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Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
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Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma
fábrica de produção de carroçarias na
CaetanoBus, S.A.
Ricardo Jorge Moutinho Fevereiro
Dissertação de Mestrado
Orientador na FEUP: Professor Armando Leitão
Orientador na CaetanoBus, S.A.: Engenheiro Jorge Rodrigues
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão
2012-06-29
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
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Aos meus pais, irmãos,
à Liliana e ao Rodrigo.
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Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
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Resumo
Numa fase particularmente delicada para a economia nacional e internacional, as empresas lutam
para se adaptar às crescentes mudanças económicas e sociais. De modo a que seja possível
sobreviver num mercado cada vez mais global, e com uma concorrência cada vez mais atenta e
agressiva, revela-se fundamental para as empresas atingirem mercados que estejam numa fase de
pura expansão económica. O mercado Asiático, nomeadamente, o mercado chinês é, sem
qualquer dúvida, um desses mercados.
Neste contexto, foi sugerida a realização de um projeto, que tem como âmbito a definição de um
layout e respetivos fluxos de produção e capacidades produtivas de uma nova fábrica de
produção de carroçarias na China.
Apesar de se tratar de uma nova unidade fabril, existiram limitações em termos de layout, que
tiveram que ser respeitadas, dado que já existia um layout inicial. Esse primeiro layout já tinha
identificada a localização da secção de pintura e das secções de acabamentos e estrutura. Sendo
que seria necessário definir a localização do bordo de linha, postos de trabalho, etc. Recorrendo a
um processo de benchmarking, pretendeu-se implementar as melhores práticas já existentes na
CaetanoBus, procedendo-se a melhorias, sempre que houvesse oportunidade.
Todo o processo se baseou em conceitos já conhecidos e tidos como excelentes práticas no
mundo empresarial, tais como Normalização de trabalho, Kaizen, Lean e Envolvimento das
Pessoas.
A implementação desta nova fábrica far-se-á em três fases de investimento, sendo que nesta
dissertação foi abordada essencialmente a primeira fase de investimento. Nesta fase a
CaetanoBus pretende construir autocarros Cobus 3001 sobre chassis C5.
A nova fábrica apenas irá montar as unidades. Serão enviados kit´s CKD’s, para posterior
montagem na nova fábrica. Com base neste pressuposto foi necessário definir a forma de envio
destes kit’s, e a forma como se faria o abastecimento à linha dos materiais.
Numa primeira fase foi feito o levantamento dos processos de fabrico, dos materiais e
equipamentos necessários para a produção de uma unidade Cobus. Foi também necessário
proceder a um levantamento das tarefas inerentes ao fabrico deste modelo, bem como os
respetivos tempos de produção, tanto nas secções de acabamentos e estrutura, como na secção de
pintura. Após este levantamento, foi realizado o balanceamento da nova linha de produção, com
base no takt time pretendido.
Foi necessário pensar como seria realizada a formação dos novos colaboradores, nesse sentido e
de forma a facilitar a formação dos futuros colaboradores, foram criados standards de trabalho e
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instruções de trabalho para as principais tarefas a executar.
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Abstract
In a particularly delicate stage for national and international economy, companies struggle to
adapt to increasing economic and social changes. So that you can survive in an increasingly
global market, with competition becoming more attentive and aggressive, become vital for
businesses to reach markets that are in a pure phase of economic expansion. The Asian market,
particularly the Chinese is undoubtedly one of those markets.
In this context, it was suggested to develop a project, which is within the definition of a layout
and respective flows of production and productive capacity of a new factory bodywork
production in China.
Although this is a new plant, there were limitations in terms of layout, which had to be respected,
since there was already an initial layout. This first layout had already identified the location of
the section of painting and finishing sections and structure. Since it would be necessary to define
the location of the line side, jobs, etc.. Using a benchmarking process, we sought to implement
the best practices existing in CaetanoBus, proceeding to improvements, whenever there was
opportunity.
The whole process was based on concepts already known and seen as excellent practice in the
business world, such as standardization of work, Kaizen, Lean and Involvement of People.
The implementation of this new plant will be make in three phases of investment, and this thesis
has been addressed mainly the first phase of investment.
In this first phase of investment, CaetanoBus intends to build on chassis C5 buses Cobus 3001.
At this stage of production, the new plant will only assemble the units. CKD kits will be shipped,
for later assembly at the new plant. On this basis it was necessary to define how to send these
kits, and how they would supply the production lines.
In the first phase was conducted a survey of all manufacturing processes, materials and
equipment needed to produce one unit Cobus.
It was also necessary to conduct a survey of tasks in the manufacture of the model and the
respective production times, both in structure and finishing sections, as in the paint shop. Upon
this survey was conducted the balance of the new production line, based on the desired takt time.
It was necessary to think how accomplished the training of new employees, and accordingly in
order to facilitate the training of future employees, raised standards of work and work
instructions for key tasks.
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Agradecimentos
Aos meus Pais por toda a formação moral e pessoal e apoio que me deram ao longo deste tempo
e por toda a crença que depositaram em mim. Aos meus irmãos por todo o apoio e carinho. Por
todo o carinho e apoio aos meus avós e aos meus tios, Maria e Carlos.
Um agradecimento especial à Liliana pelo apoio em todos os aspetos e ao Rodrigo que foi a
minha inspiração no último ano.
Um especial agradecimento ao Eng. Jorge Rodrigues pelo desafio e pela oportunidade que me
deu de participar neste projeto.
Um muito obrigado ao Eng. Armando Leitão pela orientação.
Aos meus amigos e colegas da residência Novais Barbosa pela paciência e amizade, sobretudo
um obrigado ao Pedro e à Li, ao Jorge e ao Filipe.
À Vanessa pelo apoio e ensinamentos, à Rita, ao Rui e aos meus colegas da CaetanoBus, Vítor,
Zé e Juan.
Por todo o apoio e amizade, um agradecimento especial ao Zé Manel.
Os meus agradecimentos a todas as pessoas da CaetanoBus que estiveram diretamente
envolvidas neste projeto.
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Índice de conteúdos
Capítulo I - Introdução .................................................................................................................. 10
1. 1. Apresentação da Empresa .............................................................................................. 11
1.1.1. Grupo Salvador Caetano .............................................................................................. 11
1.1.2. CaetanoBus, S.A. ......................................................................................................... 11
1.2. Objetivo do Projeto ......................................................................................................... 12
1.3. Organização e temas abordados ..................................................................................... 13
Capítulo II - Revisão da literatura ................................................................................................. 14
2.1. Lean ................................................................................................................................ 14
2.1.1. Ferramentas Lean ........................................................................................................ 15
2.2. Princípios Kaizen ............................................................................................................ 16
2.2.1. Gemba .......................................................................................................................... 17
2.2.2. Eliminação de desperdícios (Muda) ............................................................................ 18
2.2.3. Envolvimento das pessoas ........................................................................................... 19
2.2.4. Normalização – SDCA e PDCA .................................................................................. 19
2.2.5. Standard Work ............................................................................................................. 20
2.2.6. Standards Visuais ........................................................................................................ 21
2.3. Balanceamento de uma linha de produção ..................................................................... 21
2.3.1. Medição de trabalho .................................................................................................... 22
2.3.2. Curvas de experiência .................................................................................................. 23
2.3.4. Quadro Yamazumi ....................................................................................................... 23
2.4. Layout ............................................................................................................................. 24
2.4.1. Objetivo do Layout ...................................................................................................... 25
2.4.2. Etapas para a elaboração de um layout ........................................................................ 26
2.5. Bordo de Linha ............................................................................................................... 26
2.6. Mizusumashi ................................................................................................................... 27
2.7. Benchmarking ................................................................................................................. 28
2.7.1. Fases do Benchmarking ............................................................................................... 29
2.7.2. Benefícios Benchmarking............................................................................................ 29
2.8. CKD (Complete Knock-Down) ...................................................................................... 29
Capítulo III – Processos de Fabrico Cobus 3001 .......................................................................... 31
3.1. Cobus 3001 ..................................................................................................................... 31
3.2. Linha Cobus (CaetanoBus) ............................................................................................. 32
3.3. Secção de Pintura (CaetanoBus)..................................................................................... 33
3.4. Estudo do tempo e tarefas ............................................................................................... 35
3.4.1. Estudo do tempo - Linha COBUS ............................................................................... 35
3.4.2. Estudo do tempo – Secção de Pintura ......................................................................... 37
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3.5 Takt Time da Linha de Produção .................................................................................... 37
3.6. Tempos Standard ............................................................................................................ 38
3.6.1. Linha Cobus ................................................................................................................. 38
3.6.2. Secção de Pintura......................................................................................................... 39
Capitulo IV - Nova Unidade Fabril ............................................................................................... 40
4.1. Layout inicial (China) ..................................................................................................... 40
4.2. Número de postos no Layout Final (Linha Cobus) ........................................................ 41
4.3. Macro -Tarefas Cobus 3001 C5 ...................................................................................... 42
4.4. Balanceamento das Tarefas por operador (Linha Cobus) ............................................... 43
4.5. Balanceamento das Tarefas por operador (Secção de pintura) ....................................... 45
4.6. Instruções de trabalho (One point Lesson) ..................................................................... 47
4.7. Definição do Layout da unidade fabril na China ............................................................ 49
4.8. Design da Linha 1 (COBUS) na nova unidade fabril ..................................................... 50
4.9. Layout da Secção de Pintura ........................................................................................... 51
Capítulo V - Logística interna ....................................................................................................... 51
5.1. Bordo de linha ................................................................................................................ 51
5.2. Abastecimento ................................................................................................................ 52
5.3. Picking ............................................................................................................................ 54
5.3.1. Materiais a enviar da CaetanoBus em Portugal ........................................................... 54
5.3.2. Materiais comprados diretamente na zona da Ásia ..................................................... 55
Capítulo VI - Conclusões e Projetos Futuros ................................................................................ 56
7. Bibliografia ........................................................................................................................ 58
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Siglas
CACP – Caetano Components
CKD – Complete Know Down
IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação
OPL – One Point Lesson
PDCA – Plan, Do, Check, Act
PRD - Produção
QAS – Qualidade
SDCA – Standardise , Do, Check, Act
SMED – Single Minute Exchange of Die
TPM – Total Productive Maintenance
TQM – Total Quality Management
TPS – Toyota Production System
WIP – Work in progress
Abreviaturas
Eq. – Equação
Séc. – Século
Eng.- Engenharia
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Índice de figuras
Figura 1 – Cobus C5 3001 14
Figura 2 – Evolução Lean 15
Figura 3 – Divisão funcional Vs Sistema global 17
Figura 4 – Os 7 tipos de Muda 19
Figura 5 – Ciclos PDCA e SDCA 21
Figura 6 - Exemplos de gestão visual 22
Figura 7 – Quadro Yamazumi 25
Figura 8 – Corredor logístico com um sentido 29
Figura 9 – Corredor logístico com dois sentidos 29
Figura 10 – Capacidade de transporte COBUS 3001 Vs Autocarro convencional 32
Figura 11 – Secção 026 (Cobus) na CaetanoBus 33
Figura 12 – Layout da secção 026 (Cobus) na CaetanoBus 33
Figura 13 – Operações na secção de pintura (COBUS 3001 – Standard) 34
Figura 14 – Afetação de tarefas por dia, na secção de pintura (COBUS 3001 – Standard) 34
Figura 15 – Layout da secção de Pintura (CaetanoBus) 36
Figura 16 – Standards de Pintura - Tratamento Inferior 40
Figura 17 – Layout inicial 41
Figura 18 – Número de Postos 43
Figura 19 – Distribuição das operações por dia, na secção de pintura (1 Turno) 47
Figura 20 – Distribuição das operações por dia, na secção de pintura (Final) 48
Figura 21 – Exemplo de OPL 50
Figura 22 – Layout (linha 1) 51
Figura 23 – Layout (secção pintura) 53
Figura 24 – Bordo de linha – posto 1 54
Figura 25 – Flat Rack 40 55
Figura 26 – Hight Cube – 40 56
Figura 27 – Picking de material na nova unidade fabril 57
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Índice de Quadros
Quadro 1 – Tarefas / Posto /Operador 46
Quadro 2 – Número de operadores Pintura 47
Quadro 3 – Número de operadores Pintura (final) 48
Índice de Gráficos
Gráfico 1 – Número de operadores por posto 44
Gráfico 2 – Percentagem de ocupação por posto 45
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Capítulo I - Introdução
No âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão da Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto foi proposta a realização de um projeto, na empresa
CaetanoBus, S.A. O desafio proposto foi desenvolver um projeto em ambiente empresarial,
aplicando conhecimentos adquiridos ao longo do percurso académico.
