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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA DAYANE KNUPP DE SOUZA QUALIDADE DE VIDA DE PESCADORES ARTESANAIS DA BAÍA DE GUANABARA, RJ, BRASIL: um estudo sócio-demográfico e de saúde NITERÓI 2014

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Page 1: DAYANE KNUPP DE SOUZA QUALIDADE DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/2724/1/TCC DAYANE KANUPP.pdfAo meu tio Kiko e minhas tias Luzia, Marli, Ana e Maria, obrigada por se orgulharem de

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

DAYANE KNUPP DE SOUZA

QUALIDADE DE VIDA DE PESCADORES ARTESANAIS DA BAÍA DE GUANABARA,

RJ, BRASIL: um estudo sócio-demográfico e de saúde

NITERÓI

2014

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DAYANE KNUPP DE SOUZA

QUALIDADE DE VIDA DE PESCADORES ARTESANAIS DA BAÍA DE GUANABARA,

RJ, BRASIL: um estudo sócio-demográfico e clínico

Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Graduação – Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense como requisito para obtenção do título de Enfermeiro e Licenciado em Enfermagem.

Orientador: Profª Drª VERA MARIA SABÓIA

Niterói, RJ

2014

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DAYANE KNUPP DE SOUZA

QUALIDADE DE VIDA DE PESCADORES ARTESANAIS DA BAÍA DE GUANABARA,

RJ, BRASIL: um estudo sócio-demográfico e de saúde

Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Graduação – Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense como requisito para obtenção do título de Enfermeiro e Licenciado em Enfermagem.

Aprovado em 26/ 05/2014

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dra. Vera Maria Sabóia – Orientadora

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

Prof. Dra Donizete Vago Daher – 1º Examinador

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

Prof. Mestre Crystiane Ribas Ribeiro Batista – 2º Examinador

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

Niterói

2014

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha monografia a duas pessoas de suma importância na minha vida, Lucimar e

Sebastião, que em nenhum momento mediram esforços para realização dos meus sonhos,

que na maioria das vezes deixaram de sonhar para que eu sonhasse, que me guiaram pelos

caminhos corretos e me ensinaram a fazer as melhores escolhas, e mostraram que a

honestidade e o respeito são essenciais a vida.

A eles devo a pessoa que me tornei, sou extremamente feliz e tenho muito orgulho por

chamá-los de mãe e pai. AMO VOCÊS!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me sustentado e me pegado no colo por cada momento que me senti só e

desamparada, por ter enxugado cada lágrima escorrida e por me mostrar ao longo desses anos

que eu sou mais forte do que eu pensava, graças e louvores a Ti meu Deus, eu consegui!

Amados pais! Ser filha, ser fruto do amor de vocês, é uma dádiva!

Viram-me primeiro. Sabe-

me de cor. Deram-me a mão até o dia em que aprendi a autonomia dos passos. Amaram-me

primeiro. Antes de me ver de perto. Amaram-me em cada movimento no ventre.

Desobrigaram-me de corresponder expectativas alheias, deram-me a chave da casa e me

aconselharam a partir, a seguir, a ir além, e não me deixaram esquecer que as portas e o

coração de vocês estariam me esperando. Vocês sabiam desde o princípio. Só somos de quem

nos deixa livres. Obrigada, se tivesse dez vidas, onze daria a vocês. Amo vocês!

Irmãs, amor verdadeiro, me apoiaram, choraram e sorriram comigo. Se existem anjos nessa

vida, vocês são os meus! Eu dou graças ao Senhor por ser irmã de vocês, por aprender a cada

dia que Deus nos escolheu e que seja sempre assim! Obrigada por serem minhas amigas, por

acreditarem e se orgulharem de mim! Amo vocês!

Ao Guilherme pelo carinho, amizade, por compreender minha ausência e acreditar em mim,

você é meu presente de Deus.

Amar a vida de alguém é um exercício louvável, ainda mais

quando foge à nossa previsão deixar ser conquistado a tal fim, por isso agradeço a Deus por

ter me permitido desejar conhecer você um dia, e Ele acertou em cheio. Te amo!

A minha avó por todas as orações e cuidado. Aquela que na escola da vida é doutora, que

muitas vezes é sábia até em seu silêncio. Obrigada avó por se orgulhar de mim! Amo-te!

Ao meu tio Kiko e minhas tias Luzia, Marli, Ana e Maria, obrigada por se orgulharem de

mim e me amarem tanto. Amo vocês!

Aos meus amados primos e primas, obrigada por sempre estarem presentes. A alegria e a

presença de vocês sempre fez e fará diferença na minha vida! Amo vocês!

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Aos meus cunhados Dan ,Thalles e Pablo por divertirem os meus dias e estarem sempre

dispostos a me ajudarem! Amo vocês!

A cunhada Aline e meus sogros Luisa e Cláudio por me acolherem tão bem na família de

vocês e fazerem-me sentir tão amada, vocês já fazem parte da minha vida! Amo vocês!

As asmigas de Manhu (Gabi, Jane, Livia, Kelly, Laís, Jú, Naty Clér, Thaís e Lóh),

obrigada pelo mesmo abraço e amor a cada encontro, por nunca me abandonarem ao longo

desses oito anos e por me mostrarem que a amizade continua a crescer mesmo a longas

distâncias. Amo vocês!

A Lorene Hott e a Naty Muniz por nunca se esqueceram de mim! Amo vocês!

As amigas que Niterói me deu, agradeço a Deus por ter colocado vocês no meu caminho. Em

especial:

A você Cris por ser essa amiga tão presente por chorar o meu choro e sorrir meus sorrisos,

por estar presente nas minhas melhores histórias de Nikiti, por cuidar de mim. Amo você!

Amanda foram 5 anos, foram 1825 dias juntas, inúmeras aulas, inúmeras vitórias, sorrisos,

lagrimas, comemorações, e ainda virão muitas outras histórias! Tenho certeza que cada dia

juntas era um aprendiz

ado para ambas, as diferenças são muitas mais as coisas em comum são

muito maiores, e nossa amizade nos une! Te amo!

Su! Agradeço a DEUS o privilegio de ter você como amiga/irmã emprestada! Do meu lado

nas escolhas e decisões. Não imagino minha vida sem você! O tempo pode passar, mas uma

coisa será sempre: irmãs por escolha

. Continue me amando, porque sempre vou te amar!

Paloma meu presentinho de Morfo 7, chegou de mansinho e tomou conta do meu coração e

da minha vida . Quantos aprendizados, choros, risos e felicidade, isso tudo eu vivenciei e pude

estar ao seu lado! Você é um ser de luz e especial para mim. Te amo!

A Babi por ter me mostrado que mesmo com a distância física, os corações continuam se

amando, obrigada por ter estado nos momentos difíceis da graduação perto de mim. Te amo!

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Samanta minha apagadinha, aquela que sempre esteve ali, sua presença calma e doce me

amparou por todos esses anos, como eu Te amo!

Jú linda, como é bom e essencial ser sua amiga, chegou tão devagar na minha vida, e não

deixo você sair mais, me orgulho muito da pessoa linda e forte que você se tornou! Te amo!

Minha Fê, minha florzinha,

de repente eu percebi que você já fazia parte da minha vida e

agradeci a DEUS por ter colocado você no meu caminho! Te amo!

Marcelinha, Aninha (minha neguinha), Vivi, Camila, por serem essas flores e por me

socorrerem com palavras dóceis e um abraço apertado nas minhas angústias. Amo Vocês!

Vanessa e Flavinha, vocês fizeram a diferença, dividimos muitas vezes o sentimento da

saudade de casa e vocês mostraram que eu posso contar e ter vocês sempre! Amo vocês!

Aos mestres que passaram pela minha trajetória na universidade, principalmente: Lili,

Crystiane, Donizete, Ana Karine, Fátima e Suely por acreditarem no meu potencial, por

confiarem em mim e serem exemplos de profissionais. Obrigada! Amo vocês!

A minha orientadora linda Vera, por ter me apresentado o mundo da pesquisa, e por me

mostrar que é preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê.

Obrigada pelo apoio oferecido não só nos trabalhos acadêmicos, mas na “vida”, por ter sido

orientadora, professora, amiga, mãe, tudo junto. Amo muito você! Obrigada por tudo!

A minha 2ª

família, Claudia, Gilson, Claudionor, Edna, Carla, Clara, Ronaldo, Lúcia,

Márcia, obrigada por me acolherem não só em seus lares, mas em seus corações. Amo vocês!

Aos pacientes, enfermeiros e funcionários (HEAL, HUAP, HFB), ao Maycon, NIC

(Bianca e Mari) e EEAAC (principalmente Evandro, Adriana e Jú) obrigada! Amo vocês!

Sinto-me honrada de ter pessoas tão exemplares e dignas ao meu lado e sei que foi Deus

quem escolheu cada um de vocês para fazer parte da minha história! Obrigada

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“Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor! Porém a maior delas é o

AMOR”

(I Coríntios 13:14)

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RESUMO

Introdução: Estudo sobre aspectos sócio-demográficos e de saúde e qualidade de vida (QV)

de pescadores do entorno do rio Maribondo São Gonçalo- RJ, Brasil. Diariamente centenas de

pescadores navegam com seus barcos e apetrechos, retirando desse ecossistema o seu

sustento, constituindo uma das classes mais expostas a riscos e à poluição das águas dos rios.

Objetivos: Caracterizar aspectos sócio-demográficos e de saúde de pescadores de uma

comunidade do entorno do rio Maribondo e caracterizar a QV desses trabalhadores informais.

Metodologia: Estudo quantitativo, exploratório, com enfoque sócio- demográfico e de saúde.

Realizado na comunidade Cassinú, com 35 pescadores. Projeto encaminhado para o Comitê

de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Antônio Pedro aprovado sobre o nº

06918912500005243. Na coleta de dados, foram utilizados o Medical Outcomes Study 36-

Item Short-Form Health Survey (SF-36) e um formulário com aspectos sócio-demográficos e

de saúde. Os dados coletados foram analisados pelo Windows Excel. Resultados: Os

entrevistados possuem idade média de 46,4 anos. Em relação ao grau de escolaridade e renda

mensal, 17,1% possui nível fundamental incompleto e 42,9% tem renda mensal entre 1 e 2

salários mínimos com jornada de trabalho de 11,8h em média. Apesar de afirmarem utilizar

equipamentos de proteção (71,4%), observou-se que a utilização é apenas parcial. Em relação

à QV, verificou-se que o domínio com menor média foi o da dor (57,47%), demonstrando que

ela não causa interferência nas atividades do pescador. O domínio saúde mental (57,78%) e

estado geral de saúde (62,11%), evidencia que a saúde dos pescadores é boa e que com isso a

saúde mental é satisfatória. A quarta média foi a de vitalidade (66,67%), os pescadores

apresentam uma diminuição de energia e aumento da fadiga, já a limitação física (70,95%),

confirma que os sujeitos diminuíram o tempo dedicado ao trabalho. Os aspectos sociais

(86,49%) alcançaram maior índice, revelando que saúde física e problemas emocionais

interferem nas atividades sociais. A maior média foi capacidade funcional (87,2%),

significando que quanto menos energia tem o pescador mais dificuldade ele terá em realizar

atividades. Conclusão: Ao caracterizar esta população, revelou-se aspectos sócio-

demográficos e de saúde, atribuindo visibilidade aos sujeitos, trazendo á tona aspectos então

desconhecidos e concluímos que a QV difere e precisa ser caracterizada em seu contexto

social pois, o que poderá ser uma vida de qualidade para uma pessoa pode não ser para outras.

Palavras-Chaves: Qualidade de Vida, Educação em Saúde, Saúde do Trabalhador, Saúde Pública.

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ABSTRACT

Introduction: Study on socio-demographic and health aspects and quality of life (QOL) of

fishermen from around the river Maribondo São Gonçalo - RJ, Brazil. Every day hundreds of

fishermen with their boats and paraphernalia, removing this ecosystem the its sustenance,

constituting one of the classes most exposed to risks and pollution of the rivers. Objectives:

Characterize socio-demographic and health aspects of fishermen community around the river

Maribondo and characterize the QOL of these informal workers. Methodology: Quantitative

study, exploratory with demographic and health focus. Held at Cassinú community with 35

fishermen. Project routed to the Ethics Committee in Research of the University Hospital

Antonio Pedro approved on No. 06918912500005243. During data collection, we used the

Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) and a form with socio-

demographic and health aspects. The collected data were analyzed by Windows Excel.

Results: Respondents have an average age of 46.4 years. Regarding the level of education

and monthly income, 17.1% had not completed grade level and 42.9% have a monthly income

between 1 and 2 minimum wages with working hours from 11.8 h on average. Despite

claiming use protective equipment (71.4%), it was observed that the use is only partial.

Regarding QOL, it was found that the area with the lowest average was pain (57.47%),

demonstrating that it does not cause interference in the activities of the fisherman. The mental

health domain (57.78%) and general health (62.11%), shows that the health of fishermen is

good and with that mental health is satisfactory. The fourth average was the of vitality

(66.67%), fishermen have decreased energy and increased fatigue, since the physical

limitation (70.95%), confirms that the subjects decreased the time devoted to work. The social

aspects (86.49%) had the highest rate, revealing that physical health and emotional problems

interfere with social activities. The highest average was functional capacity (87.2%), meaning

that the less energy has the fisherman he will have more difficulty in performing activities.

