da escola pÚblica paranaense 2009 - … · educação do indivíduo na história da humanidade, a...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
UNIDADE I
“A CONTEXTUALIZAÇÃO DA DANÇA COMO MEIO DE INTERAÇÃO E
COMUNICAÇÃO DO HOMEM NA SOCIEDADE
TEREZINHA APARECIDA DE JESUS MAINARDES
LONDRINA
2010
INTRODUÇÃO
A presente unidade tem por finalidade trabalhar o conteúdo dança como prática
pedagógica sistematizada, em consonância com as Diretrizes Curriculares do Estado do
Paraná (PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação
Básica, Curitiba: SEED, 2008).
Considerando que a escola é local de construção e socialização de conhecimentos, de
valorização das relações sociais e ampliação cultural, propõe abordar a dança neste âmbito,
construindo o conhecimento do aluno a partir das reflexões sobre seu significado, sua origem,
sua história, sua representação na sociedade contemporânea e como cultura do movimento
humano, já que faz parte do processo sócio-histórico e cultural do homem.
Portanto, conhecer a origem da dança, sua história e evolução é fundamental para
abordá-la neste contexto.
A HISTÓRIA DA DANÇA
A Dança esteve presente desde o princípio da civilização como manifestação instintiva
dos homens. Teve origem nos gestos e movimentos naturais do corpo humano para expressar
emoções e sentimentos, a partir da necessidade de se comunicar. “Antes de polir a pedra e
construir abrigo, produzir utensílios, instrumentos e armas, antes de ter uma linguagem verbal
definida, o homem já batia os pés e as mãos ritmicamente para se comunicar e se aquecer.”
(PORTINARI,1989, apud RANGEL 2002, p. 40).
“Manifestações verificadas através das marcas de pinturas deixadas nas cavernas,
rochas, paredes, vasos e pertences domésticos, retrataram de maneira muito significativa, a
presença da dança na história da civilização.” (RANGEL, 2002, p.34). Estas evidências
gravadas em cavernas são, possivelmente, as comprovações de que a dança acompanha o
homem desde os tempos mais remotos: do período pré-histórico, até nossos dias.
Segundo Mendes (1987, apud RANGEL 2002, p.34), os primeiros registros que se
tem sobre a dança, datam do período paleolítico superior, época em que o homem
preocupava-se apenas em cultivar os alimentos e lutar pela sobrevivência, onde o
individualismo era ainda uma forte característica. Neste período, o homem
procurava vestir-se com a pele de um animal, incorporando suas características e
instintos selvagens, como forma de proteção, ludibriando o inimigo, ou com o
intuito de abatê-lo. “A dança imita os passos dos animais com o fim de atraí-los ao
perímetro de tiro e simula também seu acasalamento, para que se multipliquem as
espécies”. (OSSANA 1988, p.43 apud RANGEL 2002, p. 34).
Os homens neste período acreditavam no princípio de que o igual atrairia o
semelhante, portanto, a partir da imitação, imaginavam atingir seus objetivos ou suas
necessidades mais imediatas. “Por exemplo, imitavam o trovão com o intuito de provocar
chuva; dançavam ao redor da fogueira, para que o sol brilhasse mais tempo, etc.” (OSSANA
1988 apud RANGEL 2002, p.34).
Segundo Rangel (2002, p.35) já no período neolítico; a dança passa a ser uma forma
de adoração aos espíritos, de culto a seus mortos, em substituição à magia e
feitiçaria, isto é, as cerimônias religiosas tinham papel predominante, sendo que a
execução das atividades dançantes eram relegadas apenas ao sexo masculino.
Segundo Fahlbusch (1990 apud RANGEL 2002 p. 35), em épocas longínquas,
existiam danças predominantemente masculinas ou femininas. As danças de caça,
guerreiras, solares, imitativas, de máscaras, dos espíritos, etc., eram eminentemente
masculinas, e, as danças da fertilidade, da chuva, da plantação, da colheita, do
nascimento, iniciação à puberdade, as mudanças e momentos lunares, fúnebres, etc.,
eram características das mulheres.
Então, “A Dança tem estado presente, na evolução da humanidade, para invocar os
Deuses, pedindo auxilio para a realização de boa caçada e pescaria, para uma colheita
abundante, para chamar chuva, para festejar um acontecimento e até chorar seus mortos.”
(NANNI, 1995b, p.8).
Sagrada e profana, cultuada e amaldiçoada, aplaudida ou proibida, a dança faz parte da
história da humanidade. È uma das mais simples e universal manifestação artística e uma das
principais artes cênicas da antiguidade, ao lado do teatro e da música. O estudo da sua história
leva a compreensão de que ela é uma produção humana gerada no contexto histórico-social.
Cada povo desenvolveu suas próprias formas e estilos de dançar caracterizando, assim,
sua cultura. A evolução cronológica da dança, ou está ligada aos aspectos econômicos e
sociais, ou nasceu da necessidade do homem expressar emoções, desejos e sonhos. Portanto,
das cavernas a era tecnológica, a dança fez e continua fazendo história.
A dança contemporânea surgiu como nova manifestação artística, sofrendo
influências tanto de todos os movimentos passados, como das novas possibilidades
tecnológicas (vídeo, instalações). Foi essa também muito influenciada pelas novas
condições sociais – individualismo crescente, urbanização, propagação e
importâncias da mídia, fazendo surgir novas propostas de arte, provocando também
fusões com outras áreas artísticas como o teatro por exemplo. (Wikipédia/História
da dança/14/11/2009)
A DANÇA NA EDUCAÇÃO E NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Segundo Nanni (1995ª, apud RANGEL, 2002, p.51) “Em qualquer civilização que se
pretenda conhecer, seja ela uma sociedade atual ou primitiva, ter-se-a sempre como expressão
de uma cultura e como educação dos indivíduos, os jogos, os desportos e a dança, entre
outros”.
No que se refere à dança, mesmo entre os povos primitivos, é possível encontrar essa
atividade exercendo um papel educacional, de modo que sua prática visasse possibilitar uma
diversidade de experiências de movimentos. Portanto, abordada como pré-requisitos para a
educação do indivíduo na história da humanidade, a dança pode ser observada na Grécia
como um fator de influência em sua cultura e educação da época (RANGEL, 2002, p.51)
Na antiga Grécia, segundo Ellmerich (1987 p. 17, apud RANGEL 2002, p. 51) em
meados de 146 a.C. já se tinha notícia que bailarinos profissionais davam aulas de dança.
Segundo Nanni (1995 b, apud RANGEL, 2002, p.51) Na antiga Grécia “A dança
integrava a vida do indivíduo a partir dos cinco anos até o limiar da velhice,” sendo realizada
de inúmeras formas.
“A dança na educação da civilização grega foi muito presente, onde a harmonia do
corpo e espírito era muito valorizada, assim como ter um corpo esbelto, e a dança era uma
alternativa.” (RANGEL, 2002, p.51)
Para Sócrates (c. 469 – 399 a.C., apud RANGEL 2002 p. 52) os guerreiros vitoriosos
eram sempre aqueles que sabiam dançar.
Para Platão (C. 428 – 347 A.C., apud RANGEL 2002 p. 52) a dança consistia em duas
fragmentações: A dança nobre: que deveria ser ensinada às crianças, contribuindo para seu
desenvolvimento harmônico entre mente e espírito; e a dança ignóbil: que deveria ser excluída
do processo de ensino por representar o que era feio, repugnante, desonesto e torpe.
