da guerra fria à nova ordem mundial

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    Da Guerra Fria Nova Ordem Mundial

    1.Guerra Fria

    1.1Definio

    A Guerra Fria foi uma srie de conflitos indiretos e disputas estratgicas

    entre duas potncias mundiais, os Estados Unidos da Amrica e a Unio das

    Repblicas Socialistas Soviticas.

    As disputas entre as duas naes resumem-se em um conflito de ordem

    poltica, militar, tecnolgica, econmica social e ideolgica.

    O principal intuito da disputa entre as duas naes era conquistar a

    hegemonia militar, social, ideolgica e econmica mundial.Muitos historiadores demarcam o inicio da Guerra Fria a partir do final da

    Segunda Guerra Mundial, outros demarcam o incio da Guerra Fria com o

    lanamento da bomba nuclear na cidade de Hiroshima e na cidade de Nagasaki

    pelos Estados Unidos, como demostrao de poder frente ao poderio blico

    sovitico.

    O uso do termo Guerra Fria usado porque no ocorreu uma guerra blica

    direta entre as duas naes, portanto uma guerra de carter ideolgico entre duas

    superpotncias com suas respectivas zonas de influencia.

    Norte-americanos e soviticos travaram uma luta ideolgica, poltica e

    econmica durante esse perodo. Se um governo socialista fosse implantado em

    algum pas do Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia como uma

    ameaa sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado

    sovitico, logo poderia ser visto com simpatia pelos EUA e receber apoio.

    Dada a impossibilidade da resoluo do confronto no plano estratgico, pela

    via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as

    duas superpotncias passaram a disputar poder de influncia poltica, econmica e

    ideolgica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos

    Estados Unidos e Unio Sovitica em diversas guerras regionais, onde cada

    potncia apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e Unio Sovitica no

    apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influncia poltico-

    ideolgica, mas tambm para mostrar o seu poder de fogo e reforar as alianas

    regionais.

    O uso da expresso paz armada pode ser utilizado muito bem nessa

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    disputa. A existncia da Paz Armada. As duas potncias envolveram-se numa

    corrida armamentista, espalhando exrcitos e armamentos em seus territrios e nos

    pases aliados. Enquanto houvesse um equilbrio blico entre as duas potncias, a

    paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque mutuo.

    2.Disputas Ideolgicas (Capitalismo X Socialismo)

    2.1 As caractersticas do sistema capitalista

    Este sistema caracteriza em linhas gerais:

    pela propriedade privada ou particular dos meios de produo;

    pelo trabalho assalariado;

    pelo predomnio da livre iniciativa sobre a planificao estatal.

    A interferncia do Estado nos negcios pequena. Diante do que foi

    exposto, percebe-se que a sociedade capitalista divide-se em duas classes sociais:

    a que possui os meios de produo, denominada burguesia;

    a que possui apenas a sua fora de trabalho, denominada

    proletariado.

    Desde a Antiguidade algumas pessoas, preocupadas com a vida em

    sociedade, pensavam em modificar a organizao social e assim melhorar as

    relaes entre os homens. Na Idade Moderna tambm houve essa preocupao. Umingls de nome Thomas More escreveu um livro chamado Utopia, onde mostrou

    como imaginava a sociedade de uma forma menos injusta.

    Entretanto, com as grandes desigualdades sociais criadas pela Revoluo

    Industrial, as ideias de reformar a sociedade ganharam mais fora. Foi assim que

    surgiram pensadores como Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon, Karl

    Marx, Friedrich Engels e outros. Estes pensadores ficaram conhecidos como

    socialistas.Essas ideias socialistas espalharam-se pela Europa e depois por todo

    mundo; e no ficaram somente na teoria. o caso da Revoluo Socialista de 1917,

    na Rssia, onde a populao colocou em prtica as ideias socialistas.

    2.2 As caractersticas do socialismo e a sua propagao pelo mundo

    At 1917 a Rssia era um pas feudal e capitalista. O povo no participava

    da vida poltica e vivia em condies miserveis. Esta situao fez com que a

    populao, apoiada nas ideias socialistas, principalmente nas de Marx, derrubasse o

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    governo do czar Nicolau II e organizasse uma nova sociedade oposta capitalista

    a socialista. A Rssia foi o primeiro pas a se tornar socialista e, posteriormente,

    passou a se chamar Unio das Repblicas Socialistas Soviticas (URSS).

    Em linhas gerais, podemos caracterizar o socialismo como um sistema

    onde:

    no existe propriedade privada ou particular dos meios de produo;

    a economia controlada pelo Estado com o objetivo de promover uma

    distribuio justa da riqueza entre

    todas as pessoas da sociedade;

    o trabalho pago segundo a quantidade e qualidade do mesmo.

