
Corporation cunhou o termo metadata (metadados) para descrever conjunto de
dados que podem ser utilizados na organização, na representação e na localização
de recursos e podem ser trabalhados de diferentes formas nas gestão de recursos
informacionais e se constituem em unidades menores do que os dados que
representam (SMIRAGLIA, 2005).
As bibliotecas vêm compartilhando metadados em sistemas informatizados,
por meio do uso de esquemas e de padrões de descrição, tais como, os códigos de
catalogação e os formatos de intercâmbio de dados. O termo metadados, entretanto,
aparece com maior frequência na Biblioteconomia, na década de 80 (GILLILAND-
SWETLAND, 1999).
Os metadados explicitam os diferentes aspectos do recurso que descreve:
sua estrutura, conteúdo, qualidade, contexto, origem, propriedade e condição. E
auxiliam na organização, favorecem a interatividade, validam as identificações e
da Costa Santos com a participação de bolsistas FAPESP, CNPq, PROEX-Unesp e voluntários da graduação em Biblioteconomia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP, Campus de Marília (SANTOS; ALVES, 2014).
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asseguram a preservação e principalmente, otimizam o fluxo informacional
melhorando o acesso aos dados e a localização dos recursos informacionais.
Para descrever essas funções, Gilliland-Swetland (1999) apresentou os
metadados em cinco níveis: administrativos (gerenciamento e administração dos
recursos informacionais), descritivos (descrição e identificação de informações sobre
recursos), de conservação (conservação do recurso), técnicos (funcionamento do
sistema e comportamento dos metadados) e de uso (nível e tipo de uso do recurso).
Os objetivos da catalogação se completam com o uso de metadados na tarefa
de representação da forma e do conteúdo de um recurso informacional, pois o seu
uso pressupõe uma padronização que atuará na facilidade da identificação para o
acesso, a busca, a localização e a recuperação de recursos (HSIEH-YEE, 2006).
Contudo, é importante destacar que a catalogação é mais abrangente, não se
restringindo apenas ao tratamento descritivo da informação (TDI) e a apresentação
dos atributos de um recurso para a sua representação, sua função é de gestora na
modelagem dos catálogos e de bancos de dados para os ambientes informacionais
focados nas tarefas do usuário e os metadados são elementos integrantes dos
serviços e produtos gerados no processo de catalogação (FUSCO, 2010;
SIMIONATO, 2012).
Nesse sentido, os catálogos e bancos de dados necessitam de um
planejamento que considere desde a camada mais interna, a camada intangível, até
a camada de apresentação, a camada tangível, aquela a que o usuário tem acesso
ao uso, considerando que a “[...] estrutura de representação de recursos
informacionais encontra-se na camada intangível dos sistemas de informação e ao
usuário o acesso se dá na camada aparente do sistema: na camada de
apresentação.” (SANTOS, 2010, p. 222).
Na implementação de metadados, deve ser realizada uma análise de
domínio, ou seja, devem ser criadas estruturas que garantam a utilização de
padrões de descrição e que favoreçam a interpretação de cada metadado. Sendo
que esses metadados atuarão como possíveis pontos de acesso tanto ao recurso
isoladamente, quanto aos seus relacionamentos com outros recursos
informacionais.
Nessa perspectiva e na busca por diminuir as anomalias no sistema, o
modelo conceitual Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) é
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apresentado como uma orientação para a definição de requisitos funcionais na
construção de registros bibliográficos, durante a etapa de abstração na modelagem
de catálogos e bancos de dados bibliográficos.
Na modelagem dos catálogos será necessário definir a camada intrínseca, de
persistência dos dados, e nela estarão estabelecidas as propriedades e níveis de
descrição, as características de representação do domínio de conhecimento, as
características do tipo de suporte e a padronização adotada, considerando o que se
intenciona oferecer aos usuários.
A camada da persistência dos dados é aquela onde se garante o
armazenamento não-volátil de dados e é de grande relevância para o tratamento
descritivo da informação (TDI), pois ela estabelecerá a consistência e a integridade
que se requer na descrição do recurso de modo que seu registro descritivo possa
ser inserido em diferentes contextos. (SIMIONATO, 2012).
Ou seja, nessa camada os metadados têm como função a representação das
entidades definidas na abstração para a modelagem conceitual do sistema e os
atributos têm como objetivos atender os requisitos definidos na construção do
catálogo, pois os modos de representação também interferem na capacidade de
identificação do registro.
3 METODOLOGIA PARA A DEFINIÇÃO DOS METADADOS
A definição dos metadados para catalogação de recursos informacionais, visa
à escolha dos elementos necessários para descrever os diferentes tipos de
recursos.
Essa atividade tem como objetivo definir os elementos descritivos que farão
parte do registro que representa cada item que compõe o acervo de uma
determinada instituição e assim promover a gestão de acervos e de coleções
pautada nos objetivos institucionais, no domínio do conhecimento e nas tarefas do
usuário.