Aristóteles (384 – 322 A.C., apud RANGEL 2002 p. 52) enfatizou que a dança, o
canto e a musica poderiam favorecer o indivíduo física e intelectualmente.
Entre os Romanos a educação também se apoderava da dança para atingir os
propósitos da sociedade, mas em menor intensidade e variabilidade. As mulheres recebiam
uma educação direcionada aos ofícios da casa, e algumas vezes, aprendiam dança, música
poesia e canto. Quanto aos jovens romanos, ao ingressarem na escola, que tinha como
finalidade a preparação militar, recebiam aulas de música e dança. (NANNI, 1995b, apud
RANGEL, 2002, p. 52)
O ensino institucionalizado da dança, segundo Nanni (1995 b, apud RANGEL, 2002,
p. 52), data da época em que os romanos inconformados com sua inferioridade diante da
dança grega, contrataram professores exclusivos para ensinarem a dança de outros povos à
classe social denominada de patrícios, que era a classe mais alta da sociedade romana,
compunha a minoria da população, possuíam muitas terras e escravos e ocupavam
importantes cargos públicos.
Segundo Rangel (2002 p. 52), durante a idade média observa-se a intervenção da igreja
reprimindo a dança na sociedade daquela época. No entanto, em algumas cerimônias
religiosas, a dança era executada com caráter místico.
Este período oculto da dança, segundo Rangel (2002, p.53), perdurou por um longo
tempo, aproximadamente de 476 a.C. até meados de 1400. Com o renascimento a dança vai
ressurgindo, ainda com cunho religioso, como forma de intervenção na educação.
“Segundo Ellmerich, (1987, apud RANGEL 2002 p. 53), iniciam-se então as danças
camponesas e nobres, tornando perceptível a distinção das danças ditas populares e as
eruditas, praticadas pelos nobres e de cunho educacional. Desta maneira evidencia-se a
diferença entre dança espetáculo (dança/arte), das conceituações desenvolvidas pela dança
educação.”
Segundo Rangel (2002 p. 55), “embora a educação venha sempre com um discurso de
formação e desenvolvimento do indivíduo, o ato de ensinar nem sempre dá oportunidade à
compreensão da ação para sua emancipação enquanto ser que busca sua transcendência.” Na
dança, isto acontece quando o processo educativo não respeita o individuo que dança; quando
o indivíduo é podado por técnicas muito precisas e limitadas ao invés de explorar infinitas
possibilidades de se movimentar. Não se pode subestimar o trabalho técnico, mas segundo
Rangel (2002 p. 54), “há professores de dança que preocupados com a apresentação da escola,
atropelam os estudantes na evolução de sua aprendizagem através de repetidas sequências de
movimentos ou coreografias que o aluno, na maioria das vezes, não incorporou no
vocabulário motor.” Esta forma de conduzir a dança pode alienar o indivíduo e faz com que
dançar perca seu caráter de liberdade, espontaneidade e completude que tanto seduz o homem
na sua mais pura compreensão de unidade. Interfere no desenvolvimento do indivíduo tirando
sua liberdade de expressão e a descoberta do próprio corpo com suas infinitas possibilidades
de manifestação.
“O trabalho educacional, quando preocupado em deixar fluir dos educandos suas
emoções, seus anseios e desejos, através dos movimentos que não necessariamente
envolvam a técnica, permitirá que o sujeito se revele e desperte para o mundo numa
relação consigo e com os outros, de forma consciente.” (RANGEL 2002,
p.56).
A dança pode cooperar através da Educação Física com o resgate da corporeidade do
indivíduo, e pode ser usada como estratégia que viabilize a edificação de um ser na sua
globalidade. A Educação Física, sob o olhar de Gonçalves (1994 p.134, apud RANGEL 2002
p. 62) vislumbra a dança como parte do seu contexto onde:
“A Educação Física como ato educativo relaciona-se diretamente à corporalidade e
ao movimento do ser humano. Implica, portanto, uma atuação intencional sobre o
homem como corpóreo e motriz, abrangendo as formas de atividade física como a
ginástica, o jogo, o desporto e a dança.”
Para Rangel (2002 p. 64) “Na tentativa de olhar o homem como ser no mundo, que se
relaciona consigo, com os outros e com as coisas, a Educação Física busca contribuir através
de suas propostas de atuação, com atividades lúdicas que envolvem desde o jogo, o esporte, a
ginástica e a dança.”
Para Claro (1988, p.67 e 68, apud RANGEL 2002 p.64) “A dança e a Educação Física
se completam... Onde a Educação Física necessita de estratégia de conhecimento do corpo e a
dança das bases teóricas da Educação Física.”
“A Dança integra o corpo e mente, trazendo aos alunos relações entre o mundo que
existe dentro de si.” (BARRETO – 2005, p.102).
Para Marques a Dança na Educação não existe somente para o prazer de dançar, mas
por meio do esforço criativo em dar forma estética à expressão significativa, espera-se que os
alunos desenvolvam sua forma criativa e assim, melhorarem como pessoas. (MARQUES,
Isabel, 2005, p.148).
Segundo Laban (1985, apud MARQUES 2005 p.149) O objetivo da escola não é a
perfeição artística ou a criação e a performance de danças sensacionais, mas os efeitos
benéficos da atividade criativa na personalidade do aluno.
Em 1997, a Dança foi citada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e ganhou
reconhecimento nacional como forma de conhecimento a ser trabalhada na
Educação Física na escola, e sua inclusão em currículos de graduação e pós-graduação.
No entanto, existem no Brasil, como em várias partes do mundo, alguns
desentendimentos sobre a Dança no ensino. As dúvidas são sobre qual profissional deve
ensiná-la, se ela deve se tornar disciplina, e qual modalidade e forma devem ser priorizados
(Balé, Dança de Salão, Dança da TV, Dança Folclórica), qual proposta educativa deve ser
utilizada, entre outros.
A Dança, no Estado do Paraná, faz parte das Diretrizes Curriculares da Educação
Básica como conteúdo estruturante da Educação Física e, é a manifestação da Cultura
Corporal responsável por apresentar as possibilidades de superação dos limites e das
diferenças corporais. A Dança é a manifestação da Cultura corporal responsável por tratar o
corpo e suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que se concretizam
em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e regionais), danças folclóricas,
danças de rua, danças clássicas, entre outras. (PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação,
Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCEs), Curitiba: SEED, 2008)
Ainda segundo os DCEs, o professor oportunamente deverá aprofundar com seus
alunos uma consciência crítica e reflexiva a respeito das representações simbólicas de vários
tipos de dança, como estas se constituíram historicamente, seus significados, suas
características, as influências que sofreram pela sociedade. Deve-se discutir o uso exacerbado
da técnica, incentivando e mostrando que qualquer um pode dançar; que as coreografias
prontas servem como meio de transmitir uma cultura, como é o caso das danças típicas, mas
que não podem impedir ninguém de dançar. Deve-se possibilitar a liberdade de criar e recriar
coreografias e incentivar a expressão livre de movimentos. (Paraná, 2008). A Dança criativa
ou educativa propicia aos alunos o autoconhecimento, a vivência de corporeidade, os
relacionamentos estéticos com outras pessoas e com o mundo; incentiva a expressividade
artística e humana; libera a imaginação, a criatividade; sendo uma forma de comunicação e
conhecimento, ajudando na formação dos cidadãos.
