debicagem por radiaÇÃo infravermelha e debicagem …
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CAMPUS DE CURITIBANOS
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Thauany Maffini de Souza
DEBICAGEM POR RADIAÇÃO INFRAVERMELHA E DEBICAGEM HOLANDESA
EM POEDEIRAS LEVES
Curitibanos
2020
Thauany Maffini de Souza
DEBICAGEM POR RADIAÇÃO INFRAVERMELHA E DEBICAGEM HOLANDESA
EM POEDEIRAS LEVES
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em
Medicina Veterinária, do Centro de Ciências Rurais da
Universidade Federal de Santa Catarina como requisito
para a obtenção do título de Bacharela em Medicina
Veterinária.
Orientadora: Profª. Drª Aline Félix Schneider Bedin
Curitibanos
2020
Thauany Maffini de Souza
DEBICAGEM POR RADIAÇÃO INFRAVERMELHA E DEBICAGEM HOLANDESA
EM POEDEIRAS LEVES
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de
Médico Veterinário e aprovado em sua forma final pelo curso de Medicina Veterinária.
Curitibanos, 21 de setembro de 2020.
___________________________________
Prof. Dr. Malcon Andrei Martinez-Pereira
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
___________________________________
Profª. Drª. Aline Félix Schneider Bedin
Orientadora
Universidade Federal de Santa Catarina
___________________________________
Prof. Dr. Álvaro Menin
Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina
___________________________________
Profª. Drª. Francielli Cordeiro Zimermann
Avaliadora
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedico, com todo meu amor,
aos meu pais, Jair e Adriana!
AGRADECIMENTOS
Primeiramente aos meus pais, Jair de Souza e Adriana M. de Souza, por me ensinarem
os verdadeiros valores da vida, por acreditarem e investirem nesse meu sonho de criança,
sempre me incentivando a crescer cada vez mais. E que nos momentos de minha ausência
dedicados ао estudo, principalmente em datas especiais, sеmprе fizeram entender quе о futuro
é feito а partir dа constante dedicação nо presente. Vocês são meu maior exemplo!
Ao meu irmão, Hátran, por estar ao meu lado e trazer alegria aos meus dias. À minha
irmã, Monique, que sempre se fez presente com suas mensagens de afeto. Aos meus avós, por
todo carinho e incentivo oferecido durante minha trajetória. Sem vocês, nada seria possível!
À todos os animais que despertaram minha paixão pela medicina veterinária, em
especial a minha filha de quatro patas, Tita, comigo desde sempre, demonstrando amor,
amizade e lealdade incondicionais.
À todas as pessoas que conheci nessa etapa e partilharam momentos bons e
inesquecíveis comigo. Principalmente a Sabrina Arruda, Morgana Grobe, Ananda Dresch,
Natalia Martinazzo, Andreia Hausmann e Edivaldo Dognani, que se tornaram a minha família
em Curitibanos durante a faculdade. Obrigada por todo apoio, amizade e companheirismo
todos esses anos, vocês fizeram dessa etapa muito mais incrível do que poderia ter sido!
Às minhas companheiras de apartamento, Raquel Ludwig, Manoela Rossi e Andressa
Figueiredo, pela parceira do começo ao fim, desde os momentos de tensão até os de conforto,
morar longe de casa não teria sido tão bom sem vocês! E às minhas amigas Mayara Costa e
Tayara Machado, que mesmo de longe estiveram ao meu lado, me ajudando nas dificuldades
e comemorando as conquistas.
Ao Guilherme Modena, por ser meu porto seguro, por toda paciência e carinho, por
sempre estar ao meu lado, me apoiando e incentivando nos momentos que mais precisei,
tornando meus dias mais leves. Obrigada por compartilhar a vida comigo e voar ao meu lado.
Você é meu ponto de equilíbrio!!
À Universidade Federal de Santa Catarina, por ter sido meu segundo lar durante esses
cinco anos e me proporcionar todo o necessário para me tornar uma Médica Veterinária. À
todos os professores, que sempre deram o melhor de si para transmitir seus conhecimentos,
em especial minha orientadora, Profª. Drª. Aline Félix Schneider Bedin, por quem eu tenho
uma enorme admiração desde que cruzei seu caminho, obrigada por todos os ensinamentos,
contribuições e paciência durante a realização do trabalho.
À Granja Mantiqueira, pela oportunidade de estagiar na maior produtora de ovos da
América do Sul, foi extremamente incrível! Obrigada pela recepção, pelos ensinamentos e
pelas amizades conquistadas nesse período, todo o apoio foi essencial nessa fase, foi um
prazer estagiar ao lado de excelentes profissionais.
E, por fim, a todos que de alguma forma contribuíram para que eu concluísse essa
etapa tão importante!
Muito obrigada!
“A mente que se abre a uma nova ideia
jamais voltará ao seu tamanho original”
(Albert Einstein)
RESUMO
A debicagem ou amputação parcial do bico da ave é uma prática comum e necessária na
avicultura industrial brasileira. Tendo como principal objetivo inibir o canibalismo e
consequentemente a mortalidade, além de favorecer o consumo de ração balanceada,
uniformidade do lote e redução da quebra de ovos, melhorando o desempenho e as condições
de bem-estar das aves durante a vida produtiva. Apesar de ser uma prática indispensável na
indústria avícola ainda é um dos assuntos mais discutidos e contestados referente ao bem-estar
animal. Diante disso, é necessário o estudo de métodos alternativos que sejam aceitáveis e, ao
mesmo tempo, eficientes do ponto de vista produtivo. O objetivo deste estudo foi avaliar a
influência da debicagem através do tratamento por radiação infravermelha e do método de
debicagem holandesa, nas fases de cria e recria. As aves foram distribuídas nas baterias de
gaiolas conforme o método utilizado, sendo aplicados três tipos de debicagem: aves com
tratamento por radiação infravermelha com placa 24/23, radiação infravermelha com placa
23/23 e debicagem holandesa. As variáveis analisadas foram peso corporal das aves (g),
uniformidade (%), crescimento do bico (mm) e calo de bico (no). De acordo com os
resultados, as aves com debicagem por radiação infravermelha (24/23) obtiveram melhores
valores para as variáveis analisadas, além disso, não necessitou de uma segunda debicagem,
dessa forma, torna-se uma alternativa viável e garante um maior bem-estar às aves.
Palavras-chave: Aves de postura. Bem-estar. Calo de bico. Desempenho. Manejo.