    Aps a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), outros pases se tornaram

    socialistas, como, por exemplo. A

    Iugoslvia, a Polnia, a China, o Vietn, a Coria do Norte e Cuba.

    Entretanto, este novo sistema colocado em

    prtica nesses pases, principalmente na Unio Sovitica, apresenta vrios

    problemas:

    Falta de participao do povo nas decises governamentais;

    Falta de liberdade de pensamento e expresso;

    Formao de um grupo poltico altamente privilegiado.

    Centralizao e burocratizao da mquina pblica e dos setores da

    sociedade sovitica

    A teoria econmica elaborada por Karl Marx, Friedrich Engels e outros

    pensadores foi interpretada de vrias formas, dando origem a diferenas entre os

    socialismos implantados.

    3. A Disputa Pela Hegemonia Mundial: EUA e URSS Capitalismo Vs.

    Socialismo

    Terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos

    consolidaram sua oposio de superpotncia capitalista, e a Unio Sovitica, que

    tinha implantado o socialismo em 1917, surgia como nao forte e respeitada por

    todas as demais. De um lado, os Estados Unidos procuravam manter sua liderana

    sobre vastas reas do mundo; de outro, a Unio Sovitica auxilia na expanso dosocialismo. Terminada a guerra, muitos pases do leste europeu alteraram a sua

    organizao econmica, poltica e social de base capitalista e se tornaram

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    socialistas:

    Iugoslvia tornou-se socialista em 1945;

    Albnia e a Bulgria, em 1946;

    Polnia e a Romnia, em 1947;

    Checoslovquia, em 1948;Hungria, em 1949;

    Repblica Democrtica Alem Oriental, em 1949

    Tambm na sia, alguns pases optaram pelo socialismo:

    Vietn do Norte, em 1945;

    Coria do Norte, em 1948;

    China, em 1949;

    Tibet., em 1950, como provncia da China e, depois, em 1953,independente.

    Outros pases optaram pelo socialismo nos anos 60, 70 e 80. No ps-guerra

    intensificaram-se as disputas entre Estado Unidos e Unio Sovitica liderana sobre

    outros pases e ampliar sua rea de influncia.

    A Europa ocidental, por exemplo, estava arrasada em virtude da guerra, pois

    servira como campo de batalha.

    Muitas de suas cidades, indstrias e meios de transporte estavam

    destrudos, e grande parte da sua populao encontrava-se desempregada. Diante

    disso, os Estados Unidos, com receio do avano do socialismo sobre os pases da

    Europa ocidental e temendo perd-los de sua rea de influncia, elaboraram um

    plano de ajuda econmica para que esses pases pudessem recuperar sua

    economia. Este plano foi aprovado em 1948 e recebeu o nome de Plano Marshall,

    em homenagem ao Secretrio de Estado norte-americano, general Marshall.

    3.1 A Disputa

    A grande disputa teve incio a partir de uma declarao de Truman,

    presidente dos Estados Unidos, em 1947: O presidente declarou que iria fornecer

    ajuda militar ao governo grego na luta contra as guerrilhas socialistas e que iria,

    desse modo, procurar conter o avano da influncia socialista.

    Estabeleceu-se, a partir desse momento, um clima de competio, de guerra

    fria, entre as duas superpotncias. Estas que se rivalizaram em poder militar eeconmico, procurando ultrapassar um ao outro. Os Estados Unidos combatiam o

    avano do socialismo. A Unio Sovitica procurava dificultar a expanso americana

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    na formao de reas de influncias, alm de difundir o socialismo. A Unio

    Sovitica, em 1949, j possua a bomba atmica.

    Posteriormente, as superpotncias passaram a dispor da bomba de

    hidrognio. Sabiam que numa guerra nuclear no haveria vencidos nem vencedores.

    Essa realidade criou um novo equilbrio, o equilbrio de terror.

    Em 1956 os Estados Unidos reconheceram as reas de influncia da Unio

    Sovitica, fato que marcou o declnio da Guerra Fria. Contudo, no terminaram as

    disputas entre as duas superpotncias. Foi nesse ambiente tenso que ocorreu a

    Guerra da Coria (1950-1953) e a Revoluo Chinesa (1949). Mas foi tambm neste

    perodo que surgiram tratados militares e econmicos entre o bloco capitalista e o

    bloco socialista. Esses tratados, principalmente os militares, tinham como objetivo

    fortalecer as ameaas que cada um dos blocos representava para o outro.

