dayanna karla gonzaga ximenes prÁtica mental na … › bitstream › 123456789 › 17501 ›...

122
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROPSIQUIATRIA E CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM DOENÇA DE PARKINSON RECIFE 2015

Upload: others

Post on 07-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROPSIQUIATRIA E CIÊNCIAS DO

COMPORTAMENTO

DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES

PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO PARA

O TRATAMENTO DE PESSOAS COM DOENÇA DE

PARKINSON

RECIFE

2015

Page 2: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES

PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO PARA

O TRATAMENTO DE PESSOAS COM DOENÇA DE

PARKINSON

Orientador:

Prof. Dr. Otávio Gomes Lins

Co-orientadora:

Profa. Dra. Maria das Graças Wanderley de Sales Coriolano

RECIFE

2015

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Neuropsiquiatria e

Ciências do Comportamento, do Centro

de Ciências da Saúde, da Universidade

Federal de Pernambuco, para obtenção

do título de Doutora em Neurociências.

Page 3: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO
Page 4: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES

PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO PARA O

TRATAMENTO DE PESSOAS COM DOENÇA DE PARKINSON

Tese apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e

Ciências do Comportamento da

Universidade Federal de Pernambuco,

como requisito parcial para obtenção

do título de Doutora em Neurociências

Aprovada em: 30/11/2015

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Prof. Dr. Marcelo Moraes de Valença (presidente da Banca)

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________________

Prof. Drª Silvia Regina Arruda de Moraes

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________________

Prof. Drª Gisela Rocha de Siqueira

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________________

Prof. Dr. Otávio Gomes Lins

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________________

Prof. Drª Danielle Carneiro de Menezes Sanguinetti

Universidade Federal de Pernambuco

Page 5: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

REITOR

Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

VICE-REITOR

Prof. Dr. Sílvio Romero de Barros Marques

PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO

Prof. Dr. Paulo Sávio Angeiras de Góes

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DIRETOR

Prof. Dr. Nicodemos Teles de Pontes Filho

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROPSIQUIATRIA E

CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO

COORDENADOR

Prof. Dr. Marcelo Moraes Valença

VICE-COORDENADORA

Profª Dra. Sandra Lopes de Souza

CORPO DOCENTE Profª. Drª. Ângela Amâncio dos Santos

Profª. Drª. Ana Elisa Toscano

Prof. Dr. Amaury Cantilino

Profª. Drª. Belmira Lara da Silveira Andrade da Costa

Profª. Drª. Claudia Jacques Lagranha

Prof. Dr. Everton Botelho Sougey

Prof. Dr. Gilson Edmar Gonçalves e Silva

Prof. Dr. Hilton Justino da Silva

Prof. Dr. Hildo Rocha Cirne Azevedo Filho

Prof. Dr. Hugo André de Lima Martins

Prof. Dr. João Ricardo Mendes de oliveira

Prof. Dr. João Henrique da Costa Silva

Profª. Drª. Kátia Karina do Monte Silva

Profª. Drª. Luciana Patrizia A. de Andrade Valença

Prof. Dr. Lucio Vilar Rabelo Filho

Prof. Dr. Luis Ataíde Júnior

Prof. Dr. Marcelo Cairrão Araújo Rodrigues

Profª. Drª. Maria Lúcia BustamantesSimas

Profª. Drª. Maria Lúcia Gurgel da Costa

Prof. Dr. Murilo Duarte da Costa Lima

Prof. Dr. Otávio Gomes Lins

Prof. Dr. Othon Coelho Bastos Filho

Profª. Drª. Paula Rejane Beserra Diniz

Profº Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho

Prof. Dr. Raul Manhães de Castro

Profª. Drª. Rosana Christine C. Ximenes

ProfªDrª. Silvia Regina Arruda de Moraes

Page 6: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

Dedico a Deus, por não me desamparar nunca, me iluminar e me guiar em todos os

caminhos. À minha família, que me apoia em todas as minhas escolhas e que nestes

longos anos de doutorado souberam respeitar meu tempo e ausência em momentos

em que poderia estar ao lado deles. Em especial minha mãe Maves e meu marido

Waldemar.

Aos pacientes, que puderam ‘emprestar’ generosamente um pouco de suas vidas e

de seus momentos para conseguirmos os nossos resultados.

Sem nenhuma dúvida, a minha maior dedicatória, é para Maria Fernanda. Minha

amada filha. Que foi concebida durante esta trajetória e que quando todos diziam, “é

impossível ter filho e fazer doutorado ao mesmo tempo”, ela me prova que TUDO É

POSSÍVEL quando temos um objetivo e quando temos que cumprí-lo.

Page 7: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

AGRADECIMENTOS

Meu maior agradecimento é aos meus orientadores prof. Dr. Otávio Gomes Lins e a

profª. Dra. Graça Wanderley, pela confiança, dedicação, disponibilidade, atenção

dispensada, paciência (muita) e por todo profissionalismo. Apenas um obrigado é

pouco para o que vocês transformaram em mim.

Ao Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU, em especial na

pessoa de profº André Luis, que me permitiu e apoiou durante toda a trajetória deste

processo me ausentar de alguns horários de trabalho e me dedicar fielmente ao

pagamento de todos os créditos, coleta de dados, encontros com orientador e

finalização desta tese.

Aos meus colegas do grupo de pesquisa, sobretudo Alisson Ribeiro e Douglas

Monteiro, pelos momentos de entusiasmo partilhados em conjunto, pelo apoio durante a

coleta de dados e pelas lembranças de renovar as matrículas!

Page 8: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

“A satisfação que nosso trabalho nos proporciona

é sinal de que soubemos escolhê-lo.”

(Clarisse Lispector)

Page 9: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

RESUMO

Introdução: Atualmente profissionais da saúde tem buscado estratégias para ensinar seus

pacientes a reaprender movimentos após lesões neurológicas. A Prática Mental tem sido um

delas. Através de uma vasta revisão da literatura e presente pesquisa, foi observado que esse

tipo de treinamento consiste na simulação mental de movimentos, com a intenção de

promover a reaprendizagem de uma habilidade motora. Sabendo-se que os pacientes com a

doença de Parkinson apresentam limitações no reaprendizado das tarefas motoras, pela

diminuição da dopamina nos núcleos da base reduzir a atividade motora do córtex cerebral,

reduzindo os movimentos voluntários, tornou-se assim importante a busca por recursos para o

reaprendizado de tarefas motoras de seu cotidiano. Objetivo: Verificar a possibilidade de

efeitos da Prática Mental na melhora da habilidade e imaginação motora em pacientes com a

doença de Parkinson na atividade de alimentação. Métodos: A pesquisa de intervenção, foi

realizada com 7 pacientes do sexo masculino com a Doença de Parkinson. Foram utilizados

para a pesquisa a classificação de Hoehn & Yahr (HY), o Mini exame do Estado Mental

(MEEM), a escala unificada de avaliação para a doença de Parkinson (UPDRS), o

Questionário da Doença de Parkinson 39 (PDQ – 39), o Questionário de Imaginação Motora

revisado (MIQ-RS). Todos os pacientes passaram por uma triagem para certificação de

atenderem os critérios de inclusão desta pesquisa. Ocorreram como protocolo a realização de

uma triagem, avaliação antes do início do treinamento da Prática Mental, um dia

imediatamente após as 12 sessões determinadas, outra avaliação após 1 mês e última após 6

meses da realização da intervenção. A triagem foi baseada pela utilização de Ficha de registro

de dados e o Miniexame do Estado Mental (MEEM) para análise das funções cognitivas, onde

já foi iniciado os critérios de elegibilidade. A avaliação antes do início do treinamento

utilizando do MIQ-RS, teve como principal objetivo analisar a habilidade de realizar a

imaginação motora, com imagens visuais e imagens cinestésicas. O treino da Prática Mental

foi subdividido em cada sessão em cinco fases. Sendo elas Ação sem intervenção,

Determinação de Componentes Cinemáticos, Ação mencionando componentes, Realizando a

Alimentação e apenas imaginando o movimento proposto de alimentação. Resultados:

Observamos em nosso estudo de avaliação da qualidade de vida, que os pacientes com a

doença de Parkinson obtiveram resultados significantes quando avaliados pós Prática Mental

em relação à mobilidade, suporte social e cognição. Quando avaliados em relação à

mobilidade, foram observadas melhoras significantes, de acordo com a escala de avaliação de

mobilidade, que os membros superiores obtiveram bom desempenho até o primeiro mês após

Page 10: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

a primeira avaliação realizada. Ao buscarmos respostas aos resultados relacionados à

imaginação motora foi observado que a Prática Mental pode estimular o desempenho desta

imaginação e melhor execução das atividades de vida diária. Conclusão: Em sua maior parte

os resultados apresentaram-se estáveis nas reavaliações pós tratamento realizado, levando a

considerarmos a ocorrência de retenção do aprendizado motor relacionado à Prática Mental.

Assim o presente estudo pode considerar que para indivíduos com a doença de Parkinson a

efetividade da aplicação da Prática Mental é confirmada, contudo, ainda precisa ser

investigada em vários aspectos para que sua aplicação seja direcionada para protocolos

específicos e especificada às tarefas de habilidades motoras do paciente.

Palavras-chave: Doença de Parkinson. Qualidade de Vida. Reabilitação. Imaginação.

Alimentação. Comportamento Alimentar.

Page 11: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

ABSTRACT

Introduction: Currently health professionals has sought strategies to teach their patients to

relearn movements after neurological injury. Mental practice has been one of them. Through

an extensive literature review and this study, we observed that this type of training is the

mental simulation of movements, with the intent to promote the relearning of motor skills.

Knowing that patients with Parkinson's disease have limitations in the relearning of motor

tasks, the decrease in dopamine in the basal ganglia reduce the motor activity of the cerebral

cortex, reducing voluntary movements, it has become so important to search for resources to

the relearning of motor tasks of their daily lives. Objective: To investigate the possibility of

effects of mental practice on improving motor skills and imagination in patients with

Parkinson's disease in feeding activity. Methods: The intervention research was conducted

with seven male patients with Parkinson's disease. They were used to search the classification

of Hoehn & Yahr (HY), the Mini Mental State Examination (MMSE), the unified rating scale

for Parkinson's disease (UPDRS), the Questionnaire of Parkinson's Disease 39 (PDQ - 39 ),

the Imagination Motor revised Questionnaire (MIQ-RS). All patients underwent a screening

for certification meet the inclusion criteria of this research. Occurred as a protocol to conduct

a screening assessment before the start of training of Mental Practice, the day immediately

after the 12 specific sessions, further evaluation after 1 month and 6 months after the last

performing surgery. The screening was based on the use of data recording sheet and the Mini

Mental State Examination (MMSE) for analysis of cognitive functions, which has started the

eligibility criteria. The evaluation before the start of training using the MIQ-RS, aimed to

analyze the ability to perform motor imagination, with visual images and kinesthetic images.

Training of Mental Practice was divided into five phases in each session. As they action

without intervention, Determination of Kinematic Components, Action mentioning

components, Realizing the Power and just imagining the proposed movement of food.

Results: In our study evaluating the quality of life, patients with Parkinson's disease show

significant results when evaluated post Mental Practice in relation to mobility, social support

and cognition. When evaluated for mobility, significant improvements were observed,

according to the mobility of rating scale, the upper limbs obtained a good performance until

the first month after the first evaluation performed. As we seek answers to the results related

to motor imagination it was observed that mental practice can stimulate the performance of

this imagination and best performance of activities of daily living. Conclusion: For the most

part the results were stable in the post treatment performed revaluations, leading to consider

Page 12: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

the motor learning retention occurrence related to Mental Practice. So this study may consider

that for individuals with Parkinson's disease the effectiveness of the implementation of the

Mental practice is confirmed, however, still needs to be investigated in various aspects so that

your application is directed to specific protocols and specified the tasks of motor skills

patient.

Key-words: Parkinson's disease. Quality of life. Rehab. Imagination. Alimentation. Feeding

Behavior.

Page 13: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustrações do Método

Quadro 1 – Desenho de estudo das etapas de avaliação ........................................ 28

Figura 1 – Fluxograma de recrutamento e constituição da amostra....................... 33

Figura 2 – Escala de estadiamento original de Hoehn & Yahr............................. 35

Figura 3 – Ação sem intervenção.......................................................................... 38

Figura 4 – Registro apenas com imaginação........................................................ 40

Figura 5 – Prática Mental: praticando a habilidade mentalmente......................... 41

Figuras do Artigo Original 1

Figura 1 – Escore total do PDQ-39 ........................................................................ 41

Figura 2 – Escore da Mobilidade ......................................................................... 41

Figura 3 – Escore do Suporte Social .................................................................... 42

Figura 4 – Escore da Cognição ............................................................................ 42

Figura 5 – Escore das AVDs ................................................................................ 43

Figura 6 – Escore do Bem estar Social ................................................................ 43

Figura 7 – Escore do Estigma .............................................................................. 43

Figura 8 – Escore da Comunicação ..................................................................... 44

Figura 9 – Escore do Desconforto Corporal ........................................................ 44

Figuras do Artigo Original 3

Figura 1 – Distribuição dos escores do MEEM e MIQ-visual e cinestésico dos

sujeitos do estudo .................................................................................

72

Page 14: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

LISTA DE TABELAS

Tabela do Artigo Original 1

Tabela 1 – Caracterização da amostra ................................................................... 46

Tabela 2 – Escores do PDQ-39 antes da intervenção, após a intervenção e

acompanhamento na reavaliação ........................................................

52

Tabelas do Artigo Original 2

Tabela 1 – Características gerais da amostra ......................................................... 60

Tabela 2 – Valores da seção AVD da UPDRS nas avaliações............................. 60

Tabela 3 –Valores da seção AVD da UPDRS para o movimento do membro

superior nas avaliações........................................................................

61

Tabela 4 –Valores da seção Exame Motor (on) da UPDRS nas

avaliações............................................................................................

61

Tabela 5 –Valores da seção Exame Motor (on) da UPDRS para o movimento

do membro superior na avaliação e reavaliações ...............................

62

Tabelas do Artigo Original 3

Tabela 1 – Características gerais da amostra ......................................................... 72

Tabela 2 – Escore da MIQ visual na avaliação e reavaliações ............................ 73

Tabela 3 – Escore da MIQ cinestésico na avaliação e reavaliações ................... 73

Page 15: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DP –Doença de Parkinson

PM - Prática Mental

QV- Qualidade de Vida

AVD´S – Atividades de vida diária

HY – Hoehn&Yahr

UPDRS- Escala unificada de avaliação para doença de Parkinson

PDQ-39 – Questionário de doença de Parkinson

MIQ-RS – Questionário da imaginação motora revisada

MEEM – Mini exame do estado mental

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

CC –Componentes Cinemáticos

CCS-UFPE – Centro de ciências da Saúde – Universidade Federal de Pernambuco

HC/PE – Hospital das Clínicas de Pernambuco

UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassa

Page 16: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO................................................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Doença de Parkinson....................................................................................................

2.1.1 Fisiopatologia da Doença de Parkinson................................................................

2.1.2 Características Clínicas da Doença de Parkinson, os sintomas motores e suas

repercurssões na atividade motora.......................................................................

2.2 Imaginação Motora, Prática Mental e Aprendizagem Motora...........................

2.2.1 Aprendizagem Motora e Prática Mental ..............................................................

2.3 Efeitos da Prática Mental na Reabilitação de Atividades Funcionais.....................

2.3.1 Prática Mental aplicada à Doença de Parkinson...................................................

19

19

19

21

23

24

25

27

3 OBJETIVOS E HIPÓTESES

3.1. Hipóteses .......................................................................................................................

3.2.Objetivos Específicos.....................................................................................................

3.3. Objetivo Geral ..............................................................................................................

30

30

30

30

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Delineamento da Pesquisa............................................................................................

4.2. Local de Estudo.............................................................................................................

4.3. População de Estudo.....................................................................................................

4.3.1 Amostragem..........................................................................................................

4.4 Critérios de elegibilidade............................................................................................

4.5 Coleta de Dados...........................................................................................................

4.6 Protocolo de Registro e intervenção..........................................................................

4.7 Análise dos Dados......................................................................................................

4.8 Aspectos Éticos............................................................................................................

31

31

31

32

32

32

34

37

41

42

5 RESULTADOS

5.1. Artigo Original 1: Repercussões da Prática Mental orientada na tarefa de

alimentação sobre a qualidade de vida de pacientes com a doença de Parkinson..........

5.2. Artigo Original 2:Contribuíções da Prática Mental orientada à tarefa de alimentação

nas atividades de vida diária e comportamento motor de pacientes com a doença de

Parkinson ...................................................................................................................

5.3. Artigo Original 3:Efeito da Imaginação Motora na Prática Mental orientada a

atividade de alimentação de pacientes com doença de Parkinson .................................

43

44

56

69

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

80

REFERÊNCIAS........................................................................................................................

82

Page 17: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

APÊNDICES

Apêndice A - Carta de Anuência – Laboratório de eletroneuromiografia - HC/PE..........

Apêndice B - Carta de Anuência – Pró-Parkinson - HC/PE..............................................

Apêndice C – Carta Anuência – Clínica Escola de Fisioterapia da UNINASSAU..........

Apêndice D - Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).................................

Apêndice E - Ficha de Registro de Dados ........................................................................

94

95

96

97

98

101

ANEXOS

Anexo A – Escala de Estadiamento de Hoehn&Yahr – Versão Original...........................

Anexo B - Miniexame do Estado mental (MEEM).............................................................

Anexo C - Questionário de imaginação motora – Versão revisada (MIQ-RS)..................

Anexo D - Escala Unificada de Avaliação para Doença de Parkinson (UPDRS)..............

Anexo E - Questionário da Doença de Parkinson-39 (PDQ-39)........................................

Anexo F – CAAE - Aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa....................................

Anexo F- Carta de Submissão de Artigo Científico – Acta Fisiátrica.........................

102

103

104

105

112

117

120

121

Page 18: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

17

1 APRESENTAÇÃO

Atualmente profissionais da saúde, que visam à reabilitação de pacientes neurológicos

utilizam de variados métodos para ensinar seus pacientes a recuperar os movimentos.

Estudiosos em aprendizagem ou mesmo reaprendizagem motora, apresentam que o modo de

ensinar, geralmente, é dividido por tipos de práticas que, podem ser: a Prática Mental, a

prática física e combinação das mesmas (AGUIAR; SAY; BARELA, 2014).

Para realizar uma tarefa motora, utilizando quaisquer dos tipos de prática, Salmuski

(2002) apresenta que é necessário que haja um período de treino com exigência de

concentração máxima, pois neste momento há a aprendizagem de novas técnicas e estratégias

táticas. Para o aperfeiçoamento dos gestos, através da aprendizagem de habilidades motora,

Castro (2007) estudou que é necessária a prática com repetição. Atualmente estudos apontam

que a imaginação motora faz parte deste conjunto para que se obtenha sucesso nos resultados

de habilidades motoras (GOMES, et al, 2012).

Na reflexão dos benefícios que a Prática Mental pode proporcionar, nos foi despertado

a busca dentro do grupo de pesquisa de pessoas com a doença de Parkinson, como esta prática

poderia ser aplicada para que pudéssemos diminuir o impacto negativo da doença sobre a

qualidade de vida desses indivíduos, em especifico na atividade de vida diária da tarefa de

alimentação.

Sabe-se que a doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurodegenerativa do

sistema nervoso central, de caráter progressivo, onde a lesão geralmente está na substância

negra. A diminuição de dopamina é uma de suas consequências, que ocorre nas fibras nigro-

estriatais, cessando a atividade moduladora que essas fibras exercem sobre o circuito motor

básico (PAULSON; STERN, 2004). Ocorre então o desencadeamento da sensação de fadiga,

e em seguida tornam-se notáveis as alterações no controle motor, caracterizando-se por

tremor, rigidez muscular e bradicinesia, com alterações posturais e instabilidade (BERG,

2001). Estes distúrbios motores podem tornar-se significativos, e o paciente poderá necessitar

de ajuda, em algumas ou todas as suas atividades de vida diária (KAUFFMAN, 2001; SAMII,

2004; CAROD-ARTAL, 2007; LANA et al., 2007).

Observa-se claramente que na DP há um declínio do desempenho motor, que refletirá

nas atividades de vida diária destes indivíduos, visto a ocorrência de um declínio das

capacidades funcionais. A incapacidade funcional pode ser considerada como a presença de

uma dificuldade no desempenho de algumas atividades cotidianas ou, até mesmo, a

impossibilidade de desempenhá-las (ALENCAR, 2008; BOELEN, 2007). As incapacidades

Page 19: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

18

limitam as suas atividades e participação social, comprometendo a qualidade de vida (QV),

que é a percepção do indivíduo quanto a sua posição na vida, no contexto da cultura e do

sistema de valores em que vive, levando em conta suas metas, suas expectativas, seus padrões

e suas preocupações (BOELEN, 2007).

Os principais sintomas da doença de Parkinson podem acarretar limitações das

atividades de vida diária (AVD’s) já na fase inicial da doença. Todas as alterações acarretam

uma diminuição no nível de atividades, com isso, gerando mais imobilidade. Os marcantes

comprometimentos motores, a limitação física progressiva e a deficiência no desempenho

funcional fazem dos aspectos físicos um dos grandes responsáveis pela piora da qualidade de

vida dos indivíduos com a doença de Parkinson (GONÇALVES, 2007).

Na tentativa de atenuar os déficits e acelerar o processo de recuperação funcional,

alguns pesquisadores começaram a investigar a adição da técnica de Prática Mental à

recuperação neurológica (KING, 2009; GONÇALVES, 2011). A Prática Mental consiste em

um método de treinamento pelo qual a reprodução interna de um dado ato motor (simulação

mental) é repetida extensivamente com a intenção de promover aprendizagem ou

aperfeiçoamento de uma habilidade motora (NAIR et al.,2003; JACKSON et al., 2003;

MALOUIN et al.,2003). Essa simulação mental (imaginação motora) corresponde a um

estado dinâmico durante a representação de uma ação específica reativada internamente na

memória de trabalho na ausência de qualquer movimento. A PM representa o resultado do

acesso consciente à intenção de um movimento, o qual é geralmente executado de forma

inconsciente durante a preparação motora (PACHECO, 2007) estabelecendo uma relação

entre eventos motores e percepções cognitivas (LOTZE e COHEN, 2006).

Com este embasamento teórico, esta tese de Doutorado foi elaborada conforme a

proposta para apresentação de dissertação/tese dos Programas de Pós-Graduação do Centro de

Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e se encontra

estruturada da seguinte forma: O capítulo 1 refere-se às considerações iniciais, no qual está

descrito o referencial teórico, a justificativa para a condução do trabalho, bem como a

relevância e caracterização do problema fundamentada em forma de revisão de literatura. O

Capítulo 2 descreve os objetivos e hipóteses. O Capítulo 3 refere-se aos materiais e métodos,

bem como a operacionalização da tese. Os resultados do estudo, foram divididos em artigos

originais que encontram-se descritos no capítulo 4 e as considerações finais deste estudo

encontram-se no Capítulo 5.

Page 20: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Doença de Parkinson

2.1.1 Fisiopatologia da doença de Parkinson

Atualmente a doença de Parkinson (DP) é descrita como uma patologia neurológica

crônica, progressiva, degenerativa e corresponde a uma perda progressiva de células da

substância negra do mesencéfalo, que se torna pálida no exame anatomopatológico

(MENESES, 2003; GUTMANN, 2003).

Na substância negra estão presentes corpos de inclusão citoplasmática, conhecidos

como corpos de Lewy, além de outras que contribuem significantemente para o processo de

degeneração dos neurônios dopaminérgicos do encéfalo. Essa degeneração dos neurônios na

substância negra resulta na diminuição da produção de dopamina, com destruição da via

nigroestriatal (HELLSTRÖM, 1997; MENESES, 2003).

A dopamina é uma substância química e uma das aminas neurotransmissoras (como

adrenalina e noradrenalina) que transmitem impulsos de um neurônio ao próximo, através da

sinapse. Sendo assim, na doença de Parkinson tem-se redução da concentração de dopamina

na sinapse, o que resultará na destruição de neurônios (SHIH, 2006). A perda do impulso

dopaminérgico no núcleo estriado tem sido descrita como provável fator responsável pela

principal sintomatologia da doença de Parkinson, que é a rigidez (STORCH, 2004). O

mecanismo pelo qual essa alteração neuroquímica permite o desenvolvimento da doença

ainda é pouco compreendido na proporção da complexidade que o envolve (McAULEY,

2003).

As estruturas anatômicas envolvidas na modulação do movimento e,

consequentemente, com doenças responsáveis por movimentos involuntários, incluem os

núcleos da base e suas conexões (MENESES, 2003). Os núcleos da base são constituídos por

vários núcleos subcorticais interconectados com projeções para o córtex cerebral, tálamo e

certos núcleos do tronco encefálico. Recebem aferência do córtex cerebral e do tálamo e

enviam suas eferências de volta para o córtex (por meio do tálamo) e para o tronco encefálico.

Dessa forma, os núcleos da base são os principais componentes do circuito subcortical

reentrante que liga o córtex e o tálamo (McAULEY, 2003).

Page 21: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

20

Os núcleos da base e o cerebelo são estruturas nervosas responsáveis pelos ajustes das

atividades nos tratos descendentes do Sistema Nervoso Central (SNC). Regulam a contração

muscular, a força muscular, os movimentos de múltiplas articulações e as sequências de

movimentos. Os núcleos da base são compostos por três estruturas a serem consideradas: o

corpo estriado, o núcleo amigdalóide e o claustrum. O núcleo rubro a substância negra e o

subtálamo fazem íntima relação com os núcleos da base, mas não devemos considerá-los

como tal. O estriado é considerado a principal via de entrada das informações vindas do

córtex cerebral, do tálamo e do tronco encefálico. Seus neurônios projetam-se para o globo

pálido e para a substância negra. A parte compacta da substância negra possui células

dopaminérgicas e contém neuromelanina, um pigmento escuro derivado da oxidação e

polimerização da dopamina que é responsável pela coloração da substância negra. As vias

motoras reentrantes dos núcleos possuem especial importância em diversos distúrbios do

movimento e constituem os circuitos córtico – núcleos da base – tálamo – corticais, que

conecta as áreas motoras e as áreas somatossensitivas primárias (FERRÉ, 1998;

EKMAN,2008).

A dopamina pode apresentar uma ação excitatória ou inibitória, dependendo da

atuação das subfamílias de receptores dopaminérgicos. Em geral, favorece a ação da via direta

e bloqueia a da via indireta, como resultado a excitação do tálamo é maior do que sua

inibição. A deficiência de dopamina promoverá uma dificuldade na excitação do tálamo que,

consequentemente, não enviará o comando para o córtex iniciar o movimento, o que justifica

a dificuldade do paciente parkinsoniano em iniciar o movimento (BROTCHIE, 1998).