A dança está relacionada ao modo como compreendemos o corpo e, para ser
considerada educativa, os alunos tem que compreender, sentir, contextualizar e se envolver no
que estão fazendo.
Como a dança é uma manifestação da cultura corporal, a explanação a seguir se faz
necessária para melhor compreendê-la.
CULTURA CORPORAL
A Antropologia estuda tudo o que constitui uma sociedade. Consiste em estudar o
homem em todas as suas práticas e seus costumes, descobrindo quais são os sentidos e as
significações destes. Este conhecimento é necessário para compreender o sentido de uma
manifestação cultural e relacioná-la com a nossa cultura nas dimensões sociológicas,
psicológicas e filosóficas.
Segundo Daolio, (2009, p.3) a Antropologia nos ensina a evitar qualquer tipo de
preconceito; uma vez que todo comportamento humano, por possuir uma dimensão pública,
não pode ser julgado por meio de conceitos implacáveis como bom/mau ou certo/errado. O
entendimento de qualquer atitude humana deve ser buscado em referenciais culturais que dão
sentido a essas atitudes (2009, p.30). Ainda segundo Daolio o Olhar antropológico é olhar
para si mesmo através do outro, pois a forma de olhar é também influenciada pela cultura.
Essa contribuição da Antropologia, por si só, é útil para qualquer área do conhecimento e
também para a Educação Física que não tem o hábito de considerar as diferenças existentes
entre os alunos e grupos de alunos de forma não preconceituosa. (DAOLIO–2009 p.30).
Estes pequenos esclarecimentos antropológicos objetivam clarear o referencial que
definirá o corpo como construção cultural e sede de signos sociais, que são as influências que
um indivíduo sofre do meio em que nasceu, cresceu, do meio em que vive, do meio familiar,
econômico, social e até geográfico. Facilitando a análise da Cultura Corporal na Educação
Física e o estudo da Dança.
Desde 1924, há estudos que alertam os seguimentos da Educação Física que ainda
tendem a considerar o corpo como primordialmente biológico. Esses consideram que o corpo
que se movimenta não é o mesmo corpo que representa aspectos da sociedade, como se ele
não fosse, ao mesmo tempo e indissociavelmente, biológico e cultural. É exatamente neste
ponto que o trabalho de Marcel Mauss (sociólogo e antropólogo francês –1872 a 1950)
intitulado “As Técnicas corporais” é esclarecedor. Proferido como palestra em 1935, esse
trabalho é até hoje útil para a compreensão da cultura do corpo humano, compreensão esta
que na Educação Física brasileira ainda é nascente. (DAOLIO– 1995, p. 45 e 46)
O homem tem capacidade biológica de sentir dor, mas o limite a partir do qual o
individuo reclamará e passará a gemer é variável de cultura para cultura. O corpo é sede de
signos sociais. Marcel Mauss (1974, apud DAOLIO – 1995 p.38) chamou de “Técnicas
corporais” os gestos e os movimentos, criados pela cultura, possíveis de transmissão através
das gerações e que podem ser modificados no decorrer do tempo. Afirmou também que “uma
determinada forma de uso do corpo pode influenciar sua estrutura fisiológica;” o próprio uso
dos sapatos transforma a posição dos pés no andar, fato que pode ser comprovado quando se
anda descalço.
O corpo é o meio de contato primário do indivíduo com o meio que o cerca. Kofes
(1985, apud DAOLIO– 1995 p. 38) afirma que o corpo é expressão da cultura, portanto, cada
cultura vai se expressar por meio de diferentes corpos que se expressam de acordo com sua
cultura. Os exemplos de diferenças culturais expressas por meio do corpo são esclarecedores
ao afirmar que distingui-se um individuo observando sua forma de andar, sua gesticulação,
sua postura corporal. Observando as danças típicas, por exemplo, notam-se com clareza as
diferenças entre as sociedades, por meio dos movimentos corporais acompanhados pelo ritmo,
pela rigidez ou soltura dos movimentos e pelos trajes típicos.
Segundo Daolio (2009, p. 40) o homem, por meio de seu corpo, vai assimilando e se
apropriando de valores, normas e costumes sociais, num processo de “inCORPOração”. Até
mesmo uma palavra nova em seu vocabulário ou outro aprendizado qualquer pode se instalar
em seu corpo como um conteúdo cultural, no conjunto de suas expressões. Em outros termos,
o homem aprende a cultura por meio de seu corpo.
Mais do que saber que os corpos se expressam diferentemente porque representam
culturas diferentes é necessário entender os valores, os princípios e normas que os levam a se
constituir daquela maneira. É preciso entender os signos tatuados em seu corpo, para
reconhecer e considerar as diferenças individuais.
Os valores, normas e costumes constituem tudo que o homem acredita por verdade, os
rege e os encaminha na vida. É a explicação do seu comportamento, da sua individualidade,
do modo de agir individual e socialmente. Os valores são fundamentos éticos e espirituais que
constitui a consciência humana e definem princípios e propósitos valiosos e objetivam fins
grandiosos. As normas são razões ou motivos para agir, acreditar ou sentir; são regras
constituídas de acordo com seus valores
Para Daolio, o que define o corpo é o fato de ele ser produto da cultura, ser construído
diferentemente por cada sociedade, e não as suas semelhanças biológicas universais. Fica
evidente, portanto, que o conjunto de posturas e movimentos corporais representa valores e
princípios culturais. Consequentemente, atuar no corpo implica atuar sobre a sociedade na
qual esse corpo esta inserido.
Todas as práticas institucionais que envolvem o corpo humano,- “e a Educação Física
faz parte delas”- , sejam elas educativas, recreativas, reabilitadoras ou expressivas, devem ser
pensadas neste contexto, a fim de que não se conceba sua realização de forma reducionista,
mas considere o homem como sujeito da vida social. (DAOLIO–2009, p.42). Mesmo sendo
fruto e representante de uma sociedade o homem não age como uma máquina comandada por
suas instituições, ele é também um ser particular dotado de consciência que permite uma
p.44).
Mauss ainda propõe que os comportamentos corporais sejam compreendidos mediação
entre o nível social e o nível pessoal (MAUSS 1974, v.1, apud DAOLIO 1995, como parte de
uma tradição social (Mauss 1979). Como toda tradição, esses gestos são transmitidos de
geração para geração, de pais para filhos, enfim, de pessoas para pessoas num processo de
Educação. Daolio acrescenta nesse processo de transmissão cultural a questão das classes
sociais; as pessoas, principalmente as crianças, imitam atos que obtiveram êxito e que foram
bem sucedidos em pessoas que detém prestígio e autoridade no grupo social.