Conclusion: In characterizing this population, proved socio-demographic and health aspects,

giving visibility to the subject, bringing to light previously unknown aspects and concluded

that QOL differs and needs to be characterized in its social context because what may be a life

of quality for one person may not be for others.

Key Words: Quality of Life, Health Education, Health Worker, Public Health.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Foto 1: Associação de pescadores do Gradim - São Gonçalo, RJ

Foto 2: Dois barcos no quintal de um dos pescadores

Foto 3: Pescador no período da manhã preparando a rede que irá utilizar à tarde na pesca

Foto 4: Pier por onde chega o pescado

Foto 5: Pescado disposto em caixas para o leilão

Foto 6: Fim de mais um dia de leilão

Foto 7: Imagem de cortes com faca na preparação da rede

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição dos pescadores segundo a variável idade (N=35)

Gráfico 2: Distribuição proporcional dos pescadores segundo naturalidade (N=35)

Gráfico 3: Distribuição proporcional dos pescadores segundo cor de pele (N=35)

Gráfico 4: Distribuição dos pescadores segundo uso de protetor solar (N=35)

Gráfico 5: Distribuição dos pescadores segundo principais motivos para não utilização de

protetor solar (N=31)

Gráfico 6: Distribuição proporcional dos pescadores segundo tipo de residência (N=35)

Gráfico 7: Distribuição proporcional dos pescadores segundo religião (N=35)

Gráfico 8: Distribuição proporcional dos pescadores segundo principais responsáveis pelo

ensino da atividade pesqueira (N=35)

Gráfico 9: Distribuição proporcional dos pescadores segundo escolaridade (N=35)

Gráfico 10: Distribuição proporcional dos pescadores segundo renda, por salário mínimo

(N=35)

Gráfico 11: Distribuição dos pescadores que trabalham ou já trabalharam em outras áreas

(N=35)

Gráfico 12: Distribuição dos pescadores segundo principais atividades realizadas para

complementação de renda

Gráfico 13: Distribuição dos pescadores segundo principais tipos de pescado

Gráfico 14: Distribuição dos pescadores segundo principais pontos de venda

Gráfico 15: Distribuição dos pescadores segundo uso de EPI (N=35)

Gráfico 16: Distribuição dos pescadores segundo principais EPI’s utilizados

Gráfico 17: Distribuição dos pescadores segundo momentos destacados onde entram em

contato com a água

Gráfico 18: Distribuição dos pescadores segundo existência de caso de ferimento durante a

atividade pesqueira (N=35)

Gráfico 19: Distribuição dos pescadores segundo principais partes do corpo atingidas por

ferimento

Gráfico 20: Distribuição dos pescadores segundo principais causas de ferimento

Gráfico 21: Distribuição dos pescadores segundo principais formas de tratamento das

feridas

Gráfico 22: Distribuição dos pescadores segundo histórico de doença na família

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Gráfico 23: Distribuição dos pescadores segundo realização de tratamento para as

doenças/queixas atuais (N=17)

Gráfico 24: Distribuição dos pescadores segundo prática de atividades físicas, mínimo uma

vez por semana

Gráfico 25: Distribuição dos pescadores segundo prática de atividades de lazer (N=35)

Gráfico 26: Distribuição dos pescadores segundo principais atividades de lazer

Gráfico 27: Distribuição da classificação de pressão arterial dos pescadores com base em

uma aferição

Gráfico 28: Distribuição da classificação dos pescadores pelo índice de massa corporal

Gráfico 29: Distribuição dos pescadores segundo uso de drogas ilícitas

Gráfico 30: Distribuição dos pescadores segundo ingestão de álcool (N=35)

Gráfico 31: Distribuição da frequência na ingestão de álcool entre os pescadores etilistas

(N=31)

Gráfico 32: Distribuição da última realização de exame de sangue entre os pescadores

Gráfico 33: Distribuição dos pescadores segundo hábito de fumar (N=35)

Gráfico 34: Distribuição da quantidade de carteiras/dia utilizadas pelos 20 pescadores

fumantes (N=20)

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Principais micro-organismos indicadores da qualidade da água e as doenças

que causam

Quadro 2: Distribuição dos pescadores segundo doenças/queixas anteriores que levaram

ou não à internação

Quadro 3: Domínios do questionário SF-36 e as suas respectivas médias

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição dos pescadores segundo idade, filhos e dependentes

Tabela 2: Distribuição dos pescadores segundo estado civil (N=35)

Tabela 3: Distribuição dos pescadores segundo tempo de profissão e horas de trabalho

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

1.1 OBJETO DE ESTUDO, p. 18

1.2 PROBLEMA/JUSTIFICATICA, p. 19

1.3 REVELÂNCIA DA PESQUISA, p. 21

1.4 QUESTÕES DE PESQUISA, p. 22

1.5 OBJETIVOS, p. 22

2 REVISÃO DE LITERATURA, p. 23

2.1 A PESCA E O TRABALHO INFORMAL, p. 23

2.2 A ATIVIDADE PESQUEIRA NA BAÍA DE GUANABARA, p. 24

2.3 A POLUIÇÃO AQUÁTICA E OS MICRO-ORGANISMOS PATOGÊNICOS

VEICULADOS PELA ÁGUA CONTAMINADA, p. 24

2.4 DOENÇAS INFECCIOSAS CAUSADAS POR MICRO-ORGANISMOS

PATOGÊNICOS VEICULADOS PELA ÁGUA CONTAMINADA, p. 26

2.4.1 Febre tifóide causada por Salmonella typhi, p. 26

2.4.2 Diarreia causada por Escherichia coli, p. 26

2.4.3 Cólera causada por Vibrio cholerae, p. 27

2.5 LESÕES CUTÂNEAS: UM AGRAVO FREQUENTE ENTRE PESCADORES, p. 28

2.6 QUALIDADE DE VIDA, p. 29

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO, p. 34

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO, p. 34

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO, p. 35

3.3 SUJEITOS DO ESTUDO, p. 36

3.4 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS, p.37

3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS, p. 38

3.6 ASPECTOS ÉTICOS, p. 38

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4 RESULTADOS, p. 40

5 CONCLUSÕES, p. 68

6 REFERÊNCIAS , p. 69

6.1 OBRAS CITADAS, p. 69

6.2 OBRAS CONSULTADAS, p. 72

7 APÊNDICES, p. 75

7.1 ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS, p. 75

7.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, p. 78

8 ANEXOS, p. 80

8.1 VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA-SF-36, p.

80

8.2 APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA, p. 83

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1 INTRODUÇÃO

1.1 OBJETO DE ESTUDO

Estudo sobre os aspectos sócio-demográficos e de saúde e qualidade de vida de

pescadores do entorno do rio Maribondo RJ - Brasil, tendo em vista ações de prevenção de

lesões cutâneas.

Este estudo está vinculado a um projeto de pesquisa mais abrangente denominado

“Inovação em Enfermagem no Tratamento de Lesões Tissulares - sistematização, inclusão

tecnológica e funcionalidade”, beneficiado na chamada pública MCTI/CNPq/MEC/Capes -

Ação Transversal n° 6/2011 - Casadinho/Procad. Tal proposta articula o Programa de

Mestrado Acadêmico em Ciências do Cuidado em Saúde (MACCS/EEAAC/UFF) numa ação

transversal com o Programa Consolidado PROESA - USP. A pesquisa em tela está também

vinculada ao Núcleo de Estudos em Fundamentos de Enfermagem (NEFE) da EEAAC-UFF.

Como bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC),

desenvolvendo o projeto de pesquisa intitulado: “Lesões cutâneas em pescadores do rio

Maribondo - São Gonçalo - RJ: Estudo sócio-demográfico e clínico e Impacto na qualidade de

vida” ficou claro que, na região da Baía de Guanabara, próximo ao município de Niterói,

existe uma intensa atividade pesqueira com trabalhadores em situação precária.

Nesse sentido, observou-se também que, os profissionais de saúde e os enfermeiros

especificamente, estão distantes de cenários diferentes do que estão acostumados. Entende-se

que a formação de um profissional de saúde não pode se reduzir ás questões teóricas, sendo

necessário que haja maior envolvimento com vistas à melhoria da qualidade de vida (QV)

individual e coletiva. Além disso, há uma escassez de estudos sobre saúde e QV deste grupo

de trabalhadores informais, importante para a saúde pública e coletiva do Estado do RJ.

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19

1.2 PROBLEMA/JUSTIFICATIVA

Diariamente, centenas de pescadores moradores da comunidade do entorno dos rios

do município de São Gonçalo navegam na Baía de Guanabara com seus barcos e apetrechos,

retirando desse ecossistema o seu sustento e de suas famílias. É um trabalho árduo e

silencioso, envolvendo trabalhadores informais e formais da região (ROSA & MATTOS,

2010).

O cuidado de pessoas é uma atuação inerente da Enfermagem e requer intervenções

fundamentadas cientificamente. Entre os trabalhadores que podem se beneficiar de ações de

enfermagem voltadas para prevenção de lesões cutâneas está os pescadores, tendo em vista

que com frequencia eles sofrem vários tipos de ferimentos.

De acordo com Ramalho e Arrochelas (2004), em estudo realizado com pescadores

da Baía de Guanabara da região de Magé, a atividade informal desenvolvida por eles

apresenta uma situação de extrema precariedade no que tange as condições do ambiente de

trabalho, deixando-os totalmente desprotegidos. Eles estão sujeitos a riscos de acidentes e

doenças, devido ao grande esforço físico a que se submetem, inúmeras variações climáticas,

prolongada exposição ao sol e contato com agentes patológicos num ambiente sem

saneamento.

Esse grupo de profissionais se expõe a agentes perfuro cortantes em sua atividade

profissional. O contato direto com água contaminada e a exposição excessiva ao sol são

fatores que contribuem, para além de outros agravos a que este grupo populacional específico

está exposto, a perda auditiva, vibração local no braço e de corpo inteiro e a exposição

prolongada ao monóxido de carbono (HEUPA, 2011).

Pesquisa realizada sobre a avaliação da qualidade das águas de seis rios do município

de São Gonçalo e a possível contribuição dos mesmos na qualidade das águas da Baía de

Guanabara, segundo padrões microbiológicos e físico-químicos estabelecidos pela Resolução

CONAMA 274/2000, apontou para contagem de coliformes termotolerantes acima do

estipulado para balneabilidade; proteção de comunidades aquáticas; abastecimento para o

consumo humano após tratamento convencional; irrigação de hortaliças, plantas frutíferas,

campos de esporte e lazer com os quais o público possa vir a ter contato direto; atividade de

pesca (RIBEIRO, 2011).

Nos textos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), citados por

Parmeggianni (1989), já se apontavam várias enfermidades relativas ao trabalho com a pesca,

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como bursites, tenossinovites, doenças do aparelho digestivo, tensão nervosa, excesso de

consumo de álcool e/ou fumo, provocando enfermidades respiratórias, sinusites, cáries

dentárias, dermatites originadas pelo contato com óleo diesel e perda de audição, provocada

pela exposição a níveis de ruídos excessivos. As diversas enfermidades apresentadas podem

ser relacionadas ao contexto de vida dessa classe de trabalhadores, onde uma parcela

significativa possui baixa escolaridade e não têm acesso às questões relacionadas à saúde em

função da própria dinâmica de trabalho no qual estão inseridos.

Estudos realizados junto à categoria revelam os mais variados tipos de adoecimento,

com influência negativa em sua vida econômica e social. Na região de Magé (RJ), Chaves &

Colaboradores (2003) realizaram avaliações em processos de trabalho e vida dos pescadores,

tendo mostrado casos de agravo à saúde, inclusive mortes, com doenças de veiculação hídrica

e de vetores além de transtornos mentais.

Pesquisa promovida por Rodrigues & Colaboradores (2001) apud Rosa & Mattos

(2010) indica que foram detectadas bactérias do gênero vibrio em feridas nos membros

inferiores de pescadores do município de Raposa (MA). Para os autores, as ocorrências

acidentárias se devem basicamente às questões econômicas e de total desamparo a que essa

categoria se encontra.

A alteração da qualidade da água não está somente ligada a aspectos estéticos, já que

a água aparentemente satisfatória pode estar contaminada, ou seja, conter micro-organismos

patogênicos e substâncias tóxicas para determinadas espécies, passíveis de serem

transmitidos: o que traduz o impacto fisiológico gerado (BRAGA, 2002).

Baptista Neto & Colaboradores (2008) mostram que várias doenças podem estar

associadas à água sejam em decorrência da sua contaminação por excretas humanas ou de

outros animais ou pela presença de substâncias químicas nocivas à saúde humana. A

Organização Mundial da Saúde (OMS) corrobora essa questão quando diz que 80% das

doenças nos países em desenvolvimento são ocasionadas pela contaminação da água.

De acordo com a Resolução CONAMA 274/2000 a saúde e o bem-estar humano

podem ser afetados pelas condições de balneabilidade. Sendo consideradas impróprias as

águas cujo valor obtido na última amostragem seja superior a 2500 coliformes fecais

(termotolerantes) ou 2000 E. coli ou 50 enterococos por 100 mililitros. Além disso, no

máximo 20% das coletas poderão ter valor acima de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros.