Por meio desse mecanismo, pode-se observar que a acinesia e a bradicinesia, assim

como a rigidez e o tremor, são provenientes de uma atividade excessiva e anormal de

estruturas intactas. A perda da dopamina na via direta dos núcleos da base reduz a atividade

das áreas motoras do córtex cerebral, reduzindo os movimentos voluntários. A perda das

células do núcleo pedúnculo-pontino, combinada com a inibição aumentada do próprio núcleo

pedúnculo-pontino, desinibe as vias retículoespinhal e vestíbulo-espinhal, o que resulta em

contração excessiva dos músculos posturais. A rigidez característica da doença corresponde a

uma forma de hipertonia produzida por meio do efeito direto sobre os motoneurônios alfa

(FERRÉ, 1998; FAHN, 2008; EKMAN,2008).

1.1.1. Características da Doença de Parkinson, os sintomas motores e suas

repercurssões na atividade motora

Page 22: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

21

A morte de células produtoras de dopamina ocorre muito antes da evidência dos sinais

clínicos (MENESES, 2003; McAULEY, 2003; EKMAN, 2003). As principais manifestações

incluem tremor de repouso, bradicinesia, rigidez com roda denteada e anormalidades posturais

(PAULSON, 2004). No entanto, as alterações não são restritas a substância negra e podem

estar presentes em outros núcleos do tronco cerebral (por exemplo, núcleo motor dorsal do

vago), córtex cerebral e mesmo neurônios periféricos, como os do plexo mioentérico

(BRAAK, 2003). A presença de processo degenerativo além do sistema nigroestriatal pode

explicar uma série de sintomas e sinais não motores, tais como alterações do olfato, distúrbios

do sono, hipotensão postural, constipação, mudanças emocionais, depressão, ansiedade,

sintomas psicóticos, prejuízos cognitivos, demência, entre outros (LEES, 2009).

O paciente terá diagnóstico de DP se apresentar lentidão dos movimentos

(bradicinesia), um critério necessário e pelo menos três critérios de suporte positivos.

Segundo o Banco de Cérebro da Sociedade de Parkinson do Reino Unido (HUGHES, 1992),

os critérios podem ser divididos nos três grupos apresentados a seguir: a) Critérios necessários

para diagnóstico de doença de Parkinson: bradicinesia (e pelo menos um dos seguintes

sintomas: rigidez muscular, tremor de repouso, instabilidade postural não causada por

distúrbios visuais. b) Critérios excludentes para doença de Parkinson: história de AVC de

repetição, história de trauma craniano grave, história definida de encefalite, tratamento prévio

com neurolépticos, quadro clínico estritamente unilateral após três anos, demência precoce,

presença de tumor cerebral. c) Critérios de suporte positivo para o diagnóstico de doença de

Parkinson (três ou mais são necessários para o diagnóstico): início unilateral, presença do

tremor de repouso, doença progressiva, persistência da assimetria dos sintomas, boa resposta

ao tratamento com levodopa, presença de discinesias induzida por levodopa, resposta a

levodopa por 5 anos ou mais, evolução clínica de 10 anos ou mais.

Muitos são os sintomas da doença como marcha arrastada, flexão de tronco, tremores

musculares rítmicos e expressão facial semelhante a uma máscara, o que evidencia falta de

expressão quanto à mímica facial. Interfere tanto nos movimentos voluntários quanto nos

movimentos automáticos (PAULSON, 2004).

O tremor de repouso pode ser apresentado como o movimento das mãos como se

estivesse usando o polegar para rolar uma pílula com a ponta dos dedos. O tremor

característico da doença manifesta-se nas extremidades quando estas estão em repouso e

desaparece ao movimento (DUSCHL, 2007). A rigidez resulta de uma hipertonia de toda a

musculatura esquelética. Os pacientes parkinsonianos estão mais susceptíveis a quedas,

devido à incapacidade de gerar com rapidez a força muscular adequada (ANOUTI, 1995).

Page 23: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

22

Os sinais distintivos da doença também incluem hipocinesia e comprometimento da

percepção visual. A hipocinesia manifesta-se por uma redução da movimentação ativa e pela

ausência de movimentos automáticos, o que inclui a expressão facial e o balanço normal dos

braços durante a marcha (GANTCHEV, 1996). As deficiências visuais-perceptivas podem

produzir dificuldades para a ação. Em geral, os parkinsonianos relatam dificuldade para se

movimentarem para além dos bloqueios visuais do movimento (FAHN, 2003; WANG, 2006).

Tal característica pode predispor o fenômeno de congelamento, em que o paciente mantém-se

estático ainda durante a execução de um movimento. Ocorre também falha em deslocar o seu

centro de massa antes de tentar dar passos, o que provoca incapacidade de iniciar a marcha

(ALBANESE, 2007; JANKOVIC, 2008). Pacientes com DP apresentam interrupções durante

a execução de movimentos, frequentemente durante atividades que requeiram coordenação de

movimentos pela imposição de grandes demandas motoras (FRANK 2006; WOLTERS,

2008).

No início da doença de Parkinson, as desordens motoras (tremor, rigidez, bradicinesia

e instabilidade postural) são fatores limitantes para as habilidades, e os pacientes começam a

apresentar dificuldades em executar atividades do cotidiano com competência, passando a ter

uma disfunção em suas atividades funcionais (TURNER 2002; GITLIN, 2002).

O tremor é o sintoma mais frequente e o primeiro a ser reconhecido por grande parte

das pessoas com DP. Embora não seja incapacitante causa constrangimento social. É descrito

pelo movimento rítmico, involuntário e relativamente lento, quando comparado com outros

tipos de tremores. Ele afeta os dedos ou as mãos e ocorre principalmente quando o membro

está em repouso ou segurando algum objeto, podendo também se manifestar durante

atividades em que se mantém o membro fora do eixo de gravidade e, nesses casos, tem ação

mais rápida. Embora o tremor não seja o sintoma mais incapacitante, frequentemente afeta a

auto-imagem e a auto-estima da pessoa, desencadeando ou agravando sintomas depressivos,

inatividade e isolamento social (ANOUTI, 1995; BEUTER, 1999; FAHN, 2003; FARKAS,

2006; DUSCHL, 2007).

As repercussões desses sintomas na vida cotidiana da pessoa com DP são

indiscutíveis, uma vez que as atividades diárias, que antes eram feitas com agilidade e

desembaraço, passam a ser progressivamente mais lentas e a demandar mais esforço, assim

como observado na atividade da alimentação (GITLIN, 2002; BARTOLIC, 2005;

ALMEIDA, 2007; WOLTERS, 2008).

Page 24: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

23

2.2 Imaginação motora, Prática Mental e Aprendizagem Motora

Para entendermos como a Prática Mental pode atuar no campo da reabilitação e como

seus efeitos podem influenciar no reaprendizado de tarefas motoras, é necessário entender

seus conceitos.

A imaginação motora é a habilidade cognitiva de reproduzir ou visualizar um objeto,

cena, sensação como se estivesse ocorrendo a realidade. Imaginar-se em algum lugar andando

é exemplo do uso da imaginação mo tora. A Prática Mental envolve a imaginação motora

repetida, ou seja, o ensaio da ação na ausência de movimentos que resultam na melhora do

desempenho motor (HELENE e XAVIER, 2006). A imaginação motora está intimamente

ligada à Prática Mental pelo seu uso repetido durante a atividade para atingir um resultado

desejado (GABBARD, 2009).

A aprendizagem motora é descrita por conjunto de processos associativos com prática

ou experiência, que direcionam as mudanças relativamente permanentes nas capacidades para

uma execução habilidosa (SALMUSKI, 2002; GOMES, 2008). Também pode se conceituar

como um conjunto de alterações em processos internos, que determinam a capacidade de um

indivíduo de realizar uma tarefa motora e à medida que aumenta o tempo de experiência com

a tarefa, o nível de aprendizagem motora de um indivíduo aumenta e é frequentemente

inferido pela observação de níveis relativamente estáveis do desempenho motor dele

(CORRÊA, 2005).

Para realizar uma atividade mental, subentende-se que é necessário utilizar a

imaginação, onde esta é entendida como um procedimento de treinamento mental no qual os

indivíduos se imaginam executando uma habilidade motora na perspectiva de si mesmo ou de

uma terceira pessoa (JACKSON, 2001; SALMUSKI, 2002). Ou seja, existem duas formas de

imaginar: um imaginário externo ou imaginação visual, no qual a pessoa imagina vendo-se

desempenhando uma habilidade da perspectiva de um observador e um imaginário interno ou

também chamado de imaginação cinestésica, no qual a pessoa se imagina dentro do seu

próprio corpo enquanto desempenha uma habilidade, vivenciando sensações que são

esperadas na situação real (STEVENS, 2003; MAGILL, 2007; ADEGBESAN, 2009).

Estes conceitos supracitados servem para embasar inicialmente o que vem a ser a

Prática Mental, que é o termo mais utilizado, porém, é possível encontrar estudos com as

denominações: treinamento mental, repetição mental, prática conceitualista e aprendizagem

mental (RICHARDSON, 1967; BRAUN, 2008). A Prática Mental assemelha-se como à

recapitulação cognitiva de uma habilidade motora em que não é possível se observar

Page 25: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

24

movimentos físicos nitidamente e durante esse processo, o indivíduo não nota o envolvimento

da musculatura corporal (LEITE, 1993; YVE, 2003; LIU, 2004).

2.2.1. Aprendizagem Motora e a Prática Mental

A aprendizagem motora que é o resultado de práticas ou experiências e envolve um

conjunto de processos no sistema nervoso central e as mudanças na aprendizagem podem ser

indicadas por alterações no desempenho, que são relativamente permanentes e não transitórias

(LIU, 2004; HEREMANS, 2012). Assim, para obter aprendizagem de um movimento, é

necessário treiná-lo, sendo uma das formas para este treinamento ser realizada através da

Prática Mental (GOMES, 2012).

As situações em que a Prática Mental pode ser utilizada são diversas, como por

exemplo, a aprendizagem de uma habilidade motora nova, a facilitação do desempenho de

uma rotina de treinamento e a melhora de uma habilidade durante o processo de

aprendizagem na reabilitação (JACKSON, 2001; STEVENS, 2003; ALTERMANN, 2014). A

Prática Mental ainda pode construir a confiança, permitindo ao executante ganhar controle em

estados emocionais desfavoráveis, como o estresse e ansiedade (JACKSON, 2001;

MALOUIN, 2003).

A Prática Mental, como forma de obter uma aprendizagem motora satisfatória, poderá

atuar em duas hipóteses, fisiológicas ou psicológicas (PAPADELIS, 2007). As fisiológicas

atribuem os efeitos da Prática Mental a fatores orgânicos como a estimulação abaixo do limiar

da musculatura envolvida no movimento ou o despertar sensorial do organismo. Já as

psicológicas são entendidas como aquelas que buscam explicar a influência da Prática Mental,

recorrendo fatores tais como: motivação dos sujeitos, capacidade de imaginação ou atenção

seletiva, sem se perguntar com as bases fisiológicas subjacentes (ERFANI, 2004;

PAPADELIS, 2007).

A Prática Mental é um integrante dos processos cognitivos que se encarregam de

extrair, estocar, processar, recuperar e utilizar informações, além de auxiliar no desempenho e

na aprendizagem de uma habilidade motora (BRAUN, 2006). Ainda pouco utilizada por parte

dos profissionais da saúde voltados à reabilitação, predomina sobre a Prática Mental, os

métodos e técnicas de reabilitação por exercícios físicos (FONSECA, 2008; SOUZA, 2004).

Contudo, alguns autores (PACHECO, 2007; GONÇALVES, 2011; PAGE, 2001) citam

vantagens e benefícios da Prática Mental onde se pode adquirir e reaprender habilidades

motoras, melhorar o desempenho de habilidades motoras anteriormente aprendidas e em

Page 26: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

25

programas de reabilitação, diminui a carga física e psíquica, menor gasto de tempo, sem

exigências de espaço adequado, sem exigências de condições físicas, maior chance de

concentração e pode ser acompanhado por atividade muscular mínima, muito longe da

necessária para produzir a ação, que envolve os músculos que são utilizados durante o

movimento real.

2.3 Efeitos da Prática Mental na reabilitação de atividades funcionais

Para que um paciente possa reabilitar os seus movimentos funcionais, anteriormente

saudáveis, é necessário que ele volte a praticar os movimentos perdidos para uma

reaprendizagem motora (LEITE, 1993; TREVISAN, 2010). Sabendo-se das limitações de

controle motor de pacientes com déficits neurológicos é necessário que o retorno a estes

movimentos seja facilitado por algum tipo de prática, o que nos dá base para a utilização da

Prática Mental de acordo com seus conceitos onde, sabe-se que a é a aprendizagem ou

aperfeiçoamento de uma sequência de movimentos mediante a representação mental intensiva

da mesma, sem uma simultânea realização prática, ou seja, sem movimentação muscular

simultânea (GOMES, 2012; CASTRO, 2007; SALMUSKI, 2002; JACKSON, 2001; LEITE,

1993).

A atividade funcional selecionada para o estudo, foi a atividade de alimentação. O

alimentar-se é um ato vital, sem o qual não há vida possível, mas, ao se alimentar, o homem

cria práticas e atribui significados àquilo que está incorporando a si mesmo, o que vai além da

utilização dos alimentos pelo organismo.

Existem evidencias de que quando a PM é realizada em conjunto com a realização

autêntica da habilidade, a aprendizagem ou reaprendizagem daquele dado movimento pode

resultar mais rápida e eficiente (STEVENS, 2003; GOMES, 2012), pois a prática física é

superior à Prática Mental e esta, por sua vez, superior à ausência de prática. Com estes

achados, é cabível conscientizar o paciente a pensar sobre o que irão fazer quando estiverem

praticando uma atividade funcional, dando-lhes a liberdade na organização dos padrões de

movimento, dentro de seus próprios limites (ALLAMI, 2008; MILLARD, 2001; BARELA,

1995).

A imaginação motora na Prática Mental pode propiciar estímulos externos que

motivam o paciente a recrutar todos os sentidos do corpo e contribuir para a formação de uma

realimentação intrínseca (ABBRUZZESE, 2015). Através destes comandos externos de auto-

percepção corporal e de precisão na sensação do movimento, pode ser promovida a

Page 27: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

26

reaprendizagem de tarefas funcionais que requerem integração sensorial e motora

(UGRINOWITSCH & BENDA, 2011), bem como da cognição (ALTERMANN, 2014;

FONTANI, 2007). Ainda é visto que este tipo de terapia contribui para o ganho de amplitude

de movimento e da reaprendizagem e que pode ser resultado devido à melhora na atenção,

decorrente de uma evolução no planejamento e execução das tarefas e também da capacidade

de processamento de informações, resultante da execução mental de imagens motoras das

tarefas propostas (ABBRUZZESE, 2015; GOMES, 2012, RAISBECK, 2012).

Em revisao à literatura, encontramos que há evidências da aplicação da Prática Mental

em patologias neurológicas. Em geral, os estudos na abordagem de pacientes com doenças

neurológicas concluem que a técnica tem efeitos positivos na função motora do paciente

(ANDRADE, 2011). Em relação ao membro superior, são descritas mudanças como a

melhora no traçado de linhas horizontais e curvas com lápis (YOO, 2001), melhora na

amplitude de movimento de punho (STEVENS, 2003) e melhora na força de preensão

(DIJKERMAN , 2004). Com relação aos membros inferiores e à marcha, são descritas

melhora na descarga de peso dinâmica no lado comprometido (MALOUIN, 2004), melhora

no posicionamento do centro de gravidade (YOO, 2006), melhora da cadência, extensão do

joelho no apoio e flexão do joelho no balanço e diminuição do tempo em duplo apoio

(DICKSTEIN, 2004). Encontramos também melhoras funcionais, na independência nas

atividades de vida diária e no controle muscular do lado acometido (STEVENS, 2003; LIU,

2004), com melhora na pontuação em diversas escalas motoras, o que nos embasa para a

utilização da Prática Mental em pacientes com a doença de Parkinson.

Os artigos demonstram que os efeitos benéficos da PM podem ultrapassar as tarefas

focadas no tratamento, tornando possível a generalização para outras habilidades (ANDRADE

2011). A prática pode contribuir, também, para a reorganização cortical. Estudos que

avaliaram a imaginação motora através da ressonância magnética funcional ou da estimulação

magnética transcraniana, isolando a atividade muscular através da eletromiografia,

demonstraram que áreas cerebrais como o córtex motor primário, área motora suplementar e

área pré-motora são ativadas mesmo na ausência da ação muscular (LOTZE, 2006). Há

relatos de que a realização da Prática Mental contribuiu também para que os pacientes se

sintam mais motivados e autoconfiantes, com maior segurança antes de desempenhar

determinadas atividades (CROSBIE, 2004; BRAUN, 2006).

Page 28: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

27

2.3.1 Prática Mental aplicada à doença de Parkinson

A Prática Mental tem sido proposta como um modo alternativo de terapia de

exercícios que tem pouco custo e não tem riscos de segurança. Seus efeitos positivos sobre o

desempenho motor e de habilidades, especialmente quando combinada com a prática física, já

são estabelecidos (ETNIER, 1996; GOMES, 2012; MILLARD, 2001; RAISBECK, 2012;

ALLAMI, 2008).

Normalmente os pacientes com doença de Parkinson são tratados com a combinação

da terapia medicamentosa e fisioterapia convencional. Estas terapias são direcionadas a

melhorar, manter ou retardar problemas motores. Atualmente tem sido hipotetisado que o

movimento imaginário pode ter efeitos adicionais em pacientes com a doença de Parkinson,

pois como já vimos nos subcapítulos anteriores tem como objetivo o controle consciente do

movimento através de estratégias cognitivas (BROUZIYNE, 2005; FONTANI, 2007;

GENTILI, 2010).

A maior parte dos estudos que embasam a Prática Mental em pacientes neurológicos

foram realizados em pacientes pós-acidente vascular encefálico (TREVISAN, 2010;

STEVENS, 2003) e assim formaram-se evidencias que a PM pode ajudar pacientes na

reabilitação de comprometimentos neurológicos. Inicialmente o foco da Prática Mental foi a

melhoria das funções do braço e mão, embora os estudos mais recentes tenham respondido

sobre as possíveis melhorias nas atividades de locomoção em geral (MALOUIN, 2003;

PACHECO, 2004).

Poucos estudos têm embasado os efeitos da PM nos pacientes com a doença de

Parkinson e os resultados ainda são controversos em relação ao tipo de intervenção a ser

utilizada e o foco direcionado à patologia (ALTERMANN, 2014; LEE, 2003; HELMICH,

2012, HEREMANS, 2011; 2012) e embora os estudos revelem o efeito positivo da prática, é

necessário o aprofundamento na doença de Parkinson para saber os efeitos relacionados aos

sintomas motores.

Não existem evidências de protocolos direcionados ao paciente de Parkinson

relacionado a atividades de vida diária com os membros superiores, não havendo assim

evidências para o treino de Prática Mental. Contudo, ensaios clínicos analisados deixam claro

que a prática mental pode ser utilizada pelos pacientes de Parkinson para melhoria dos sinais

motores existentes. Por exemplo, o estudo de Heremans et al. (2012), comprova que a

presença de elementos visuais reduziu significativamente a bradicinesia dos pacientes durante

a prática mental e aumentou a nitidez das imagens. Assim, o feedback visual otimiza a

Page 29: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

28

qualidade da imaginação motora para pacientes com DP e é uma ferramenta pontencial para

aumentar a eficácia da prática mental na reabilitação de DP.

A técnica da utilização da imaginação motora em pacientes com DP pode ser difícil

de aplicar por conta de deficiências relacionadas ao cognitivo (BEILOCK, 2008;

PAPADELIS, 2007), embora os pacientes nos estágios iniciais e médios da patologia são

capazes de imaginar com precisão, podem também apresentar a lentidão da resposta motora.

Os pacientes de Parkinson ao serem investigados sobre a qualidade da imaginação através de

estímulos externos (MITUZORI, 2010) teve-se como resultado que, a presença de elementos

ou pistas visuais reduz significativamente a bradicinesia dos pacientes durante a Prática

Mental e aumenta a vivacidade das imagens em seu imaginário. Assim, a utilização de

sugestões visuais pode aperfeiçoar a qualidade da imaginação motora para pacientes com DP,

sendo uma ferramenta pontencial para aumentar a eficáciada Prática Mental na reabilitação de

pacientes com DP (RAM, 2007; YVES, 2003; RANDHAWA, 2010).

Dessa forma, saber se os pacientes de Parkinson são capazes de imaginar os

movimentos tem sido analisado, pois existem razões teóricas para supor que a imagem pode

ser afetada na DP (HEREMANS, 2011), pois, a deficiência da dopamina na via nigroestriatal

afeta o desempenho da capacidade de imaginar, pois os gânglios basais devem ser ativados

para tal atividade, não só durante a execução física, mas também durante o imaginário dos

movimentos (LEIGUARDA, 2009). Com estas premissas entende-se que na DP a diminuíção

da dopamina pode afetar a capacidade de imaginar (HEREMANS, 2011, HELMINCH, 2012).

Tamir (2007) analisou se existe a habilidade de imaginação motora em pacientes de Parkinson

em estágios iniciais e intermediários comparando com controles sem a patologia e observou

que ao paciente com DP executaram as tarefas de imagens de forma mais lenta do que nos

controles saudáveis, mas a vivacidade da imaginação motora e precisão da maioria dos

pacientes estavam bem preservadas. Estes resultados se tornam promissores sobre o uso

potencial da prática de imaginação motora na reabilitação de pacientes com DP.

Com todo o embasamento teórico citado sobre a Prática Mental, relacionados à doença

de Parkinson, levaremos em conta os achados de evidências positivas de que existe a

reorganização cerebral após o treinamento da Prática Mental em atividades que envolvem

coordenação motora. Os achados de grande importância e a efetividade da aplicação da

Prática Mental nos dará base para programas específicos de Prática Mental em atividades de

vida diária, como a tarefa de alimentação, nestes pacientes (CAROD-ARTAL, 2007).

Contudo, ainda precisa ser investigado em vários aspectos para que sua aplicação seja

direcionada para protocolos precisos e especificada às tarefas de habilidades motoras deste

Page 30: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

29

paciente. Os estudos encontrados (ABBRUZZESE, 2015; HEREMANS, 2012;

GONÇALVES, 2011; HELMINCH, 2011; MIZUTORI, 2010, TAMIR, 2007) mostram

resultados, como a capacidade de imaginação ainda desordenada, mas por outro lado,

apresentam que as funções de vida diária deterioradas, devido aos sinais motores de doenças

neurológicas, são melhoradas nos pacientes que aprendem a Prática Mental através da

imaginação motora.

Por o uso da Prática Mental na reabilitação de pacientes com a doença de Parkinson

ser ainda uma técnica pouco utilizada algumas questões emanam sobre como aperfeiçoar as

estratégias deste treino. Assim surgem questões como: A melhora do controle dos sintomas

motores através da Prática Mental influencia nos movimentos funcionais de vida diária?

Quais os efeitos agudos e crônicos da PM no paciente com a DP? Existe influência da PM na

qualidade de vida nestes pacientes?

Estas questões se tornam importantes para ajustar e desenvolver a intervenção para a

população específica e nas habilidades individuais da atividade de alimentar-se de cada um. O

refinamento da pesquisa é necessário para estudar os mecanismos subjacentes da Prática

Mental na atividade funcional de alimentação.

Page 31: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

30

3 OBJETIVOS E HIPÓTESES

3.1 Hipóteses

As principais hipóteses deste estudo são que a Prática Mental pode ser um método de

treinamento eficaz e seguro, levando a uma aprendizagem mais rápida de atividades

funcionais; Existe influência da Prática Mental sobre o controle motor da doença de

Parkinson. E que a Prática Mental melhora a qualidade de vida.

Portanto, a Prática Mental poderá assim se apresentar como mais um método de

reabilitação que visa enriquecer a aprendizagem e levar a melhores desempenhos motores.

3.2. Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo foi verificar a possibilidade de efeitos da Prática Mental

na melhora qualidade de vida e imaginação motora em pacientes com a doença de Parkinson

na atividade de alimentação.

3.3. Objetivos Específicos

Repercussões da qualidade de vida relacionada à atividade de alimentação através de

itens presentes no Questionário da Doença de Parkinson 39 (PDQ – 39);

Avaliar progressão da doença, relativos as atividades de vida diária e exame motor,

através da escala unificada de avaliação para a doença de Parkinson (UPDRS);

Avaliar a capacidade de imaginação motora para sucesso nas respostas da Prática Mental

através do Questionário de Imaginação Motora revisada (MIQ-RS);

Page 32: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

31

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Delineamento da pesquisa

O delineamento do presente ensaio clínico não controlado, utilizado no presente estudo

caracteriza-se por ser um estudo em que todos os participantes receberam o fator de

intervenção (Prática Mental). Neste estudo, as avaliações reavaliações foram realizadas em

cinco momentos distintos: Triagem, Avaliação Inicial (antes do tratamento com a Prática

Mental), Avaliação 1 dia (avaliação realizada um dia após finalizada as 12 sessões de Prática

Mental), Avaliação 1 mês (avaliação realizada pós um mês de finalizado o tratamento com a

Prática Mental); Avaliação 6 meses (avaliação realizada após seis meses de finalizado o

tratamento com a Prática Mental), como detalhado no Quadro 1.

Durante todo o período de desenvolvimento desta tese e dos artigos científicos

produzidos, foram realizadas buscas sistemáticas mediante revisões, que se deram a partir das

palavras-chaves relacionadas ao presente tema, com maior foco sobre a população e de acordo

com a sua classificação e aprimoramento científico dos instrumentos associados.

Assim a partir desta tese ainda surgirão novos artigos, com os dados finais e pelos

artigos já desenvolvidos, como por exemplo: Efeitos agudos e crônicos da Prática Mental;

Efeitos da Prática Mental sobre os tipos clínicos na doença de Parkinson.

4.2. Local de Estudo

A pesquisa em sua fase de recrutamento, triagem e avaliação ocorreram no Laboratório

de Neurofisiologia Clínica do Hospital das Clínicas de Pernambuco (HC/PE) conforme carta

de anuência (APÊNDICE A) concedida pelo Chefe do referido Serviço em parceria com o

Programa Pró-Parkinson (HC/PE), conforme carta de anuência (APÊNDICE B) concedida

pelo Chefe do referido Serviço.

A fase de coleta de dados da Prática Mental ocorreu na Clínica escola de Fisioterapia do

Centro Universitário Mauricio de Nassau (UNINASSAU) conforme carta de anuência

(APÊNDICE C) concedida pela coordenadora do referido serviço.

Page 33: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

32

43. População de Estudo

A população foi constituída por pacientes com doença de Parkinson idiopática, do

gênero masculino, sendo classificados pela escala original de Hoehn&Yahr (HY) (HOEHN e

YAHR, 1967) (ANEXO A) nos estágios 1, 2 e 3 da doença e que realizaram suas consultas de

rotina no Programa Pró-Parkinson do Hospital das Clínicas de Pernambuco sob orientação

médica no período de setembro de 2012 a maio de 2013. Os sujeitos somente foram

considerados incluídos após assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

(APÊNDICE D).