Qualquer “Técnica Corporal” é transmitida como expressão simbólica de valores
aceitos e representados na sociedade. Quem transmite: acredita e pratica aquele gesto. Quem
recebe a transmissão: aceita, aprende e passa a imitar aquele movimento. A tradição vai
resistindo aos avanços tecnológicos e ao desenvolvimento científico, mas é também o
resultado desses avanços que vai se incorporando às tradições sociais, num processo
dinâmico. (DAOLIO–2009, p.48)
Os avanços tecnológicos e o desenvolvimento científico se referem a todo o progresso
que nos cerca, a velocidade na troca de informações; como a internet, o celular; tudo que
interfere diretamente na nossa cultura, na nossa vida, no nosso dia a dia. O próprio corpo sofre
influência dos meios de comunicação, da mídia e do mercado de consumo. Atualmente é
cobrado um corpo magro, esbelto, jovem, sem defeitos, cada vez mais midiático, podendo ter
como consequência doenças emocionais como a bulimia e a anorexia. O desenvolvimento das
ciências e das técnicas oferece a possibilidade de mudar a aparência e a estrutura do corpo,
levando as pessoas a colocarem silicone, diminuir ou aumentar partes do corpo que a mídia
considera imperfeitas, como nariz, boca, seios, glúteos, etc. Pessoas levam um tempo
excessivo nas academias procurando modelar seu corpo de acordo com a mídia, fazem
regimes rigorosos, usam anabolizantes e outras drogas ilícitas, bombas que destroem a
capacidade regenerativa celular em busca do corpo “perfeito”.
Ao analisarmos a influência determinante da cultura, e o que ela representa no corpo
humano, vimos à importância da Educação Física ter claro essa concepção de corpo, para
utilizar nos seus conceitos, conteúdos e métodos de ensino. Segundo Isabel A.Marques (2005,
p. 135):
O movimento dos alunos esta ligado a imagem de corpo perfeito, da boa forma
física; estar corporalmente no mundo (real ou virtual) traduz-se em ser visto,
observado, apreciado como modelos preestabelecidos de corpo perfeito de acordo
com a mídia. Por isso talvez estar no mundo corporalmente não seja sempre uma
experiência plenamente satisfatória e positiva. Muitos jovens estão descontentes
com seus corpos ou parte dele (nariz, pernas, gordurinhas, barriga, altura...) ou com
as emoções que sentem e expressam por meio de seus corpos: preguiça, timidez,
sensibilidade. Poderíamos relacionar a insatisfação com seus corpos a uma busca
que se assemelha muito a aquisição e construção de corpos ideais, de como o corpo
deve ou não parecer. Há vários ideais de corpo, todos que fazem sucesso na mídia.
O professor de Educação Física interfere na concepção e na representação que os
alunos têm do seu próprio corpo. Interfere por extensão na própria cultura que dá suporte a
essas representações. Um professor de Educação Física, atento ao alcance cultural de sua
prática, tem mais condições de realizar um trabalho competente, por encontrar-se conectado
com a realidade sociocultural em que vive. Saberá reconhecer as diferenças não só físicas,
mas também culturais expressas pelos alunos, tornando-os iguais respeitando suas diferenças.
(DAOLIO– 1995)
É sobre essa definição de Cultura corporal que deve incidir a prática do professor de
Educação Física, reconhecendo o repertório corporal que cada aluno possui ao chegar à
escola, porque independentemente da escola, durante toda vida terão acesso a uma educação
cultural repleta de significados.
A DANÇA, SUAS DEFINIÇÕES, CLASSIFICAÇÃO E ESTILOS.
Apesar de parecer simples, o número de definições para a palavra “dança” é muito
amplo. Há inúmeros conceitos que se completam, mas não a definem de maneira plena. As
várias definições que se seguem objetivam apresentar alguns conceitos e técnicas, básicos
para entendê-la, para defini-la em traços gerais; sem a pretensão de esgotar todos os enfoques
mencionados pelos seus inúmeros pesquisador.
Neves (1987, p.7, apud RANGEL 2002, p.21) descrevem que: “Apesar de parecer
simples o número de definições para a palavra “dança” é quase infinito”. Isto mostra a
complexidade e as divergências existentes nesta área.
“Nanni (1995b, p.168), investigando sobre a origem da palavra dança, encontrou:
Danza, dança, TANZ derivado da raiz TAN que em sânscrito significa linguagem”. Para a
autora, os elementos coreográficos que compõem esta forma de linguagem celebram a
comunicação, pelo o qual o corpo “... tem uma linguagem que lhe é peculiar, predecessora e
complementar da linguagem oral”. (p.168)
A dança tem várias faces e é encarada de diversas maneiras. Algumas pessoas estão
interessadas nos seus aspectos psicológicos e emocionais; outras, com uma visão mais
mecânica, enfatizam os elementos funcionais. Existem ainda aqueles que procuram analisar os
elementos básicos e universais que a constituem. Por isso, é difícil encontrar uma definição
suficientemente abrangente e completa sobre a dança.
Segundo Rangel (2002 p. 22)
A dança possui definições relacionadas a vários enfoques, envolvendo sempre o
movimento como: relação com os deuses, relação consigo, com os outros e com a
natureza; transcendência, emoção expressão, sentimentos; símbolos linguagem e
comunicação; interação entre os aspectos fisiológicos, psicológicos, intelectuais,
emocionais; tempo, espaço ritmo: arte; educação.
Segundo Garaudy (1980 p. 14, apud RANGEL p. 23). ”Dançar é vivenciar e exprimir,
com o máximo de intensidade, a relação do homem com a natureza, com a sociedade, com o
futuro e com seus deuses”. Para Garaudy (1980 p. 9 apud RANGEL p. 23) a dança é também,
”reflexão e conhecimento, tanto no seu aspecto introspectivo e do mundo exterior”.
Enfatizando a dança como atividade que propicia autoconhecimento, Berge (1981,
p.25, apud RANGEL p.23) salienta que “a dança é o encontro profundo de si mesmo” e
suscita o que ela denomina de “sentido do ser”. A autora ressalta ainda que: “nada está
separado de nada, e o que não compreenderes em teu corpo, não compreenderás em nenhuma
outra parte”. Segundo Rangel (2002 p.24) “Autoconhecimento, conhecimento do outro e
homenagem às divindades através da dança, denotam uma forma de manifestação que não se
esgota com a definição de que a dança é uma sequência de movimentos dentro de um
determinado ritmo”, mas amplia com a de Garaudy (1980), pois para ele “a dança é um modo
de viver e existir, onde as sequências exteriorizadas transcendem as palavras”.
A emoção é outro aspecto presente na dança e se constitui interna e externamente.
Para Rangel (2002, p. 24) “A dança possibilita também, vivenciar diferentes sensações dando
oportunidade ao indivíduo trabalhar e encontrar situações suscetíveis de acontecerem na vida
diária, e que por vezes, não conseguimos aceitar, superar ou mesmo conviver com elas”.
Do ponto de vista psicológico, Le Bouch (apud MARQUES 1990 p. 7) diz que a
dança é “... gesto tradutor direto do estado emocional... “A dança é vivenciar, através de
movimentos, diferentes estados emocionais que podem ser contemplados no cotidiano, ou
mesmo serem criados em situações adversas e pouco comuns” (RANGEL 2002 p. 24). Ainda
segundo Rangel (2002 p. 24): “Na dança, assim como no próprio homem, existe uma
dinâmica de vida que provoca constantes reflexões e reciclagens onde, dependendo do
contexto em que o homem está inserido, ele cria, analisa e transforma sua dança em reflexo da
sua própria realidade, ou no ideal de suas aspirações”. Temos como exemplo o Funck, no Rio
de Janeiro, que exprime o que acontece no momento a sua volta, pois são vivencias que se
projetam a partir de fatos da realidade para o universo dos movimentos significativos.
Segundo Garaudy (1980) a dança é “... a expressão através de movimentos do corpo
organizados em sequências significativas de experiências que transcendem o poder das
palavras e da mímica”. Nanni (1995 p. 1) complementa que “a dança é a expressão da
harmonia universal do movimento”.