ABSTRACT
The beak or partial amputation of the bird's beak is a common practice and requires Brazilian
industrial agriculture. With the main objective of inhibiting cannibalism and consequently
mortality, in addition to favoring the consumption of balanced feed, batch uniformity and
reduction of egg breaks, better performance and welfare conditions of the birds during
productive life. Despite being an indispensable practice in the agricultural industry, it is still
one of the most discussed and contested issues related to animal welfare. Therefore, it is
necessary to study alternative methods that are acceptable and, at the same time, efficient in
the productive point of view. The aim of this study was to evaluate the influence of the debate
through the treatment by infrared radiation and the Dutch beak method, in the breeding and
rearing phases. As birds were distributed in the battery of cages, according to the type of beak,
three types of beak were used: birds treated with infrared injection with plate 24/23, infrared
radiation with plate 23/23 and Dutch. The analyzed variables were body weight of birds (g),
uniformity (%), beak growth (mm) and beak callus (no). According to the results, birds with
beak infrared radiation (24/23) obtained better values for the analyzed variables, in addition, it
did not need a second beak, thus, it becomes a viable alternative and guarantees a greater
welfare for the birds.
Keywords: Beak callus. Laying birds. Management. Performance. Welfare.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Classificação da intensidade de debicagem .......................................................... 16
Figura 2 - Distribuição das aves conforme a debicagem ....................................................... 24 Figura 3 - Mensuração do tamanho do bico .......................................................................... 26
Figura 4 - Mensuração do tamanho do bico .......................................................................... 26 Figura 5 - Ilustração do calo de bico ..................................................................................... 27
Figura 6 - Calo de bico em aves com 11 semanas de idade ................................................... 34
Quadro 1 - Interpretação dos resultados de uniformidade ..................................................... 30
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Peso médio das aves debicadas por RI 24/23, RI 23/23 e Holandesa ................... 28 Gráfico 2 - Uniformidade das aves debicadas por RI 24/23, RI 23/23 e Holandesa ............... 30
Gráfico 3 - Tamanho médio do bico das aves debicadas por RI 24/23, RI 23/23 e Holandesa 31 Gráfico 4 - Prevalência de calo de bico nas aves debicadas por RI 24/23, RI 23/23 e
Holandesa .......................................................................................................... 33
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13
1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 14
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo geral................................................................................................... 14
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 14
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................. 15
2.1 DEBICAGEM POR LÂMINA FRIA ................................................................. 16
2.2 DEBICAGEM CONVENCIONAL POR LÂMINA QUENTE ........................... 16
2.3 DEBICAGEM HOLANDESA OU EM “V” ...................................................... 17
2.4 DEBICAGEM POR TRATAMENTO DE RADIAÇÃO INFRAVERMELHA .. 18
2.5 DESGASTE NATURAL DA PONTA DO BICO .............................................. 19
2.6 ESTUDOS COMPARATIVOS DOS DIFERENTES MÉTODOS DE
DEBICAGEM ................................................................................................... 19
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 23
3.1 VARIÁVEIS ANALISADAS ............................................................................ 24
3.1.1 Peso corporal das aves (g) ................................................................................ 24
3.1.2 Uniformidade do lote (%) ................................................................................ 25
3.1.3 Crescimento do bico (mm) ............................................................................... 25
3.1.4 Calo de bico (no) ............................................................................................... 27
4 RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................ 28
5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 35
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 36
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1 INTRODUÇÃO
A produção avícola encontra-se em constante crescimento, e na busca por altos
índices produtivos nas linhagens de postura, o melhoramento genético, associado ao
desenvolvimento nas áreas de nutrição, manejo, sanidade e ambiência, permitiram a criação
intensiva de aves. Porém, as produções em larga escala trouxeram consigo não apenas
características positivas de crescimento e alta produção, mas também, problemas relacionados
ao bem-estar das aves, em função de alguns sistemas de criação e práticas de manejo
(ROCHA et al., 2008).
No Brasil, as preocupações com o bem-estar animal crescem concomitantemente ao
desenvolvimento sócio-econômico, o que tem levado a grandes reestruturações nesse setor,
em função da mudança de perfil do mercado consumidor (ROCHA et al., 2008). Este
segmento está cada vez mais preocupado com a qualidade do produto final e a segurança
alimentar, levando-os a busca por informações sobre as metodologias adotadas durante a
produção, principalmente aspectos relacionados a respeito ao meio ambiente e ao animal
(MARCHANT-FORDE; CHENG, 2010; ROCHA et al., 2008).
Na criação de poedeiras comerciais, a debicagem e a criação de aves em gaiolas são
os pontos mais contestados referentes ao bem-estar (ROCHA et al., 2008; SANTOS, 2014). A
debicagem é uma prática comumente empregada na criação de poedeiras comerciais. Apesar
da resistência a esta prática de manejo sob a perspectiva do bem-estar animal, faz-se
necessário ressaltar que o objetivo principal é evitar o canibalismo e consequentemente a
mortalidade e, além disso, reduz à quebra de ovos bicados, o arranque de penas e a
refugagem, ainda, melhora o desempenho produtivo, a conversão alimentar, reduz a
seletividade e o desperdício de ração e, aumenta a uniformidade do lote (ARAÚJO et al.,
2005; CLOUTIER et al., 2000; MARCHANT-FORDE; CHENG, 2010).
Pesquisas, através de seleção genética, vem tentando reduzir o canibalismo, no
entanto, o componente genético para redução deste comportamento é de difícil seleção
(RODENBURG et al., 2003; SU et al., 2005). Além disso, aves debicadas sofrem menor
estresse quando comparadas com aves que não foram debicadas, que sofrem com a
agressividade de suas companheiras (STRUWE; GLEAVES; DOUGLAS, 1992). Desse
modo, a forma mais eficiente de controle do canibalismo ainda é a debicagem (MAZZUCO,
2008). Diante disso, nos últimos anos, alguns métodos alternativos vêm sendo testados.
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1.1 JUSTIFICATIVA
O estudo dos diferentes métodos de debicagem é uma prática que se torna necessária
não apenas por questões de produtividade, mas também para garantir o bem-estar das aves e
consequentemente a qualidade do produto final.
Portanto, novos métodos de debicagem vêm sendo descritos com o intuito de reduzir
o desconforto causado às aves, quando comparados ao método da debicagem convencional,
sem, contudo, impactar os custos da produção (BARBOSA, 2019).
Dessa forma, destaca-se a importância de estudos direcionados para revisão e
aperfeiçoamento das diferentes metodologias, com o intuito de estimular mais pesquisas e o
desenvolvimento de novas técnicas que atendam às necessidades do mercado consumidor e,
ainda sim, mantenham os atuais padrões produtivos obtidos pela avicultura industrial.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
O presente estudo tem por objetivo avaliar a debicagem através do tratamento por
radiação infravermelha (RI) com dois protocolos (placa 24/23 e 23/23) e do método de
debicagem holandesa (HL), sobre o desempenho zootécnico, tamanho do bico e a incidência
de calos de bico em poedeiras leves, nas fases de cria e recria, através de análise descritiva.