4.3.1 Amostragem

A amostra foi caracteriza como de conveniência. Uma vez por semana, entre setembro de

2012 a maio 2013, foi avaliada a demanda de participantes com doença de Parkinson no Pró-

Parkinson (HC/PE), durante a consulta de rotina e assim os pacientes eram convidados a

participar da triagem para o presente estudo.

O tamanho amostral foi determinado após verificação do atendimento aos critérios de

elegibilidade, disponibilidade do paciente para participar da pesquisa, confirmação do

diagnóstico clínico de DP idiopática entre os estágios I e III, resultados do Mini Exame do

Estado Mental (MEEM) (ANEXO B) e capacidade de imaginação, avaliado através do

questionário de imaginação motora revisado (MIQ-RS) (ANEXO C), totalizando ao final, em

um tamanho amostral de n=7 (FIGURA 1).

4.4 Critérios de Elegibilidade

4.4.1 Critérios de inclusão

Ambos os sexos;

Idade entre 50 a 80 anos;

Sem atendimento de reabilitação;

Diagnóstico clínico de DP idiopática entre estágio I e III de acordo com a versão

original da escala de HY (HOEHN e YAHR, 1967);

Estado mental compatível com a escolaridade avaliado através do MEEM

(FOLSTEIN, 1975);

Page 34: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

33

4.4.2 Critérios de exclusão

Foram excluídos da pesquisa todos os pacientes que:

Apresentaram outra doença neurológica associada à DP;

Apresentaram disfunções mioarticulares nos membros superiores;

Sujeitos em atendimento de reabilitação (fisioterapia e terapia ocupacional) há 3 meses

ou mais;

Indivíduos em uso de vias alternativas para alimentação;

Utilização de órteses/próteses manuais;

Figura 1 – fluxograma de recrutamento e constituição da amostra

Page 35: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

34

4.5 Coleta de dados:

Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: Ficha de registro de dados

(APÊNDICE E), a Escala original de Hoehn & Yahr, o Mini Exame do Estado Mental

(MEEM), o Questionário de imaginação motora revisado (MIQ-RS), a Escala unificada de

avaliação para doença de Parkinson (UPDRS) (ANEXO D), o Questionário de doença de

Parkinson (PDQ-39) (ANEXO E).

Na triagem foi preenchida uma ficha de registro de dados, estas fichas tiveram como

objetivo realizar um detalhamento da população e enquadramento dos participantes dentro dos

critérios de elegibilidade já descritos anteriormente. Em seguida era realizada a descrição dos

procedimentos da pesquisa ao participante e posterior consentimento mediante assinatura do

termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), caso o paciente aceitasse participar do

estudo. Em um segundo na avaliação inicial, os participantes com DP, foram classificados de

acordo com os seguintes instrumentos em sequência: escala de Hoehn&Yahr, MEEM, MIQ-

RS, escala unificada de avaliação da doença de Parkinson (UPDRS), questionário da Doença

de Parkinson 39 (PDQ-39).

Após serem inseridos pelos critérios para a pesquisa, os pacientes foram submetidos à

avaliação inicial antes do início do tratamento de Prática Mental com a tarefa de alimentação,

levando um alimento (selecionado rodelas de banana) à boca com um garfo. A escolha da

atividade proposta deu-se através de uma enquete entre os possíveis participantes do estudo

com a pergunta: “qual tarefa de seu dia-a-dia você tem mais dificuldade de realizar”. Dos 25

perguntados, 19 responderam que a atividade de alimentação era a que mais era demorada

para ser realizada, ou que os sintomas motores o faziam não realizar esta atividade em

ambiente público, ou ainda que não realizavam as refeições junto às famílias pois demoravam

muito para finalizar a tarefa.

A escolha de cada escala foi determinada para responder aos objetivos e hipóteses do

presente estudo e serão descritas abaixo.

4.5.2 Escala original de Hoehn & Yahr

A Escala de Hoehn e Yahr (HY) é uma escala de avaliação da incapacidade dos

indivíduos com DP capaz de indicar o estado geral dos mesmos de forma rápida e prática

(RODRIGUES, et.al, 2005). Sua forma original compreende cinco estágios de classificação

para avaliar a gravidade da DP e abrangem, essencialmente, medidas globais de sinais e

Page 36: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

35

sintomas que permitem classificar o indivíduo quanto ao nível de incapacidade (FIGURA 2).

Os indivíduos classificados nos estágios de 1 a 3 apresentam incapacidade leve a moderada,

enquanto os que estão nos estágios 4 e 5 apresentam incapacidade grave.

Figura 2 – Escala de estadiamento original de Hoehn & Yahr

4.5.3 Mini Exame do Estado Mental (MEEM)

O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), elaborado por Folstein, et.al (1975)

(ANEXO B), é um dos testes mais empregados e mais estudados em todo o mundo. Usado

isoladamente ou incorporado a instrumentos mais amplos, permite a avaliação da função

cognitiva e rastreamento de quadros demenciais (ANTHONY, 1982). Tem sido utilizado em

ambientes clínicos, para a detecção de declínio cognitivo, para o seguimento de quadros

demenciais e no monitoramento de resposta ao tratamento (ALMEIDA, 1998).

É um teste rápido (em torno de 10 minutos), de fácil aplicação, não requerendo

material específico. Deve ser utilizado como instrumento de rastreamento não substituindo

uma avaliação mais detalhada, pois, apesar de avaliar vários domínios (orientação espacial,

temporal, memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem-nomeação, repetição,

compreensão, escrita e cópia de desenho), não serve como teste diagnóstico, mas sim pra

indicar funções que precisam ser investigadas. É um dos poucos testes validados e adaptados

para a população brasileira (LAKS, 2003).

ESCALA DE ESTADIAMENTO DE HOEHN & YAHR

( ) ESTÁGIO 1 – Doença unilateral apenas.

( ) ESTÁGIO 2 – Doença bilateral leve.

( ) ESTÁGIO 3 – Doença bilateral com comprometimento inicial da postura.

( ) ESTÁGIO 4 – Doença grave, necessitando de muita ajuda.

( ) ESTÁGIO 5 – Preso ao leito ou cadeira de rodas. Necessita de ajuda total.

Page 37: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

36

4.5.4 Questionário de imaginação motora revisado (MIQ-RS)

Para a avaliação da habilidade de realizar imaginação motora, foi utilizado o MIQ-RS

(GREGG, 2007). O MIQ-RS é composto por duas sub-escalas, a visual e a cinestésica, sendo

que cada uma delas é formada por sete itens que representam movimentos de membros e de

AVD. A primeira consiste em formar uma imagem visual ou um retrato de um movimento em

sua mente. A segunda consiste em sentir como se estivesse fazendo um determinado

movimento sem realmente fazê-lo. Foi explicado ao indivíduo que, após a imaginação, ele

deveria descrever a sua habilidade de acordo com uma escala de 7 pontos, variando de 1=

muito difícil para sentir/ver a 7= muito fácil de sentir/ver. Após o entendimento pelo

indivíduo sobre o questionário, os tipos de imaginação e a escala para classificar a habilidade

para imaginar, o avaliador iniciou a aplicação do questionário, pedindo ao indivíduo para

imaginar, de maneira visual ou cinestésica, os movimentos lidos e, após classificá-los quanto

à dificuldade e/ou facilidade. Um escore para cada sub-escala foi obtido pela somatória dos

pontos. Quanto maior a somatória obtida nas sub-escalas, melhor é a habilidade para

imaginar.

O MIQ-RS permite avaliar a habilidade para imaginar movimentos grossos

relacionados aos membros superiores e inferiores e incluem movimentos referentes às AVD.

4.5.5 Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS)

A Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (Unified Parkinson’s

Disease Rating Scale – UPDRS) (FAHN, 1987) é amplamente utilizada para monitorar a

progressão da doença e a eficácia do tratamento medicamentoso (VAN HILTEN, 1993;

MARTINEZ-MARTÍN, 1993). Ela surgiu da necessidade de se obter um método uniforme

para avaliar os sinais da DP (HELY, 1993). Essa escala avalia os sinais, sintomas e

determinadas atividades dos pacientes por meio do autorrelato e da observação clínica. É

composta por 42 itens, divididos em quatro partes: atividade mental, comportamento e humor;

atividades de vida diária (AVDs); exploração motora e complicações da terapia

medicamentosa. A pontuação em cada item varia de 0 a 4, sendo que o valor máximo indica

maior comprometimento pela doença e o mínimo, normalidade. A UPDRS é uma escala

confiável e válida (validade convergente e critério-relacionada), o que a qualifica como um

método adequado para a avaliação da DP.

Page 38: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

37

4.5.6 Parkinson Disease Questionnaire–39 (PDQ-39)

O PDQ-39 tem sido indicado como o instrumento mais apropriado para a avaliação da

QV do paciente com DP (CAMARGOS, 2004). Compreende 39 itens que podem ser

respondidos com cinco opções diferentes de resposta: “nunca”; “de vez em quando”; “às

vezes”; “frequentemente”; “sempre” ou “é impossível para mim” (SCHRAG, 2000). Os

escores em cada item variam de 0 (nunca) a 4 (sempre ou é impossível para mim).

O PDQ-39 é dividido em oito dimensões: Mobilidade (10 itens), Atividades de Vida

Diária (6 itens), Bem Estar Emocional (6 itens), Estigma (4 itens), Apoio Social (3 itens),

Cognição (4 itens), Comunicação (3 itens) e Desconforto Corporal (3 itens) (MARINUS,

2002). O escore total para cada indivíduo é calculado de acordo com a seguinte fórmula: 100

x (soma dos escores do paciente nas 39 questões / 4 x 39). O escore de cada dimensão é

obtido da mesma forma que o escore total. A pontuação total no PDQ-39 varia de 0 (nenhum

problema) a 100 (máximo nível de problema), ou seja, uma baixa pontuação indica melhor

percepção da QV por parte do indivíduo (JENKINSON, 1995).

4.6 Protocolo de Registros e Intervenção

O registro dos dados foi realizado analisando um grupo experimental, sendo composto

por 7 sujeitos diagnosticados com a doença de Parkinson idiopática que participaram da fase

da triagem até avaliação 6 meses da finalização do tratamento com a Prática Mental. As

etapas do protocolo estão demonstradas através do Quadro 1.

Quadro 1 – Etapas de avaliação

TRIAGEM AVALIAÇÃO

INCIAL

SESSÕES DE

PRÁTICA

MENTAL

AVALIAÇÃO

1 DIA

AVALIAÇÃO

1 MÊS

AVALIAÇÃO

6 MESES

- Descrição dos

procedimentos

-Preenchimento

da ficha de

Registro

-HY

-MEEM

- TCLE

Aplicação das

Escalas

PDQ-39

UPDRS

MIQ-RS

Treino para

entendimento da Prática Mental

12 sessões de

Treino da Prática Mental

- 10 vezes executando e com

auto-observação

- 10 vezes com a

auto-verbalização

- 10 vezes através

da imaginação

motora

Aplicação das

Escalas

PDQ-39

UPDRS

MIQ-RS

Aplicação das

Escalas

PDQ-39

UPDRS

MIQ-RS

Aplicação das

Escalas

PDQ-39

UPDRS

MIQ-RS

Legenda: Legenda: HY: Escala original de Hoehn & Yarh; MEEM: Mini exame do estado mental; TCLE:

Termo de consentimento livre e esclarecido; PDQ-39: Parkinson Disease Questionnaire-39; UPDRS: Escala

Unificada da Doença de Parkinosn; MIQ-RS: Questionário de imaginação motora revisado.

Page 39: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

38

Na triagem foram utilizados os seguintes instrumentos: Ficha de registro de dados,

escala de estágio HY, MEEM, sendo o paciente caracterizado dentro dos critérios de inclusão

era convidado para a segunda etapa, realizada no mesmo dia com a Avaliação Inicial, com as

escalas: PDQ-39, MIQ-RS, UPDRS (na dimensão do exame motor e AVD).

Na Avaliação Inicial, foram seguidas as seguintes etapas para que o paciente estivesse

apto para entender o conceito de Imaginação Motora e executar a Prática Mental.

a) Ação sem intervenção: onde o paciente realizou a ação de comer 10 pedaços de

banana sem qualquer orientação do pesquisador (era pedido para ele comer

simplesmente) (FIGURA 3).

Figura 3 - Ação sem intervenção

b) Determinação dos componentes cinemáticos: onde o paciente foi orientado a

realizar a determinação dos componentes cinemáticos do movimento do braço na

atividade de alimentação. Para que o paciente pudesse entender o treinamento, as

tarefas foram divididas em componentes cinemáticos (CC) específicos identificados

pelo próprio indivíduo durante a execução (ou tentativa de execução) da tarefa. Antes

da PM, o indivíduo foi orientado a executar o ato de levar o garfo à boca, devendo

prestar atenção em como ele a realizava e como cada movimento era realizado. Após,

compreendido, foi orientado a dividir a tarefa em partes – o que denominamos de

Componente Cinemático (CC) - e descrever como eram executados e quais as

dificuldades em executá-los. Assim, por exemplo, para realizar o movimento de pegar

no talher, um dos sujeitos do presente estudo, por exemplo, dividiu a tarefa em 4 CC:

“elevar o ombro”, “esticar o cotovelo”, “posicionar a mão sobre o talher” e “pegar o

talher”. Este tipo de treinamento favorece o feedback intrínseco do indivíduo, quando

Page 40: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

39

ele é capaz de perceber o seu erro durante a realização da tarefa e tenta modificar seu

padrão de movimento. Além disso, permite ao indivíduo criar estratégias de

movimento específicas, uma vez que ele, ao passar pela experiência motora, consegue

perceber as características do ambiente e as suas restrições individuais, gerando um

padrão de movimento específico (LETSWAART et al., 2011; RICCIO et al., 2010).

c) Ação mencionando os componentes cinemáticos: o paciente realizou a ação de

comer os 10 pedaços de banana após ter determinado os CC. Durante a avaliação

foram registrados também eletromiografia de superfície de musculaturas do membro

superior dominante, a frequência cardíaca, a frequência respiratória, o reflexo cutâneo

simpático, e eletroencefalograma. Toda a ação foi filmada através do próprio

equipamento de registro NeuroSpectrum-4/EP, contudo estes dados não serão tratados

no presente estudo.

d) Realizando a ação de alimentação: Nesta etapa o paciente executava toda a ação

de comer os 10 pedaços de banana, utilizando-se de suas estratégias aprendidas com os

componentes Cinemáticos.

e) Imaginação: o paciente também foi treinado sendo proposto apenas à realizar a

imaginação motora da atividade de alimentação com a ação de comer os 10 pedaços de

banana. A avaliação foi filmada e era solicitado ao paciente que sinalizasse a cada

ação concluída (a imaginação de pegar o pedaço da banana com o garfo, levar até a

boca e devolver o talher ao prato) (FIGURA 4).

Page 41: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

40

Figura 4 - Registro apenas com imaginação

Finalizada a etapa de Avaliação inicial foram agendadas as sessões tratamento, e assim

foi iniciada a intervenção com a PM orientada à tarefa de alimentação durante 12 sessões, três

vezes por semana. A prática foi executada de forma que o paciente fosse capaz de praticar a

habilidade mentalmente.

Primeira série de PM: executava o gesto de alimentação com 10 repetições de auto-

observação de seu movimento (representa pela repetição física e descrição mental do

movimento);

Segunda série de PM: 10 repetições com a auto-verbalização (observação mental do

próprio movimento com a verbalização do movimento) da atividade de alimentação;

Terceira série de PM: mais 10 repetições através da habilidade mental ideomotora

(apenas com a imaginação motora e sensação sinestésica do próprio movimento), na qual o

indivíduo executa apenas mentalmente o movimento. (FIGURA 5).

Page 42: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

41

Figura 5 – Prática Mental: praticando a habilidade mentalmente

Na Avaliação 1 dia, referente a um dia imediatamente as 12 sessões de Prática Mental, foi

realizado a repetição da aplicação das escalas PDQ-39, UPDRS (exame motor e AVD) e

MIQ-RS.

Na Avaliação 1 mês, realizada com um intervalo de 30 dias sem que o paciente tivesse

realizado a PM junto ao terapeuta, ficando apenas em casa praticando o que aprendeu, foi

reavaliado seguindo o mesmo protocolo da Avaliação 1 dia.

A Avaliação 6 meses, replicado após os seis meses as escalas PDQ-39, UPDRS (exame

motor e AVD) e MIQ-RS.

4.7 Análise dos dados

Para escolha do procedimento estatístico empregado nas análises inferenciais foi

necessário que alguns pressupostos fossem analisados, como a distinção entre as variáveis e a

população da qual a amostra foi extraída que deveria ser normalmente distribuída entre as

variáveis de interesse.

Os dados obtidos pelas escalas aplicadas aos doentes de Parkinson (UPDRS, PDQ-39 e

MIQ-RS) foram tabulados e resumidos em média e desvio padrão. Todos os dados foram

analisados através o software BIOESTAT 5.0®, que é um programa integrado para gerenciar

Análise Estatística e Bases de Dados, caracterizado por uma ampla seleção de processos

analíticos. Os dados das escalas foram analisados através da Prova de Friedman.

Page 43: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

42

4.8 Aspectos Éticos

A pesquisa atendeu aos critérios éticos da resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996

do Conselho Nacional de Saúde (CSN/MS) e foi aprovado pelo comitê de ética e Pesquisa da

UFPE pelo CAAE 0335.0.172.000-10 (ANEXO F). Todos os pacientes voluntários foram

esclarecidos e aceitaram participar do estudo e o início da coleta ocorreu após leitura e

assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Desta forma deixamos claro a todos

os participantes que os dados colhidos seriam analisados e guardados de forma sigilosa, sendo

utilizados somente para fins científicos trazendo benefícios para o diagnóstico e tratamento

dos indivíduos com a doença de Parkinson.

Page 44: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

43

5 RESULTADOS

Os resultados desta tese estão todos no formato de artigo científico, para que sejam

publicados em revistas científicas. O Artigo Original 1 segue no formato da revista Acta

Fisiátrica ao qual foi submetido para publicação (ANEXO G).

Page 45: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

44

5.1. Artigo Original 1

Acta Fisiátrica

Repercussões da Prática Mental orientada na tarefa de alimentação sobre a qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson

Effects of mental practice directed to the task in the feed task on the quality of life of patients with Parkinson´s disease

Dayanna Karla Gonzaga Ximenes1; Alisson Ribeiro2; Maria das Graças Wanderley Sales Coriolano3; Otávio Gomes Lins4

1Chefe do Departamento de Saúde do Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU, Recife, PE, Brasil. Doutoranda do Curso de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, Brasil. 2Mestrando do Curso de Pós-graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade

Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, Brasil. 3Professora Adjunta do Departamento de Anatomia da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Doutora

em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil. 4 Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, Brasil.

Endereço para correspondência: Dayanna Karla Gonzaga Ximenes Rua Dr. Genaro Guimarães, 90 – aptº1802 cep – 52.010-160 Recife – PE E-mail: [email protected]

RESUMO A manutenção ou aquisição da autonomia dos movimentos para o paciente com a doença de Parkinson é de grande importância para sua qualidade de vida, assim a Prática Mental pode ser vista como um tipo de estratégia utilizada para que estes indivíduos possam aprender ou reaprender movimentos a partir de sua imaginação motora. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson submetidos a uma tarefa motora guiada pela Prática Mental Método: A pesquisa de intervenção, do tipo “antes-depois”, foi realizada com

7 pacientes do sexo masculino com a doença de Parkinson, classificados entre os estágios 1 e 2 (HY). Foram utilizados o Mini exame do Estado Mental (MEEM) e o Questionário da doença de Parkinson 39 (PDQ – 39). Os pacientes foram avaliados antes da Prática Mental, um dia após 12 sessões, após 1 mês e após 6 meses da realização da intervenção. Resultados: Observamos que os pacientes com a doença de Parkinson obtiveram

resultados significantes quando avaliados pós Prática Mental em relação a mobilidade, suporte social e cognição em sua maior parte após um mês de finalização da intervenção e que após um mês estes resultados se mantêm estáveis, o que pode significar a retenção do aprendizado da Prática Mental. Conclusões: Para pacientes com a

doença de Parkinson, a Prática Mental parece favorecer na sua qualidade de vida em seus aspectos motores, assim como uma relação significativa em sua cognição e o reaprendizado da tarefa motora proposta. Palavras-chave: Doença de Parkinson; Qualidade de Vida; Imaginação; Alimentação;

ABSTRACT

Themaintenance oracquisition of theautonomy ofmovementsfor the patientwith Parkinson's disease is very important totheir quality of lifeas wellmental practicecanbe regarded as atype of strategy usedfor theseindividualsto learn or relearnmovementsfromyourmotorimagination.Objectives: To evaluate the qualityof life of patientswith Parkinson's diseaseunderwenta motor taskguided by theMentalPractice Method: Theintervention

research, the"before-after", was heldwithsevenmale patientswith Parkinson's disease, classifiedbetween stages1 and 2 (HY). The Mini Mental State Examination (MMSE) and the Parkinson's Disease Questionnaire 39 (PDQ-39) were used. Patients were assessed before the Mental Practice, after 12 sessions, after 1 month and after 6 months to performing surgery. Results: We observed that patients with Parkinson's disease show significant

results when assessed post Mental Practice in mobility, social support and cognition mostly one month after completion of the intervention, and six months after that these results are stable, which may mean the retention of Mental Practice learning. Conclusions: For patients with Parkinson's Disease, Mental practice seems to favor in

their quality of life aspects in their engines, as well as a significant relationship in their cognition and motor skill relearning the proposal. Keywords: Quality of Life; Parkinson disease; Rehabilitation

Page 46: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

45

Introdução A doença de Parkinson (DP), descrita como uma condição neurodegenerativa, tem caráter progressivo e é de etiologia desconhecida. Resultante da perda seletiva dos neurônios dopaminérgicos localizados na pars compacta da substância nigra1 afeta de 1% da população acima de 50 anos, tornando-se crescente e mais comum com o avanço da idade, chegando à média de 2,6% da população com 85 anos.2

Novas estratégias e pesquisas relacionadas à qualidade de vida desta parcela da população esta ligada ao fato de que existe uma alteração do desempenho motor3 atrelada a um sistema de retroalimentação que ativa as áreas corticais responsáveis pela preparação do gesto motor e que pode comprometer o início do movimento.4 Por possuir uma característica progressiva e crônica, a doença interfere na qualidade de vida (QV) dos pacientes com DP. Devido ao avanço da doença, desencadeia-se aumento das limitações para a realização de atividades de vida diária (AVD) e surgimento de alterações cognitivas e desordens corporais, intensificando o comprometimento da QV, acrescentando os aspectos físicos, psicológicos, emocionais, sociais e econômicos.5 Associado ao tratamento médico e farmacológico deve-se orientar os pacientes para cuidados relacionados ao seu controle e comportamento motor. Assim, a Fisioterapia vem sendo considerada uma ótima aliada para a saúde dos pacientes.6 Os principais objetivos das técnicas e exercícios terapêuticos oferecidos pela Fisioterapia são estimular as atividades com independência e segurança com ênfase em: transferências, postura, alcançar e agarrar, equilíbrio, marcha, preservar ou melhorar a capacidade física e prevenir quedas. Como também orientar a família e o paciente sobre as vantagens do tratamento por exercícios.7 Assim, como desenvolvimento das técnicas e exercícios terapêuticos utilizados nas sessões de Fisioterapia, tem-se observado, vagarosamente, a inclusão da Prática Mental (PM), que consiste em um método de treinamento pelo qual a simulação de um dado gesto motor é realizado extensivamente com a finalidade de estimular aprendizagem ou aperfeiçoamento de uma habilidade motora.8 Igualmente, representa o resultado do acesso consciente à intenção de um movimento, a qual é normalmente realizada de forma inconsciente durante o ato de preparação do movimento, promovendo uma relação entre acontecimentos motores e percepções cognitivas.9 Assim torna-se importante esta investigação pela hipótese de que, manter ativa as funções motoras e cognitivas do paciente com DP pode ser uma das formas de promover qualidade de vida.10

Objetivo Objetivo deste estudo foi avaliar a percepção da Qualidade de Vida de pacientes com doença de Parkinson submetidos a uma tarefa motora guiada pela Prática Mental.

Método

A pesquisa de intervenção, do tipo “antes-depois”,foi realizada no Programa Pró-Parkinson, Ambulatório de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE) e na Clínica Escola de Fisioterapia do Centro Universitário Maurício de Nassau, em Recife (PE). Participaram desta pesquisa, 7 adultos do sexo masculino, com o diagnóstico clínico de DP idiopática nos estágios 1 a 2 (doença leve a moderada) de acordo com a versão original da escala de Hoehn e Yahr (HY)11 e idade entre 40 e 76 anos. Todos foram selecionados por conveniência para participação no estudo. Pacientes com outra doença neurológica associada, que apresentaram pontuação de corte, de acordo com a escolaridade, no Mini Teste do Estado Mental de Folstein (MEEM)12 ou que estavam realizando outro tipo de prática terapêutica foram excluídos.

Page 47: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

46

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (CCS–UFPE) CAAE 0335.0.172.000-10 do protocolo. Antes dos procedimentos, os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual contém informações sobre todas as etapas do estudo. As características gerais da amostra estão expressas na (TABELA 1).

Tabela 1– Caracterização da amostra

N H & Y Idade (anos)

Tempo de Acometimento

(anos)

1 1 57 5

2 2 48 5

3 2 69 8

4 2 69 7

5 2 44 6

6 2 76 7

7 2 63 5

Total - 61 (12) 6 (1)

Os indivíduos foram recrutados, por meio de convite verbal, e seus dados foram preenchidos durante a fase de triagem em uma ficha de registro que constava: nome, sexo, idade, profissão, tempo de acometimento pela DP, doenças neurológicas, doenças associadas. Todos os voluntários responderam o Questionário da Doença de Parkinson 39 (PDQ – 39), na Avaliação inicial, Avaliação 1 dia (imediatamente após 1 dia de finalizado a PM), após 1 mês e após 6 meses da realização da intervenção. A avaliação da qualidade de vida pelo PDQ-39 engloba 39 itens que são respondidos por meio de cinco opções de resposta: “nunca”; “de vez em quando”; “às vezes”; “frequentemente”; “sempre” ou “é impossível para mim”. Os escores em cada item variam de 0 a 4. Este instrumento é dividido em oito dimensões: Mobilidade, Atividades de Vida Diária, Bem Estar Emocional, Estigma, Apoio Social, Cognição, Comunicação e Desconforto Corporal. A pontuação total no PDQ-39 varia de 0 a 100, onde uma menor pontuação indica melhor percepção da QV pelo indivíduo.13 Para avaliar a qualidade de vida na perspectiva da pratica mental, é necessário que inicialmente os voluntários entendam que esta prática é uma variável capaz de realçar a aprendizagem de habilidades motoras e que essas variáveis são testadas isoladamente para verificar o seu papel na aprendizagem de habilidades motoras. Para a realização da PM, os voluntários fizeram inicialmente a descrição dos Componentes Cinemáticos (CC), que é a descrição da decomposição do movimento realizado. Neste estudo, a atividade utilizada foi a alimentação, Assim o paciente descreveu a decomposição do movimento de cada articulação de seu membro superior, durante o ato de alimentar-se afim da definição e verbalização de seus componentes cinemáticos. Após a avaliação e decomposição dos CC, realizou-se a Prática Mental numa frequência de três vezes por semana e cada sessão durou aproximadamente 30 minutos. A PM consistiu em três séries de dez repetições da imaginação do movimento solicitado, sendo que na primeira série, o paciente realizou a verbalização dos CC adicionado da realização do movimento, simulando a alimentação. Na segunda série, o paciente executou a verbalização dos CC adicionada da repetição mental do movimento. E na terceira série, imaginou e sentiu o próprio movimento, executando-o mentalmente.