Entendendo que as águas poluídas e a exposição excessiva podem veicular diversas

doenças e que saúde pública de acordo com Winslow apud Dacach (1990), define-se dentre

outras, como a ciência e a arte de prevenir a doença, prolongar a vida e promover a saúde

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através de esforços organizados da comunidade no sentido de realizar o saneamento do meio e

o controle de doenças infecto-contagiosas; a pesquisa trará grande contribuição para a saúde

de pescadores do Município de São Gonçalo e adjacências.

O trabalho foca-se na qualidade de vida, entendendo que a assistência em saúde tem

um papel crucial nesse processo. Assim, acontece a relação entre qualidade de vida e cuidado

em saúde, no qual o agir das enfermeiras tem uma função essencial na promoção e prevenção

da saúde.

A pesquisa justifica-se pelo grande número de pescadores que se expõem a riscos de

acidentes traumáticos, durante suas atividades pesqueiras sem ao menos terem o acesso à

informação sobre tais riscos. Estes acidentes dependendo da gravidade podem gerar

comprometimento no processo de trabalho e redução na capacidade produtiva dos pescadores.

Dentre outras definições, a educação em saúde segundo Pereira (2003), pressupõe

uma combinação de oportunidades que favoreçam a manutenção da saúde e sua promoção,

não entendida somente como transmissão de conteúdos, mas também como a adoção de

práticas educativas que busquem a autonomia dos sujeitos na condução de sua vida, ou seja,

educação em saúde nada mais é que o pleno exercício de construção da cidadania. Acredita-se

que a enfermeira tem desempenhado um papel fundamental na educação em saúde, visto que

as ações educativas em saúde constituem-se em um dos instrumentos utilizados pela

enfermagem num contexto abrangente, cuja preocupação não se restringe ao corpo individual

mais ao controle de doenças no coletivo. Sendo assim, o estudo torna-se de grande valia para

o trabalhador pescador.

1.3 RELEVÂNCIA DA PESQUISA

A pesquisa possui pertinência social e cientifica uma vez que contribuiu para a

melhoria da saúde de pescadores do rio Maribondo e adjacências e aumento da capacidade da

enfermeira de intervir nas questões da vida e da saúde deste grupo populacional. Além disso,

ampliou a escassa bibliografia sobre a temática além da proposição de outros modos de pensar

a formação profissional da enfermeira e sua prática educativa em saúde.

É preciso estar consciente de que para as populações alcançarem níveis considerados

de QV é necessário ir além do atendimento formal e partir para o envolvimento com as

questões políticas e sociais, servindo como mediadora entre a população e o poder público.

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Dessa forma o profissional enfermeiro estará construindo parcerias, favorecendo mudanças e

fortalecendo princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.

O estudo da QV vem despertando interesse nos pesquisadores no campo da saúde,

pois se percebe que a forma de vida do sujeito está diretamente relacionada à sua saúde ou sua

doença. Todavia, qualidade de vida tem que ser entendida e analisada em seu contexto social,

que se desdobram nas condições ambientais, na biologia humana, na qualidade dos serviços

de saúde, que são componentes determinantes da saúde (TEIXEIRA, 2006; SABÓIA, 1997).

Acredita-se que o estudo em tela trará contribuições para área da saúde e da

enfermagem em particular, uma vez que, pretende revelar possibilidades de pesquisa e ação

educativa da enfermeira em outros contextos, para além dos muros do hospital e da academia.

Este estudo favorecerá ainda a criação de outras estratégias para subsidiar a clínica

do cuidado em enfermagem, numa perspectiva que amplia a atuação da enfermeira. Além

disso, favorecerá o desenvolvimento de ações no que se refere à prática de ensino e do

cuidado voltado para melhoria da QV, por meio da construção de propostas clínicas tendo em

vista o aspecto legal, técnico-científico e o impacto social da enfermagem na sociedade.

1.4 QUESTÕES DE PESQUISA

Quais são as características sócio-demográficas e clínicas de pescadores que vivem

na comunidade do entorno do rio Maribondo, RJ, Brasil?

Qual a Qualidade de Vida desse grupo populacional, segundo o Medical Outcomes

Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36)?

1.5 OBJETIVOS

1- Caracterizar aspectos sócio-demográficos e clínicos de pescadores de uma

comunidade do entorno do rio Maribondo, RJ, Brasil;

2- Descrever a qualidade de vida desses trabalhadores informais, tendo em vista o

Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36)?

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A PESCA E O TRABALHO INFORMAL

A pesca é o ato de capturar peixes ou outros animais aquáticos tais como crustáceos,

moluscos, equinodermes, entre outras, em rios, lagos ou mares com propósitos comerciais, de

subsistência, desportivos e outros (SAINSBURY, 1996). Trata-se de uma atividade antiga

que, tal como a caça e a agricultura, é praticada pelo homem desde a pré-história.

A pesca é classificada como comercial, artesanal e de subsistência. Sabendo-se que

os pescadores residentes do entorno do rio Maribondo realizam a pesca classificada como

artesanal, torna-se imprescindível compreender o funcionamento dessa prática pesqueira.

A pesca artesanal realiza-se única e exclusivamente pelo trabalho manual do

pescador.

A participação do pescador na pesca artesanal em todas as etapas do processo é total

ou quase total, onde é feito o lançamento, recolhimento e levantamento das redes ou outros

implementos. Os pescadores utilizam embarcações extremamente simples como botes ou

caiaques. A remuneração é feita pelo sistema tradicional de divisão da produção em “partes”,

sendo o produto destinado preponderantemente ao mercado. Da pesca retiram a maior parte

de sua renda, ainda que sazonalmente possam exercer atividades complementares (ROSA &

MATTOS, 2010).

Para o pescador artesanal, admite-se uma relação de informalidade com o trabalho.

Segundo Filgueiras, Druck e Amaral (2004) a condição informal é aquela em que o

trabalhador executa um trabalho que não é trocado por capital e não contribui diretamente

para aumentar o capital e/ou que não possui um vínculo de trabalho regulamentado.

Compreendem tanto atividades e formas de produção não tipicamente capitalistas - legais ou

ilegais - quanto relações de trabalho não registradas, mesmo que tipicamente capitalistas. As

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pessoas que se vêem incluídas nessa problemática são, geralmente, de menor escolaridade, de

baixa qualificação profissional, negros, jovens e mulheres (FAGUNDES, BARROS &

MENDONÇA apud OLIVEIRA & IRIART, 2008).

A escolaridade dos pescadores é baixa, segundo dados obtidos em um estudo

realizado por Rosa e Mattos (2010), ou seja, a maioria possui até o primeiro grau incompleto

63% e 12% são analfabetos. Os analfabetos estão distribuídos em todas as faixas etárias,

inclusive entre os mais jovens. Esse percentual ainda pode ser mais alto, visto que muitos dos

que assinam seu nome não sabem ler. Para eles, uma melhoria de vida está relacionada a uma

melhor educação, ou seja, um futuro melhor.

2.2 ATIVIDADE PESQUEIRA NA BAÍA DE GUANABARA

No Brasil, e mais especificamente na cidade do RJ, a geografia de grandes rios e

afluentes sempre favoreceu a pesca, além de um clima tropical propício que favorece a

biodiversidade, ou seja, uma ampla variedade de espécies de peixes disponíveis para pesca.

Apesar da alteração brusca na qualidade das águas da Baía de Guanabara nas últimas

décadas em decorrência de um incremento populacional e ocupações habitacionais irregulares

em suas margens e nas margens dos rios que desembocam na mesma, persiste a vida aquática.

Esse fato permite um numeroso contingente de pescadores envolvidos em atividades

pesqueiras na baía, entre 5.000 a 18.000 (IBAMA, 2002; ROSA & MATTOS, 2010).

A precariedade da legislação trabalhista específica para o setor pesqueiro estimula a

conivência entre o pescador e o armador no desrespeito à legislação, agravando a ausência da

cobertura assistencial e social aos pescadores. O pescador, assim, precisa usar de sua

criatividade para “driblar” a falta de recursos. Muitos aprendem a fazer suas próprias redes e

consertos em seus barcos (ROSA & MATTOS, 2010).

2.3 A POLUIÇÃO AQUÁTICA E OS MICRO-ORGANISMOS PATOGÊNICOS

VEICULADOS PELA ÁGUA CONTAMINADA

A água é considerada um bem essencial para as atividades humanas e indispensável à

sobrevivência do homem. Contudo, por ser o alimento mais consumido pela população, está

associada a grandes riscos à saúde pública (MARQUEZI, 2010). A alteração da qualidade da

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água não está somente ligada a aspectos estéticos, já que a água aparentemente satisfatória

pode estar contaminada, ou seja, conter micro-organismos patogênicos e substâncias tóxicas

para determinadas espécies, passíveis de serem transmitidos: o que traduz o impacto

fisiológico gerado (BRAGA, 2002).

O impacto ecológico em decorrência da poluição aquática pode produzir como

consequência, o desequilíbrio de todo um ecossistema. No Brasil atualmente uma das regiões

mais impactadas pela poluição ambiental é a região Sudeste. Batista Neto, Wallner-Kersanach

e Patchinelam (2008) apontam que do litoral brasileiro, a região sudeste é uma das mais

impactadas, já que mais de ¼ da população está concentrada nessa região.

O número de habitantes do entorno da Baía era de 10,2 milhões de pessoas, subindo

para cerca de 11 milhões em 2007, resultado da rápida urbanização e crescimento

populacional. Nos últimos 100 anos a área ao redor da Baía tem sido fortemente modificada

pelo desmatamento e incontrolável assentamento. Além da localização geográfica peculiar

(JABLONSKI, AZEVEDO e MOREIRA, 2006) a Baia de Guanabara recebe uma expressiva

quantidade de poluição de matéria orgânica e inorgânica de origem doméstica e do parque

industrial da região metropolitana e municípios adjacentes. Um estudo recente realizado na

porção sudoeste da Baía de Guanabara por Santos, Carreira e Knoppers (2008) ratifica a

acumulação recente de esgotos e de matéria orgânica fitoplanctônica como consequência do

processo de eutrofização do sistema citando a ação antrópica como indutora da alteração do

equilíbrio natural do sistema como um todo.

Batista Neto, Wallner-Kersanach e Patchinelam (2008) afirmam que várias doenças

podem estar associadas à água. A OMS corrobora essa questão quando diz que 80% das

doenças nos países em desenvolvimento são ocasionadas pela contaminação da água, sendo o

seu tratamento uma importante ferramenta contra essas doenças (MARQUEZI, 2010). Assim,

a disseminação de patógenos pela água ocorre através da contaminação desta com esgoto não

tratado ou tratado inadequadamente. Uma vez contaminada com fezes de humanos ou

animais, a água se torna um reservatório para diversos patógenos, especialmente aqueles que

causam doenças gastrointestinais, tais como cólera, shigelose e leptospirose, além de febre

tifóide, salmonelose, hepatite A, parasitoses, giardíase e amebíase (MARQUEZI, 2010).

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Quadro 1: Principais micro-organismos indicadores da qualidade da água e as doenças que causam

Bactérias Doenças

Enterobactérias Gastroenterite, diarreia (“diarreia do viajante”)

Pseudomonas aeruginosa Infecções oportunistas

Vibrio sp Cólera, gastroenterite, diarréia

Streptococcus (Enterococcus) Infecção piogênica

Clostridium sp Botulismo, gastroenterite

Salmonella Gastroenterite, febre tifóide, febres entéricas, septicemia Fonte: BAPTISTA NETO, WALLNER-KERSANACH & PATCHINELAM, 2008 2.4 DOENÇAS INFECCIOSAS CAUSADAS POR MICRO-ORGANISMOS

PATOGÊNICOS VEICULADOS PELA ÁGUA CONTAMINADA

2.4.1 Febre tifóide causada por Salmonella typhi

Doença infecciosa que se caracteriza por febre contínua, mal estar, manchas róseas

no tronco, tosse, prisão de ventre mais frequente do que diarreia, e comprometimento dos

tecidos linfóides. Devido à sobrevivência de Salmonella typhi na água do mar, os peixes e

moluscos tem papel importante na transmissão da febre tifóide. (COSTA, FERRAZ &

NUNES, 2004).

2.4.2 Diarreia causada por Escherichia coli

Cepas de Escherichia coli colonizam o trato gastrointestinal de seres humanos e

animais poucas horas após seu nascimento, e constituem o principal membro anaeróbico

facultativo da microbiota intestinal destes organismos (NATARO & KAPER, 1998 apud

MOURA, 2009). Apesar de seu papel como comensal, algumas cepas de E. coli são capazes

de causar uma grande variedade de doenças, devido à aquisição de fatores de virulência por

transferência horizontal (KAPER et al., 2004 apud MOURA, 2009). Dentre estas doenças a

diarreia é uma das principais, sendo as Escherichia coli diarreiogênicas (ECD) responsáveis

por inúmeros surtos de diarreias registradas (VILJANEN et al., 1990 apud MOURA, 2009).

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Atualmente são conhecidos 6 patotipos de ECD: E. coli enteroinvasora (EIEC), E.

coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli enteropatogênica (EPEC), subdividida em EPEC típica

e EPEC atípica, E. coli produtora de toxina de Shiga (STEC), e seu subgrupo E. coli

enterohemorrágica (EHEC); E. coli enteroagregativa (EAEC), e E. coli que adere difusamente

(DAEC). (NATARO & KAPER, 1998 apud MOURA, 2004).