O processo é trabalhoso, mas traz grandes benefícios para a catalogação,
evitando ambiguidade na descrição e equívocos na escolha do software para a
gestão de bibliotecas.
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O Quadro 1 apresenta alguns métodos para a definição de metadados.
Quadro 1 - Métodos para definição dos metadados
Fonte: Autores.
No estudo realizado e que gerou a síntese apresentada no Quadro 1, nota-se
que não foi identificado um método bem definido e conciso que oriente a definição
de metadados. Na busca por uma metodologia para a definição de metadados o
modelo utilizado pelo grupo Data Observation Network for Earth (DataONE) parece
oferecer alguns subsídios para a continuidade dos estudos. O DataONE é uma
fundação cooperativa, com financiamento da National Science Foundation EUA
(NSF) e que tem por objetivo servir de base para uma ciência inovadora que respeite
as necessidades da sociedade para o acesso aberto aos dados.
A Figura 1, apresenta o ciclo de vida dos dados na perspectiva do
pesquisador segundo o DataONE (2012) e oferece uma visualização para uma
proposta de gerenciamento.
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Figura 1 - Ciclo de vida de dados na perspectiva de um pesquisador
Fonte: DATAONE (2012, p. 3, tradução nossa).
O ciclo corresponde ao gerenciamento de dados e cada uma das partes que
compõe esse ciclo é considerado como um processo que deverá ser respeitado
durante a definição dos metadados. Os processos para o gerenciamento, segundo o
DataONE (2012, p. 4) são:
● Planejar: processo inicial da definição, é nele que se criam estratégias e
maneiras de como os dados serão coletados e gerenciados, pensando na
forma em que serão acessados e em quanto tempo durará a definição.
Considera-se, nesse processo, que uma série de padrões podem auxiliar
na definição dos metadados: os elementos podem ser adicionados
conforme às necessidades apresentadas pelo domínio, pelos usuários e
pela própria instituição. Nessa fase, poderá ser utilizado um plano de
ação, com um conjunto de questionamentos:
� Quem?: A pessoa e/ou organização responsável pela coleta e
tratamento dos dados;
� O que?: Os parâmetros medidos ou observados e quais são as
unidades de suas medidas ou resultados;
� Quando?: A descrição das características temporais de seus dados
(por exemplo, o tempo de suporte, espaçamento e extensão);
� Onde?: A descrição das características espaciais de seus dados e
os detalhes para a sua implantação;
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� Como?: Os métodos utilizados (por exemplo, instrumentos de
análise);
� Por quê?: O objetivo do estudo e da definição dos metadados;
� Qualidade?: Os dados descritos interferirão na qualidade e/ou
ajudarão outros a determinar se seus dados estão aptos para o fim
ou não.
● Coletar: processo de coleta e de organização dos metadados realizado
manualmente e mapeado de forma que sejam mais fáceis de observar os
dados;
● Garantir: processo de controle de que todos os dados foram corretamente
coletados;
● Descrever: processo de transcrição dos dados, exatamente como se
apresentam e a utilização dos metadados apropriados para cada recurso;
● Preservar: processo em que os dados são submetidos a um arquivo
adequado para sua preservação por um longo prazo (por exemplo, um
banco de dados);
● Descobrir: processo de identificação dos dados potencialmente úteis,
localizáveis e recuperáveis, juntamente com a informação relevante;
● Integrar: processo de integrar os dados com fontes diferentes para que
sejam combinados, de modo que se mantenha a interoperabilidade;
● Analisar: processo final e, ao mesmo tempo, o recomeço, é a fase em que
tudo o que foi planejado passa por uma revisão para verificar se as
necessidades definidas foram atendidas.
Na revisão da literatura e na análise do ciclo de vida dos dados (DATAONE,
2012) destaca-se que o método de Chuttur (2011), apresentado na figura 1, que
orienta a definição de metadados em cinco fases: planejamento, análise do recurso,
seleção de esquemas apropriados, criação de diretrizes de uso e de geração
registros de metadados, não se faz suficiente.
Nesse sentido, apresenta-se a metodologia BEAM, desenvolvida tendo como
ponto de partida o método de Chuttur (2011) e o ciclo de vida dos dados do
DataONE (2012) apresentados anteriormente, e ainda o ciclo PDCA do método de
gestão organizacional (CAMPOS, 1997, 2002, 2004) e a ferramenta de qualidade
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5W1H, que serão apresentaremos a seguir.