1.2.2 Objetivos Específicos
1- Realizar uma análise descritiva quanto ao peso (g) e uniformidade (%) das aves
debicadas por RI e debicagem HL.
2- Comparar o crescimento do bico (mm) entre as aves com debicagem por RI e com
debicagem HL, com 11 semanas de idade.
3- Comparar o percentual de calo de bico (nº) entre as aves com debicagem por RI e
com a debicagem HL, com 11 semanas de idade.
4- Realizar uma revisão literária sobre os diferentes métodos de debicagem utilizados
em poedeira comerciais.
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2 DESENVOLVIMENTO
Um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores de poedeiras comerciais é a
incidência de canibalismo no plantel, uma vez que sua ocorrência se torna imprevisível,
devido ao comportamento inato e de causas multifatoriais, como o ambiente, nutrição e os
programas de luz (MAZZUCO, 2008; RIGO et al., 2017). Em virtude disso, a debicagem ou
remoção e cauterização parcial da ponta do bico superior e inferior de poedeiras se torna o
método mais eficiente nos sistemas produtivos (RIGO et al., 2017).
O resultado dessa agressividade das aves gera não somente perdas econômicas ao
produtor, como também problemas relacionados ao bem-estar às aves. São exemplos, o
estresse e refugagem, o aumento na incidência de ovos bicados, o arranque de penas que leva
a problemas de mantença da temperatura corporal gerando um aumento no consumo
alimentar, além de elevada taxa de mortalidade (ARAÚJO et al., 2005; LEESON;
MORRISON, 1978). Já entre os benefícios obtidos com a realização da debicagem, estão a
redução de todos os fatores citados anteriormente, e pode-se ressaltar ainda, a melhoria na
eficiência alimentar, uma vez que a remoção de parte do bico impossibilita a seletividade de
ingredientes, assim a ave consome a dieta de maneira uniforme e balanceada (VIEIRA
FILHO, 2016).
O corte parcial do bico das aves é realizado por meio de equipamentos, chamados
“debicadores” compostos de lâminas quentes ou por radiação infravermelha, podendo ser
manuais ou automáticos (RIGO et al., 2017). Contudo, a debicagem é considerada uma
operação de precisão, onde sempre deve-se buscar ao máximo possível o corte adequado,
tamanho e formato ideal do bico, pois o estresse resultante do procedimento realizado com
falhas, pode comprometer a saúde e o bem-estar do plantel de aves, além de afetar a produção
inicial de ovos, se esta prática não for devidamente empregada (bicos desuniformes,
necessidade de uma segunda debicagem) (ARAÚJO et al., 2005; RIGO et al., 2017).
O bico da ave é um órgão funcional, usado na manipulação de alimentos, exploração
do ambiente e interação social (FREIRE; GLATZ; HINCH, 2008). Quando parte do bico é
removida tem-se também a danificação de receptores sensíveis do bico (nervo trigêmeo) que
provocam dor, podendo ser crônica ou aguda, com duração variável de acordo com o método
utilizado (FAHEY; MARCHANT-FORDE; CHENG, 2007; GENTLE, 2011). Dessa forma,
para realizar a debicagem, é necessário atentar-se a idade da ave, a temperatura da lâmina e a
quantidade de tecido removido (Figura 1) ou de bico tratado (radiação infravermelha), pois
são fatores que também vão levar a variação da percepção da dor na ave, podendo resultar na
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formação de calos, tornando a região sensível, dificultando a alimentação e anulando os
efeitos benéficos da debicagem (FAHEY; MARCHANT-FORDE; CHENG, 2007; VIEIRA
FILHO, 2016).
Figura 1 - Classificação da intensidade de debicagem
Fonte: Adaptado de Santos (2014)
Notas: (A) Bico intacto; (B) Leve: remove-se 1/3 da parte superior do bico e apenas a extremidade distal do bico
inferior; (C) Moderada: remove-se 1/2 da parte superior do bico e 1/3 da parte inferior; (D) Severa: remove-se
2/3 da parte superior do bico e 1/2 da parte inferior do bico.
Diante disso, com o passar dos anos surgiram métodos alternativos de debicagem, na
busca de atender o mercado consumidor, cada vez mais preocupado com o bem-estar animal,
sem contudo, prejudicar os atuais níveis de produtividade da indústria avícola. Dentre essas
estão a debicagem por lâmina fria, debicagem convencional por lâmina quente, debicagem
holandesa, debicagem a laser, debicagem por radiação infravermelha e o desgaste natural da
ponta do bico.
2.1 DEBICAGEM POR LÂMINA FRIA
A técnica de debicagem por lâmina fria (LF) não é de comum a utilização em escala
industrial. Este método consiste no uso de uma tesoura afiada para realizar o corte de 1/3 do
bico superior (ÁVILA; ROLL; CATALAN, 2008).
2.2 DEBICAGEM CONVENCIONAL POR LÂMINA QUENTE
A debicagem realizada por lâmina quente (LQ) é empregada há vários anos e é ainda
a mais utilizada no Brasil (ABREU; MAZZUCO; SILVA, 2018; SANTOS, 2014). Esse
método consiste em cortar e cauterizar o bico por meio de lâmina plana aquecida, porém as
especificações quanto à metodologia empregada e a idade variam de acordo com a literatura e
o guia de manejo das linhagens (DENNIS; CHENG, 2010; SANTOS, 2014).
Para realizar a debicagem recomendam-se utilizar debicador com lâmina bem
aquecida (temperatura entre 550°C a 750ºC), onde, a primeira debicagem deve ocorrer entre o
A B C D
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7º e o 10º dia de idade, havendo necessidade de uma segunda debicagem, entre a 10ª e 12ª
semana de vida (ABREU; MAZZUCO; SILVA, 2018; SANTOS, 2014; VIEIRA FILHO,
2016).
A quantidade de tecido removido e a temperatura da lâmina são fatores que também
vão variar em função da linhagem e das metodologias adotadas. A quantidade de tecido
removido pode variar de leve a severa. Já no caso da temperatura, há relatos de que lâminas
superaquecidas podem resultar na formação de bolhas no interior da boca e formação de
neuromas ou calos no bico, que se tornam muito sensíveis ao contato, reduzindo assim, o
consumo de alimento e desempenho das aves (VIEIRA FILHO, 2016).
Portanto, deve-se realizar o procedimento de forma correta, para que se evite o
sangramento e o crescimento posterior do bico, possibilitando que a ave se recupere e volte ao
consumo normal de alimento e água, fatores estes, que influenciam diretamente sobre a
uniformidade do lote e no potencial produtivo da linhagem (VIEIRA FILHO, 2016).