Segundo Joos (apud GARAUDY p. 21, apud RANGEL 2002 p. 26). “A dança é o dia
a dia expresso em um nível de realização mais elaborado, onde a realidade é canalizada para
um contexto que o observa, o interpreta e o faz transcender, para além de seu próprio
significado. E a realidade é vivenciada numa forma mais consciente e expressiva”.
Nanni (1995b, p.161) afirma que dança “é: ...” Harmonia dos movimentos em
identificação com o tempo, espaço e as energias fluídas da tensão ou da dinâmica gerada pela
coesão dos movimentos. “Tudo se estrutura num todo harmônico e coerente pela interação de
seus elementos naturais”. Ainda diz (p.168) que: “ela é adequada para transmitir emoções,
ideias, sentimentos, princípios filosóficos ou éticos, chaves da linguagem corporal”.
Segundo Rangel (2002 p. 27):
A dança, então, não se realiza sem a presença dos elementos tempo, espaço, som,
movimento, forma e energia. O movimento quando executado realiza-se, por
exemplo, num determinado espaço, seja ele limitado ou não, apresenta-se esboçando
uma forma arredondada ou retilínea, revela-se em cada ação muscular, impregnada
de ritmo e energia, e acontece num período de tempo independente da nossa
vontade.
Segundo Débora Barreto:
A Dança traz consigo, quase sempre, um sentimento de
rebeldia e, consequentemente, estimula invenções e propostas de coisas novas. Estas
características que lhe revela são manifestações dos descontentamentos e das
insatisfações das pessoas diante da vida. Dançar como forma de lazer, celebrar ou
fazer arte pode representar formas de tornar a vida mais leve e prazerosa.
(BARRETO, 2005, p.79)
A Dança como Arte, seja qual for seu estilo, traz ao público além de prazer, uma
nova forma de ver a vida, o mundo real e irreal, traz ao expectador o quê as palavras
não são capazes de dizer e o que somos capazes de sentir, a Dança em si tem o poder
de criar um mundo diferente na mente de cada expectador, e este mundo é capaz de
gerar novas informações e conhecimentos para uma vida. A dança como arte se
expressa através dos signos do movimento. (BARRETO – 2005, p.79)
A educação também está relacionada com as conceituações de dança. Fux, (1983 apud
NANNI, 1995a, apud RANGEL p.27) diz que a dança é o “... aperfeiçoamento integral de
todas as faculdades humanas”. E, para Ferreira (1996 p.169, apud RANGEL 2002, p. 29). “A
educação é a própria dança e é a partir de uma ação pedagógica e sistematizada que o
indivíduo descobre, aprende e exterioriza suas ideias, evidenciando a integralização dessas
faculdades.” A dança é, portanto, a efetivação da corporeidade através de uma experiência
transcendente, na qual se vivencia o processo de aprendizagem na educação.
Berge (1981 p. 25, apud RANGEL 2002 p. 29) demonstra que a dança possui
vinculação com a educação ao enfatizar que tal atividade: “Educa a receptividade sensorial e
suscita um sentido novo, que poderíamos chamar o sentido do ser, e que implica não só a
compreensão psicológica da vivência corporal, mas também uma experiência física”.
Finalizando, Ferreira (1995, p.600 apud RANGEL 2002, p. 30) diz que “na dança a
efetivação dos movimentos, imerge em um tempo, ritmo e espaço; é expressão, comunicação,
arte e educação; é veículo de interação entre os aspectos fisiológicos, psicológicos intelectuais
e emocionais.”.
CLASSIFICAÇÃO:
Observando a evolução histórica da dança, encontramos um número diversificado de
classificações ou etapas. Para Faro (1987, apud RANGEL, 2002, p.35) esta evolução
apresenta a seguinte trajetória: “O templo, a aldeia, a praça, o salão e o palco”. Segundo estes
autos, a dança divide se em três etapas basicamente: “étnica, folclórica e teatral, apontando a
dança de salão como elo que liga a segunda e terceira etapa”.
A explanação que se faz a seguir das danças étnicas, folclóricas, de salão e teatral,
fundamenta-se mais especificamente, na obra de Faro (1987 apud RANGEL 2002).
A) DANÇA ÉTNICA: Dança tradicional de países ou regiões.
Tem vinculação com o ato religioso, onde a necessidade em se fazer um sincretismo
das religiões de origem indígenas e africanas, com a igreja católica, por exemplo, no
Brasil, possibilitou à sobrevivência das religiões e seus derivativos, como a
umbanda, a quimbanda e o omolocô, em que a dança é parte indispensável das
cerimônias religiosas. (FARO1987, apud RANGEL, 2002, p.36 e 37).
b) DANÇAS FOLCLÓRICAS: Assim como todas as manifestações folclóricas, refletem a
necessidade do homem em expressar os seus hábitos e costumes. Independente do país ou
região, essas danças possuem determinados aspectos em comum, ou seja, íntima relação com
algumas atitudes do cotidiano do indivíduo e retratam determina-dos momentos da vida de
suas sociedades.
Portanto, a dança folclórica é uma forma de expressão popular que perdura ao longo
do tempo, pela tradição mantida pelas comunidades que, passando de geração a
geração, procuram conservar suas raízes socioculturais e a essência de sua história,
como por exemplo, as danças nordestinas como o frevo, o maracatu, o bumba meu
boi: as gaúchas como o vanerão ou o chote e outras. (RANGEL, 2002, p.36).
Há também o fandango no Paraná. No cenário internacional temos como exemplo a
dança flamenca da Espanha, a tarantela da Itália, a dança indiana, a dança japonesa, o vira em
Portugal, etc. Segundo Rangel (2002, p.44) “A dança folclórica é um meio de atuação na
sociedade, como por exemplo, em festas escolares, religiosas e típicas de cada época e lugar”.
“A expressão de determinada civilização pode ser entendida como reflexo dos sentimentos e
pensamentos desta comunidade, manifestada, também, através da dança folclórica”. (NANNI,
1995b apud RANGEL,2002,p.44). Entretanto, não se pode esquecer que elas recebem
influências das características étnicas e culturais, diversificadas de acordo com as
peculiaridades de cada região. Podemos citar como exemplo os indígenas, os africanos, os
colonizadores portugueses, italianos, alemães, japoneses, etc. que se radicaram no Brasil e
muito influenciaram com sua cultura o folclore brasileiro.
C) DANÇA DE SALÃO: A dança de salão, também denominada de dança social,
Segundo Rangel (2002 p.36) encontra sua origem nas danças populares realizadas
nas praças das aldeias. Essas danças chegaram até os refinados salões dos castelos
da realeza, de forma elitizada, onde os movimentos executados pelo povo simples
das aldeias sofreram transformações e foram substituídos por outros com
características de suavidade e elegância nos gestos. Presume-se ainda que esta dança
tenha sido o vínculo de ligação com a dança teatral, ou dança espetacular,
antecedendo o seu surgimento (FARO 1987 apud RANGEL 2002 p. 37).
A dança de salão atualmente voltou a ser destaque na mídia e muito procurada nas
academias de ginástica. É executada em festas, baile de formaturas, comemorações,
apresentações nas escolas, etc. Ela apresenta uma variedade muito grande de estilos com
diversas origens, podendo ser realizada aos pares, como é o caso do bolero, do tango, da
valsa, dentre outras; e individualmente, como a dança Tecno (Techno Dance), ou mesmo em
grupos como os bailes funks, muito difundido no Rio de Janeiro e no Brasil.
Nas danças de salão, geralmente as coreografias criadas não são pré-estabelecidas,
ficando por conta da improvisação dos pares. A dança de salão, também denominada de dança
social, pode associar “técnica, história, criatividade, lazer e educação” (POSEY apud VOLP
1994 p.14, apud RANGEL 2002 p.46). Por não exigir aprimoramento técnico na execução,
nem a performance do indivíduo, ela pode ser praticada por qualquer idade e classe social e
pode até representar uma classe social ou uma “tribo”, é o caso dos Funks, que através dos
seus gestos, estilo de roupa , gírias e estilo de dança, refletem o mundo em que vivem.
d) DANÇA TEATRAL: Segundo Rangel (2002, p. 37):
“A dança teatral envolve uma gama imensa de estilos, como o ballet clássico que
surgiu para agradar a corte e embelezar suas festas; o neoclássico: o moderno,
nascendo para se opor ao clássico, refletindo a idéia de liberdade de movimentos e
sentimentos preconizados por Izadora Duncan; o jazz, o sapateado e tantos outros
que foram surgindo em busca de renovação, de melhor aperfeiçoamento técnico, de
maior liberdade e, ou possibilidade de exploração de novos movimentos, buscando
sempre formas inovadoras de expressão”.
Enfim, no mundo das manifestações artísticas, a dança teve conotação rigorosa,
seguindo sempre os padrões morais de cada época; o surgimento de cada estilo ou tendência
refletia o momento histórico-social. Estilos estes que Godoy (1995, apud RANGEL, 2002 p.
38) classifica da seguinte forma: ”Dança clássica, dança neoclássica, dança livre, dança
moderna, dança a caráter, ballet contemporâneo, dança contemporânea e dança prospectiva”.
Trajetória que representa a dança na sua evolução histórica.
Os estilos de Dança ou suas principais linhas: (RANGEL 2002)
a) Dança clássica: A dança clássica, com origem no século XVIII, buscava traduzir
uma bela postura, leveza e rigor técnico na reprodução de seus movimentos,
proporcionando um certo controle da fluência, exigindo dos bailarinos até mesmo
um domínio de movimentos não muito comuns ao ser humano, como é o caso da
posição “em dohors”(posição que exige rotação da articulação coxo-femural em
abdução).
Foram criadas nesta época, as famosas cinco posições básicas dos pés, e a utilização
de sapatilhas de ponta, dando o efeito de que as bailarinas flutuavam. As histórias
desenvolvidas nas coreografias eram repletas de fantasias, envolvendo sempre fadas,
ninfas e príncipes.
b) Dança neoclássica: No final do século XIX, surgem algumas tendências
inovadoras, como a Dança neoclássica, que sem abandonar as características
técnicas do clássico, procura explorar as formas abstratas como conteúdo de
expressão, utilizando-se de mais espaço em suas execuções. O domínio da fluência
controlada é ainda bastante valorizado.
c) A Dança livre: Assim denominada, surge por sua vez com Isadora Duncan no
início do século XX. Apesar de possuir formação técnica clássica. Isadora não se
rende aos princípios artificiais do clássico. Este estilo tinha o intuito de resgatar a
essência da dança. Procurando atingir diretamente a alma e as emoções, fugindo do
rigor e do virtuosismo técnico que a dança clássica propunha. Isadora buscava
inspiração na natureza, observando os seus elementos, como o movimento dos
pássaros ao alçar vôo, a exuberância da arrebentação das ondas do mar, a fúria do
vento, ou mesmo a carícia deste nas folhagens e nos galhos das árvores, etc. Isadora
observava também os detalhes contidos nos vasos gregos, e esses influenciaram na
maneira significativa sua performance. Seus trajes eram leves, fazendo uso
geralmente de túnicas transparentes e esvoaçantes, com os pés descalços,
demonstrando assim o seu desejo e apreço pela liberdade. Seus movimentos eram
rápidos e suaves, caracterizando uma fluência livre, valorizando a exploração do
espaço e das figuras individuais. Enfatizou também nesta linha, a relação do ritmo
interno do indivíduo com o movimento a ser executado, ou seja, a percepção do
pulsar interior desencadeando o fluir do movimento pretendido. (RANGEL 2002 p.
38)
d) Dança moderna: Outro estilo que teve sua origem no século XX, tendo como
característica básica movimentos de contração do tronco, braços e pernas, refletindo
o sofrimento e a interiorização do homem. As qualidades de contração e expansão,
utilizadas neste estilo, traduzem uma energia que tem origem na região umbilical,
associando-se um trabalho respiratório para melhor domínio e execução dos
mesmos. A fluência dos movimentos neste tipo de dança é alternada, variando entre
o livre e o controlado, dando assim uma dinâmica mais expressiva a este estilo.
(RANGEL 2002 p. 39)
e) Dança a caráter: Segundo Godoy (1995, apud Rangel 2002, p. 39) surgiu entre o
século XVIII e séc. XX e tem como característica básica a conotação artística que se
pretendeu abordar nas danças folclóricas. Para tanto, foi necessária a adaptação das
formações, da utilização do espaço e dos próprios movimentos para que fosse
possível a realização dessas danças em locais ou ambientes mais restritos, como o
palco. Com isto, a valorização das formas e das figuras grupais ficou mais
acentuada. Neste estilo de dança, procurou-se manter fielmente o vestuário e as
características de costumes e hábitos do grupo social originário.
f) Ballet contemporâneo: como referenda Godoy (1995, apud RANGEL 2002, p
39), surgiu com a tentativa de se buscar novas possibilidades de movimentos,
viabilizando o envolvimento de todas as técnicas já existentes. Originado no século
XX, esta linha não tem a pretensão de excluir qualquer que seja a manifestação
desejada pelo executante, pois ela dá grande ênfase à expressividade além do nível
técnico.
g) Dança contemporânea: Emerge no final do século XX, a partir dos anos 60 até
as últimas décadas, apresentando como diferença básica desta linha de ballet
contemporâneo a preocupação de se relacionar a dança com temas que permeiam a
realidade do homem na sociedade atual. Ou seja, a dança contemporânea, através de
qualquer tipo de movimento, sejam elas técnicas ou não, busca expressar, relatar,
criticar ou refletir sobre as idéias atuais, os problemas existentes e as tendências nas
quais caminha nossa sociedade. Neste estilo, a fluência pode ser observada pela
exploração de infinitas possibilidades de utilização do espaço, e pela alternância e
variação de movimentos técnicos e livres (este último, no sentido do movimento ser
desprendido de regras, e cuja execução remete à espontaneidade e naturalidade) que
se evidenciam de forma mais expressiva. (GODOY 1995apud RANGEL 2002 p.
39).
h) Dança prospectiva: Finalizando a classificação das principais linhas ou estilos
de dança, Godoy (1995 apud RANGEL 2002 p. 39) “apresenta a dança prospectiva,
também do século XX, mas já com os olhos no século XXI. Esta dança busca
identificar-se com a arte, buscando um convívio com o cinema, a pintura, a música,
o teatro e a escultura”.
Enquanto essas linhas ou estilos de dança seguiam seu curso na história, a dança em
outros contextos, como a dança social e a dança folclórica dentre outras, também descobria
novas formas de se adaptar às transformações de cada época da sociedade em que era muito
requisitada.
Após o conteúdo histórico sobre a dança, descrito acima, propomos a seguir algumas
atividades que podem ser desenvolvidas nas aulas de Educação Física no Ensino Médio, que
se pautam nos métodos de ensino da dança de diferentes autores, entre os quais: a dança livre
apresentados por Isadora Duncan, a dança criativa de Cunha, a dança/educação de Nanni,
entre outros. Estes métodos valorizam o processo criativo dos alunos, pois estimulam novas
explorações, e exigem do professor uma renovação constante, a partir de um trabalho
circunstancial sob o qual as normas são suscetíveis a alterações e construídas de acordo com a
situação apresentada. Podem ser indicados para qualquer pessoa independente de sexo,
biótipo e faixa etária. Seus conteúdos podem ser adaptados e desenvolvidos em qualquer nível
de ensino, podendo a dança ser apreciada e vivenciada por todos aqueles que sentem vontade
de expressar seus desejos e pensamentos ou pelo simples prazer de se movimentar. Possuir
uma experiência anterior na prática da dança pode facilitar o trabalho do profissional na
escola, mas, esta é uma proposta voltada para profissionais de Educação Física que não
possuem formação específica deste conteúdo.
ATIVIDADE I
Conteúdo: Questionário e debates
Objetivo: Num primeiro momento, o objetivo é determinar o horizonte de expectativa do
aluno em relação à dança, sua realidade sócio-cultural, expressões do seu cotidiano, suas
crenças, modismos, preferências musicais e de lazer, seus preconceitos de ordem moral e
social.
Desenvolvimento: Os alunos responderão um questionário contendo questões referentes a
esses assuntos e haverá debates e discussões sobre os temas abordados e ainda neste contexto,
para instigar o debate, será lançada no quadro à frase: “Homem não chora” e cada aluno dará
sua opinião.
1ª) Questionário:
Nome:_______________________________________Nº____Série___________
1) Você gosta de dançar?
( ) Sim ( ) Não ( ) Nunca dancei
2) Você tem oportunidade de dançar em algum lugar que frequenta? Se a resposta for sim,
mencione o lugar.
3) O que é dança ?
4) Seus pais ou irmãos dançam?
5) Que tipo de música você gosta?
6) Você toca algum instrumento musical? Qual?
7) Alguém da sua família toca algum instrumento musical? Qual?
8) Seus pais tem o hábito de ouvir música?
9) Qual é a sua religião? Você vai à igreja semanalmente?
10) Você se considera uma pessoa do bem?
11) Você é preconceituoso (a)?
12) Você já sofreu algum tipo de preconceito?
13) Quais os preconceitos mais comuns no nosso dia a dia?
14) Você gosta de esporte? Pratica algum? Qual?
15) Qual a profissão que você pretende ter no futuro?
16) Que atitude você tem hoje para conquistar essa profissão?
ATIVIDADE II
Conteúdos: Movimentos rítmicos com material e definições de dança, segundo alguns
autores.
Desenvolvimento: cada aluno receberá uma bexiga e um pequeno texto enroladinho e
numerado, para colocar dentro depois de enchê-la. Ao som de uma música os alunos
caminharão livremente por um espaço determinado, batendo as bexigas para cima e trocando
com o companheiro. Quando a professora parar a música, cada aluno vai estourar a sua bexiga
e pegar o texto enroladinho, de dentro da bexiga, e formar grupos de acordo com o número do
texto. Esses textos serão de definições de dança de vários autores. Cada grupo vai ler a sua
definição, em voz alta para a turma, e escrever no quadro para que todos copiem e reflitam
sobre elas.
Definições escolhidas:
- Dançar é vivenciar através de movimentos,diferentes estados emocionais, que podem ser
contemplados no cotidiano. (Le Bouch)
- Dançar é... permitir ao corpo improvisação e expressão. Assim o corpo funciona como uma
orquestra. (Maria Eugenia Morato)
- Dançar é… expressar representativamente os diversos aspectos da vida do homem. (Celi
N.Z.Tafarel)
- A dança é a expressão através de movimentos do corpo organizados em sequências
significativas de experiências que transcendem o poder das palavras e da mímica. (Garaudy)
- A dança teve origem nos gestos e movimentos naturais do corpo humano para expressar
emoções e sentimentos, a partir da necessidade de se comunicar. (Nanni)
- A dança tem estado presente na evolução da humanidade, para invocar os Deuses, pedindo
auxilio para realização de boa caçada e pescaria, para uma colheita abundante, para chamar
chuva, para festejar um acontecimento e até chorar seus mortos. (Nanni)
- A dança é um conteúdo escolar que ajuda a nos conhecermos melhor; possibilita que nos
comuniquemos por meio do corpo sem a necessidade da fala; desenvolve a sensibilidade das
pessoas e instiga a apreciação estética. (BARRETO, 2005)
- Cada manifestação da dança está relacionada ao pensamento filosófico do momento.
(BARRETO, 2005)
ATIVIDADE III
Conteúdo: Apresentação do Filme “Footlooze”
Objetivo: Oferecer aos alunos a visualização de um filme de época, para serem observados
alguns aspectos, tais como: músicas, ritmo, gestualidade, hábitos culturais, etc.
Desenvolvimento: Os alunos assistirão ao filme “Footlooze” e em seguida vão se unir em
grupos e discutirão sobre as seguintes questões do filme:
o O filme trata a dança com preconceito? A dança é vista como algo positivo ou
negativo? Explique
o Recalques, desilusões, tragédias que nos leva a ter certos comportamentos sem
enxergarmos a razão.
o A repressão como forma de conter comportamentos
o A dança como forma de extravasar sentimentos
o Quais as funções atribuídas aos homens? E as mulheres?
o Há uma organização social no povoado?
Em seguida cada grupo vai fazer comentário de uma questão do filme e os demais
grupos complementarão.
ATIVIDADE IV
Conteúdo: História da dança, sua evolução, alguns estilos, as danças da mídia.
Objetivo: Oportunizar o conhecimento teórico sobre o tema.
Desenvolvimento: Os alunos divididos em grupos, no laboratório de informática, vão
pesquisar sobre:
a) A história da dança - b) A evolução da dança e sua representação em algumas civilizações
antigas (Grécia, Roma, na idade média, no renascimento) - c) A dança na terapia – d) Danças
folclóricas – (definição e estilos) e) Danças de salão (definição e estilos). f) Dança teatral
(definição e estilos). g) As danças da mídia, com apelos sexuais e fins lucrativos.
Cada grupo pesquisará sobre um tema e fará um pequeno resumo, ilustrado com
cartazes, para apresentar para os demais alunos da sala. Será dada a oportunidade para os
alunos usarem recursos tecnológicos, para apresentarem seus resumos. Os cartazes
apresentados pelos grupos serão expostos no mural da escola e depois na sala de aula, por
alguns dias.
ATIVIDADE V
Conteúdo: Apresentação de Vídeos com diferentes danças e ritmos.
Objetivo: Possibilitar, por meio de DVDs, a visualização de diferentes danças e ritmos
Desenvolvimento: Apresentação dos vídeos: You tube:
http://www.youtube.com/watch?v=Z_i_IjL0BYU (dança circular),
http://www.youtube.com/watch?v=lOzvi2lGNUA (VALSA), DVD Estrelas da dança( Samba
de Gafieira) , DVD Estrelas da Dança (Forró), DVD Estrelas da Dança (Zouk), DVD Estrelas
da dança ( Hip-Hop), DVD The Best of Michael Jackson.