O ciclo PDCA é utilizado para o planejamento e a análise de processos de
produção e de serviços. Ele se constitui em quatro fases, correspondentes às letras
de sua sigla: to Plan, to Do, to Check e to Act, traduzidas para o português como:
planejar, fazer, avaliar e agir, descritas como:
● Planejar: elaboração do plano de ação traçando estratégias e ações para
resolver o problema ou atingir metas;
● Fazer: execução do plano de ação;
● Avaliar: verificação dos resultados esperados;
● Agir: correção e padronização dos processos avaliados.
Em conjunto do ciclo PDCA, propõe-se a utilização da ferramenta de
qualidade 5W1H na fase do planejamento. O método consiste em organizar cada
uma das atividades previstas no plano de ação, de modo a orientar os integrantes a
responderem cada uma das questões, o que permitirá maior clareza das fases que
serão desenvolvidas.
A ferramenta 5W1H consiste em apresentar respostas para algumas questões
como apontado no modelo do DataONE, a partir das seguintes palavras-chave:
� What - O que será feito e quais serão os itens de controle qualidade
(etapas);
� When - Quando e com que frequência cada uma das tarefas deverá ser
executada (tempo);
� Where - Onde cada uma das etapas será executada (local);
� Who - Quem realizará as tarefas (responsabilidade);
� Why - Por que a tarefa deve ser executada (justificativa);
� How - Como deverá ser realizada cada tarefa e/ou etapa, como exercer o
controle, indicar grau de prioridade para ação de cada um (método).
O estudo desses métodos orientou a definição dos metadados para a
Biblioteca de Estudos e Aplicação de Metadados (BEAM) e a construção de uma
metodologia que se inicia no planejamento do catálogo com a apresentação de um
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registro descritivo para os recursos disponíveis, contemplando o maior nível de
descrição possível e que pode ser elemento importante na decisão de escolha de
um software de gerenciamento para bibliotecas.
Nesse contexto, a metodologia desenvolvida compreende sete etapas:
1. Planejar – definição dos objetivos e análise de necessidades a partir das
respostas para as perguntas do método 5W1H. Elaborar o plano de ação
traçando estratégias e ações para definir os metadados e atingir metas;
2. Executar – execução do plano de ações. Compreender claramente os
objetivos institucionais e a complexidade dos recursos a serem
representados, suas especificidades e identificação da existência de
padrões de metadados para o mesmo propósito;
3. Seleção de esquemas para a definição de metadados – análise dos
padrões de metadados atualizados e com abrangência de utilização nas
instituições. Comparar os instrumentos de descrição previamente
determinados. Identificar os elementos comuns nos esquemas, padrões e
formatos de descrição. Criar elementos que garantam a especificidade do
recurso;
4. Criar diretrizes de uso – elaboração das diretrizes de uso para a
instituição, a partir do mapeamento dos dados realizado na etapa anterior,
apontando a organização dos elementos e a correspondência dos
metadados definidos, o esquema descrição de recursos e o formato de
intercâmbio de dados;
5. Gerar registros de metadados – construção de registros de metadados;
6. Avaliar – análise de todos os pontos definidos na etapa do planejamento
verificando os resultados esperados. Revisar todo o processo de definição
dos metadados até alcançar o pressuposto inicial;
7. Ação para correções – correção resultante da análise e da padronização
dos processos avaliados.
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Quadro 2 - Metodologia BEAM
Fonte: Autores.
As etapas propostas se deram a partir do estudo dos diferentes tipos de
recursos informacionais da BEAM: artigos científicos e livros, impressos ou em
formato eletrônico.
Os esquemas de descrição utilizados para análise e definição dos metadados
para a descrição dos recursos da BEAM foram: Anglo-American Cataloguing Rules,
second edition (AACR2r), International Standard Bibliographic Description (ISBD) e
Resource Description and Access (RDA) e o formato de intercâmbio de dados
bibliográficos: Machine Readable Cataloging (MARC 21).
Vale ressaltar que não foi utilizado o padrão de metadados Dublin Core nesse
trabalho, pois o propósito desse padrão é para uso geral e seus quinze elementos já
são contemplados nos esquemas de descrição utilizados para a análise.
Na análise foi realizado um mapeamento das áreas do AACR2r, das zonas
das ISBDs e das orientações RDA. Além dos campos e subcampos do formato
MARC21 considerando também os metadados administrativos.
Essa etapa favoreceu a definição adequada dos atributos para a garantia de
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especificidade de diferentes tipos de itens informacionais, revelando, em algumas
situações, a necessidade da inclusão de atributos não contemplados nos
instrumentos convencionais da catalogação, mas que são necessários para a melhor
descrição do recurso.
Contudo, ressalta-se que os instrumentos para orientações de descrição são
utilizados para a definição dos metadados e também são diretamente relacionados
ao tipo de recurso informacional a ser representado, ao domínio de conhecimento e
às políticas institucionais, o que evidencia a importância do trabalho realizado nas
três primeiras etapas da metodologia BEAM.