2.3 DEBICAGEM HOLANDESA OU EM “V”
A debicagem holandesa (HL) ou em “V” é outra proposta de metodologia, porém
ainda são escassas as pesquisas sobre a realização dessa debicagem. Nesse método é utilizado
o debicador Verschuuren, em que se realiza o movimento de corte transversal do bico com
uma lâmina em formato de “V”, no momento do procedimento é recomendável que a lâmina
esteja aquecida a uma temperatura entre 750 a 800ºC, e deve ser realizado em aves entre 7 a
10 dias de idade (BUENO, 2017; OKA, 2016; RUSSO, 2018).
Esse corte é mais severo que o corte convencional por LQ, com tamanho
preconizado do bico de 1,00 mm a partir do orifício nasal, e caso o corte seja realizado de
maneira errônea, aumenta a chance de lesão no palato da ave dificultando o consumo e
consequentemente, o desempenho da mesma (ÁVILA et al., 2011; OKA, 2016). Porém, não
se faz necessário o emprego de uma segunda debicagem, o que pode ser benéfico do ponto de
vista do bem-estar animal, uma vez que há retirada de um manejo que causa mais estresse e
dor na ave, devido ao manuseio da equipe que realiza o procedimento e a idade da ave
(BUENO, 2017; OKA, 2016).
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2.4 DEBICAGEM POR TRATAMENTO DE RADIAÇÃO INFRAVERMELHA
O tratamento de bico realizado por meio de radiação infravermelha (RI) é um método
alternativo e menos agressivo que vem sendo estudado e testado para melhorar o bem-estar
das aves (RUSSO, 2018). Embora este método seja utilizado desde 2002 nos Estados Unidos
e países da União Europeia, esta tecnologia conhecida como Poultry Service Processor (PSP)
foi recentemente introduzida no Brasil em meados de 2012 (NOVA-TECH®
ENGINEERING, 2012 apud SANTOS, 2014).
Esta técnica é um processo automatizado e realizado no primeiro dia de vida da ave
no incubatório. Ela consiste em realizar a exposição do bico das aves à ação de um foco de
energia infravermelha de alta intensidade, que é utilizada para tratar o tecido córneo da ponta
do bico. A ponta do bico torna-se flácida e irá cair em até duas semanas após a realização do
tratamento (DENNIS; FAHEY; CHENG, 2009; GENTLE, 2011; RUSSO, 2018).
Por se tratar de um método automatizado, este oferece precisão no tratamento e uma
debicagem mais uniforme. É um método que apresenta inúmeros benefícios, como ausência
de cortes e sangramento que possam favorecer à infecções e inflamações, facilitando a
recuperação da ave. Proporciona ainda, tempo para o animal adaptar-se à alteração de
tamanho e forma do mesmo, gera menor estresse das aves e, também não são observadas
alterações no consumo de ração, já que traz menor dano ao tecido do bico, melhorando assim
seu bem-estar (ÁVILA; ROLL; CATALAN, 2008; MARCHANT-FORDE; CHENG, 2010;
VIEIRA FILHO, 2016).
Outra característica interessante desta metodologia é que o processo permite a
debicagem de um número elevado de aves, 4.000 aves/hora, quando comparado ao método de
debicagem convencional por LQ, em que um profissional experiente consegue debicar em
torno de 1.000 a 1.200 aves/hora (NOVA-TECH® ENGINEERING, 2012 apud SANTOS,
2014).
Ainda, o sistema infravermelho pode ser ajustado para usar várias configurações de
placa e energia (DENNIS; CHENG, 2012) e, dependendo do protocolo de tratamento
utilizado será necessária uma segunda debicagem, em torno de 70 dias de vida das aves
(RUSSO, 2018).
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2.5 DESGASTE NATURAL DA PONTA DO BICO
O desgaste natural do bico é um dos métodos menos invasivos, e consiste na
utilização de materiais abrasivos dentro dos comedouros, que promovem, com o decorrer do
tempo, o desgaste do bico a cada vez que as aves se alimentam, buscando reproduzir o que
acontece na natureza quando as aves bicam e ciscam o solo repetidamente em busca de
alimento. Em média, os resultados mostraram uma redução de 1 mm em comparação com os
bicos intactos (VAN de WEERD, 2006 apud ÁVILA; ROLL; CATALAN, 2008).
A ideia surgiu a partir de trabalhos de Tauson (1986), que objetivava atender
normativas da União Europeia em relação à presença de dispositivos de desgaste de unhas em
gaiolas para poedeiras. O bem-estar das aves é a principal vantagem do método, já que não
ocorre o corte do bico e dispensa a necessidade direta de intervenção humana para realizar o
manejo (ÁVILA; ROLL; CATALAN, 2008).
2.6 ESTUDOS COMPARATIVOS DOS DIFERENTES MÉTODOS DE DEBICAGEM
Nos últimos anos, diversas pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de reduzir
os efeitos negativos da debicagem, avaliando entre elas as variáveis: número de realizações,
idade das aves submetidas ao processo, tamanho, tipo e formato do corte e seus impactos no
desempenho produtivo, bem como no bem-estar das poedeiras. Sendo assim, a debicagem é
um dos temas mais discutidos na atualidade (BARBOSA, 2019).
Oka (2016) avaliou a debicagem HL (realizada no oitavo dia de vida)
comparativamente ao método por RI e LQ (debicadas no primeiro dia de vida e no oitavo dia
de vida, respectivamente, sendo ambas redebicadas aos 70 dias de vida), na fase de cria e
recria, através do desempenho zootécnico, e na fase de produção, por meio da qualidade dos
ovos. Constatou que na fase de cria a debicagem por RI obteve melhores resultados para as
variáveis de peso médio final, ganho de peso médio e ganho de peso médio diário. Já na fase
de recria as aves debicadas por RI obtiveram melhores resultados no peso inicial. Todavia,
aves com debicagem HL tiveram melhor peso médio final, ganho de peso médio e ganho de
peso médio diário, e ainda, na fase de produção apresentaram melhores resultados para
resistência e espessura da casca do ovo. Para as variáveis de mortalidade, canibalismo,
viabilidade e uniformidade os três tratamentos mantiveram-se semelhantes.
Dennis, Fahey e Cheng (2009) compararam os métodos de debicagem por meio de
LQ e RI, aplicados em poedeiras comerciais da linhagem Bovans White e mostraram que a
20
metodologia utilizando RI reduziu os danos causados por agressividade e bicadas,
proporcionando melhores condições de bem-estar, sem o comprometimento dos parâmetros
produtivos. Ainda, Dennis e Cheng (2010), ao comparar a debicagem por LQ e RI, em aves
da linhagem Bovans White, constataram que a debicagem por RI proporcionou redução da
agressividade e melhores condições de empenamento, e ainda que, as aves tratadas pelo
método de RI gastaram menos tempo se alimentando e apresentaram maior peso corporal, em
comparação às aves debicadas por LQ. Este resultado é reflexo de melhor eficiência
alimentar, em animais tratados por RI.