ATIVIDADE VI
Conteúdo: Marcar tempos rítmicos com bastões.
Objetivo: Possibilitar aos alunos o aprendizado da marcação do tempo rítmico
Materal: dois bastõezinhos de 40 cm para cada aluno (feitos com cabos de vassouras)
Desenvolvimento: Em circulo, o professor começa a contar até 4, depois pede para os alunos
contarem com ele, em seguida explica que : a) No primeiro tempo os alunos deverão bater os
bastões um no outro, na frente do corpo na altura do peito. Repete por três vezes contando
verbalmente e três vezes contando mentalmente.
b) Repetir o exercício anterior batendo os bastões no segundo tempo, repetindo por três vezes
contando verbalmente e três vezes contando mentalmente.
c) Repetir o exercício, batendo o bastão no terceiro tempo, o restante da atividade é igual.
d) Repetir novamente o exercício batendo o bastão, agora no quarto tempo, o restante é tudo
igual aos anteriores.
e)Repete a sequência batendo os bastões nos tempos 1 e 2, o restante executando igual aos
anteriores.
f) Repete a sequência, agora batendo os bastões nos tempos 1, 2 e 3, o restante executando
igual aos anteriores.
g) 2 a 2, um aluno de frente para o outro, repetir as sequências, só que agora batendo o bastão
no bastão do colega, ora com o bastão da mão direita, ora com o bastão da mão esquerda.
h) 2 a 2, um de frente para o outro, a um metro e meio de distância, repetir as sequências só
que para bater os bastões dá um passo em direção ao colega, bate e volta.
i) Repetir as sequências de batidas, agora com locomoção para frente e para trás.
j) Repetir as sequências de batidas, só que agora ao bater os bastões muda de direção.
Poderá ser contado mais rápido ou menos vezes, ou pular algumas sequências, dependendo do
grau de dificuldade dos alunos.
ATIVIDADE VII
Conteúdo: Movimentos rítmicos
Objetivos: Possibilitar práticas que levem os alunos a experimentarem diferentes formas de
movimentarem-se ritmicamente.
Formar fileiras de 4 ou 6 alunos e ao som de ritmos variados ( Valsa, axé, samba, etc.) irão
executar as formas básicas de locomoção : andar, correr, saltar e saltitar, executar a polca,o
passo-uni-passo, espacato.
Começar com 8 tempos, depois 4 tempos, depois 2 tempos.
Formação: fileiras de mãos dadas e fileiras aos pares.
Ao comando verbal do professor: andar em duplas, em trios, em grupos, num mesmo ritmo
musical.
- Dar dois passos mudando as direções (frente, trás, direita, esquerda, diagonais direita e
esquerda)
- Andar em diferentes velocidades (lenta, média, rápida ) acompanhando um ritmo musical
com diferentes pulsações
- Andar mudando os planos ( alto, médio e baixo )
- Andar acompanhando o ritmo com palmas
- Andar em duplas, ao comando do professor, encostar os seguimentos iguais do corpo
mencionados pelo professor, Ex: Perna com perna, quadril com quadril, joelho com joelho, pé
com pé, etc.
- Andar com exagero de jogada de eixo ( centro de gravidade do corpo )
- Andar com formas expressivas:
. Súplica – surpresa
. Prece – agradecimento
. Medo – alegria – tristeza
- Andar alternando a forma pelas posições de braços ou coluna e cabeça
POLCA: Pular em 8 tempos, girar para o outro lado e pular mais 8 tempos.
o Fileira, cada um de frente para seu par, executar a polca 4 tempos de cada lado.
( ao mudar de lado ficará um de costas para o outro)
o Idem, segurando as mãos do companheiro com os braços abertos abaixo da
linha dos ombros e ao mudar de lado as mãos do lado de dentro não se soltam.
o Idem, com 2 tempos. ( ir e voltar, o mesmo espaço que usou para dar 8
tempos)
o Idem, só que um atrás do outro.
PASSO-UNE-PASSO:
Formação: em fileira de 4 ou 6 ( como a da polca)
o Executando no lugar
o Executando em locomoção, com 8 tempos
o Executando em locomoção, com 8 tempos, em fileira e aos pares de mãos
dadas.
o Executando em locomoção, com 8 tempos, em fileira e aos pares um atrás do
outro.( Esse exercício será iniciado com ritmo de valsa, depois axé, depois de
samba)
ESPACATO:
Formação: em fileiras de 4 ou 6 alunos
o Dar três passos caminhando ao som da música, no 3º passo saltar.
SALTITO:
Formação: em fileiras, em fileiras todos de mãos dadas, em fileiras e os pares de mãos dadas.
o Saltitando no lugar e acompanhando com o movimento dos braços
o Saltitando com locomoção e acompanhando com movimentos de braços
(obs.: os saltitos deverão ser feitos com, pelo menos, dois ritmos diferentes)
Finalizando essa atividade, fazer o comentário que os passos das danças são formas
mais elaboradas dos nossos meios de locomoção e que nas próximas aulas eles terão
oportunidade de criar suas coreografias usando suas criatividades.
ATIVIDADE VIII
Conteúdo: Expressão e comunicação corporal
Objetivo: Oportunizar situações para que os alunos expressem
corporalmente seus sentimentos.
Desenvolvimento: Os alunos, em círculo, irão receber a letra da música “A novidade” dos
Paralamas do Sucesso e irão fazer a leitura, em seguida a professora explicará o texto
comentando o paradoxo entre a riqueza e a pobreza, as diferenças e desigualdades sociais a
diferença de valores entre as pessoas. Em seguida será colocada a música que será
acompanhada pelo canto dos alunos. Prosseguindo cada aluno vai dizer uma palavra que
representa seu sentimento em relação à música em questão. Depois de cada aluno se
pronunciar será formado grupos com alunos que tiveram sentimentos iguais ou próximos, Ex:
tristeza com tristeza ou com algum sentimento que se aproxima desse. Formado os grupos,
cada aluno de cada grupo vai criar um movimento, uma expressão corporal que represente seu
sentimento e depois cada um vai fazer seu movimento, colocando no ritmo da música,
formando uma sequência de movimentos com os movimentos de seus colegas de grupo (uma
pequena coreografia). Depois a professora enumera os grupos que irão apresentar o que foi
criado no seu grupo para os demais colegas, de acordo com a sequência numérica.
Finalizando, a professora faz o fechamento da atividade mostrando que o movimento é
uma forma de linguagem da cultura humana. Que o movimento na dança representa o que a
pessoa está sentindo e cada manifestação da dança está ligada ao pensamento filosófico do
momento.
ATIVIDADE IX
Conteúdo: Coreografias
Objetivo: Possibilitar a criação de coreografias e a escolha dos ritmos musicais a serem
utilizados nas mesmas.
Desenvolvimento: Os alunos se unirão em grupos e cada grupo criará uma coreografia e irá
ensaiá-la para apresentar para os colegas.
Os alunos poderão, nas suas coreografias, representar um tema ou um estilo musical, poderá
utilizar materiais como: bolas, arcos, bastões, cordas, etc.
ATIVIDADE X
Conteúdo: Apresentação das coreografias.
Objetivo: Oportunizar a apresentação das coreografias criadas.
Desenvolvimento: As salas envolvidas se reunirão na quadra de esportes e farão a
apresentação de suas criações para seus colegas.
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