1. 1. Apresentação da Empresa
1.1.1. Grupo Salvador Caetano
O Grupo Salvador Caetano surgiu da sociedade criada em 1946 por Salvador Caetano, o seu
irmão Alfredo Caetano e Joaquim Martins. Esta sociedade veio a desmembrar-se algum tempo
mais tarde, ficando sob a responsabilidade de Salvador Caetano.
Já nas mãos de Salvador, a empresa tornou-se pioneira em Portugal na técnica de construção
mista, utilizando perfis de aço e de madeira, no fabrico de carroçarias de autocarros. Em 1955
introduziu também, de forma pioneira, o fabrico de carroçarias integralmente em metal. A
empresa conquistou rapidamente a confiança de clientes importantes.
Em 1968, a Salvador Caetano torna-se representante exclusivo da Toyota em Portugal. Um ano
depois, em 1971, ergueu a primeira unidade industrial de montagem de automóveis em Ovar, e,
em apenas dez anos, atingiu a montagem de 100 mil viaturas. A empresa expandiu-se, primeiro,
por todo o país, e posteriormente, pelo estrangeiro.
Em 1966, a Salvador Caetano já tinha adquirido 50 empresas nos mais variados setores de
actividade. Foi em 1998 que a Salvador Caetano passou a comercializar marca Premium, Lexus,
em Portugal.
1.1.2. CaetanoBus, S.A.
―A CaetanoBus é uma empresa de fabricação de carroçarias e veículos para o transporte público
de passageiros‖ (www.caetanobus.pt)
A CaetanoBus foi fundada em 2002 como resultado de uma parceria entre os Grupos Salvador
Caetano e Daimler Chrysler que nela participam através das suas representadas Saltano SGPS
(74%) e Evobus Portugal (26%), a CaetanoBus integrou na sua estrutura a Divisão Fabril de
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Gaia, até então pertencente à Salvador Caetano.
Em Janeiro de 2010, o Grupo Salvador Caetano adquiriu a totalidade das ações da empresa
alemã e passou a controlar totalmente a CaetanoBus.
Tratando-se de uma empresa com uma história recente, conta, no entanto, com a larga
experiência adquirida ao longo de 50 anos de atividade desenvolvida na Divisão Fabril de Gaia.
Com uma área de cerca de 150.000 m2, cerca de 50.000 m
2 dizem respeito à área fabril. As
carroçarias produzidas pela CaetanoBus são montadas sobre chassis de várias marcas e com
diferentes especificações, definidas pelos clientes, pelo que o leque de carroçarias abrange
segmentos distintos, como são os casos dos segmentos Turismo, Interurbano e Aeroporto.
O destino da maioria dos produtos da empresa é a exportação, salientando-se os mercados
Alemão, Inglês e Espanhol
Atualmente, a empresa está numa fase de conquista de novos mercados, nomeadamente os
mercados Asiático e do Médio Oriente.
O aumento sustentado da capacidade competitiva, o respeito pelos parceiros de negócio e o gosto
pela inovação, são outras caraterísticas da CaetanoBus, uma empresa que se orgulha de ser social
e ambientalmente responsável.
1.2. Objetivo do Projeto
Num contexto mundial de crescente globalização e consequente crescimento de competitividade
e convergência de mercados, não mais limitados por fronteiras, são exigidas às empresas um
aumento dos níveis de serviço, da qualidade e da resposta à necessária redução de preços. As
crescentes exigências dos clientes, no final de cadeias de valor, vêem-se reflectidas num
subsequente aumento de rigor sobre o desempenho de processos dessas mesmas cadeias. Apenas
poderão sobreviver as empresas que, consciencializando-se das novas regras de jogo, se
empenharem em desenvolver sistemas de produção flexíveis, capazes de corresponder a
crescentes desafios bem como expandir-se para outros mercados.
Neste contexto, a CaetanoBus decidiu envolver-se num projeto de construção de uma nova
Fábrica de Carroçarias. A presente dissertação tem como objetivo a definição de um layout para
essa nova fábrica, bem como determinar os respetivos fluxos e capacidades produtivas.
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O objetivo do projeto passa por fazer uso de todo o know how existente na CaetanoBus,
identificar possíveis oportunidades de melhoria e fazer benchmarking de todos os processos
produtivos.
O projecto de investimento desta unidade fabril vai ser desenvolvido em 3 fases distintas, sendo
que a cada uma das fases de investimento corresponde uma linha de produção diferente. Esta
dissertação apenas terá em conta a primeira fase de investimento. Nesta fase a empresa propõe-se
construir autocarros Cobus 3001, sobre chassis C5.(Figura 1)
Figura 1 – Cobus C5 3001
1.3. Organização e temas abordados
A presente dissertação procura descrever, de uma forma sucinta, os principais aspetos resultantes
do trabalho e experiência que decorreu durante um período de 5 meses na CaetanoBus.
No Capítulo I, fez-se uma breve contextualização do problema e apresentação da empresa em
estudo, identificando-se os objetivos do projeto.
O Capítulo II faz referência a todos os conceitos teóricos aplicados ao longo desta dissertação.
No Capítulo III procede-se a uma análise dos processos produtivos e tarefas inerentes ao fabrico
de autocarros Cobus C5 3001 na CaetanoBus, bem como uma análise ao layout existente,
atualmente na empresa.
No Capítulo IV apresentam-se as soluções e propostas para o layout da nova fábrica na China.
No Capítulo V abordam-se temas como os processos logísticos de abastecimento da nova
fábrica.
No Capítulo VI apresentam-se as conclusões e trabalhos futuros relacionados com este projeto.
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Capítulo II - Revisão da literatura
“There is no magic method. Rather, a total management system is needed that develops human
ability to its fullest capacity to best enhance creativity and fruitfulness, to utilize facilities and
machines well, and to eliminate all waste.‖
Toyota Production System, by Taiichi Ohno (1988)
Neste capítulo pretende-se rever e sistematizar os conceitos teóricos utilizados nesta dissertação,
analisando o aparecimento e a evolução do pensamento Lean e Kaizen, bem como outros
conceitos, os seus princípios e principais ferramentas.
2.1. Lean
O termo Lean significa, na língua portuguesa, magro, derivando da filosofia de produção que
ficou a dever-se aos desenvolvimentos registados na Toyota, na terceira década do séc. XX.
A literatura sugere a origem do Lean, inicialmente conhecido por Lean Manufacturing, no TPS
(Toyota Production System). Contudo, a mesma literatura permite verificar que a evolução do
conceito já se começara a verificar em tempos anteriores aos do aparecimento do TPS.
Como se pode constatar através desta breve cronologia (figura2), a evolução do pensamento
Lean ao longo do tempo foi acontecendo motivado pelas diferentes situações sócio-económico-
políticas e por diferentes intérpretes.
Figura 2 – Evolução Lean
Fonte: Carvalho 2010, p.12
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O core do pensamento Lean está amplamente ligado ao Toyota Production System (TPS).
A filosofia Lean para a produção baseia-se no conjunto de atividades, desde os fornecedores até
ao cliente, para se atingir um produto final com o mínimo Lead Time possível reduzindo o
inventário de matérias-primas, Work-In-Process (WIP), e de produtos acabados. Lean, é uma
forma sistémica de abordagem, que visa a eliminação de todo o desperdício (atividades que não
acrescentam valor ao produto final), através de uma filosofia de melhoria contínua.
(Jacobs, et al. 2006).
2.1.1. Ferramentas Lean
O pensamento Lean, mais do que as suas diretrizes de mudança de paradigmas, fornece uma
miríade de ferramentas.
As principais ferramentas são:
1. Value Stream Mapping (Mapeamento do Fluxo de Valor)
2. Metodologia 5S
3. Heijunka
4. Poka-yoke
5. Kanban
6. Kaizen
7. TQM – Total Quality Management
8. Padronização de tarefas (Standard Work)
9. TPM – Total Productive Maintenance
10. Técnica dos 5 Porquês (5 WHY‟s)
11. Andon – Gestão visual
12. SMED
(Carvalho, 2010)
Destas ferramentas, apenas algumas serão analisadas no decorrer desta dissertação.
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2.2. Princípios Kaizen
Segundo Coimbra (2009), a filosofia Kaizen baseia-se em três princípios fundamentais, são eles:
o Processos conduzem a resultados
O desempenho das organizações está directamente ligado aos resultados obtidos. Desta forma, a
obtenção de resultados positivos será o culminar de processos consistentes.
o Não culpar e não julgar
Os recursos humanos desempenham um papel fundamental nas organizações, são esses mesmos
recursos que funcionam como motor da empresa, sendo que muitas vezes serão estes os
responsáveis pela introdução e implementação de melhorias na organização. Sendo assim, uma
vez detetado um problema, este deve ser sempre entendido como uma oportunidade de melhoria.
Ter sempre presente que culpar ou julgar responsabilidades, irá condicionar negativamente o
desempenho de operadores, bem como poderá condicionar futuramente a comunicação e
resolução de problemas futuros.