    Os Estados Unidos, os pases capitalistas da Europa e o Canad formaram

    a OTAN Organizao do Tratado do Atlntico Norte, em 1949, na cidade de

    Washington, Estados Unidos: Seu objetivo pode ser resumido da seguinte maneira:

    defesa coletiva das liberdades democrticas por meio de uma estreita colaborao

    poltica e econmica entre os pases-membros. A OTAN prope a defesa e o auxlio

    mtuos, em caso de ataque a um dos seus pases membros. Assim, os diversos

    pases integrantes formaram uma fora militar. Para tanto, forneceram tropas

    militares e armamentos sob a chefia de um comando unificado, com sede na

    Blgica.

    A OTAN uma organizao que possui armamentos sofisticados, incluindo

    armas atmicas e msseis.

    Enquanto os pases do bloco capitalista fundaram a OTAN, os pases do

    bloco socialista, liderados pela Unio Sovitica, organizaram o Pacto de Varsvia.

    O Pacto de Varsvia Tratado de Assistncia Mtua da Europa Ocidental

    foi firmado em 1955, em pleno ambiente da Guerra Fria. Assinado pelos pasessocialistas da Europa oriental, seus objetivos so semelhante aos da OTAN: ajuda

    militar em caso de agresses aramadas na Europa; consultas sobre problemas de

    segurana e colaborao poltica. V-se, ento, que o Pacto de Varsvia uma

    aliana militar. Compe-se de tropas dos pases-membros e tem sede em Moscou.

    Tanto a OTAN quanto o Pacto de Varsvia constituem, portanto, alianas

    militares que se opem. So resultado da disputa entre as duas superpotncias e

    seus aliados pela preservao de seus interesses no mundo. O mundo ps-guerraformou um sistema de dependncia no qual as duas superpotncias tornaram-se os

    pases centrais.

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    4. Doutrina Truman

    No incio de 1947, estava dado o passo inicial da poltica da Guerra Fria,

    quando os Estados Unidos decidiram substituir a Inglaterra no controle da regio do

    Mediterrneo Oriental, principalmente na Grcia e na Turquia, contra o avanosovitico. A justificativa desse intervencionismo consta em um discurso de Harry

    Truman ao Congresso Norte Americano:

    "(...) O governo britnico informou-nos de que, em virtude das suas prprias

    dificuldades, no pode proporcionar por mais tempo a ajuda financeira ou econmica

    que vinha prestando Turquia. Somos o nico pas capaz de fornec-la...

    Os povos de certo nmero de pases do mundo tiveram recentemente de

    aceitar regimes totalitrios impostos, fora, contra a sua vontade. O governo dosEstados Unidos tem lavrado amiudados protestos contra a coero e a intimidao,

    em flagrante desrespeito ao acordo de Yalta, na Polnia, na Romnia e na Bulgria.

    Devo tambm consignar que em certo nmero de outros pases tm ocorrido fatos

    semelhantes.

    No momento atual da histria do mundo quase todas as naes se vem na

    contingncia de escolher entre modos alternativos de vida. E a escolha, freqente

    vezes, no livre.

    Um dos modos de vida baseia-se na vontade da maioria e distingue-se pelas

    instituies livres, pelo governo representativo, pelas eleies livres, pelas garantias

    de liberdade individual, pela liberdade de palavra e de religio, pela libertao da

    opresso poltica.

    O segundo modo de vida baseia-se na vontade da minoria, imposta pela

    fora maioria. Escora-se no terror e na opresso, no controle da imprensa e do

    rdio, em eleies fixas e na supresso das liberdades pessoais. Acredito que

    precisamos ajudar os povos livres a elaborar seus destinos sua maneira. Acredito

    que a nossa ajuda deve ser dada, principalmente, atravs da assistncia econmica

    e financeira, essencial estabilidade econmica e aos processos ordenados...

    Alem dos fundos, solicito ao Congresso que autorize o envio pessoal civil e

    militar Turquia e Grcia, a pedido desses pases, a fim de assistir nas tarefas de

    reconstruo e com o propsito de supervisar o emprego da assistncia financeira e

    material que vier a ser fornecido...

    Se fraquejarmos em nossa liderana, podemos pr em perigo a paz do

    mundo e poremos seguramente o bem-estar da nossa nao..."

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    Assim, estava lanada a base da Doutrina Truman. Segundo a qual a

    URSS apresenta um antagonismo inconcilivel com o mundo capitalista, e a sua

    tendncia expansionista s poderia ser mediante a hbil e vigente aplicao de uma

    contra fora em uma srie de pontos geogrficos e polticos em constante mudana

    correspondente s mudanas e manobras das polticas soviticas. Pela Doutrina

    Truman, era necessrio bloquear o expansionismo sovitico ponto a ponto, pas por

    pas, em todos os lugares que ele se manifestasse.