2.4.3 Cólera causada por Vibrio cholerae

Doença intestinal bacteriana aguda que geralmente ocorre em surtos explosivos e

caracteriza-se por diarreia aquosa abundante, vômitos ocasionais, rápida desidratação. O

principal meio de propagação da cólera é a água e em casos de epidemia o monitoramente e

controle dos cursos de água superficiais (rios, lagos, represas, etc.) e águas subterrâneas

(poços, nascentes, etc.) devem ser aumentados (COSTA, FERRAZ & NUNES, 2004).

Os membros da família Vibrionaceae são habitantes naturais de ambientes marinhos

e estuários e muitos podem causar infecções em humanos que comumente apresentam

quadros clínicos como diarreia, septicemia, otites, infecções de pele e tecidos moles. As

infecções são, geralmente, adquiridas por consumo de alimento e água contaminada ou mais

raramente, por contaminação direta de feridas cutâneas ocorridas durante o contato com a

água do mar ou estuarinas (WEST & COLWELL, 1984).

As doenças gastrointestinais são mais comuns dentre as doenças por veiculação

hídrica, todavia estudos apontam para distintos mecanismos de ação de determinados micro-

organismos no organismo humano. Há cerca de décadas atrás foram reportados 121 casos de

infecção por vibrio em 4 estados dos Estados unidos (Alabama, Florida, Louisiana, and

Texas). Destes, as seguintes espécies foram identificadas: 34 V. parahaemolyticus, 30 V.

cholerae non-O1, 18 V. vulnificus, 9 V. hollisae, 7 V. alginolyticus e 7 V. fluvialis. Dos 121

casos, 14 pacientes tiveram septicemia primária; 71 pacientes, gastroenterite pela ingestão de

ostra contaminada; e 29 pacientes tiveram feridas infectadas (LEVINE & GRIFFIN, 1993).

Ainda segundo Levine e Griffin (1993), infecções cutâneas causadas por espécies de

Vibrio instalam-se após exposição a ambientes aquáticos, e as lesões começam com feridas

pequenas, às vezes já preexistentes, ou através de lacerações causadas por acidentes no local

de trabalho. Há descrições de casos de lesões sépticas superficiais, cujos pacientes foram

expostos ao ambiente marinho ou outras superfícies aquáticas, e dos quais foram isoladas

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várias espécies de Vibrio, constituindo mais um indício do possível papel patogênico desta

bactéria. Muitas destas lesões cutâneas apresentam infecções mistas, podendo-se esperar que

organismos ubíquos (Enterobacteriaceae) e comensais associados à pele (Staphylococcus e

Streptococcus) estejam presentes em qualquer ferimento, não importando o local de

contaminação (RODRIGUES et al., 2001).

2.5 LESÕES CUTÂNEAS: UM AGRAVO FREQUENTE ENTRE PESCADORES

A pele é o maior órgão do corpo e constantemente se adapta conforme necessidades

impostas pelo ambiente externo sendo, portanto, proteção contra o meio externo e importante

responsável pela manutenção da homeostase do meio interno (BRODERICK, 2009). Assume

funções como proteger as estruturas internas da ação de micro-organismos patogênicos,

termorregulação corporal, percepção, excreção, e secreção de várias substâncias capazes de

garantir a proteção bioquímica em sua superfície (FIGUEIREDO, 2003).

Segundo Brunner e Suddarth (2000) a pele é composta por três camadas: a epiderme,

a derme e o tecido subcutâneo, sendo a epiderme mais superficial em relação a derme e o

tecido subcutâneo. A epiderme possui uma série de camadas ou estratos, um dos estratos

denominado delgado estrato córneo, por exemplo, age de forma a proteger às células e os

tecidos subjacentes da desidratação e prevenir a entrada de certos agentes químicos, além de

permitir a evaporação de água a partir da pele e a absorção de certos medicamentos tópicos. A

derme, em contra partida, proporciona força tênsil, suporte mecânico e proteção aos

músculos, ossos e órgãos subjacentes. Contém principalmente colágeno, uma resistente

proteína fibrosa, tecido conjuntivo e poucas células (POTTER & PERRY, 2009).

O tecido subcutâneo ou hipoderme é um tecido principalmente adiposo, que

proporciona um acolchoamento entre as camadas da pele, músculos e ossos. Ele promove a

mobilidade da pele, delimita contornos do corpo e isola o corpo. O tecido adiposo e a

quantidade de tecido adiposo depositado são fatores importantes na regulação da temperatura

corporal (BRUNNER E SUDDARTH, 2000). Quando a pele é lesada, a epiderme atua de

modo a regenerar a superfície da ferida e restaurar a barreira contra organismos invasores,

enquanto a derme responde de modo a restaurar a integridade estrutural (colágeno) e as

propriedades físicas da pele (POTTER & PERRY, 2009).

Compreendendo melhor a função da pele é possível identificar que feridas cutâneas

impõem riscos à segurança do indivíduo e deflagram uma complexa resposta de cicatrização.

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Uma ferida é uma interrupção da integridade e da função de tecidos no corpo (Baharesani,

2004 apud Potter & Perry, 2009). Figueiredo (2003, p. 342), corrobora esta questão quando

diz:

A quebra da integridade da pele é conhecida como lesão e poderá ser desencadeada por hipóxia, desiquilíbrios nutricionais, distúrbios genéticos, reações imunológicas, agentes químicos, físicos e infecciosos, ou ainda por ação traumática mecânica (utilização de instrumentos adequados como lâminas de bisturi e tesouras), como é o caso da ferida.

Segundo Potter & Perry (2009), as feridas podem ser classificadas conforme início e

duração (tempo) em feridas agudas e feridas crônicas. As feridas agudas progridem através de

um processo reparativo, ordenado e oportuno, que resulta na restauração sustentada da

integridade anatômica e funcional, são usualmente fáceis de serem limpas e reparadas. São

geralmente feridas traumáticas, como cortes, abrasões, lacerações, queimaduras e outras. Em

geral cicatrizam sem complicações; a demora no processo cicatricial pode tornar a ferida

aguda em crônica (FIGUEIREDO, 2003).

As feridas crônicas, por sua vez, não progridem através de um processo ordenado e

oportuno para promover a integridade anatômica e funcional. São causadas por

comprometimento vascular, inflamação crônica ou insultos repetitivos ao tecido (Doughty &

Sparks-Defriese, 2007 apud Potter & Perry, 2009), a exposição contínua ao insulto impede a

cicatrização da ferida. Feridas crônicas são feridas complexas que usualmente não progridem

nas fases de cicatrização. Isso pode ser causado por fatores intrínsecos ou extrínsecos.

Todas as feridas crônicas começam de forma aguda. As feridas crônicas mais

comuns são as úlceras de membros inferiores. A Insuficiência Venosa Crônica é responsável

por 80% a 90% dos casos de úlceras de membros inferiores. Aproximadamente 2 a 3 milhões

de pessoas sofrem de feridas crônicas nos Estados Unidos. A cicatrização das feridas é um

processo dinâmico para restaurar estruturas celulares e lesões teciduais (BRODERICK, 2009).

2.6 QUALIDADE DE VIDA

O conceito de Qualidade de Vida (QV) mais conhecido e utilizado foi definido pela

OMS, sendo “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e

sistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações”. Essa definição vai abranger seis domínios, sendo estes a cerca da saúde física,

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estado psicológico, níveis de independência, relacionamento social, características ambientais

e padrão espiritual (INOUYE et al, 2010).

Historicamente, a expressão QV tem raízes tanto na cultura oriental, quanto na

ocidental. Aparece na antiga filosofia chinesa relacionada a arte, literatura, filosofia, medicina

tradicional, Yin e Yang representados pelas forças positivas e negativas. Esta expressão

começou a ser utilizada nos Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial, para descrever

aquisição de bens materiais (KAWAKAME & MIYADAHIRA, 2005). Desta forma, os

conceitos iniciais de qualidade de vida confundiam-se com objetos de consumo e poder, tais

como: casa, carro, dinheiro, viagens, dentre outros. Após um longo período de tempo que a

qualidade de vida passou a mensurar os âmbitos da saúde e da educação.

Na década de 1960, nos Estados Unidos surgiram movimentos sociais e iniciativas

políticas, cuja finalidade era melhorar a vida de todos os cidadãos, minimizando as

desigualdades sociais. No ano de 1964 o presidente Lyndon Johnson declarou que os

objetivos não deveriam mensurar o balanço bancário, mas sim a qualidade de vida

proporcionada a população (PASCHOAL, 2002).

Alguns pesquisadores concordam que as características que abrangem a QV são: (1)

multidimensional ligado ao fato de que a vida envolve múltiplas dimensões, tais como a

social, mental, material, física, cultural, econômica, dentre outras; (2) dinâmica, atribuída à

sua característica inconstante no tempo e espaço; (3) subjetiva, determinada pela importância

e percepção do significado individual conferido às experiências inter e intra individuais

(INOUYE et al, 2010).

Segundo Paschoal (2002), o conceito passou a significar desenvolvimento social,

expresso em boas condições de saúde, moradia, educação, transporte, lazer, trabalho e

crescimento pessoal. Os indicadores também se ampliaram, passando a incluir a mortalidade

infantil, esperança de vida, taxa de evasão escolar, nível de escolaridade, taxa de violência

(suicídios, homicídios, acidentes), saneamento básico, nível de poluição, condições de

moradia e trabalho, qualidade de transporte e lazer, dentre outros (TAMAI, 2010).

Embora todos esses indicadores sejam importantes, eles não são suficientes para

realizar essa mensuração. Passou-se então a valorizar a opinião individual de cada pessoa

sobre sua vida. Paschoal (2002) afirma esse novo conceito integrante da QV como sendo a

qualidade de vida subjetiva. Minayo e colaboradores (2000) completam afirmando que se

trata de uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada do grau de satisfação.

Desta forma, o conceito que antes envolvia basicamente aspectos objetivos como

fator ambiental, social, nível socioeconômico e educacional, passou a envolver também

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aspectos subjetivos a respeito da satisfação pessoal relacionada aos aspectos objetivos.

Entretanto, isso irá depender dos planos, expectativas e objetivos de cada indivíduo, pois o

que poderá ser uma vida de qualidade para uma determinada pessoa ou grupo pode não

atender às expectativas de outro indivíduo.

Ao utilizar o termo QV, há necessidade de avaliar como se vive e o contexto em que

acontece esse viver do indivíduo, permeado pelos significados atribuídos coletivamente no

tempo e no espaço à qualidade de vida (PADILHA, SOUZA, 1999).

Compreende-se que este conceito é um constructo multifacetado, que irá integrar

comportamento e capacidade cognitiva, o bem estar emocional e o físico (MEERBERG1

______________ 1 Fonte: MEERBERG, G. A. Quality of life: a concept analiysis. Journal of Advanced Nursing, p. 32-38, 1993.

,

1993 apud PADILHA, SOUZA, 1999). Na QV há a percepção humana que abarca diversos

significados e serão influenciados constantemente por múltiplos fatores. Segundo Spirduso

(2005), os fatores que afetam na QV são os fatores cognitivos, emocionais, condição

financeira, trabalho, moradia, atividade física, saúde, alimentação, social e recreativo.

No campo da saúde, o interesse pelo conceito de QV é recente e inicia-se

concomitante as mudanças dos novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as

práticas do setor nas últimas décadas, os determinantes e condicionantes do processo saúde-

doença. Em conjunto a essas mudanças, a melhoria da QV passou a ser um dos resultados

esperados, seja na prática assistencial ou nas políticas públicas (SEIDL, ZANNON, 2004).

Trata-se de uma meta a ser alcançada pelos profissionais, no qual não se busca só a cura,

reabilitação ou prolongamento da morte. Não é apenas viver, mas sim viver bem, dignamente.

Segundo Panzini et al. (2007):

A introdução do conceito de qualidade de vida (QV) como medida de desfecho em saúde surgiu a partir da década de 1970, no contexto do progresso da medicina. Este trouxe um prolongamento na expectativa de vida, na medida em que doenças anteriormente letais (por exemplo, infecções) passaram a ser curáveis ou a ter, pelo menos, controle dos sintomas ou retardo do seu curso natural.

A QV passa para o âmbito da saúde quando considera que a doença e as intervenções

dos profissionais influenciam a quantidade e a qualidade da vida desse indivíduo. Os aspectos

subjetivos são importantes e essenciais porque a ideia de satisfação pessoal é intrínseca, a QV

é individual e só pode ser avaliada pela própria pessoa (MICHELONE, SANTOS, 2004).

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A OMS estabelece o conceito de saúde como “um estado de completo bem-estar

físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade” (OMS2

______________ 2 Fonte: Organização Mundial de Saúde. Constituição. New York: OMS, 1946.

, 1946 apud

PANZINI et al, 2007). A Constituição Federal de 1988, em seu art. 196, dispõe que saúde é

direito de todos e dever do Estado, sendo garantida através de políticas sociais e econômicas

que visem à redução do risco de doenças e de demais agravos e ao acesso universal e

igualitário para ações de promoção, proteção e recuperação.

O novo conceito de saúde impõe uma visão que a identifica com bem-estar e

qualidade de vida, e não somente a ausência de doenças. Nessa concepção a saúde deixa de

ser estática e passa a ser dinâmica. Assim, alcançar saúde engloba além de evitar doenças e

prolongar a expectativa de vida, inclui meios que aumentem a qualidade dessa vida. Neste

âmbito se a saúde esta relacionada com a qualidade de vida, e a saúde é um dever do Estado,

presumi-se que a qualidade de vida terá um importante enfoque do Estado, já que as

implicações da QV alterariam o estado de saúde do indivíduo.