Julgar e culpar leva a um ambiente de medo e falta de confiança, enquanto a concentração no
problema e não na pessoa leva à criação de uma relação aberta, transparente e de confiança.
o Sistemas globais
A organização deve ser encarada num contexto global. Deve-se evitar o conceito de divisões
funcionais dentro da organização. Deve-se privilegiar a comunicação e cooperação entre as
diversas áreas funcionais. A perspectiva integral pretende o fluxo de informação e a otimização
do desempenho de qualquer processo, segundo a sua função no conjunto em que se insere.
Como se pode observar na figura 3, ―A divisão funcional leva na verdade à criação de grupos
dentro da própria organização, que tentam otimizar o seu desempenho de acordo com os seus
próprios objectivos. Como resultado criam-se ―ilhas‖ isoladas com pouca comunicação e muitas
vezes em conflito. Além disto, a otimização das partes não corresponde a maior parte das vezes à
otimização do todo. Surge muitas vezes a necessidade de se criar soluções de compromisso, em
que prejudicamos uma das partes para obter o bom do todo.‖ (Oliveira 2010, p.8)
Figura 3 – Divisão funcional Vs Sistema global
Fonte: Oliveira 2008, p.8
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2.2.1. Gemba
Gemba é um termo japonês que significa "lugar verdadeiro" e é o lugar onde se cria valor. (Imai,
1996).
Os métodos de ―Gemba Kaizen” têm como finalidade desenvolver um trabalho em grupo para
identificar os problemas e suas causas, propondo soluções, aplicando as melhorias, criar padrões
processuais e acompanhar os resultados para garantir as metas estabelecidas (Silva et al, 2008).
Imai (1996) defende que o Gemba é o espelho do trabalho dos gestores, a qualidade do seu
trabalho reflete-se na forma como as pessoas trabalham, por isso é no gemba que se deve passar
uma parte considerável de tempo. A melhor forma de analisar um problema ou de compreender
uma operação é analisando essa operação no Gemba. Quando um problema ocorre ou quando
planeamos melhorias deve-se recolher os dados diretamente do Gemba e é com base nessas
informações que se devem tomar decisões.
A “gestão Gemba” apresenta regras que devem ser seguidas para alcançar o sucesso, que são:
o Quando surgir um problema, ir ao Gemba - Não tentar resolver o problema por
―controlo remoto‖. Quando Taiichi Ohno, da Toyota, se apercebia que um gestor estava
distanciado da sua fábrica, levava-o até lá, desenhava um círculo no chão e fazia com que
o supervisor ali permanecesse até que ficasse mais consciente acerca do que se passava
no terreno das operações.
o Verificar os Gembutsu - Dá-se o nome de gembutsu aos itens tangíveis do Gemba —
uma máquina avariada, produtos devolvidos ou um cliente insatisfeito. Se uma máquina
se avariar, não se deve convocar uma reunião para identificar os próximos passos a tomar.
Deve-se verificar o que se passa com a máquina e passar à ação.
o Adotar soluções temporárias - Se o problema não for passível de solução imediata,
deve-se tentar remediar a situação da maneira mais adequada e possível.
o Encontrar a raiz do problema - Depois de se remediar o problema, identificar as
causas.
o Estabelecer um padrão de procedimentos - Quando um problema for resolvido, o novo
procedimento deve ser padronizado para evitar que volte a surgir o mesmo problema.
(Iman,1987)
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2.2.2. Eliminação de desperdícios (Muda)
O termo Muda significa desperdício. Este é um conceito muito importante na filosofia Kaizen,
pois diz respeito a toda a actividade que não acrescente valor ao produto (o conceito de valor
deve ser definido de acordo com as especificações do cliente).
Segundo Coimbra (2009), existem 7 diferentes tipos de Muda (figura 4), são eles:
1. Defeitos (qualidade interna ou falhas externas)
2. Espera de Pessoas;
3. Movimento de Pessoas;
4. Sobre processamento;
5. Espera de Materiais;
6. Movimento de Materiais;
7. Excesso de Produção.
Figura 4 – Os 7 tipos de Muda
Fonte: Sotto-Mayor 2007, p.7
1. Defeitos – a falta de controlo de qualidade, leva a um excesso de produção de peças
defeituosas.
2. Espera de pessoas os operadores estão muitas vezes parados. Estas paragens são
causadas por diversos problemas como mau balanceamento, falta de material, mudanças
de trabalho, avarias, etc.
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3. Movimentação de Operadores – toda a movimentação de operadores que não seja
indispensável às tarefas que lhe estão atribuídas deve ser minimizada.
4. Sobre processamento – a falta de normalização e controlo do processo, resulta em
operações excessivas num determinado processo.
5. Espera de materiais – ter produtos em stock é um sintoma de produção em excesso.
Enquanto o material está em stock, ele não acrescenta qualquer valor ao produto. Isto
deve ser considerado um desperdício.
6. Movimento de materiais – esta atividade, embora muitas vezes necessária, não
acrescenta valor, e deve ser minimizada, uma vez que leva a perda de tempo, necessidade
de localização e sincronização, necessidade de meios de transporte, etc.
7. Excesso de produção – produzir em excesso é tão mau como produzir a menos. Deve ser
produzido unicamente o que o cliente deseja, de acordo com um plano de produção,
previamente definido.
Um dos objetivos pré definidos das organizações deve ser eliminar ao máximo os Muda´s.
2.2.3. Envolvimento das pessoas
No decorrer do processo Kaizen é importante o envolvimento do maior número de pessoas,
desde os operadores à administração, para que seja mais fácil a aceitação das mudanças
decorrentes das ações Kaizen. Todas as pessoas da empresa, a começar pela gestão de topo e a
acabar no simples operador, têm hábitos para melhorar.
Melhorar através de Kaizen implica que todos estejam envolvidos na eliminação de desperdício e
todos estejam alinhados com os objetivos de melhoria (Jacobs,et al. 2009).
2.2.4. Normalização – SDCA e PDCA
Os ciclos SDCA (Standardise, Do, Check, Act) e PDCA (Plan, Do, Check,Act) permitem
estabelecer modelos de ciclos de normalização e criação de estabilidade de processos e modelo
de ciclos de criação de ações de melhoria e consequente implementação para o desenvolvimento
de uma organização.(figura 5)
De forma geral, a filosofia Kaizen estabelece que antes de se poder agir de forma efetiva no
sentido da implementação de melhorias, deve ser assegurada a estabilidade dos processos
existentes.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
20
É fundamental que os novos standards estejam bem implementados e transformados num hábito.
Os standards devem ser auditados, regularmente, no Gemba. Se se verificar algum desvio, será
necessário completar o ciclo SDCA, e agir em conformidade, de forma a melhor o standard.
O ciclo SDCA não deixa a organização esmorecer e cair na rotina, procura-se constantemente
oportunidades de melhoria em todos os processos.
O processo de melhoria não deve ter fim, deve ser criada nas pessoas o conceito de melhoria
contínua e desafiar as pessoas a fazer sempre melhor (Coimbra 2009).
Figura 5 – Ciclos PDCA e SDCA
Fonte: Quelhas 2009, p.8
2.2.5. Standard Work
O Standard Work não é mais do que a normalização dos postos de trabalho, eliminando todas as
ações que não acrescentam valor ao processo e portanto consideradas desperdício dos
operadores.
Coimbra (2009), acrescenta que o Standard Work, é o desenvolvimento de normas de trabalho
que representam a melhor forma conhecida de efetuar esse mesmo trabalho.
Isto implica criar uma disciplina de trabalho, que permite minimizar as movimentações do
operador, para que as tarefas sejam executadas no menor tempo possível, eliminando o Muda.
A implementação de Standard Work segue cinco passos, que passam pelo desenvolvimento do
trabalho no Gemba:
1. Definição de objectivos de melhoria
2. Estudo do trabalho
3. Melhorar o trabalho
4. Normalizar o trabalho
5. Treino de operadores
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
21
2.2.6. Standards Visuais
O princípio de utilização de standards visuais,tal como se pode ver na figura 6 tem implícito o
conceito de que ―uma imagem vale mais do que mil palavras‖ e que a melhor forma de executar
uma qualquer tarefa, é seguir um determinado procedimento, previamente definido.
Coimbra (2009), defende que um standard, baseado em figuras e desenhos, é muito mais
facilmente assimilado, ao contrário de standards baseados em texto.
Figura 6 – Exemplos de gestão visual
Fonte: Oliveira 2008, p.12
2.3. Balanceamento de uma linha de produção
O balanceamento de linha interfere diretamente no layout dos equipamentos de produção, bem
como na disposição do stock de matérias – primas e materiais acabados.
Segundo Assis (2011), balancear uma linha de produção significa distribuir todas as tarefas
necessárias à produção de determinado produto pelos postos de trabalho definidos.
São os clientes que determinam o ritmo de produção. E é, de acordo, com este ritmo que se
efetua o balanceamento da linha de produção (Davies 2009; Rocha 2010).
Para definir o ritmo de produção usa-se o conceito de Takt time:
𝑇 =𝑇𝑑
𝑃
Em que,
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
22
𝑇 = 𝑡𝑎𝑘𝑡 𝑡𝑖𝑚𝑒;
𝑇𝑑 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 ( 𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙𝑜);
𝑃 = 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎.
Assis (2010) salienta o fato de ser fundamental o nivelamento da produção, dado que um correto
nivelamento assegura que a carga produtiva é distribuída, de modo uniforme, pelos postos de
trabalho e respetivos operadores.
2.3.1. Medição de trabalho
Segundo Jacobs, et al. (2006), o principal objetivo da Medição de Trabalho é de definir standards de
trabalho.
Os métodos de medição de tempo para a definição de standards, dividem-se em duas categorias:
1. Métodos de observação (direto)
2. Métodos indiretos
Nos métodos diretos para o estudo do tempo, utiliza-se um cronómetro de forma registar o tempo
efetivo que uma operação demora. Já no método indireto, recorre-se à amostragem aleatória, o
que implica registar tempos de observações aleatórias de uma pessoa ou equipa a trabalhar
(Jacobs, et al. 2006).
O método direto é o mais utilizado, sendo que neste método o estudo do tempo é normalmente
efetuado com um cronómetro, e o trabalho a ser analisado deverá ser separado em elementos ou
tarefas mensuráveis em que cada um é cronometrado de forma individual.
Jacobs, et al. (2006), defendem que na separação do trabalho em tarefas deve-se ter em conta o
seguinte:
1. Cada tarefa não deve ser demasiadamente prolongada, mas deve durar o tempo
suficiente para que possa ser cronometrada e registada;
2. Se um operador trabalhar com equipamento que funciona independentemente, as ações
do operador e do equipamento deverão ser separadas em diferentes elementos;
3. Eventuais atrasos por parte do operador ou do equipamento deverão ser considerados
elementos separados.