    5. O fim da Unio das Repblicas Socialistas Soviticas

    A partir da dcada de 1980 o mundo viu as primeiras demonstraes que a

    cortina de ferro comeava a se dissipar, com as primeiras eleies livres dos

    pases socialistas, a Perestrica e a Glasnost tiveram apoio social, porm a alaconservadora do PCUS ainda evitava qualquer tipo de manuteno social, estrutural

    e econmica da URSS. O fato que marcou o final da Guerra Fria foi a derrubada do

    Muro de Berlim em 1989, a partir dessa data o socialismo na Alemanha perdia fora

    e o leste europeu se voltava contra Moscou.

    Na metade do ano de 1990 e incio de 1991, a situao poltica e econmica

    na Unio Sovitica se agravou e para tentar reverter essa crise o presidente Mikhail

    Gorbachev, pensou em primeiro resolver o problema poltico e tnico sovitico para

    depois reformar a economia. O novo Tratado da Unio dos Estados Soberanos foi

    um projeto de tratado que teria substitudo o de 1922 (Tratado da Criao da URSS)

    e, portanto, teria substitudo a Unio Sovitica por uma nova entidade chamada

    Unio de Estados Soberanos, uma tentativa de Mikhail Gorbachev para recuperar e

    reformar o Estado sovitico.

    O Presidente Gorbachev tentou ganhar o apoio popular proposta. Em 17

    de marco de 1991 referendo foi realizado em nove das quinze repblicas (RSFS da

    Rssia, RSS da Ucrnia, RSS da Bielo-Rssia, RSS do Cazaquisto, RSS do

    Azerbaijo, RSS do Uzbequisto, RSS do Quirguisto, RSS do Turcomenisto e

    RSS do Tadjiquisto) que participou da elaborao do tratado. No referendo, 76%

    dos eleitores da URSS apoiaram a manuteno do sistema federativo da Unio

    Sovitica, incluindo a maioria de todas as nove repblicas. A oposio era parte

    integrante das grandes cidades, como Moscou e Leningrado. O referendo foi

    boicotado nas outras seis repblicas que favoreceu a independncia.

    Um acordo entre o governo central e nove repblicas soviticas, o acordo

    "9+1", foi finalmente assinado em Novo-Ogaryovo, em 23 de abril. O novo Tratado

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    da Unio transformava a Unio Sovitica em uma federao de repblicas

    independentes, com um presidente, a poltica externa e militar comum.

    Em agosto, oito dos nove repblicas exceto a Ucrnia, aprovou o novo

    projeto de Tratado a certas condies. A Ucrnia concordou com os termos do

    tratado. Em 17 de Maro de referendo, a maioria dos residentes na Ucrnia apoiou aunio em termos da Declarao de Soberania do Estado da Ucrnia.

    O dia para ser posto em prtica esse novo tratado, estava previsto para

    acontecer no dia 20 de agosto do mesmo ano.

    5.1 Golpe de Agosto de 1991

    Em 19 de Agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de

    dirigentes das Repblicas assinarem o novo Tratado da Unio, um grupo chamado

    Comit Estatal para o estado de emergncia tentou tomar o poder em Moscou.

    Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como

    presidente. Gorbachev foi, ento, em frias a Crimia onde a tomada do poder foi

    desencadeada e l permaneceu durante todo o seu curso. O vice-presidente da

    Unio Sovitica, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. A comisso de 8

    membros, incluindo o chefe da KGB Vladimir Krioutchkov e o Ministro das RelaesExteriores, Boris Pougo, o ministro da Defesa, Dmitri Iazov, todos os que

    concordaram em trabalhar sob Gorbachev.

    Manifestaes importantes contra lderes do golpe de Estado ocorreram em

    Moscou e Leningrado, lealdades divididas nos ministrios da Defesa e Segurana

    impediam as foras armadas de vir para superar a resistncia que o Presidente da

    Rssia Boris Yeltsin dirigia desde a Cmara Branca, o parlamento russo. Um assalto

    do edifcio projetado pelo Grupo Alfa, Foras Especiais da KGB, depois que astropas foram recusando-se unanimemente a obedecer. Durante uma das

    manifestaes, Yeltsin permaneceu de p em um tanque para condenar a "Junta". A

    imagem disseminada pelo mundo foi televiso, torna-se um dos mais importantes

    do golpe de Estado e refora fortemente a posio de Yeltsin. Ocorrem confrontos

    nas redondezas das ruas que conduziram o assassinato de trs protestantes,

    Vladimir Ousov, Dmitri Komar e Ilia Krichevski, esmagados por um tanque, mas, em

    geral, houve poucos casos de violncia. Em 21 de Agosto de 1991, a grande maioriadas tropas que so enviadas a Moscou se coloca-se abertamente ao lado dos