As condições de vida e saúde têm melhorado de forma contínua e sustentada na

maioria dos países, devido ao progresso político, econômico, social, ambiental e aos avanços

na saúde pública e na medicina. Entretanto, mesmo que essa melhoria seja inquestionável,

também o é a permanência das profundas desigualdades nas condições de vida e saúde entre

os países e dentro deles (BUSS, 2000).

Compreende-se que a saúde tem uma relação direta com a QV, que esta interligada

aos direitos de cidadania. Várias doenças estão associadas às condições de vida, tal como:

trabalho pesado, moradia insalubre, desnutrição, dentre outros (SABÓIA, 1997). Esta

realidade que envolve parte da população afasta a possibilidade de se ter uma QV satisfatória

e a ausência de doenças.

O que se observa é que em países como o Brasil, há uma péssima distribuição de

renda, analfabetismo, baixo grau de escolaridade e condições precárias de moradia, tendo um

importante papel nas condições de vida e saúde (BUSS, 2000). Nessa relação entre a saúde e

condições de QV, identifica-se o desenvolvimento da promoção da saúde como campo

conceitual e de prática, buscando explicações e respostas para estas questões (BUSS, 2000).

Vale ressaltar que o número de pesquisas sobre o tema vem em crescimento desde a

década de 1970 pela utilização dos resultados obtidos na QV relacionada à saúde, não só para

descrever o fenômeno saúde/doença, mas também para ajudar os clínicos e gestores em saúde

a mais bem avaliarem o impacto das terapêuticas e políticas de saúde (AGUIAR et al., 2008).

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Pode-se dizer que QV é uma das mais interdisciplinares terminologias, pois abrange

vários contextos de pesquisa, servindo como elo de diversas profissões (MICHELONE,

SANTOS, 2004).

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3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, do tipo exploratório, com

enfoque sócio-demográfico e de saúde realizado com 35 pescadores.

A opção pelo método e técnica de pesquisas depende da natureza do problema que

preocupa o investigador, ou do objeto que se deseja conhecer ou estudar. A pesquisa deve se

preocupar com a generalização, isto é, devem-se buscar conclusões que possam ser

generalizadas além dos limites restritos da pesquisa. Além disso, deve ser possível a outro

pesquisador, utilizando os mesmos procedimentos, verificar a validade dos resultados

encontrados (TEIXEIRA, 2008).

Quanto à metodologia dos estudos quantitativos, a principal preocupação é

proporcionar, através do bom delineamento, as respostas mais exatas, imparciais e

interpretáveis possíveis para a questão de pesquisa e propiciar resultados replicáveis (POLIT

et al, 2004).

A pesquisa quantitativa envolve a coleta sistemática de informação numérica,

normalmente mediante condições de muito controle, além da análise dessa informação,

utilizando procedimentos estatísticos. Esta pesquisa utiliza descrição matemática como uma

linguagem, ou seja, a linguagem matemática é utilizada para descrever as causas de um

fenômeno, as relações entre as variáveis (TEIXEIRA, 2008).

A descrição quantitativa envolve a predominância, a incidência, o tamanho e os

atributos mensuráveis de um fenômeno (POLIT et al, 2004).

Com relação ao tipo exploratório, é um a pesquisa que permite uma maior

familiaridade entre o pesquisador e o tema pesquisado. Tem por objetivo conhecer a variável

de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela se insere.

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Uma pesquisa do tipo exploratória é exatamente o que a situação anterior sugere. O

objetivo de uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda pouco

conhecido, pouco explorado. Ao final de uma pesquisa exploratória, você conhecerá mais

sobre aquele assunto, e estará apto a construir hipóteses. Como qualquer exploração, a

pesquisa exploratória depende da intuição do explorador (neste caso, da intuição do

pesquisador). Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes

no problema pesquisado (GIL, 2008).

A realização de um estudo exploratório pode ser aparentemente simples, entretanto,

não elimina o cuidadoso tratamento científico que todo investigador deve ter nos trabalhos de

pesquisa. Esse tipo de investigação, não exime a revisão de literatura, as entrevistas, o

emprego de questionários etc., tudo dentro dos critérios exigidos para a elaboração de um

trabalho científico. (TRIVIÑOS, 1992).

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO

A pesquisa foi realizada na comunidade Cassinú localizada no entorno do Rio

Maribondo – SG, próximo à Baía de Guanabara, RJ, Brasil, onde existe uma colônia de

pescadores.

Nas últimas décadas, devido à grande produção de pescado na região, surgiram as

primeiras colônias de pesca e entrepostos, onde o produto da pesca, geralmente, é vendido por

meio de leilões. Atualmente a atividade pesqueira desenvolvida na Baía de Guanabara é

voltada para o mercado interno.

Foram vários povoados e núcleos pesqueiros que deram origem as colônias de Itaipu

(Z-07), Jurujuba, Ilha da Conceição, Gradim (Z-08), Itaóca, Mauá (Z-09), Ilha de Paquetá,

Ilha do Governador (Z-10), Ramos (Z-11), Caju (Z-12) e Copacabana (Z-13), além das

associações de pesca (cerca de 20).

Na região onde foi desenvolvido a pesquisa se estabelece a colônia (Z-08) no

Gradim-SG, um dos bairros cortados pelo rio Maribondo. No município de São Gonçalo

encontra-se as Associações do Gradim (APELGA) (foto 1, p. 36), próxima a colônia (Z-08)

no Gradim, além da Associação da Praia das Pedrinhas e Associação da Praia da Luz. (ROSA,

2005).

Os pescadores residem atualmente em casas construídas desordenadamente ás

margens do rio Maribondo, sem saneamento básico, assistência á saúde e educação com

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escolas de difícil acesso para as crianças. Esses trabalhadores desenvolvem atividades

pesqueiras de forma informal, onde confeccionam os instrumentos para o uso da pesca

manualmente, como redes utilizadas para captura de peixes.

O contexto de vida dos pescadores e a informalidade do seu trabalho evidenciam o

descaso das autoridades em relação à saúde, moradia, saneamento básico, educação de uma

sociedade opressora com determinados grupos populacionais considerados invisíveis.

Foto 1: Associação de pescadores do Gradim- São Gonçalo, RJ

Fonte: Foto tirada pela própria autora na Comunidade Cassinú localizada no entorno do Rio Maribondo – SG.

3.3 SUJEITOS DO ESTUDO

Os sujeitos do estudo foram 35 pescadores artesanais da Baía de Guanabara que

residem no entorno do rio Maribondo que, voluntariamente, concordaram em participar da

pesquisa e não apresentaram dificuldades na compreensão dos instrumentos utilizados para a

coleta de dados, após preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido.

Os pescadores foram entrevistados no próprio local de trabalho, ou seja, nas praias,

próximas dos manguezais e canais da região e nos locais de venda do pescado.

Os pescadores residentes nas proximidades do rio Maribondo, situado próximo ao

Bairro chamado Gradim, pertencem a uma faixa etária diversificada. A grande maioria possui

suas residências construídas literalmente à margem do rio Maribondo, o que favorece o

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contato dos pescadores não só com a água contaminada, mas também intensa exposição ao

sol.

Foram traçados os Critérios de Inclusão: homens entre 18 e 70 anos que estavam

inscritos na Associação de Pescadores Livres do Gradim (APELGA), exerciam atividades

pesqueiras na Baía de Guanabara, apresentando ou não feridas cutâneas produzidas e

contaminadas no exercício desta função, que residiam nas comunidades do entorno do rio

Maribondo, São Gonçalo, RJ, Brasil e que aceitaram participar da pesquisa assinando o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Critérios de Exclusão: Foram excluídos os

pescadores que exerciam outras atividades de trabalho formal remuneradas como renda

primária.

3.4 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o tema por meio de

artigos, livros, teses, e sites. Em seguida foram realizadas visitas ao local para observação e

investigação deste trabalho informal, dos fatores de risco de acidentes e doenças, condições de

moradia e contatos com líderes das associações de pescadores da região.

Foi realizado contato com APELGA para identificação do número total de inscritos

nessa associação, que estima-se ser em torno de 600 pescadores. A partir da visita ao local, foi

estabelecida uma amostra de 50 pescadores que residem na colônia de pescadores do Gradim

ou em outro ponto no entorno do rio Maribondo e que desenvolvam suas atividades

pesqueiras na Baía de Guanabara. Entretanto, apenas 35 sujeitos que atendiam aos critérios de

inclusão se dispuseram a participar.

Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: o Medical Outcomes

Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) (Anexo I, p. 79) que é um questionário

genérico de fácil administração e compreensão, já validado no Brasil. Trata-se de um

questionário multidimensional composto por 36 itens, englobados em 8 domínios: capacidade

funcional (10 itens), aspectos físicos (4 itens), dor (2 itens), estado geral da saúde (5 itens),

vitalidade (4 itens), aspectos sociais (2 itens), aspectos emocionais (3 itens) e saúde mental (5

itens), além de mais uma questão comparativa entre as condições de saúde atual e a de um ano

atrás. Avalia tanto os aspectos negativos da saúde (doença ou enfermidade), como os aspectos

positivos (bem-estar),por meio de escores pré-estabelecidos (CICONELLI, 1997).

Foi também utilizado para a coleta de dados um formulário elaborado pelas

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pesquisadoras com aspectos sócio-demográficos e clínicos (Apêndice I, p. 74) do tipo semi-

aberto, contendo variáveis tais como sexo, cor, idade, escolaridade (em anos de estudo), renda

mensal estimada (em reais), tempo de profissão, duração da jornada de trabalho (horas/dia),

exercício de atividade laboral anterior, situação previdenciária e descrição da atividade

desenvolvida.

3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise dos dados quantitativos do formulário com aspectos sócio-demográficos e

clínicos ocorreu por intermédio do programa Windows Excel e aplicativo SPSS versão 2.0,

com aplicação de tabelas e gráficos que auxiliaram as análises estatísticas e descritivas dos

dados, possibilitou a identificação de aspectos relevantes sobre as condições de trabalho,

saúde e vida deste grupo populacional, geradoras de riscos e agravos. Tal análise contou com

a ajuda de um bioestatístico e favoreceu um maior entendimento da atividade pesqueira

artesanal desenvolvida na Baía de Guanabara, possibilitando por meio dos instrumentos

aplicados, traçarmos um perfil desses trabalhadores.

No questionário SF-36 foram calculados os escores, cada um dos seus domínios foi

analisado, onde se traçou um índice de variação mínima. Em todos os domínios analisou-se as

variações. Em seguida, calculou-se a média, o desvio padrão e a concordância entre os

valores. Os escores obtidos foram lançados em uma planilha eletrônica por meio do programa

Excel e repassados para uma escala, onde obtivemos os resultados.

3.6 ASPECTOS ÉTICOS

Existem três importantes princípios que baseiam os padrões de conduta ética na

pesquisa: a beneficência, o respeito pela dignidade humana e a justiça. O princípio da

beneficência é o de acima de tudo não causar danos aos participantes. O princípio do respeito

pela dignidade humana inclui à autodeterminação e o direito à revelação total. Por fim, o

princípio da justiça inclui o direito dos participantes ao tratamento justo e à privacidade

(POLIT et al, 2004).

Este estudo esta pautado nos princípios éticos de beneficência, respeito pela

dignidade humana e justiça, assegurando que não haja nenhum tipo de dano aos participantes.

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A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Antônio

Pedro (UFF) (Anexo II, p. 82) conforme estabelecido pela Resolução 196/96, reiterada pela

466/12 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta as pesquisas envolvendo seres

humanos, sendo aprovado sobre o nº 06918912500005243.

Todos os participantes da pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e

esclarecido (Apêndice II, p. 77), para participarem voluntariamente da pesquisa. Vale ressaltar

que a pesquisa foi explicada aos sujeitos e foram garantidos o sigilo, o anonimato e a

privacidade dos resultados obtidos.

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4 RESULTADOS

Foram entrevistados 35 homens. Notou-se uma prevalência do gênero masculino na

atividade pesqueira da região. Provavelmente pelo esforço físico exigido na captura e

remoção do pescado das embarcações.

Gráfico 1: Distribuição dos pescadores segundo a variável idade (N=35)

• Foram entrevistados 35 pescadores com idade entre 20 e 70 anos. Segundo o

gráfico 1, contudo, o maior número de entrevistados possui entre 40 e 55 anos, sendo a média

de idade 46, 4 e a mediana 47, conforme (tabela 1, p.41).

• O número reduzido de pescadores mais jovens pode ser atribuído a maior

possibilidade de estarem engajados em outras atividades laborais.

• Outro fato importante a ser ressaltado é a presença de pescadores idosos.

Provavelmente para complementarem a renda da aposentadoria, permanecem em pleno

exercício. Os pescadores idosos precisam fazer um esforço extra, pois apesar das alterações

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fisiológicas em decorrência do envelhecimento, precisam tentar manter o mesmo ritmo de

trabalho dos mais jovens.

Tabela 1: Distribuição dos pescadores segundo idade, filhos e dependentes

Idade Filhos Dependentes N 35 35 35 Mínimo 24 0 1 Máximo 68 7 6 Mediana 47 2 3 Média 46,4 2,3 3,4 Desvio padrão 11,1 1,7 1,5

• A tabela1 apresenta a variável idade, número de filhos e número de dependentes,

segundo mínimo, máximo, mediana, média e desvio padrão.