A maneira mais eficaz e precisa, de fazer o registo da duração das tarefas é realizar vários
registos e calcular a média. No entanto, mesmo assim os tempos podem ainda não ser totalmente
fidedignos, devido à variabilidade de velocidade de execução das tarefas dos diferentes
operadores, pelo que se torna necessário inserir um índice de desempenho (𝑬𝒒. 1), de forma a
normalizar a duração das tarefas (Jacobs, et al. 2006).
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
23
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑐𝑟𝑜𝑛𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 × 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑒𝑛𝑜 (𝑬𝒒. 1)
Uma vez obtido o tempo normal é necessário somar um fator de compensação, relacionado com
necessidades pessoais (idas ao WC, pausas para café), atraso inevitável (atrasos de material) e
fadiga do colaborador (física e mental).
A equação 𝑬𝒒. 2 é frequentemente utilizada quando se atribui uma compensação por cada tarefa.
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 × (1 + 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎çõ𝑒𝑠) (𝑬𝒒. 2)
No caso de se atribuir compensações ao período de trabalho total, deverá usar-se a equação
𝑬𝒒. 2.
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑 =𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙
1−𝑐𝑜𝑚𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎çõ𝑒𝑠 (𝑬𝒒. 3)
2.3.2. Curvas de experiência
Através das curvas de experiência é possível verificar qual a relação entre o tempo produtivo
unitário e o número acumulado de unidades produzidas (Jacobs, et al 2006).
Estas curvas são de grande aplicabilidade prática em ambientes de produção repetitiva de
produtos em que muitas operações apresentam uma forte componente de trabalho manual e tanto
se aplicam a operadores individualmente, como à organização no seu todo (Assis 2011).
São três os pressupostos inerentes às curvas de experiência:
1. A quantidade de tempo necessária para se realizar uma tarefa ou unidade de um
produto diminui à medida que a tarefa é repetida;
2. A unidade de tempo diminui a uma taxa sempre decrescente;
3. A redução de tempo seguirá um padrão previsível.
2.3.4. Quadro Yamazumi
Yamazumi é a palavra japonesa que pressupõe empilhar. Este conceito foi desenvolvido pela
Toyota e permite balancear as tarefas segundo um conceito Lean. Através dos quadros
Yamazumi, podemos de forma visual identificar onde se concentram os Muda´s. Como se pode
verificar no exemplo da figura 7, as tarefas são representadas por blocos com dimensões de
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
24
acordo com a sua duração, e são alocadas aos operadores, até a duração total por operador atingir
o takt time (Gomes 2008).
Figura 7 – Quadro Yamazumi
Fonte: Madureira 2011, p.12
No eixo horizontal estão representados os colaboradores, e no vertical o tempo, em que:
𝑡𝑎𝑘𝑡 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑡𝑎𝑘𝑡 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎çõ𝑒𝑠
2.4. Layout
O layout de instalações industriais é a disposição de recursos de produção e sua interação num
determinado espaço. Lee (1998) afirma que o layout pode ser a essência da produção eficiente,
desde que se tenha em conta todas as estações de trabalho, do qual resulte um ambiente onde se
integrem pessoas, serviços, produtos, informações e tecnologia. O layout determina como os
materiais, pessoas e informação fluem durante o processo produtivo.
O processo de produção tem demasiadas perdas que podem ser minimizadas ou reduzidas com a
otimização de layout.
Yang et al., (2000) afirmam que um projeto de layout fabril tem um impacto significante na
performance da empresa e afeta diretamente os seus resultados, sendo decisivo para a sua
sobrevivência no mercado competitivo mundial.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
25
O estudo de layout é extremamente importante uma vez que garantimos a escolha certa para dar
mais agilidade aos processos. Segundo Hajri-Gabouj (2007), a disposição de recursos de
produção numa instalação afeta diretamente os custos de produção e a produtividade. Uma
alocação de recursos racional contribui significativamente para o aumento da eficiência das
operações e reduções dos custos de movimentação.
A definição de um Layout adequado aos processos inerentes de uma empresa,pode revelar-se
fundamental para o seu sucesso. Um layout planeado corretamente, influencia diretamente os
custos de produção, produtividade e o prazo de entrega do produto final. Tudo isto influencia o
desempenho e competitividade da empresa.
O layout é uma ferramenta indispensável para a excelência dos produtos, pois permite eliminar
as falhas e desordens que poderiam ocorrer durante todo o processo produtivo, levando a
melhorias na produtividade e na distribuição dos produtos, garantindo assim um desempenho que
permite criar vantagens competitivas.
2.4.1. Objetivo do Layout
Os objetivos básicos de um layout são:
a) Fornecer a suficiente capacidade de produção;
b) Reduzir o custo do manuseamento de matérias;
c) Adequar-se as restrições do lugar e do prédio;
d) Garantir espaço para as máquinas de produção;
e) Permitir elevada utilização e produtividade da mão-de-obra, das máquinas e do espaço;
f) Garantir espaço para os balneários e outros cuidados pessoais dos operadores;
g) Garantir segurança e saúde para os empregados;
h) Permitir facilidade de supervisão e manutenção;
i) Atingir os objetivos com o menos investimento de capital;
j) Promover carga e descarga eficiente de veículo de transporte;
k) Permitir facilidade de contagem e de registro de stock;
l) Proporcionar conforto e conveniência para o cliente;
m) Fornecer um ambiente atraente para os clientes;
n) Promover a comunicação entre as áreas de trabalho.
(Martins, Laugeni 2000)
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
26
2.4.2. Etapas para a elaboração de um layout
Conforme Martins, Laugeni (2000), as principais etapas para a elaboração de um layout são:
a) Determinar a quantidade a produzir;
b) Planear o todo e depois as partes;
c) Planear o ideal e depois o prático;
d) Seguir a sequência:
o Local;
o Layout global;
o Layout detalhado
o Implantar e reformular sempre que necessário (até onde for possível).
e) Calcular o número de máquinas;
f) Selecionar o tipo de layout e elaborar o layout considerando o processo e as máquinas;
g) Planear o edifício;
h) Desenvolver instrumentos que permitam a clara visualização do layout;
i) Utilizar a experiência de todos;
j) Verificar o layout e avaliar a solução;
k) Vender layout;
l) Implementar;
m) Definir os objetivos (qualidade, quantidade);
n) Estabelecer como atingir os objetivos;
o) Conhecer a distância apropriada entre as máquinas, as larguras, os corredores de circulação, a
altura do prédio, entre os outros;
p) Reservar áreas pensando em possíveis alterações;
q) Verificar a ventilação, iluminação, higiene e segurança.
(Martins, Laugeni 2000)
2.5. Bordo de Linha
O bordo de linha é o termo utilizado para representar o que está junto à linha de montagem,
como as estantes e os materiais. Devem ser dados aos operadores da produção as melhores
condições de forma a:
o Reduzir os tempos de pegar nas peças;
o Eliminar as operações penosas;
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
27
o Eliminar paragens por falta de abastecimento;
o Eliminar as operações inúteis;
o Criar uma boa gestão visual;
o Criar trabalho normalizado;
o Reduzir o tempo de mudança de série.
Todas as peças necessárias para a montagem do material devem estar no bordo de linha,
dispostas por referências únicas e fixas. Os tempos de abastecimento devem ser curtos,
garantindo uma rápida mudança de série, em pequenas quantidades (as paletes devem ser
eliminadas do bordo de linha, melhorando assim a ergonomia dos postos, e de modo a não
existirem paragens resultantes de falta de abastecimento).
O abastecimento através de pequenas quantidades garante a diminuição da percentagem de
defeitos pois só existe um nível de componentes arrumados, individualmente, cada um no seu
lugar. O trabalho dos operadores é facilitado pois é mais fácil retirar as peças de pequenos
contentores, muito mais ergonómicos e leves. Há ainda ganho em espaço, pois pequenos
contentores significam pouca área de passagem e ocupação.
Devem ser dadas aos operadores de abastecimento as melhores condições para:
o Eliminar os deslocamentos em vazio;
o Eliminar os deslocamentos difíceis e penosos;
o Normalizar o trabalho do abastecedor;
o Reduzir o tempo de mudança de série.
No bordo de linha devem ser tidos em conta os seguintes aspetos:
o Melhoria da eficiência do posto de trabalho (aumento do número de peças/hora);
o Redução de grandes volumes;
o Redução de tempos de operação;
o Ganhos na simplificação do trabalho de picking;
o Redução das operações pouco frequentes;
o Redução das operações complementares.
Ao se produzir através de lotes pequenos, não só o tempo de ―não processo” é diminuído, como
também o controlo de qualidade se torna mais fácil. Os defeitos são mais facilmente descobertos
e problemas de qualidade repetidos são mais fáceis de evitar. (Neves, 2009)
2.6. Mizusumashi
Mizusumashi é palavra japonesa que se refere ao operador logístico responsável por criar o fluxo
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
28
logístico interno, movimentar materiais e informação na fábrica. Este operador usa um tempo de
ciclo e uma rota normalizada (Coimbra, 2009). Ainda e, segundo o mesmo autor, este ciclo
também pode ser chamado de pitch time, e deve ser múltiplo do Takt time.
O mizusumashi será responsável por levar para a linha, através de circuitos padronizados, o que é
necessário, quando é necessário, na quantidade e na qualidade certa, just-in-time.
Como esta operação é considerada desperdício, dado que não acrescenta valor ao produto final, o
transporte deve ser efetuado de preferência em lotes reduzidos, com ciclos frequentes e de forma
confiável (Neves 2009).
o Corredores logísticos
Os corredores logísticos para o mizusumashi podem ter um ou dois sentidos de acordo com as
figuras seguintes:
Figura 8 – Corredor logístico com um sentido
Fonte: Neves 2009, p.8
Figura 9 – Corredor logístico com dois sentidos
Fonte: Neves 2009, p.9
2.7. Benchmarking
Balm (1995), define benchmarking como um processo pelo qual uma organização compara, de
modo contínuo os seus processos, produtos e serviços com os das melhores organizações do
mundo que desempenham as mesmas funções ou funções similares. Com base nesta análise
introspectiva, as organizações planeiam e estimulam possíveis melhorias em toda a empresa,
uma vez que lhes permite vislumbrar oportunidades e ameaças competitivas.
Benchmarking, segundo Camp, (s.d.) é um ―processo contínuo de avaliação de produtos,
serviços ou práticas de gestão, comparativamente aos concorrentes ou empresas consideradas
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
29
líderes”.
2.7.1. Fases do Benchmarking
A implementação de Benchmarking depende dos recursos disponíveis, dos prazos fixados, das
fontes de informação e do seu objetivo (Grupo Know-How, 1997). No entanto, como em todos
os processos é necessário seguir várias fases e regras.