Page 48: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

47

Durante a imaginação motora foi utilizada a Escala de Borg Modificada14 ao final da segunda e terceira séries, a fim de monitorizar parâmetros como aumento da frequência cardíaca e aumento da frequência respiratória. Visto que o sistema nervoso autônomo sofre alterações durante a imaginação motora.15,16,17 A análise dos dados obtidos a partir do PDQ-39 foi realizada através do programa BIOSTAT 5.0®, por meio de uma análise de variância não paramétrica de Kruskal-Wallis e para as comparações post-hoc foi utilizado o teste de Dunn com p crítico de 0,05. Afirmamos que este é um trabalho original e inédito que faz parte do grupo de pesquisa do Programa Pró-Parkinson que teve por objetivo investigar os pacientes na atividade motora de alimentação. Os autores participaram ativamente da construção. Não foi publicado antes e não possui conflito de interesse, ainda não está atualmente sob consideração para publicação em outra revista e de forma alguma infringe os direitos dos outros.

Resultados Foram analisados os dados da escala PDQ-39 nas avaliações e reavaliações os quais foram aplicados na avaliação inicial, 1 dia imediato após a Prática Mental ,1 mês e 6 meses após a PM sem intervenção. Os dados recolhidos a partir da escala aplicada foram organizados através de planilha de Excel onde já foram calculados os valores de Média (X) e Desvio Padrão (DP) para quantificar a variabilidade dos dados em torno da média. Em seguida sumarizados e descritos e assim, foi possível tirar o máximo de informações de um conjunto de dados, para que fosse indicado um modelo a ser feita a inferência estatística. Como desejávamos verificar se existiam diferenças entre as respostas médias de tratamentos, o procedimento utilizado para interferir se tais diferenças realmente existiam foi a Análise de variância (ANOVA). Foram buscados em cada variável estudada se existiam a diferença significativa entre as médias dos tratamentos ao nível de significância de p < 0,05. O teste escolhido para testar a hipótese nula de que todas as populações possuem funções de distribuição iguais contra a hipótese alternativa de que ao menos duas das populações possuem distribuições diferentes foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. Para a escala PDQ-39, testamos as médias das oito dimensões e o escore total da escala nas fases de análise, pré Prática Mental, após 1 dia, após 1 mês e 6 meses. Como não sabíamos se havia diferença significativa entre as dimensões e efeito da Prática Mental entre os intervalos de tempo foi necessário a utilização também dos testes Post-hoc através do teste de Dunn para completar a análise, comparando e mostrando então, o resultado de todas as combinações de pares de médias. Assim, seguem os resultados encontrados de acordo com os dados encontrados da PDQ-39 e que serão apresentados em seguida na (TABELA 2) e nas distribuições em gráficos. Analisando o escore total das dimensões avaliadas do PDQ-39, foi observado que os resultados foram significativos (p = 0,0370). A (FIGURA 1), nos representa que o resultado total

teve uma significância entre os pacientes em sua avaliação inicial (Avaliação Inicial - antes

de receber a intervenção da Prática Mental) e um dia (1 DIA), logo após as 12 sessões de intervenção da PM. Observa-se que entre 1 DIA e 6 meses após os pacientes terem finalizado suas 12 sessões de PM e ficarem sem intervenção, não houve diferença estatística. Este resultado se manteve, o que pode significar a retenção do aprendizado da Prática Mental

Page 49: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

48

Figura 1 – Escore Total do PDQ-39

Legenda: s – significativo; ns – não significativo. Escore entre 0,00 e 40,00

Como resultados de significância estatística da escala, foi observado que na dimensão mobilidade (FIGURA 2), Suporte Social (FIGURA 3) e Cognição (FIGURA 4) foram encontrados resultados significantes. Observa-se que na dimensão mobilidade, houve uma melhora significativa e que se manteve após a reavaliação de 1 mês. Em relação ao suporte social, domínio destinado a avaliar se o indivíduo menciona problemas de relacionamento e/ou, ainda, se recebeu apoio das pessoas que compõem seu ambiente social, apenas entre 1 mês após o treino de PM e 6 meses, foi encontrado valor significativo. Na dimensão da cognição, após o post-hoc, foi observado que houve diferença significativa entre a Avaliação Inicial e Avaliação 1 mês (FIGURA 4).

Figura 2 – Escore da Dimensão Mobilidade

Legenda: s – siginificância = 0,0458*; ns – não siginificatico = manutenção.

Page 50: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

49

Figura 3 – Escore da Dimensão Suporte Social Legenda: s – siginificância = 0,0348*; ns – não siginificatico.

Figura 4 – Escore da Dimensão Cognição

Legenda: s – siginificância = 0,0293*; ns – não siginificatico.

Dentre as dimensões de Atividades de vida diária (AVDs) (FIGURA 5), bem-estar social (FIGURA 6), estigma (FIGURA 7), comunicação (FIGURA 8) e desconforto corporal (FIGURA 9), não foram achados diferenças estatísticas significantes entre as avaliações. Analisamos assim que a Prática Mental não exerceu influência sobre estas dimensões de qualidade de vida.

Ainda pode-se considerar que nas dimensões atividades de vida diária, bem-estar social e estigma nos resultados houve uma variabilidade alta entre os sujeitos. Observando-se que alguns pacientes melhoraram muito o escore e outros não apresentaram mudança na pontuação. Pode-se ponderar que o aumento do n da amostra poderá tornar as demais dimensões com resultados significativos.

Page 51: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

50

Figura 5 – Escore da Dimensão AVDs

Figura 6 – Escore da Dimensão Bem Estar Social

Figura 7 – Escore da Dimensão Estigma

Page 52: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

51

Figura 8 – Escore da Dimensão Comunicação

Figura 9 – Escore da Dimensão Desconforto Corporal

Page 53: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

52

Tabela 2 – Escores do PDQ-39 antes da intervenção, após a intervenção e acompanhamento após 1 mês.

PDQ-39 Avaliação

Inicial Avaliação

1 dia Avaliação

1 mês Avaliação 6 meses

P (Kruskal-

Wallis)

Mobilidade 28 (15)* 11 (7) 9 (11) 10 (10) 0.0458*

AVD 33 (8) 18 (12) 22 (9) 23 (18) 0.1731

Bem Estar Emocional

23 (8) 20 (10) 14 (13) 15 (11) 0.3082

Estigma 23 (8) 20 (10) 14 (13) 9 (12) 0.4092

Suporte Social 17 (12) 6 (8) 11 (17) 11 (18)* 0.0348 *

Cognição 41 (16)* 25 (13)* 17 (14) 18 (11) 0.0293 *

Comunicação 18 (10) 19 (10) 11 (8) 18 (13) 0.4579

Desconforto Corporal

45 (16) 29 (13) 27 (16) 35 (38) 0.2038

Total 26 (5)* 17 (5) 15 (7) 17 (9) 0.0370 *

Legenda: Legenda: PDQ-39: Questionário da Doença de Parkinson 39.

Discussão

O presente estudo analisou a influência da Prática Mental sobre qualidade de vida de pacientes com DP, bem como a relação entre o desempenho motor na execução de uma sequencia de movimentos da alimentação e a qualidade de vida do mesmo. Foi evidenciada uma redução significativa na média do escore total do PDQ-39, o que pode indicar uma melhora na percepção da qualidade de vida dos pacientes com DP submetidos à Prática Mental. Mesmo conhecendo as variações individuais, sabe-se que, em maior ou menor proporção, a doença de Parkinson e seus sintomas associados podem repercutir negativamente em aspectos de qualidade de vida.18,19 Como os sinais e sintomas clássicos da doença são efetivamente motores, acreditava-se que a dimensão física fosse a mais acometida pela patologia. Contudo, com a evolução da doença, ocorre o surgimento de novas alterações, o que certamente leva ao comprometimento de outras dimensões relacionadas à qualidade de vida, como os aspectos emocionais.20 Relacionando a prática aplicada com os resultados alcançados no presente estudo, podemos estabelecer um raciocínio quanto à função da Prática Mental na qualidade de vida dos pacientes com a DP. Existem evidencias de que quando a PM é realizada em conjunto com a realização autêntica da habilidade, a aprendizagem ou reaprendizagem daquele dado movimento resulta mais rápida e eficiente.21 pois a prática física é superior à Prática Mental e esta, por sua vez, superior à ausência de prática. Com estes achados, é cabível conscientizar o paciente a pensar sobre o que irão fazer quando estiverem praticando uma atividade funcional, dando-lhes a liberdade na organização dos padrões de movimento, dentro de seus próprios limites.22 A Prática Mental pode propiciar estímulos externos que motivam o paciente a recrutar todos os sentidos do corpo e contribuir para a formação de uma realimentação intrínseca.23 Através destes comandos externos de autopercepção corporal e de precisão na sensação do movimento, pode ser promovida a reaprendizagem de tarefas funcionais, bem como da cognição24.

Os estudos de intervenção que encontraram resultados significativos no escore total do PDQ-39 em sua maioria, não foram estudos ligados a Prática Mental, o que ainda nos faz questionar sobre o real resultado, mesmo com dados significativos. Os estudos mais próximos encontrados e que relacionam o ato de imaginar para executar uma tarefa foram estudos que tratam de realidade virtual 25, imaginação motora ou dupla tarefa.

Page 54: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

53

Foram encontrados estudos26 que utilizaram a imaginação motora no tratamento da DP, contudo em sua maior parte não estão diretamente relacionados com a qualidade de vida, dois deles27,28, usaram o método da PM como forma de intervenção terapêutica, o que nos orienta e nos conduz entender o efeito da Prática Mental nos pacientes com a doença de Parkinson. Melhoras significativas no desempenho de movimentos sequenciais e cognição foram encontradas27 após a realização de 24 sessões de fisioterapia convencional associada à Prática Mental. O que notamos em acordo em nossos resultados é que entre a primeira avaliação e um dia imediato após as 12 sessões de Prática Mental, os pacientes tiveram uma evolução expressiva em seus resultados na dimensão de mobilidade. Sendo a alimentação um movimento sequencial, estes resultados corroboram com o estudo. Na reavaliação após 1 mês foi observado significância na dimensão cognição, entendendo-se que demorou mais tempo para que esta dimensão fosse alterado no paciente, mas a PM apresentou seu resultado positivo um dia após após prática e se manteve após 1mes. Enfatizamos que os nossos resultados significativos foram alcançados mesmo utilizando a PM no ato da alimentação de forma isolada, enquanto que na maioria das vezes a PM é associada à cinesioterapia.

Em um estudo multicêntrico28 que objetivava melhorar tarefas locomotoras, não foram encontradas diferenças significativas entre o grupo experimental, que teve intervenção com a adição de Prática Mental, e o grupo controle, que não realizou a PM. Estes resultados nos fazem refletir que talvez a Prática Mental associada a exercícios cinesioterapêuticos possa interferir no resultado final. Em nossos resultados foi possível perceber que o paciente em ate 1 dia após a PM, mesmo sem outro tipo de intervenção, obtiveram resultados significativos na dimensão da mobilidade.

Dificuldades motoras que impedem a realização das atividades cotidianas da vida diária, sejam elas instrumentais ou básicas, podem ocasionar isolamento e exclusão social e podem contribuir para o decréscimo do subescore mental na QV.29 Outros estudos reforçam esta ideia ao afirmar que os aspectos físicos tenham sido considerados um dos principais responsáveis pela piora da QV dos parkinsonianos, pois agem como precursores de limitações em outras áreas, como a mental e a emocional.30,31,32,33 Com nossos resultados, podemos confrontar estes resultados anteriores, visto que o após um mês de finalizado a Prática Mental com os pacientes, estes apresentam uma melhora significativa em sua dimensão de cognição quando reavaliados (FIGURA 4) e neste mesmo intervalo de um mês é observado que a melhora na dimensão da mobilidade se mantém.

É Afirmado em estudos anteriores que a percepção da QV é pior nas dimensões mobilidade e AVD.33 Além disso, relatam a dificuldade de comparação dos resultados encontrados e a inexistência de um ponto de corte capaz de indicar uma boa ou ruim percepção da qualidade de vida. O que contradiz o nosso estudo, visto que a dimensão de mobilidade obteve pontuações que nos permite entender que, com a Prática Mental, os pacientes com a DP souberam ter uma boa percepção nesta dimensão. Contudo, ainda é preciso mais estudos para confirmar que a Prática Mental tem um bom resultado nesta população, visto que em uma revisão de literatura9, buscaram estudos entre um período de janeiro de 1985 a maio de 2007 e encontraram apenas um, onde combinava a cinesioterapia a PM em sujeitos com DP, o que nos dificulta a dar propriedade aos resultados encontrados.

Os resultados aqui apresentados contribuem, principalmente, para a prática clínica com pacientes com a doença de Parkinson, permitindo identificar táticas que podem facilitar a aprendizagem e melhorar a qualidade de vida da parcela desta população. Torna-se importante que os profissionais da saúde, entre eles, os fisioterapeutas, possam avaliar a prática clínica associada a PM na qualidade de vida de pacientes com a doença de Parkinson e utilizar estratégias com atividades adaptadas, com movimentos lentos e controlados, com instruções simples, respeitando o tempo necessário para que o paciente obtenha aprendizado, corrigindo e reajustando o seu movimento e, assim, a intervenção possibilitará o tratamento mais eficaz para esse paciente.

Conclusão

Page 55: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

54

A Prática Mental orientada a tarefa de alimentação neste estudo repercutiu positivamente na qualidade de vida dos sujeitos com DP, em especial nos domínios mobilidade, suporte social e cognição. Visto que poucos estudos investigaram a Prática Mental em conjunto com a doença de Parkinson com o objetivo de observar seus efeitos na qualidade de vida, testar a combinação de demonstração e Prática Mental se torna um vasto campo de investigação a ser estudado por pesquisadores. Ainda, investigar como a interação entre estas variáveis afetam a aprendizagem do padrão da habilidade motora, assim como, o efeito de diferentes números de demonstrações e Prática Mental na aprendizagem de habilidades motoras, são sugestões para futuros estudos.

Referências

1. Meneses MS, Teive HAG. Doença de Parkinson. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. 2. Ferreira FD, Ferreira FMD, Heleno RD, Mella-Junior SE. Doença de Parkinson: Aspectos Fisiopatológicos e Terapêuticos. Revista Saúde e Pesquisa. 2010;3(2): 221-8. 3. Cunnington R, Egan GF, O’Sullivan JD, Hughes AJ, Bradshaw JL, Colebatch JG. Movement-related potentials in Parkinson’s disease.Brain. 1997;120:1339–53. 4. Lacquaniti F, Maioli C. Adaptation to Suppression of Visual Information During Catching. The JournalofNeuroscience. 1989;9(1): 149-59. 5. Navarro-Peternella FM, Marcon SS. Qualidade de vida de indivíduos com Parkinson e sua relação com tempo de evolução e gravidade da doença. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2012;20(2). 6. Santos VV. et al. Fisioterapia na doença de Parkinson: uma Breve Revisão. RevistaBrasileira de Neurologia. 2010; 46(19):17-25. 7.Keus, SHJ, et al. Clinical practice guidelines for physical therapy in patients with Parkinson’s disease. Dutch Journal of Physiotherapy. 2004;114(3):5-13. 8. Dickstein R, Deutsch JE. Motor Imagery in Physical Therapist Practice.PhysTher. 2007;87:942-53. 9. Machado S. et al. A Prática Mental no contexto da fisioterapia neurológica. Neurociências. 2009; 5(1):46-54. 10. Zeamer A, Decamp E, Clark K, Schneider JS. Attention, executive functioning and memory in normal aged rhesus monkeys. Behav Brain Res. 2011;219(1)23-30. PMid:21168445 PMCid:PMC3062645. http://dx.doi. org/10.1016/j.bbr.2010.12.021 11. HOEHN, M.M.; YAHR, M.D. Parkinsonism: onset, progression and mortality. Neurology.1967; 17:427-42. 12. FOLSTEIN, M.F.; FOLSTEIN, S.E.; MCHUGH, P.R. Mini-Mental State.A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician.J Psychiatr Res. v.12(3): p. 189-98, 1975. 13. Goulart FRP, Barbosa CM, Teixeira-Salmela L, Carodoso F. O impacto de um programa de atividade física na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson. Rev Bras Fisioter. 2005;9(1):49-55. 14. Borg GAV. Psychophysical basis of perceived exertion. Med. Sei. Sports.Exerc. 1982;14:377-81 15. Decety J, Jeannerod M, Germain M, Pastene J. Vegetative response during imagined movement is proportional to mental effort. Behav. Brain Res. 1991;42:1–5. 16. Decety J, Jeannerod M, Durozard D, Baverel G. Central activation of autonomic effectors during mental simulation of motor actions in man. J. Physiol. 1993; 461, 549–63. 17. Wuyam B, Moosavi SH, Decety J, Adams L, Lansing RW, Guz A. Imagination of dynamic exercise produced ventilatory responses which were more apparent in competitive sportsmen. J. Physiol. 1995;482:713–24. 18. Goulart F, Teixeira-Salmela LF, Barbosa CM, Silva CM. O impacto de um programa de atividade física na qualidade de vida de pacientes parkinsonianos. Anais do Congresso Brasileiro e do III Congresso Internacional de Psicologia do Esporte; 2003 set 4-6; Rio de Janeiro, Brasil 2003. P. 19. 19. Karlsen KH, et al. Health related quality of life in Parkinson’s disease: a prospective longitudinal study. J NeurolNeurosurg Psychiatry. 2000; 69(5): 584-589.

Page 56: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

55

20. Schrag A, Jahanshahi M, Quinn N. What contributes to quality of life in patients with Parkinson’s disease.J NeurolNeurosurgPsychiatry. 2000; 69: 308-312. 21. LEITE, M.M. Efeitos da Prática Mental na aprendizagem de uma habilidade motora. R. min Educ. Fis. 1993; 1(2):40-46. 22. GOMES TVB, UGRINOWITSCH H, MARINHONFS, BENDA RN. Efeitos da Prática Mental na aquisição de habilidades motoras em sujeitos novatos. Rev. bras. educ. fís. Esporte. 2012; 26 (3): 511-521.

23. LIEPERT J, DETTMERS C, TERBORG C, WEILLER C. Motor cortex plasticity during constraint-induced movement therapy in stroke patients. Neurosci Lett. 1998; 250(1):5-8. 24. LIU K, CHAN CC, LEE TM, HUI-CHAN CW. Mental imagery for promoting relearning for people after stroke: a randomized controlled trial. Arch Phys Med Rehabil. 2004; 85(9):1403-8. 25. Altermann CDC, Martins AS, Carpes FP, Mello-Carpes PB. Influence of mental practice and movement observation on motor memory, cognitive function and motor performance in the elderly. Braz J Phys Ther. 2014 Mar-Apr; 18(2):201-209. http://dx.doi. org/10.1590/S1413-35552012005000150 26. Mirelman A, Maidan I, Deutsch JE. Virtual Reality and Motor Imagery: Promising Tools for Assessment and Therapy in Parkinson’s disease: Review. Movement Disorders. 2013;28(11):1597-1608. 27. Tamir R, Dickstein R, Huberman M. Integration of Motor Imagery and Physical Practice in Group Treatment Applied to Subjects With Parkinson´s Disease. Neurorehabilitation and Neural Repair. 2007;21(1):68-75. 28. Braun S, Beurskens A, Kleynen M, Schols J, Wade D. Rehabilitation with mental practice has similar effects on mobility as rehabilitation with relaxation in people with Parkinson´s disease: a multicentre randomized trial. Journal of Physiotherapy. 2011; 57:27-34 29. Christofoletti G, Formiga CKMR, Borges G, Stella F, Damasceno BP. Aspectos físicos e mentais na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson idiopática. Fisioterapia e Pesquisa. 2009;16(1):65-9. 30. Reuter I, Engelhardt M, Stecker K, Baas H. Therapeutic value of exercise training in Parkinson's disease. MedSci Sports Exerc. 1999;31(11):1544-9. 31. Camargos ACR, Cópio FCQ, Sousa TRR, Goulart F. O impacto da Doença de Parkinson na qualidade de vida: uma revisão de literatura. Rev. bras. fisioter. 2004; 8(3):267-272. 32. Goulart F, Pereira LX. Uso de escalas para avaliação da doença de Parkinson em fisioterapia. Fisioter Pesq. 2005;11(1):49-56 33. Lana RC et al. Percepção da qualidade de vida de indivíduos com Doença de Parkinson através do PDQ-39. RevBrasFisioter. 2007;11(5):397-402.

Page 57: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

56

5.2. Artigo Original 2

CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA MENTAL ORIENTADA A TAREFA DE

ALIMENTAÇÃO NAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E

COMPORTAMENTO MOTOR DE PACIENTES COM DOENÇA DE

PARKINSON Ximenes, DKG.

1

; RIBEIRO, AL2

; CORIOLANO, MGWS3; LINS, OG4,

1Coordenadora Acadêmica de Saúde do Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU, Recife, PE, Brasil. Doutoranda do Curso de

Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, Brasil. 2Mestrando do Curso de Pós-graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

3Professora Adjunta do Departamento de Anatomia da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Doutora em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.

4Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, Brasil.

RESUMO

Para a doença de Parkinson (DP) é descrito que existe um declínio das capacidades funcionais

que pode refletir na mobilidade e no desempenho de atividades de vida diária (AVD´s) limitando as

atividades e participação social. Para atenuar os déficits e acelerar o processo de recuperação funcional, é

investigado sobre utilização da técnica da Prática Mental (PM). A PM representa o resultado do acesso

consciente à intenção de um movimento, executado de forma inconsciente durante a preparação motora,

estabelecendo uma relação entre eventos motores e perceptivos. Objetivos: Investigar as contribuições da

PM nas AVD´s e mobilidade do membro superior de pacientes com DP. Método: A pesquisa foi

realizada com 7 pacientes do sexo masculino com a DP, classificados entre os estágios 1 e 2 (HY). Foram

utilizados o Mini exame do Estado Mental e Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson

(UPDRS). Os pacientes foram avaliados antes da PM, um dia após 12 sessões, após 1 mês e após 6 meses

da realização da intervenção. Resultados: Com a aplicação da UPDRS foi possível evidenciar que as

AVD´s, avaliadas obtiveram resultados de melhoria progressiva a partir da Avaliação Inicial até a

Avaliação 1 mês, tendo um declínio apenas 6 meses após. Um aumento da exploração motora foi notado

nos resultados da UPDRS com a repercussão na melhora momentânea da AVD do membro superior. A

escala na seção (AVD - movimento do MS) evidenciou que os sinais clínicos da doença podem interferir

nestas habilidades e possivelmente em sua independência para atividades que envolvam os membros

superiores. Conclusões: Os dados nos mostram que enquanto o paciente estar recebendo as PM ele estar

aprendendo a habilidade ensinada e que este aprendizado tem duração de curto prazo. Ficou notável na

amostra que, após longo período de tempo (seis meses) sem o sujeito praticar junto ao terapeuta a

habilidade aprendida os resultados não obtiveram retenção suficiente de aprendizado, nos possibilitando a

pensar que a PM tenha que ter um tempo maior de aplicação, ou que seja acompanhada pelo profissional

de saúde, para que seja observada a retenção dos resultados por um período de tempo mais longo.

Palavras-chave: Doença de Parkinson; Imaginação; Limitação da Mobilidade; Alimentação;

INTRODUÇÃO

Atualmente profissionais da saúde, que visam a reabilitação de pacientes

neurológicos, utilizam de variados métodos para ensinar seus pacientes a recuperar

movimentos. O modo de ensinar aprendizagem ou mesmo a reaprendizagem motora

pode ser dividido com a Prática Mental (PM), Prática Física ou a combinação das

mesmas1. Para a aprendizagem de novas técnicas é necessário um período de

treinamento exigindo concentração máxima2, pois alguns estudos apontam que a

Page 58: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

57

imaginação contribui para o sucesso nos resultados das práticas com objetivo de

aprendizagem motora3.

Sabendo-se que na doença de Parkinson (DP) ocorre uma interrupção das

atividades moduladoras das fibras nigro-estriatais sobre o circuito motor básico3 e que

esta desordem é ocasionada pela diminuição da dopamina nestas fibras, a DP apresenta-

se como uma patologia neurodegenerativa, de caráter progressivo4. Com a evolução da

patologia, pode-se ocorrer sensação de fadiga, e em seguida tornam-se notáveis as

alterações de controle motor, caracterizando-se por tremor, rigidez muscular e

bradicinesia, com alterações posturais e instabilidade5,6. Estes distúrbios motores podem

tornar-se significativos, e o paciente poderá necessitar de ajuda, em algumas ou todas as

suas atividades de vida diária 7,8,9,10.

Pelo declínio das capacidades funcionais, ocorre diminuição do desempenho

motor, que refletirá na mobilidade e no desempenho de atividades de vida diária

(AVD´s) destes indivíduos ou até mesmo a impossibilidade de desempenhá-las 9,11,

limitando ainda as atividades e participação social, comprometendo a qualidade de vida

(QV), que é a percepção do indivíduo quanto a sua posição na vida, no contexto da

cultura e do sistema de valores em que vive, levando em conta suas metas, suas

expectativas, seus padrões e suas preocupações10.

As limitações de AVD´s que os sintomas da doença de Parkinson podem

acarretar podem ser observadas já na fase inicial da doença, com diminuição no nível de

atividades, gerando mais imobilidade. Estes marcantes comprometimentos funcionais e

limitações progressivas fazem dos aspectos físicos um dos grandes responsáveis pela

piora da qualidade de vida dos indivíduos portadores da doença de Parkinson11.

Na tentativa de atenuar os déficits e acelerar o processo de recuperação

funcional, alguns pesquisadores iniciaram a investigação sobre a adição da técnica da

Prática Mental à recuperação neurológica 12, 13, 14,15,16. Consistindo num método de

treinamento pelo qual a reprodução interna de um dado ato motor (simulação mental) é

repetida extensivamente com a intenção de promover aprendizagem ou aperfeiçoamento

de uma habilidade motora. Essa simulação mental (imaginação motora) corresponde a

um estado dinâmico durante a representação de uma ação específica reativada

internamente na memória de trabalho na ausência de qualquer movimento. A PM

representa o resultado do acesso consciente à intenção de um movimento, o qual é

geralmente executado de forma inconsciente durante a preparação motora17,

estabelecendo uma relação entre eventos motores e percepções cognitivas18.