• É possível perceber que a média de filhos dos pescadores é de 2,3, um número

baixo considerando a realidade da comunidade local, onde se observam famílias com um

número maior de filhos.

• Vale ressaltar que há pescadores com elevado número de dependentes (6),

recebendo uma renda mensal de cerca de dois salários mínimos (gráfico 10, p. 48), o que nos

leva a refletir sobre a real condição de vida do pescador e sua família.

Gráfico 2: Distribuição proporcional dos pescadores segundo naturalidade (N=35)

• No gráfico 2 observa-se que 88,6% dos entrevistados nasceram no Rio de Janeiro,

entretanto, alguns vieram de outros estados. Tal fato justifica-se, provavelmente, porque

houve um período em que a pesca artesanal era lucrativa, o que favoreceu a instalação de

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comunidades no entorno da Baía e mantêm-se neste ambiente porque não possuem

alternativas. Atualmente isso não acontece em virtude das transformações ambientais e

econômicas dos últimos anos.

Gráfico 3: Distribuição proporcional dos pescadores segundo cor de pele (N=35)

• Dos 35 pescadores 51,4% são pardos, 40% brancos e 8,6% negros. A pele mais

clara recebe com mais intensidade os efeitos da radiação solar.

Apesar de o pescador estar durante parte da jornada de trabalho sob exposição direta

ao sol, poucos utilizam protetor solar.

Gráfico 4: Distribuição dos pescadores segundo uso de protetor solar (N=35)

Não utilizam;

77,1

Utilizam de vez em quando;

22,9

Distribuição dos pescadores segundo uso de protetor solar (N = 35)

• Conforme descrito no gráfico 4 , 77,1% dos pescadores não utiliza protetor solar e

dos 22,9 que utilizam, utiliza parcialmente.

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No gráfico 5 são apontados diversos motivos para a não utilização do protetor solar.

Dos 31 pescadores que não utilizam protetor solar, muitos não percebem a importância

(67,7%), acreditam que os anos de exposição de alguma forma os protege de futuros

problemas na pele. Alguns não usam por esquecimento (16,1%), lembram-se quando já

saíram de casa. Outros afirmam que por trabalharem a maior parte do tempo à noite (6,5%),

não estarem acostumados (3,2%) e pelo alto preço do produto (6,5%), que está muito acima

do que poderiam pagar com a renda que ganham com a pesca.

Gráfico 5: Distribuição dos pescadores segundo principais motivos para não utilização de

protetor solar (N=31)

67,7

16,16,5 6,5 3,2

0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0

100,0

Não vêimportância

Esquecimento Alto preço doproduto

Trabalho maiorparte no tempo à

noite

Não tem ocostume

Distribuição dos pescadores segundo principais motivos para não utilização de protetor solar (N = 31)

Tabela 2: Distribuição dos pescadores segundo estado civil (N = 35) Frequência % Casado 18 51,4 Solteiro 14 40,0 Divorciado 3 8,6

Total 35 100

• A tabela 2 revela um percentual significativo de pescadores solteiros. Muitos

optam por estar solteiros, provavelmente, pela liberdade que lhes é intrínseca e pela baixa

renda salarial. A autonomia que lhes é dada por meio da pesca pode estar refletindo na vida

pessoal, de forma que muitos pescadores optam por permanecerem solteiros. Além disso, a

baixa renda dificulta ou quase que torna inviável a manutenção de uma família, mesmo para

aqueles que desejam.

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Gráfico 6: Distribuição proporcional dos pescadores segundo tipo de residência (N=35)

• Os pescadores em sua grande maioria moram em casa própria (82,9%) à margem

da Baía de Guanabara. O que facilita o acesso ao local de trabalho e isenta o pescador de

custos com transporte para o trabalho. Percebe-se que a construção das casas da colônia deu-

se de forma desordenada sem um planejamento prévio. As casas são simples, inacabadas. É

difícil o alcance de água encanada nas casas mais próximas à margem, há falta de saneamento

básico. Os fundos do quintal de algumas casas são uma espécie de continuidade com a Baía.

Assim, muitos pescadores deixam seus barcos (foto 2, p.45) no próprio quintal e ali mesmo

preparam os materiais que utilizam na pescaria, como redes (foto 3, p.44 ) , isopores e outros

apetrechos.

Foto 2: Dois barcos no quintal de um dos pescadores

Fonte: Foto tirada pela própria autora na Comunidade

Cassinú localizada no entorno do Rio Maribondo – SG.

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Foto 2: Pescador no período da manhã preparando a rede que irá utilizar à tarde na pesca

Fonte: Foto tirada pela própria autora na Comunidade

Cassinú localizada no entorno do Rio Maribondo – SG.

Gráfico 7: Distribuição proporcional dos pescadores segundo religião (N=35)

• Dos 35 pescadores entrevistados, 54,3% dizem ser católicos e 25, 7% dizem não

ter religião. O que nos chama a atenção, visto que em nossa sociedade há um apego/vínculo

extremamente forte das pessoas com diversas religiões.

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Talvez a precária condição de vida e a falta de esperança em possível mudança possa

ser o fator primordial a afastar qualquer possibilidade de vínculo do pescador com a religião.

Alguns pescadores quando questionados sobre planos para o futuro demonstram total

desesperança.

Gráfico 8: Distribuição proporcional dos pescadores segundo principais responsáveis pelo

ensino da atividade pesqueira (N=35)

31,4

2,9

2,9

2,9

2,9

2,9

2,9

2,9

5,7

2,9

22,9

2,9

2,9

11,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0

PaiPai e amigo

Pai e avôPai e tio

Pai, avô e tioAvôTio

PadrastoIrmão

CunhadoAmigo

VizinhoPatrão

Influências diversas do meio

Distribuição proporcional dos pescadores segundo principais responsáveis pelo ensino da atividade pesqueira (N = 35)

• O gráfico 8 mostra que a maior parte dos pescadores aprendeu a profissão com o

pai (31,4%).

De fato, a pesca em diversos outros cenários tem se revelado uma profissão que

passa de pai para filho. Os filhos iniciaram os primeiros passos na pesca ainda na infância e

quando adolescentes alguns relatam que deixavam de ir à escola algumas vezes para ajudar o

pai na pesca e assim ganhar um trocado. Mas parece que para a nova geração as coisas serão

diferentes. Quase 100% dos entrevistados afirmam que não deseja que os filhos sigam a

mesma profissão.

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Gráfico 9: Distribuição proporcional dos pescadores segundo escolaridade (N=35)

• A escolaridade dos pescadores é baixa, a maioria possui até o Ensino

Fundamental 1 completo, estudaram até a antiga 4ª série, hoje o 5º ano.

A baixa escolaridade além de reduzir a possibilidade de trabalho com carteira

assinada aumenta as chances de desconhecimento sobre o cuidado em saúde e doenças

veiculadas pela água contaminada. Além de dificultar a articulação dessa classe de

trabalhadores para luta por melhorias nas condições de trabalho e saúde. Assim se vêem

“obrigados” a assumirem uma postura de submissão, se adequando a realidade de vida na qual

estão inseridos.

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Gráfico 10: Distribuição proporcional dos pescadores segundo renda, por salário mínimo

(N=35)

14,3

17,1

42,9

11,4

5,7

2,9

2,9

2,9

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0

Menos que 1 SM

1 SM

Entre 1 e 2 SM

2 SM

Entre 2 e 3 SM

Entre 3 e 4 SM

4 SM

4 ou mais SM

Distribuição proporcional dos pescadores segundo renda, por salário mínimo (N = 35)

• Considerando o valor do salário mínimo atual de R$ 724,00, conforme o Guia

Trabalhista (2014)3

• Apenas 25,8% dos pescadores entrevistados recebem renda mensal superior a dois

salários mínimos (R$ 1.448,00), em uma realidade média de 3,4 dependentes. O que

deixa evidente a difícil situação financeira que vivenciam.

; 42,9% dos pescadores tem uma renda mensal entre um e dois

salários mínimos (R$ 724,00 – R$ 1.448,00).

Gráfico 11 : Distribuição dos pescadores que trabalham ou já trabalharam em outras áreas

(N=35)

______________ 3 Fonte: Disponível em http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_minimo.htm. Acesso em: 01/05/2013

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49

• Dos 35 pescadores 82,9% trabalham ou já trabalharam em outras áreas.

Provavelmente na tentativa de complementar a baixa renda que a pesca tem fornecido nos

últimos anos.

• Dentre as atividades já realizadas por eles destacam-se auxiliar de estaleiro

(14,3%), seguido de comércio, ajudante de pedreiro, operário da fábrica de sardinha com

8,6% e motorista, pedreiro, porteiro, eletricista, serviços gerais com 5,7% (gráfico 12, p. 49).

Gráfico 12: Distribuição dos pescadores segundo principais atividades realizadas para

complementação de renda

Tabela 3: Distribuição dos pescadores segundo tempo de profissão e horas de trabalho tempo de profissão horas de trabalho N 35 35 Mínimo 2 7 Máximo 40 15 Mediana 25 12 Média 21,5 11,8 Desvio padrão 10,2 1,7

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• A tabela 3 apresenta o tempo de profissão e jornada de trabalho dos pescadores.

Em relação ao tempo de profissão há uma média de 21,5 anos sendo o mínimo de dois anos e

o máximo de 40 anos.

• Em relação à jornada de trabalho há uma média de 11,8h sendo o mínimo de 7

horas e o máximo de 15 horas.

Durante a aplicação dos questionários, muitos pescadores disseram que saem para

pescar a tarde e só retornam ao amanhecer para a venda do pescado. Quando terminam o

período de venda, caso necessário, utilizam o período da manhã também para consertos de

equipamentos e preparação do material para a próxima pesca. Por ficar um longo período em

alto mar, os pescadores estão sujeitos a acidentes por alterações climáticas inesperadas,

temporal. Como já pescam há anos, e, portanto, têm muita experiência no que fazem, alguns

pescadores saem para pescar sozinhos, sem ajudantes, ao contrário da maioria. Isso aumenta

ainda mais o risco de acidentes por eventuais contratempos.

Quando questionados sobre o perigo da profissão e a segurança das embarcações, a

maioria associou às questões climáticas e ao risco de colisão com embarcações maiores à

noite.

Gráfico 13: Distribuição dos pescadores segundo principais tipos de pescado

68,6

37,1

31,4

25,7

20,0

8,6

8,6

2,9

2,9

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0

Tainha

Camarão

Corvina

Sardinha

Anchova

Bagre

SiriPescadinh

oLula

Distribuição dos pescadores segundo principais tipos de pescado

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• Os pescadores entrevistados dentre as diversas espécies de pescado que capturam

com maior frequência destacaram a Tainha (68, 6%), Camarão (37,1%), Corvina (31,4%),

Sardinha (25,7%) e Anchova (20%).

Apesar do declínio no número de pescado disponível, em função do intenso despejo

de lixo doméstico e dos efluentes industriais, a Baía de Guanabara persiste apresentando uma

grande diversidade de espécies faunísticas.

Gráfico 14: Distribuição dos pescadores segundo principais pontos de venda

• Segundo o gráfico 14 o principal ponto de venda do pescado pelos pescadores da

colônia se dá por meio de um atravessador.

• Os pescadores ganham por dia de trabalho dependendo da quantidade e do tipo de

pescado. Quando chegam da pesca, o que foi pescado é disposto em caixas para o início do

leilão (fotos 4, 5 e 6, p. 52). Os atravessadores estipulam um preço bem abaixo do encontrado

nos mercados. Como não têm como realizar o transporte e o armazenamento da mercadoria

para conseguirem a venda por um melhor preço nos grandes mercados, os pescadores se

submetem ao preço ofertado pelos atravessadores. Assim, o pescado é vendido por um preço

muito aquém do que os atravessadores vendem para os mercados e feiras livres.

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Foto 4: Pier por onde chega o pescado Foto 5: Pescado disposto em caixas para o leilão

Fonte: Foto tirada pela própria autora na Comunidade Cassinú localizada no entorno do Rio Maribondo –

SG.

Foto 6 : Fim de mais um dia de leilão

Fonte: Foto tirada pela própria autora na Comunidade Cassinú localizada

no entorno do Rio Maribondo – SG.

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Gráfico 15: Distribuição dos pescadores segundo uso de EPI (N=35)

• Dos 35 pescadores entrevistados quando questionados sobre a utilização de

Equipamento de Proteção Individual (EPI), desconheciam o significado das siglas. Depois de

explicado, 28,6 % disseram não utilizar e os 71,4% restantes disseram utilizar, mas de forma

parcial.

• Os EPI’s, de acordo com os relatos não são utilizados com frequência. Um dos

pescadores afirmou que o uso de luvas de borracha, por exemplo, atrapalha a sensibilidade no

contato com o peixe.

• Poucos costumam ter coletes, sinalizadores ou outros equipamentos que possam

auxiliar nos casos de emergência.

• Os principais EPI’s utilizados segundo as informações obtidas são as botas

(54,3%), o macacão de oleado (34,3%) e luvas de borracha (28,6%), conforme (gráfico 16, p.

54).

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Gráfico 16: Distribuição dos pescadores segundo principais EPI’s utilizados

Gráfico 17: Distribuição dos pescadores segundo momentos destacados onde entram em

contato com a água

• Dos 35 pescadores 85,7 % dizem entrar em contato com a água durante toda a

pesca.