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    6. A Era Bush

    As eleies norte-americanas de 2008 marcam o fim da "Era Bush" (2001-

    2009), que comeou com o maior ataque terrorista cometido em solo americano e

    termina com uma crise financeira histrica, comparvel, para alguns, com o crack da

    bolsa de 1929. Neste perodo conturbado, nenhum dos presidentes dos EstadosUnidos foi to odiado ou to polmico quanto o presidente George W. Bush, cuja

    poltica conservadora agrada uma parte expressiva do eleitorado do pas, mas

    vista com desagrado por seus opositores. As intervenes militares no Oriente

    Mdio, por exemplo, que assumiram em sua gesto um carter religioso, e a

    arrogncia na conduo da poltica externa, lhe renderam o apelido de "xerife" do

    mundo ocidental.

    Em vida, nenhum outro governante da maior potncia econmica e militar doplaneta teve a administrao retratada em tantos filmes - como o recente "W" de

    Oliver Stone - e livros. A maior parte das obras, com crticas negativas aos seus dois

    mandatos.

    6.1 11 de Setembro

    Bush tomou posse em janeiro de 2001, sucedendo o democrata Bill Clinton,

    depois de uma vitria apertada contra Al Gore e em meio a denncias de fraudesnas urnas, no Estado da Flrida.

    Filho do ex-presidente George H. W. Bush e herdeiro de uma dinastia de

    polticos e empresrios ligados indstria petrolfera, Bush, at iniciar a vida poltica,

    possua uma biografia medocre, marcada pela dependncia de lcool superada por

    uma converso religiosa.

    Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que vitimaram mais de 3

    mil pessoas, a maior parte aps a coliso de dois avies com as torres gmeas doWorld Trade Center, em Nova York, mudou sua histria e a dos EUA.

    Imediatamente aps os atentados, o presidente elegeu os terroristas como

    inimigos oficiais do mundo livre, manipulando um clima de medo comparvel ao da

    Guerra Fria e o perigo "vermelho" representado pelos comunistas, durante o perodo

    do marcartismo.

    Para ele, a cruzada contra os terroristas islmicos tornou-se uma espcie de

    "guerra santa" que justificaria uma poltica intervencionista, com campanhas militares

    dispendiosas em dlares e vidas humanas, alm de acusaes de violaes dos

    direitos humanos e liberdades civis.

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    As investigaes da polcia federal e do servio secreto norte-americanos

    responsabilizaram a rede terrorista Al Qaeda, de Osama Bin Laden - cuja base de

    operaes se localizava no Afeganisto - pelos atentados. Na ofensiva, tropas

    americanas tomaram a capital Cabul e derrubaram o governo dos talibs, mas at

    hoje o Afeganisto uma zona de conflitos. Bin Laden continua foragido, apesar das

    promessas de captura pelo governo Bush.

    6.2 Guerra no Iraque

    Com propsitos mais duvidosos, em 2003 os EUA invadiram o Iraque,

    apoiados pelo Reino Unido, sob a alegao de que a ditadura de Saddam Hussein

    produzia armas de destruio em massa, que nunca foram encontradas.

    Na poca da guerra, Bush estava com a popularidade em alta, inclusive comapoio da maior parte da imprensa dos EUA, o que favoreceu a ofensiva contra o

    pas. Porm, os planos de uma guerra rpida no se concretizaram. A transio de

    poder e as resistncias locais prolongaram a investida e tornaram o Iraque uma

    espcie de novo Vietn, a traumtica guerra que durou de 1958 a 1975.Passados

    cinco anos, a Guerra do Iraque teve um custo de milhares de vidas, civis e militares,

    e bilhes de dlares, alm de gerar um impasse quanto estratgia de retirada das

    tropas, assunto que divide os partidos democrata e republicano na atual sucesso

    presidencial.

    6.3 Priso de Guantnamo

    Bush foi reeleito em 2004 com 51% dos votos e uma imagem que, aos

    poucos, se tornaria mais desgastada diante a opinio pblica em seu segundo

    mandato.

    Contriburam para isso fatos como a demora na ajuda a meio milho dedesabrigados na passagem do furaco Katrina por Nova Orleans, em agosto de

    2005, a recusa na assinatura do Protocolo de Kyoto para reduo de gases

    poluentes e acusaes de tortura e violaes de direitos humanos.

    Neste sentido, o maior smbolo dos excessos da campanha antiterrorista de

    Bush, para seus crticos, a priso de Guantnamo na base militar norte-americana

    em Cuba, que abriga prisioneiros, a maioria de origem rabe, acusados de ligaes

    com grupos extremistas.

    A manuteno de prisioneiros sem julgamento e as acusaes de maus

    tratos mobilizaram entidades internacionais de direitos humanos. A recente

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    determinao de soltura de um grupo, este ano, marca os primeiros passos para a

    interdio completa da priso.

    6.4 Legado

    A recente crise que atingiu o mercado financeiro internacional fecha demaneira dramtica a Era Bush e pode ser decisiva nas eleies de novembro,

    favorecendo o candidato democrata Barack Obama, que pode se tornar o primeiro

    presidente negro dos EUA.

    Apesar da popularidade em baixa, Bush ainda tem um forte apelo entre parte

    da populao classe mdia, branca, crist e conservadora dos EUA, a quem sempre

    agradou com sua poltica beligerante e oposies a leis em favor do aborto e do

    casamento gay.Hoje, a rivalidade muito mais econmico-comercial do que poltico-

    ideolgica e envolve trs centros econmicos e tecnolgicos, representados por

    Estados Unidos, Japo e pases da Europa Ocidental. As tenses atuais no mundo

    so decorrentes, entre outras causas, do desemprego em massa provocado pelas

    inovaes tecnolgicas, das migraes internacionais, da xenofobia e do

    agravamento das contradies tnico-nacionais, religiosas, culturais ou ambientais.

    O domnio hegemnico dos EUA representa a chamada Pax Americana, que

    se faz acompanhar de intervenes militares em zonas de seu interesse, tais como:

    Iraque (Guerra do Golfo), Iugoslvia (Guerra do Kossovo) e Afeganisto (aps os

    atentados no Pentgono e World Trade Center). Associada hegemonia militar

    norte-americana, desenvolve-se a tendncia globalizao da economia, conhecida

    como Nova Ordem Mundial.

    O crescimento do desemprego e as perspectivas de uma recesso em

    escala global vm provocando uma onda de manifestaes antiglobalizao.

    O que prevalecer de seu legado, se o pior presidente da histria norte-

    americana ou um homem que teve pulso firme em tempos difceis, ser avaliado nas

    urnas em novembro e, no futuro, pela Histria.

    7.Guerra Ao Terror e a Novssima Ordem Mundial

    Guerra ao Terror ou Guerra ao Terrorismo uma iniciativa militar

    desencadeada pelos Estados Unidos a partir dos ataques de 11 de setembro. O

    ento Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou a "Guerra ao

    Terror" como parte de uma estratgia global de combate ao terrorismo.

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    Inicialmente com forte apelo religioso neoconservador, George Bush

    chegou a declarar uma "Cruzada contra o Terror" e contra o "Eixo do Mal", no que

    ficou conhecido como Doutrina Bush. Isto gerou forte reao entre os aliados

    europeus acabaram exigindo a moderao no uso de conceitos histrico-religiosos

    como parte da terminologia do discurso antiterror.

    Como parte das operaes militares da "Guerra do Terror", os Estados

    Unidos invadiram e ocuparam pases como o Afeganisto e o Iraque.

    Foram mobilizados diferentes esforos simultneos na Guerra ao Terror, no

    plano poltico-diplomtico, econmico, militar e de inteligncia ou contra-inteligncia.

    7.1 Objetivos dos Estados Unidos e controvrsias

    O principal alvo da chamada "Guerra ao Terror" passou a ser os Estadosapoiadores de movimentos ou grupos terroristas, chamados de "Estados-bandido"

    ou "Estados-pria" (Rougue States), os mesmos que inicialmente eram chamados de

    "Eixo do Mal".

    Uma das controvrsias mantidas durante todo o perodo dos anos 2000 diz

    respeito classificao destes inimigos, j que, na prtica, os Estados Unidos e

    seus aliados da OTAN que definiu quem ou no terrorista e quem so os

    governos que apoiam ou no o terrorismo. Um exemplo deste tipo de crtica partiu

    da Rssia e da China que passaram a definir o separatismo e o extremismo como

    sinnimos de terrorismo e criaram uma aliana para combater o extremismo,

    terrorismo e separatismo, a Organizao de Cooperao de Xangai. Esta

    organizao passou a classificar os movimentos separatistas chechenos e uigure,

    respectivamente, na Rssia e China, como grupos terroristas.

    Existem grandes controvrsias a respeito dos objetivos declarados e da

    eficcia desta luta contra o terror. Atravs desta, os EUA conseguiram manter um

    estado de tenso permanente desde 2001, sempre referindo-se ameaa constante

    do terrorismo como o maior mal existente sobre a terra.

    O objetivo central da Guerra ao Terror seria eliminar o Terrorismo. Entretanto

    a impossibilidade de realizar tal objetivo gerou grandes crticas e controvrsias,

    mesmo porque, no havia terrorismo no Iraque antes da invaso americana e hoje

    este pas alvo de inmeros atentados terroristas.