Page 59: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

58

Investigaremos com estes pressupostos, as contribuições da Prática Mental nas

atividades de vida diária e mobilidade do membro superior de pacientes com doença de

Parkinson.

MÉTODOS

Para o presente estudo foi utilizada uma amostra composta por 7 sujeitos, todos

homens, com o diagnóstico clínico de DP idiopática de acordo com o Banco de Cérebro

de Londres19 e classificados nos estágios 1 a 3 (doença leve a moderada) conforme a

versão original da escala de Hoehn e Yahr (HY)20. A idade variou entre 44-76 anos

(dp=61±12) e o tempo de doença entre 5-8 anos (dp=6,1±1,2). Pacientes com outra

doença neurológica associada, que apresentaram pontuação de corte (18 pontos), de

acordo com a escolaridade, no Mini Exame do Estado Mental de Folstein (MEEM)21 ou

que estavam realizando outro tipo de prática terapêutica foram excluídos.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisas (CEP) do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (CCS-UFPE), CAAE

0335.0.172.000-10. Antes dos procedimentos, os voluntários assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual contém informações sobre todas as

etapas do estudo.

Procedimentos

Este estudo foi realizado no programa Pró-Parkinson, Ambulatório de

Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-

UFPE) e na Clínica Escola de Fisioterapia do Centro Universitário Mauricio de Nassau,

em Recife (PE). Os indivíduos foram recrutados por meio de convite verbal de forma

aleatória de acordo com a agenda no dia no serviço e seus dados foram anotados em

uma ficha de registro onde constavam as informações sociodemográficas e critérios de

elegibilidade.

Os pacientes envolvidos no estudo foram avaliados por um mesmo avaliador,

antes e após o protocolo de intervenção com a Escala Unificada de Avaliação da

Doença de Parkinson (UPDRS)22, a qual é amplamente utilizada para monitorar a

progressão da doença e a eficácia do tratamento medicamentoso23. Essa escala avalia os

sinais, sintomas e determinadas atividades dos pacientes por meio do autorrelato e da

Page 60: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

59

observação clínica. É composta por 42 itens, divididos em quatro partes: atividade

mental, comportamento e humor; atividades de vida diária (AVD´s); exploração motora

e complicações da terapia medicamentosa. A pontuação em cada item varia de 0 a 4,

sendo que o valor máximo indica maior comprometimento pela doença e o mínimo,

normalidade.

A UPDRS é uma escala confiável válida, sendo um método adequado para a

avaliação da DP23. Para este estudo foram utilizadas as seções: Atividades de Vida

Diária (AVD); AVD (movimento do MS) que corresponde a soma dos escores 8 e 9;

Exame Motor (on); Exame Motor (on) (movimento do MS) que corresponde a soma dos

escores 20 (20.2 e 20.3) + 21 (21.1 e 21.2) + 22 (22.2 e 22.3) + 23 (23.1 e 23.2 ) + 24

(24.1 e 24.2) + 25 (25.1 + 25.2).

Para a realização da Prática Mental, os voluntários fizeram inicialmente a

descrição dos componentes cinemáticos (CC), que é a descrição da decomposição do

movimento realizado. Neste estudo, a atividade utilizada foi a de alimentação e o

paciente deveria descrever a decomposição do movimento de cada articulação de seu

membro superior, durante o ato de alimentar-se afim de que ficasse definido e

verbalizado cada movimento realizado durante a ação (seus componentes cinemáticos).

Após a Triagem, Avaliação Inicial (Ação sem intervenção; Determinação dos

CC; Ação mencionando os CC; Realizando ação de alimentação; imaginando), realizou-

se 12 sessões do tratamento com a Prática Mental orientada à tarefa de alimentação

numa frequência de três vezes por semana e cada sessão durou aproximadamente 30

minutos. A PM consistiu em três séries de dez repetições da imaginação do movimento

solicitado, sendo que na primeira série o paciente realiza a descrição mental dos CC

adicionado da realização física do movimento (auto-observação), efetivando o

movimento de alimentação. Na segunda série, o paciente executa a verbalização dos CC

adicionada da repetição e observação mental do movimento de levar o talher a boca

(auto-verbalização) e na terceira série da PM o paciente apenas realiza a imaginação e

sensação cinestésica de seu próprio movimento (imaginação motora). Ao término das

12 sessões de Prática Mental, os pacientes foram submetidos a Avaliação 1 dia

(imediatamente após um dia de término das sessões de PM), Avaliação 1 mês

(imediatamente após um mês de término das sessões de PM), Avaliação 6 meses

(imediatamente após seis meses de término das sessões de PM),

Análise Estatística:

Page 61: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

60

A análise dos dados obtidos a partir da UPDRS foi realizada através do

programa BIOESTAT 5.0®, por meio da Prova de Friedman e para a comparação post-

hoc foi utilizado o teste de Wilcoxon com p crítico de 0,05.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 7 sujeitos, todos homens, com idade entre 48 e 76

anos. A tabela 1 expressam as características gerais da amostra.

Tabela 1 - Características gerais da amostra.

Sujeito Idade HY Duração da Doençaem

anos

1 57 1 5

2 48 2 5

3 69 2 8

4 69 2 7

5 44 2 6

6 76 2 7

7 63 2 5

Houve diferença estatisticamente significante verificada na seção AVD da

UPDRS entre a Avaliação inicial e a Avaliação de 1 mês (Tabela 2). Os valores obtidos

nessa seção diminuíram progressivamente até Avaliação 1 mês e aumentam na

reavaliação 6 meses.

Tabela 2 – Valores da seção AVD da UPDRS nas avaliações.

UPDRS – AVD Média (±) Variação Mediana (DIQ)

Avaliação Inicial 12,0 (2,2) 9-15 12 (3,0)

Avaliação 1 dia 10,7 (3,1) 7-14 11 (5,5)

Avaliação 1 mês 8,4 (2,4)* 5-12 9 (2,5)

Avaliação 6 meses 10,3 (3,2) 6-14 11 (4,5) Legenda: Prova de Friedman (*P=0,04); DIQ=Desvio interquartil. UPDRS: Escala Unificada

de Avaliação da doença de Parkinson; AVD: Atividade de Vida Diária;

Os valores obtidos nas avaliações da seção AVD da UPDRS (movimento do

MS) diminuíram progressivamente até Avaliação 1 mês aumentando na Avaliação 6

meses. A diferença foi estatisticamente significativa (P=0,03) (Tabela 3). No post hoc

Page 62: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

61

foi encontrada diferença estatística entre os grupos de Avaliação Inicial e Avaliação 1

dia com (P=0,01).

Tabela 3– Valores da seção AVD da UPDRS para o movimento do MS nas avaliações.

UPDRS-AVD (movimento do MS) Média (±) Mediana (DIQ)

Avaliação Inicial 4,0 (1,0) 4,0 (0,5)

Avaliação 1 dia 2,4 (1,1)* 3,0 (1,5)

Avaliação 1 mês 3,0 (1,0) † 2,0 (1,0)

Avaliação 6 meses 3,6 (1,0)+ 4,0 (1,0) Legenda: Prova de Friedman (*P=0,03). post hoc - Teste de Wilcoxon (*P=0,01); (†P=0,07);

DIQ=Desvio interquartil. UPDRS: Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson; MS:

Membro Superior; AVD: Atividade de Vida Diária;

Nas avaliações da seção Exame motor (on) da UPDRS, os valores obtidos

diminuíram progressivamente até Avaliação 1 mês aumentando na Avaliação 6meses. A

diferença foi estatisticamente significativa entre a Avaliação Inicial e a Avaliação 1 mês

e entre a Avaliação 1 mês e a Avaliação 6 meses (Tabela 4).

Tabela 4 – Valores da seção Exame Motor (on) da UPDRS nas avaliações.

UPDRS – Exame Motor Média (±) Variação Mediana (DIQ)

Avaliação Inicial 23,7 (9,7) 13-41 21 (10,5)

Avaliação 1 dia 16,3 (4,1)* 11-24 15 (3,0)

Avaliação 1 mês 13,6 (1,9)* 10-16 14 (1,5)

Avaliação 6 meses 23,0 (11,0)* 13-41 18 (15,0) Legenda: Prova de Friedman (*P=0,013); DIQ=Desvio interquartil. UPDRS: Escala Unificada

de Avaliação da Doença de Parkinson;

No que se referem os valores obtidos nas avaliações da seção Exame motor (on)

da UPDRS (movimento do Membro Superior), estes diminuíram progressivamente até a

Avaliação 1 mês aumentando na Avaliação 6 meses. Não houve diferença significativa

estatisticamente (Tabela 5).

Tabela 5 – Valores da seção Exame Motor (on) da UPDRS para o movimento do MS

na avaliação e reavaliações.

UPDRS – Exame motor on

(movimento do MS) Média (±) Mediana (DIQ)

Avaliação Inicial 12,6 (8,2) 12 (11,5)

Avaliação 1 dia 8,9 (2,9) 10 (3)

Page 63: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

62

Avaliação 1 mês 6,1 (2,0) 6 (2,5)

Avaliação 6 meses 12,0 (8,0) 12 (10,5) Legenda: Prova de Friedman – P=0,09 / DIQ=Desvio interquartil. UPDRS: Escala Unificada de

Avaliação da Doença de Parkinson; PM: Prática Mental; 1M: reavaliação após 1mes. MS:

Membro superior.

DISCUSSÃO

No contexto da doença crônica, o profissional da saúde busca diminuir as

disfunções físicas e permitir ao indivíduo realizar atividades de seu dia-a-dia com a

maior eficiência e independência possível. Para tanto, observamos que a avaliação do

paciente deve ser adequada e conduzida sistematicamente a fim de gerar informações

que contribuam para a tomada de decisão clínica24.

É importante que as avaliações possam monitorar as mudanças funcionais em

todos os estágios da doença e, ao mesmo tempo, sejam sensíveis principalmente no que

diz respeito à intervenção terapêutica. Com o surgimento de tratamentos mais eficazes,

desenvolveram-se uma variedade de instrumentos para avaliar a DP25,26. Entre as

diversas escalas, a determinada por este estudo, UPDRS, que avalia tanto o nível de

estrutura e função corporal quanto o nível das atividades27 se apresentou como um bom

instrumento para a avaliação da atividade de alimentação, quando avaliamos pacientes

de Parkinson e nos apresentou resultados significantes em relação às atividades de vida

diária utilizando os membros superiores, após tratamento com a Prática Mental.

Com a aplicação da escala UPDRS foi possível evidenciar que as atividades de

vida diária, avaliada do paciente que recebeu a Prática Mental no presente estudo,

obtiveram resultados de melhoria progressiva a partir da Avaliação Inicial do

experimento até a Avaliação 1 mês após o tratamento com a PM, tendo um declínio

apenas 6 meses após de aplicado o tratamento. Assim, estes dados nos mostram que

enquanto o paciente estar recebendo as atividades da Prática Mental ele pode estar

aprendendo a habilidade ensinada e que este aprendizado aparenta ter duração até um

curto prazo de tempo. Ficou notável na amostra que, após longo período de tempo (seis

meses) sem o sujeito praticar junto ao terapeuta a habilidade aprendida os resultados

podem não ter retenção suficiente de aprendizado28, nos possibilitando a pensar que a

PM tenha que ter um tempo mais longo de aplicação, ou que seja acompanhada pelo

profissional de saúde, para que seja observada a retenção dos resultados por um período

de tempo mais longo.

Page 64: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

63

Um aumento da exploração motora foi notado nos resultados da aplicação da

UPDRS com a repercussão na melhora momentânea da atividade de vida diária do

membro superior do paciente. A escala na seção (AVD - movimento do MS) evidenciou

que os sinais clínicos da doença podem interferir nestas habilidades motoras e

possivelmente em sua independência para atividades que envolvam os membros

superiores29. Embora os indivíduos avaliados não tenham relatado dificuldades na

execução de tarefas motoras com o membro superior durante a atividade funcional de

alimentação no estudo, foi observado que possuíam dificuldade inicialmente na

execução da tarefa, contudo nos dados analisados obtiveram melhora imediatamente à

aplicação da PM e decaíram na Avaliação após 1 mês. Esses resultados foram bem

correlacionados com a diminuição da qualidade da cinemática do ato de alimentação na

atividade do membro superior após seis meses de aplicado o protocolo.

Os pacientes com DP, segundo a literatura, tem dificuldade para iniciar e

executar movimentos, mas podem conseguir melhorá-los quando há estímulos externos

positivos30. No presente estudo observamos que durante a avaliação da UPDRS no

exame motor (on) obtivemos resultados com diferenças estatísticas entre a Avaliação

Inicial e Avaliação 1 mês com diminuição dos valores gerais da escala, o que podemos

considerar que enquanto o paciente realizava a PM sua concentração na imaginação do

movimento o permitia a executar o movimento com melhor desempenho.

Estudos31 evidenciam que o padrão de movimento pode piorar quando há

estímulos externos que interfiram na atenção do paciente. Como o ato de alimentar-se é

um movimento dinâmico, que envolve o deslocamento do membro no espaço com

variação da velocidade, aceleração, e detém de muitos estímulos externos, e ainda

pacientes que manifestem alterações de equilíbrio ou tremor, podem apresentar mais

dificuldades com a tarefa diária da alimentação, principalmente nas situações em que

são necessárias mudanças de velocidade e direção31. No presente estudo ficou

evidenciado também que após 6 meses, na seção de exame motor (on) da UPDRS o

paciente tem um aumento no escore da escala estudada, que chega a ser semelhante ao

escore da avaliação inicial, o que pode nos indicar que, após longo tempo sem a

concentração da execução da PM o paciente pode deixar de executar a percepção da

imaginação motora e voltar a padrões de movimentos iniciais à PM.

No entendimento de que o paciente com a DP possui dificuldades no ato da

alimentação, como diminuição de amplitude de movimento, diminuição de força em

músculos envolvidos no ato de alimentação e por esta atividade envolver todo o

Page 65: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

64

membro superior32, evidenciamos no nosso estudo que a Prática Mental pode se tornar

basal para a melhora da funcionalidade da atividade de alimentação. Contudo ainda é

necessário encontrar meios que nos permitam evidenciar a manutenção desta

funcionalidade. Pois em nossos valores encontrados no exame motor especificamente

para os movimentos dos membros superiores, não foram achadas diferenças estáticas e

qualitativas que nos mostre que da Avaliação inicial a Avaliação 6 meses após a

aplicação da PM tenham surtido efeitos duradouros.

Evidências sobre a Prática Mental na DP são cada vez mais eminentes33 e

buscam investigar os efeitos a curto e longo prazo de novas estratégias de exercícios na

DP, enfatizar o treinamento de multitarefas, associando funções cognitivas, com tarefas

motoras secundárias, justificando que a escolha do treinamento deve ser baseada no

aprendizado motor. Estas práticas nos dão base ao que encontramos em nossos

resultados, que estratégias da Prática Mental podem melhorar a reaprendizagem de uma

atividade diária motora em curto prazo e que esta aprendizagem pode se manter mesmo

quando reavaliado após um mês de aplicação da prática.

Nossos resultados não apontaram diferenças significantes quanto à retenção da

aprendizagem do movimento após seis mês de aplicada a PM, comparando-se ao

momento da primeira avaliação e da avaliação após um dia e um mês. Esse fato pode

estar relacionado com dados de estudos que salientam que pacientes com DP

apresentam dificuldades em executar tarefas motoras e cognitivas ao mesmo tempo,

porém, ressaltam não estar claro se isto é resultado de uma deficiência motora ou

cognitiva34, nos possibilitando a aprofundar o estudo da Prática Mental com um número

maior de pacientes com DP e que possamos prolongar o tempo de aplicação da prática

para obtenção de possíveis novos resultados.

Ainda no presente estudo, foi possível ser demonstrado benefícios quanto ao

protocolo proposto nos escores dos domínios de AVD’s e motores nos resultados totais

da UPDRS, na execução das tarefas estudada. Contudo, reforçamos que a melhora

observada foi mais evidente até o primeiro dia após a prática. Como limitações do

estudo, ressalta-se o número de indivíduos. É também possível que, para a melhora da

retenção de aprendizagem motora, seja preciso um tempo de intervenção ou de

acompanhamento mais prolongado.

Consideramos então para este estudo que após aplicação de um programa de

treinamento baseado na Prática Mental para testar sua efetividade na melhora do sistema

motor dos membros superiores de indivíduos com DP, foi observado que, ainda com

Page 66: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

65

algumas limitações do estudo, como tempo de acompanhamento de aplicação da Prática

Mental e o número pequeno de sujeitos, foram observados melhoras significantes na

progressão da doença de acordo com a UPDRS, até o primeiro mês após a primeira

avaliação realizada. É possível registrar com o presente estudo, que a terapia proposta

foi efetiva no grupo estudado, especialmente no que diz respeito aos desfechos motores

para respostas em curto prazo. Espera-se assim, contribuir com a prática clínica, por

tratar-se de um protocolo de tratamento de baixo custo e facilmente aplicável.

REFERÊNCIAS

1. BASTOS, Flavio H., ARAUJO, Ulysses O., FREUDENHEIM, Andrea M. Efeitos do

autocontrole da sequência de movimentos na aprendizagem de uma tarefa de “timing”

coincidente. Rev Bras EducFísEsporte. 2014, 28(4):651-60.

2. ROCHESTER, LYNN; BAKER, K.; HETHERINGTON, V. et. al. Evidence for

motor learning in Parkinson's disease: Acquisition, automaticity and retention of cued

gait performance after training with external rhythmicalcues. Brain Research. 2010,

1319:103-111.

3. RIENZO, Franck Di. COLLET, Christian; HOYEK, Nady; GUILLOT,Aymeric.

Impact of Neurologic Deficits on Motor Imagery: A Systematic Review of Clinical

Evaluations. Neuropsychology Review. 24 (2), 116-147, 2014.

4. BEUTER, A., BARBO, E., RIGAL, R. AND BLANCHET, P. J. Characterization of

subclinical tremor in Parkinson's disease. Mov. Disord. 2005, 20: 945–950.

5. DE LAU LM, KOUDSTAAL PJ, HOFMAN A & BRETELER MM .Subjective

complaints precede Parkinson disease: The Rotterdam study. Arch Neurol, 2006, 63,

362-365.

6. LITVAN, Irene; GOLDMAN, Jennifer; TROSTER, Alexander, et. al. Diagnostic

criteria for mild cognitive impairment in Parkinson's disease: Movement Disorder

Society Task Force guidelines. Movement Disorders. 2012, 27(3), 349–356.

7. OLANOW CW, STERN MB & SETHI K. The scientific and clinical basis for the

treatment of Parkinson disease. Neurology. 2009, 72, S1-S136.

8. CAROD-ARTAL FJ, VARGAS AP, MARTINEZ-MARTIN P. Determinants of qua-

lity of life in Brazilian patients with Parkinson´s Disease. MovDisord. 2007; 22:1408-

15.

Page 67: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

66

9. LANA RC, ÁLVARES LMRS, NASCIUTTI PC, GOULART FRP, TEIXEIRA

SLF, CARDOSO FE. Percepção da qualidade de vida de indivíduos com a doença de

Parkinson através do PDQ-39. Rev bras fisioter. 2007; 11:397-402.

10. JOHNSON, L., James, I., RODRIGUES, J., Stell, R., THICKBROOM, G., and

MASTAGLIA, F. Clinical and posturographic correlates of falling in Parkinson's

disease. Movement Disorders. 2013,28, 1250-1256.

11. MARTINEZ-MARTIN, Pablo; RODRIGUEZ-BLAZQUEZ, Carmen; KURTIS,

Monica M.; CHAUDHURI K. Ray, The impact of non-motor symptoms on health-

related quality of life of patients with Parkinson's disease. Movement Disorders. 2011,

26 (3), 399-406.

12. JACKSON PL, DOYON J, RICHARDS CL, MALOUIN F. Potential role of

mental practice using motor imagery in neurological rehabilitation. Arch Phys Med

Rehabil. 2001; 82:1133-41.

13. NAIR DG, PURCOTT KL, FUCHS A, STEINBERG F, KELSO JA. Cortical and

cerebellar activity of the human brain during imagined and executed unimanual and

bimanual action sequences: a functional MRI study. Cogn Brain Res. 2003; 15:250-60.

14. JACKSON PL, LAFLEUR MF, MALOUIN F, RICHARDS CL, DOYON J.

Functional cerebral reorganization following motor sequence learning through mental

practice with motor imagery. Neuroimage. 2003; 20:1171-80.

15. MALOUIN F, RICHARDS CL, JACKSON PL, DUMAS F, DOYON J. Brain

activations during motor imagery of locomotor-related tasks: a PET study. Hum Brain

Mapp. 2003; 19:47-62.

16. JACKSON PL, DOYON J, RICHARDS CL, MALOUIN F. Potential role of

mental practice using motor imagery in neurological rehabilitation. Arch Phys Med

Rehabil. 2001; 82:1133-41.

17. LOTZE M, COHEN LG. Volition and imagery in neurorehabilitation.

CognBehavNeurol. 2006; 19:135-40.

18. GOMES, T. V. B.; UGRINOWITSCH, H.; BENDA, R. N. Effects of mental

practice in novice motor skill acquisition. Journal of Sport and Exercise Psychology.

2009, 31, S65.

19. HUGHES, A.J. DANIEL, S.E., KILFORD, L. et al. Accuracy of clinical diagnosis

of idiopathic Parkinson's disease: a clinico-pathological study of 100 cases.J

NeurolNeurosurg Psychiatry. 1992; 55(3):181-4.

Page 68: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

67

20. HOEHN, M.M.; YAHR, M.D. Parkinsonism: onset, progression and mortality.

Neurology, 1967; v. 17: p. 427-42, 1967.

21. FOLSTEIN, M.F.; FOLSTEIN, S.E.; MCHUGH, P.R.Mini-Mental State. A

practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr

Res. 1975, 12(3):189-98.

22. MARTINEZ-MARTIN, Pablo; RODRIGUEZ-BLAZQUEZ, Carmen; ALVAREZ-

SANCHEZ, Mario; ARAKAKI, Tomoko. Expanded and independent validation of the

Movement Disorder Society–Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (MDS-

UPDRS). Journal of Neurology . 2013, 260, 228-236.

23. GOETZ, Christopher G.; STEBBINS, Glenn T. TILLEY, Barbara C. Calibration of

unified Parkinson's disease rating scale scores to Movement Disorder Society-unified

Parkinson's disease rating scale scores. Movement Disorders. 2012, 27 (10), 1239-

1242.

24. ELLIS T, Cavanaugh JT, EARHART GM, FORD MP, FOREMAN KB, DIBBLE

LE. Which measures of physical function and motor impairment best predict quality of

life in Parkinson's disease? Parkinsonism Relat Disord. 2011, 17(9), 693-7.

25. SAMPAIO RF, MANCINI MC, FONSECA ST. Produção cientifica e atuação

profissional: aspectos que limitam essa integração na Fisioterapia e na Terapia

Ocupacionar. Rev Bras Fisioter 2002; 6 (3): 113-8.

26. MELLO, M. P. B.; BOTELHO, A. C. G. Correlação das escalas de avaliação

utilizadas na doença de Parkinson com aplicabilidade na fisioterapia. Fisioterapia

emMovimento, 2010, 23 (1), 121-127.

27. BUCK, Philip O.; WILSONB, Ronald E., SEEBERGERC, Lauren C., CONNERA,

Jill B., CASTELLI-HALEYA, Jane. Examination of the UPDRS Bradykinesia

Subscale: Equivalence, Reliability and Validity. Journal of Parkinson’s Disease.

2011,1: 253–258.

28. FAHN S. Description of Parkinson´s disease as a clinical syndrome. Annals New

York Academics Sciences. 2003, 991: 1-14.

29. HARRISON, M.B., WYLIE, S.A., FRYSINGER, R.C., PATRIE, J.T., HUSS, D.S.,

CURRIE, L.J. et al. UPDRS activity of daily living score as marker of Parkinson's

disease progression. Mov Disord. 2009, 24:224–230.

30. O´SHEA S., MORRIS M. E., IANSEC R. Dual Task interference during gait in

patients with Parkinson´s disease: effects of motor versus cognitive secondary task.

Phys Ther. 2002, 82, 888-897.

Page 69: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

68

31. COELHO, M.S.; PATRIZZI, L.J.; OLIVEIRA, A.P.R.Impact of the motor

alteration in Parkinson´s Disease. Neurociências. 2006, 14, 4, 178-181.

32. CONRADSSON, D. et al. A novel conceptual framework for balance training in

Parkinson’s disease-study protocol for a randomised controlled trial. BMC Neurolog y.

2012, 12: 111.

33. GONÇALVES, G. B.; LEITE, M. A. A.; PEREIRA, J. S. Influência das distintas

modalidades de reabilitação sobre as disfunções motoras decorrentes da doença de

Parkinson. Revista Brasileira de Neurologia. 2011,47 (2): 22-30.

34. KING, L.A.; HORAK, F. B. Delaying Mobility Disability in People with Parkinson

Disease using a Sensorimotor Agility Exercise Program. Physical Therapy. 2009,

89(4): 384-393.

Page 70: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

69

5.3. Artigo Original 3

EFEITO DA PRÁTICA MENTAL ORIENTADA NA IMAGINAÇÃO MOTORA

DA ATIVIDADE DE ALIMENTAÇÃO EM PACIENTES COM DOENÇA DE

PARKINSON

Ximenes, DKG.

1

; RIBEIRO, AL2

; CORIOLANO, MGWS3; LINS, OG4,

1Coordenadora Acadêmica de Saúde do Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU, Recife, PE, Brasil. Doutoranda do Curso de

Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, Brasil. 2Mestrando do Curso de Pós-graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

3Professora Adjunta do Departamento de Anatomia da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Doutora em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.

4Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, Brasil.

RESUMO

A Prática Mental (PM) pode atuar na reabilitação e como seus efeitos pode influenciar no

reaprendizado de tarefas motoras. Na PM é preciso imaginar o movimento desejado, esta imaginação é

entendida como procedimento mental no qual os indivíduos se idealizam executando habilidade motora

na perspectiva de si mesmo ou de uma terceira pessoa. Sugere-se que a Prática Mental está relacionada

com a capacidade de imaginar da pessoa. Observando que pessoas com doenças neurológicas levam mais

tempo para imaginar um movimento pode ser suportada a idéia de que a imaginação motora é um

processo que depende da integridade das estruturas cerebrais, relacionadas com o planejamento e a

execução do movimento. Objetivos: verificar qual os efeitos da Prática Mental na imaginação motora dos

pacientes com a doença de Parkinson Método: A pesquisa foi constituída por pacientes com a doença de

Parkinson idiopática, sendo classificados pela escala Hoehn&Yahr (HY) e avaliada a capacidade de

imaginação através do questionário de imaginação motora versão revisada (MIQ-RS). Resultados: Para

encontrarmos respaldo para a existência de efeito da Prática Mental na imaginação motora de paciente

com a doença de Parkinson, utilizamos questionário MIQ-RS, onde também averiguamos a diferença

entre a imaginação cinestésica e visual. Nos resultados houve durante a PM um aumento da vivacidade

das imagens em seu imaginário. Assim, a utilização de sugestões visuais aperfeiçoa a qualidade da

imaginação motora para pacientes com DP e torna-se uma ferramenta pontencial para aumentar a

eficáciada Prática Mental na reabilitação de pacientes com DP. Conclusões: Com os achados do presente

estudo, entendemos que deve-se estimular os pacientes de Parkinson a praticarem a imaginação de seus

movimentos pois mesmo com a existencia de razões teóricas para supor que a imagem pode ser afetada na

DP a Prática Mental pode estimular o desempenho desta imaginação e e melhor execução das atividades

de vida diária. Podemos então obter como considerações finais deste estudo que os presentes resultados

são promissores sobre o uso potencial da Prática Mental na reabilitação depacientes com DP.