Em outro estudo, Dennis e Cheng (2012) avaliaram os efeitos de diferentes
protocolos de debicagem por RI sob o bem-estar e na fisiologia das aves. Foram utilizados
dois tamanhos de placas de proteção (27/23C, menos severo e 25/23C, mais severo) em três
configurações de potência: alta (52), moderada (48) e baixa (44). Ainda foi comparado com
aves debicadas por LQ. Constataram que as aves do protocolo 27/23C (48) foram as mais
pesadas em todas as idades, e as aves aparadas com protocolos 25/23C apresentaram bicos
mais curtos. O estudo forneceu evidências de que o comprimento da placa e a intensidade da
luz infravermelha podem ser ajustados para aprimorar o comprimento do bico, bem como os
parâmetros de produção e o bem-estar dos animais. Por fim, concluiu-se que o protocolo
27/23C (48) otimizou os parâmetros relevantes para a produção, além de reduzir a dor,
desconforto ou causar alteração de comportamentos.
Vieira Filho et al. (2016) avaliaram o efeito da debicagem por LQ ou por RI, sobre
os indicadores produtivos e de qualidade de ovos, em três linhagens de poedeiras (Lohmann
LSL, Hy-line W36 e Lohmann Brown) na primeira semana de vida, e se uma segunda
debicagem seria necessária na décima semana de idade. A debicagem por RI mostrou ser uma
alternativa viável, em substituição à debicagem convencional por LQ, para as três linhagens
avaliadas, proporcionando os mesmos resultados produtivos e de qualidade de ovos entre os
tratamentos. Além disso, não houve necessidade da realização de uma segunda debicagem, a
realização de uma única debicagem foi o suficiente para que não ocorresse o aumento na
incidência de canibalismo. Entretanto, nas aves sem a segunda debicagem, foi observado um
decréscimo de 8% na viabilidade à 63ª semana de idade.
Santos (2014) analisou os métodos de debicagem por RI e convencional por LQ,
ambos com intensidades moderada e severa, em aves na fase de cria, recria e postura. Na fase
de cria pode concluir que para ambos os tratamentos, a debicagem moderada apresentou
melhores valores no consumo de ração e peso corporal. Na fase de recria constatou que a
debicagem por RI promoveu resultados de desempenho às 16 semanas semelhantes aos
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obtidos com a debicagem por LQ, porém, a realização da segunda debicagem de forma severa
comprometeu o desempenho do lote. Na fase de postura concluiu que não houve diferença
significativa entre os dois métodos sob o desempenho produtivo e qualidade dos ovos quando
as aves são submetidas a uma única debicagem.
Araújo et al. (2000) avaliaram o desempenho de frangas de postura da linhagem Isa
Babcock submetidas a diferentes metodologias de debicagem por LQ (sem debicagem e com
debicagem leve ou severa). Foram avaliados consumo de ração, ganho de peso, uniformidade
e frequência de canibalismo. Os autores observaram que na fase de cria, as aves não debicadas
apresentaram maior consumo de ração, maior frequência de canibalismo e maior
desuniformidade. Já na fase de recria, as aves não debicadas apresentaram maior desperdício
de ração e maior peso corporal, embora esse peso tenha sido inferior aos padrões da linhagem.
E após a segunda debicagem, em ambos os métodos de debicagem, houve perda de peso
devido ao baixo consumo de ração pós-debicagem, não havendo posteriormente ganho
compensatório em relação às aves não debicadas.
Em outro estudo, Araújo et al. (2005), avaliando o efeito da debicagem leve, severa
e da não debicagem sobre o desempenho de poedeiras, mostraram que não ocorreu influência
da primeira debicagem sobre o peso médio, a conversão alimentar e a taxa de produção de
ovos, contudo, havendo menor consumo de ração para as aves que tiveram debicagem severa.
Sob os efeitos da segunda debicagem (leve e severa), houve uma diminuição no consumo de
ração, sendo que as aves severamente debicadas ainda tiveram reflexos negativos sobre a
conversão alimentar e taxa de postura. Já as aves que foram submetidas à debicagem leve
apresentaram uma melhor produção de ovos e uma melhor conversão alimentar. Não houve
diferença significativa na produção de ovos das aves severamente debicadas em comparação
as não debicadas.
Oda et al. (2000) analisaram o desempenho entre duas linhagens de poedeiras
comerciais debicadas por LQ em diferentes idades na fase de recria (primeira debicagem foi
realizada no 8º dia de idade e a segunda na 8ª, 10ª, 12ª ou 14ª semana de idade) e, verificaram
que os parâmetros produtivos foram mais influenciados pela linhagem do que pela idade de
debicagem. Porém, independente da linhagem, a prática da debicagem melhorou a
porcentagem de postura.
Baggio (2017) avaliou o desempenho e bem-estar de poedeiras submetidas a
diferentes métodos de debicagem (sem debicar, por LQ e RI) em dois sistemas de criação
(gaiola e piso). Foram avaliados o desempenho, qualidade de ovos, comportamento e
variáveis fisiológicas. O autor observou que, na fase de recria, as aves sem debicar e
22
debicadas por LQ, apresentaram menor consumo de ração e melhor conversão alimentar.
Concluiu que no sistema de criação em pisos as aves não precisam ser debicadas, já no
sistema de gaiolas a debicagem é um manejo importante, evitando o estresse e bicagem de
penas.
Em outro estudo Baggio et al. (2018) avaliaram a seletividade alimentar de poedeiras
submetidas a diferentes métodos de debicagem (sem debicar, por LQ e RI) em dois sistemas
de criação (piso e gaiola). Os autores concluíram que os métodos de debicagem avaliados não
impediram a seleção de alimento pela ave. No entanto, na fase de recria a debicagem por LQ
reduz mais a capacidade de seleção quando comparado a debicagem por RI. Já o sistema de
criação em gaiolas influência e favorece a seleção de alimento na fase de recria e produção,
quando comparada a criação em pisos.
Bastos-Leite et al. (2016) estudaram a influência dos diferentes níveis de debicagem,
sobre o desempenho e qualidade dos ovos de poedeiras comerciais leves. Os tratamentos
utilizados foram: aves não debicadas, aves debicadas a 7 mm, aves debicadas a 6 mm e aves
debicadas a 5 mm, sendo essa distância tomada da narina ao bico. Os autores concluíram que
as aves não debicadas obtiveram consumo de ração e mortalidade significativamente maiores.
Já as variáveis de qualidade de ovos não foram influenciadas pelos tratamentos. Desse modo,
as debicagens a 5, 6 ou 7 mm de distância da narina ao bico podem ser utilizadas em
poedeiras leves sem causar prejuízos sobre o desempenho produtivo ou a qualidade dos ovos.
Angevaare et al. (2012), em seus estudos, avaliaram o efeito do cuidado materno e da
debicagem por RI sob o desenvolvimento, desempenho e comportamento das aves. Os autores
constataram que as aves com debicagem por RI apresentaram um impacto supressivo nos
parâmetros de produção e na eficiência de bicar, quando comparadas as aves não debicadas.
Por outro lado, este tipo de tratamento de bico não alterou o comportamento de sociabilidade,
medo ou aprendizado das aves. Mertens et al. (2009) constataram que em lotes não debicados
as taxas de mortalidade são consideravelmente mais elevadas quando comparados aos lotes
debicados. Desta forma, a debicagem mostra-se efetiva na prevenção do canibalismo e
mortalidade.
Diante disso, pode-se observar que há resultados contraditórios em relação a
utilização da debicagem, e por isso devem ser analisados com cautela. Pois, mesmo tendo
impacto sobre o bem-estar animal, é de extrema importância que se entenda o real motivo de
sua aplicação, bem como os efeitos negativos em plantéis que não foram submetidos a esta
prática (BARBOSA, 2019).
23
3 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada na Granja Mantiqueira na unidade da cidade de Primavera
do Leste, Mato Grosso, onde os dados foram coletados e cedidos pelo setor de Cria e Recria.
O aviário em estudo, denominado “Recria 09”, é um aviário convencional de pressão
positiva (ventiladores e nebulizadores), com dimensões de 135 m de comprimento por 15 m
de largura. O aviário é equipado com gaiolas do tipo Zucami (74 cm x 60 cm), disposta
verticalmente em cinco baterias de quatro pisos/andares. O programa de luz adotado foi de 23
horas na primeira semana de vida, reduzindo 1 hora por semana até chegar a 13 horas de luz
por dia, na 11ª semana de idade, as quais foram mantidas até a 16 ª semana.
Há um silo com capacidade para 18 toneladas, abastecido sempre que necessário. Os
comedouros são do tipo calha, onde o número de arraçoamentos é programados em horas de
acordo com a idade e linhagem das aves, sendo realizado através de carrinhos automáticos. A
ração é a base de milho, farelo de soja, calcário, farinha de carne e óleo vegetal. O
fornecimento de ração totalizou em 514 toneladas, do 1o dia de vida até a 16ª semana de
idade.
O abastecimento de água é por uma caixa d’água externa (capacidade para 1.000
litros), sendo distribuída em caixas d’água menores presente no interior do aviário, e os
bebedouros são do tipo nipple, sendo três bebedouros por gaiola, com fornecimento ad
libitum.
Foram alojadas 104.000 aves, com um dia de idade, nos dias 17 e 18 de dezembro de
2019, da linhagem Lohmann® White LSL-Lite. Essas aves foram divididas em dois grupos,
os quais receberam diferentes métodos de debicagem, radiação infravermelha e holandês.
Ainda, nas aves com debicagem por RI foram utilizados dois tamanhos de placas de proteção,
sendo 24 ou 23 mm de comprimento por 23 mm de altura (24/23, moderado ou 23/23,
severo), ambos com alta intensidade de luz infravermelha.
Para realização da pesquisa, as aves foram distribuídas nas baterias de gaiolas
conforme o tipo de debicagem e protocolo utilizado. Nas baterias um e dois foram alojadas às
aves debicadas por radiação infravermelha de placa 24/23 (moderada), na bateria três as aves
debicadas por radiação infravermelha de placa 23/23 (severa), e na bateria quatro e cinco
aquelas debicadas pelo método holandês (debicagem severa) (Figura 2).
24
Figura 2 - Distribuição das aves conforme a debicagem
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
Com as aves devidamente separadas, foram coletados dados de peso (g) e
uniformidade (%), semanalmente, durante toda a fase de cria e recria, e com 11 semanas de
idade foram avaliados o tamanho (mm) e calo de bico (no) nos diferentes métodos de
debicagem.
Destaca-se que, por questões de organização e manejo da empresa, os dados
coletados não permitiram a aplicação de testes estatísticos de comparação de médias, dessa
forma, foram realizadas apenas análises descritivas dos dados.
3.1 VARIÁVEIS ANALISADAS
3.1.1 Peso corporal das aves (g)
Para pesagem das aves foi utilizado uma balança eletrônica da Weltech International
Limited, modelo BW – 2050 Weigher, onde a aves são pesadas individualmente, sendo gerado
automaticamente a média de peso corporal, a uniformidade e o coeficiente de variação.
As aves foram pesadas semanalmente da 1ª semana até a 16ª semana de idade, a
pesagem foi realizada separadamente conforme o método de debicagem e a distribuição das
gaiolas de pesagem padrão do setor de Cria e Recria. Para obtenção do o peso padrão da
linhagem, foi consultado o Guia de Manejo Lohmann® LSL-Lite (2017).
Da primeira semana até a segunda semana de idade, as aves permaneceram alojadas
somente na parte da frente do aviário, com 50 pintos por gaiola, dessa forma foram pesadas
25
250 aves por semana nesse período, onde 100 possuíam debicagem pelo tratamento de RI
placa 24/23, 50 pelo tratamento de RI placa 23/23 e 100 debicagem HL.
A partir da segunda semana as aves passam pelo processo de distribuição, onde são
distribuídas para o fundo do aviário, permanecendo 16 aves por gaiola, assim, pesando-se 160
aves semanalmente, onde 64 possuíam debicagem pelo tratamento de RI placa 24/23, 32 pelo
tratamento de RI placa 23/23 e 64 debicagem HL. Para avaliação final dos dados, os pesos
médios foram agrupados a cada quatro semanas.
3.1.2 Uniformidade do lote (%)
A uniformidade de um lote é expressa como percentual de aves que se enquadra em
uma determinada faixa (o ideal é de +/- 10%) em torno da média do peso corporal do lote.
Quanto maior o número de aves dentro dessa faixa de peso, maior a uniformidade do lote,
mais fácil é o manejo e menor a necessidade de uma subdivisão do lote (AVIAGEN, 2018).
Calculado pela fórmula:
Uniformidade = nº de aves dentro ± 10% do peso médio X 100
nº total de aves da amostra
A partir do peso médio, calcula-se 10 % para mais e 10% para menos, sendo estes os
limites superior e inferior do intervalo, respectivamente. Após, verifica-se a quantidade de
aves que ficaram dentro do intervalo de ± 10% do peso médio corporal. O resultado deve ser
dividido pelo número total de aves da amostra, transformado em percentual, e obtém-se a
uniformidade.
No presente trabalho, o valor de uniformidade foi gerado automaticamente pela
balança eletrônica e foram registrados em uma planilha, semanalmente, de acordo com a
pesagem das aves. Para avaliação final dos dados, os valores de uniformidade foram
agrupados a cada quatro semanas, conforme o peso médio das aves.
3.1.3 Crescimento do bico (mm)
Foi avaliado o tamanho do bico de 300 aves aleatórias (Figura 3), com 11 semanas
de idade, sendo 100 aves de cada um dos diferentes métodos de debicagem, para então,
estipular a média de crescimento do bico, uniformidade e o coeficiente de variação.
26
Figura 3 - Mensuração do tamanho do bico
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
Para mensurar o tamanho do bico, utilizou-se um paquímetro digital, posicionando a
parte fixa do paquímetro na abertura nasal da ave, e a parte móvel na ponta do bico da ave
(Figura 4), todos os valores foram registrados em milímetros.
Figura 4 - Mensuração do tamanho do bico
Fonte: Adaptado de Santos (2014)
A uniformidade do tamanho do bico foi calculada com base na fórmula utilizada para
o cálculo da uniformidade do peso corporal, somente substituindo o peso médio por mm do
bico (±10%), conforme fórmula descrita no item 3.1.2.
27
3.1.4 Calo de bico (no)
Das mesmas aves onde se aferiu o tamanho do bico, com 11 semanas de idade, foi
realizada a contagem de calo de bico (Figura 5), separadamente para cada tipo de debicagem.
Figura 5 - Ilustração do calo de bico
Fonte: Adaptado de Santos (2014)
28
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
No Gráfico 1 encontram-se os dados para peso corporal médio das aves submetidas
as diferentes debicagens, os dados para análise da curva de crescimento foram comparados a
cada quatro semanas. No gráfico a linha contínua expressa o peso médio padrão da linhagem
para a respectiva idade.
Gráfico 1 - Peso médio das aves debicadas por RI 24/23, RI 23/23 e Holandesa
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
Pode-se constatar que na 1ª e 5ª semana de idade (fase de cria) as aves obtiveram
pesos semelhantes em ambos os tratamentos e ainda obtiveram peso médio acima do peso
padrão da linhagem. Esses resultados diferem dos encontrados por Oka (2016), em que as
aves debicadas por RI obtiveram valores maiores para as variáveis de ganho de peso médio,
peso médio diário e peso médio final, comparativamente ao método de debicagem HL, que
possivelmente foi causado pelo estresse devido ao procedimento severo da debicagem ao 8º
dia de vida, o qual causou sensibilidade dolorosa no bico.
Já Vieira Filho (2016), ao comparar os efeitos da debicagem por LQ e RI, observou
que durante o período de cria, nas duas primeiras semanas houve diferença no consumo de
ração, onde possivelmente a debicagem por RI implicou em ligeira redução do consumo de
ração até que a porção tratada do bico caísse totalmente. Mas a partir da segunda e terceira
semanas de idade, a diferença de consumo entre as metodologias foi pouco evidente, de forma
85
34
2
664
95
7
11
03
88
34
8
65
3
96
1
10
83
79
34
2
64
7 9
05 10
87
70
334
712
1010
1160
0
200
400
600
800
1000
1200
1 5 9 13 16
Peso
Méd
io (
g)
Idade (semanas)
Peso médio (g)
RI 24/23
RI 23/23
Holandesa
Peso Padrão
Linhagem
29
que, esses apresentaram consumo médio de ração semelhante, não ocasionando em redução
do peso corporal ao final do período de cria (6ª semana de idade).
Na fase de recria (6-16 semanas), considerando a 9ª e 13ª semana de idade, pode-se
dizer que as aves com debicagem por RI placa 24/23 e 23/23 obtiveram desempenho
semelhantes entre elas, e superiores ao de debicagem HL, porém ambos os métodos tiveram
queda de desempenho em relação ao peso padrão da linhagem. Já na 16ª as aves debicadas por
RI placa 24/23 apresentaram peso levemente superior às demais, porém é importante destacar
que o peso médio das aves, debicadas pelas três metodologias, foram muito próximos.
Nessa fase, Oka (2016) observou que a debicagem por RI proporcionou redução no
ganho de peso médio e peso médio diário, refletindo no peso médio final, comparativamente à
debicagem HL, porém provavelmente este fato ocorreu em consequência do estresse da
segunda debicagem realizada aos 70 dias nas aves com debicagem por RI. Entretanto, a
segunda debicagem não se aplicou no presente estudo, portanto não havendo a perda de peso
dessas aves, condizendo com os resultados obtidos.
Em outro estudo, ao comparar a debicagem por RI e LQ, a análise de comportamento
mostrou que as aves debicadas por RI passaram menos tempo se alimentando, no entanto,
essas aves eram consistentemente mais pesadas que as aves debicadas por LQ, sugerindo que
a debicagem por RI pode permitir um comportamento alimentar mais eficiente (DENNIS;
CHENG, 2010).
Ainda sugere-se que a debicagem por RI aumenta a percepção sensorial em função
de menor dano aos mecanorreceptores do bico, o que proporciona um consumo mais uniforme
da dieta e consequentemente maior peso corporal (DENNIS; CHENG, 2010).
A uniformidade das aves debicadas a partir dos diferentes métodos de debicagem
pode ser observada no Gráfico 2.
30
Gráfico 2 - Uniformidade das aves debicadas por RI 24/23, RI 23/23 e Holandesa
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
A uniformidade de um lote é tão importante quanto alcançar a meta média de peso
corporal, pois indica o desenvolvimento normal do lote. Aves desuniformes apresentam
dificuldade de alimentação correta tanto no período de crescimento quanto no da postura, isso
reflete no início e extensão do pico de produção das aves e consequentemente na
uniformidade dos ovos (VALBUENA, 2018). Dessa forma, quanto maior a uniformidade das
aves, melhores os resultados produtivos (LARA, 2015). A intepretação da uniformidade pode
ser visualizada no Quadro 1.
Quadro 1 - Interpretação dos resultados de uniformidade
Uniformidade Caracterização
90 - 100% Ótima
80 - 90% Muito boa
70 - 80% Boa
60 - 70% Regular
< 60% Ruim Fonte: Adaptado de Ávila, Albino e Saatkamp (2007)
Com o gráfico pode-se observar uma brusca queda na uniformidade das aves com
debicagem da RI 23/23 na 9ª semana de idade, chegando a 65% de uniformidade (regular). Já
as aves debicadas por RI 24/23 obtiveram com uma uniformidade “muito boa” a “ótima”
durante todo o período, permanecendo sempre acima de 80%. As aves com debicagem HL
86
81
92
94
92
90
80
65
85
94
86
72
81
84 89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 5 9 13 16
Un
iform
idad
e (%
)
Idade (semanas)
Uniformidade (%)
RI 24/23
RI 23/23
Holandesa
31
apresentaram uma uniformidade entre “boa” e “muito boa”. Contudo, no final, as aves
debicadas por RI 23/23 recuperaram, e todos os tratamentos se equipararam, obtendo
uniformidades acima de 80% (muito boa) e 90% (ótima).
Deve-se considerar ainda que a debicagem é um dos fatores que influenciam na
uniformidade do lote e, que a debicagem por RI, por ser um processo automatizado, garante
maior homogeneidade no corte do bico, garantindo um consumo semelhante entre as aves, o
que ocorre diferentemente na debicagem HL, já que é um processo manual, passível de maior
número de erros.
Portanto, garantir que os lotes possuam desenvolvimento dentro dos limites padrões
de peso corporal da linhagem e, que alcancem uma uniformidade acima de 80% antes do
início da postura é o ideal, para que as aves atinjam a maturidade sexual a uma idade
fisiologicamente adequada, com maior pico de postura, maior uniformidade no tamanho dos
ovos, além de um número maior de ovos/ave alojada e diminuição de problemas de prolapso
(FERREIRA, 2019; PRADO; PRADO, 2012).
Dessa forma, a melhor forma de controlar o desenvolvimento corporal das aves é a
pesagem semanal, manejo que é fundamental para verificar a manutenção da uniformidade
dos lotes e, consequentemente, uma maior produtividade (PRADO; PRADO, 2012).
O Gráfico 3 compara a média de crescimento dos bicos, que foram mensurados na
11ª semana de idade.
Gráfico 3 - Tamanho médio do bico das aves debicadas por RI 24/23, RI 23/23 e Holandesa
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
10,54
8,86
7,79
RI 24/23 RI 23/23 Holandesa
Tamanho do bico (mm)
Média
CV = 9,16%
CV = 10,15%
CV = 17,03%
32
Comparando-se as médias dos tratamentos obtidas para tamanho do bico (mm), com
11 semanas de idade, constata-se que as aves debicadas por RI placa 24/23 obtiveram maior
crescimento de bico quando comparada as aves severamente debicadas (RI placa 23/23 e HL),
o que condiz com a quantidade de tecido removido em cada uma das debicagens realizadas.
Resultados similares foram encontrados por Dennis, Cheng (2010) e Oka (2016),
onde verificaram que as aves debicadas por RI apresentaram maior comprimento de bico,
quando comparadas as aves com debicagem por LQ e HL.
Em relação à uniformidade do bico, a debicagem por RI 24/23 apresentou 72%, a
debicagem por RI 23/23 obteve 69% e a debicagem HL 45% de uniformidade. Oka (2016) ao
analisar o comprimento e uniformidade do bico, na fase de cria e recria, observou que a
debicagem HL e a debicagem por LQ apresentaram valor de 82,14% indicando menor
uniformidade em comparação a RI que apresentou 92,86% de uniformidade, corroborando
com os achados neste estudo.
Destacam-se ainda, os valores do coeficiente de variação, sendo o mais alto para a
debicagem HL, que por ser um método manual, o tamanho da apara do bico torna-se
desuniforme, refletindo em diferenças no consumo de ração das aves e, consequentemente em
seu desempenho zootécnico.
O tamanho do bico pode determinar a realização de uma segunda debicagem, o que
normalmente ocorre nos lotes debicados por RI placa 24/23, dependo da intensidade da luz, o
que não foi necessário nesse caso, pois se utilizou uma intensidade de luz infravermelha mais
alta. E a debicagem severa objetiva descartar a realização de uma segunda debicagem, dessa
forma, sem gerar mais um período de estresse, pelo manejo, e dor, pela idade da ave, fatores
que podem levar a futura queda na produção.
No Gráfico 4 encontram-se os dados de prevalência de calo de bico entre os
tratamentos.
33
Gráfico 4 - Prevalência de calo de bico nas aves debicadas por RI 24/23, RI 23/23 e
Holandesa
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
As aves debicadas por RI 23/23 apresentaram a maior quantidade de calos de bico,
seguida das aves com debicagem HL. Portanto, considera-se que a prevalência de calos de
bico foi maior nas debicagens realizadas de forma severa, sugerindo que a apara severa do
bico, por causar maior dano ao tecido, leva a formação de calos de bicos, tornando a região
sensível ao contato com instalações e equipamentos, dificultando assim a alimentação e
anulando os efeitos benéficos da debicagem.
Isso se deve ao fato de que, durante a prática de debicagem há a remoção de
receptores sensoriais do bico, onde o nervo trigêmeo acaba sendo danificado e com isso,
ocorre à formação de calos ou neuromas na ponta do bico (Figura 6) como processo de
cicatrização, proporcionando dor aguda ou crônica, que posteriormente tendem a regredir
(HESTER; SHEA-MOORE, 2003; OKA, 2016).
6%
41%
15%
RI 24/23 RI 23/23 Holandesa
Prevalência de calo de bico (nº)
Quantidade
34
Figura 6 - Calo de bico em aves com 11 semanas de idade
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
Porém, a presença e permanência do calo de bico vão variar bastante entre as aves,
em consequência de fatores como a idade, a quantidade de tecido removido e a temperatura da
lâmina do debicador (CHENG, 2006; SANTOS, 2020). Especificamente, os métodos de
debicagem severa podem levar a persistência desses neuromas com corpúsculos sensoriais e
nociceptores que, consequentemente, apresentará atividade ectópica que gera descargas
espontâneas e causará sensação dolorosa no local afetado (CRESPO; SHIVAPRASAD, 2013;
GENTLE et al., 1997; KUENZEL, 2007).
Ainda, segundo Kuenzel (2007), a remoção de 50% ou menos do bico da ave pode
impedir a formação de neuromas e permitir a regeneração do tecido queratinizado para evitar
bicos deformados e, consequentemente, afetar positivamente a qualidade de vida das aves.
Portanto, vale ressaltar que, a debicagem é um processo que deve ser empregado de
maneira correta, dado que, este manejo tem grande influência no consumo de ração, peso
corporal, uniformidade do lote e produção de ovos. Além disso, não há nenhuma maneira de
corrigir uma debicagem mal feita, inviabilizando a produção (SERRATOS, 1996 apud OKA,
2016).
35
5 CONCLUSÃO
Pode-se concluir, de maneira geral, que não houve grande variação entre os
diferentes métodos de debicagem, para peso corporal e uniformidade das aves. Quanto ao
tamanho do bico, o método de debicagem por RI se mostrou com maior uniformidade. A
prevalência de calo de bico foi maior nas aves debicadas de forma severa, o que pode
impactar no desempenho zootécnico.
Dessa forma, o método de debicagem por RI, com nível de debicagem moderada
(24/23) e alta intensidade de luz infravermelha, mostra-se uma alternativa viável, uma vez
que, obteve melhores resultados de desempenho, não necessitou da segunda debicagem e
ainda garantiu um maior bem-estar às aves. Porém, ainda devem ser realizados mais estudos
para saber a influência dos diferentes métodos de debicagem sobre o desempenho das aves.
36
REFERÊNCIAS
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