Maximiano (2002) defende a existência de 5 etapas no processo de benchmarking:
o Planeamento - definir quais serão as melhores práticas a serem pesquisadas e,
posteriormente, copiadas;
o Análise - processo de colheita, estudo e interpretação dos dados;
o Integração - as informações resultantes são utilizadas para definir as modificações a
serem realizadas no produto ou processo que foi comparado.
o Ação - Implementação das modificações necessárias, seja no produto, seja no processo,
para melhorar o desempenho da organização.
o Maturidade - Após a implementação das modificações e o seu melhoramento contínuo a
empresa encontra-se na fase de maturidade.
2.7.2. Benefícios Benchmarking
A implementação do método Benchmarking apresenta diversas vantagens quando é desenvolvido
seguindo regras e quando há um controlo atento, desde o planeamento até à sua implementação.
Segundo o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), os
benefícios da sua implementação são:
o Introduzir novos conceitos de avaliação;
o Melhorar o conhecimento da própria organização;
o Identificar áreas que devem ser objecto de melhorias;
o Estabelecer objectivos viáveis e realistas;
o Criar critério de prioridade no planeamento;
o Favorecer um melhor conhecimento dos concorrentes e do nível competitivo do mercado;
o Aprender com os melhores.
2.8. CKD (Complete Knock-Down)
O termo CKD, diz respeito ao conjunto de partes automóveis criadas geralmente por uma
unidade fabril ―matriz‖, para exportação e posterior montagem dos veículos nos países recetores
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
30
destes kit´s, em geral trata-se de fábricas menores ou de baixa produção.
Esta é uma prática comum na indústria automóvel e na indústria de autocarros. As empresas
vendem kit´s para as suas filiais no estrangeiro por várias razões:
o Ganho de dimensão da própria empresa responsável pela produção dos kit´s;
o Evitar imposto de exportação;
o Receber incentivos fiscais para a prestação de empregos na indústria local.
Por norma este tipo de soluções é aplicado em países em desenvolvimento onde a mão-de-obra é
mais barata e acessível. (Oliveira, 2007)
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
31
Capítulo III – Processos de Fabrico Cobus 3001
Neste capítulo, proceder-se-á a uma análise dos principais processos inerentes ao fabrico do
modelo Cobus 3001, na CaetanoBus.
A empresa CaetanoBus fabrica carroçarias para autocarros desde a estrutura até à entrega ao
cliente com tipos diferentes de chassis consoante o modelo e especificação do cliente.
Uma tomada de decisão estratégica neste projeto foi o fato de se optar por, nesta fase inicial, que
corresponde à primeira fase de investimento, recorrer a kit´s CKD´s, ou seja, optou-se por se
proceder, apenas, à montagem das unidades na nova fábrica, sendo que todos os processos
produtivos seriam efectuados na CaetanoBus. Posteriormente, proceder-se-ia ao envio dos
materiais necessários à montagem das unidades em kit´s CKD, para a nova unidade fabril na
China.
Conforme já referenciado no presente relatório, nesta fase inicial, só serão construídos modelos
Cobus 3001 sobre chassis C5.
3.1. Cobus 3001
O modelo Cobus é um autocarro desenvolvido com o objetivo de servir o transporte de
passageiros dentro dos aeroportos, de forma a permitir a diminuição do tempo entre check-in e
embarque e, entre a aterragem e o levantamento de bagagens. Este modelo de autocarro não
requer as mesmas características de segurança e robustez que outros modelos, dado que o risco
de acidente ou choque é muito reduzido.
O principal modelo desta gama de autocarros é o Cobus 3001, que assegura viagens de forma
eficiente, rápida e segura, tendo uma capacidade para transporte de passageiros muito superior a
um autocarro convencional.(figura10)
Figura 10 – Capacidade de transporte COBUS 3001 Vs Autocarro convencional
Fonte: Oliveira 2007, p.10
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
32
3.2. Linha Cobus (CaetanoBus)
Na CaetanoBus, o modelo Cobus é montado numa secção dedicada, exclusivamente a este
modelo. Pode-se dividir o processo produtivo do Cobus em quatro etapas principais (figura 11):
o Montagem de estrutura;
o Pintura;
o Acabamentos;
o Inspecção da Qualidade.
o Produção (PRD)
o Pintura
o Qualidade (QAS)
Um dos problemas identificados, de imediato, foi o fato de muitas vezes serem necessárias
intervenções nas unidades já depois de estas saírem de linha. Essas intervenções eram realizadas
fora da secção, numa zona exterior, devido à falta de espaço para a criação de um posto dedicado
a essas intervenções.
Outro grande problema, é que nos postos finais da linha, PRD, QAS e Pintura são obrigadas a
trabalhar em paralelo, o que muitas das vezes cria alguma insatisfação nos operadores, pois
torna-se mais complicado efetuar o seu trabalho dentro dos padrões pretendidos.
P1-P4 Estruturas
P5-P8 Acabamentos
P9 Preparação 2ª Fase Pintura
P10 Limpeza (PRD) e Inspecção (QAS) P11 Relatórios (PRD) e Certificação (QAS)
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
33
Figura 12 – Layout da secção 026 (Cobus) na CaetanoBus
3.3. Secção de Pintura (CaetanoBus)
Ao contrário das outras secções, que são balanceadas de acordo com o takt time pretendido, a
secção de pintura, funciona, invariavelmente, segundo um takt time de 8 horas, no entanto esta
secção é a única que trabalha em três turnos na CaetanoBus. Sendo que:
o O primeiro turno das 7h30 às 16h30;
o O segundo turno das 16h30 às 24h0;
o O terceiro turno das 24h00 às 7h30.
De salientar, que no terceiro turno apenas se fazem tarefas relativas à segunda fase de pintura
(repintura de unidades).
Na figura seguinte encontra-se representado o fluxo de processos da secção de pintura,
relativamente aos modelos Cobus.
Figura 13 – Operações na secção de pintura (COBUS 3001 – Standard)
Tal como se pode observar na figura seguinte, a atual afetação de tarefas por turno de trabalho
das operações na secção é o seguinte:
Secção 26 -
Estrutura
Secção 26 -
Acabamento
s
Preparação
para primário
Aplicação de
primário e
sub-capa Lixagem Esmalte Remate
Inspeção inferior
1 2 3 4 5 6
Posto1 Posto2 Posto3 Posto4
Posto5 Posto6 Posto7 Posto8 Posto9
Posto10
Posto11
Sec
ção
de
Pin
tura
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
34
Figura 14 – Distribuição da afetação de tarefas por dia, na secção de pintura (COBUS 3001 – Standard)
Segue-se uma breve descrição das tarefas que ocorrem na secção de pintura, relativamente ao
modelo COBUS.
1. Preparação para primário (Cabine 10) - Lixagem e passagem de desengordurante nas
chapas da carroçaria.
2. Aplicação do primário (Cabine 3) - Nova aplicação à pistola do tratamento com
posterior cozedura na estufa durante 60 minutos a 60º C.
Aplicação de sub-capa (Cabine 2) - Aplicação de uma camada, à pistola, após passagem
de diluente celuloso para o desengorduramento da carroçaria e da tela tack rag (tela que
ajuda a remover pós ou outras pequenas partículas da superfície). De seguida aplica-se de
uma camada de tinta preta para que, após lixagem, se consiga ver qualquer cavidade na
superfície. O processo acaba com a cozedura em estufa a 60° C durante 60 minutos.
3. Lixagem (Posto 1) - Após a aplicação da camada de sub-capa a superfície da carroçaria
ainda contém irregularidades indesejáveis para aplicação do esmalte. Realiza-se então
nova lixagem de toda carroçaria, aplicado betume nos locais com irregularidades.
4. Esmalte (Cabine 5) - Procede-se ao desengorduramento de toda a carroçaria. É passada
tela tack rag e após passagem de ar comprimido é aplicado à pistola duas demão de
esmalte, intercaladas por um período de tempo de aproximadamente 15 minutos para que
a tinta assente. Seca em estufa a 60º C durante de 60 minutos.
1
2
3
4
5
6
Preparação
para primário
Aplicação de
primário e
sub-capa
Lixagem
Esmalte
Remate
Inspeção
inferiopr
1º Turno
2º Turno
1º Turno
2º Turno
1º Turno
2º Turno
1º
Dia
2º
Dia
3º
Dia
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
35
5. Remate (Cabine 2 ou 3) - Isola-se com papel, fita de papel e fita adesiva, todas as zonas
que não vão ser pintadas para, posteriormente se aplicar epoxy negro à pistola nos
espaços entre tampas, entre estas e as chapas, interiores das tampas, nos componentes
internos e dentro da carroçaria. Após secagem, é feito um novo isolamento para pinturas
de remate. O processo finaliza com aplicação de verniz nas zonas pintadas e com
cozedura em estufa a 60º C durante 1 hora.
6. Inspeção Inferior (Posto 4) - Isolamento dos componentes do motor e interior de tampas.
Lavagem e aplicação de anticorrosivo epoxy. Aplicação de preto à pistola nas zonas
laterais e FT-90 (produto anti-gravilha) nas cavas das rodas com carroçaria no chão.
Levantamento do autocarro, isolamento de todo o chassis e aplicação de FT-90 nas partes
inferiores da carroçaria.
Na figura seguinte podemos observar como se dispõem os postos e cabimes da secção de
pintura da CaetanoBus.
Figura 15 – Layout da secção de Pintura (CaetanoBus)
3.4. Estudo do tempo e tarefas
Nesta secção, pretendeu-se fazer um levantamento de todas as tarefas necessárias à produção de
uma unidade Cobus 3001 (posto a posto), bem como os respetivos tempos de produção.
3.4.1. Estudo do tempo - Linha COBUS
Na CaetanoBus, há algum tempo que existe a normalização de tarefas, o que permitiu nos
últimos anos aumentar a produtividade das diferentes secções. Na secção 26 (Cobus), essa
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
36
normalização de tarefas existe para vários modelos de Cobus, nomeadamente para o Cobus 3001,
mas sobre chassis BF (Mercedes), no entanto para o modelo Cobus 3001 C5, não existia essa
normalização de tarefas, visto que em linha ainda só tinham sido produzidos um modelo
protótipo e um modelo pré-série. Sendo assim, foi necessário criar um procedimento que levasse
à normalização das tarefas por posto.
Um dos problemas que poderia afetar a identificação e normalização das tarefas era o facto de,
no plano de produção não existir nenhum modelo Cobus 3001 C5, e por conseguinte, não ser
possível realizar a medição de trabalho de acordo com as abordagens teóricas. O método mais
usual no registo de tempos de trabalho, é o método de observação (direto). Esse método
pressupõe um registo de tempo recorrendo a um cronómetro, em que o trabalho a ser analisado
deve ser separado em tarefas, de modo a poder ser cronometrado de forma individual. Como não
iria estar em produção uma unidade Cobus C5 3001, seria impossível realizar um
acompanhamento segundo este método.