Palavras-Chaves: Doença de Parkinson; Reabilitação; Imaginação; Alimentação.

INTRODUÇÃO

Para entendermos como a Prática Mental (PM) pode atuar no campo da

reabilitação e como seus efeitos podem influenciar no reaprendizado de tarefas motoras,

é necessário entender alguns conceitos, como por exemplo, o de imaginação motora.

Este tipo de imaginação é entendido como um procedimento mental no qual os

indivíduos se idealizam executando uma habilidade motora na perspectiva de si mesmo

ou de uma terceira pessoa (UGRINOWITSCH e BENDA, 2011).

Page 71: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

70

Existem duas formas de analisar a imaginação, uma é o imaginário externo de

forma visual, no qual a pessoa imagina se vendo desempenhando uma habilidade da

perspectiva de um observador e um imaginário interno ou chamada de cinestésica, no

qual a pessoa se imagina dentro do seu próprio corpo enquanto desempenha uma

habilidade, vivenciando sensações que são esperadas na situação real (HAMEL, 2005).

Evidências experimentais (MAGILL, 2000) sugerem que a eficiência da Prática

Mental está relacionada com a capacidade de imaginar da pessoa, ou seja, a capacidade

de formar imagens de uma ação quando solicitada. Observando que pessoas com

doenças neurológicas levam mais tempo para imaginar um movimento com seu membro

afetado do que com seu membro não afetado (DICKSTEIN, 2004), pode ser suportada a

idéia de que a imaginação motora é um processo que depende da integridade das

estruturas cerebrais, relacionadas com o planejamento e a execução do movimento.

Para que um paciente com a doença de Parkinson (DP) possa manter ou retomar

aos seus movimentos funcionais, é necessário que o mesmo volte a praticar os

movimentos afetados para uma reaprendizagem motora (CORRÊA, 2010). Sabendo-se

das limitações de controle motor de pacientes com déficits neurológicos, é necessário

que o retorno a estes movimentos seja facilitado por algum tipo de prática, o que nos dá

base para a utilização da Prática Mental de acordo com seus conceitos onde, sabe-se que

a é a aprendizagem ou aperfeiçoamento de uma sequência de movimentos mediante a

representação mental intensiva da mesma, sem uma simultânea realização prática, ou

seja, sem movimentação muscular simultânea (GENTILI, 2006; LAGE, 2007;

STUDER, 2010; ROCHESTER, 2010).

Com esta base, o presente estudo teve como objetivo verificar qual o real efeito a

Prática Mental exerce na imaginação motora dos pacientes com a doença de Parkinson.

MÉTODOS

A pesquisa em sua fase de coleta de dados da Prática Mental ocorreu na Clínica

escola de Fisioterapia do Centro Universitário Mauricio de Nassau (UNINASSAU)

conforme carta de anuência concedida pela coordenadora do referido serviço. A

população do estudo foi constituída por pacientes com a doença de Parkinson idiopática,

apenas do sexo masculino, sendo classificados pela escala original de Hoehn&Yahr

(HY) nos estágios I, II ou III da doença e que realizaram suas consultas de rotina no

Page 72: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

71

Pró-Parkinson do Hospital das Clínicas de Pernambuco. O início da coleta ocorreu

mediante aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CCS/UFPE), CAAE

0335.0.172.000-10 e o participante somente foi incluído após ler, concordar e assinar o

TCLE.

O tamanho amostral para pesquisa foi por conveniencia, confirmação do

diagnóstico Clínico de DP pela escala de HY, resultado do Mini Exame do Estado

Mental (MEEM) em padrões adequados e capacidade de imaginação, avaliado através

do questionário de imaginação motora versão revisada (MIQ-RS), totalizando em um

n=7.

O MIQ–RS é um questionário elaborado para avaliar a habilidade para realizar a

imaginação motora, o qual pode ser administrado em indivíduos com limitações

motoras (GREGG, HALL, BUTLER 2007). O MIQ-RS permite avaliar a habilidade

para imaginar movimentos grossos relacionados aos membros superiores e inferiores e

incluem movimentos referentes às AVDs. O MIQ-RS é composto por duas sub-escalas,

a visual e a cinestésica, e cada uma tem sete itens. Cada item é avaliado em uma escala

de 7 pontos, variando de 1= muito difícil para sentir/ver a 7= muito fácil de sentir/ver.

Assim, para cada sub-escala, foi considerado o escore máximo de 49 pontos. Adequadas

propriedades psicométricas foram relatadas por Gregg, Hall, Butler (2007).

A coleta dos dados foi realizada com o primeiro dia de triagem onde foram

aplicados os instrumentos da pesquisa: Ficha de registro de dados e o MIQ-RS. No dia

seguinte era iniciado a intervenção com Prática Mental (PM) orientada a tarefa de

alimentação durante 12 sessões, três vezes por semana. A prática foi executada de forma

que o paciente fosse capaz de executar o gesto de alimentação com 10 repetições de

auto-observação de seu movimento (representa pela repetição física e descrição mental

do movimento); em seguida, 10 repetições com a auto-verbalização (observação mental

do próprio movimento com a verbalização do movimento) da atividade de alimentação;

e finalizando com mais 10 repetições através da habilidade mental ideomotora (apenas

com a imaginação motora e sensação sinestésica do próprio movimento), na qual o

indivíduo executa apenas mentalmente o movimento.

Ao término das 12 sessões era realizada a reavaliação do MIQ-RS, repetidas

após 1 dia, 30 dias e 6 meses de intervalo e sem que o paciente tivesse realizado a PM

junto ao terapeuta, ficando apenas em casa praticando o que aprendeu.

Page 73: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

72

A análise dos dados obtidos a partir da MIQ foi realizada através do programa

BIOESTAT 5.0®, por meio da Prova de Friedman e para a comparação post-hoc foi

utilizado o teste de Wilcoxon com p crítico de 0,05.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 7 sujeitos, todos homens, com idade entre 44 e 76

anos. Quanto a escolaridade, 4 sujeitos tinham o ensino fundamental, 1 ensino médio, 1

ensino superior e 1 era apenas alfabetizado. A tabela 1 expressa as características gerais

da amostra.

Tabela 1 - Características gerais da amostra

Média (±) Variação Mediana (DIQ)

Idade 61 (12) 44-76 63 (17)

HY 2 (0,4) 1-2 2 (0)

Duração da doença 6,1 (1,2) 5-8 6 (2)

MEEM 28 (2) 24-30 29 (1)

MIQ Visual 40 (3,3) 36-45 39 (4,5)

MIQ Cinestésico 39 (5,7) 32-45 36 (10) Legenda: HY: Hoehn&Yahr; MEEM: Mini Exame do Estado Mental ; MIQ: questionário de imaginação

motora versão revisada DIQ=Desvio interquartil

Na análise estatística não houve correlação (Spearman) entre o MEEM e o MIQ e a

distribuição dos valores desses instrumentos está expressa na figura 1.

Figura 1: Relação dos escores do MEEM e MIQ visual e cinestésica dos sujeitos do

estudo.

MIQV: questionário de imaginação motora versão revisada – visual; MIQC: questionário de

imaginação motora versão revisada – cinestésico. MEEM – miniexame do estado mental.

Page 74: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

73

Observa-se que em relação ao escore do MIQ visual, houve uma diferença

significativa entre a Avaliação de 1 mês após a Prática Mental versus a Avaliação após

6 meses. Contudo não houve um padrão. O escore diminuiu na Avaliação 1 dia,

aumentou na Avaliação 1 mês após PM e voltou a diminuir na Avaliação 6 meses

(TABELA 2).

Tabela 2 – Escore da MIQ visual na avaliação e reavaliações.

MIQ Média (±) Variação Mediana (DIQ)

Avaliação Inicial 40 (3,3) 36-45 39 (4,5)

Avaliação 1dia 38 (10,7) 23-49 40 (14,5)

Avaliação 1 mês 46,4 (3,3)* 41-49 48 (4,5)

Avaliação 6 meses 31 (16)* 7-49 34 (24) Legenda: Prova de Friedman-*P=0,04; DIQ=Desvio interquartil. MIQ: questionário de imaginação

motora; 1M: reavaliação após 1 mês; PM: Prática Mental.

Para a avaliação do MIQ cinestésico é observado um padrão onde os escores

aumentaram progressivamente até a Avaliação 1 mês, diminuindo na Avaliação 6 meses

com diferença significativa entre as Avaliações de 1 dia e 1 mês (TABELA 3).

Tabela 3 – Escore da MIQ cinestésico na avaliação e reavaliações.

MIQ Média (±) Variação Mediana (DIQ)

Avaliação Inicial 39 (5,7) 32-45 36 (10)

Avaliação 1dia 42 (3,5)* 38-49 42 (2,5)

Avaliação 1 mês 46 (4,5)* 37-49 49 (4,5)

Avaliação 6 meses 37 (17) 7-49 45 (18,5) Legenda: Prova de Friedman – *P=0,07; post hoc – Teste de Wilcoxon. *P=0,01 (avaliação 1 dia vs

avaliação 1 mês) e *P=0,05 (reavaliação vs reavaliação 1M). DIQ=Desvio interquartil. MIQ: questionário

de imaginação motora; 1M: reavaliação após 1 mês; PM: Prática Mental.

DISCUSSÃO

Na tentativa de encontrarmos respaldo para a existência de efeito da Prática

Mental na imaginação motora de paciente com a doença de Parkinson, encontramos

estudos (ABBRUZZESE, 2015; DI RIENZO, 2014; HELMINCH, 2012; TAMIR, 2007)

que apresentam a existência das similaridades psicofísicas e fisiológicas entre os

movimentos corporais fisicamente executados e imaginados. Usamos para este

embasamento a utilização do questionário da imaginação motora – versão revisada

(MIQ-RS) para que também pudéssemos averiguar a diferença entre a imaginação

cinestésica e visual. E para complementar, verificamos através do mini-exame do estado

Page 75: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

74

mental se existia correlação entre a escolaridade e desempenho na imaginação dos

pacientes com DP.

De forma geral observa-se que o tempo de execução dos movimentos realizados

fisicamente ou imaginados são similares. Estudos indicam que movimentos mais

difíceis levam mais tempo para serem executados fisicamente do que movimentos mais

fáceis e esta teoria se aplicam também aos movimentos imaginados (PARSON, 1994;

DECETY, 1995). Assim, discutiremos os efeitos encontrados no presente estudo em

relação à execução da imaginação motora na Prática Mental.

Jackson et al. ( 2004) e Sharma (2006) recomendaram que, para a realização da

PM, alguns fatores devem ser levados em consideração. Dentre estes fatores, para a

seleção da amostra, deve-se incluir a habilidade de imaginar, a qual foi avaliada pelo

MIQ-RS. Além disso, a PM deve ser realizada na perspectiva da 1ª pessoa, que favorece

a ativação de áreas corticais relacionadas ao movimento. Assim, consideramos com

nossos resultados, visto que não houve nenhuma correlação entre o MEEM e o MIQ, ou

seja, a escolaridade não influenciou no processo de imaginação, que um programa de

treinamento motor baseado em tarefas específicas e individualizadas pode favorecer a

participação do paciente no processo de reabilitação, facilitando o reaprendizado de

tarefas motoras que eram realizadas antes dos sintomas da doença de Parkinson

aparecerem.

Nos pacientes com a DP supostamente a técnica poderia ser difícil de aplicar por

conta de deficiências relacionadas ao cognitivo (LEE, 2003), contudo observamos no

decorrer do estudo que os pacientes nos estágios iniciais e médios da patologia são

capazes de imaginar com precisão anuindo o resultado de não correlação entre o MEEM

e o MIQ. Adicionalmente nos resultados houve durante a PM um aumento da

vivacidade das imagens em seu imaginário. Assim, a utilização de sugestões visuais

aperfeiçoa a qualidade da imaginação motora para pacientes com DP e torna-se uma

ferramenta pontencial para aumentar a eficáciada Prática Mental na reabilitação de

pacientes com DP.

A imaginação na Prática Mental pode propiciar estímulos externos que motivam

o paciente a recrutar todos os sentidos do corpo a contribuir para a formação de uma

realimentação intrínseca (TREVISAN, 2010). Através destes comandos externos de

auto percepção corporal e de precisão na sensação do movimento, pode ser promovida a

reaprendizagem de tarefas funcionais que requerem integração sensorial e motora

(DOUSSOULIN, 2011), bem como da cognição (LEE, 2003 Observando a diferença

Page 76: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

75

significativa no presente estudo, entre a reavaliação de após 1 mês pós PM vs

reavaliação após 6 meses na avaliação do MIQ visual, entendemos que este tipo de

terapia pode contribuir para o ganho de reaprendizagem que pode ser devida à melhora

na atenção, decorrente de uma evolução no planejamento e execução das tarefas e da

capacidade de processamento de informações, resultante da execução mental de

imagens motoras das tarefas propostas (TREVISAN, 2010).

A PM assemelha-se com a recapitulação cognitiva de uma habilidade motora,

em que não é possível se observar movimentos físicos nitidamente (MCAVINUE, 2008;

GUILLOT, 2005). Durante esse processo, o indivíduo não nota o envolvimento da

musculatura corporal. Assim, existem evidências de que quando a PM é realizada em

conjunto com a realização autêntica da habilidade, a aprendizagem ou reaprendizagem

daquele dado movimento resulta mais rápida e eficiente (BROUZIYNE, 2005;

GENTILI, 2006; LAGE, 2007). Com os achados do presente estudo, onde o paciente

trabalhou a habilidade da alimentação, houve diferença significativa nas reavaliações no

que se refere a imaginação cinestésica que corrobora com estudos já realizados nesta

perspectiva, onde é visto a necessidade de conscientizar primeiro o paciente a pensar

sobre o que irão fazer quando estiverem praticando uma atividade funcional, dando-lhes

a liberdade na organização dos padrões de movimento, dentro de seus próprios limites

(ABBRUZZESE, 2015 ; ROCHESTER, 2010).

Como a DP é uma doença heterogênea em relação aos seus sinais motores estes

sintomas variam suas expressões entre os pacientes (DUSCHL, 2007; FAHNS, 2003), o

presente estudo encontrou dificuldade em focar a PM para a melhoria dos seus sintomas

gerais. Contudo por o tremor ser umas das características mais marcantes da patologia,

foi bem observado e verificado a influência das respostas à PM. Foi encontrado que os

efeitos da na organização funcional de pacientes com tremor, na atividade relacionada

de alimentação, pode influenciar na imaginação motora alterando o processamento da

entrada somatossensorial. Isso pode significar de acordo com estudos (VOGT, 2013;

HOYEK, 2014) que durante a imaginação motora, o ganho de entrada somatossensorial

real é minimizada e as ações são desdobradas quando imaginando exclusivamente sob a

influência de previsões internas.

Podemos entender então, com os achados do presente estudo, que deve-se

estimular os pacientes de Parkinson a praticarem a imaginação de seus movimentos e

isso embasa que, mesmo com a existencia de razões teóricas para supor que a imagem

pode ser afetada na DP (MIZUTORI, 2010) a Prática Mental pode estimular o

Page 77: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

76

desempenho desta imaginação e melhor execução das atividades de vida diária.

Podemos então obter como considerações finais deste estudo que os presentes

resultados são promissores sobre o uso potencial da Prática Mental na reabilitação

depacientes com DP.

Page 78: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

77

REFERÊNCIAS

ABBRUZZESE, G; AVANZINO, L; MARCHESE, R; PELOSIN, E. Action

Observation and Motor Imagery: Innovative Cognitive Tools in the Rehabilitation of

Parkinson's Disease. Parkinsons Dis, 2015.

BROTCHIE JM. Adjuncts to dopamine replacement: a pragmatic approach to reducing

the problem of dyskinesia in Parkinson's disease. MovDisord. Nov, v.13, n.6, p.871-76,

1998.

BROUZIYNE, M.; MOLINARO, C. Mental imagery combined with physical practice

of approach shots for golf beginners. Perceptual and Motor Skills. Missoula, v.101,

p.203-11, 2005.

CORRÊA, U.C.; MASSIGLI, M.; BARROS, J.A.C.; GONÇALVES, L.A.; TANI,

G.; OLIVEIRA, J.A. Constant-random practice and the adaptive process in motor

learning with varying amounts of constant practice. Perceptual and Motor Skills.

Missoula, v.110, p.442-52, 2010.

DECETY J, JEANNEROD M. Mentally simulated movements in virtual reality: does

Fitts’s law hold in motor imagery? Behav BrainRes. v.72, n.1- 2, p.127-34, 1995.

DI RIENZO F., COLLET C., HOYEK N. &GUILLOT A. Impact of neurologic deficits

on motor imagery: A systematic review of clinical evaluations. Neuropsychology

Review,v.24, p.116-147, 2014.

DICKSTEIN, R; DUNSKY, A; MARCOVITZ, E. Motor imagery for gait

rehabilitation in post-stroke hemiparesis. PhysicalTherapy, v.84, n.12, 2004.

DOUSSOULIN, ARLETTE;REHBEIN , LUCIO. A imaginação motora como

instrumento de treino das habilidades motoras em crianças. Motricidade.v.7, n.3,

p.131, 2011.

DUSCHL G, VOLKMANN J, RAETHJEN J. Tremors: Differential diagnosis,

pathophysiology, and therapy. Parkinson´s disease & Movement Disorders. 2007.

FAHN S. Description of Parkinson´s disease as a clinical syndrome.Annals New York

Academics Sciences.v.991, p.1-14, 2003.

Page 79: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

78

GENTILI, R.; PAPAXANTHIS, C.; POZZO, T. Improvement and generalization of

arm motor performance through motor imagery practice.Neuroscience, Oxford,

v.137, p.761-72, 2006.

GREGG M, HALL C, BUTLER A. The MIQ-RS: A Suitable Option for Examining

Movement Imagery Ability. eCAM Advance Access, 2007.

GUILLOT, A; COLLET, C. Duration of mentally simulated movement: a review.J Mot

Behav. Jan, v.37, n.1, p.10-20, 2005.

HAMEL, MF; LAJOIE, Y. Mental imagery - effects on static balance and attentional

demands of the elderly. Aging Clinical and Experimental Research, v.17, n.3, 2005.

HELMICH, R.C; BLOEM, B.R; TONI, I. Motor imagery evokes increased

somatosensory activity in Parkinson's disease patients with tremor. Hum Brain Mapp.

v.33, n.8, p.1763-79, 2012.

HOYEK N., DI RIENZO F., COLLET C., HOYEK F. &GUILLOT A. The therapeutic

role of motor imagery on the functional rehabilitation of a stage II shoulder

impingement syndrome. Disability & Rehabilitation, v.36, p.1113-1119, 2014.

JACKSON PL, DOYON J, RICHARDS CL, MALOUI F. The efficacy of combined

physical and mental practice in the learning of a foot-sequence task after stroke: a

case report. Neurorehabilitation Neural Repair.v.18, n.2, p.106-111, 2004.

LAGE, G.M.; ALVES, M.A.F.; OLIVEIRA, F.S.; PALHARES, L.R.;

UGRINOWITSCH.H.; BENDA, R.N. The combination of practice schedules: effects

on relative and absolute dimensions of the task. Journal of Human Movement

Studies, London, v.52, p.21-35, 2007.

LEE, C., GROSSMAN, M., MORRIS, J., STERN, M. B., HURTIG, H. I. Attentional

resource and processing speed limitations during sentence processing in Parkinson’s

disease. BrainandLanguage. v.85, p.347- 356, 2003.

MAGILL, R. A. Aprendizagem Motora: conceitos e aplicações. 5.ed. São Paulo:

Edgard Blücher, 2000.

MCAVINUE, L.P.; ROBERTSON, I.H. Measuring motor imagery ability: a

review. Eur J Cogn Psychol. v.20, n.2, p 232-51, 2008.

Page 80: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

79

MIZUTORI, F; ANDREOLI, A.C.Q; APOLINÁRIO, A; SCARLATO, A. The motor

imagery on the functional recovery of Parkinson’ Disease:Literature Review. Rev

Neurocienc.v.18, n.1, p.109-115, 2010.

PARSONS, L.M. Temporal and kinematic properties of motor behavior reflected in

mentally simulated action.J ExpPsychol Hum Percept Perform.v.20, n.4, p.709-30,

1994.

ROCHESTER, LYNN; BAKER, K.; HETHERINGTON, V. et. al. Evidence for motor

learning in Parkinson's disease: Acquisition, automaticity and retention of cued gait

performance after training with external rhythmicalcues. Brain Research.v.1319,

p.103-111, 2010.

SHARMA N, BARON JC, ROWE JB. Motor imagery after stroke: Relating outcome

to motor network connectivity. Annals of Neurology.v.66, n.5, p.604-616, 2009.

STUDER, B.; KOENEKE, S.; BLUM, J.; JÄNCKE, L.The effects of practice

distribution upon the regional oscillatory activity in visuomotor learning.Behavioral

and Brain Functions, London, v.6, p.8-10, 2010.

TAMIR R, DICKSTEIN R, HUBERMAN M. Integration of Motor Imagery and

Physical Practice in Group Treatment Applied to Subjects With Parkinson´s Disease.

Neurorehabilitation and Neural Repair.V.21, N.1, P.68-75, 2007.

TREVISAN, C. M; TRINTINAGLIA, V. Effects of associated therapies of motor

imagery and constraint-induced movement in chronic hemiparesis: a case study.

Fisioter. Pesqui. V.17, n.3, 2010.

UGRINOWITSCH, H.; BENDA, R.N. Contribuições da Aprendizagem Motora: a

prática na intervenção em Educação Física. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São

Paulo, v.25, p.25-35, dez. 2011.

VOGT, S., DI RIENZO F., COLLET C., COLLINS A. &GUILLOT A. Multiple roles

of motor imagery during action observation. Frontiers in Human Neuroscience, v. 7,

p.1-13, 2013.

Page 81: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

80

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vários estudos utilizam a Prática Mental na reabilitação de indivíduos com

algum tipo de lesão e no treino de atividades em atletas, sugerindo que este tipo de

abordagem favorece o aprendizado motor e a melhora do desempenho funcional dos

indivíduos. O presente estudo teve oportunidade de avaliar efeitos agudos e continuados

da Prática Mental sobre aspectos comportamentais de pacientes com a doença de

Parkinson, utilizando de questionários de avaliação de percepção de qualidade de vida,

sinais motores, monitoramento de respostas cognitivas ao tratamento e habilidade de

imaginar. Mesmo que não tenhamos tido respostas significativas em todos os estudos e

resultados, observamos que houve diminuição de pontuação no que se refere às

dimensões do PDQ-39 nos indicando a tendência de melhora de sua percepção de

qualidade de vida.

Houve algumas limitações do estudo, como tempo de acompanhamento de

aplicação da Prática Mental, número pequeno de sujeitos, falta de grupo controle, ainda

assim foram observadas melhoras significantes na progressão da doença de acordo com

a UPDRS. A terapia proposta foi efetiva no grupo estudado, especialmente no que diz

respeito aos desfechos motores para respostas em curto prazo. Espera-se assim,

contribuir com a prática clínica, por tratar-se de um protocolo de tratamento de baixo

custo e facilmente aplicável.

De acordo com os resultados analisados pela MIQ-RS, os pacientes tornaram-se

melhores imaginadores após as sessões de PM, tendo aumento na habilidade de

imaginar em todos os indivíduos. Ficou evidente que paciente quando consegue

identificar seus componentes cinemáticos relacionados ao movimento a ser executado, a

habilidade era aumentada, relacionamos que o conhecimento declarativo pode ser usado

em estágios iniciais de treino para favorecer o aprendizado motor.

Embora os dados estatísticos nos embasem cientificamente, levamos em conta

para o contexto geral deste estudo as atitudes dos pacientes participantes, onde pudemos

perceber claramente sua concentração na atividade solicitada de alimentação e em

alguns relatos onde expressaram que não apenas na atividade da alimentação, mas que

estavam aplicando a base da Prática Mental para suas atividades cotidianas, pois

“aquela concentração me faz fazer o movimento com mais calma e mais certinho” e

ainda que as sessões do treinamento “me fizeram ter motivação para voltar a almoçar

Page 82: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

81

com minha família na mesa, pois agora me organizo melhor para pegar no garfo, sem

derrubar a comida, pois eu só estava comendo de colher e isso me fazia mau”.

Acreditamos que fatores ambientais específicos podem ter favorecido também a

melhora qualitativa destes indivíduos. Para a realização da tarefa de alimentação

proposta por este estudo, foram utilizados objetos reais aos utilizados em ambiente

domiciliar para facilitar o manejo do treino da PM, o que tornou o treino mais efetivo,

favorecendo a participação do paciente na reabilitação.

Estes ganhos foram mantidos em curto prazo do treino Prática Mental nos

paciente com a doença de Parkinson, podendo sugerir que estes pacientes tiveram um

reaprendizado de sua habilidade motora de alimentação rapidamente e em algumas

avaliações foi observado que perdurou por até seis meses o que nos motiva a buscar

novos estudos com maior acompanhamento da Prática Mental em pacientes com

problemas neurológicos.

Consideramos, então, que a Prática Mental, além de melhorar o desempenho na

execução de movimentos em curto prazo, incrementou a capacidade de imaginação dos

voluntários, melhorando a relação entre atividades de vida diária e qualidade de vida.

Os achados do estudo evidenciaram que a adição de um programa individualizado de

PM orientada à tarefa específica de alimentação resultou em ganhos relacionados à

qualidade e quantidade do uso do movimento do membro superior dominante, às

habilidades visuais e cinestésica de imaginação motora e a oportunidade de voltar a

exercer atividade de alimentação que causa tamanho impacto social. A Prática Mental

poderá assim se apresentar como mais um método de reabilitação, eficaz e seguro, que

visa enriquecer a aprendizagem e levar a melhores desempenhos motores.

Page 83: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

82

REFERÊNCIAS

AGUIAR, S. A; SAY, K. G; LOPES, A. G; BARELA, J. A. Dual task interferes with

sensorimotor coupling in postural control. Psychology & Neuroscience, v. 7, p. 593-

599, 2014.

ABBRUZZESE, G; AVANZINO, L; MARCHESE, R; PELOSIN, E. Action

Observation and Motor Imagery: Innovative Cognitive Tools in the Rehabilitation of

Parkinson's Disease. Parkinsons Dis, 2015.