    Alguns crticos consideram que estas guerras tm objetivos menos

    defensivos (defesa contra o terrorismo) e mais ofensivos do que o governo dos

    Estados Unidos declara, como por exemplo, garantindo poder ao expandir a rede de

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    bases militares americanas no mundo e assegurando o controle de reas

    estratgicas devido presena de grandes reservas de petrleo e gs natural

    (Iraque) ou por ser rota de escoamento destas riquezas (Afeganisto).

    7.2 Incio da desmobilizao

    Os Estados Unidos comearam a retirada dos primeiros soldados de sua

    tropa no Afeganisto em 2011. Um primeiro contingente de 650 homens, que

    estavam destacados a nordeste da capital afeg, deixou o pas e no foi substitudo.

    At aquele momento os Estados Unidos ainda mantinham cerca de 100.000

    soldados no pas, em finais do ms de junho, o ento presidente norte-americano,

    Barack Obama, anunciou a retirada de um tero do contingente norte-americano a

    partir de ento e at 2012.

    8. O Governo de Obama

    A eleio de Obama representou um repdio popular administrao Bush e

    s suas polticas internas e externas. O principal slogan de Obama - "Mudana,

    vocs podem acreditar" - fez coro com uma populao cansada de oito anos de

    guerra e de programas focados unicamente nos interesses da burguesia corporativa.

    A pessoa de Obama e sua histria individual simbolizaram, para vriassees da classe operria e da juventude, o desejo de mudana. O fato de que

    Obama seria o primeiro presidente afro-americano foi visto por muitos como uma

    razo para acreditar que ele instintivamente seria solidrio aos pobres e oprimidos.

    Em todo caso, acreditou-se que ele seria diferente daquilo que existia antes.

    Qual avaliao pode ser feita diante da experincia de seis meses? Os fatos

    falam por si. Em cada questo crtica, Obama - presidindo sobre substanciais

    maiorias democratas nas duas casas do Congresso - continuou a poltica bsica deseu antecessor.

    Poltica militar

    A direo da administrao da poltica militar foi sinalizada logo no incio. Em

    23 de janeiro, trs dias depois de sua posse, Obama ordenou ataques com msseis,

    disparados por aeronaves no tripuladas, a um local no interior do Paquisto,

    matando 18 pessoas. Com esse sangue inicial em suas mos, Obama avanou

    rapidamente.

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    A Guerra do Afeganisto, agora, definitivamente "a Guerra de Obama".

    Sob seu comando, os EUA colocaram em funcionamento o dobro de suas foras, de

    32.000 para 68.000 homens, e atualmente est realizando a maior operao para

    aniquilar a oposio popular no sul. Pelo menos 30 soldados americanos e 25 tropas

    da OTAN morreram at agora somente neste ms, fazendo de julho o ms com

    maior nmero de mortes para as foras de ocupao.

    Os ataques de msseis americanos contra o Paquisto, geralmente matando

    dzias de civis paquistaneses, tornaram-se recorrentes. O governo pressionou o

    Paquisto a realizar sua prpria ofensiva em seu territrio ao noroeste, resultando

    em centenas de milhares de refugiados.

    A ocupao do Iraque continua. A desvantagem das foras americanas nas

    cidades no significa um final para o envolvimento militar americano no pas. Maisde 130.000 tropas continuam em bases militares permanentes fora das cidades e o

    governo iniciou o processo de reclassificao das tropas como "conselheiros". Na

    hiptese de que a frgil situao poltica saia de controle, as foras armadas

    americanas interviro com fora total.

    Poltica econmica e social

    Na poltica interna, a preocupao prioritria de Obama tem sido defender a

    riqueza dos mais poderosos setores da burguesia corporativa e financeira. Atravs

    de injees de dinheiro, subsdios e programas de emprstimo, trilhes tm sido

    distribudos aos bancos e instituies financeiras. O governo ops-se a qualquer

    restrio real aos salrios dos executivos ou bnus.

    Utilizando as doaes do governo, os maiores bancos relataram lucros

    massivos no segundo trimestre de 2009, incluindo US$ 3,44 bilhes para o Goldman

    Sachs e US$ 2,7 bilhes para o JPMorgan Chase. Os bancos planejam distribuir

    bnus recordes este ano a seus executivos.

    As mesmas instituies que aceleraram a crise econmica atravs de suas

    especulaes e operaes de pilhagem agora esto melhor do que nunca. Isso no

    um mero acaso. Isso o resultado pretendido pelas polticas realizadas pelo

    governo Obama.