Foi então necessário criar uma estratégia para fazer o levantamento de todas as tarefas por posto,
e respetivos tempos de produção, de modo a que fosse possível criar os standards de produção.
Essa estratégia desenrolou-se em várias fases, sendo elas as seguintes:
1. Como já existiam standards de produção para um modelo Cobus 3001 BF (standard), foi
decidido que a primeira abordagem partiria destes standards existentes. Esses standards já
contemplavam tarefas por posto e respetivos tempos de produção, e foram criados,
segundo o método de observação (direto), já descrito em cima. Um aspeto importante
relativamente aos tempos usados como ponto de partida para este estudo, é que não
foram usados os tempos standards, dado que estes já englobavam um índice de
desempenho e um fator de compensação, foram sim, usados os tempos que deram
origem a esses tempos standards, tempos observados no gemba.
2. Numa segunda fase, foi necessário verificar quais as grandes diferenças técnicas e
estruturais, entre os dois modelos (C5 3001 e C5 BF). Essa verificação foi feita junto do
departamento de Engenharia (ENG), responsável pelo desenvolvimento de todos os
modelos Cobus.
As grandes diferenças prendem-se sobretudo com as fibras da frente e com o quadro
elétrico das unidades.
3. Estando identificadas as grandes diferenças entre modelos, realizou-se uma validação
junto dos chefes de equipa dos diversos postos, das tarefas que seriam comuns aos dois
modelos Cobus em questão.
4. Feita essa validação, foi necessário introduzir nos standards de trabalho todas as tarefas
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
37
que apenas eram respeitantes ao modelo Cobus 3001 C5, bem como estimar, com a ajuda
dos operadores e chefes de equipa, o tempo necessário para realizar essas novas tarefas.
5. Todas as tarefas foram alocadas aos respectivos postos onde elas eram realizadas.
Este processo foi repetido várias vezes, até que todos os intervenientes concordassem que não
eram necessárias mais alterações, e que as tarefas definidas, efetivamente correspondiam às
tarefas realizadas nos diversos postos de produção, para o modelo COBUS 3001 C5.
Depois deste processo, verificou-se que as tarefas principais eram comuns aos modelos C5 3001
e ao modelo BF 3001. Esta consideração foi de grande utilidade, uma vez que em fase de
produção se encontravam várias unidades BF 3001.
Sempre que existiram dúvidas em relação a uma determinada tarefa, quer em termos de posto
onde ela era executada, quer em termos de duração, procedeu-se a essa avaliação no Gemba,
para que não restassem dúvidas (sendo que só poderiam ser avaliadas tarefas comuns aos dois
modelos de Cobus 3001).
Este levantamento foi realizado para todos os postos da secção Cobus.
3.4.2. Estudo do tempo – Secção de Pintura
Há semelhança do que sucedeu na secção Cobus, também na secção de pintura houve
necessidade de criar standards de tarefas. Foram levantadas todas as tarefas realizadas bem como
os respectivos tempos por tarefa. Nesta secção foi possível criar standards de produção usando o
método direto, dado que o processo de pintura de uma unidade Cobus C5, ou Cobus BF é
idêntico. Sendo assim, foi realizado o levantamento das tarefas e tempos de produção do modelo
em produção, neste caso tratava-se de um modelo Cobus C5.
3.5 Takt Time da Linha de Produção
Uma vez realizado o levantamento de todas as tarefas, quer na linha Cobus quer na secção de
Pintura, e respetivos tempos de produção, foi necessário proceder ao correto balanceamento da
linha de produção.
Para o balanceamento da linha de produção, foi necessário em primeiro lugar, calcular o takt
time. Para isso, foi fundamental determinar a procura. Foi decidido que nesta fase do projeto o
balanceamento se faria para uma procura de 5 carros por semana.
Sendo assim, temos:
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
38
𝑇 =𝑇𝑑
𝑃
Em que,
𝑇 = 𝑡𝑎𝑘𝑡 𝑡𝑖𝑚𝑒;
𝑇𝑑 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 ( 𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙𝑜);
𝑃 = 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎.
𝑃 = 5 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑠𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎⁄
𝑇𝑑 = 8 𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑖𝑎⁄ × 5 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 40 𝑜𝑟𝑎𝑠
Logo:
𝑇 =40
5= 8 horas
O 𝑡𝑎𝑘𝑡 𝑡𝑖𝑚𝑒 corresponde então a 40 horas (480 minutos).
3.6. Tempos Standard
3.6.1. Linha Cobus
Uma vez levantados todas as tarefas e respetivos tempos de duração, determinou-se os tempos
standards de produção. Para que esses tempos pudessem ser aplicados às tarefas,
independentemente dos operadores que as desempenhassem, foi necessário adicionar alguns
índices aos tempos registados no gemba. De seguida, explicam-se os critérios adotados na
obtenção desses índices.
o Índice de desempenho – de acordo com Jacobs, et al. (2006), é necessário incrementar aos
tempos observados para cada tarefa um índice de desempenho, de forma a normalizar esses
tempos. Por norma faz-se uma majoração de 20% neste tempo, no entanto neste caso usou-se
um índice bastante superior, visto que se trata de operadores que se inserem num contexto
social e cultural completamente diferente do europeu. Usou-se o valor de 40% para o índice
de desempenho.
o Índice de aprendizagem – assume-se que será necessário incrementar um factor de
aprendizagem nos tempos de produção. Segundo a teoria (curvas de experiência), a
quantidade de tempo necessária para realizar uma tarefa, diminui à medida que a tarefa é
repetida. Como os tempos registados na CaetanoBus, dizem respeito a tarefas realizadas
por operadores experientes, isto significa que na nova unidade fabril, os tempos de
produção serão superiores. Assumiu-se o valor de 20% para este índice de aprendizagem.
o Fator de compensação - uma vez obtido o tempo normal é necessário somar um fator de
compensação (Jacobs, et al. 2006). O fator de compensação incrementado foi de 10%.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
39
Com base nestes pressupostos foi necessário fazer uma majoração de 70% nos tempos por tarefa,
de forma a obter os tempos standard.
3.6.2. Secção de Pintura
De modo semelhante ao que se fez para a secção Cobus, também foi necessário proceder a uma
majoração dos tempos por tarefa na secção de pintura. Neste caso os critérios foram os seguintes:
o Serão contratados pintores com experiência em pintura de autocarros para a nova unidade
fabril;
o Tarefas de pintura são semelhantes entre si, não sendo necessário qualquer factor de
aprendizagem;
o Foi usado o valor de 10% para o índice de desempenho e o valor de 10% como fator
de compensação.
Sendo assim, foram criados os standards de trabalho para a secção de pintura.
A diferença observada entre os valores a aplicar nos índices das secções Cobus e a pintura,
advém do facto das tarefas de pintura serem tarefas que vão ser desempenhadas por operadores
já com alguma experiência no ramo da pintura.
Na figura 16 podemos observar o resultado de um standard de produção para a macro tarefa –
tratamento inferior –da secção de pintura.
Figura 16 – Standards de Pintura - Tratamento Inferior
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
40
Capitulo IV - Nova Unidade Fabril
4.1. Layout inicial (China)
Numa primeira fase, foi disponibilizado um Layout macro, da unidade fabril na china. Esse
layout correspondia há primeira restrição de design do futuro layout. Algumas áreas já estavam
pré-definidas, e não haveria possibilidade de as alterar, no entanto verificou-se que em termos de
área disponível para a produção, esta era consideravelmente superior há existente atualmente na
CaetanoBus.
Antes de realizar o balanceamento das tarefas por posto, foi importante avaliar o layout já
disponível (figura 17), de forma a se poder compreender as dimensões disponíveis para os postos
de trabalho, quer na secção Cobus quer na secção de Pintura.
Figura 17 – Layout inicial
No Layout inicial estava previsto para a secção de pintura uma área de 57 𝑚 × 120 𝑚 =
6840 𝑚2. Seria necessário definir os postos de trabalho necessários nesta secção.
Na zona de produção verifica-se a existência de 3 linhas (L1,L2,L3), com cada linha a ter uma
secção de estrutura (E) e outra de acabamentos (A).
Sec
ção
de
Pin
tura
E
A
L1
L1
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
41
As dimensões de cada Linha na zona de produção são as seguintes:
o 153𝑚 × 10𝑚 = 1530𝑚2 (secção de Estrutura)
o 153𝑚 × 10𝑚 = 1530𝑚2 (secção de Acabamentos)
Para cada uma destas áreas estão previstos 9 postos de trabalho com 14 metros de comprimento
cada.
Depois de se ter noção das áreas disponíveis, nas secções seguintes, irá proceder-se ao
desenvolvimento e desenho do Layout, até se atingir o Layout Final.
4.2. Número de postos no Layout Final (Linha Cobus)
Nesta fase fez-se o balanceamento inicial da linha de produção, determinando o número de
postos necessários à produção e o número total de operadores necessários.
Relativamente ao tempo de produção de uma unidade, este valor baseia-se no tempo de
produção de uma unidade Cobus 3001 BF (standard) na CaetanoBus, no entanto e visto que se
pretende fazer o balanceamento para uma nova unidade fabril na China, foi implementada uma
majoração no valor desse tempo, com base nos critérios já defendidos para os tempos por tarefa,
simplesmente aplicou-se ao tempo de produção total de uma unidade Cobus.
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑢𝑠 (𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑) = 500 𝑜𝑟𝑎𝑠
𝑁º 𝑑𝑒 𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 =
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐶𝑂𝐵𝑈𝑆 × (𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑝𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑧𝑎𝑔𝑒𝑚 +
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 + 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎çã𝑜)
𝑁º 𝑑𝑒 𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 = 500 × (1 + 0,2 + 0,4 + 0.1) = 850 𝑜𝑟𝑎𝑠
𝑁º 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 𝑛º 𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜⁄ =
850 × 60480⁄ ≈ 107 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠
Foi definido o critério de que idealmente, o número pessoas por posto de trabalho seria de 10
pessoas. Com base neste critério definiu-se o número mínimo de postos necessários:
o 𝑁º 𝑑𝑒 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 =𝑁º 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠
𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠/𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜⁄ =
10710⁄ = 11 𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
Depois de calculado o número de postos, necessário no balanceamento de tarefas, procedeu-se à
validação desse número.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
42
Conforme vimos anteriormente, serão precisos pelo menos 11 postos de trabalho na Linha1, de
acordo com o balanceamento efetuado. Tal como acontece atualmente na CaetanoBus, esses
postos estariam divididos por estrutura (4 postos) e acabamentos (6 postos + 1 Posto (QAS,
Pintura e PRD)).
Depois de analisado o Layout inicial, verificou-se que a disponibilidade de espaço permitiria
aumentar esse número de postos em ambas as secções, ao contrário de que acontece na
CaetanoBus, onde existe uma limitação considerável de espaço.
Sendo assim foi decidido criar um posto adicional em ambas as secções (estrutura e
Acabamentos), bem como criar um posto específico para a Qualidade (QAS), resolvendo de
imediato um dos problemas existentes na secção Cobus na CaetanoBus, já referenciado, que era
a necessidade de equipas de diferentes secções (PRD, QAS, Pintura) serem obrigadas a trabalhar
em paralelo no mesmo posto.
Relativamente às operações de Pintura que se efectuavam em paralelo com outras operações,
quer da QAS, quer da Produção (PRD), e de forma a evitar esse constrangimento, achou-se que
uma das melhorias a efetuar seria passar essas operações para a secção de Pintura. Sendo que
será necessário prever na definição do Layout desta secção, essa situação.
Pretendeu-se também com o novo balanceamento, evitar a necessidade de efetuar operações
posteriores à saída do carro de linha.
Neste balanceamento do número de postos não entram em consideração os postos de Pré-
montagens. Estes postos serão definidos numa fase mais adiantada do projeto.
A definição dos postos de trabalho ficou então definida como podemos ver na figura seguinte:
V
Figura 18 – Número de Postos
Uma vez definidos os postos de trabalho, passou-se à fase de balanceamento de tarefas por posto
de trabalho, sendo que em primeiro lugar começou por se identificar as Macro-Tarefas, e
procedeu-se à sua alocação por Posto de trabalho.
4.3. Macro -Tarefas Cobus 3001 C5
Depois de todas as tarefas e respectivos tempos de duração definidos, bem como a definição do
número de postos de trabalho, foi efectuado o balanceamento de tarefas por posto.
5 Postos
(Estrutura)
6 Postos
(Acabamentos)
Posto
QAS
1 Posto
(Acabamentos)
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
43
Numa primeira fase foram definidas as Macro-Tarefas por posto, tendo em conta as respetivas
precedências. Durante este processo foram detetados alguns constrangimentos em termos de
alocação de tarefas. Todos esses constrangimentos foram sendo resolvidos à medida que se
procedia ao balanceamento das tarefas. No entanto, surgiram dois constrangimentos sobre os
quais foi necessário prestar mais atenção. As duas tarefas que se seguem, são efetuadas em
segundo turno na CaetanoBus, devido à sua duração.
o Aplicação de pavimento
o Aplicação de tapete
Em termos de balanceamento estas tarefas revelaram-se um problema porque não estava previsto
o recurso a um segundo turno na nova unidade fabril, embas as tarefas tinham uma duração
elevada. Na alocação destas tarefas, foi necessário ter em conta que, durante a sua realização,
não seria possível efetuar qualquer tarefa dentro das unidades, o que se tornava um problema.
Dada a dificuldade em alocar estas tarefas no balanceamento efetuado, foi necessário tomar uma
decisão a um nível hierárquico superior.
A solução passaria, por criar um segundo turno na nova fábrica, ou então criar um posto de
trabalho na secção de acabamentos que se dedicaria em exclusivo a estas tarefas.
Foi posto o problema à equipa de trabalho dedicada ao projeto e foi decidido que nesta fase seria
criado um segundo turno de trabalho, apenas para as tarefas em questão.
Ficaram então alocadas as Macro-Tarefas por Posto. (Anexo 1)
4.4. Balanceamento das Tarefas por operador (Linha Cobus)
Uma vez definidas as Macro-Tarefas por posto, procedeu-se ao balanceamento das tarefas por
operador. Esta processo revelou-se moroso e iterativo, pois o que se pretendeu aqui foi que cada
um dos operadores tivesse uma percentagem de ocupação, sempre que possível, superior a 90 %,
de forma a balancear ao máximo o trabalho de todos os operadores.
Para este balanceamento recorreu-se ao uso de folhas de cálculo e quadros Yamazumi.
Depois de corretamente balanceadas as tarefas por posto e por operador, chegou-se a um novo
número de operadores por posto, como se pode verificar no gráfico seguinte:
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
44
Gráfico 1 – Nº de operadores por posto
A média de ocupação dos colaboradores por posto está patente no gráfico seguinte:
Gráfico 2 – % ocupação por posto
Com se pode verificar pela análise do gráfico, nem sempre foi possível, balancear as tarefas para
que a taxa de ocupação fosse superior a 90%, no entanto a média global, situa-se nos 93%, o que
se revela bastante razoável.
Uma vez balanceadas todas as tarefas, foi criado um documento por posto de trabalho, com as
tarefas, e com a indicação do colaborador afeto às tarefas, conforme se pode ver no exemplo
seguinte:
02468
10121416
Nº Operadores por Posto
75%
80%
85%
90%
95%
100%
% Ocupação
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
45
Quadro 1 – Tarefas / Posto /Operador
4.5. Balanceamento das Tarefas por operador (Secção de pintura)
Um dos problemas que se verificou relativamente ao balanceamento na secção de pintura da
nova unidade fabril, foi o facto de esta nova unidade fabril apenas operar num turno (8 horas),
em todas as secções, nomeadamente na secção de pintura, contrariamente ao que sucede
actualmente na CaetanoBus. Sendo assim verificou-se que seria necessários 6 dias na secção de
pintura para que todas as operações de pintura fossem realizadas numa unidade Cobus (figura
19). Isto seria um problema, aumentaria o Lead time de cada unidade Cobus.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
46
Figura 19 – Distribuição das operações por dia, na secção de pintura (1 Turno)
Como os procedimentos de pintura não podem ser alterados, o desafio é a reengenharia aplicada
ao processo de pintura de uma carroçaria para alcançar um Lead time mais reduzido.
Para fazer face a esta situação foi realizado um novo balanceamento das operações de Pintura, de
forma a reduzir o lead time na secção de pintura.
Depois de analisadas as tarefas e os respetivos tempos ( Quadro 2), verificou-se que com um
novo balanceamento, seria possível efetuar as operações de Lixagem e de Esmalte num único
turno.
Quadro 2 – Nº operadores Pintura
Com se verifica no quadro 2, tanto a operação Lixagem, como a operação Esmaltar têm uma
folga grande relativamente à ocupação dos colaboradores afetos a essas tarefas. O que se
pretendeu foi realizar essas duas operações num só turno. Como as operações são realizadas em
sequência decidiu-se que os colaboradores que realizavam uma operação, também realizariam a
Preparação
para primário
Aplicação
de primário
e sub-capa
Lixagem
Esmalte
Remate
Inspeção
inferior
1º Dia
2º Dia
3º Dia
4º Dia
5º Dia
6º Dia
3
1
2
4
5
3
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
47
outra. O balanceamento resultou como se verifica no quadro 3:
Quadro 3 – Nº operadores Pintura(final)
Para este balanceamento foram alocados 5 colaboradores a operação de lixagem. Desses 5
operadores, apenas 3 realizariam posteriormente a operação de Esmaltar, sendo que os outros
ficariam disponíveis para eventualmente pintar peças soltas e para operações de repinturas, que
sempre se verificam, o que faz com que por vezes seja necessário deslocar colaboradores para
essas operações. Com este novo balanceamento, não só diminuímos o Lead Time da secção de
Pintura em 8 horas, como também diminuímos o número de colaboradores necessários em um
colaborador.
Figura 20 – Distribuição das operações por dia, na secção de pintura (Final)
4.6. Instruções de trabalho (One point Lesson)
Um dos aspetos relevantes a ter em conta, foi a formação dos operadores da nova fábrica. A
maioria iria ter contato pela primeira vez com operações de montagem de autocarros. Apesar de
estar prevista uma equipa ―Sénior‖ de acompanhamento da CaetanoBus, nos primeiros tempos
1
2
3
4
5
6
Preparação
para primário
Aplicação
de primário
e sub-capa
Lixagem
Esmalte
Remate
Inspeção
inferior
1º Dia
2º Dia
3º
Dia
4º Dia
5º Dia
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
48
de produção da nova fábrica, o que permitirá um acompanhamento de todos os processos, a
dificuldade de comunicação será uma realidade, pelo que se achou conveniente criar uma forma
fácil de garantir a estabilidade básica das linhas de produção, bem como garantir o controlo das
operações de modo a evitar inconformidades e possíveis passagens de produtos com défice de
qualidade para o cliente.
Nesse sentido, recorreu-se, como já visto anteriormente, à criação de standards de trabalho. No
entanto, isso por si só não será suficiente. Decidiu-se então criar instruções de trabalho de modo
a facilitar o processo de aprendizagem dos operadores. O principal requisito para o sucesso
destes modelos de instrução consiste em transmitir a informação de um modo simples e eficaz
focalizado, essencialmente, na informação visual.
Entendeu-se como técnica mais adequada as One Point Lesson (OPL´s). Consistem em pequenas
apresentações visuais com duração inferior a 10 minutos e contendo no máximo duas páginas.
Através desta técnica prevê-se que tantos chefes de linha como operadores, adquiriram
importantes capacidades e conhecimentos abdicando assim da constante repetição de instruções
directas permitindo a partilha de informação Just-in-Time.
O recurso às OPL remete também para a metodologia On Job Training. Face às circunstâncias
de trabalho na fábrica, existia a dificuldade de retirar os operadores do seu posto de trabalho e
realizar sessões de treino e formação em sala. Sendo assim, pretende-se que o processo de
aprendizagem se desenvolva no Gemba. As competências são desenvolvidas através da
exposição ao trabalho real. O novo operador, devidamente acompanhado pelo responsável de
linha, depara-se com as dificuldades e é imediatamente corrigido e treinado. Torna-se um
processo mais rápido e eficaz de treino que na ausência do supervisor é colmatado com a
informação transmitida pelas OPL´s.
De seguida mostra-se um exemplo de uma dessas OPL´s desenvolvidas.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
49
Figura 21 – Exemplo de OPL
4.7. Definição do Layout da unidade fabril na China
Apesar do foco principal do projeto incidir sobre a Linha Cobus, foi necessário definir as outras
áreas (design macro), com vista às 3 fases de investimento. Foram então definidas as seguintes
áreas:
o Linha 1 (COBUS 3001 C5);
o Linha 2;
o Linha 3;
o Secção de pintura + áreas de apoio à pintura;
o Armazém;
o Área de protótipos;
o Área de corte de tubo e chapa;
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
50
o Área de soldadura e estrutura;
o Área de pós - venda;
o Pré-montagem de chassis;
o Armazenamento de chassis.
Todas estas áreas foram definidas através de um processo de benchmarking, com base nas
melhores práticas existentes na CaetanoBus, de forma a optimizar o espaço disponível e de
acordo com as necessidades.
4.8. Design da Linha 1 (COBUS) na nova unidade fabril
Como primeira consideração, definiu-se que a linha 1 seria, tal como acontece na CaetanoBus,
dividida em estrutura e acabamentos, sendo que a fase intermédia corresponderia à fase de
pintura das unidades. Um ponto a ter em conta é que seria necessário prever uma área na secção
de estrutura da linha 1, para o fabrico de chassis.
Apesar desta dissertação não se debruçar sobre esse assunto, numa fase mais avançada do
projeto, está previsto o fabrico de chassis C5 na nova unidade fabril. Neste momento o fabrico
desses chassis são da responsabilidade da CaetanoComponents (CACP), que também pertence ao
grupo Salvador Caetano.
A definição do Layout macro desta área, exclusiva dos chassis, foi feita com a ajuda de uma
equipa da própria CACP.
Sendo assim o Layout da Linha um ficou conforme a figura 22.
Figura 22 – Layout (linha 1)
L1
Acabamentos
L1 Estrutura
CACP
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
51
4.9. Layout da Secção de Pintura
Relativamente ao layout da secção de Pintura foi necessário prever as necessidades para as 3
fases de investimento.
Foi necessário prever o facto de as operações de repintura das unidades deixarem de ser
realizadas na linha e passarem a ser realizadas em exclusivo nesta secção. Também foi
necessário ter em conta todos os espaços de apoio à pintura. Sendo assim o layout final desta
secção ficou da seguinte forma:
Figura 23 – Layout (secção pintura)
Capítulo V - Logística interna
Este capítulo refere-se aos processos logísticos de abastecimento da nova fábrica.
5.1. Bordo de linha
Esta secção tratará da definição do layout para o bordo de linha da nova unidade fabril. A
Área de apoio à Pintura
Área de acabamentos Cabines de Pintura Área de Preparação
Área de
Inspeção
Inferior
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
52
definição de um bordo de linha adaptado às necessidades de cada posto de trabalho é essencial
para minimizar o Muda, provocado pela movimentação desnecessária dos operadores. Existe,
portanto uma forte ligação entre o bordo de linha e o Standard Work, já que uma correta alocação
dos materiais permitirá um aumento de eficiência dos operadores. O bordo de linha é a ligação
entre a Logística e a Produção. Um correto abastecimento do bordo de linha evitará que a
Produção desperdice tempo em questões como, falta de materiais, ou materiais mal alocados, e
permitirá que se concentre em criar valor ao produto final, quer diminuindo o tempo de execução
quer aumentando a qualidade do mesmo.
Para definir o bordo de linha, foi necessários, que depois de alocadas as tarefas aos postos de
trabalho, se definissem os materiais por posto. Só depois foi possível perceber as necessidades
em termos de bordo de linha. Para simplificar a tarefa de desenho do layout do bordo de linha,
foi feito um levantamento do bordo de linha existente na CaetanoBus, só depois se procedeu ao
desenho, do bordo de linha da nova fábrica (Benchmarking).
Um exemplo do bordo de linha da nova fábrica encontra-se na figura seguinte:
Figura 24 – Bordo de linha – posto 1
5.2. Abastecimento
Esta secção trata da questão de abastecimento da nova unidade fabril, bem como do
abastecimento à linha da nova unidade fabril.
Como já visto em secção anterior, nesta primeira fase seriam enviados kit´s CKD´s para a nova
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
53
fábrica, para posterior montagem das unidades. Este processo de abastecimento seria ponto
fundamental no sucesso do projeto. Como os lead times seriam elevados, devido ao tempo de
transporte de Portugal para a China, foi fundamental articular esforços para diminuir esse lead
time, bem como otimizar o custo de transporte.
Uma primeira decisão tomada foi que se tentaria nesta primeira fase encontrar fornecedores na
Ásia para alguns dos materiais críticos em termos de transporte, quer devido à sua dimensão,
quer devido ao risco de danificação durante o transporte. Esses materiais seriam os seguintes:
o Colas;
o Tintas;
o Vidros;
o Pecolit (cobertura do tejadilho);
o A/C;
o Isolamentos.
Materiais de consumo:
o Rebites;
o Parafusos
o Outros consumíveis.
Um dos componentes críticos a transportar seria o Chassis, devido à sua dimensão. Depois de
várias considerações, conclui-se a melhor alternativa para o seu transporte, seria fazer esse
transporte em contentores do tipo Flat Rack 40 (figura 25).
Figura 25 – Flat Rack 40
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
54
5.3. Picking
Nesta fase há que distinguir dois tipos de materiais:
o Materiais a enviar da CaetanoBus em Portugal,
o Materiais comprados diretamente na zona da Ásia.
Tendo feito essa diferença foi necessário decidir qual seria a melhor forma de realizar o
abastecimento aos postos na linha de produção.
5.3.1. Materiais a enviar da CaetanoBus em Portugal
Estes materiais seriam embalados na CaetanoBus e enviados diretamente para a nova unidade
fabril. Há exceção do Chassis, todo o material seria enviado em contentores do tipo Hight Cube
– 40.(Figura 26)
Figura 26 – Hight Cube – 40
De forma a facilitar as operações na nova unidade fabril, decidiu-se enviar todo o material
correspondente a uma unidade Cobus num único contentor, sendo que o embalamento do
material seria sempre que possível realizado ao posto de trabalho. A indicação do posto de
trabalho teria que ser bem visível, para que facilmente os colaboradores que fizessem a receção
dos contentores, não tivessem dúvidas.
A receção far-se-ia no armazém da nova unidade fabril, numa zona específica para o efeito. Para
evitar operações e movimentações de operadores desnecessárias, far-se-ia picking dos materiais,
do contentor, diretamente para carrinhos de abastecimento, sendo que cada carrinho
corresponderia a um posto de trabalho. De seguida o abastecimento à linha seria realizado com o
auxilio de mizusumashi através de rotas pré-definidas.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
55
De forma a controlar a operação de picking, e ser possível identificar qualquer falha de material,
o operador teria uma lista de picking para proceder ao controlo da entrega dos materiais. A
operação de picking só terminaria quando o contentor estivesse completamente vazio.
A figura seguinte ilustra toda a operação de picking.
Figura 27 – Picking de material na nova unidade fabril
5.3.2. Materiais comprados diretamente na zona da Ásia
Para estes materiais, sendo que se tratam, sobretudo de materiais de grandes dimensões, o
objetivo seria articular esforços com os fornecedores e fazer com que o abastecimento fosse
diretamente à linha. O objetivo passaria por criar um abastecimento do tipo Ship to Line, para
este tipo de materiais, de forma a não acumular stock de materiais junto dos postos de trabalho. A
ideia seria criar locais fixos para estes materiais. Esses locais seriam o mais próximo possível do
seu ponto de utilização e bastante visíveis para todos. Para cada material seria criado um Kanban
e seria calculada a quantidade mínima de stock que seria preciso ter junto à linha para não entrar
em ruptura. De forma a facilitar o trabalho dos fornecedores, sempre que se consumir uma peça,
o operador será responsável por pegar no kanban e lançar a encomenda ao fornecedor. O
fornecedor seria o responsável pelo reabastecimento directo à linha. Todos os dias, os diferentes
fornecedores deveriam recolher os kanban´s situados na zona de recolha e trazer a peça pedida
com o prazo de entrega estipulado no kanban. Deveriam colocar o material pedido no local
correto, trazer de volta o kanban e colocá-lo junto ao material no sítio correto.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
56
Capítulo VI - Conclusões e Projetos Futuros
Atualmente, a CaetanoBus está a atravessar um período de menor produção, fruto da crise
económica instalada. No entanto para fazer face as dificuldades decidiu empreender num
mercado imergente como é o mercado chinês. Sem dúvida que se trata de um projeto ambicioso,
mas por outro lado é um projeto revigorante para empresa, que lhe permite encarar o futuro com
melhores perspetivas.
Uma das maiores dificuldades surgiu na definição dos standards de trabalho da linha Cobus, pois
não foi possível acompanhar uma unidade Cobus 3001 C5. Tiveram de ser feitas algumas
considerações para definir esses standards, nomeadamente no que toca à definição de todas as
tarefas por posto. Tendo em conta esta limitação, possivelmente alguns dos standards não estão
ompletamente adequados, no entanto, este era um risco que a partida já se sabia que poderia
existir.
O próprio balanceamento da linha Cobus, também se revelou problemático devido a não estar
previsto a existência de um segundo turno na nova fábrica. Situação que teve que ser revista pois
tornava o balanceamento de tarefas quase impossível. Sendo assim, ficou decidido que para duas
tarefas específicas, seria realizado um segundo turno de trabalho.
Foi crucial para o projeto o fato de ser ter criado uma equipa de trabalho, que englobavam as
várias áreas da CaetanoBus (Qualidade, Produção, Compras, Logística, Recursos Humanos,
Engenharia). Muitos dos problemas que foram surgindo, foram resolvidos em reuniões de
brainstorming onde participaram todos os departamentos.
Tratando-se de um projeto entusiasmante e enriquecedor, devido à limitação de tempo, não foi
possível realizar uma abordagem mais profunda em determinados temas do projeto, como por
exemplo a questão dos fluxos logísticos da nova fábrica. Também em termos de OPL´s, não foi
possível criar instruções de trabalho para todas as tarefas em tempo útil. Esse será um desafio
para quem continuar o projeto. As instruções de trabalho são fundamentais para auxiliar os
colaboradores da nova fábrica, na realização das tarefas que lhe estão atribuídas. Sendo que
devido à dificuldade de comunicação que irá existir, ter instruções de trabalho, o mais visuais
possível, ainda se revela mais fulcral.
Uma limitação ao projeto, foi o facto de posteriormente não se poder acompanhar a sua
implementação no gemba. Desta forma, não foi possível verificar como resultariam no gemba
todas as sugestões propostas para o layout. Eventualmente poder-se-ia identificar alguma solução
ou procedimento desadequado e poder-se-ia fazer uma correção ao projecto.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
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Em termos de projetos futuros, seria interessante acompanhar o desenvolvimento do projeto e
acompanhar o início da produção na nova fábrica. Ter a possibilidade de trabalhar no gemba da
nova fábrica, permitiria ver como resultam todos os standards de trabalho. Como um dos
objetivos implícitos num projeto desta natureza, é a melhoria contínua, seria fundamental fazer o
acompanhamento da produção no gemba. Esse acompanhamento iria permitir realizar os ciclos
de normalização (PDCA) e de melhoria (SDCA), levando a um aumento da eficiência dos
operadores num curto espaço de tempo.
Esta dissertação foi o primeiro passo na determinação de quais as melhores práticas que
permitirão à CaetanoBus ter sucesso num novo mercado, sendo que é necessário continuar o
processo de melhoria contínua, acompanhado a implementação do novo layout na nova unidade
fabril.
Definição de Layout, fluxos de produção e capacidades de uma fábrica de produção de carroçarias
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