ADEGBESAN, O.A. Use of imagery by athletes in Nigeria. Perceptual and Motor

Skills, v.108, p. 43-50, 2009.

ALBANESE A. Can falls be prevented in Parkinson’s disease? Journal Neurological

Neurosurgery Psychiatry, v.78, p.661, 2007.

ALENCAR, M.C.B; HENEMANN, L; ROTHENBUHLER, R. A Capacidade

Funcional em Pacientes, e a Fisioterapia em um programa de assistência domiciliar.

Fisiotererapia em Movimento. v.11, n.1, p.11-20, 2008.

ALLAMI, N; PAULIGNAN, Y; BROVELLI, A; BOUSSAOUD, D. Visuo-motor

learning with combination of diVerent rates of motor imagery and physical practice.

Experimental Brain Research, Berlin, v.184, p.105-13, 2008.

ALMEIDA, O.P. Mini-exame do estado mental e o diagnóstico de demência no Brasil.

Arq Neuropsiquiatr. V.56,N.3B, P:605-12, 1998.

ALMEIDA, M. H. M.; CASTIGLIONI, M. C. Recursos tecnológicos: estratégia de

promoção do autocuidado, atividades e participação para pessoas com doença de

Parkinson. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v.18, n. 3, p. 152-157, 2007.

ALTERMANN, C.D.C; MARTINS, S. A.; CARPES, F.P; MELLO-CARPES, P.B.

Influência da Prática Mental e observação do movimento sobre a memória motora,

função cognitiva e desempenho motor em idosos. Braz. J. Phys.

Ther. v.18, n.2, Mar./Apr. 2014.

Page 84: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

83

ANOUTI A; KOLLER WC. Tremor disorders. Diagnosis and Management. West J

Med. V.162, p. 510-513, 1995.

ANDRADE, G.T; ASA, S.K.P. Mental Practice for Patients with Motor Sequelae After

Stroke. Rev Neurocienc. V.19, n.3, p:542-550, 2011.

ANTHONY, J.C; LERESCHE L, N.U; VON KORFF, M.R; FOLSTEIN, M.F. Limits

of the mini-mental state as a screening test for dementia and delirium among hospital

patients. Psychol Med.v.12, p:397-408, 1982.

BARELA, J.A; ISAYAMA, H.F. Efeitos do tipo de prática na aprendizagem do estilo

borboleta na natação. Movimento, Porto Alegre, v.2, p.38-45, 1995.

BARTOLIC A. et al. Postural instability of Parkinson´s disease patients is improved

by decreasing rigidity. EuropeanJournalNeurology. V.12, n.2, p.156-159, 2005.

BEILOCK, S.L; GONSO, S. Putting in the mind versus putting on the green:

Expertise, performance time, and the linking of imagery and action. The Quarterly

Journal of Experimental Psychology, London, v.61, p.920-32, 2008.

BENDA, R. N. Demonstração e Prática Mental na aquisição de habilidades motoras.

Motricidade.v.4, n.2,p. 61 - 66. jun. 2008.

BERG, D; SIEFKER, C; BECKER, G. Echogenicity of the substantia nigra in

Parkinson’s disease and its relation to clinical findings. J Neurol. V.248, p.684-689,

2001.

BEUTER, A., EDWARDS, R. Using frequency domain characteristics to discriminate

physiologic and parkinsonian tremors. Journal of clinical neurophysiology. V.16,

n.5, p. 484-492, 1999.

BRAAK H, DEL TREDICI K, RÜB U, DE VOS RA, JANSEN STEUR EN, BRAAK

E. Staging of brain pathology related to sporadic Parkinson’s disease. Neurobiol

Aging. V.24, n.2, p.197-211, 2007.

BOELEN M. The Role of Rehabilitative Modalities and Exercise in Parkinson’s

Disease. Dis Mon. V.53, p.259-264, 2007.

Page 85: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

84

BRAUN SM, BEURSKENS AJ, BORM PJ, SCHACK T, WADE DT. The effects of

mental pactice in stroke rehabilitation: a systematic review. ArchPhysMedRehabil.

V.87, p.842-52, 2006.

BRAUN, S.M, KLEYNEN, M., SCHOLS, J.M., SCHACK, T. BEURSKENS, A.J.,

WADE, D.T., Using mental practice in stroke rehabilitation: a framework.

ClinicalRehabilitation. 22:579-591, 2008.

BROTCHIE JM. Adjuncts to dopamine replacement: a pragmatic approach to reducing

the problem of dyskinesia in Parkinson's disease. MovDisord. Nov; 13(6): 871-76,

1998.erg

BROUZIYNE, M.; MOLINARO, C. Mental imagery combined with physical practice

of approach shots for golf beginners. Perceptual and Motor Skills, Missoula, v.101,

p.203-11, 2005.

BUTLER, A.J; PAGE. S.J. Mental practice with motor imagery: evidence for motor

recovery and cortical reorganization after stroke. Arch Phys Med Rehabil.V.87, (2),

P:2-11, 2006.

CAROD-ARTAL, F.J.; VARGAS, A.P, MARTINEZ-MARTIN, P. Determinants of

quality of life in Brazilian patients with Parkinson´s Disease. MovDisord., v.22,

p:1408-15, 2007.

CASTRO G.Treinamento mental na aprendizagem do elemento reversão simples por

crianças iniciantes na ginástica artística de solo. Movimentum, v.2, n.2, 2007.

CORRÊA, U.C. et al. Efeitos da frequência de conhecimento de performance na

aprendizagem de habilidades motoras. Rev. Bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v. 19, n.

2, p. 127-41, 2005.

CROSBIE, J.H; MCDONOUGH, S.M; GILMORE, D.H; WIGGAM, M.I. The

adjuntive role of mental practice in the rehabilitation of the upper limb after

hemiplegic stroke: a pilot study. Clin Rehabil. V.18, P:60-8, 2004.

DICKSTEIN, R; DUNSKY, A; MARCOVITZ, E. Motor imagery for gait

rehabilitation in post-stroke hemiparesis. Phys Ter. V.84, p:1167-77, 2004.

Page 86: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

85

DIJKERMAN, H.C; IETSWAART, M; JOHNSTON, M; MACWALTER, R.S. Does

motor imagery training improve hand function in chronic stroke patients? A pilot

study. Clin Rehabil. V.18, p:538-49, 2004.

DUSCHL G, VOLKMANN J, RAETHJEN J. Tremors: Differential diagnosis,

pathophysiology, and therapy. Parkinson´s disease & Movement Disorders. 2007.

EKMAN, .LL. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Elsevier: Rio de

Janeiro,, 3ª ed., 2008.

ERFANI, A.; The effects of mental practice and concemtration skills on EEG brain

dynamics during motor imagery using independent component analysis. IEEE

Enineering in Medicine and Biology Society. 1:239-42, 2004.

ETNIER, J.L.; LANDERS, D.M. The influence of procedural variables on the efficacy

of mental practice. The Sport Psychologist, Champaign, v.10, p.48-57, 1996.

FAHN, S; ELTON, R.L; and members of the UPDRS Development Committee.

Unified Parkinson’s Disease Rating Scale. In: Fahn S, Marsden CD, Calne D,

Goldstein M. Recent developments in Parkinson’s disease. Macmillan Healthcare

Information. p.153-63, 1987.

FAHN, S. Description of Parkinson´s disease as a clinical syndrome. Annals New

York Academics Sciences. 991: 1-14, 2003.

FAHN, S. The history of dopamine and levodopa in the treatment of Parkinson´s

disease. MovDisord. 23:S497-508, 2008.

FARKAS, Z.; CSILLIK, A.; SZIRMAI, I.; KAMONDI, A. Asymmetry of tremor

intensity in Parkinson’s disease and essential tremor. Parkinsonism and Related

disorders, v.12, p: 49-55, 2006.

FERRÉ, S; FREIDHOLM, BB; MORELLI, M, et al. Adenosine-dopamine receptor-

receptor interactions as an integrative mechanism in the basal ganglia.

TrendsNeurosci. 20(10): 482-7, 1998.

FOLSTEIN, M.F.; FOLSTEIN, S.E.; MCHUGH, P.R.Mini-Mental State. A practical

Page 87: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

86

method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res,

V.12, N.3, P:189-98, 1975.

FONSECA, F. S.; SIQUEIRA, M. B.; BRUZI, A. T.; FIALHO, J. V.;

UGRINOWITSCH H.; Demonstração e Prática Mental na aquisição de habilidades

motoras. Rev Motricidade. V.4, N.2, P.62-67, 2008.

FONTANI, G.; MIGLIORINI, S.; BENOCCI, R.; FACCHINI, A.; CASINI, M.;

CORRADESCHI, F. Effect of mental imagery on the development of skilled motor

actions. Perceptual and Motor Skills, Missoula, v.105, p.803-26, 2007.

FRANK C; PARI J; ROSSITER P. J. Approach to diagnosis of Parkinson disease.

CanFamPhysician, v. 52, p. 862-868, 2006.

GABBARD, C. Studying action representation in children via motor imagery. Brain

and Cognition. V.71, p. 234-238, 2009.

GANTCHEV, N., VIALLET, F., AURENTY, R., MASSION, J. Impairment of

posturo-kinetic co-ordination during initiation of forward oriented stepping movements

in parkinsonian patients. ElectroencephalogrClinNeurophysiol.. v.10, p1:110–120,

1996.

GENTILI, R.; HAN, C.E.; SCHWEIGHOFER, N.; PAPAXANTHIS, C. Motor

learning without doing: trial-by-trial improvement in motor performance during mental

training. JournalofNeurophysiology, Bethesda, v.104, p.774-83, 2010.

GITLIN LN, WINTER L, DENNIS MP, CORCORAN M, SCHINFELD S, HAUCK

WW. Strategies used by families to simplify tasks for individuals with alzheimer`s

disease and related disorders: Psycometric Analysis of Task Management Strategy

Index (TMSI). Gerontologist. 42: 61-9, 2002.

GOMES, T.V. B.; UGRINOWITSCH,H.; MARINHO, N.F.S; BENDA, R.N. Efeitos

da Prática Mental na aquisição de habilidades motoras em sujeitos novatos. Rev. bras.

Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.511-21, 2012.

GOMES, T.V.B.; UGRINOWITSCH, H.; BENDA, R.N. Effects of mental practice in

novice motor skill acquisition. Journalof Sport andExercisePsychology, Champaign,

Page 88: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

87

v.31, p.65, 2008.

GONÇALVES, L.G.T; ALVAREZ, A.M.; ARRUDA, M.C. Pacientes portadores da

doença de Parkinson: significado de suas vivências. Acta Paul Enferm. V.20, n.1,

p.62-8, 2007.

GONÇALVES, G. B; LEITE, M.A.A; PEREIRA, J.S. Influência das distintas

modalidades de reabilitação sobre as disfunções motoras decorrentes da Doença de

Parkinson. RevBrasNeurol, v.47, n.2, p.22-30, 2011.

GREGG, M; HALL, C; BUTLER, A. The MIQ-RS: A Suitable Option for Examining

Movement Imagery Ability. eCAM Advance Access, 2007.

GUTTMAN, M; KISH, .S.J; FURUKAWA, Y. Current concepts in the diagnosis and

management of Parkinson's disease. CMAJ. V.168, n.3, p.293-301, 2003.

HELENE, A.F; XAVIER, G.F. Work memoryand acquisition of implicit knowledge

by imagery training. Neuroscience, v.139, p.401-413, 2006.

HELLSTRÖM, A; LANG, H; PORTIN, R; RINNE, J. Tone duration discrimination in

Parkinson’s disease. Neuropsychologia. V.35, n.5, p.737-740, 1997.

HELMICH, R.C; BLOEM, B.R; TONI, I. Motor imagery evokes increased

somatosensory activity in Parkinson's disease patients with tremor. HumBrainMapp.

V.33, n.8, p.1763-79, 2012.

HELY, M.A; CHEY, T; WILSON, A; WILLIAMSON, P.M; O´SULLIVAN, D.J;

RAIL, D. Reliability of the Columbia scale for assessing signs of Parkinson’s disease.

Mov Disord. v.8, n.4, p: 466-72, 1993.

HEREMANS, E; FEYS, P; NIEUWBOER, A; VERCRUYSSE, S;

VANDENBERGHE, W; SHARMA, N; HELSEN, W; Motor imagery ability in

patients with early- and mid-stage Parkinson disease. Neurorehabil Neural Repair.

V.25, n.2, p.168-77, 2011.

HEREMANS, E; NIEUWBOER, A; FEYS, P; VERCRUYSSE, S;

VANDENBERGHE, W; SHARMA, N; HELSEN, W. External cueing improves motor

Page 89: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

88

imagery quality in patients with Parkinson disease. Neurorehabil Neural Repair.

V.26, N.1, P,27-35, 2012.

HOEHN, M.M, YAHR, M.D. Parkinsonism: onset, progression, and mortality.

Neurology. V.17, P. 427–42, 1967.

HUGHES, A.J; DANIEL, S.E; KILFORD, L; LEES, A.J. Accuracy of clinical

diagnosis of idiopathic Parkinson’s disease: a clinicopathological study of 100 cases. J

Neurol Neurosurg Psychiatry. V.55, n.3, p.181-4, 1992.

JACKSON PL, DOYON J, RICHARDS CL, MALOUIN F. Potential role of mental

practice using motor imagery in neurological rehabilitation. ArchPhysMedRehabil.

V.82, P.1133-41, 2001.

JACKSON, P.L; LAFLEUR, M.F; MALOUIN, F.; RICHARDS, C.L; DOYON, J.

Functional cerebral reorganization following motor sequence learning through mental

practice with motor imagery. Neuroimage. V.20, P.1171-80, 2003.

JANKOVIC, J. Parkinson’s Disease: clinical features and diagnosis. J. Neurol.

Neurosurg. Psychiatry, V.79, P.368-376, 2008.

JENKINSON, C; PETO, V; FITZPATRICK, R; GEENHALL, R; HYMAN, N.

Selfreported functioning and well-being in patients with Parkinson´s disease:

comparison of the Short-form Health Survey (SF-36) and the Parkinson´s Disease

Questionnaire (PDQ-39). Age Ageing.v.24, p:505-9, 1995.

KAUFFMAN, T.L. Manual de reabilitação geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, p.8, 2001.

KING, L.A; HORAK, F.B.Delaying mobility disability in people with Parkinson

disease using a sensorimotor agility exercise program. Phys Ther. v.89, n.4, p:384-93,

2009.

LANA, R.C; ÁLVARES, L.M.R.S; NASCIUTTI, P.C; GOULART, F.R.P;

TEIXEIRA, S.L.F; CARDOSO, F.E. Percepção da qualidade de vida de indivíduos

com a doença de Parkinson através do PDQ-39. Revbrasfisioter, V.11, P.397-402,

Page 90: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

89

2007.

LAKS, J; BATISTA, E.M.R; GUILHERME, E.R.L; CONTINO, A.L; FARIA, M.E;

FIGUEIRA, I. O mini exame do estado mental em idosos de uma comunidade: dados

parciais de Santo Antonio de Pádua, Rio de Janeiro. Arq Neuropsiquiatr. V.61, N.3,

P:782-5, 2003.

LEE, C., GROSSMAN, M., MORRIS, J., STERN, M. B., HURTIG, H. I. Attentional

resource and processing speed limitations during sentence processing in Parkinson’s

disease. BrainandLanguage. V.85, p.347- 356, 2003;

LEES AJ, HARDY J, REVESZ T. Parkinson’s disease. Lancet. V.373, n.9680,

p.2055-66, 2009.

LEIGUARDA, R., CERQUETTI, D., TENCA, E., MERELLO, M. Globus pallidus

internus firing rate modification after motor-imagination in three Parkinson´s disease

patients. J Neural Transm. V.116, p.451-455, 2009.

LEITE, M.M. Efeitos da Prática Mental na aprendizagem de uma habilidade motora.

R. min Educ. Fis. V.1, n.2, p.40-46, 1993.

LETSWAART M, JOHNSTON M, DIJKERMAN HC, JOICE S, SCOTT CL,

MACWALTER RS, HAMILTON SJ. Mental practice with motor imagery in stroke

recovery: Randomized controlled trial of efficacy. Brain.v.134, p.1373-86, 2011.

LIU, K; CHAN, C.C;, LEE, T.M; HUI-CHAN, C.W. Mental imagery for promoting

relearning for people after stroke: a randomized controlled trial.

ArchPhysMedRehabil. v.85, n. 9, p.1403-8, 2004.

LOTZE M, COHEN LG. Volition and imagery in neurorehabilitation. CognBehav

Neurol. p.135-40. 2006;

LOTZE M, HALSBAND U. Motor imagery. J Physiol Paris, v. 99, p386-95, 2006.

MAGILL, R.A. Motor learning and control: concepts and applications. 8th ed.

Boston: McGraw-Hill, 2007.

MALOUIN, F; RICHARDS, C.L; JACKSON, P.L; DUMAS, F; DOYON, J. Brain

activations during motor imagery of locomotor-related tasks: a PET study.

Page 91: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

90

HumBrainMapp. V.19, p.47-62, 2003.

MALOUIN F, BELLEVILLE S, RICHARDS CL, DESROSIERS J, DOYON J.

Working memory and mental practice outcomes after stroke. Arch Phys Med

Rehabil. V.85, p:177-83, 2004.

MARINUS, J; RAMAKER, C; VAN HILTEN, J.J; STIGGELBOUT, A.M. Health

related quality of life in Parkinson´s disease: a systematic review of disease specific

instruments. J Neurol Neurosurg Psychiatry. v.72, n.2, p:241-8, 2002.

MARTÍNEZ-MARTÍN, P; GIL-NAGEL, A; GRACIA, L.M; GÓMEZ, J.B;

BERMEJO, F. Unified Parkinson’s Disease Rating Scale characteristics and structure.

Mov Disord. v.9, n.1, P:76-83, 1994.

McAULEY, J. H. The physiological basis of clinical deficits in Parkinson’s disease.

Progress in Neurobiology. v.69, p. 27-48, 2003.

MENESES, M.S., TEIVE, H. A. G. Doença de Parkinson. Rio de janeiro: Guanabara

Koogan, p.348, 2003.

MILLARD, M.; MAHONEY, C.; WARDROP, J. A preliminary study of mental and

physical practice on the kayak wet exit skill. Perceptual and Motor Skills, Missoula,

v.92, p.977-84, 2001.

MIZUTORI, F.;ANDREOLI, A.; APOLINÁRIO, A.; SCARLATO, A. The motor

imagery on the functional recovery of Parkinson’ Disease:Literature Review.

RevNeurocienc. V.18, N.1, P. 109-115, 2010.

NAIR, D.G; PURCOTT, K.L; FUCHS, A; STEINBERG, F; KELSO, J.A. Cortical and

cerebellar activity of the human brain during imagined and executed unimanual and

bimanual action sequences: a functional MRI study. CognBrain Res.V.15, P.250-

60,.2003.

PACHECO, M; MACHADO, S; LATTARI, J.E; PORTELLA, C.E; VELASQUES, B;

SILVA, J.G; BASTOS, V.H; RIBEIRO, J. Effects of mental practice combined with

kinesiotherapy in post stroke patients: a systematic review Rev Neurocienc, v.15, n.4,

Page 92: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

91

p.304-309, 2007.

PAGE, S.J; LEVINE, P.; SISTO, S.A.Mental Practice Combined With Physical

Practice for Upper-Limb Motor Deficit in Subacute Stroke. PhysTher. V.81, p.1455-

1462, 2001.

PAPADELIS, C.; KOURTIDOU, C.; BAMIDIS, P.; ALBANI, M. Effects of imagery

training on cognitive performance and use of physiological measures as an assessment

tool of mental effort. Brainandcognition. V.64, N. 1, P. 74-85, 2007.

PAULSON, H.L; STERN, B.M. Clinical Manifestations of Parkinson’s Disease. In

Watts RL, Koller WC. Movement Disorders Neurologic Principles and

Practice.New York: P. 233-246, 2004.

RAISBECK, L.D.; WYATT, W.R.; SHEA, J.B. A two process memory-based account

for mental and physical practice differences. Journalof Motor Behavior, LondoN.

V.44, P.115-24, 2012.

RAM, N.; RIGGS, S.M.; SKALING, S.; LANDERS, D.M.; McCULLAGH, P. A

comparison of modelling and imagery in the acquisition and retention of motor skills.

Journalof Sports Sciences, London, v.25, p.587-97, 2007.

RANDHAWA, B, HARRIS, S, BOYD, L.A. The Kinesthetic and Visual Imagery

Questionnaire is a reliable tool for individuals with Parkinson disease. J

NeurolPhysTher. V.34, N.3, P.161-7, 2010.

RICCIO I, IOLASCON G, BARILLARI MR, GIMIGLIANO R, GIMIGLIANO F.

Mental practice is effective in upper limb recovery after stroke: A randomized single-

blind cross-over study. European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine.

V.46, p.19-25, 2010.

RICHARDSON, A. Mental practice: a review and discussion. ResearchQuartely.

V.38, p.95-107, 1967.

RODRIGUES, E. R.; IMBIRIBA, L. A.; LEITE, G. R.; MAGALHÃES, J.; ELIANE

VOLCHAN, E.; VARGAS, C. D.; Efeito da estratégia de simulação mental sobre o

controle postural. Revista Brasileira Psiquiatria. V.25, Supl II, p. 33-5, 2003.

Page 93: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

92

SAMII A, NUTT JG, RANSOM BR. Parkinson’s disease. Lancet, v.363, n.9423,

p.1783-9, 2004.

SAMULSKI, D. Imaginação e Treinamento Mental. In: SAMULSKI, D. Psicologia do

Esporte.Tamboré: Manole Ltda, v.11, p. 251-276, 2002,

SCHRAG, A; JAHANSHAHI, M; QUINN, N. What contributes to quality of life in

patients with Parkinson´s disease? J Neurol Neurosurg Psychiatry.v.69, n3, p:308-

12, 2000.

SHIH, M. C. et al .Neuroimagem do transportador de dopamina na doença de

Parkinson: primeiro estudo com [99mTc]-TRODAT-1 e SPECT no Brasil. Arq.

Neuro-Psiquiatr., São Paulo , v. 64, n. 3a, p. 628-634, 2006.

SOUZA, A. P. S; SCALON, R. M. O treinamento mental como uma variável

significativa na performance de atletas e na aprendizagem de habilidades motoras.

Revista Digital, Buenos Aires, Ano 10, n.75, Ago. 2004.

STEVENS, J.A; STOYKOV, M.E. Using motor imagery in the rehabilitation of

hemiparesis. ArchPhysMedRehabil. V.84, p.1090-2, 2003.

STORCH, A, LUDOLPH, A.C, SCHWARZ, J. Dopamine transporter: involvement in

selective dopaminergic neurotoxicity and degeneration. J Neural Transm. V.111,

p.1267-1286, 2004.

TAMIR, R; DICKSTEIN, R.; HUBERMAN, M. Integration of Motor Imagery and

Physical Practice in Group Treatment Applied to Subjects With Parkinson´s Disease.

Neurorehabilitationand Neural Repair. V.21, n.1, p.68-75, 2007.

TREVISAN, C. M; TRINTINAGLIA, V. Effects of associated therapies of motor

imagery and constraint-induced movement in chronic hemiparesis: a case study.

Fisioter. Pesqui. V.17, n.3, 2010.

TURNER, R.S; GRAFTON, S.; McINTOSH, A.R., et al. The functional anatomy of

parkinsonian bradykinesia. Neuroimage, v.19, p: 163-79, 2002.

UGRINOWITSCH, H; BENDA, R.N. Contribuições da aprendizagem motora: a

Page 94: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

93

prática na intervenção em educação física. Revista Brasileira de Educação Física e

Esporte, São Paulo, v.25, p.25-35, 2011.

VAN HILTEN, J.J; VAN DER ZWAN, A.D; ZWINDERMAN, A.H; ROOS, R.A.C.

Rating impairment and disability in Parkinson’s disease: evaluation of the Unified

Parkinson’s Disease Rating Scale. Mov Disor. v.9, n.1, P: 84-8, 1994.

WANG, Y; ZATSIRSKY, V.M; LATSH, M.L. Muscle synergies involved in

preparation to a tep made under the self-paced and reaction time instructions.

ClinicalNeurophysiology. V.117, n.1, P.41-56, 2006.

WOLTERS, C. H. E. Variability in the clinical expression of Parkinson's disease;

Journal of the Neurological Sciences, p.197–203, 2008.

YOO, E; PARK, E; CHUNG, B. Mental practice effect on line-tracing accuracy in

persons with hemiparetic stroke: a preliminary study. Arch Phys Med Rehabil. v.82,

p.1213-8, 2001.

YOO, E; CHUNG, B. The effect of visual feedback plus mental practice on

symmetrical weight-bearing training in people with hemiparesis. Clin Rehabil. V.20,

p:388-97, 2006.

YVES, A.F. Differentiating visual and kinesthetic imagery in mental practice.

CanadianJournalof Experimental Psychology, v.57, p.1-10, 2003.

Page 95: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

94

APÊNDICES

Apêndice A - Carta de Anuência – Laboratório de eletroneuromiografia - HC/PE;

Apêndice B - Carta de Anuência – Pró-Parkinson - HC/PE;

Apêndice C – Carta Anuência – Clínica Escola de Fisioterapia da UNINASSAU;

Apêndice D - Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE);

Apêndice E - Ficha de Registro de Dados;

Page 96: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

95

APÊNDICEA: Modelo de Carta de anuência do chefe do laboratório de

eletroneuromiografia do HC/PE (ProfºDrº Otávio Gomes Lins)

Laboratório de Neurofisiologia Clínica

CARTA DE ANUÊNCIA

Declaramos, para os devidos fins, que concordamos em receber Dayanna Karla

Gonzaga Ximenes para realizar o seu projeto de pesquisa intitulado AVALIAÇÃO

FUNCIONAL DA ATIVIDADE MOTORA DURANTE A ALIMENTAÇÃO EM DOENTES DE

PARKINSON: UM ESTUDO UTILIZANDO ANÁLISE DE COMPONENTES DA

ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE E ACELEROMETRIA TRIDIMENSIONAL

facultando-lhe o uso das instalações e equipamentos do Laboratório de

Eletroneuromiografia do Hospital das Clínicas de Pernambuco (HC/PE).

Recife, 18 de agosto de 2010.

_____________________________________________ Profº Dr. Otávio Gomes Lins

Chefe do Laboratório de Eletroneuromiografia do HC/PE

Page 97: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

96

APÊNDICE B – Modelo de Carta de anuência do chefe do ambulatório de

Neurologia e coordenador do projeto Pró-Parkinson: Neurologia do HC/PE

(DrºAmdoreAsano)

Pró-Parkinson: Neurologia

CARTA DE ANUÊNCIA

Declaramos, para os devidos fins, que concordamos em receber Dayanna Karla

Gonzaga Ximenes para realizar o seu projeto de pesquisa intituladoAVALIAÇÃO

FUNCIONAL DA ATIVIDADE MOTORA DURANTE A ALIMENTAÇÃO EM DOENTES DE

PARKINSON: UM ESTUDO UTILIZANDO ANÁLISE DE COMPONENTES DA

ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE E ACELEROMETRIA TRIDIMENSIONAL

facultando-lhe o uso das instalações do Pró-Parkinson (HC/PE).

Recife, 18 de agosto de 2010.

_____________________________________________ DrºAmdoreGuescel C. Asano.

Chefe do ambulatório de Neurologia e coordenador do projeto Pró-Parkinson:

Neurologia do HC/PE

Page 98: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

97

APENDICE C: Modelo de Carta de anuência da Gerente da Clínica Escola de

Fisioterapia da UNINASSAU (Ft. Fátima de Araújo Di Lêu)

Recife, 10 de Janeiro de 2011.

CARTA DE ANUÊNCIA

Declaramos, para os devidos fins, que concordamos em receber a Drª Dayanna Karla

Gonzaga Ximenes para realizar a parte prática de pesquisa de Doutorado intitulada

PRÁTICA MENTAL ORIENTADA A TAREFA DE ALIMENTAÇÃO EM

INDIVÍDUOS COM A DOENÇA DE PARKINSON, dando permissão e acesso ao

uso das instalações da Clínica Escola de Fisioterapia do Centro Universitário Maurício

de Nassau - UNINASSAU.

_____________________________________________ Ft. Fátima de Araújo Di Lêu

Gerente da Clínica Escola de Fisioterapia

UNINASSAU

Page 99: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

98

APENDICE D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) PARA

PESQUISA QUE ENVOLVE: ADULTOS, ENTREVISTA E AVALIAÇÃO

Convido o (a) Sr.(a) para participar, como voluntário (a), da pesquisa:

PRÁTICA MENTAL ORIENTADA A TAREFA DE ALIMENTAÇÃO EM INDIVÍDUOS

DOENÇA DE PARKINSON.

Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar

fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias.

Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você

não será penalizado (a) de forma alguma. Em caso de dúvida você pode procurar o

Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no endereço:

(Avenida da Engenharia s/n – 1º Andar, Sala 4 - Cidade Universitária,

Recife-PE, CEP: 50740- 600, Tel.: 2126.8588 – e-mail: [email protected]).

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título da Pesquisa: PRÁTICA MENTAL ORIENTADA A TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

EM INDIVÍDUOS DOENÇA DE PARKINSON Pesquisador Responsável: Dayanna Karla Gonzaga Ximenes

Endereço/Telefone/e-mail para contato (inclusive ligações a cobrar):

Estrada das Ubaias, 105, apt. 1102, na cidade de Recife-PE, cujo telefone de contato é (081) 9113.8295.

Descrição da pesquisa, objetivos, detalhamento dos procedimentos, forma

de acompanhamento (informar a possibilidade de inclusão em grupo

controle ou placebo, se for o caso):

Este estudo tem a finalidade de analisar o efeito da Prática Mental sobre o

comportamento motor e qualidade de vida durante a alimentação em pessoas com

Doença de Parkinson.

A Prática Mental consiste em visualizar-se mentalmente, desempenhando

uma habilidade física, sem que aja o desempenho físico da habilidade. Ou seja, o

imaginário de cada pessoa irá ajudá-la no aprimoramento do movimento técnico, ou

no nosso caso, essa técnica facilitaria o aprendizado de habilidades motoras e isso

tudo sendo utilizado através da figuração (SCHMIDT e WRISBERG, 2001).

Para alcançar este objetivo o (a) Sr.(a) irá preencher uma ficha de registro

de dados. Estaficha tem como objetivo realizar uma triagem e enquadramento dentro dos critérios para realização deste estudo.

Em um segundo momento, serão utilizadas as escalas: Mini Exame do

Estado Mental (MEEM), Hoehn&Yahr, Escala Unificada de Avaliação da Doença de

Parkinson (UPDRS), Questionário de Imaginação Motora (MIQ-RS), Medida

Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM), e Questionário da Doença de

Parkinson 39 (PDQ-39). Essas escalas avaliam a sua atual condição mental, motora

e clínica, além da qualidade de vida.

Por fim, será oferecido um prato com uma banana cortada em 10 rodelas.

Neste momento serão fixados no seu braço e cabeça eletrodos de superfície que

captarão a atividade muscular e cerebral enquanto o (a) Sr.(a) se alimentar com as

rodelas da banana. Este exame será filmado.

Após esta sequência de avaliações é iniciado o tratamento através da Prática

Mental, que terá uma duração de 1 mês. Serão 12 sessões realizadas 3 vezes por

semana. Com o término das 12 sessões a sequência de avaliações será repetida.

Page 100: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

99

O tratamento com a Prática Mental será realizado na Clínica Escola de

Fisioterapia da Uninassau, situada na Rua Jornalista Paulo Bittencourt, 168 - Derby, em horários agendados de acordo com a disponibilidade do(a) Sr.(a).

Especificação dos riscos diretos e indiretos para o participante, prejuízos,

desconforto, lesões que podem ser provocados pela pesquisa, formas de

indenização, ressarcimento de despesas:

Existe desconforto e risco para o voluntário(a), pois o mesmo precisará

responder a perguntas pessoais e sobre o início e o desenvolvimento da sua

doença, podendo haver um certo constrangimento. O procedimento completo

deverá ter uma duração, em média, de uma hora, o que pode deixar o voluntário

um pouco cansado ou com certa fadiga, contudo não é doloroso nem invasivo, e

não tem contra-indicações, sendo assim bastante vantajoso. Além disso, uma sala

foi preparada especialmente para realização do estudo, permanecendo na sala

apenas o pesquisador e o paciente. Este procedimento garante a privacidade e o

sigilo das respostas. Aproveitaremos o dia da consulta médica de rotina do voluntário para

convidá-lo a realizar a primeira avaliação. Toda a operacionalização e os

instrumentos utilizados serão lidos e explicados ao voluntário e seu cuidador, caso

haja.

Este estudo proporcionarábenefícios diretos e indiretos. Benefício direto: O

paciente será favorecido com o tratamento gratuito através da Prática Mental. Os

resultados serão bem avaliados e informados através de laudo ao Neurologista

assistente do paciente. Benefícios indiretos: Será possível compreender a influencia

da Prática Mental sobre o comportamento motor da pessoa com doença de

Parkinson, favorecendo mais pacientes no futuro.

Custos da Participação, Ressarcimento e Indenização por Eventuais Danos:

O voluntário não terá nenhum gasto financeiro. A participação no estudo não

acarretará custos para voluntário e não será disponível nenhuma compensação

financeira adicional. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo

orçamento da pesquisa sendo de responsabilidade da pesquisadora responsável.

Garantia de Esclarecimento, Liberdade de Recusa e Garantia de Sigilo:

Informo que o Sr(a) tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Se tiver alguma

consideração sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa (CCS) do Centro de Ciências da saúde da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), situado na Avenida da Engenharia s/n – 1º Andar, Sala 4

- Cidade Universitária, Recife-PE, CEP: 50740- 600, Tel.: 2126.8588 – e-

mail: [email protected]. Ou ainda poderá se comunicar com a pesquisadora

responsável:

- Dayanna Karla Gonzaga Ximenes, Professora, portadora do CIC: 539.4162 - RG:

039339614-24 - SSP-PE, estabelecida na Estrada das Ubaias, 105, apt. 1102, Casa

Forte, na cidade de Recife-PE, cujo telefone de contato é (081) 9113.8295.

Também é garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer

momento deixando de participar do estudo, sem qualquer prejuízo. As fotos e

filmagens serão utilizadas apenas com finalidade científica preservando o sigilo da

sua identidade. Nos comprometemos a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados serão veiculados através de artigos científicos em revistas

especializadas e/ou em encontros científicos e congressos, sem nunca tornar

possível sua identificação.

Page 101: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

100

O Sr(a). têm o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da

pesquisa, e caso seja solicitado, daremos todas as informações que solicitar.

Anexo está o consentimento livre e esclarecido para ser assinado caso não

tenha ficado qualquer dúvida.

DECLARAÇÃO DO VOLUNTÁRIO:

Acredito ter sido suficientemente informado à respeito do que li ou do que

foi lido para mim, descrevendo o estudo: PRÁTICA MENTAL ORIENTADA A TAREFA

DE ALIMENTAÇÃO EM INDIVÍDUOS DOENÇA DE PARKINSON.

Ficaram claros quais são os propósitos, os procedimentos a serem

realizados, seus desconfortos, benefícios e riscos, as garantias de confidencialidade

e de esclarecimentos permanentes.

Autorizo a utilização de minhas fotos e filmagens para análise dos dados.

Estou ciente de que minha identificação ficará reservada e caso seja necessária a

divulgação da fotografia, esta apresentará uma tarja preta em meu rosto, evitando

desta forma a minha identificação.

Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que

tenho garantia de acesso aos resultados e de esclarecer minhas dúvidas a qualquer

tempo. Concordo voluntariamente em participar desta pesquisa e poderei retirar o

meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem

penalidade ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido.

Testemunha

Testemunha

Recife, _____ de ____________________________ de 201___

Voluntário

Pesquisadora responsável: Fone: (081)

9113.8295. E-mail: [email protected]

Page 102: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

101

APENDICE E – Ficha de Registro de Dados

Ficha de Registro de dados

GRUPO:( ) COM PARKINSON ( ) SEM PARKINSON

Paciente: ________________________________________________________

Cuidador: _______________________________________________________

Sexo: ( ) M ( ) F Estado Civil: _________ Data de Nascimento: ___/___/_____

Idade: __________Profissão:____________________Religião: _____________

Endereço: _______________________________________________________

Telefone(s): ______________________________________________________

Grau de Instrução:

( ) Analfabeto ( ) Ignorado

( ) 1º grau completo ( ) 1º grau incompleto

( ) 2º grau completo ( ) 2º grau incompleto

( ) Nível superior ( ) Pós-graduação

1 - Diagnóstico médico:

( ) Parkinson idiopático ( ) Parkinsonismo Plus

( ) Parkinson induzido por drogas ( ) Outros

2 - Tempo de acometimento pela Doença de Parkinson: ___________________

3 - Idade de início da doença: _______________________________________

4 - Comorbidades:

( ) Diabetis Mellitus ( ) Cardiopatia

( ) Hipertensão arterial sistêmica ( ) Distúrbios pulmonares

( ) Tabagismo ______________ ( ) Alcoolismo _________

( ) Desnutrição ( ) Refluxo gastroesofágico

( ) Gastrite ( ) Úlcera

( ) Problemas auditivos ( ) Outros: _________

( ) Outras doenças neurológicas:

( ) AVC ( ) ELA ( ) Demência: __________

( ) Outros: _____________________________________________

5- Antecedentes familiares de doenças neurológicas:

( ) AVC ( ) ELA ( ) DP

( ) Demência: ______________ ( ) Outros: ________________

6 - Houve perda de peso? ( ) Sim ( ) Não Quantos Kg? ________

7 - É acompanhado por um médico de rotina? ( ) Sim ( ) Não

8 - Atividades cotidianas: AVD (Atividades da Vida Diária), atividades de trabalho e

lazer: ( ) Independente ( ) Dependente ( ) Semi-independente

9- Cirurgias (cabeça/pescoço/membros):__________________________________

10 - Uso de medicações de rotina? ( ) Sim ( ) Não

Quais?_____________________________________________________________

11 - Caso utilize drogas anti-parkinsonianas quais são os horários?

__________________________________________________________________

12 - Já foi submetido à fisioterapia? ( ) Sim ( ) Não

Caso a resposta seja afirmativa, por quanto tempo?________________________

13 - Já foi submetido à terapia ocupacional? ( ) Sim ( ) Não

Caso a resposta seja afirmativa, por quanto tempo?_________________________

Page 103: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

102

ANEXOS

Anexo A – Escala de Estadiamento de Hoehn&Yahr – Versão Original

Anexo B - Miniexame do Estado mental (MEEM)

Anexo C - Questionário de imaginação motora – Versão revisada (MIQ-RS)

Anexo D - Escala Unificada de Avaliação para Doença de Parkinson (UPDRS)

Anexo E - Questionário da Doença de Parkinson-39 (PDQ-39)

Anexo F – Aprovação do Comitê de Ética

Anexo G – Comprovante de submissão de Artigo

Page 104: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

103

ANEXO A - ESCALA ORIGINAL DE HOEHN & YAHR (Hoehn&Yahr, 1967)

ANEXO B - MINI EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM):

Nome: _______________________________________________________________

Data: _____/_____/______

ESCALA DE ESTADIAMENTO DE HOEHN & YAHR

( ) ESTÁGIO 1 – Doença unilateral apenas.

( ) ESTÁGIO 2 – Doença bilateral leve.

( ) ESTÁGIO 3 – Doença bilateral com comprometimento inicial da postura.

( ) ESTÁGIO 4 – Doença grave, necessitando de muita ajuda.

( ) ESTÁGIO 5 – Preso ao leito ou cadeira de rodas. Necessita de ajuda total.

Page 105: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

104

MINI EXAME DO ESTADO MENTAL

O MEEM, publicado por Folstein e col. em 1975, é o teste mais usado para rastreio de demência em todo o mundo. É um teste simples e conciso: sua aplicação é auto-explicativa, leva de 5 a 10 minutos e exige apenas um lápis e uma folha de papel. O MEEM

tem pontuação máxima de 30 e, na publicação original, o escore de 24 pontos era considerado a nota de corte.

É importante ter em mente que baixos escores podem ocorrer em outras condições, como delírium e depressão. O MEEM também não substitui uma avaliação mais completada cognição, pois não é adequada para detectar alterações sutis. Fatores, como nível

educacional e diferenças culturais, ocupações prévia (manual ou não manual) e alterações visuais, podem influenciar o desempenho

no teste. Baixa escolaridade influência negativamente os resultados do MEEM. Por isso, recomenda-se a utilização de pontos de corte

distintos, conforme o nível educacional do indivíduo avaliado.

Embora não haja dados definitivos do teste na população brasileira, com base num estudo epidemiológico recente, realizado em nosso meio, sugerem-se, para a população brasileira, as seguintes notas de corte:

18 – Para analfabetos.

21- Para indivíduos com 1 a 3 anos de escolaridade.

24 - Para indivíduos com 4 a 7 anos de escolaridade.

26 - Para indivíduos com mais de 7 anos de escolaridade.

ORIENTAÇÃO TEMPORAL (5 pontos):

Dia da semana (1 ponto)________________________________________________________________________________ ( )

Dia do Mês (1 ponto)___________________________________________________________________________________ ( )

Mês (1 ponto)_________________________________________________________________________________________ ( )

Ano (1 ponto)_________________________________________________________________________________________ ( )

Hora aproximada (1 ponto)_____________________________________________________________________________ ( )

ORIENTAÇÂO ESPACIAL (5 pontos):

Local Genérico (residência, hospital, clínica) (1 ponto)_______________________________________________________ ( )

Local específico (andar ou setor) (1 ponto)__________________________________________________________________( )

Bairro ou rua próxima (1 ponto)__________________________________________________________________________ ( )

Cidade (1 ponto)________________________________________________________________________________________( )

Estado (1 ponto)_______________________________________________________________________________________ ( )

MEMÓRIA DE FIXAÇÃO (3 pontos):

Repetir: Vaso, Carro, Tijolo.

1 ponto para cada palavra repetida da primeira tentativa_____________________________________________________ ( )

Repita até as três palavras serem repetidas (máximo 5 tentativas)

ATENÇÃO E CALCULO (5 pontos):

Subtração: 100-7 sucessivamente, por 5 vezes.

(1 ponto para cada calculo correto)_______________________________________________________________________ ( )

MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO (3 pontos):

Lembrar as 3 palavras repetidas anteriormente ( em memória de fixação)

(1 ponto por cada palavra certa)_________________________________________________________________________ ( )

LINGUAGEM (8 pontos):

Nomear objetos: Um relógio e uma caneta (2 pontos)________________________________________________________ ( )

Repetir: “nem aqui, nem ali, nem lá” (1 ponto)_____________________________________________________________ ( )

Seguir comando verbal: “pegue este papel com a mão direita, dobre ao meio e coloque no chão (3

pontos)_______________________________________________________________________________________________( )

Ler e seguir comando escrito (FRASE): “Feche os olhos” (1 ponto)_____________________________________________( )

Escrever uma frase (1 ponto)_____________________________________________________________________________( )

PRAXIA CONSTRUTIVA (1 ponto) Copiar um desenho ( 1 ponto)____________________________________________( )

ESCORE: ____/30

ANEXO C - QUESTIONÁRIO DE IMAGINAÇÃO MOTORA – Versão

revisada(MIQ-RS)

Page 106: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

105

Page 107: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

106

Page 108: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

107

Page 109: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

108

Page 110: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

109

Page 111: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

110

Page 112: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

111

Page 113: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

112

ANEXO D - ESCALA UNIFICADA DE AVALIAÇÃO PARA DOENÇA DE

PARKINSON (UPDRS)

UPDRS II. ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA 5. Fala: 0= normal 1= comprometimento superficial. Nenhuma dificuldade em ser entendido. 2= comprometimento moderado. Solicitado a repetir frases, às vezes. 3= comprometimento grave. Solicitado freqüentemente a repetir frases. 4= retraído, perda completa da motivação. 6. Salivação: 0= normal 1= excesso mínimo de saliva, mas perceptível. Pode babar à noite. 2= excesso moderado de saliva. Pode apresentar alguma baba (drooling). 3= excesso acentuado de saliva. Baba freqüentemente. 4= baba continuamente. Precisa de lenço constantemente. 7. Deglutição: 0= normal 1= engasgos raros 2= engasgos ocasionais 3= deglute apenas alimentos moles. 4= necessita de sonda nasogástrica ou gastrostomia. 8. Escrita: 0= normal 1= um pouco lenta ou pequena. 2= menor e mais lenta, mas as palavras são legíveis. 3= gravemente comprometida. Nem todas as palavras são comprometidas. 4= a maioria das palavras não são legíveis. 9. Cortar alimentos ou manipular utensílios: 0= normal 1= lento e desajeitado, mas não precisa de ajuda. 2= capaz de cortar os alimentos, embora desajeitado e lento. Pode precisar de ajuda. 3= alimento cortado por outros, ainda pode alimentar-se, embora lentamente. 4= precisa ser alimentado por outros. 10. Vestir: 0= normal. 1= lento mas não precisa de ajuda. 2= necessita de ajuda para abotoar e colocar os braços em mangas de camisa. 3= necessita de bastante ajuda, mas consegue fazer algumas coisas sozinho. 4= não consegue vestir-se (nenhuma peça) sem ajuda. 11. Higiene: 0= normal. 1= lento mas não precisa de ajuda. 2= precisa de ajuda no chuveiro ou banheira, ou muito lento nos cuidados de higiene. 3= necessita de assistência para se lavar, escovar os dentes, pentear-se, ir ao banheiro. 4= sonda vesical ou outra ajuda mecânica.

Page 114: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

113

12. Girar no leito e colocar roupas de cama: 0= normal. 1= lento e desajeitado, mas não precisa de ajuda. 2= pode girar sozinho na cama ou colocar os lençóis, mas com grande dificuldade. 3= pode iniciar, mas não consegue rolar na cama ou colocar lençóis. 4= não consegue fazer nada. 13. Quedas (não relacionadas ao freezing): 0= nenhuma 1= quedas raras. 2= cai ocasionalmente, menos de uma vez por dia. 3= cai, em média, uma vez por dia. 4= cai mais de uma vez por dia. 14. Freezing quando anda: 0= nenhum 1= raro freezing quando anda, pode ter hesitação no início da marcha. 2= freezing ocasional, enquanto anda. 3= freezingfreqüente, pode cair devido ao freezing. 4= quedas freqüentes devido ao freezing. 15. Marcha: 0= normal. 1= pequena dificuldade. Pode não balançar os braços ou tende a arrastar as pernas. 2= dificuldade moderada, mas necessita de pouca ajuda ou nenhuma. 3= dificuldade grave na marcha, necessita de assistência. 4= não consegue andar, mesmo com ajuda. 16. Tremor: 0= ausente. 1= presente, mas infreqüente. 2= moderado, mas incomoda o paciente. 3= grave, interfere com muitas atividades. 4= marcante, interfere na maioria das atividades. 17. Queixas sensitivas relacionadas ao parkinsonismo: 0= nenhuma. 1= dormência e formigamento ocasional, alguma dor. 2= dormência, formigamento e dor freqüente, mas suportável. 3= sensações dolorosas freqüentes. 4= dor insuportável. III. EXAME MOTOR (On): 18. Fala: 0= normal. 1= perda discreta da expressão, volume ou dicção. 2= comprometimento moderado. Arrastado, monótono, mas compreensível. 3= comprometimento grave, difícil de ser entendido. 4= incompreensível. 19. Expressão facial: 0= normal. 1= hipomimia mínima.

Page 115: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

114

2= diminuição pequena, mas anormal, da expressão facial. 3= hipomimia moderada, lábios caídos/afastados por algum tempo. 4= fácies em máscara ou fixa, com pedra grave ou total da expressão facial. Lábios afastados ¼ de polegada ou mais. 20. Tremor de repouso (1– Face, lábios e queixo; 2– Mão D; 3– Mão E; 4– Pé D; 5– Pé E): 0= ausente. 1= presente, mas infreqüente ou leve. 2= persistente, mas de pouca amplitude, ou moderado em amplitude, mas presente de maneira intermitente. 3= moderado em amplitude, mas presente a maior parte do tempo. 4= com grande amplitude e presente a maior parte do tempo. 21. Tremor postural ou de ação nas mãos (1– Mão D; 2– Mão E): 0= ausente 1= leve, presente com a ação. 2= moderado em amplitude, presente com a ação. 3= moderado em amplitude tanto na ação quanto mantendo a postura. 4= grande amplitude, interferindo com a alimentação. 22. Rigidez (movimento passivo das grandes articulações, com paciente sentado e relaxado, ignorar roda denteada) –

(1– Pescoço; 2– MSD; 3– MSE; 4– MID; 5– MIE): 0= ausente 1= pequena ou detectável somente quando ativado por movimentos em espelho de outros. 2= leve e moderado. 3= marcante, mas pode realizar o movimento completo da articulação. 4= grave e o movimento completo da articulação só ocorre com grande dificuldade. 23. Bater dedos continuamente – polegar no indicador em seqüências rápidas com a maior amplitude possível, uma mão de cada vez (1– Lado Direito; 2– Lado Esquerdo): 0= normal 1= leve lentidão e/ou redução da amplitude. 2= comprometimento moderado. Fadiga precoce e bem clara. Pode apresentar parada ocasional durante o movimento. 3= comprometimento grave. Hesitação freqüente para iniciar o movimento ou paradas durante o

movimento que está realizando. 4= realiza o teste com grande dificuldade, quase não conseguindo. 24. Movimentos das mãos (abrir e fechar as mãos em movimentos rápidos e sucessivos e com a maior amplitude possível, uma mão de cada vez) – (1– Lado Direito; 2– Lado Esquerdo): 0= normal 1= leve lentidão e/ou redução da amplitude. 2= comprometimento moderado. Fadiga precoce e bem clara. Pode apresentar parada ocasional durante o movimento. 3= comprometimento grave. Hesitação freqüente para iniciar o movimento ou paradas durante o

movimento que está realizando. 4= realiza o teste com grande dificuldade, quase não conseguindo. 25. Movimentos rápidos alternados das mãos (pronação e supinação das mãos, horizontal ou verticalmente, com a maior amplitude possível, as duas mãos simultaneamente) – (1– Lado Direito; 2– Lado Esquerdo): 0= normal 1= leve lentidão e/ou redução da amplitude.

Page 116: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

115

2= comprometimento moderado. Fadiga precoce e bem clara. Pode apresentar parada ocasional durante o movimento. 3= comprometimento grave. Hesitação freqüente para iniciar o movimento ou paradas durante o

movimento que está realizando. 4= realiza o teste com grande dificuldade, quase não conseguindo. 26. Agilidade da perna (bater o calcanhar no chão em sucessões rápidas, levantando toda a perna, a amplitude do movimento deve ser de cerca de 3 polegadas/ ±7,5 cm) – (1– Lado Direito; 2– Lado Esquerdo): 0= normal. 1= leve lentidão e/ou redução da amplitude. 2= comprometimento moderado. Fadiga precoce e bem clara. Pode apresentar parada ocasional durante o movimento. 3= comprometimento grave. Hesitação freqüente para iniciar o movimento ou paradas durante o

movimento que está realizando. 4= realiza o teste com grande dificuldade, quase não conseguindo. 27. Levantar da cadeira sem ajuda(de espaldo reto, madeira ou ferro, com braços cruzados em frente ao peito): 0= normal 1= lento ou pode precisar de mais de uma tentativa 2= levanta-se apoiando nos braços da cadeira. 3= tende a cair para trás, pode tentar se levantar mais de uma vez, mas consegue levantar 4= incapaz de levantar-se sem ajuda. 28. Postura: 0= normal em posição ereta. 1= não bem ereto, levemente curvado para frente, pode ser normal para pessoas mais velhas. 2= moderadamente curvado para frente, definitivamente anormal, pode inclinar-se um pouco para os lados. 3= acentuadamente curvado para frente com cifose, inclinação moderada para um dos lados. 4= bem fletido com anormalidade acentuada da postura. 29. Marcha: 0= normal 1= anda lentamente, pode arrastar os pés com pequenas passadas, mas não há festinação ou propulsão. 2= anda com dificuldade, mas precisa de pouca ajuda ou nenhuma, pode apresentar alguma

festinação, passos curtos, ou propulsão. 3= comprometimento grave da marcha, necessitando de ajuda. 4= não consegue andar sozinho, mesmo com ajuda. 30. Estabilidade postural (respostas ao deslocamento súbito para trás, puxando os ombros, com paciente ereto, de olhos abertos, pés separados, informado a respeito do teste): 0= normal 1= retropulsão, mas se recupera sem ajuda. 2= ausência de respostas posturais, cairia se não fosse auxiliado pelo examinador. 3= muito instável, perde o equilíbrio espontaneamente. 4= incapaz de ficar ereto sem ajuda. 31. Bradicinesia e hipocinesia corporal (combinação de hesitação, diminuição do balançar dos braços, pobreza e pequena amplitude de movimentos em geral): 0= nenhum. 1= lentidão mínima. Podia ser normal em algumas pessoas. Possível redução na amplitude. 2= movimento definitivamente anormal. Pobreza de movimento e um certo grau de lentidão.

Page 117: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

116

3= lentidão moderada. Pobreza de movimento ou com pequena amplitude. 4= lentidão acentuada. Pobreza de movimento ou com pequena amplitude.

Page 118: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

117

ANEXO E - QUESTIONÁRIO DE DOENÇA DE PARKINSON (PDQ-39)

Page 119: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

118

Page 120: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

119

ANEXO F – CAAE - Aprovação no Comitê de Ética

Page 121: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

120

ANEXO G – Comprovante de submissão do Artigo

Page 122: DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA … › bitstream › 123456789 › 17501 › 1... · 2019-10-25 · DAYANNA KARLA GONZAGA XIMENES PRÁTICA MENTAL NA TAREFA DE ALIMENTAÇÃO

121