    Muitos trabalhadores da indstria automobilstica esperavam mudanas

    positivas com Obama. Em vez disso, o governo os coagiu atravs de massivoscortes de salrios e benefcios, junto destruio de dezenas de milhares de

    empregos. Obama auxiliou a General Motors e a Chrysler atravs da Corte de

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    Falncia, quando as duas companhias perderam bilhes em indesejveis dvidas,

    incluindo obrigaes de assistncia mdica para dezenas de milhares de

    aposentados.

    O governo est realizando polticas similares em relao aos estados e

    governos locais, recusando a dar-lhes os mesmos tipos de emprstimosdisponibilizados aos bancos. O maior estado do pas, a Califrnia, est s margens

    da falncia econmica e o governo do estado est usando a crise como uma

    oportunidade para destruir a educao, a sade e outros programas sociais.

    Similares medidas draconianas vm sendo implantadas em todo o pas.

    Assim como a principal iniciativa interna de Obama - a "reforma" no setor da

    sade - as propostas do governo so guiadas pelo desejo das empresas de reduzir

    seus custos com a assistncia mdica de seus funcionrios e esto relacionadas sdemandas dos maiores agentes da indstria da assistncia mdica - particularmente

    as empresas de seguros e farmacuticas.

    A "reforma" na sade tem sido alterada: antes visava providenciar cuidados

    decentes a todos, agora visa o corte de custos. Obama insiste que a reduo das

    despesas com a sade imperativa para reduzir o dficit no oramento e

    reestruturar a economia, mesmo que, como ele declarou, ele tenha que fazer "o que

    for necessrio" para salvar os bancos.

    Se uma conta com assistncia mdica eventualmente ultrapasse o limite,

    isto requerer que os trabalhadores paguem mais por inadequados seguros mdicos

    e cuidados rateados. Esta "cobertura expandida" ser usada como pretexto para

    cortar programas federais de assistncia mdica, particularmente o Medicare.

    Como tudo o mais, a assistncia mdica est sendo reestruturada como um

    sistema mais abertamente baseado na classe. Trabalhadores tero que escolher

    entre sua sade e suas outras necessidades.

    O resultado das polticas do governo para lidar com a crise econmica

    uma massiva redistribuio da riqueza de cima pra baixo.

    Direitos democrticos

    Em todas as instncias, a administrao Obama continuou as polticas

    antidemocrticas de seu antecessor. Ele invocou "segredos de estado" para

    bloquear julgamentos da corte de tortura e espionagem domstica. O governo

    revogou uma promessa de liberar fotos mostrando a tortura americana a detentos.

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    Ele continuou com os tribunais militares e indicou seus planos para adotar uma

    poltica de indefinidas detenes para prisioneiros da Baa de Guantnamo.

    Obama por diversas vezes insistiu que no haver acusao a nenhum dos

    crimes realizados pela administrao Bush. Isto significa que ningum ser

    considerado responsvel e que os crimes continuaro.

    O resultado das eleies de 2008 uma lio objetiva das falhas da

    democracia americana. Estas eleies produziram um resultado que diretamente

    inverso s aspiraes dos eleitores que preencheram as cdulas a favor do

    vencedor.

    No possvel, atravs do sistema poltico existente, ocorrer uma mudana

    efetiva nas polticas governamentais. As razes bsicas so que as instituies e

    partidos polticos so os instrumentos naturais da lei de classes. A burguesia exerce

    absoluto controle sobre cada aspecto da vida poltica.

    O que talvez seja mais memorvel o fato de que a administrao Obama

    mal fez um esforo para ocultar este carter de classe. O governo parece assumir

    que a pessoa de Obama, por si s, suficiente para reprimir a oposio. Na medida

    em que a ateno do governo est focada no Partido Democrata e suas periferias -

    os diversos crculos sociais das publicaes e organizaes de "esquerda" - esta

    avaliao est correta.

    De qualquer modo, tem havido uma queda significativa nas pesquisas de

    avaliao do governo Obama, incluindo os substanciais declnios na economia e na

    assistncia mdica. De acordo com a mais recente pesquisa do Washington Post-

    ABC News, a taxa de aprovao no total caiu abaixo dos 60% pela primeira vez. Ns

    suspeitamos que o descontentamento pblico , de fato, mais profundo do que estasfiguras indicam.

    A decepo e raiva pblica esto sendo guiadas por impactos objetivos da

    crise econmica, pelas consequncias das guerras de Obama e pelas cada vez

    mais gritantes contradies entre o sentimento popular ao qual ele apelou para ser

    eleito e os interesses sociais aos quais ele serve. Na medida em que o povo

    americano sentir que foi enganado e feito de bobo, a oposio das massas ser

    cada vez mais intensa.

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    O governo ainda tem que lidar com a interveno independente da classe

    operria americana. Quando esse movimento de classe se desenvolver, ele

    procurar novos canais independentes de oposio e em oposio a todo este

    sistema poltico e social.