• Alguns barcos ficam atracados no rio Maribondo. Em dias de maré baixa, alguns

pescadores precisam entrar no rio com a água até o nível do joelho para empurrarem essa

pequena embarcação até um nível em que seja possível remar. Assim, quando não estão

utilizando EPI’s podem sofrer lesões, pois no rio há intenso despejo de lixo doméstico,

inclusive, garrafas de vidro e outros materiais perfuro cortantes como latas de alumínio.

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• É sabido que o contato com a água contaminada pode trazer prejuízos à saúde dos

pescadores.

Gráfico 18: Distribuição dos pescadores segundo existência de caso de ferimento durante a

atividade pesqueira (N=35)

• Como já era esperado, os casos de ferimento entre os pescadores são muito

comuns. Dos 35 entrevistados 91,4% afirma já ter sofrido algum ferimento durante a atividade

pesqueira nos anos de profissão.

• Há casos de ferimentos mais simples com o próprio anzol e facas (foto 6, p. 56),

mas há casos de ferimentos graves, como por exemplo, um pescador que se feriu com

estrutura do peixe Bagre e ficou internado no hospital por 1 mês.

• As principais partes do corpo atingidas são as mãos (80%) seguidas de pernas

(17,1%), braço e pés (5,7%), rosto, regiões variadas, joelho (2,8%) (gráfico 19, p. 56).

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Gráfico 19: Distribuição dos pescadores segundo principais partes do corpo atingidas por

ferimento

Foto 6: Imagem de cortes com faca na preparação da rede

Fonte: Foto tirada pela própria autora na Comunidade Cassinú localizada no entorno do Rio Maribondo – SG.

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Gráfico 20: Distribuição dos pescadores segundo principais causas de ferimento

• Como principais causas de ferimentos destacam-se estrutura do próprio peixe

(60%), remoção de peixe do anzol (14,3%), mordida de peixe (14,3%).

Gráfico 21: Distribuição dos pescadores segundo principais formas de tratamento das feridas

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• Por estar no mar, à maioria dos pescadores ao se ferirem, optam por não fazer

nada (22,9%), outros (17,1%) dizem que assim que chegam da pesca lavam o local do

ferimento com água e sabão. Em casos mais graves se dirigem ao posto de saúde (8,6%) ou

pronto-socorro (8,6%).

• Nota-se a utilização de diversas substâncias tradicionalmente utilizadas pelo saber

popular como pó de café (2,9%), fura o olho do bagre e passa (2,9%), mão de molho em água

da praia (8,6%). Tais substâncias não possuem comprovação científica no processo cicatricial

e podem até prejudicar a cicatrização e favorecer a contaminação da ferida.

Quadro 2: Distribuição dos pescadores segundo doenças/queixas anteriores que levaram ou não à internação

Frequência % Tuberculose 2 5,7 Acidente de trabalho 2 5,7 Hepatite 2 5,7 AVC 2 5,7 Apendicite 1 2,9 Hemorragia gástrica 1 2,9 Dor no estômago 1 2,9 Úlcera gástrica 1 2,9 Doença venérea 1 2,9 Queda da própria altura 1 2,9 Câncer de pele 1 2,9 Pedra nos rins 1 2,9 Problema nos rins 1 2,9 Problema na clavícula 1 2,9 Bronquite 1 2,9

- -

• Entre os pescadores entrevistados, segundo o quadro 2, recebem destaque os casos

de tuberculose, acidente de trabalho, hepatite e AVC todos com 5,7% de ocorrência.

• Segundo histórico de doenças na família (gráfico 22, p. 59) destacam-se Diabetes

(34,3%), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) (22,9%) e Hipertensão arterial (20%).

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Gráfico 22: Distribuição dos pescadores segundo histórico de doença na família

34,3

22,9

20,0

11,4

8,6

2,9

2,9

2,9

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0

Diabetes

IAM

Hipertensão arterial

AVC

Câncer

Tuberculose

Bronquite crônica

Mal de Alzheimer

Distribuição dos pescadores segundo histórico de doenças na família

Gráfico 23: Distribuição dos pescadores segundo realização de tratamento para as

doenças/queixas atuais (N=17)

• Dos 17 pescadores que apresentam queixa/doença 58,8% não faz tratamento.

• Os pescadores queixam-se da falta de profissionais de saúde no posto mais

próximo e da dificuldade de acesso. Segundo relatos, o posto municipal encontra-se

praticamente inativado. Não há dispensação de medicações básicas para a comunidade local.

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Gráfico 24: Distribuição dos pescadores segundo prática de atividades físicas, mínimo uma

vez por semana

25,7

2,9 2,9 2,9 2,9

62,7

0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0

100,0

Futebol Caminhada Bicicleta Malhação Natação Não pratica

Distribuição dos pescadores segundo prática de atividades físicas, mínimo de 1x por semana

• A atividade física não é realidade para a maioria dos pescadores da colônia.

Destes, apenas 37,3% realizam algum tipo de atividade física por semana, enquanto 62,7%

não praticam qualquer atividade.

• Para o pescador é extremamente complicado conseguir conciliar algum tipo de

atividade provavelmente devido à sobrecarga diária de trabalho. Quando chega da pesca, o

tempo que tem disponível busca descansar para a próxima pesca, algumas horas depois.

• Das atividades físicas, realizadas pelo menos uma vez por semana, encontram-se

o futebol aos finais de semana, caminhada, bicicleta, malhação e natação.

Gráfico 25: Distribuição dos pescadores segundo prática de atividades de lazer (N=35)

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• Em relação às atividades de lazer, observa-se um maior percentual de pescadores

que realiza (74,3%) e um menor percentual de pescadores que não realiza (25,7%).

• 31,4% dos pescadores relatam como principal atividade de lazer tomar cerveja

com amigos e esposa.

Em diversas visitas à colônia foi possível observar pescadores no bar da comunidade.

Percebe-se que o uso de álcool é uma atividade habitual na colônia de pescadores.

Gráfico 26: Distribuição dos pescadores segundo principais atividades de lazer

Gráfico 27: Distribuição da classificação de pressão arterial dos pescadores com base em

uma aferição

Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_06.pdf

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• A pressão arterial dos pescadores, com base em uma aferição, foi classificada

como normal em 54,3% dos pescadores, pré-hipertensão em 22,9%, hipertensão estágio I em

5,7% e hipertensão estágio II em 17,1%.

• A classificação foi referenciada nos valores de pressão arterial estabelecidos pelo

Ministério da Saúde. Que segue: Normal (PAD < 85 e PAS< 130), Limítrofe/Pré-hipertensão

(PAD 85-89 e PAS 130-139), Hipertensão estágio I (PAD 90-99 e PAS 140-159) e

Hipertensão estágio II (PAD ≥100 e PAS ≥160).

Gráfico 28: Distribuição da classificação dos pescadores pelo índice de massa corporal

• Dos 35 pescadores entrevistados, 40% estão com peso normal, 48,6% está

sobrepeso segundo Índice de Massa Corpórea (IMC). E há casos de obesidade no grupo.

• A falta de atividade física pode ser um fator a contribuir para a realidade

encontrada.

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Gráfico 29: Distribuição dos pescadores segundo uso de drogas ilícitas

• Em relação às drogas ilícitas foi identificado o uso por 8,6 % dos pescadores.

• Dentre as principais drogas mencionadas estão à maconha, o craque e a cocaína.

Gráfico 30: Distribuição dos pescadores segundo ingestão de álcool (N=35)

• Dos 35 pescadores entrevistados 88,6% faz ingestão de álcool. Como dito

anteriormente, trata-se de uma prática bastante comum na colônia.

• Dos 31 pescadores que ingerem álcool, a grande maioria (71%), bebe aos finais de

semana. Vale ressaltar que a ingestão mesmo sendo aos finais de semana, como relatado por

eles, é em grande quantidade na maior parte das vezes.

• 9,7 % ingerem álcool todos os dias.

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Gráfico 31: Distribuição da frequência na ingestão de álcool entre os pescadores etilistas

(N=31)

Gráfico 32: Distribuição da última realização de exame de sangue entre os pescadores

• Dos 35 pescadores 34,3% realizou exame de sangue há menos de três meses.

Todavia, 28,6% não realizam exame de sangue há mais de dois anos.

Parte dos pescadores por serem doadores de sangue tem direito a exame de sangue

gratuito, o que explica a última realização há menos de três meses em alguns casos.

A não periodicidade na realização de exames de sangue pode retardar a descoberta de

alterações fisiológicas importantes, dificultando o tratamento precoce.

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Gráfico 33: Distribuição dos pescadores segundo hábito de fumar (N=35)

• Dos 35 pescadores 57,1% fumam e 42,9% não fumam.

• Em relação a quantidade de carteiras de cigarro por dia, dos 20 pescadores que

fumam 10% fumam mais de 1 carteira por dia.

Gráfico 34: Distribuição da quantidade de carteiras/dia utilizadas pelos 20 pescadores

fumantes (N=20)

O segundo instrumento utilizado e analisado foi o questionário sobre qualidade de

vida denominado Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36).

O quadro seguinte apresenta com os oito domínios do questionário SF-36 e as suas

respectivas médias:

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Quadro 3: Domínios do questionário SF-36 e as suas respectivas médias

Percebemos que o domínio que teve a menor média foi o da dor (57,47), que tem a

finalidade de medir a extensão ou interferência da mesma nas atividades da vida diária dos

pescadores. Podemos dizer que a dor se relaciona com todos os outros domínios citados

anteriormente, pois ao sentirem dor alguns relatam diminuição da energia, aumento do

cansaço e, consequentemente, dificuldade em realizar tarefas e atividades cotidianas. Porém,

por meio desse dado podemos perceber que os pescadores apesar de terem um trabalho

pesado, a dor é algo que não causa uma interferência nas suas atividades da vida diária, pois

continuam realizando normalmente as suas tarefas e o seu trabalho.

A segunda menor média foi a do domínio saúde mental (57,78) e a terceira média foi

o de estado geral de saúde (62,11). Estes domínios refletem a percepção e as expectativas do

indivíduo em relação à saúde e como está se sentindo no seu dia a dia. Percebe-se que apesar

dos participantes relatarem muitas vezes cansaço, desânimo, e certa dificuldade na realização

das atividades cotidianas e limitação física e social, os mesmos avaliam que, de forma geral, a

sua saúde é boa e que com isso a saúde mental deles é mantida de forma satisfatória.

A quarta média foi a de vitalidade (66,67), que avalia o nível de energia e de fadiga.

Esta média representa que os pescadores possuem uma diminuição de energia e um aumento

da fadiga, uma vez que a muitos dos participantes relatou cansaço na execução de tarefas

cotidianas, como caminhar e carregar sacolas de supermercado, os participantes relataram

também diminuição do vigor, da força de vontade e um aumento do cansaço e da fadiga.

A quinta média foi de limitação física (70,95), esse domínio recebeu um grande

valor, e ele confirma que os pescadores possuem alguns problemas com seu trabalho ou com

alguma atividade regular, como consequência de sua saúde física e que diminuíram a

quantidade de tempo que se dedicavam ao seu trabalho ou a outras atividades, realizando

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menos tarefas do que eles gostariam e estiveram limitados no seu tipo de trabalho ou a outras

atividades, tendo dificuldades de fazer seu trabalho ou outras atividades.

A segunda maior média ficou com o domínio de aspectos sociais (86,49), que tem a

intenção de saber se durante as últimas quatro semanas, como a saúde física ou problemas

emocionais dos pescadores interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à

família, amigos ou em grupo e quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas

emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc.).

Percebe-se que este domínio alcançou quase o maior índice do gráfico de QV, os pescadores

devido a sua saúde física e problemas emocionais deixam que esses problemas interfiram

diretamente nas suas atividades sociais.

A maior média dos domínios ficou com a capacidade funcional (87,2). Este domínio

avalia a presença e a extensão das limitações relacionadas à capacidade física dos pescadores.

Com isso, nota-se que quanto menos energia tem o pescador mais dificuldade o mesmo terá

em realizar as atividades cotidianas. Esse domínio avalia as atividades que os pescadores

poderiam fazer durante um dia comum e mesmo com um a saúde debilitada ou não, se ele

possuía dificuldades para fazer estas atividades. Atividades essas que foram divididas em:

atividades rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados,

participar em esportes árduos, atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar

aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa, também se os pescadores possuíam dificuldades

para levantar ou carregar mantimentos, subir vários lances de escada ou um lance de escada,

curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se, andar mais de um quilômetro, vários quarteirões ou um

quarteirão e tomar banho ou vestir-se.

A capacidade funcional dos pescadores se dá pela dificuldade no desempenho de

certas atividades da vida cotidiana ou mesmo pela impossibilidade de desempenhá-las. Esse

domínio nos leva a supor que os prováveis fatores que levam à situação de incapacidade

funcional são influenciados por fatores demográficos, socioeconômicos, culturais e

psicossociais. Com isso nota-se a inclusão de comportamentos relacionados ao estilo de vida

como fumar, beber, comer excessivamente, não fazer exercícios, padecer de estresse

psicossocial agudo ou crônico, não manter relações sociais e de apoio são potenciais fatores

explicativos da falta de capacidade funcional.

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5 CONCLUSÕES

Ao finalizar a pesquisa, pode-se dizer que os objetivos foram alcançados uma vez

que caracterizamos e analisamos os aspectos sócio-demográficos e clínicos de pescadores de

uma comunidade do entorno do rio Maribondo, RJ, Brasil e caracterizamos a qualidade de

vida deste grupo de trabalhadores, tendo em vista o instrumento SF-36 que transformou

medidas subjetivas em dados objetivos, que foram quantificados e analisados.