A elaboração de um manual de decisões é necessária, pois, nele são
registradas todas as decisões do processo, os metadados definidos para a descrição
dos diferentes tipos de recurso, o vocabulário controlado a ser utilizado, os registros
de autoridade, além de diretrizes para o preenchimento dos valores dos metadados.
Por fim, a criação dos registros descritivos que representam o recurso em um
software que suporte as necessidades informacionais da instituição. No caso da
BEAM, a opção mais adequada foi o sistema Koha Integrated Library System, um
software Open Source para o gerenciamento de bibliotecas, que em sua base de
dados possibilita a modelagem dos metadados e a criação templates com os
metadados definidos para cada tipo de recurso que se tenha a necessidade de
representar.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os ambientes informacionais digitais são caracterizados por um volume
crescente na geração e uso de informações e no armazenamento de recursos,
volume esse, que requer um tratamento especifico que otimize a utilização dos
recursos, facilite o intercâmbio de dados, oportunize a interoperabilidade entre
sistemas, garanta a consistência, a preservação dos dados armazenados e, de
modo especial, ofereça eficiência na localização da informação desejada e na
recuperação do recurso escolhido.
Nesse contexto, os metadados se configuram como peças fundamentais que
influenciam tanto no acesso aos dados quanto na busca da informação, como
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também na localização de recursos e em sua recuperação, principalmente, aqueles
disponíveis na Web.
A metodologia BEAM, desenvolvida na Biblioteca de Estudos e Aplicação de
Metadados, no interior do Grupo de Pesquisa – Novas Tecnologias em Informação,
da Unesp, para a definição de metadados para a catalogação de recursos
informacionais apresenta-se como um importante instrumento para o planejamento
de catálogos e bancos de dados, no processo de catalogação em uma biblioteca
que se propõe à construção de registros com um alto nível de descrição para a
representação qualificada de seus recursos e que tem seus objetivos voltados para
as tarefas do usuário.
REFERÊNCIAS ALVES, RACHEL CRISTINA VESÚ. Metadados como elementos do processo de catalogação. 2010. 132 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação)– Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2010. Disponível em: <http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/alves_rcv_do_mar.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2013.
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Title
Metadata definition for informational resources: presentation of methodology BEAM
Abstract Introduction: In the digital environment, metadata influence both in data access and information retrieval and are used as search elements to facilitate locating resources on the Web. Objective: In this perspective, the aim is to present the methodology BEAM, developed in Biblioteca de Estudos e Aplicação de Metadados, of the Research Group “Novas Tecnologias em Informação” in Universidade Estadual Paulista and used to define the metadata for describing information resources. Methodology: The methodology used for the construction of the research is exploratory and bibliographic and was developed based on the theoretical method Chuttur (2011) and the life cycle of data from the DataOne (2012) and also the PDCA cycle and tool 5W1H . Results: The seven steps of the methodology are presented and also the necessary guidelines for their implementation. Conclusions: We conclude pointing BEAM methodology that can be adopted by libraries in the construction of catalogs aimed at meeting the needs of users. Keywords: Metadata. Automated cataloging. Modeling catalogs. Metadata definition. Information and technology.
Titulo
Definición de los metadatos para recursos de informacionales: presentación de la metodología BEAM
Resumen Introducción: En el entorno digital, metadatos influyen el acceso a los datos y recuperación de la información y se utilizan como una búsqueda de elementos para facilitar la localización de los recursos en la Web. Objectivo: En esta perspectiva, el objetivo es presentar la metodología BEAM, desarrollado en la Biblioteca de Estudos e Aplicação de Metadados, del Grupo de Investigación - Novas Tecnologias em Informação, de la Universidade Estadual Paulista y se utiliza para definir los metadatos para la descripción de recursos informacionales.
Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa Santos; Ana Carolina Simionato; Felipe Augusto Arakaki Definição de metadados para recursos informacionais: apresentação da metodologia BEAM
Inf. Inf., Londrina, v. 19, n. 1, p. 146 – 163, jan./abr. 2014. http:www.uel.br/revistas/informacao/
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Metodología: En este sentido, la metodología utilizada para la construcción de la investigación es exploratoria y bibliográfica, y fue desarrollado en base al método teórico Chuttur (2011) y el ciclo de vida de DataOne de datos (2012), así como el ciclo PDCA y la herramienta 5W1H. Resultados: Los siete pasos de la metodología se presentan, así como las orientaciones necesarias para su aplicación. Concluciónes: Concluye señalando metodología BEAM que puede ser adoptado por las bibliotecas, en la construcción del catálogos destinados a satisfacer las necesidades de los usuarios. Palabras clave: Metadatos. Catalogación automatizada. Modelado del catálogo. Definición de metadatos. Información y tecnología.
Recebido em: 19.06.2013 Aceito em: 25.02.2014