Assim, além de caracterizarmos esta população especifica, realizamos uma análise

estabelecendo associações entre variáveis e também confirmamos relações conhecidas por

meio de literatura atualizada.

Constatou-se que as condições de vida dos pescadores são precárias, que eles vivem

em um total desamparo no que diz respeito à saúde, educação, saneamento básico, moradia, e

que se encontram sem visibilidade para as autoridades, principalmente em relação às

condições trabalhistas.

Deste modo, pode-se dizer que o conceito de QV difere de acordo com a pessoa, com

o momento e com a cultura. Assim, ela está diretamente ligada à percepção do indivíduo de

sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive em relação

aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (FLECK et al, 2010).

Conclui-se que qualidade de vida precisa ser entendida e analisada em seu contexto

social, há necessidade de avaliar como se vive e o contexto em que acontece esse viver do

indivíduo. Os aspectos subjetivos são importantes e essenciais porque a ideia de satisfação

pessoal é intrínseca, a QV é individual e subjetiva e só pode ser avaliada pela própria pessoa.

Entretanto, isso irá depender dos planos, expectativas e objetivos de cada indivíduo, pois o

que poderá ser uma vida de qualidade para uma determinada pessoa ou grupo pode não

atender às expectativas de outro indivíduo.

Deste modo é notório que para a formação do enfermeiro é importante incluir e

realizar uma educação em saúde inloco.

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6 REFERÊNCIAS 6.1 OBRAS CITADAS

AGUIAR, Carlos Clayton Torres et al. Instrumentos de avaliação de qualidade de vida relacionada à saúde no diabetes mellitus. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo: v. 52, n. 6, p. 931-939, 2008.

ANDRADE, T. A. G.; RIBEIRO, J. C. F.; SILVA, E. R.; MATTOS, U. A. O.; NASCIMENTO, E. A. A integração de políticas públicas na ação contra enchentes em bacias hidrográficas antropizadas: o caso do município de São Gonçalo, RJ. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 6., 2010. Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.eng.uerj.br/publico/anexos/1281057364/Aintegraçãodepoliticaspublicas.pdf. Acesso em 23.dez.2012. BAPTISTA NETO, J. A.; WALLNERR-KERSANACH, M.; PATCHINELAM, S. M. Poluição Marinha. Rio de Janeiro: Interciência, 2008 BRAGA, B. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002. BRASIL. Constituição Federal 1988, art. 196. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. BRASIL. IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis. Levantamento de dados da atividade pesqueira na Baía de Guanabara como subsídio para a avaliação de impactos ambientais e a gestão da pesca. Pescadores e embarcações em atividade, produção, e valor do pescado na Baía de Guanabara - Abril de 2001 a março de 2002. Disponível em: www.ibama.gov.br/category/40? download=2449%3A.-p Acesso em: 18 de maio. 2013.

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7 APÊNDICES

7.1 ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS

ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS 1. Identificação Data: ____/____/____ Nome:_____________________________________________________ Naturalidade______________ Data de Nasc.:___/___/___ Idade:______________ Sexo: ( ) M ( ) F Raça: ( ) Branco ( ) Negro ( ) Pardo ( ) Índio Estado civil:______________ Nível de escolaridade (anos de estudos):______________ Renda familiar (SM):______________ ( ) diária ( ) semanal ( ) mensal. Nº de dependentes:______________ Nº de filhos:______________ Tipo de residência: ( ) própria ( ) alugada Religião:______________ 2. Trabalho Trabalho:________________________________ Tempo de profissão___________________ Com quem aprendeu a profissão?______________ Já trabalhou em outra área: Sim ( ) Não ( ), Qual:_________________________________________________ Realiza outra atividade para complementação de renda? ( ) Sim ( ) Não. Qual?______________________________________________________________________ Duração da jornada de trabalho (horas/dia):________________________________________ Qual o principal tipo de pescado? ( ) peixe ( ) camarão. Espécies:______________________ Ponto de venda: ( ) atravessador ( ) comércio ( ) domicílio ( ) feiras livres ( ) mercado ( ) praia ( ) rua ( ) variável Em que momento entra em contato com a água:_____________________________________ Quanto tempo fica em contato com a água:______________horas. Tempo de exposição ao sol diariamente:_____________horas. Uso de protetor solar: Sim ( ) Não ( ). Por quê? ( ) Não vê importância ( ) Alto preço Outro:_______________

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Acredita que a sua profissão é perigosa? ( ) Sim ( ) Não. Por quê?____________________________________________________________________ Sabe que algumas doenças podem ser transmitidas por água contaminada? ( ) Sim ( ) Não. Gostaria de saber mais a respeito? ( ) Sim ( ) Não Sabe o que é EPI? ( ) Sim ( ) Não. Utiliza EPI? ( ) Sim ( ) Não. Qual (is): ___________________________________________________________________________ Caso não por quê?____________________________________________________________ Já sofreu ferimentos em sua jornada de trabalho: Sim ( ) Não ( ). Em qual (is) parte(s) do corpo ocorre com mais frequência?_________________________________________________________________ Qual (is) a(s) principal (is) causa(s) de ferimento?___________________________________ Como costuma tratar o ferimento?_______________________________________________ Considera a embarcação utilizada segura? ( ) Sim ( ) Não. Por quê?____________________________________________________________________ Já esteve desempregado? ( ) Sim ( ) Não. Quanto tempo?____________________________ É feliz na profissão? ( ) Sim ( ) Não. Por quê?_____________________________________ Deseja que os filhos sigam a mesma profissão? ( ) Sim ( ) Não. Por quê?____________________________________________________________________ Tem planos para o futuro? ( ) Sim ( ) Não. Por quê? ________________________________ Como é a relação com os órgãos de fiscalização? ( ) Bom ( ) Indiferente ( ) Não há ( ) Regular Quais as medidas a serem tomadas pelos órgãos públicos e pelos próprios pescadores para melhorar a situação? ___________________________________________________________________________ 3. Saúde Qual o histórico de doenças na família? ( ) Hipertensão ( ) Diabetes ( ) AVC ( ) Obesidade ( ) Tuberculose ( ) Infarto. Outros:_____________________________________________________________________ Grau de parentesco:___________________________________________________________ Doenças anteriores ( ) não ( ) sim Qual?______________________________________________________________________ Já foi Internado? ( ) não ( ) sim. Especifique (motivo e o período)______________________ Doença/Queixa atual: ( ) Hipertensão ( ) Diabetes ( ) Cardiopatias ( ) AVC ( ) Câncer ( ) Obesidade ( ) Problemas respiratórios ( ) Problemas Digestivos ( ) Problemas de pele ( ) Nefropatia ( ) Outras Quais?______________________________________________________________________ Faz tratamento? ( ) Sim ( ) Não. Sobre a doença: ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Razoável ( ) Não sabe ( ) Conceito errôneo Sobre o tratamento: ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Razoável ( ) Não sabe Especifique:_________________________________________________________________ Sobre as complicações: ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Razoável ( ) Não sabe Especifique: _________________________________________________________________ Gostaria de saber mais a respeito: ( ) Não ( ) Sim Sono e Repouso:_____h/noite Problemas para dormir? ( ) Nenhum ( ) Acordar cedo ( ) Insônia ( ) Dificuldade para pegar no sono ( ) Outros Sente-se descansado após o sono: ( ) sim ( ) não Pratica alguma atividade física: ( ) Não ( ) Sim Especifique:__________________________ ( ) diariamente ( ) 2 vezes por semana ( ) 3 vezes por semana ( ) outros: ________________

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Atividade de lazer ( ) Não ( ) Sim Especifique: ____________________________________ Tabagismo: ( ) Não ( ) Sim ( ) Já tentou parar? ( ) Não ( ) Sim. Quantidade de carteiras por dia:________________________________________________________________________ Etilismo ( ) Não ( ) Sim ( ) Qual a freqüência? __________ Outras drogas ( ) não ( ) sim Tipo:_______________________________________________________________________ Frequência de exames laboratoriais: ( ) menos que 3 meses ( ) entre 3 meses e 1 ano ( ) entre 1 e 2 anos ( ) mais de 2 anos. Circunferência Abdominal:___________cm Peso:___________Kg, Altura:___________cm IMC:___________ Sinais Vitais: Temperatura Axilar:________ ºC, PA:______x______ mmHg, FC:______bpm, FR:______irpm OBS:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________ Assinatura

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7.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Dados de identificação

Título do Projeto: LESÕES CUTÂNEAS EM PESCADORES DO RIO MARIBONDO – SÃO GONÇALO – RJ : ESTUDO SÓCIO-DEMOGRÁFICO E CLÍNICO E IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA Pesquisadores Responsáveis: Coordenadora Dra. Vera Maria Sabóia da Motta – Professora Titular do Departamento de Fundamentos de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense. Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Dayane Knupp de Souza – Acadêmica do Curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Rua Dr. Celestino, 94. Centro, Niterói/RJ. Telefones para contato: (21) 99764275 - (21) UFF - (21) 88108061. CEP/UFF – Comitê de Ética em Pesquisa – Rua Marquês do Paraná, 303. Niterói/ Rio de Janeiro – RJ CEP: 24030-210. Tel. (21) 2629-9189.

Nome do voluntário:____________________________________ Idade:_____________ anos R.G.__________________________

O(A) Sr.(ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Lesões

cutâneas em pescadores do rio maribondo - São Gonçalo - RJ : Estudo sócio-demográfico e clínico e impacto na qualidade de vida ”, de responsabilidade do pesquisador Dr.Vera Maria Sabóia da Motta. Você foi selecionado por ser pescador do rio maribondo. Sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição. Os objetivos principais deste estudo são: caracterizar aspectos sócio-demográficos e clínicos de pescadores de uma comunidade do entorno do rio Maribondo, RJ, Brasil. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder as perguntas do questionário. Esta pesquisa não oferecerá riscos de qualquer natureza aos seus participantes. Os benefícios relacionados com a sua participação nesta pesquisa poderão ser: estimular transformações nos modos como os futuros profissionais enfermeiros se comportam diante de diferentes tipos de lesões cutâneas e diferentes graus e identificar problemas relacionados na população estudada. Sua participação neste projeto é de caráter voluntário, livre e espontânea, as informações coletadas no questionário serão mantidas em sigilo, e sua privacidade será respeitada. A retirada do consentimento e permissão de realização do estudo pode ser feita a qualquer momento, sem que isso lhe traga prejuízos. Este projeto não oferece riscos a sua integridade

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física nem moral. Este documento será elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo representante legal do sujeito da pesquisa e uma arquivada pelo pesquisador.

O(A) senhor(a) poderá sanar eventuais dúvidas acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa, com as pesquisadoras responsáveis, através de contato direto, telefônico ou via e-mail, e poderá acessar a qualquer momento o projeto na íntegra, para saber mais detalhes sobre a pesquisa.Os dados da pesquisa podem vir a ser publicados/divulgados, mas será assegurado o sigilo e o anonimato dos participantes. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço institucional do pesquisador principal e do CEP, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento, além, de recusar a dar informações que julgue prejudiciais a sua pessoa, solicitar a não inclusão em documentos de quaisquer informações que já tenha fornecido e desistir, a qualquer momento, de participar da pesquisa. Eu________________________________________, RG nº_____________________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.

Niterói, _____ de ____________ de _____

________________________________________________ Nome e assinatura do participante

________________________________________________ Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento

________________________________________________

Testemunha

________________________________________________ Testemunha

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8 ANEXOS

8.1 VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA -SF-36

Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida -SF-36

1- Em geral você diria que sua saúde é: Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim

1 2 3 4 5

2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral, agora?

Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco Pior Muito Pior

1 2 3 4 5

3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando?

Atividades Sim, dificulta muito

Sim, dificulta um

pouco

Não, não dificulta de

modo algum a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos.

1 2 3

b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.

1 2 3

c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 d) Subir vários lances de escada 1 2 3 e) Subir um lance de escada 1 2 3 f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3 g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3 h) Andar vários quarteirões 1 2 3 i) Andar um quarteirão 1 2 3 j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3 4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho

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ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2 d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra). 1 2

5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz. 1 2

6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?

De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas? Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave

1 2 3 4 5 6

8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?

De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5 9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.

Todo Tempo

A maior parte do tempo

Uma boa parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força?

1 2 3 4 5 6

b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c) Quanto tempo você tem 1 2 3 4 5 6

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se sentido tão deprimido que nada pode anima-lo? d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido?

1 2 3 4 5 6

g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado? 1 2 3 4 5 6

h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6

10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?

Todo tempo A maior parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nenhuma parte do tempo

1 2 3 4 5 11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

Definitivamente verdadeiro

A maioria das vezes verdadeiro

Não sei

A maioria

das vezes falso

Definitivamente falso

a) Eu costumo obedecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas

1 2 3 4 5

b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço

1 2 3 4 5

c) Eu acho que a minha saúde vai piorar 1 2 3 4 5

d) Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5

Page 83: DAYANE KNUPP DE SOUZA QUALIDADE DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/2724/1/TCC DAYANE KANUPP.pdfAo meu tio Kiko e minhas tias Luzia, Marli, Ana e Maria, obrigada por se orgulharem de

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8.2 APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA